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ÍNDICE

Titulo Página

A Assembléia de Westminster 1

Antecedentes Históricos 2

Constituição, Funcionamento
Ambiente e Espírito
Obra da Assembléia 4

Valor Doutrinário dos Símbolos


Princípios Estabelecidos
Aceitação e Alterações 7

Críticas e Objeções
Apologia dos Símbolos 9

A Assembléia
Posfácio 10

de A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER
Westminster No dia 10 de julho de 1643, reuniu-
se em Londres,um Sínodo de teólogos
E. F. BEDA - EDITOR calvinistas que se considera a mais
São Paulo, SP, Brasil notável assembléia protestante de todos
1984 os tempos, tanto pela distinção dos
elementos que a constituíram, como
Direitos Autorais © 1984 pela obra que realizou e ainda pelas
E. F. Beda - Editor corporações eclesiásticas que re-
São Paulo – SP – Brasil ceberam dela os padrões de fé e as
influências salutares durante esses
Capa trezentos anos. Tomou ela o nome de
Vista noturna da Abadia de Westminster, Westminster devido ao local em que se
em Londres, Tirada de um cartão postal, realizaram as suas sessões durante mais
de cinco anos e meio, a saber, o templo
Ilustrações anglicano de Londres, bem conhecido
A Câmara “Jerusalém” da Abadia de
como Abadia de Westminster, nome
Westminster (p.8). Foto tirada do livro:
Theology of The Westminster Symbols, esse que procede dos tempos anteriores
Cincinati, Ohio, 1911; O Selo da Assembléia à Reforma.
de Westminster, (p.25), foto do original Essa assembléia representa o ponto
pertencente a uma coleção privada, na culminante de uma luta secular entre a
Inglaterra, tirada do mesmo livro citado. corrente puritana e a anglicana dentro
da Igreja da Inglaterra. A referida luta
E. F. BEDA - Editor apresenta um aspecto eclesiástico e
Rua Cristiano Viana, 295 outro político. Ao aspecto eclesiástico
05411 - São Paulo - SP - Brasil

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era a luta do puritanismo contra a viveu e morreu católico, desavindo-se com
hierarquia e a liturgia semi-episcopal o papa pela razão bem conhecida de seu
romanista. Ao aspecto político fora um casamento, separou-se do papado e
conflito em favor dos privilégios assumiu a chefia da Igreja na Inglaterra.
parlamentares e das liberdades Oficialmente a Inglaterra se tornara
populares contra o absolutismo protestante, embora só houvesse nesse
monárquico dos Stuarts. país até 1534 alguns grupos esparsos de
Reuniu-se a Assembléia numa evangélicos genuínos. Fizeram-se algumas
época de terrível efervescência política e reformas religiosas durante o reinado de
agitação religiosa da História, não só da Henrique VIII, talvez mais por influência de
Inglaterra como da Europa continental, Ana Boleyn, a qual por interesse, e talvez
época de sacrifícios pela liberdade de em alguns casos com sinceridade, se
consciência, de ambições as mais inclinava 'para o protestantismo. No
desmedidas, de reivindicações ousadas entanto, as coisas continuaram mais ou
e de contradições as mais aberrantes e menos na mesma, exceção feita de que
dolorosas. As nações e os seus príncipes era o rei o chefe visível da Igreja e não o
conspiravam para impor, por meio da papa.
espada, os seus credos religiosos; Com a sua morte em 1547, subia ao
protestantes e católicos se empenhavam trono seu filho Eduardo VI, que começou a
na Guerra dos Trinta Anos; a Holanda era imprimir feição nova à Igreja sob a
teatro dos mais veementes debates influência do arcebispo Cranmer. Parecia
entre calvinistas e arminianos; John que a Inglaterra ia entrar num período de
Milton propugnava a liberdade de verdadeira Reforma. Veio a morte
imprensa; e Oliver Cromwell se ades- prematura do rei e subiu em seu lugar a
trava na arte do comando de cavalaria, sua irmã Maria Tudor, em 1553, católica
em guerra contra o rei Carlos I. ferrenha, que empenhou todas as suas
Visto que a reunião da assembléia forças para desfazer a obra de seu pai e de
era o epílogo de um conflito de mais de seu irmão e para reconduzir ao romanismo
um século dos puritanos com o a Inglaterra. As perseguições desse
anglicanismo e com o romanismo, o bom período valeram-lhe a aquisição do título
entendimento do assunto exige que com que ficou conhecida na História, de
façamos uma excursão, muito breve Maria, a Sanguinária. Fugindo à sanha
embora, sobre os seus antecedentes. dessa inimiga pertinaz os crentes
deixavam às centenas a Inglaterra para
o continente, especialmente Holanda,
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA margens do Reno e Genebra, entrando
ASSEMBLÉIA em contato direto com Calvino, então,
no auge de sua influência. Em 1558
morre a Sanguinária e sobe ao trono
Isabel, sua irmã. Esta, no seu longo
reinado, muito favoreceu a Reforma, e
restaurando o “Ato de Supremacia”
decretado por seu pai, Henrique VIII,
assumiu a chefia da Igreja Anglicana,
como rainha que era. O
protestantismo dessa rainha mesmo
era um tanto acomodatício, fosse por
prudência, na difícil situação em que
se encontrava, ou por interesse
político. O certo é que o seu primeiro
parlamento se abriu com uma missa e
Em 1534 Henrique VIII, que nasceu, um sermão evangélico ao mesmo

