Você está na página 1de 36

Ano1- nº 1 - Set / Out 2013 - www.olharcristao.com.

br

MAGRÃO
Ano1- nº 2 - Nov / Dez 2013 - www.olharcristao.com.br

Olhar
pernambuco
MÚSICA
Em entrevista,
goleiro fala
Pernambucano

Cristão
sobre conversão
Armando Filho
efala
restauração
da carreira
do casamento
e do universo
gospel

R$ 8,00

FAMÍLIAS
CONTRA
a violência O
que
RELÓGIO
R$ 8,00
ataca a família
Como as igrejas encaram os crescentes
Maiores jornadas de trabalho
e congestionamentos roubam
casos de
o tempo do convívio familiar
agressão contra mulheres, crianças e idosos?

OlharCristão • nov/dez/2013 1
2 OlharCristão • nov/dez/2013
OlharCristão • nov/dez/2013 3
cartadoeditor nestaedição

Pela unidade da família Crescem casos

A
experiência familiar foi concebida para abençoar todos os seus integrantes, formando as de violência
crianças para uma vida saudável em sociedade e se beneficiando de toda experiência de
vida dos seus anciãos. Mas, infelizmente, não é em todos os lares que isso é uma realida-
doméstica
de. O almejado respeito entre pais, filhos, esposos e avós tem aberto espaço para as mais
variadas formas de agressão.

8
É sobre os riscos da violência doméstica que trazemos na matéria de capa um alerta: os casos de
agressão física e psicológica entre familiares têm crescido e, diferente do que muitos acreditam,
também acontecem em lares cristãos. Psicólogos e pesquisadores entrevistados apontam que fren-
te a essa página negra do contexto familiar, a igreja tem um grande potencial para prevenir e até
tratar desse mal que tem se alastrado pela sociedade.
Como a música ocupa um lugar especial no coração e mente de todos os cristãos, trazemos nesta edição
uma entrevista com o cantor Armando Filho – que fala sobre carreira e faz uma análise do momento da Há 50 anos
música cristã do Brasil – e uma matéria tratando da força das rádios segmentadas, que têm deslanchado
ancoradas na música gospel e na fidelidade dos seus ouvintes. igreja celebra-
Num mergulho histórico, o pastor e historiador Francisco Bonato faz um resgate da trajetória dos
episcopais anglicanos em Pernambuco, um retrospecto que remonta o início do século XIX e que
va o Concílio
deixou muitas marcas na cidade do Recife que extrapolam os templos religiosos, como o Cemitério Vaticano II
dos Ingleses e alguns clubes que ainda estão em atividade. Aproveitando o marco dos 50 anos da

20
publicação dos primeiros documentos do Concílio Vaticano II, trazemos uma matéria sintetizando o
acontecimento desse importante evento para a igreja em todo mundo e apresentando um pouco da
atuação do ex-arcebispo de Recife e Olinda Dom Helder Camara.
Uma grata novidade desta edição é a colaboração do repórter Wanderley Andrade, com a matéria
Poucos crentes, poucos missionários, que alerta para a realidade dos municípios menos evangeliza-
dos do Estado. O texto sinaliza algumas alternativas para que a igreja avance nessas cidades, que em
geral também estão entre as mais pobres de Pernambuco. Ainda sobre missões, registramos alguns
traços do MUR, que é uma organização de diversos ministérios de ação de rua, em geral compostos
por jovens, que atuam de forma evangelística fora das quatro paredes dos templos. Dia Nacional
Com artigos dos pastores Aurivan Marinho, Eufrázio Araújo e Cilas de Menezes desejamos aos nossos leito- de Ação de
res reflexões de temas sérios e caros a caminhada cristã, que não podem ser negligenciados por nenhuma Graças avança

26
igreja ou cristão que deseja um relacionamento autêntico com o mestre. Afinal, a igreja tem se preocupado no Recife e em
não apenas em crescer, mas com a qualidade desse crescimento, ancorada em cristãos que conheçam a Pernambuco
palavra de Deus e vivam os seus princípios no seu cotidiano. Desejamos a todos uma boa leitura!
Rafael Dantas

Uma publicação da SMF- TGI EDITORA


Av. Domingos Ferreira, 890, sala 805 Boa Viagem | 51110-050 | Recife/PE - Fone: (81) 3126.8181 Seções
Entrevista - Armando Filho............................ 12
Ano1- nº 1 - Set / Out 2013 - www.olharcristao.com.br

MAGRÃO
Ano1- nº 2 - Nov / Dez 2013 - www.olharcristao.com.br

Olhar
pernambuco
MÚSICA
Em entrevista,

Diretoria Executiva Editoria de Arte goleiro fala


Pernambucano

Cristão
sobre conversão
Armando Filho
efala
restauração
da carreira
do casamento

Rivaldo Neto
e do universo

Sérgio Moury Fernandes gospel

Ricardo de Almeida Verlúcia Santos Consciência Cristã - Eufrázio Araújo.......... 15


Luciano Moura R$ 8,00

Fotografia
Redação Alexandre Albuquerque Conexão - Angelo Manassés......................... 16
Fone: (81) 3327.3944/4348 FAMÍLIAS
Fax: (81) 3126.8154 Assinatura
redacao@revistaolharcristao.com.br assinaturas@revistaolharcristao.com.br
CONTRA
A vIOLêNCIA O
quE
RELÓGIO Olhar Histórico .................................................. 26
Fone: (81) 3126.8161 R$ 8,00
ATACA A FAMÍLIA
Como as igrejas encaram os crescentes
Maiores jornadas de trabalho
e congestionamentos roubam
casos de
o tempo do convívio familiar
agressão contra mulheres, crianças e idosos?

Editor-geral
Rafael Dantas
Publicidade
OlharCristão • nov/dez/2013 1

Palavra Sagrada - Aurivan Marinho.............. 29


Engenho de Mídia Comunicação Ltda. Revista Olhar Cristão
Fone/Fax: (81) 3126.8181 Edição: 02 - Novembro/Dezembro
Coordenador Editorial
engenhodemidia@engenhodemidia.com.br Capa: Rivaldo Neto Olhar Cultural .................................................... 32
Roberto Tavares
Tiragem: 10 mil exemplares
Reportagens Os artigos publicados são de inteira e Últimas Linhas - Cilas Menezes..................... 34
Juliana Godoy única responsabilidade de seus respectivos
Maria Paula Resende autores, não refletindo obrigatoriamente a
Luiza Assis opinião da revista.

4 OlharCristão • nov/dez/2013
OlharCristão • nov/dez/2013 5
6 OlharCristão • nov/dez/2013
Escreva para
redacao@revistaolharcristao.com.br "Tive a oportunidade conhecer a linha editorial da Olhar
Cristão. Conteúdo direto, bastante responsável e crítico."
cartas Carlos Henrique

SOTAQUE PERNAMBUCANO Resposta:


Recomendo a revista Olhar Cris- Efetivamente houve um equívoco, quan-
tão. É tudo de bom! E ainda é com to a afirmação do extermínio de indíge-
sótaque Pernambucano. nas pelos jesuítas. A pretensão do autor
foi demonstrar que o contingente indí-
Rafael Aquino – Recife gena, composto de cristãos reformados,
que se refugiou na Serra da Ibiapaba, no
Parabéns Vale do Jaguaribe (Ceará) “permaneceu
Muito me alegrei quando vi uma re- fiel à à Igreja Reformada até os anos 1700,
vista dirigida ao público evangélico quando são recatolicizados pela Compa-
do Recife. Destaco a matéria da capa nhia de Jesus”. Esses remanescentes so-
“Famílias contra o relógio”, pois consi- mente foram aldeados e recatolicizados
dero muito pertinente. Também mui- quando a maioria dos homens adultos
to interessante à entrevista de “Ma- (guerreiros) fora morta, na luta da cha-
grão” mostrando a mudança em sua mada Guerra dos Bárbaros, movida por
vida após a conversão. colonizadores para apreender índige-
nas e tomar posse das terras, restando
Miriam Santos – Recife mulheres, crianças e idosos. (SAMPAIO,
Filgueira. HISTORIA DO CEARÁ, Ed. Bra-
LANÇAMENTO sil S. A. e BARROS, Paulo Sergio. IDOLA-
PRIMEIRA EDIÇÃO Parabéns pelo lançamento da revista TRIAS, HERESIAS, ALIANÇAS: a resistência
Parabenizo a primeira edição da revista: Olhar Cristão. Na matéria O Protestantis- indígena no Ceará colonial. In ETNHOS.
Olhar Cristão. Muito oportuna inclusive, mo em Pernambuco, está registrado que Revista Brasileira de Etnohistória, Ano II,
a reportagem que foi feita com o meu “...os princípios do Evangelho na concep- Numero II, Jan-Junho 1998).
amigo, cantor e pastor Feliciano Amaral, ção reformada permaneceram mesmo
o instrumento de Deus, que tem influen- depois da retirada dos holandeses até o
ciado muitos cantores evangélicos neste extermínio dos guerreiros indígenas pe-
imenso País, inclusive a minha pessoa. los jesuítas”. Seria interessante que o au-
Muito interessante também a reporta- tor citasse fatos que pudessem embasar
gem sobre o crescimento do segmento uma afirmação tão contundente sobre o
evangélico no Nordeste especificamente citado “extermínio dos guerreiros indíge-
em Pernambuco. nas pelos jesuítas”. Consta que os jesuítas
contribuíram para manter muitos traços
Silvino Silvestre – Recife da cultura indígena, principalmente o
idioma tupí e o único “extermínio” que se
pode admitir seria no sentido figurado
de conversão da sua evangelização nos
moldes da catequese católica.

Roberto Harrop - Recife

Registro
PALAVRAS DOS SENHOR A vereadora Michele Collins formulou
Quero parabenizar a equipe pela ex- um voto de aplauso a Editora SMF/TGI,
celente revista, as matérias muito bem pelo lançamento da revista Olhar Cris-
colocadas e tudo focado na palavra do tão. A parlamentar justificou o voto, di-
Senhor. Que Deus continue abençoando zendo que a criatividade e inovação são
e expandindo a sua palavra através desta marcas da publicação e que o reconhe-
revista. cimento do papel das denominações re-
ligiosas é motivo dos calorosos aplausos
Elizabete Jordão – Recife da Câmara Municipal.

OlharCristão • nov/dez/2013 7
8 OlharCristão • nov/dez/2013
FAMÍLIA
Quando a violência
está dentro de casa
cRESCIMENTODOSCASOSDEAGRESSÕESFÍSICASEPSICOLÓGICASNOAMBIENTEDOMÉSTICOPREOCUPA
IGREJASEOESTADO.SEQUELASEMOCIONAISDAVIOLÊNCIANOLARcomprometemorelacionamento
emsociedadedasvítimasepromovemcicatrizesparaassuasfuturasfamílias.

RAFAEL DANTAS

As agressões que acontecem dentro extremas de afronta a vida, milhares de mesmo período do ano passado.
do lar estão entre os casos de violên- casos silenciosos martirizam inúmeras Entre as tensões não resolvidas dos
cia que mais marcam o ser humano e pessoas diariamente - em sua maioria relacionamentos familiares, além da
destroem o núcleo familiar. Longe dos mulheres, crianças e idosos. agressão física, brotam a violência emo-
olhares da sociedade e dentro do am- “A violência existe desde sempre. O cional, psicológica, social, sexual, entre
biente que deveria ser de proteção e caso relatado na bíblia de Caim e Abel é outros tipos que em geral não deixam
aconchego, os casos de ofensas, abu- violência doméstica. Isso é o resultado da marcas na pele e são bem pouco regis-
sos e opressões são comuns e de difícil condição caída do homem que se afas- trados. “São violências camufladas. Ve-
tratamento. E as feridas geradas por tou de Deus. Em segundo lugar, é fruto mos apenas a ponta do iceberg”, diz o
essa realidade – que também acontece de uma cultura pós-moderna repleta de psicólogo Francisco Dias, que é pastor da
no meio de famílias cristãs – tem uma conflitos de papéis e valores”, declara o Igreja Batista em Campo Grande e vice-
grande possibilidade de se perpetua- professor do departamento de psicolo- -presidente da Convenção Batista de Per-
rem por gerações. gia da Unicap e padre da Igreja Ortodoxa nambuco.

