VIII CIDIL SUBMISSÃO DE RESUMO

GTS

VIII CIDIL – APRESENTAÇÃO EM GT

NO E NOME DO GT
GT 3: O direito através da literatura
TÍTULO DO TRABALHO A SER APRESENTADO
A linha tênue da tolerância: ética jurídica em Primo Levi
NOME DO AUTOR 1
S.A.E.
TITULAÇÃO DO AUTOR 1
Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), residente em Belo
Horizonte/MG.
CV LATTES
http://lattes.cnpq.br/6850855706608567
E-MAIL
shevah.ahavat@gmail.com
NOME DO AUTOR 2
L.D.A.
TITULAÇÃO DO AUTOR 2
Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), residente em Belo
Horizonte/MG.
LINK CV LATTES
HTTP://LATTES.CNPQ.BR/9759368390404283

E-MAIL
luiza.andrade2000@gmail.com

RESUMO

1 Durante a Shoah, milhões de judeus foram detidos em campos de concentração, onde as

2 dinâmicas de vida dos prisioneiros foram transformadas. As já notórias violações de direitos
3 sistematizadas pelo governo nazista culminaram na alteração do relacionamento entre detentos.
4 Por exemplo, pequenos furtos começaram a fazer parte da rotina. Assim era o cotidiano
5 descrito por Primo Levi, autor das obras “É isto um homem?”, “A trégua” e “Os afogados e
6 os sobreviventes”. Levi inicia seu testemunho abordando como os recém-chegados no campo
7 precisavam se adaptar rapidamente ao novo modo de sobrevivência: itens pessoais e alimentos
8 eram visados por outros prisioneiros, da mesma forma que as trocas e permutas substituíam o

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9 papel-moeda. Os fatos típicos se multiplicavam nos depósitos mal iluminados e nos corredores
10 insalubres, mas pouco se fazia. Na verdade, não havia o que se fazer, nem a quem recorrer.
11 Cunhou-se uma sobreposição de mazelas, ao mesmo tempo em que se constituiu, entre os
12 prisioneiros, um ordenamento oral que se encaixasse à vida que levavam, os mesmos valores
13 ético-jurídicos do mundo externo não encontravam lugar na situação de anomia.
14 Essa dinâmica social diferenciada apresentava, também, delimitações: certas condutas
15 típicas eram toleradas, outras não. Dessa maneira, estabeleceram-se novos parâmetros e
16 critérios para considerar quais atos seriam antijurídicos. Para compreender tal fenômeno, tem-
17 se como proposta uma análise da ética jurídica instaurada no interior da ordem preestabelecida
18
dominante, e que teve sua existência condicionada à específica realidade do campo. De acordo
19
com as peculiaridades apresentadas naquela comunidade, certas condutas eram validadas, bem
20
como valores e princípios eram sobrepostos uns aos outros, de modo que a ótica de Levi
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direciona essa interpretação.
22
Nesse sentido, a literatura apresenta, seguindo os ensinamentos de Luis Alberto Warat,
23
um espaço provocador para repensar os efeitos jurídicos. As obras de Primo Levi nos levam à
24
essa reanálise das relações jurídicas, inserindo-as em seu próprio recorte histórico e social.
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LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Listar aqui a bibliografia mínima que será utilizada no trabalho a ser apresentado, com destaque para
referencial teórico específico de estudos sobre Direito e Literatura e/ou sobre Direito e Humanidades.

AGAMBEN, GIORGIO. O QUE RESTA DE AUSCHWITZ: O ARQUIVO E A TESTEMUNHA

(HOMO SACER III). TRADUÇÃO DE SELVINO J. ASSMANN. SÃO PAULO: BOITEMPO, 2008.

GUTERMAN, MARCOS. A MORAL NAZISTA. UMA ANÁLISE DO PROCESSO QUE

TRANSFORMOU CRIME EM VIRTUDE NA ALEMANHA DE HITLER. ORIENTADORA: ANITA
NOVINSKY. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. SÃO PAULO, 2013. (TESE DE DOUTORADO).

LEVI, PRIMO. A TRÉGUA. TRADUÇÃO DE MARCO LUCCHESI - SÃO PAULO: COMPANHIA DAS
LETRAS, 1997.

LEVI, PRIMO. É ISTO UM HOMEM? TRADUÇÃO DE LUIGI DEL RE - RIO DE JANEIRO: ROCCO,
1988.

PEPE, ALBANO MARCOS BASTOS. DIREITO E LITERATURA: UMA INTERSECCAO

POSSIVEL? INTERLOCUCOES COM O PENSAMENTO WARATIANO. ANAMORPHOSIS –
REVISTA INTERNACIONAL DE DIREITO E LITERATURA, V. 2, N. 1, P.7, JUL/DEZ 2016.

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