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tempo. Certo autor diz que as velas VI, o Infante, se tornou rei da Escócia.
brilhavam nos altares com crucifixos ou O presbiterianismo tomou vulto na
bruxuleavam e se apagavam de acordo Escócia despeito de ser católico o rei, e
com as circunstâncias. Não obstante, um quando Isabel faleceu na Inglaterra, em
de seus primeiros atos foi permitir o 1603, os dois reinos se uniram sob Tiago
regresso â pátria dos exilados dos VI, da Escócia, que ascendeu ao trono
tempos de Maria Tudor. Os exilados como Tiago I, rei da Inglaterra e da Escó-
tinham podido apreciar melhor, no cia e chefe da Igreja Anglicana. Ao
continente, os erros e a formalidade do morrer, em 1625, não conseguira, como
culto católico, e voltavam imbuídos do tentara, obrigar os presbiterianos da
espírito evangélico que. haviam Escócia e os puritanos da Inglaterra a se
encontrado em Genebra e noutras submeterem ao anglicanismo. Por sua
partes. Começaram a insistir em que os morte, em 1625, ascende Carlos I, seu
ingleses não sabiam o que era Reforma. filho, como rei da Inglaterra e da Escócia
Pregavam a necessidade de governo de e Chefe da Igreja, mais determinado do
igreja “puro”, culto simples e “puro”, que seu pai em fazer "conformar" os
doutrina “pura” e sobretudo vida “pura” puritanos da Inglaterra e os
de onde lhes adveio o nome de presbiterianos da Escócia com o
puritanos. Uma das coisas que mais anglicanismo. Mandou emissários â
aborrecimento lhes causavam era a Escócia para impor o ritual anglicano aos
paramentação do clero. Houve até escoceses. No velho templo de Saint
bispos que pregavam contra isso em Giles, em que pontificara João Knox,o
termos desabridos. O bispo Jewell Deão celebra o culto à maneira
chamava essas vestes de “roupas de anglicana. Uma jovem operária, de
palco”, “relíquias dos amorreus” e dizia nome Gennie Geddes, entendendo que
que deviam ser “exterminadas pela aquilo se parecia com missa católica,
raiz". O bispo Pilkington taxava-as de tomou do banquinho em que se
“aparelhamento papísta”, “impróprio de assentava e o atirou certeiro à cabeça
quem professa a piedade”. O arcebispo do Deão, seguindo-se um verdadeiro
Parker também se expressou no mesmo levante geral dos assistentes. Esse ato
sentido. O puritanismo cresceu a ponto foi o rastilho da revolta que se seguiu.
de causar preocupações à própria Isabel Os escoceses assinaram de novo, às
e de se tornar uma grande força no fim dezenas de milhares, a Solene Liga e
de seu reinado. Todos os esforços da Pacto, e organizaram-se em exército que
rainha para reduzi-lo ao anglicanismo marcha para a fronteira, a enfrentar o
foram baldados. exército de Carlos I. Os signatários do
Entre os exilados, regressos do pacto, os "covenanters", haviam jurado
continente logo no ano seguinte de sua defender a fé até a morte.
ascensão ao trono em 1559, estava João Carlos I compreendeu que não
Knox, que assumiu a direção da Reforma dispunha de recursos em dinheiro e em
na Escócia. Até então, só havia na homens para enfrentar um exército
Escócia também grupos esparsos de semelhante. Fez eleger um Parlamento
crentes evangélicos. Já em 1560, porém, que lhe votasse recursos de homens e
o Parlamento escocês abolia o de dinheiro e verifica com horror que o
romanismo e estabelecia, como religião povo elegeu um Parlamento puritano.
oficial,o presbiterianismo, que até hoje Dissolve este e determina que se
permanece como tal. Knox entrou em proceda a nova eleição. Maior número
luta com a formosa rainha da Escócia, de puritanos foi eleito. Resolve dissolvê-
Maria Stuart, que era católica, mas a lo, mas o Parlamento permanece em
despeito de seus esforços ingentes não trabalhos desde 1640 até 1653, pelo
conseguiu reconduzir a Escócia ao que toma o nome de Longo Parlamento,
romanismo. Abdicou, e o seu filho Tiago Foi nessas circunstâncias que se con-