A
Sérvia, Alex Peña-Afaro. No cenário fami- Independente do seu formato, na
cada ano casos extremos de liar ele ressalta o conflito entre gerações opinião dos especialistas, há um caráter
violência doméstica comovem e o de direção do lar, entre os esposos, hereditário nas vítimas de violência do-
o país. A exposição do assas- como os mais recorrentes. méstica. São potenciais agressores de
sinato do casal Richthofen Além de muito destrutivos, os casos suas futuras famílias. Sendo assim, a vio-
pela própria filha ou a morte de Isabela de violência são bastante numerosos. O lência ultrapassa o agredido, destruindo
Nardoni são marcas difíceis de sair da Recife, por exemplo, ocupa a sexta posição todos os integrantes do núcleo familiar,
memória. Em Pernambuco, um dos fa- no ranking das capitais que mais matam extrapolando a geração da vítima inicial.
tos que ganhou notoriedade dentro do mulheres, com uma taxa de homicídios de “Funciona como uma maldição heredi-
meio evangélico foi o assassinato do bis- 7,6 a cada 100 mil por ano. Entre os idosos tária. O que não foi resolvido na infância
po Robinson Cavalcanti e de sua esposa que vivem em Pernambuco, até setembro ou adolescência, desencadeia em algum
Miriam Cavalcanti , no ano passado, pelo deste ano já foram registrados mais de 1,8 momento na família. A ferida que foi
filho adotivo. Mas se essas são situações mil casos de violência, 25% a mais que no aberta fica no inconsciente como uma

OlharCristão • nov/dez/2013 9
{ VÓS maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo
amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.

bomba relógio. O ciclo não acaba até que as fichas num relacionamento com um
Efésios 5:25

jas. E sem dúvida os cultos falam pouco


se busque uma cura para o problema”, rapaz, que resultou numa gravidez, mas sobre esse fenômeno social mundial. As
afirma Francisco Dias. O pastor lembra não em um casamento. Hoje, como mãe, mulheres não estão isentas da violência
que o ser humano é corpo, alma e espí- ela procura oferecer à filha, Sophia, 4 doméstica por sua fé. Isso precisa ser
rito, sendo necessário em vários casos o anos, o contrário do que recebeu. “Acho dito. Assim como a Igreja não está isen-
tratamento multidisciplinar. que amadureci com a vida e principal- ta da sociedade por ser Igreja”, afirma a
Moradora de Olinda, Karina de Souza, mente com a experiência materna. Evito pesquisadora.
26, foi vítima de agressões físicas quando de todas as formas bater ou xingá-la, que Para Vilhena, a cultura da socieda-
criança. As suas memórias da violência foi o que eu vivi quando tinha a idade de brasileira, reprodutora do machismo
sofrida pelas mãos da mãe remontam dela. Tento dar o carinho que não recebi”, e responsável pela violência contra as
aos sete anos de idade. “Minha mãe batia afirma Karina, que em seus momentos mulheres, infelizmente também perpas-
em mim e nos outros filhos antes e de- de entristecimento com as dores do pas- sa pelos conceitos e valores das famílias
pois de beber. Ela dizia que nos odiava. sado se refugiou em igrejas de pessoas cristãs. “Somos igreja ao mesmo tempo
Batia em todos, quebrava as janelas e amigas para obter algum conforto. em que somos ou deveríamos ser cida-
jogava as crianças em cima dos vidros. dãos em direitos e deveres. Logo tam-
Minha infância foi muito difícil”, lembra. FAMÍLIAS CRISTÃS bém as mazelas sociais não estão fora de
Além de apanhar, ela se recorda das E as feridas feitas pela violência domés- nós. Somos cristãos, evangélicos, cida-
ordens da mãe para que ela vendesse o tica também são abertas no seio das fa- dãos brasileiros, educados sob uma mes-
leite que ganhavam de pessoas carido- mílias cristãs. Em estudo realizado pela ma cultura patriarcal”, afirma a pesqui-
sas para pagar a bebida. O drama de Ka- mestra em ciência das religiões Valéria sadora, que também é autora dos livros
rina foi amenizado quando a avó a ado- Cristina Vilhena, as agressões contra as Uma igreja sem Voz e Pentecostalismos e
tou, por volta dos 9 anos. Ainda assim, já mulheres evangélicas merecem uma Transformações Sociais.
morando na casa da avó, ouviu ameaças atenção especial da Igreja. “Mulheres Carolina (nome fictício), 28, já so-
de morte da sua genitora. evangélicas sofrem violência doméstica, freu bastante com agressões do marido.
Na adolescência, ela apostou todas inclusive de esposos que estão nas igre- Dona de casa e mãe de duas crianças,
não enxergava muitas alternativas para
acabar com o sofrimento. O drama da
violência começou a mudar quando o
cônjuge se converteu a uma Igreja pro-
testante da periferia do Recife e abando-
nou a bebida. “Foi um alívio. Fiquei muito
feliz e também o segui na sua caminhada
na Igreja e nos cultos”, diz.
Apesar do novo começo da família,
ela afirma que mesmo após a conversão,
a violência moral e psicológica não aca-
bou por inteiro. Mas, já convertida e mais
decidida a dar um basta no dilema fami-
liar, ela passou a ser mais firme. “Quando
as agressões voltaram a acontecer eu
falei sério com ele. Não admito que os
meus filhos presenciem mais isso e disse
a ele que é preciso viver uma nova vida.
Sei que nem tudo muda do dia para a
noite, mas é preciso enterrar o velho ho-
mem”, diz a jovem mãe que se mantém
em oração pela saúde do relacionamen-
to familiar.
Para Alex Peña-Afaro, é necessário
compreender a conversão como o início
Karina Souza sofreu de uma caminhada de transformação do
agressões na infância comportamento do ser humano, que pre-
e hoje educa Sophia cisa ser modificado diariamente. "Temos
com outros princípios
que aceitar nossas cruzes, entender que a

10 OlharCristão • nov/dez/2013
E vós pais, não provoqueis a ira aos vossos filhos, mas criai-os
na disciplina e instrução do Senhor.
efésios 6:4 }

Família Oliveira
mudou hábitos da
casa para garantir
mais tempo junta.

conversão a Jesus é um ponto de partida, tal no combate à violência doméstica. A


não de chegada. Ninguém é cristão ins-
tantaneamente. Ser cristão é olhar para os
A casa é mais casa é mais permeável à Igreja do que ao
Estado. É mais fácil um pastor ou pastora
nossos pecados e ter humildade para reco-
nhecer que não somos perfeitos", declara.
permeável à igreja saber que existe uma situação de violência
dentro de uma casa do que um delegado,
Na análise da assistente social Camila
Rebeca, conveniada ao Instituto Solidare,
do que ao estado. pois de certa forma a Igreja é extensão da
casa. As pessoas que vivem a violência se
as famílias cristãs têm uma grande dificul-
dade de enfrentar os casos de violência
REALIDADE QUE sentem menos constrangidas de falar so-
bre isso para os líderes de sua comunidade
doméstica, principalmente se for neces-
sária a denúncia do agressor. “As famílias
desafia a igreja religiosa, pois esta se apresenta como uma
grande família da fé. Isso por si só desafia
cristãs enfrentam um conflito quando
vivem uma situação de violência domés-
a ser mais ATIVA a Igreja a ser mais ativa na luta contra esse
tipo de violência”, declara Sandra Duarte,
tica. Afinal o que Deus quer? Consentir, NO COMBATE à professora e coordenadora da área de Re-

violência.
se calar? A busca pelo perdão dos agres- ligião, Sociedade e Cultura do Programa de
sores. A Igreja deve abraçar mais essas ví- Pós-Graduação em Ciências da Religião da
timas, Deus certamente não é conivente Faculdade Metodista de São Paulo.
quando essas coisas acontecem”, declara. Para Sandra Duarte, o primeiro pas-
so para que as Igrejas tenham um papel
TRATANDO O PROBLEMA relevante no combate à violência domés-
Se por um lado os pesquisadores con- tica é admitir que sua membresia não
cordam que os conceitos sociais que fun- está imune a esse tipo de ocorrência. “Há
damentam a violência doméstica estão mulheres, crianças e idosos de suas Igre-
presentes nas famílias cristãs, por outro, jas que estão vivendo sob risco em suas
também acreditam que a Igreja tem um próprias casas, e o cuidado da Igreja pode
papel relevante para o combate a esse mal fazer a diferença entre a vida e a morte”,
social. “As Igrejas têm um papel fundamen- diz Sandra Duarte.

OlharCristão • nov/dez/2013 11
entrevista // Armando Filho

“A música gospel
evoluiu muito”
cantorpernambucanoacreditaqueanovAFASEdamúsica
cristã tem atingido mais jovens

N
atural da cidade do Cabo de ligado nas coisas do mundo. Nesse tempo ARMANDO FILHO - Comecei a carrei-
Santo Agostinho e atualmente não tinha um relacionamento de verdade ra com essa história de “você vai vencer”,
membro da Igreja Presbiteriana com Deus, como deveria ter. Mas aos 19 “vai atravessar o mar”, que são mensagens
de Candeias, o cantor pernam- anos pensei seriamente nisso e retornei. boas, mas distantes da vida das pessoas.
bucano Armando Filho é compositor de Voltei com tudo, com toda vontade de Após o seminário e com a maturidade
uma série de canções que fazem parte adorar e louvar. Nessa fase, integrei vários no ministério, passei a me preocupar em
do repertório de igrejas das mais variadas grupos da igreja onde era membro, como trazer músicas com letras mais profundas,
denominações. Após a consagração com todos os jovens que se envolvem com o mais fortes, com temas mais atuais. Muitas
músicas como “Mover do Espírito” e “Podes ministério de adoração. músicas sobre família, relacionamentos,
reinar”, sua carreira atingiu uma abrangên- questões práticas na vida das pessoas, a
cia nacional e até hoje, mesmo longe das Apesar do início na música, o senhor fez partir de orientações da palavra.
grandes gravadoras, mais de 90% da sua seminário de teologia. Como foi essa ex-
agenda é fora do Estado. Em entrevista à periência no ministério pastoral? O que o fez interromper a carreira pas-
Olhar Cristão, Armando fala sobre a sua toral e passar a se dedicar apenas à
trajetória profissional e seu trabalho de ARMANDO FILHO - Ainda jovem, no ano música?
composição. Com mais de 30 anos de car- de 1979, fui para o Seminário Teológico
reira, convivendo com grandes nomes que Congregacional do Recife, que fica em ARMANDO FILHO - Quando fui para o
construíram a história da música cristã, ele Tejipió. O objetivo na época era ser pastor seminário já tinha discos gravados, uns
fala também acerca do seu relacionamen- de igreja. Cheguei a ser pastor efetivo de dois LPs. Vendiam relativamente bem,
to com cantores do passado e opina sobre uma igreja por um ano e dois meses, entre as músicas eram pedidas nas rádios,
o cenário crescente da música gospel no 1992 e 1993. Porém, o maior contato com mas as pessoas não me conheciam,
Brasil. as escrituras sagradas e outros livros ser- nem conheciam as canções. Mas o lan-
viu principalmente para que a composi- çamento de “Mover do Espírito” e no
Como foi sua conversão e início da tra- ção de canções tivesse maior base bíblica. ano seguinte a música “Nenhuma Con-
jetória musical? Houve um amadurecimento em relação denação há” tiveram uma repercussão
as primeiras músicas da minha carreira. muito grande no País. Todas as igrejas
ARMANDO FILHO - Nasci num lar evan- passaram a cantar e me convidar. Isso
gélico. Tive um período de afastamento, O que essa nova “bagagem” de conhe- me levou a uma dedicação exclusiva ao
como muito jovens cristãos, ficando mais cimento bíblico mudou na sua música? ministério da música.

