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Dire I To 2222222222
Dire I To 2222222222
Foi editada em 1942 como decreto-lei (n. 4657/42), e está em vigor até hoje.
Seu objetivo foi orientar a aplicação do código civil, dirimindo controvérsias que foram
surgindo desde a edição do primeiro código civil, em 1916.
Conteúdo
Pontos básicos
Função
Sua função, portanto, não é tecnicamente reger relações sociais, mas sim as
normas, uma vez que indica como interpretá-las ou aplicá-las, determinando-lhes a
TEORIA GERAL DO DIREITO
Profa. Ma. Flávia Alessandra Naves da Silva
2º Semestre – Direito – 2021.2
Revogação de normas
De acordo com o a artigo 2º, com exceção dos casos em que a lei tem tempo
determinado para vigorar, a lei terá vigor até que outra lei a modifique ou revogue.
O Artigo 5º diz que, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem comum. Assim, ao invés de aferrar-se à letra fria do
texto, o juiz deve fixar-se claramente no objetivo da lei e da justiça: manter a paz social.
Hoje em dia, diante dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, entre
os quais consta a erradicação da pobreza e da marginalização (artigo 3°, III da
Constituição Federal), pode-se dizer que os "fins sociais" a que alude o texto da LICC
estão estreitamente vinculados à busca de maior igualdade material entre os cidadãos
brasileiros e à modificação do caráter do direito de propriedade (artigo 5°, XXIII da
Constituição Federal), que deixa de ser absoluto e incontrastável para tornar-se, a um
só tempo, um instrumento de descentralização econômica (função clássica) e de bem-
estar e igualdade social (função moderna).
A lei de introdução ao código civil é um instrumento que orienta a sua própria aplicação,
definindo e compondo diferentes situações.
Art. 1° Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Vacatio Legis é esse lapso temporal, necessário para que as pessoas tomem
conhecimento do conteúdo da novel legislação.
Ou seja, mesmo que o último dia da vacatio legis caia num fim de semana ou
feriado, no dia seguinte, seja útil ou não, a norma entra em vigor, não havendo
prorrogação para o próximo dia útil.
Caso o prazo seja estabelecido em meses ou anos, deve-se aplicar o §3° do artigo
132 do Código Civil:
Assim, se uma lei for promulgada no dia 1° de março de 2023 com vacatio legis de
um ano, tal prazo restará expirado no dia 1° de março de 2024, e não no dia 29 de
fevereiro do mesmo, apesar desse ser ano bissexto. A legislação, portanto, entrará
em vigor no dia subsequente, ou seja, 2 de março de 2024.
Art. 2° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
§ 1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
§ 2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
No Brasil, não aplicamos o desuetudo. Ou seja, uma lei não pode ser revogada
pelos costumes. Apenas uma lei pode revogar outra norma. Se a lei for temporária,
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contudo, ela só será aplicável pelo período determinado em seu texto, tendo
revogabilidade imediata com o decurso do seu lapso temporal.
A revogação pode ser total ou parcial e revogar total ou parcialmente uma lei em
vigor. À revogação total, damos o nome de "ab-rogação"; à parcial, chamamos
"derrogação".
Nessa esteira, muito cuidado ao §2° do artigo 2°: uma lei nova que trata de
disposições gerais não revoga a norma que, em tese, está em contrariedade, caso
esta seja de uma lei especial. Ambas continuarão vigentes, uma sendo aplicada aos
casos gerais e a outra, às situações especiais que regula.
Repristinação
§ 3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
Suponha que uma lei A está vigente e é revogada por uma lei B. Uma lei C revoga
a Lei B anos depois. A lei A não volta a ter vigência, a não ser que a lei C assim
diga expressamente.
Supremo Tribunal Federal declara a nulidade da lei C, a lei B volta a vigorar em todo
o ordenamento.
Exceção a essa regra existe se a decisão determinar que seus efeitos devem ser
modulados ou se disser expressamente que não haverá restauração da lei
revogada.
Nos termos do artigo 3°, presume-se que todos conheçam as normas jurídicas.
Assim, ninguém pode alegar desconhecimento da lei para deixar de aplicá-la.
necessidade das regras de integração, pois omissões certamente irão surgir no dia
a dia dos aplicadores do Direito e há necessidade de preenchimento desses
"buracos".
Sendo assim, é vedado que o juiz deixe de julgar alegando lacuna da lei, o
chamado non liquet.
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Então, quando a lei for omissa, o juiz, para cobrir os "buracos" do ordenamento,
deve aplicar, em ordem de preferência, a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito. Deve-se atentar para o fato de que esse rol é taxativo.
Além disso, tendo por base o dispositivo citado, presume-se que o juiz conheça
todas as leis dos casos que lhe são levados (iura novit curia), exceto quando se
tratar de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, nos termos
do Código de Processo Civil:
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: [...]
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada.
Essa regra, contudo, não é geral. Existe a possibilidade de que a lei tenha efeitos
retroativos, desde que haja essa previsão expressa em seu texto normativo e que
não sejam prejudicados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
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A coisa julgada se trata de característica da decisão judicial contra a qual não cabe
mais recurso no mesmo processo. Logo, se uma decisão interlocutória aprecia o
mérito de maneira terminativa e contra ela não há interposição de recurso, ela se
reveste da característica da coisa julgada.
Vale apontar, contudo, que a coisa julgada não pode violar a Constituição.
O ato jurídico perfeito, por fim, é aquele que já foi realizado, tendo todos os seus
efeitos se exaurido.
Ultratividade da lei
No Direito Penal temos diversos exemplos. O mais comum é aquele da lei benéfica:
se um acusado comete um criem quando vigora uma lei material que lhe favorece
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e é condenado quando existe uma outra lei mais gravosa à sua situação, o juiz deve
aplicar a lei anterior, pois, como aquela ajuda em sua situação, existe ultratividade,
devendo ela ser aplicada em favor do condenado.
Mas a ultratividade não se limita ao Direito Penal. Por exemplo, se uma pessoa
morreu quando estava em vigor o Código Civil de 1916, ainda que seu inventário
seja aberto hoje, será aplicado aquele Diploma ao caso.
Nesse sentido, vale menção o artigo 17 da LINDB, que admite a aplicação de leis,
atos, sentenças e declarações de vontade de outros países:
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações
de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional,
a ordem pública e os bons costumes.
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Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. […]
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
A. Competência
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação
dos bens.
do de cujus. Logo, se a lei do domicílio do de cujus for mais favorável a eles, essa
é a regra que será aplicada, conforme nos diz o §1° do artigo 10 da LINDB.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado
no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1° Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a
imóveis situados no Brasil.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna
os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a
execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
C. Territorialidade X extraterritorialidade