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vocou a Assembléia de Westminster. apenas consultivo, reservando-se o
Duas convocações da Assembléia feitas próprio Parlamento a autoridade finai de
pelo Parlamento foram anuladas pelo decisão sobre os assuntos estudados
rei. Ainda a terceira o rei proibiu em 22 pela Assembléia. Definiu-se também
de junho de 1643 que se reunisse, mas com clareza, quanto ao seu objetivo,
em 10 de julho de 1643 se reunia a que se devia convocar uma assembléia
Assembléia em presença das duas Casas de teólogos piedosos e eruditos e outros
do Parlamento na Abadia de com quem se consultasse o Parlamento,
Westminster, da qual tomou o nome. com o fim de "estabelecer o Governo e a
O rei não se conformando com isso Liturgia da Igreja da Inglaterra e de
organizou um exército para submeter o defender e isentar a Doutrina da dita
Parlamento e este organizou outro Igreja de falsas acusações e
exército e mandou, um emissário à interpretações".
Escócia pedir auxílio militar. Estava a Esses os objetivos iniciais. No
Inglaterra lançada na guerra civil. Os entanto, quando o Parlamento sentiu
escoceses prometeram auxílio sob a necessidade do apoio da Escócia veio a
condição de que todos os membros do assinar o pacto da solene liga e os
Parlamento assinassem o "Pacto e a Liga objetivos da Assembléia se estenderam
Solene", no que foram atendidos em 17 no sentido de alcançar unidade e
de agosto de 1643. O pacto obrigava os uniformidade religiosa nos três
signatários a preservarem a Religião domínios, a saber, na Inglaterra, na
Reformada na Igreja da Escócia e a Escócia e na Irlanda. Parece certo
reformar a religião na Inglaterra e na também que os escoceses exerceram
Irlanda, em doutrina, culto, disciplina e desta maneira uma influência notável,
governo, de acordo com a Palavra de embora em pequeno número, na direção
Deus e o exemplo das melhores Igrejas de se preparar um padrão doutrinário
Reformadas". Os escoceses nomearam que pudesse ser aceito por todos.
também oito representantes para a Deixaram de lado a idéia inicial de
Assembléia de Westminster, quatro reformar os Trinta e Nove Artigos de Fé
ministros e quatro presbíteros, dois dos da Igreja Anglicana e se atiraram à
quais nunca tomaram assento. O auxílio tarefa de reformar essa Igreja de alto a
militar veio também e habilitou o baixo e de preparar uma Confissão de
Parlamento a derrotar completamente o Fé, os Catecismos e um Diretório de
exército de Carlos I. Culto e Governo de Igreja. Os repre-
Longe teríamos de ir se sentantes da Igreja Escocesa eram
quiséssemos prosseguir na apreciação poucos em número e, embora
do aspecto histórico daqueles dias preferissem tomar parte nas discussões
tumultuosos da vida civil, política e e nos trabalhos da Assembléia sem
religiosa da Inglaterra. Mas é já tempo direito de voto, exerceram pela sua
de dizermos algo sobre a própria grande capacidade uma influência
Assembléia de Westminster, sua decisiva em favor do calvinismo e da
importância, suas realizações e sua forma presbiteriana de governo e de
influência. culto. Eram eles os ministros Alexander
O assunto é por demais complexo Henderson, Robert Baillie, George
para caber dentro de uma só preleção. Gillespie e Samuel Rutherford, e dois
Tentaremos apenas esboçar algo que leigos, Lord Maitland e Sir Archibald
nos revele a relativa importância da Johnston, uma elite da igreja Escocesa.
Assembléia de Westminster.
Começaremos por assinalar os seus
objetivos. Ao ser convocada, as duas CONSTITUIÇÃO
casas do Parlamento haviam definido FUNCIONAMENTO
com clareza que o seu caráter seria AMBIENTE E ESPÍRITO OS