12 OlharCristão • nov/dez/2013
Entendo que a
vida com Deus é
uma relação a todo
momento. São
24 horas por dia.
Como diz Paulo:
Permanecei no
Espírito.

OlharCristão • nov/dez/2013 13
Com 35 anos de carreira, você convi- Qual o principal avanço nessa repagi-
veu com pessoas da antiga geração nada da música gospel?
do gospel e com os grandes cantores
e bandas do momento. Com quem dos ARMANDO FILHO - Temos atingido mui-
grandes nomes do passado o senhor tos jovens que estão em situações muito
mais conviveu ou fez alguma parceria? Hoje as letras da sofridas e que geralmente a igreja não
conseguiria chegar sem a música. Recen-
ARMANDO FILHO - Cantores clássicos música gospel são temente tive a oportunidade de conversar
como Oséas de Paula, Luiz de Carvalho e com um grupo de jovens que se recupe-
Denise Cardoso tiveram grande influência mais diversificadas raram do mundo das drogas. Filhos de fa-
na minha carreira. Me inspirei muito na mílias ricas ou pobres que caíram no crack,
forma de cantar de Oséas de Paula. Luiz de e muitas tratam mas que hoje reconhecem com alegria a
Carvalho me influenciou muito pelos con- forma como a Igreja os ajudou a se levan-
selhos que me deu. Ele me orientou a me de temas atuais. A tar. E essa música cristã mais alegre alcan-
cuidar espiritual e fisicamente, para chegar ça e movimenta esse público.
melhor na igreja ou nos shows. Já com De- evolução no ritmo
nise, uma das suas principais gravações no Como o senhor avalia o cenário da mú-
auge da sua carreira foi "Feliz Serás", uma é outro aspecto sica gospel em Pernambuco?
composição minha que os mais antigos na
fé certamente conhecem. interessante. ARMANDO FILHO - Acho que os can-
tores deveriam buscar ser mais ecléticos.
Que outras músicas de sucesso foram Essa é a razão pela qual tenho tido muito
gravadas por outros cantores? êxito no Recife e no Brasil todo. Tem cantor
que fica preso em um estilo, daí só é convi-
ARMANDO FILHO - Além de Feliz Serás, dado a frequentar igrejas de determinada
tenho algumas músicas que não estoura- denominação. Acho que para entrar em
ram comigo, mas com outros cantores. Tal- disso, crescemos bastante musicalmente. todas as igrejas os cantores devem diversi-
vez a mais conhecida dessas seja “Podes Lembro-me saudoso das músicas antigas. ficar mais os temas e o tipo de música.
Reinar”. Muita gente acha que é do padre São interessantes e trazem saudades. Mas,
Zezinho ou padre Marcelo. um dia desses, analisando esses clássicos Qual a importância do devocional diá-
do gospel, percebi que falavam muito do rio para sua atividade profissional?
Como é a sua rotina para criação de céu e da ressurreição. Hoje as letras são
novas composições? mais diversificadas e muitas tratam de te- ARMANDO FILHO - Entendo que a vida
mas atuais. Tem muitos compositores no com Deus é uma relação a todo momento.
ARMANDO FILHO - No início da carrei- Brasil com canções lindas e profundas. A São 24 horas por dia. Como Paulo diz: Per-
ra a maioria das músicas foi escrita dentro evolução no ritmo é outro aspecto inte- manecei em espírito.
do templo de uma igreja no Cabo, onde ressante. Nos atualizamos muito. Existem
fui educado espiritualmente. Como o rei milhões de jovens que precisavam ser Na sua opinião, qual a importância da
Davi, eu passava literalmente muito tem- alcançados pela música e para isso era música para o crescimento espiritual da
po na Casa do Senhor. Hoje, diferente da necessário investir numa melodia mais Igreja?
maioria dos cantores que compõem quan- agitada. ARMANDO FILHO - Tudo tem que ter
do estão a sós, em ambientes inspiradores muito equilÍbrio dentro da Casa do Se-
e calmos, eu produzo em lugares do meu O gospel transformou a musica cristã nhor, mas acredito que a música deve ter
cotidiano e bem agitados. Curiosamente, que tocava apenas na igreja para um um espaço especial para a Igreja. Em todos
as canções mais importantes que produzi formato que toca em qualquer lugar? os grandes avivamentos vividos pela Igre-
foram escritas em trens ou em um avião. ja em sua história, as músicas inspiradas e
Eu pensava que iria compor muito quando ARMANDO FILHO - No meu caso, eu inspiradoras estiveram presentes.
estivesse pescando, já que gosto muito de procuro manter o equilíbrio, canto a mu-
pescar. Mas elas têm surgido no meio da sica tradicional e a da galera também. Ao Como é sua agenda atualmente?
turbulência do dia a dia. chegar numa igreja tradicional, que não ARMANDO FILHO - Antes eu tinha o so-
canta com palmas, seleciono louvores nho de compor uma música. Esse sonho
O que mudou no cenário musical gos- mais antigos. Mas se estou numa igreja se consolidou. Tinha o sonho de gravar um
pel antigo para os dias hoje? mais livre, o estilo é outro. Fora das igrejas disco, já gravei 22. Tinha um outro sonho
e com banda, colocamos o pessoal para de ter uma agenda lotada, cantando qua-
ARMANDO FILHO - Muita diferença. pular mesmo. A maioria das músicas que se todo dia. Hoje, dos 30 dias do mês, can-
Acho que crescemos muito. Sei que há canto é de minha autoria, mas incluo no to 25. Como não tenho gravadora grande
excessos. Em tudo o que fazemos, mesmo repertório alguns cantores nacionais. To- por trás de mim, são as redes sociais que
dentro das igrejas mais sérias, sempre é camos muito do repertório de Kleber Lu- mais divulgam o meu trabalho. Coisa que
possível detectar algum exagero. Apesar cas e Davi Sacer. me faz agradecer a Deus.

14 OlharCristão • nov/dez/2013
consciênciacristã * Eufrázio Araújo é pastor e
terapeuta familiar

Voltar para casa: um novo Natal!


Eufrázio Araújo*

A
iminência do Natal nos re- status quo. Tudo isso em detrimento dos
mete às imagens de luzes sentimentos que deveriam nortear as
piscando, compras, trocas nossas vidas: amor, respeito ao próximo,
de presentes, jantares em fidelidade, compromisso, temor a Deus
família etc. Sabemos que es- etc. Mas o que ocorre é que “as pessoas
tas realidades fazem parte, mas não ex- hoje precisam ser belas e jovens, enfren-
pressam o conteúdo fundante daquelas tar a competição, suportar tensões sem
comemorações. Logo, quero jogar o meu reagir, viver sem amparos trabalhistas
olhar sobre a tentativa de mostrar o por- que estão ruindo e com suportes familia-
quê de o Natal ter se tornado no que se res cada vez mais precários.” Enquadrar-
tornou! -se neste perfil é aviltar a dignidade hu-
A vivência numa sociedade domi- mana!
nada pelo capital, onde aquele que tem bém pôs na mente do homem a ideia da Neste contexto, as drogas, liberadas
mais vale mais e aquele que paga “man- eternidade, se bem que este não possa e proibidas, se tornam muletas, falsos
da”, produziu um mundo cheio de ten- descobrir a obra que Deus fez desde o confortos, míseros refúgios anestésicos,
sões e adoecimentos. São pressões pela princípio até o fim.” Assim, as relações largamente utilizados. Elas se inserem
produção industrial em série, pela veloci- interpessoais, desde as familiares até as nos vazios deixados por pais e mães, que
dade desalmada em que as coisas preci- sociais mais amplas, que poderiam ser deveriam priorizar os filhos, mas estão
sam acontecer. As pessoas foram suplan- saudáveis, são sacrificadas no altar do distantes buscando garantir um futuro
tadas, a pressa nos acelerou, o estresse deus-consumo. A produção e o lucro digno para suas famílias, mas quando
nos adoeceu e o trânsito desumanizado são fins em si mesmos, o homem é meio, retornam com o “futuro”, muitos não têm
das grandes metrópoles nos azeda todos instrumento “mecânico”. O retorno mo- mais filhos, famílias, lares! De que valem
os dias. netário é mais importante do que os cé- estas conquistas?
Assim, a vida tornou-se um lugar rebros, bíceps e mãos que o produzem. Como subproduto surge uma nova
da banalização da vida, onde o normal Disto resultam as míseras condições humanidade construída sobre os escom-
é ser anormal. Numa avenida em que a de vida e até mesmo de escravidão ain- bros capitalistas, nos terrenos baldios da
esmagadora maioria viaja na contramão, da presentes em nossa geração, inclusive “existência favelizada”, não importa onde
aqueles que forem trafegar na direção no Brasil. Veja esta informação: “Na pri- ele venha morar: num barraco, numa pa-
certa é que serão tidos como “errados”! meira semana que estive no Ministério, lafita, ou num luxuoso condomínio, no ce-
No mundo moderno o design tem uma equipe móvel descobriu no sul do nário urbano atual diversificado e insen-
mais influência do que o conteúdo; a Pará um grupo de 230 trabalhadores em sível, tantas vezes, à dor do outro, numa
estética é priorizada à ética; a aparência regime de escravidão.” Isto é uma gota desigualdade social aviltante. As pessoas
sobrepuja a essência. O indivíduo passa a no oceano de maus tratos, espoliações perderam os referenciais que as dotam da
valer pelo que ostenta e não pelo que é! e abusos daqueles que são possuidores disposição de sacrificar liberdade pessoal,
Ao invés de tornar-se um ser consciente, do capital e se constituem, infelizmente, sexual e dinheiro por amor, qualidade de
tornou-se quociente, um percentual de donos de pessoas. Em muitas situações vida e respeito ao próximo.
uma equação orçamentária na matemá- os próprios presentes que compramos Toda esta conversa se configura
tica empresarial e governamental. O ser/ para o nosso encontro no jantar do Natal numa tentativa de lhe convidar a voltar
pessoa é transmutado em ser-produção, foram produzidos por mãos infantis que para casa a tempo de ser pai/mãe de seus
uma coisa desencarnada e coisificada. Os deveriam estar na escola, ou por adultos filhos, marido de sua mulher ou mulher
valores basilares da vida são desconside- em condições desumanas de trabalho! de seu marido e usufruírem do lar que o
rados em detrimento do pragmatismo Esta realidade capitalista produziu a Bom Deus lhes ofertou. Que sua família
vigente. A ética é descartada, o respeito cultura das sensações corporais e da es- seja não apenas dormitório, mas refúgio,
mútuo, a dignidade humana e a dimen- tética que impera em nosso meio: forma amparo, proteção, colo, beijo, abraço,
são transcendente posta pelo Criador física, corpo perfeito, juventude, beleza afago, remanso na correnteza da vida.
em cada criatura, feita à sua imagem, exterior, sensualidade, “silicones”, botox, Lugar de graça e afago que ressignificam
são desrespeitados. Não se percebe que drogas etc., onde o que importa é a boa a existência e dotam a vida de leveza e
“Tudo fez formoso em seu tempo; tam- imagem, a aparência que impressiona, o possibilidades. Que assim seja!

