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ATIVIDADE PROCESSUAL FARMÁCIA FARMACOTÉCNICA ALOPÁTICA 2021

Valor da atividade: 10,0 – Data de entrega 03/10/2021


Será realizada uma média aritmética entre as disciplinas
Atividade poderá ser realizada em grupos de 4 alunos, somente o líder do grupo
deverá postar a resposta, lembrando de identificar todos membros.
Esta atividade processual utilizará como base a leitura dos seguintes materiais
(disponíveis na plataforma moodle)
Artigo: Transmissão oral da doença de Chagas: Uma revisão de literatura.
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doença de Chagas.
E Após a leitura do artigo responda as questões referentes aos conteúdos abordados
nas disciplinas deste semestre.
Este trabalho tem como objetivo desenvolver as seguintes competências:
• Interpretação de artigos científicos
• Análise de dados e controle de qualidade
• Correlação clínico-laboratorial
• Tomada de decisão
• Trabalho em equipe
• Resolução de problemas

Questão FARMACOTÉCNICA ALOPÁTICA


O comprometimento cardiovascular é a manifestação clínica mais comum da doença
de Chagas. Porém, diagnosticada tardiamente, pois possui uma evolução lenta, sendo
necessários em torno de 20 anos de infecção para o surgimento dos primeiros
sintomas de Insuficiência Cardíaca. Isso muitas vezes pode passar desapercebido aos
profissionais de saúde. E quando diagnosticado faz-se necessário iniciar o tratamento
imediato e continuado.
Apresente uma manifestação sobre o uso da Amiodarona 200 mg/dia em pacientes
com cardiopatia chagásica, abordando a efetividade desta classe terapêutica. E uma
proposta de manipulação da formulação para tratamento por 2 meses, considerando a
disponibilidade de: Cloridrato de Amiodarona, PM= 681.77, FORNECEDOR: Sigma
Merck, Densidade: 1,4 g/mL; Excipiente padrão contendo Amido, Aerosil®, Estearato
de Magnésio, Lactose, Densidade: 1,95g/mL.

A doença de Chagas (tripanossomíase americana) é uma condição infecciosa aguda e crônica


causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Sua trasmissão pode ocorrer de diferentes
formas: contato com fezes/e ou urina de triatomíneos hematófagos; ingestão de alimentos
contaminados com parasitos provenientes de triatomíneos infectados; materno-fetal,
transfusão de sangue ou transplante de órgãos; acidentes laboratoriais, pelo contato da pele
ferida ou de mucosas com material contaminado; transmissão sexual.
De uma a três décadas após a infecção aguda, 10 a 30% das pessoas com doença de Chagas
evoluem para as formas cardíacas, digestivas e cardiodigestivas, com importante impacto na
morbimortalidade e na qualidade de vida. Sendo que para as formas cardíacas a Amiodarona é
utilizada no protocolo clínico de tratamento de arritmias em pacientes com cardiopatia
chagásica, sendo que a decisão do uso deste medicamento deve levar em conta a avaliação de
riscos e benefícios, considerando que em geral os benefícios apresentados superam os
possíveis riscos.

As recomendações de uso da Amiodarona no tratamento de formas cardíacas causadas pela


doença de chagas seguem o descrito na tabela abaixo.

Condição Recomendação
Parada cardíaca prévia ou taquicardia Utilizar de rotina Dose: 300 mg em bólus,
ventricular sustentada (com ou sem CDI) 150 mg de dose suplementa
Taquicardia ventricular não sustentada com Considerar o uso Dose: 200 a 400 mg ao dia
alto risco de morte súbita (disfunção
sistólica do ventrículo esquerdo, escore de
Rassia elevado ou áreas extensas de fibrose)
Taquicardia ventricular não sustentada em Não utilizar
casos com baixo risco de morte súbita
Extrassístoles ventriculares não complexas Não utilizar

A justificativa para o emprego de Amiodarona em pacientes com Taquicardia


Ventricular não Sustentada (corroborada pelos resultados de dois estudos
randomizados argentinos) que incluíram pacientes chagásicos (10 e 20% do total da
amostra, respectivamente) demonstraram ser a amiodarona capaz de reduzir a
mortalidade total quando administrada a pacientes com arritmias ventriculares
complexas associadas à Fração de Ejecção de Ventrículo Esquerdo reduzida (< 35%).
Além de possivelmente reduzir a mortalidade, a amiodarona apresenta efeito
bloqueador beta-adrenérgico satisfatório, elevada eficácia em suprimir batimentos
ectópicos ventriculares, reduzida incidência de pró-arritmia e, apenas muito raramente,
afeta de forma clinicamente significativa o inotropismo cardíaco, podendo, portanto,
ser utilizada mesmo em casos de grave comprometimento da função ventricular
esquerda.
No protocolo clínico do CONITEC aprova o uso da amiodarona, mas faz ressalvas
quanto aos efeitos colaterais do mesmo, quando cita na tabela 8 quanto a posologia
de 200mg/dia, na qual pode causar alterações na função tireoidiana, prolongamento
do QT, taquicardia ventricular torsades de pointes e fibrose pulmonar.
Tendo em vista o protocolo clínico de escolha a proposta de manipulação para a
Amiodarona é a descrita abaixo.

Cloridrato de Amiodarona 200mg – Mande 60 capsulas


Cloridrato de Amiodarona, PM= 681.77, FORNECEDOR: Sigma Merck, Densidade:
1,4 g/mL; Excipiente padrão contendo Amido, Aerosil®, Estearato de Magnésio,
Lactose, Densidade: 1,95g/mL.

Cloridrato de Amiodarona 200mg


Conversão em [g]: 200mg/1000 = 0,2g

Peso Molécula:681,77g
Massa Mólecula: 645,31g/mL

F(eq): Pesso Molecular/ Massa Molécular: 681,77/645,31 = 1,06

Cloridrato de Amiodarona 0,2g x 60caps x 1,06 = 12,72g

Densidade = 1,4 g/mL

1,4g ----------------------- 1mL


12,72 g _____________ x
X = 9,09 mL de Cloridato de Amiodarona

Volume Total Ativos = 9,09/ 60 caps = 0,15 mL/caps


Capsula Escolhida: n°4 = 0,21
Capacidade Total: 0,21 x 60 = 12,6mL
Volume Excedente: 12,6 – 9,09 = 3,51mL

1,95 ___________ 1mL


X ____________ 3,51 mL

X = 6,84g de Excipientes

Amiodarona = 9,09 mL | 12,72g


Excipientes = 3,51mL | 6,84g

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