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SÍMBOLOS DE FÉ reconheceram as prerrogativas da
assembléia.
O Parlamento nomeou no dia 12 de Na reunião de abertura havia
junho de 1643 os homens que deveriam presentes 69 deputados, algumas vezes
constituir a Assembléia em número de houve 96 presentes, mas a média de
151, sendo 121 clérigos e 30 membros freqüência era entre 60 e 80.
do Parlamento. Entre eles se Impossível seria mencionar os
encontravam homens de vasta e nomes de todos os valores intelectuais e
profunda erudição teológica, além de se morais representados na Assembléia.
distinguirem pelo seu ardor religioso e Algumas referências gerais a esse
pelo seu caráter. Havia representantes respeito é justo que façamos. Richard
de todos os shires (condados ou Baxter, notável como pregador, escritor
distritos) da Inglaterra e das diferentes e teólogo inglês, não fez parte da
correntes evangélicas da época. A casa Assembléia e se declara insuspeito para
dos Lordes estava representada por dez externar a seguinte opinião: "Os
deputados e a dos Comuns por vinte. teólogos aí congregados eram homens
Quanto ás facções religiosas, de grande erudição, piedade,
encontravam-se episcopais, entre os capacidade ministerial e fidelidade (...) e
quais o arcebispo Usher, os erastianos, segundo a informação de toda História a
que entendiam com Erastus, de esse respeito e de outras fontes de
Heidelberg, que o Estado devia ser a evidência", o mundo cristão nunca teve,
sede final da autoridade eclesiástica, a desde os dias apostólicos um sínodo de
cujo grupo pertencia o popular e erudito teólogos mais excelentes do que este e
John Lightfoot, autor das célebres Horae o Sínodo de Dort". O Dr. Robert Baillie
Hebraicae et Talmudicae, os diz: "Outra assembléia igual eu nunca vi,
independentes (ou congregacionais), e como se diz aqui, semelhante nunca
incluindo Thomas Goodwin, mais tarde houve na Inglaterra nem é provável que
capelão de Cromwell e Philip Nye, breve venha a existir em qualquer
regressados do exílio na Holanda, os parte".
presbiterianos, e a comissão já referida
de deputados da Igreja da Escócia. O O FUNCIONAMENTO DA
moderador nomeado pelo Parlamento foi ASSEMBLÉIA
o Dr. Willíam Twisse, homem dos mais
célebres de seus dias peia sua erudição O Parlamento estabelecera cerca de
teológica, coroado de honras na dez regras bem definidas de regimento
Universidade de Oxford e conhecido em interno. Além destas a Assembléia
toda a Europa pelos seus escritos. adotou mais outras. Todas as sessões
Pregou o sermão de abertura perante o deviam abrir-se com oração, nenhuma
Parlamento na Abadia de Westminster, proposta seria votada no mesmo dia de
sobre João 14:18 - "Não vos deixarei sua apresentação. Tudo que se
órfãos, voltarei para vós". A maioria desejasse estabelecer deveria ser
absoluta desses homens era calvinista, baseado nas Escrituras. A mais ampla
havendo muita unidade doutrinária e liberdade de discussão deveria ser
divergências em matéria de governo de assegurada a todos. O horário era das 9
igreja. às 16 horas todos os dias úteis exceto
Não se deve pensar que todos aos sábados.
esses homens tomaram assento às
sessões da memorável assembléia. Os O AMBIENTE E O ESPÍRITO
episcopais em face de haver o rei
proibido a efetivação da assembléia não Numa mesa num estrado alto
puderam comparecer, senão uns preside o Dr. Twisse, um pouco à frente
poucos. Os bispos anglicanos nunca os dois assessores-chefes ou vice-

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moderadores em cadeiras à direita e à com profunda apreciação à oração do
esquerda do presidente. Na extremidade Dr. Marshall de duas horas. Termina
de longa mesa estreita, sentam-se os dizendo que Deus evidentemente
dois secretários; em bancos ao longo da estivera presente nesses exercícios
sala os escoceses, em bloco, à direita do todos, devendo ter sido uma bênção não
moderador;nos lugares restantes, os só para a Assembléia como para todo o
membros da Câmara dos Comuns e os Reino e mais ainda afirma que esse fora
teólogos ingleses. Os membros da Casa um dos dias mais deliciosos que ele
dos Lordes têm fácil acesso à lareira. A experimentara na Inglaterra, o dia 17 de
indumentária dessa gente é variada e maio de 1644.
bizarra, de acordo com uso da época: os E não se deve levar à conta de
Lordes com seus casacos vividos, fanatismo ou exagero essa atitude dos
folgados e espadas balouçantes; os teólogos de Westminster, e sim â conta
teólogos ingleses de togas à moda de da consciência que esses homens tinham
Genebra; um ou outro clérigo com suas dos perigos que ameaçavam a obra do
vestes canônicas; os Comuns, de longas Reino de Deus. Merece respeito a
meias de seda, capinhas curtas e descrição que Baillie faz da oração
calções pelo joelho, tudo de cores fervorosa e piedosa do Dr. Marshall, de
sombrias, em contraste com a duas horas. Diz um escritor que, nas
frivolidade, para não dizer com o suas circunstâncias, quando esses
almofadismo, dos Lordes; os teólogos homens chegavam ao trono da graça não
escoceses, irrepreensivelmente sabiam mais como deixá-lo, sem receber
barbeados, cabelos cortados a a bênção pedida.
escovinha, colete abotoado até o Se tudo que se disse até aqui
pescoço, casacos apertados, calções demonstra a importância dessa
(knee breeches) e sapatos delicados assembléia, mais ainda o revelará a
com fivelas de prata... Isso mereceria consideração das suas realizações.
comento, se não estivesse fora do
propósito desta hora. SUA PRINCIPAL OBRA - OS
Apreciemos rapidamente o espírito SÍMBOLOS
da Assembléia. As discussões tinham
cunho elevado e alta erudição. Havia de- A Assembléia que esteve reunida
bates ex-tempore que maravilhavam os durante cinco anos, seis meses e vinte e
mais cultos. Não se economizava tempo, dois dias, celebrou 1163 sessões, não se
a despeito da confusão política e mencionando as centenas de reuniões de
religiosa dominante no país. Baillie diz comissões e subcomissões. O resultado
que "eles arengavam demorada e desse esforço foi a produção dos
eruditamente". Os jejuns eram documentos seguintes:
freqüentes, pelo menos um dia em cada A Confissão de Fé, os Catecismos, o
mês. Caracterizavam a Assembléia, Maior e o Breve, o Diretório de Culto
profunda reverência pela autoridade das Público a Deus a Forma de Governo de
Escrituras, senso de completa Igreja e Ordenação e um Saltério - os
dependência de Deus, espírito de oração Salmos metrificados para uso no culto
a que dedicavam largo tempo. público. Esses documentos não estão
Realizavam cultos solenes, consagrando, aqui na ordem cronológica de aprovação
âs vezes, todo um dia a esse fim. pelo Parlamento mas foram por este
O Rev. Robert Baillie nos conta aceitos entre 1644 e 1648, tomando-se a
como num dia desses de jejum e culto Igreja Presbiteriana oficial na Inglaterra,
houve quem orasse duas horas, sermões em substituição da Igreja Anglicana com
de uma hora entrecortados por orações seus bispos e arcebispos.
de uma hora, por cântico de salmos ou A aprovação final da Confissão de Fé,
orações de quase duas horas. Refere-se se deu em 22 de março de 1648, mas só