OlharCristão • nov/dez/2013 15
conexão
“A escritura diz que ninguém pode
escolher Deus se primeiro não tiver sido ANGELO MANASSÉS
escolhido por Ele” (Vincent Cheung)

Aliança programática
“Programática” é, sem dúvida, o termo político do momento. Depois de
ver negado registro da Rede Sustentabilidade, a ex-ministra Marina Silva
surpreendeu todo mundo e filiou-se ao PSB, partido do governador Eduardo
Campos. Membro da Igreja Assembleia de Deus, Marina foi a 3ª colocada
na última eleição presidencial. A ex-senadora obteve quase 20 milhões de
votos no Brasil e aqui em Pernambuco foi a 2ª colocada com mais de 900 mil
votos. A aliança “programática” da irmã Marina com o governador mais bem
avaliado do País, no apagar das luzes do prazo de filiações partidárias, foi o
fato novo que mexeu o tabuleiro eleitoral para 2014.

frase Registro
“Guarde seu coração enquanto anda e chora. No último dia 23 de outubro o Pr. Ailton José
Não perca a alegria de viver e caminhar, nem a Alves comemorou 15 anos na liderança da
mansidão, nem a oração, ou o humor, ou o amor. Igreja Assembleia de Deus em Pernambuco
Não deixe de semear mesmo quando está difícil. (maior denominação evangélica do Estado).
Lance a semente em todas as terras. Uma há de Um Culto em Ação de Graças foi celebrado
germinar e talvez a mais improvável” dentro da 57ª Escola Bíblica de Obreiros (EBO).
Na oportunidade também foi festejado o 95º
Ronaldo Lidório - pastor presbiteriano, antropólogo, escritor e ano da Igreja. O Templo Central estava lotado
missionário entre os indígenas na Amazônia e várias autoridades marcaram presença, entre
elas, o prefeito do Recife Geraldo Júlio.

Um caminho maior Juventude


É o novo CD do cantor e pastor Armando Filho. Dias 22 e 23/11 será
A faixa título é de autoria da Amanda Florence, realizado o Congresso Voe na Igreja Evangélica
filha do Armando. Destaque também para a Batista de Casa Amarela. Tema: “Saia da
belíssima letra “Um novo tempo”. No trabalho, sua zona de conforto!”. Preletor: Pr. Daniel
consagradas músicas foram regravadas, entre Caveira. Banda Oficial: Projeto Pescador.
elas: “Outra vez”, “Ajuda-me” e “Vai passar”. Muito Participações: Evanarte, Ministério IDE,
prestigiado, principalmente fora do Estado, Aliança Bíblica Universitária, Ministério Samba
Armando tem agenda repleta de convites. Santo, Capoeiras de Cristo, entre outros. Mais
Contato: (81) 3469.2555. informações: (81) 9900.5993 ou (81) 8664.2219.

16 OlharCristão • nov/dez/2013
Cristãos em destaque

Martinelli e Ralph

Alfredo Martinelli e Ralph de Carvalho são dois radialistas admirados


e respeitados. Juntos, atuam na crônica esportiva pernambucana há

Apadrinhamento
várias décadas. A “dupla dinâmica” já cobriu torneios nacionais e até
Copa do Mundo. São vozes marcantes na programação da JC News.
Os presbiterianos Martina e Ralph são “predestinados” exemplos de
A ONG cristã Visão Mundial está em caravana pelas igrejas do Estado testemunho cristão por onde passam.
em busca de padrinhos para as crianças atendidas pela instituição. Uma
equipe da organização, que atende mais de 15 milhões de crianças
em todo mundo e 12 mil em Pernambuco, está levando uma breve
apresentação dos seus projetos aos cultos das igrejas que têm aberto as
suas portas para a cidadania. A Visão Mundial desenvolve projetos nas
áreas de educação, capacitação profissional, nutrição, desenvolvimento
agrícola, saúde e tratamento de água. Acesse: www.visaomundial.org.br

Lançamento
O que era CD virou DVD. O cantor paulista Tiago
Vianna lançou recentemente “Um minuto de Teixeira Neto
silêncio no estúdio”. As filmagens foram feitas na
Faculdade UNIMEP em Piracicaba/SP . O estilo Outro exemplo de profissional nas ondas do Rádio é o Teixeira
do Vianna é inconfundível, suas letras profundas Neto. Dono de um vozeirão inconfundível foi durante 13 anos
e a levada agradável. DVD indispensável para locutor na Recife FM. Atualmente apresenta o Programa
quem gosta de música cristã com conteúdo. “Noite Mais” na Rádio Maranata. Teixeira tem uma história de
Em outubro, Vianna esteve por aqui lançando o conversão maravilhosa. Conheceu o evangelho em 2008 na
trabalho em três igrejas batistas. O teaser oficial e as letras do DVD Igreja Assembleia de Deus. “Foi lá onde Deus abriu de vez meu
podem ser conferidas no site: www.veroshop.com.br coração e transformou a minha vida”, relembra emocionado.

O MELHOR
NAS CIÊNCIAS E NOS ESPORTES.

OLIMPÍADAS BICAMPEÃO
DE BIOLOGIA BRASILEIRO DE
1º LUGAR FUTSAL
EM PERNAMBUCO JOGOS ESCOLARES - CATEGORIA SUB 14

Boa Vista • Olinda • Paulista • Jardim São Paulo

OlharCristão • nov/dez/2013 17
missões

Poucos crentes,
poucos missionários
WANDERLEY ANDRADE
Especial para Olhar Cristão

P cidades mais
esquisa realizada pelo pastor Sérgio do Seminário Presbiteriano do Norte, é
Ribeiro Lyra e publicada no livro Ci- preciso que haja uma mudança na ca-
dades do Interior, lançado em julho
deste ano, mostra que as cidades mais
pacitação missiológica e prática pastoral
dos seminários. “Proponho que seja inse-
pobres são as
pobres do interior de Pernambuco são as
que apresentam menor índice de evan-
rida nos currículos a questão das cidades
do interior como parte integrante da ca-
que apresentam
gélicos. Municípios como Manari, Itaíba e
Águas Belas, com os piores índices de de-
pacitação ministerial. Que os seminários
viabilizem também estágios em igrejas e
menores índices de
senvolvimento humano do Estado, enca-
beçam a lista, conforme Censo realizado
campos missionários do interior”, defen-
de. Ele acredita que a forma mais eficaz
evangelização.
em 2010. Cabe às igrejas e agências mis- de corrigir a discrepância é a implemen-
sionárias a tarefa de mudar esse quadro. tação da interdisciplinaridade nas áreas
Para Sérgio Lyra, pastor da 1ª Igreja de formação acadêmica. “Sei que esta é
Presbiteriana de Casa Caiada e professor a proposta mais difícil, pois implica em

18 OlharCristão • nov/dez/2013
sinergia e capacitação ampliada dos do-
centes. Na prática, cada disciplina ou área
teria que contemplar a sua aplicabilidade
para as outras áreas de capacitação”.
Em Cidades do Interior, Sérgio Lyra pro-
põe, além da remodelação na formação
missionária, uma maior participação da
membresia nos projetos e ações para o in-
terior. No livro, relata como pôs em prática
sua proposta. A princípio foi realizada uma
análise geográfica do Estado e, para siste-
matizar as atividades, o dividiu em cinco
núcleos de ações missionárias. Em cada
um deles foram escolhidas cidades-chave
para, a partir delas, atingir outras próximas.
A primeira a ser trabalhada, em 2007, foi
de João Alfredo, a 120 km do Recife. Atual-
mente, o município tem uma congregação
com aproximadamente trinta membros.
A experiência em João Alfredo fez Sérgio
Lyra repensar alguns pontos de sua pro-
posta: “Nunca devemos abraçar estratégias
de ação missionária como se fossem dou- Municípios do
trina. Elas sempre devem estar sob o crivo Sertão são alvo dos
da orientação do Espírito Santo e depois da programas da JMN
em Pernambuco.
nossa avaliação de adequabilidade. Como
exemplo, hoje reconheço que é preciso dar
grande e determinante importância não perspectiva de ficar, de viver aquela dura e do pelos moradores, com muitos deles
apenas a identificação e capacitação do triste realidade, isso dificulta o trabalho de vivendo apenas com o que ganham do
obreiro que se propõe ir para um determi- implantação de igrejas, pois na primeira Programa Bolsa Família. Segundo Fabja-
nado campo do interior, mas também na dificuldade, ele desiste”. Ele lembra que é ne Samille, missionária da JMN na cidade,
enorme importância da avaliação de sua preciso também implantar mais seminá- um dos grandes desafios é o trabalho com
família. Desconsiderar o que a esposa pen- rios no interior do Estado. No momento, crianças. “Em meio a tantas coisas negati-
sa, se vai trabalhar secularmente, como ela poucas cidades dispõem deles, a exemplo vas, existem muitas crianças em Itacuruba
se vê na proposta, seus filhos, pais, sogras, de Petrolina, Serra Talhada e Salgueiro. que precisam ser ensinadas no caminho da
necessita ser considerado”, afirma. O sertão é o principal foco da JMN verdade. Que choram, sofrem, são violadas
A difícil realidade socioeconômica das em Pernambuco para 2014. De acordo em seus direitos, algumas que de tanta tris-
pequenas cidades do interior também re- com o coordenador, alguns projetos já teza nem parecem crianças”, declara.
presenta grande barreira ao crescimento estão a caminho. A princípio, trinta casais No primeiro semestre deste ano, atra-
do Evangelho. Segundo o pastor Maurício foram selecionados para trabalhar na vés do PEPE – Programa de Educação Pré-
Manoel, coordenador da Junta de Missões região. Entre as cidades a serem alcan- -escolar da Junta de Missões Mundiais, 24
Nacionais de Pernambuco, a questão afas- çadas destaca-se Inajá. Ela apresenta o delas eram assistidas com café, almoço,
ta possíveis candidatos ao trabalho mis- sexto pior índice em relação à quantida- aula de português, matemática, educação
sionário na região e faz com que muitos de de evangélicos: apenas 3,83%. Uma religiosa e higiene básica. No momento, o
que já estavam no campo desistam. Com das características da região é a presença projeto está parado, por falta de financia-
a experiência de quem já trabalhou vinte de índios. Um casal de missionários será mento. “Nós conseguimos parceiros, mas
anos como missionário no sertão do Pa- enviado com o foco nessa cultura. foram apenas para o primeiro semestre
jeú, o coordenador defende que pessoas Além de Inajá, outra cidade do sertão junto a uma igreja do Recife, depois pas-
da própria região onde será implantado chama a atenção por sua difícil realidade: samos a mantê-lo com a ajuda de alguns
o trabalho devam ser preparadas e poste- Itacuruba, localizada a 466 km da capital. amigos, inclusive a alguns que não são
riormente enviadas. “Só iremos conquistar Com uma área de 438,57 km² e apenas evangélicos professores da faculdade”,
o sertão quando de fato o sertanejo co- 4.400 moradores, o município possui o comenta Samille. Aguardando financia-
meçar a evangelizar outro sertanejo. Às maior índice de suicídios do Estado. O mento, a missionária espera reiniciá-lo em
vezes o missionário enviado não vai com a desemprego é outro problema enfrenta- março de 2014.

OlharCristão • nov/dez/2013 19
IGREJA

50 anos do Concílio do Vaticano II


H
á 50 anos eram publicados os
primeiros documentos do Con-
cílio Ecumênico Vaticano II. O
evento, convocado pelo então
papa João XXIII, permitiu que a Igreja fi-
zesse uma releitura de alguns conceitos
e que se aproximasse um pouco mais do
contexto social que vivia. Nessa confe-
rência histórica da Igreja, um dos parti-
cipantes mais influentes foi Dom Helder
Camara, que apesar de ser cearense de
nascimento, fez história a frente da Ar-
quidiocese de Olinda e Recife. Mesmo
sem tomar a palavra uma só vez em ple-
nário, ele foi uma das peças-chave dessa
grande reunião que, entre outros avan-
ços, permitiu o diálogo da Igreja Romana
com as maiores religiões do mundo.
O evento, que teve grande influên-
cia para os passos da Igreja nas últimas
décadas, durou cerca de três anos, com
quatro grandes sessões. Antes do Concílio
Vaticano II, por exemplo, as missas católi-
cas eram celebradas em latim, havia uma Dom Helder Camara
desconfiança em relação ao contato com (a direita) foi um im-
outras religiões e até mesmo uma rejeição portante articulador
no Concílio.
ao uso de novas tecnologias. Mudar esse
cenário só foi possível graças a um esforço

"A igreja passou


das alas de pensamento mais progressis- sempre nos bastidores”, diz Lucy Pina.
tas da Igreja, onde estava Dom Helder – Distante da sociedade que a rodeava

a olhar para
apesar de ser de formação conservadora. – e ainda mais longe das Igrejas locais es-
O trabalho do arcebispo começou palhadas pelo mundo – com o Concílio,

dentro dela,
muito antes de chegar a Roma. De acor- a Cúria Romana reata seu vínculo com
do com a historiadora e pesquisadora o mundo moderno. Essa a avaliação de

para o conjunto
do Instituto Dom Helder Camara (IDHeC) Dom Sebastião Gameleira, uma das lide-
Lucy Pina, ele organizou a ida do episco- ranças locais que esteve em Roma nos

da cristandade
pado brasileiro, providenciando desde a dias do Concílio. Atual bispo diocesano
documentação para a realização de uma da Igreja Episcopal Anglicana do Bra-

e para o mundo",
viagem internacional até articulando o sil, no Recife, ele estudava teologia na
custeio da própria viagem. Além da ques- Universidade Gregoriana e seguia aten-

diz dom sebastião


tão burocrática e logística, ele colaborou tamente o acontecimento do Concílio,
na preparação dos participantes do Con- além de participar de conferências teoló-

gameleira.
cílio, promovendo encontros dos bispos gicas articuladas por Dom Helder.
com grandes pensadores da época. “Com Muitas das discussões e articulações
a ideia de que não se pode discutir o que que aconteceram naqueles dias são co-
não se conhece, ele promoveu uma série nhecidas hoje graças à prática do arce-
de sessões de debate entre as reuniões do bispo de escrever circulares para a Igreja
concílio para preparar os brasileiros que local. As cartas escritas na época foram
participaram do evento. A sua atuação foi inclusive publicadas numa série de li-

20 OlharCristão • nov/dez/2013
Italianos
revisitando
vros publicados pela Compa-
nhia Editora de Pernambuco
o Concílio no
(CEPE).
Entre os avanços do Va-
Recife
ticano II destacados por Ga-
meleira estão a decisão de
abrir-se para um diálogo com Aproveitando a vinda ao Brasil,
o mundo – com muita ajuda em ocasião da Jornada Mundial
da sociologia e antropologia da Juventude, um grupo de jovens
– e dos passos em direção ao católicos italianos esteve no Recife
ecumenismo. “Se a Igreja não sob a coordenação do padre Fran-
poderia se isolar do mundo, O evento marcou cesco Pierpaoli, para conhecer o
muito menos das demais reli- uma nova maneira Instituto Dom Helder Camara, bem
giões. A Igreja passou a olhar da Igreja dialogar como visitar algumas igrejas que
com outras religiões.
para dentro dela, para o con- encarnaram os ideais defendidos
junto da cristandade e para o no encontro ecumênico. “Nos 50
mundo”, afirmou Dom Sebastião. arejamento na relação da Igreja com o anos do Concílio Vaticano II que-
Apesar de reconhecer aspectos posi- mundo, esse “desdobramento” do pacto ríamos ajudar os jovens a redes-
tivos do Concílio, Dom Sebastião aponta teve uma grande influência para a Teo- cobrir o que significou o Concílio
que Dom Helder esperava mais daquela logia da Libertação, que extrapolou os e refletir sobre a atualidade da sua
ocasião. “Ele defendia que a Igreja deveria limites do catolicismo, com forte inser- mensagem”, declarou o padre, que
se reconhecer como a Igreja dos pobres. O ção inclusive no protestantismo. Dentro é líder da pastoral juvenil na região
tema principal da sua vida foi a opressão da Igreja, alguns passos do concílio que de Marche, no centro da Itália.
do mundo moderno sobre dois terços da não foram dados são agora esperados Para revisitar os anos do encontro
humanidade. Ao perceber que do concí- com mais entusiasmo, desde que o ex- ecumênico, o padre decidiu trazer
lio não sairia uma clara opção pelos mais -arcebispo de Buenos Aires Jorge Ber- os jovens para se encontrarem com
pobres, ele e os que compartilhavam de goglio assumiu o papado, com medidas o testemunho de uma das mais
suas ideias organizaram o Pacto das Cata- que remetem a uma nova leitura dos do- ilustres figuras do Concílio. “Pen-
cumbas”, declara. cumentos redigidos na época. samos em Dom Helder Camara não
O Pacto das Catacumbas foi assinado somente porque ele participou,
por 42 bispos pouco antes da conclusão Para conhecer mais sobre o concílio: mas porque encarnou os valores
do Concílio, na Catacumba de Domitila, A igreja católica do Brasil no Concílio Vaticano II 1959 – defendidos pelo Concílio em sua
em Roma. O conteúdo desse pacto é um 1965 (José Oscar Beozzo, Paulinas) vida. Hoje os cristãos nem sempre
compromisso dos que o assinaram a se- são autênticos”, declarou.
guir uma vida de pobreza, rejeitando os Circulares conciliares: de 12 de setembro a 22/23 de Compreendendo que uma das
privilégios do status de sacerdotes e des- novembro de 1964. (Luiz Carlos Luz Marques e Roberto mensagens centrais do Concílio
tacando os pobres como principal alvo de Araújo Faria, CEPE) foi a abertura da Igreja ao diálogo
da sua atividade pastoral. Entre as ações ecumênico, o grupo italiano, com-
práticas expressas neste documento es- Circulares conciliares: de 10/11 de setembro a 7/8 de posto por 11 pessoas, conheceu de
tão o fechamento de contas pessoais em dezembro de 1965 (Luiz Carlos Luz Marques e Roberto perto ainda a experiência de duas
bancos, uso de vestimentas mais sim- de Araújo Farias, CEPE) Igrejas protestantes no Recife que
ples, a opção por moradias mais modes- vivem sob um conceito de fé mais
tas e até a venda de carros. Vaticano II: a luta pelo sentido (Massimo Faggioli, próximo da sociedade e mais aten-
Se o próprio concílio trouxe um leve Paulinas) tas as necessidades do povo que as
rodeiam. “Estamos empenhados
em construir pontes e não muros
de separação. Aqui encontramos
mais o que nos une que o que nos
divide”, afirmou.

OlharCristão • nov/dez/2013 21
comunicaçao

Nas ondas do gospel


A
s rádios do segmento cristão es- de Deus, possui atualmente cerca de 180
tão ganhando mais frequências funcionários.
e novos ouvintes em Pernambu- “Toda nossa produção é local. Nos-
co. Ancoradas na força da músi- sa grande missão é pregar o evangelho,
ca gospel e no crescimento do número de mas temos uma programação variada,
evangélicos, esses veículos já represen- com espaço notícias”, declara Mardo-
tam cerca de 30% das rádios em atividade queu Silva, coordenador de jornalismo
no Estado, sem contar com as inúmeras da Rede Brasil. Com uma audiência que
comunitárias e educativas que também extrapola o público evangélico, a rede al-
investem nas programações religiosas. cança 95% do território de Pernambuco
Ligadas a igrejas ou independentes, com 20 emissoras retransmissoras.
as rádios do segmento evangélico em
Pernambuco há alguns anos vêm des- RENOVANDO-SE
pontando com gratas surpresas nos ran- Fundada em 1985, a Rádio Evangélica FM
kings de audiência. Atualmente, a líder vive um momento de reestruturação da
no segmento é a Rádio Maranata, que é a sua infraestrutura física e da sua progra-
terceira entre todas as FMs. A Rádio Evan- Rádio Evangélica, do mação. Segunda colocada no segmento
gélica FM, a mais antiga do segmento no locutor Villa Júnior, evangélico, a emissora tem Villa Júnior
País, a Rede Brasil, Tamandaré e Nossa é a mais antiga do como o principal locutor, que está a 11
segmento no País.
Rádio são outras gigantes no dial religio- anos no ar. “Estamos com novos quadros,
so em tradição e quantidade de ouvintes. uma novo logomarca, em breve também
Uma das características do ouvinte
dessas rádios já medida pelos institutos
cresce audiência reinaugurando um site. E ainda vem
mais”, diz o comunicador.
de pesquisa é a fidelidade, seja pela afi-
nidade com os locutores ou em busca
das rádios Sem nenhuma bandeira denomina-
cional, a rádio tem tanto comunicadores
das pregações de pastores renomados.
“O ibope já identificou que há uma fide-
religiosas. como um público ouvinte bem eclético.
Integram na grade da emissora progra-
lidade diferenciada com os ouvintes das
emissoras do segmento religioso. Em ge-
pesquisa destaca mas das igrejas batista, presbiteriana,

ral, eles têm a rádio como uma extensão


da igreja”, destaca o locutor Lucas Caval-
fidelidade
canti, que trabalha nas manhãs da Rádio
Maranata.
dos ouvintes
Um dos horários da Maranata que
atinge maior audiência é o sábado pe- evangélicos.
las manhãs, quando o programa Graça e
Paz, do jornalista Angelo Manassés, co-
lunista da Olhar Cristão, atinge 135 mil
ouvintes por minuto. O locutor está a 16 possuem”, diz o Manassés, que apresenta
anos no ar, sendo 10 na atual emissora, ainda o programa Jornal da Manhã.
além da larga experiência na mídia im- Além de todo espaço para a música
pressa - no Diario de Pernambuco e com gospel, além da cobertura de grandes
a extinta revista Milênio. “Os números fa- shows, as rádios evangélicas tem diversi-
lam mais do que palavras. O crescimento ficado a sua programação com debates,
da comunidade evangélica é muito re- jornalismo e atrações culturais. Uma das
presentativo. As eleições têm confirman- emissoras que tem um forte investimen- Lucas Cavalcanti é
do isso e atualmente o meio publicitário to jornalístico, por exemplo é a Rede um dos locutores da
também está atento para o poder de Brasil. Presente nas frequências AM e FM, Maranata, líder de
audiência em PE.
comunicação direta que esses veículos além da TV, o grupo, lidada à Assembleia

22 OlharCristão • nov/dez/2013
assembleia, episcopal e quadrangular.
Administrada por uma fundação, sem
fins lucrativos, a rádio tem a marca de ser
a emissora oficial dos grandes eventos.

TRADIÇÃO
Um dos programas religiosos mais an-
tigos da rádio pernambucana é o Voz
Batista de Pernambuco, com 68 anos
de transmissões ininterruptas. O primei-
ro apresentador do programa, que na
época era transmitido na Rádio Clube de
Pernambuco, foi o pastor Munguba So-
brinho, no ano de 1945.
Apresentado há 12 anos pelo pastor
Fernando Ribeiro, o programa é transmi-
tido na Região Metropolitana do Recife
pela Rádio Evangélica FM, em Fernando
de Noronha, pela FM Transamérica, e no
interior pela Petrolina FM e Salgueiro FM,
além da internet. “Somos o mais antigo
programa evangélico em atividade da
rádio pernambucana. A marca é tão forte Mardoqueu Silva,
que é utilizada também por várias igrejas coordenador de
jornalismo da Rede
locais que tem espaço nas rádios de seus Brasil, na redação.
municípios”, disse Fernando.

OlharCristão • nov/dez/2013 23
livro

Em Só o Amor
Constrói, Cristênio
compartilha suas
reflexões da vida.

Reflexões de um franciscano
A Publicação
experiência de vida e as refle- uma placa de homenagem a sua dedica-
xões cristãs de Cristênio Gonçal- ção ao serviço cristão. “Pensei comigo, já
ves de Almeida ganham a partir
do mês de novembro as páginas
plantei várias árvores; tive filhos, netos e
bisnetos. Só me faltava um livrinho para
recebeu o
do livro “Só o amor constrói”, publicado
pela Companhia Editora de Pernambuco
que, partindo o homem, fique o livro”,
disse Cristênio.
imprimatur da
(Cepe). Integrante da Ordem III de São
Francisco, ele é conhecido na vizinhança
A inspiração do autor de 85 anos
veio de suas leituras da Bíblia, das cartas
arquidiocese de
e pelos amigos como um semeador de
boas mensagens, distribuindo folhetos e
papais, de livros, além de aulas sobre a
fé que assiste na TV Canção Nova e na
recife e olinda.
adesivos de carro com frases e pequenos Rede Vida. O livro, que tem uma tira-
textos que fazem referências às instruções gem inicial de mil exemplares, recebeu
bíblicas e aos costumes e tradições do o imprimatur da Arquidiocese de Recife
Cristianismo. e Olinda, que é uma aprovação e reco-
A decisão de organizar o livro, após mendação do arcebispo Dom Fernando
tantos escritos ao longo da vida, veio após Saburrido para leitura do texto. A obra
a experiência de escrever para o boletim tem mais de 90 reflexões em quase 400
da ordem franciscana e depois de receber páginas.