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durou doze anos na Inglaterra a SÍMBOLOS
oficialização do presbiterianismo, pois na PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS
restauração de Carlos II, em 1660, a Igreja ACEITAÇÃO E ALTERA ÇÕES
Anglicana foi de novo oficializada e o
presbiterianismo rejeitado. Na Escócia, Impossível seria fazer justiça nos
porém, aprovada pela Assembléia Geral da limites desta palestra já longa ao valor
Igreja em 15 de fevereiro de 1645 e dos símbolos de Westminster como
ratificada pelo Parlamento em 1690, exposição do ensino bíblico.
permaneceu. Tem-se a impressão de que a Seria preciso especificar e analisar
obra falhara na terra em que nascera, o seu conteúdo, o que importaria em
quando Cromwell em 1660 estabeleceu o tema bastante para uma conferência.
episcopado, os 39 Artigos e o Livro de A Confissão de Fé tem sido
Orações Comuns, anglicano. A Inglaterra considerada como o fruto mais
nunca se tomou fortemente presbiteriana. amadurecido da teologia do século XVIII.
A Igreja Presbiteriana lá hoje existente, de Caracteriza-se por lucidez excepcional,
origem recente, não tem raízes na seqüência lógica, equilíbrio, sobriedade
Assembléia de Westminster. Mesmo assim e linguagem precisa, evitando os
o esforço não foi de todo perdido, pois extremos comuns na época. Comparada
como resultado final estabeleceu-se uma com o Catecismo de Heidelberg, ou com
monarquia constitucional e um a Segunda Confissão Helvética de
episcopado moderado, com um edito de Bullinger ou com os 39 Artigos da Igreja
tolerância em favor dos dissidentes Anglicana, representa o tipo mais rigoro-
protestantes. Mas os presbiterianos so e filosófico de credo. Considera-se a
escreveram então nesses dias lancinantes mais clara, mais forte e mais lógica das
páginas de sua história. Logo de início o rei exposições do sistema calvinista de
Carlos II permitiu a adoção de medidas doutrina cristã. Incorpora o pensamento
pelo Parlamento que excluíam da Igreja teológico que a Fé Reformada havia
dois mil ministros simpáticos ao tornado culminante tanto no Continente
presbiterianismo e na Escócia como na Escócia e na Inglaterra.
quatrocentos foram destituídos de suas Estabelece quatro grandes princípios: 1)
igrejas, sofrendo, ministros e leigos, a autoridade das Escrituras; b) a
torturas, prisões, exílio. Foi nessa época soberania de Deus; 3) os direitos da
que John Bunyan, pregador batista, autor consciência; 4) a jurisdição exclusiva da
de O Peregrino, esteve doze anos na Igreja em sua esfera de ação. Não se
prisão de Bedford, em que escreveu a obra deve entender que naquela época o 3º
referida. Alarmados com a determinação destes princípios significasse tolerância
do rei católico, Tiago H, irmão e sucessor religiosa completa e nem que o 4º
de Carlos II de restabelecer o romanismo, estabelecesse a separação da Igreja e do
os ingleses depuzeram-no e convidaram Estado. Os teólogos de Westminster
Guilherme, de Orange, genro de Tiago II, a sempre foram leais à coroa, até mesmo
vir, como presbiteriano holandês, em a Carlos I, para cuja execução não
socorro da religião e da liberdade na contribuíram os presbiterianos.
Inglaterra. Abriram-se as portas das Não obstante, foi baseado no
prisões, muitos ministros reassumiram já grande princípio aí estabelecido de que
velhos o seu pastorado, quebrou-se o só Deus é Senhor da consciência, que se
poder do papa e o protestantismo ficou estribaram mais tarde os que defendiam
estabelecido definitivamente como a a liberdade de consciência religiosa nos
religião do povo inglês. Raiava a aurora do Estados Unidos, em cuja Constituição foi
dia por que haviam suspirado e orado os firmado com clareza iniludível o princípio
crentes durante dois séculos. em apreço. Foram os descendentes
espirituais dos que elaboraram a
VALOR DOUTRIN ÁRIO DOS Confissão de Fé que no Presbitério de