24 OlharCristão • nov/dez/2013
comemoração

Evento acontecerá no
Marco Zero, com par-
ticipação da cantora
Aline Barros.

Um dia para agradecer


D organização do
igamos sempre obrigado pois, gratidão tem uma relação próxima com a
não conquistamos nada sozi- doação. Assim, o movimento também tem
nhos”. É com esse slogan que
o Movimento Dia Nacional de
um envolvimento forte com os arrecada-
mentos de donativos para as vítimas da
evento espera
Ação de Graças (DNAG), que existe há
sete anos, tem estimulado a reflexão e
seca do Sertão. “Arrecadamos até agora 140
toneladas de alimentos em parceria com o
arrecadar 110
a gratidão, resgatando a data como um
momento de celebração – estabelecida
Sertão Solidário, além de três mil garrafões
de água e três mil sacas de alimentos para
toneladas de
pela Lei Federal nº 781/49 como sendo
na 4ª quinta-feira de novembro.
animais. A expectativa é de que até o dia 20
de dezembro nós tenhamos 110 toneladas
alimentos para o
O movimento, que se define como
“sociocultural, apolítico, sem distinção
de alimentos para o Natal sem fome das ví-
timas da seca de Pernambuco”, conta.
natal sem fome.
de credo religioso e sem fins lucrativos, Ainda que o evento conte com postos
com o propósito de resgatar no Brasil a de coleta dos donativos, pontos de doa-
celebração do Dia Nacional De Ação De ção já estão funcionando, como o Parque
Graças”, se prepara para a celebração a 6ª da Jaqueira, aos sábados, das 8h às 17h –
edição, que será realizada no dia 28 de no- onde recebem alimentos não perecíveis,
vembro, no Cais do Apolo a partir das 18h. ração para animais e água mineral – e na
Gratuito, o evento traz neste ano no- Estação Central do Metrô, de segunda a
mes como Eliana Ribeiro, Aline Barros, pe. sexta, das 8h às 19h. O DNAG também
João Carlos e Elba Ramalho. O presidente conta com pontos de troca de alimentos
do comitê do DNAG, Jonas Alvarenga, não perecíveis por uma camisa personali-
chama a atenção para que as pessoas zada do Dia de Ação de Graças no Hiper-
também celebrem nos ambientes de bompreço da Av. Norte, Caxangá, Olinda, Jonas Alvarenga é o
convivência com a família, no trabalho, Casa Forte e Guararapes; Bompreço Ben- presidente do Comitê
nas suas instituições religiosas e cultos. fica, Casa Amarela, Domingos Ferreira e do Dia Nacional de
Alvarenga também defende que a Jaboatão e no Carrefour da Torre. Ação de Graças em PE

OlharCristão • nov/dez/2013 25
olharhistórico

Templo da Holy
Trinity Church funcio-
nou na Rua da Aurora
(1837-1940).

Os Episcopais Anglicanos
em Pernambuco
Francisco Bonato Pereira*

O
s anglicanos – membros da comerciantes e técnicos ingleses explorar Tratados de Amizade e Comércio e Nave-
Igreja da Inglaterra, originá- as atividades econômicas. As negociações gação trouxeram ao Brasil muitos britâ-
rios da Reforma Protestante incluíram permissão para exercício da re- nicos, que encontraram em Pernambuco
- foram os primeiros cristãos ligião, construção de templos e de cemi- boas oportunidades para expandir a in-
reformados a chegar ao Recife (1822), na térios próprios. As igrejas e capelas angli- dústria e comércio e obter lucros. Os bri-
esteira do Tratado de Comércio e Nave- canas tinham restrições, proibidos sinos e tânicos, no fim do século XIX, tinham no
gação celebrado entre o Reino Unido do sinais externos, além de não poder fazer Recife uma grande e influente colônia,
Brasil, Portugal e Algarves (1810) e o Rei- proselitismo entre súditos portugueses. dirigindo empresas comerciais, indús-
no Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Todavia a abertura religiosa do tratado, trias e bancos: a Western Telegraph Com-
Norte, reunindo-se na Rua do Hospício e com o compromisso do príncipe regente pany (comunicação por cabo submari-
depois construindo o templo (1838). de não instalar no Reino a Inquisição teve no), a Pernambuco Tramways and Power
Esses são os primeiros protestantes oposição papal, mas abriu espaço para a Company (transportes urbanos por trens
chegados ao Brasil, depois dos holande- Constituição do Brasil (1824) trazer a li- e bondes), a Great Western of Brazil Rail-
ses (1630-1654). Assinados os Tratados berdade religiosa, facilitando a vinda de way Company, com as ferrovias ligando o
de Aliança e Amizade e de Comércio e imigrantes protestantes para povoar e Recife ao interior e aos Estados vizinhos,
Navegação (1810) entre o Reino Unido cultivar vastas extensões de terras do País. o Bank of London & South America, fi-
do Brasil e Portugal e o Reino Unido da A abertura dos portos do País, pelo nanciador de produção e exportação.
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte vieram Príncipe Regente D. João (1808) e os No Recife, os britânicos anglicanos

26 OlharCristão • nov/dez/2013
criaram quatro instituições: o Cemité- desapropriado para alargar a Avenida
rio Britânico (1814); o Templo Britânico Conde da Boa Vista (1940).
(1837); o Hospital Britânico (1842); e o
Clube Britânico (1906). A Igreja Episcopal Anglicana do
Autorizada a construção de cemi- Brasil (IEAB)
térios nas cidades portuárias do Brasil A história da Igreja Anglicana no Brasil
(1810), foram escolhidos terrenos (1811), Os anglicanos tem início com as capelanias britânicas
na Bahia e no Rio de Janeiro, para esta (século XIX) e persiste até 1950, quando
finalidade, de vez os súditos britânicos foram os primeiros os templos foram transferidos para as
que, por não serem católicos, não po- comunidades de remanescentes ingle-
diam ser sepultados em templos católicos cristãos reformados ses e brasileiros, inclusive a Catedral da
ou cemitérios anexos, mas nas praias ou Santíssima Trindade, no Recife. Existiram
em descampados. O governador de Per- a chegar ao Recife no Brasil três grupos episcopais anglica-
nambuco cumpriu a ordem do príncipe nos: (a) os anglicanos chegados ao Brasil
regente e mandou demarcar (1814) em (1822). Os britânicos no período do Reino Unido e do Império,
Santo Amaro das Salinas “um terreno de congregados em capelas nas principais
120 palmos de frente sobre 200 de fundo”, criaram quatro cidades; (b) os imigrantes anglicanos de
desapropriando-o e doando-o ao cônsul origem japonesa chegados a São Paulo;
de sua majestade para edificar o cemité- instituições: o (c) os episcopais da missão norte-ame-
rio. O Cemitério Britânico tem um portão ricana, catequisados por missionários
de ferro com a expressão British Cemitery, cemitério, o templo, norte-americanos, oriundos da Virginia
1852, obra da Fundição d'Aurora. (USA) a partir de 1890.
O cemitério foi edificado na Estrada o hospital e o clube. A Missão norte-americana (1892)
Luiz Barreto (hoje Av. Cruz Cabugá), Santo emancipara suas igrejas (1907) e estas se
Amaro, servindo para sepultar holandeses, uniram às igrejas britânicas (1955), for-
franceses, americanos, alemães (protestan- mando a Igreja Episcopal Anglicana do
tes ou não) e brasileiros. Nele repousam os Brasil (IEAB), autônoma e filiada a Comu-
restos mortais do general Jose Inácio de nhão Anglicana, que é a associação de
Abreu e Lima que, cristão católico, teve se- igrejas de fé anglicana, relacionada com
pultamento negado no Cemitério de Santo (d) James Midgley (1875-1892). O templo a Igreja da Inglaterra.
Amaro pelo bispo Cardoso Ayres. O Cemi- da Rua da Aurora foi desapropriado pelo As igrejas anglicanas proclamam a
tério Britânico ocupa espaço na memória Município (1946) para alargar a Avenida fé reformada, católica e apostólica com
dos batistas de Pernambuco porque nele Conde da Boa Vista, sendo o novo tem- base nas Escrituras, interpretadas à luz
foram sepultados dois filhos do missioná- plo edificado em área cedida pelo British da tradição, do estudo e da razão. Procla-
rio Wiliam Entzminger e as missionárias & Country Club. mam as boas novas do Evangelho a to-
Anna Luther Bagby e Elizabeth Mein (ba- Em 1842 foi construído no Recife dos os homens e mulheres. Observam a
tistas), cujos restos mortais foram trasla- também o hospital britânico (The British fé, a ordem e a prática expressos no Livro
dados para o Seminário Teológico Batista Hospital), instalado em época de epide- de Oração Comum, tendo como elemen-
(STBNB), na Rua do Padre Inglês, no Reci- mias, inclusive febre amarela que atingiu tos essenciais de fé e ordem para a busca
fe, onde residiu o ministro anglicano, Rev. seu auge em 1849. O hospital funcionou da unidade cristã: (a) As Santas Escrituras
Charles Adye Austin. até 1878 no Aterro da Boa Vista (hoje Rua (Antigo e Novo Testamento) como a Pala-
da Imperatriz), uma edificação de quatro vra revelada de Deus; (b) O Credo Niceno
O templo anglicano (1837) andares, com cais de embarque no Rio e Apostólico como a declaração suficien-
A igreja da Santíssima Trindade foi o pri- Capibaribe. te da fé cristã; (c) Os sacramentos do Ba-
meiro templo protestante edificado no Existiram também no Recife quatro tismo e da Eucaristia celebrados com as
Recife (1837), situado na Rua da Aurora, clubes de origem britânica: o Pernam- palavras e os elementos usados por Jesus
esquina com a Rua Formosa (hoje Av. buco Cricket Club, o Lawn Tennis Club, o Cristo na Ceia; (d) O Episcopado históri-
Conde da Boa Vista), sendo o rev. Charles Pernambuco British Club (1906) e o The co, como símbolo da unidade Cristã.
Adye Austin seu ministro religioso. Antes British Country Club (1920), no bairro
dele o pastor John Penny (1822-1835) di- dos Aflitos, promovendo jogos atléticos A Diocese Anglicana do Recife
rigia a comunidade que se reunia numa e reuniões sociais. O Pernambuco Golf A Diocese Anglicana Setentrional, mais
casa na Rua do Hospício. Dentre os minis- Club (1928) originou o Caxangá Golf & tarde Diocese Anglicana do Recife (DAR),
tros anglicanos da Igreja no Recife identi- Country Club. Remanesce também o Bri- foi instalada com jurisdição sobre os Es-
ficamos: (a) rev. John Penny (1822-1835); tish and Country Club, na Av. Rosa e Silva, tados de Alagoas ao Amazonas e rece-
(b) rev. Charles Adye Austin (1835-1869); em cujo terreno foi edificado o templo beu o bispo Dom Edmund Sherrill (1976-
(c) rev. Richard Addison (1865-1874); e anglicano (1940), quando o primitivo foi 1985). Dom Sherrill, quando bispo do

OlharCristão • nov/dez/2013 27
Rio de Janeiro, havia enviado ao Recife
(1975) o rev. Paulo Ruiz Garcia para dirigir
a Paróquia da Santíssima Trindade.
O anúncio (1984) da aposentadoria
do bispo Sherrill, prevista para 1985, levou
a IEAB a eleger o rev. Clovis Erly Rodrigues
bispo coadjutor da Diocese com direito
a sucessão(1984). A eleição contrariou o
bispo Edmund Sherrill e a delegação do
Recife, que desejavam eleger o rev. Pau-
lo Garcia. O bispo Dom Clovis Rodrigues
assumiu a Diocese (1985) e promoveu seu
crescimento com eventos de impacto (En-
contros de Casais com Cristo, Seminários
de Vida no Espírito e Cursilhos de Cristan-
dade), na Paróquia da Santíssima Trinda-
de, no Recife, atraindo membros de ou-
tras igrejas. Sua sucessão planejada com
debate e elaboração de perfil do sucessor,
levou a eleição do rev. Edward Robinson
Cavalcanti como bispo coadjutor (1997).
O bispo Dom Robinson Cavalcanti Catedral da
assumiu (1997) a Diocese (DAR), agre- Santísima Trindade
gando fiéis de igrejas presbiterianas e foi construída em
1942, no Espinheiro.
batistas, marcando sua gestão o cresci-
mento, a educação teológica e a identi-
dade anglicana. O bispo Dom Filadelfo
Oliveira foi eleito e sagrado bispo sufra-
Os cristãos co, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte.
(b) a Diocese do Recife, o ramo extra
gâneo da DAR (2001). O seu episcopado
foi marcado por afastamentos de lide-
episcopais têm se provincial, vinculado a autoridade da
Igreja Anglicana do Cone Sul, sob a dire-
ranças importantes para a igreja. Primei-
ro aconteceu a saída do rev. Paulo Gar-
mostrado mais ção do bispo Dom Miguel Angelo Uchoa
Cavalcanti (2012), com sede em Boa Via-
cia, acompanhado dos reverendos Célio
Spineli, Edgar Ferreira e Frederico Bastos,
acolhedores, gem, com a catedral anglicana do Bom
Samaritano, com o clero composto pelo
que ficaram na posse do templo da Cate-
dral Episcopal Anglicana, na Rua Carnei-
sendo bem ativos Bispo Diocesano Dom Miguel Uchoa,
Bispos Evilasio Tenorio da Silva Junior e
ro Vilela, e as missões Bem-Aventuranças
e Pedra Viva. Depois houve a saída do
na fraternidade. Flavio Adair Tores Soares, com jurisdição
sobre os Estados de Pernambuco, do
rev. Leonides Menezes, com a rev. Karla Ceará, da Paraíba, do Rio de Rio de Janei-
Patriota e Adonias Ramos Souza e as pa- e os braços para o restabelecimento da ro e parte dos Estados Unidos (Flórida,
róquias Betânea e Calvário. comunhão cristã e para a restauração Oregon, Washington e Wiscosin).
No ano 2000, o bispo Dom Robinson das vidas e, sendo mais ativos no exercí- (c) a Diocese Primaz da Santíssima
Cavalcanti se opôs à ordenação de Gene cio da fraternidade e menos na cobrança Trindade da Igreja Episcopal Carismática
Robinson para bispo de New Hampshire de posturas. A postura talvez explique o do Brasil - ramo subordinado à Comu-
(EUA), um dos fatos que gerou poste- seu crescimento e pode servir de mode- nhão Internacional da Igreja Episcopal
riormente na sua deposição, em 2005. lo a outros grupos cristãos porque, como Carismática dos Estados Unidos e jurisdi-
Em face da sua saída, o dom Filadelfo de Jesus Cristo, devemos primeiro cuidar de ção sobre o território do Brasil, sob a dire-
Oliveira foi eleito Bispo da DAR, sendo receber e ajudar a restaurar o indivíduo ção do arcebispo Paulo Ruiz Garcia, com
sucedido em 2006 por dom Sebastião e depois ensiná-lo a se comportar como paróquias e missões espalhadas pelo
Gameleira Soares. Com o apoio do Dom cristão. território do País.
Gregory Venables, primaz da Igreja An- Em síntese, há em Pernambuco hoje (d) a Diocese da Igreja Episcopal
glicana do Cone Sul, Dom Robinson e ao sedes de quatro dioceses episcopais: Evangélica Betânia, o ramo da Comu-
clero que o apoiava seguiram a exercer o (a) a Diocese Anglicana do Recife, o nhão Internacional Cristã, organizada
ministério na Comunhão Anglicana. ramo tradicional da Comunhão Anglica- em 2002, dirigida pelo bispo Leonides
Na nossa visão de observador não na da Igreja Episcopal Anglicana do Bra- Menezes Ferreira (2007), com uma cate-
tão isento, os cristãos episcopais no Es- sil (IEAB), vinculada à Igreja da Inglaterra, dral e oito igrejas.
tado têm se mostrado mais acolhedores sob a direção do bispo Dom Sebastião
para com pessoas oriundas de outras co- Armando Gameleira Soares (2006), com * Francisco Bonato é pastor, historiador e sócio do
munidades cristãs, abrindo-lhe as portas jurisdição eclesiástica sobre Pernambu- Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de PE.

28 OlharCristão • nov/dez/2013
* Aurivan Marinho é pastor

palavrasagrada e pres. da Aliança das Igrejas


Evang. Congregacionais

A suficiência das Escrituras para a vida cristã


AURIVAN MARINHO*

O
s evangélicos eram conhecidos Espírito Santo. A nova vida começa com
como os “Bíblias”. Não só por- regeneração e continua no processo de
que eram vistos conduzindo santificação. Por isso Pedro reafirma o
a Bíblia em mãos, mas porque mandamento: “Porque escrito está: ‘sede
liam e citavam as Escrituras para funda- santos, porque Eu sou santo’” (1Pe 1.16).
mentar conceitos, justificar sua fé e per- Só quando conformamos nossa vida
suadir alguém a uma possível conversão. à Palavra de Deus, trilhamos o caminho
Os tempos mudaram. As novas ge- de santidade que faz a diferença diante
rações de crentes são, em sua maioria, do sistema e cultura que sofre a terrível
analfabetos de Bíblia. Leitura, meditação influência do maligno (1Jo 5.19).
e estudo é prática quase que antiga. Isso Pedro comunica que, assim como
provoca pouco interesse pela pregação e o leite materno é indispensável para o
pelas antigas doutrinas da graça. recém-nascido, a Palavra de Deus é o ge-
É preciso promover o retorno às Escritu- nuíno leite espiritual que promove cres-
ras. Só elas são suficientes e indispensáveis (2Tm 3.16-17). Logo, devemos submeter cimento para salvação: “Despojando-vos,
para um viver agradável a Deus, pois testifi- o viver aos seus ensinos, não nos confor- portanto, de toda maldade e dolo, de hi-
cam de Cristo e revelam a Sua vontade. Sem mando com nada inferior a isso. pocrisias e invejas e de toda sorte de ma-
elas, o crente torna-se vulnerável à influên- ledicências, desejai ardentemente, como
cia do mundanismo, incapaz de discernir A Bíblia é suficiente porque dela se ori- crianças recém-nascidas, o genuíno leite
os ataques de Satanás e suscetível a todo gina a vida cristã. A vida cristã começa espiritual, para que, por ele, vos seja dado
vento de doutrina, tão comum em dias de com regeneração. Jesus disse a Nicode- crescimento para salvação” (1Pe 2.1-2).
misticismo religioso e de falsas teologias. mos que era preciso nascer de novo. Sem O desenvolvimento da vida cristã
Nas cartas de Pedro, há princípios transformação da velha natureza não envolve o despojar do velho homem e o
que revelam a suficiência das Escrituras. existe vida cristã. Mas ninguém pode se revestir-se da nova criatura. Implica em
tornar nova criatura do nada. Deus usou deixar o fruto da carne e andar segundo
A Bíblia é suficiente porque é a Pala- da Palavra para criar todas as coisas e é o fruto do Espírito (Gl 5.16-26). Pedro pro-
vra de Deus. Afirmamos Sua suficiência por meio dela que Ele concede nova vida. põe um abandono de tudo que é pecado
porque cremos na Sua autoridade, vera- Pedro diz que fomos “regenerados (1Pe 2.1) e que o coração seja possuído
cidade, inspiração e poder transforma- não de semente corruptível, mas de in- do santo e ardente desejo pela Palavra
dor. Pedro diz: “Sabendo, primeiramente, corruptível, mediante a palavra de Deus, de Deus (1Pe 2.2). Como criança faminta,
isto: que nenhuma profecia da Escritura a qual vive e é permanente” (1Pe 1.23). devemos nos alimentar de forma cotidia-
provém de particular elucidação; porque Ele estabelece um contraste entre o nas- na da Palavra de Deus, o maná do céu
nunca, jamais qualquer profecia foi dada cimento biológico e o espiritual. Biolo- que nutre a alma e concede maturidade
por vontade humana; entretanto, homens gicamente, nascemos corrompidos pela para o enfrentamento das adversidades.
[santos] falaram da parte de Deus, movi- semente do pecado enquanto que, espiri- Que Deus nos abençoe nos dando
dos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.20-21). tualmente, nascemos de novo mediante a fome e sede da Sua Palavra. Que as nos-
Pautar a vida nas Escrituras é ter a ga- semente incorruptível da Palavra de Deus. sas almas não se satisfaçam com outro
rantia de que estamos sendo instruídos Tudo no mundo nasce corrompido e, alimento que não seja o “genuíno leite
pelo próprio Deus. Muitos preferem seguir como flor que murcha, tende a desapare- espiritual”. Que possamos desenvolver
o achismo do coração enganoso, novas cer. Mas a Palavra de Deus permanece para a nossa salvação em santidade, a fim de
revelações que contradizem a verdade do sempre. A vida cristã inicia quando a Palavra que tenhamos uma vida cristã vitoriosa
Evangelho e o “experiencialismo” que aca- entra no coração pelo Espírito Santo (Ef 1. diante dos inimigos, da carne, do mundo
ba se tornando regra de fé e prática. 13-14). Por isso Paulo diz que a fé vem pelo e do diabo.
Porque toda Escritura é a Palavra ouvir e o ouvir a Palavra de Deus (Rm 10. 17). “Antes crescei na graça e no conhe-
de Deus, sua utilidade para ensino, re- cimento de nosso Senhor e salvador Je-
preensão, correção e educação na jus- A Bíblia é suficiente para promover sus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora
tiça torna-se imprescindível para que crescimento espiritual. A vida cristã não como no dia eterno” (2Pe 3.18). No amor
sejamos habilitados para toda boa obra é estática. Tem dinâmica decorrente do de Cristo.

OlharCristão • nov/dez/2013 29
jovens

Ministérios de
missões urbanas
ganham força com
organização do MUR.