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Hanover tomaram a dianteira em incluir Pears Jr.)
o princípio de liberdade religiosa na O ideal de governo democrático
Declaração de Direitos do Estado da recebeu um grande impulso do sistema
Virgínia, em 1776, e que no mesmo ano de governo representativo estabelecido
na Pensilvânia contribuíram para a nos padrões de Westminster. A própria
elaboração da primeira Constituição de Assembléia funcionou em forma
Estado em que se estabelece a democrática modelar. Já vimos que
tolerância completa e universal de havia ampla liberdade de discussão
opinião religiosa. De fato, o Capítulo XX embora isso trouxesse os abusos
da Confissão expressa com clareza naturais no caso. Os independentes, por
máxima esse princípio hoje vencedor. exemplo, prolongavam
O 1º princípio a que aludimos, o da desnecessariamente as discussões. Os
autoridade suprema das Escrituras membros da Assembléia tolerando esses
estabelecido logo no início da Confissão abusos revelaram a fé, que os animava,
é um exemplo entre muitos outros de no poder da verdade.
verdades apresentadas com tal Outros valores morais de alta
felicidade de expressão e propriedade importância prática podem ser
de termos que dificilmente poderia ser atribuídos à interpretação das Escrituras
melhorado. Veja-se todo o Capítulo I. divulgada pela Confissão de Fé
Dele diz Philip Schaff: "Nenhum outro presbiteriana, dos quais mencionaremos
símbolo protestante tem uma apenas dois. O primeiro é a importância
apresentação tão clara, judiciosa, dada ao lar. A santidade com que encara
concisa e exaustiva deste artigo o matrimônio, inculcando a idéia de que
fundamental do protestantismo". se casem "no Senhor" os crentes e a
(Creeds of Cristendom, Volume I, pág. interpretação dada â questão do divórcio
767). têm contribuído para a formação de
O 2º princípio, o da soberania de lares em que se moldaram alguns dos
Deus, cuja importância não se pode caracteres mais nobres e fortes, nas
encarecer demais e de que depende a regiões em que os padrões de
doutrina da eleição e da salvação pela Westminster foram aceitos e praticados.
graça de Deus, permeia o pensamento Não foi por acaso, diz alguém, que
dos teólogos em todas as páginas de Robert Burns retratou no seu poema
sua obra. Alguns têm objetado que essa Cotter"s Saturday Night (O Sábado à
doutrina anula a liberdade humana. O Noite em Cotter), a cena de um lar
Dr. James Moffat refuta, essa idéia humilde e cristão em terras plasmadas
dizendo: "O calvinismo de Westminster pelo presbiterianismo. O poeta mesmo
considera a supremacia de Deus e a se desenvolveu sob as influências dos
liberdade humana como verdades padrões de Westminster. Certa moça
complementares e é igualmente leal a escocesa, empregada humilde, ouvindo
primeira como à segunda". E insiste em recitar o poema perante um grupo
que nem mesmo a figura de uma elipse maravilhado de ingleses, ingenuamente
com dois focos poderia ilustrar bem essa exclamou: "Não vejo nada demais
relação, pois, a liberdade do homem não nesses versos, pois assim mesmo é que
é uma coordenada com a soberania de se faz todos os dias em casa de meu
Deus, mas é subordinada a esta. A pai".
liberdade humana, diz ele, "é um dom “From scenes like these old Scotia’s
do Deus soberano". "A soberania de grandeur springs.” “That makes her
Deus é um fato primário de que lov'd at home, rever'd abroad”,1 (Burns)
depende inteiramente a liberdade do 1
“De cenas como essa é que emana a grandeza
homem. A primeira doutrina está no
da Escócia”, “ Que a torna amada nos lares e
centro e a segunda pertence â respeitada por toda parte"
circunferência". (Citado pelo Dr. Thos. C.

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Presbiteriana da Inglaterra resolveu em
O outro valor a que aludimos, de 1892 que os oficiais deveriam aceitar os
ordem prática, é a ênfase dada à guarda Símbolos na sua essência calvinista
do Dia do Senhor. Os padrões de dando ênfase, porém, ao amor de Deus
Westminster só reconhecem um dia em seu Evangelho.
santo, mas este de obrigação moral A Igreja Presbiteriana dos Estados
perpétua. Deve ser todo santificado por Unidos adotou cedo, aos 19 de setembro
um santo repouso e por obras de de 1729, no Sínodo de Filadélfia, os
caridade ou de culto público e particular. Símbolos de Westminster, com certa
Na verdade esse traço distingue os liberdade, porém, para os candidatos
presbiterianos dignos desse nome em que tivessem dúvida sobre pontos
toda parte. Não é necessário salientar o julgados não essenciais pelo Sínodo, e
valor moral e espiritual da obediência a com certas restrições sobre matéria
este preceito. Não será essa uma das relativa ao magistrado civil.
causas da espiritualidade maior das Alguns capítulos têm sido
igrejas na Grã Bretanha e nos Estados acrescentados nas Igrejas do Norte e do
Unidos e ao mesmo tempo o descuido Sul dos Estados Unidos. A do Sul adotou
desse preceito uma das maiores causas novos capítulos, por exemplo, sobre o
da frieza e do formalismo reinante nas Espírito Santo, o Amor de Deus e as
Igrejas Reformadas do Continente missões de que a Assembléia de
europeu? Westminster não tratou suficientemente,
em face do aspecto moderno assumido
ACEITAÇÃO E ALTERAÇÕES pela obra do Reino de Deus. Modificou-
FEITAS se também o artigo sobre a eleição dos
que morrem na infância para afirmar
O Parlamento escocês ratificou de com clareza que "todos os que morrem
novo a Confissão de Fé em 1690 e as na infância estão incluídos na eleição da
Assembléias da Igreja Escocesa de graça". Alteraram-se palavras a respeito
1690,1700 , de juramentos, casamento e referências
1704 e outras exigiam que os ao papa, como "o homem do pecado".
ministros e licenciados para pregar o
Evangelho bem como os presbíteros
deveriam subscrever a Confissão de Fé
sem emendas e isso foi lei até 1879.
Nessa data, porém, a Igreja Presbiteriana O Selo da
Unida da Escócia resolveu adotar uma Assembléia
explicação do Ato Declaratório com o Original preservado
fim de esclarecer certos pontos que lhes numa coleção
apreciam inconsistentes com a Escritura. particular na
Eram sete pontos e incluíam o amor de Inglaterra
Deus, os decretos, a Responsabilidade
do homem natural a despeito de sua
incapacidade inata, a possibilidade da
salvação dos que não ouviram a Tem-se feito também uma exigência
pregação e de todos os que morrem na maior com o ministério e com os oficiais
infância, o dever de pregar a toda quanto a subscreverem os Símbolos em
criatura, a liberdade de interpretação sua essência. Dos candidatos â profissão
em coisas não essenciais e a con- de fé, diz o próprio Dr. Robert Dabney,
denação aberta de toda e qualquer exige-se apenas a aceitação de pontos
intolerância no Estado ou na Igreja. Em essenciais â redenção de sua alma e à
1892 a Igreja Livre adotou Ato santificação de sua vida.
Declaratório semelhante. A Igreja Tudo isso mostra que a obra pode ser