Reunião fortalece
grupos de ação de rua
O
s desafios sociais e evangelís- um contato importante dos líderes para mesma disposição de promover o bem
ticos da cidade fizeram surgir se apoiar. Essa integração era necessária dá uma dimensão diferente as atividades
do meio da igreja nos últimos para fortalecer a todos, principalmente que cada grupo promove. "A importân-
anos uma série de grupos de alguns que possuem poucos volun- cia é devido também ao numero de pes-
ação de rua, com objetivo de alcançar tários”, diz Marília Silva, que integra o soas envolvidas. Meu grupo trabalham
pessoas marginalizadas ou tribos urba- N'ativa Missões de Impacto e é uma das ativamente apenas quatro pessoas. Isso
nas. Compostos em sua maioria por jo- coordenadoras do MUR. dificulta, quando queremos fazer ações
vens cristãos e com pouca infraestrutura, No Recife, além do N'ativa, já estão maiores, atingindo mais pessoas. Com
esses ministérios fizeram um movimento conectados nessa integração os grupos esse relacionamento os líderes, o pessoal
de integração, criando há um ano o Mis- Rennovario, Vidas em Revolução (VER), se prontifica a dar as mãos”, exalta o jo-
são Urbana Recife (MUR), que funciona Voz na Rua, Baluar´t, Missões Urbanas vem que é membro da Igreja Missionária
como uma grande plataforma de ajuda Canaã (MUC), Plataforma, Radicalize Canaã, em Boa Viagem.
mútua, reunindo atualmente 16 grupos com Cristo, Ipeg, Arca, Juwesc, Rede O MUC tem a experiência de trabalho
da Região Metropolitana do Recife. Mãos que Ajudam, Mambembe, Motirõ social nas madrugadas (alcançando com
O trabalho de alcance a pessoas que de Deus e o Matriz Identidade. O MUR pessoas de rua, dependentes químicos
em geral estão bem distantes da órbitas conta ainda com o ministério Pegadas e profissionais do sexo) e ultimamente
da igrejas é a grande motivação desses do Teu Sangue, que atua em Abreu e tem investido na atuação de evangelis-
ministérios de ação de rua, que em sua Lima. Alguns desses grupos são filiados mo com skatistas.
maioria são interdenominacionais, con- a alguma congregação, enquanto ou- Uma das novidades da vida desses
tando com jovens de várias congrega- tros são interdenominacionais, reunin- grupos com esse movimento de união
ções. Hoje os líderes desses grupos se do jovens de várias igrejas. é a organização de ações coletivas. No
reúnem mensalmente para comparti- Para o líder do ministério Missões mês de outubro, por exemplo, a articu-
lhar dificuldades, trocar ideias e promo- Urbanas Canaã (MUC), Elion Santana, lação entre esses ministérios gerou um
ver uma sinergia nas atividades. “Esse é 28 anos, a ajuda de amigos que tem a evento na Avenida Boa Viagem contra a

30 OlharCristão • nov/dez/2013
exploração sexual de crianças, fazendo
referência ao dia das crianças. De forma
descontraída, com danças e brincadei-
ras, o grupo estava com os rostos pinta-
dos e de nariz de palhaço para falar do
tema com pais e crianças que estavam
na praia.
“Nessas ações coletivas nos com-
plementamos no que cada grupo tem
de diferencial. O VER, por exemplo, se
destaca no ensino da palavra, o N'ativa
é forte do trabalho com artes. Já vemos
muitos resultados nessa troca de expe-
riências”, constata Marília Silva.
A integração já chama atenção de
grupos espalhados pelo Brasil. Neste
semestre, já participaram da reunião de
líderes do MUR ministérios do Paraná e
de Sergipe, interessados em criar uma
rede semelhante em seus Estados.
Além da organização de eventos, a
associação desses ministérios se propõe
a divulgar através das redes sociais as
agendas de cada grupo. Para ter mais in-
formações sobre as ações do MUR e para
conhecer os jovens que fazem parte des- Jovens de diferentes
se movimento, acesse a fanpage: www. igrejas realizaram
facebook.com/MissaoUrbanaRecife. evento em referência
ao mês da criança.

OlharCristão • nov/dez/2013 31
olharcultural

Musical na
Praça Fleming
A igreja Batista da Jaqueira realiza mais
uma vez o seu musical de Natal na Praça
Freming, em frente ao Parque da Ja-
queira. Neste ano a cantata será “O amor
nasceu - ano IV”, que será apresentada

Canta Recife Especial de Fim de Ano


no dia 6 de dezembro, às 19h.

No dia 30 de novembro, o Chevrolet Hall recebe o Canta Recife Especial de Fim de


Ano. O evento terá como principais atrações os cantores Fernandinho, Kleber Lucas,
Pregador Luo e a banda Palavra Antiga.

Cursos de Férias
O Seminário Teológico Batista do Norte
está com inscrições abertas para os
mini-cursos intensivos e de formação
continuada que acontecerão em janeiro.
Para os professores de EBD e líderes, uma
boa dica é o Conhecendo as Traduções
da Bíblia, ministrado pelo pastor Marcos
Bittencourt. Mais informações no site:
www.stbnb.com.br

CD APLICATIVO
BRUNO GUSMÃO app missões nacionais
Uma dica bem pernambucana de músi- Inovando na sua comunicação, a Junta
ca gospel de qualidade é o primeiro CD de Missões Nacionais lançou um aplica-
do cantor Bruno Gusmão. O álbum Servo tivo (disponível apenas para Android). A

bazar
é o primeiro trabalho solo do cantor, novidade oferece informações da JMN e
que é membro da IABV, no Recife, e traz possibilita alternativas de contato rápido
um estilo suave e agradável de canções com a instituição. O aplicativo é gratuito
de adoração. no link: app.vc/missoesnacionais

32 OlharCristão • nov/dez/2013
OlharCristão • nov/dez/2013 33
* Rev. Cilas Cunha de

últimaslinhas Menezes é pastor da Igreja


Presbiteriana do Brasil

Uma fé que maravilha Jesus


CILAS MENEZES*

N
inguém, que tenha estado aqui, “E maravilhou-se Jesus, experiências que outros tiveram e ele
nesse mundo de Deus, tem mais ouvindo isso, e disse aos também queria ter. Essa fé se apresenta
autoridade para avaliar a fé de que o seguiam: “Em verdade perfeitamente defensável. Mas há muita
alguém do que nosso Senhor Je- vos digo que nem mesmo em crença que não tem essa base: firma-se
sus Cristo. Um tipo de crença elogiado por Israel encontrei tanta fé.” apenas em supostas autoridades ecle-
Jesus deve realmente possuir caracterís- (Mateus 8. 10). siásticas, no dogmatismo de mestres
ticas admiráveis. No texto ao lado, Jesus arrogantes ou em puras fantasias de
elogia a crença de um centurião. Vejamos pessoa. Quem prega o cristianismo hoje mentes desorientadas. Não, esse tipo de
quais os traços que essa fé apresenta: não pode esquecer-se desse ponto que é crença Jesus reprova.
essencial na organização da vida espiritual.
Era a fé em Jesus. O centurião expres- Era fé aliada à atividade. O centurião
sou-se deste modo: “Dize somente uma Era fé aliada à caridade. O centurião não cruzou os braços quando viu o servo
palavra e o meu criado sarará.” Há aí um não pedia para si, mas para seu servo. Se doente. Pôs-se em movimento e fez o que
elemento de impressionante confiança lembrarmos de que naquele tempo a po- podia para que o servo se apropriasse das
na pessoa de Jesus. E a ideia do centu- sição dos que serviam era horripilante e bênçãos que Jesus lhe podia conceder.
rião se amplia quando ele afirma: “Tenho de que até filósofos famosos ensinaram Não era a crença dos supostos santos
soldados às minhas ordens; e digo a este; que os servos não tinham alma, percebe- que subiram a um pilar para permanecer
vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e remos logo o caráter do centurião, sua fé ali o resto da vida, sem contato com a
ao meu criado: faze isto, e ele o faz.” Fica solícita em fazer o bem, se destaca muito humanidade sofredora. Não era a fé que
muito evidente o pensamento do militar mais naquela época. atira o indivíduo para dentro de um claus-
romano; achava que o poder de Jesus so- O escritor Bugbee, em seu livro Cris- tro onde não chegam os ecos angustiosos
bre as enfermidades que torturam os ho- tianismo Hoje, narra o seguinte fato: da dor humana. Era, sim, uma crença que
mens era semelhante ao que um oficial “Quando Constantinopla estava sendo movimenta todos os dons do indivíduo
das milícias romanas tinha sobre seus su- sitiada pelos turcos, no século XV, a guar- em favor de uma causa nobre. Um exem-
bordinados. Bastava dar ordem para que nição cristã viu-se em provações qua- plo vivo desse tipo de fé se apresenta no
elas fossem cumpridas. se desesperadoras. Seus chefes, então, apóstolo Paulo. Sua atividade é incan-
Imaginemos que o centurião tivesse pediram que uns sacerdotes e monges sável: ele estende as tendas do Reino de
muita fé, mas não fosse em Jesus. Havia localizados ali, fossem ministrar assis- Deus por toda parte, escreve cartas mara-
quem cresse nos oráculos da antiguida- tência espiritual aos soldados. Mas esses vilhosas e não deixa de trabalhar mesmo
de e também os que criam em filosofias eclesiásticos responderam que não po- quando está encarcerado. Desse tipo de
vãs ou em panaceias de exploradores de- diam deixar a rotina dos seus serviços no fé construtiva e dinâmica é que a huma-
sonestos. Qualquer desses tipos de cren- claustro para atender outras pessoas. Por nidade necessita hoje. Para desempenhar
ça jamais salvaria o servo do centurião. isso pediam desculpas e não foram. Ain- suas funções espirituais na terra, os cris-
Mas a fé em Cristo realizou esse prodígio. da existe desse tipo de crença formalista tãos têm de exemplificá-la.
É interessante notar a insistência com que dá muito mais importância a ritos e Duas vezes o Evangelho afirma que
que Jesus frisa a necessidade de se ter fé cerimônias pomposas do que à assistên- Jesus se admirou. Uma foi por causa da
nele. “Quem crê nele não é condenado.” – cia aos que sofrem e necessitam do con- fé manifestada pelo centurião. Outra foi,
“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; forto que só o cristianismo lhes pode dar. quando deparou com a incredulidade dos
mas aquele que não crê no Filho não verá a Por isso se vê que é de suprema im- habitantes de Nazaré. Isso parece indicar
vida.” – “Porquanto a vontade daquele que portância conservar, de maneira que seja que as impressões mais profundas do
me enviou é esta: que todo aquele que vê aprovada pelo próprio Cristo, a relação Mestre se relacionam com as atitudes que
o Filho e crê nele, tem a vida eterna.” – “Na entre fé e caridade. revelam fé ou descrença na sua pessoa.
verdade, na verdade vos digo que aquele Não se pode negar que ele sabia discrimi-
que crê em mim tem a vida eterna.” Era fé aliada à razão. O oficial romano nar como ninguém os valores da persona-
Não seria difícil multiplicar citações tinha motivos para ter fé em Cristo. Ha- lidade humana. Se ele dava tanta impor-
bíblicas que deixam patente a maneira via fatos que sustentavam a sua fé. Ele tância à fé, que une o coração humano à
pela qual Jesus insistiu em alimentar uma sabia que o Mestre já curara muitas ou- sua divina personalidade, nós a devemos
fé que tivesse como objeto a sua própria tras pessoas. Sua crença se alicerçava em cultivar com solicitude e perseverança.

34 OlharCristão • nov/dez/2013
Mais que educação a
distância, conhecimento
com a qualidade Metodista.
VESTIBULAR METODISTA. INSCRIÇÕES ABERTAS.
• Uma das melhores
universidades do País em
Educação a Distância.* Bacharelado Graduação Tecnológica
• cado via internet • Administração • Análise e Desenvolvimento
e em tempo real. • Ciências Contábeis de Sistemas
• Professores conceituados e • Teologia • Gestão Ambiental
reconhecidos no mercado. • Teologia – Integralização • Gestão Financeira
de Créditos • Gestão Pública
• Apoio de professores, por meio • Gestão de Recursos Humanos
do ambiente virtual, para auxílio
Licenciatura • Gestão da Tecnologia da Informação
e esclarecimento de dúvidas.
• Ciências Sociais • Jogos Digitais*
* Universidade Metodista de São Paulo, considerada uma das melhores • Letras – Língua • Logística
universidades do País em Educação a Distância em 2010, 2011 e 2012, em Portuguesa • Marketing
pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Estudantes de Educação
a Distância (ABE-EAD). • Pedagogia • Processos Gerenciais
* Oferecido somente no Polo Rudge Ramos.
POLO RECIFE
Avenida Guararapes, 131 - Santo Antônio
Recife/PE - (81) 2138-8378

Para mais informações, acesse: www.metodista.br/vestibular


Siga-nos nas redes sociais:
facebook.com/universidade.metodista | twitter.com/metodista
Grande São Paulo: 11 4366 5000
Outras localidades: 0800 889 2222 OlharCristão • nov/dez/2013 35
36 OlharCristão • nov/dez/2013

Você também pode gostar