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melhorada, ninguém a considera alguém que não estão certos os nossos
intangível. Longe disso. Não nos símbolos, não o perseguiremos por isso,
precipitemos, porém, nessa direção. Há mas deixá-lo-emos à vontade para se
definições insubstituíveis, valores filiar ao grupo que lhe parecer melhor.
permanentes e a despeito da crítica Fala-se muito hoje contra os
referida, dado um balanço criterioso, as padrões doutrinários. Insistem alguns
partes suscetíveis de modificação em que não se precisa mais do que das
representarão sem dúvida uma Escrituras. Não estaremos nós neste
porcentagem insignificante. Demais é obra momento incidindo, com esta co-
de Mestres em tal acepção do termo que memoração dos padrões de Westminster
nós somos pigmeus diante deles. A cultura em seu tricentenário, em falta
teológica e filosófica dos deputados de semelhante àquela dos fariseus e que
Westminster, o seu fervor religioso, a sua lhes valeu ouvirem do Mestre a censura:
reverência pelas Escrituras, o seu espírito "Em vão, porém, me honram, ensinando
de oração, a sua sinceridade enfim, lhes doutrinas que são mandamentos de
emprestam um brilho e uma competência homens"? (Marcos 7: 7).
que nos deve muito fazer humildes e Não, respondemos sem hesitar,
modestos em tocar nessa obra prima que justamente porque os teólogos de
os nossos Símbolos representam. Westminster se esforçaram por ser fiéis
â Bíblia. Cada membro da Assembléia
CRITICA E OBJEÇÕES teve que assinar o seguinte voto:
APOLOGIA DOS SÍMBOLOS “Solenemente prometo e faço voto
CONSIDERAÇÕES FINAIS diante de Deus Todo-poderoso, que
nesta Assembléia de que sou membro,
Tem-se feito crítica à Confissão, de nada sustentarei em matéria de doutrina
dar ênfase demasiada à doutrina da senão o que eu creio ser mais de acordo
soberania de Deus e seus decretos sem com a Palavra de Deus, nem em questão
considerar a paternidade de Deus e o de disciplina, senão o que possa
seu amor na proporção devida. Critica-se contribuir para a glória de Deus e para a
ainda por adotar pormenores que nem paz e o bem de sua igreja”. Não,
todos poderiam aceitar, em questões respondemos ainda, porque o
que poderiam ser consideradas argumento dos que rejeitam o dogma
secundárias e de ser omissa em prova demais. Se estabelecer um padrão
questões de atualidade de que naqueles de doutrina como fizeram os teólogos de
tempos não se cogitava. Westminster em discussões eruditas
Outros objetam ainda que os sobre o sentido exato das palavras da
símbolos de Westminster são Bíblia, à luz do contexto e do consenso
imperfeitos. Quanto a isso diremos que do ensino bíblico é desprezar as
nenhuma obra humana é perfeita Escrituras ou substituí-las, então toda a
mesmo. predica o seria e todos os Comentários
Talvez tenhamos que admitir que ao também o são. Nesse caso, só se
menos em parte algumas dessas críticas deveria limitar o ministro a ler a Bíblia e
sejam procedentes. Pelo menos algumas nenhuma explicação fazer dela do
reformas feitas, primeiro na Escócia s púlpito. Tal atitude, porém, é que seria
depois nos Estados Unidos parecem contrária ao ensino claro de muitos
confirmar isso. passos bíblicos, como Neemias 8:8; 2
Não se impõe a ninguém o nosso Timóteo 4:2; 2:2 e 1:13 e Judas 3. Além
padrão. Apenas se estabelece que os disso, os padrões doutrinários
que entenderem que a interpretação de estabelecem o conjunto coerente da
nossos símbolos corresponde com o verdade toda e evita o perigo da
ensino da Bíblia devem e podem reunir- apresentação da verdade fragmentada.
se para o trabalho proveitoso. Se achar Justifica-se assim a elaboração de

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sistemas doutrinários, não porque a 1649. “Outra assembléia igual eu nunca vi, e nem é provável
Bíblia seja deficiente ou imperfeita, mas que venha a existir em qualquer outra parte”, afirmou Robert
porque a inteligência humana o é. Baillie, um dos seus mais eminentes teólogos participantes.
Tomemos por exemplo a palavra O Rev. Prof. Guilherme Kerr proferiu a palestra que
aqui publicamos, por ocasião da comemoração, no Seminário
"arrependimento" que aparece na Bíblia.
de Campinas, do 3º centenário da instalação da Assembléia
O pelagiano entende por ela apenas de Westminster, em 1943.
uma reforma exterior de costumes e Trata-se de uma obra necessária para que se
moral e pelo esforço da vontade conheçam, não só o seu contexto histórico, como certos
humana. O católico diria que significa detalhes interessantes da sua constituição é funcionamento.
fazer penitência. Mas o crente Esperamos que essa publicação contribua para que
evangélico entende que significa a os presbiterianos amem mais a sua Igreja, por conhecer
conversão “uma revolução da alma melhor os fastos da sua gloriosa história, e as lutas dos seus
quanto a Deus, o pecado e o dever”. antepassados.
E. F. BEDA Editor
Sejamos antes dignos de conservar
essa herança gloriosa não só na letra da
lei, mas especialmente no cunho prático
da vida dos indivíduos e da Igreja.

POSFÁCIO

Em preparar esta humilde contribuição


comemorativa do tricentenário da
Assembléia de Westminster, cresceu sobre-
modo nossa admiração por ela, pelos seus
homens e principalmente pelos nossos
Símbolos de Fé.
Se conseguíssemos comunicar aos
leitores metade do entusiasmo adquirido no
estudo do assunto, sentir-nos-íamos mais do
que compensado pelo esforço despendido.
Rendamos, humildemente, abundantes
graças a Deus, por termos a honra de
representar, em nossa Pátria, a força
continuadora das influências da ilustre
Assembléia. E Aquele Deus que é "espirito
infinito, eterno e imutável em seu ser,
poder, sabedoria, santidade, justiça,
bondade e verdade", "ao único Deus sábio,
seja dada glória, por Jesus Cristo, para todo
o sempre. Amém".

Guilherme Kerr
Campinas, 23 de setembro de 1943
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A Assembléia de Westminster

No dia 1º de julho de 1643, teve início em Londres, na


Inglaterra, na Abadia de Westminster, a Assembléia que
tomou esse nome, convocada pelo Parlamento, com o fim de
"estabelecer o Governo e a Liturgia da Igreja da Inglaterra e
de defender e isentar a Doutrina da dita Igreja, de falsas
acusações e interpretações".
A Assembléia de Westminster esteve reunida de 1643 a

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