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industrial, cadeia
produtiva e
logística
Automação industrial,
cadeia produtiva e
logística
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Pedro Donizete Bolanho
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0301-8
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
65
Unidade 3 | Sistemas de controle______________________________________
75
Seção 2 - Conceitos de modelagem e sistemas de controle________________
2.1 | Definições e conceitos de modelagem______________________________________75
2.2 | Exemplos de sistemas de controle_________________________________________81
97
Unidade 4 | Processos de automação industrial__________________________
Tipologias de redes
Fernando Lino Junior
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, o aluno será levado a entender a importância
das redes de cooperação, bem como seus elementos, para que
a cooperação seja produtiva entre as partes envolvidas. A unidade
iniciará traçando os motivos e os fatores que fortaleceram os
relacionamentos colaborativos. Abordará elementos relevantes na
criação e manutenção de parcerias comerciais.
U1 - Tipologias de redes 7
• Entender como funcionam os tipos de redes cooperativas.
8 U1 - Tipologias de redes
Seção 3 | Conhecimento e aprendizagem coletiva
Nesta seção, entenderemos o processo de aprendizagem individual e
coletiva. Serão apresentadas diferentes visões para a construção do aprendizado
organizacional. Apresentaremos os níveis de aprendizado organizacional, que
passam pelo nível individual, grupal, organizacional e interorganizacional. Também
serão apresentados os processos e os elementos pelos quais a aprendizagem
organizacional vai se consolidando entre os membros da empresa. Em nível
interorganizacional, veremos como empresas e organizações parceiras podem
trabalhar em conjunto para a construção do saber e promoção da sustentabilidade
quanto ao conhecimento.
U1 - Tipologias de redes 9
Introdução à unidade
As redes de cooperação são uma realidade em diversos segmentos
na atualidade. Pode-se encontrar redes de cooperação nas esferas da
sociedade, política, comercial, entre outras. Essa filosofia de gestão
vem crescendo, especialmente nas parcerias econômicas, por conta
da globalização, redução por custos de manufatura e transporte e
concorrência acirrada.
Uma série de fatores influencia para que uma operação comercial
seja bem-sucedida. Pode-se considerar que um fator importante
para o atingimento dos objetivos é o entrosamento entre as partes
envolvidas no processo produtivo. Esses segmentos são todas as
partes envolvidas na produção de um bem ou a prestação de um
serviço. Compreendemos os fornecedores, os transportes e os
clientes envolvidos no processo. Eles formam a rede de cooperação
de operações produtivas.
Estudamos o gerenciamento dessas redes de cooperação para
que sejam traçadas estratégias relacionadas ao produto ou ao serviço
a se realizar. A análise deixa de ser simplesmente entre fornecedores
e clientes e passa a englobar fornecedores de fornecedores e clientes
de clientes. O gerenciamento eficiente das redes de cooperação
pode gerar vantagens competitivas importantes para a organização
em questão. A boa administração da rede auxilia no desenvolvimento
de objetivos estratégicos aliados à localização, aos relacionamentos
comerciais, ao gerenciamento de estoques, à administração da
capacidade de rede, entre outros.
Para iniciar, é necessária a definição do contexto de todas as
operações produtivas e logísticas inseridas no processo, a interação
dessas redes. Se pensarmos que insumos, peças e outras informações
passam dos fornecedores até a chegada ao cliente final, essa fase é
crucial para uma rede satisfatória. O pensamento na elaboração de
uma rede colaborativa de suprimentos é que cada parte envolvida
pode ser um fornecedor do segmento subsequente ou cliente do
segmento anterior. Essa filosofia permite que as partes envolvidas
adquiram relacionamento de ajuda mútua.
Se levarmos em consideração, por exemplo, a rede de
relacionamentos que envolve a produção de um bem ou serviço
10 U1 - Tipologias de redes
desde o início da cadeia produtiva até a chegada ao cliente final, temos
diversos pontos de cooperação mútua para que tudo funcione. A esse
tipo de rede damos o nome de cadeia de suprimentos.
A Figura 1.1 demonstra a cadeia de operações produtivas de uma
empresa que fabrica utensílios de plástico. Note que, conforme a
operação produtiva,segue o fluxo ao longo da cadeia de suprimentos,
a correlação fornecedor - cliente vai se alterando. Dessa forma,
cada parte envolvida deve focar melhor o atendimento à operação
subsequente, que, em tese, é seu cliente.
Figura 1.1 | Rede de colaboração de uma empresa de utensílios de plástico
U1 - Tipologias de redes 11
Seção 1
Redes de cooperação
Introdução à seção
12 U1 - Tipologias de redes
1.2 Análise entre a rede de cooperação e a competitividade
U1 - Tipologias de redes 13
e os desejos dos consumidores variam. Para uns pode ser o prazo
de entrega a questão principal, para outros pode ser a variedade ou
o preço. É importante identificar essas necessidades e detectar como
cada elo da rede pode auxiliar na satisfação das necessidades e dos
desejos dos clientes. Nesse estudo, verifica-se quais partes da rede são
mais ou menos significativas para o cumprimento dessas necessidades
e desejos dos clientes (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).
Na filosofia da rede de cooperação, entra também o conceito de
ajuda mútua entre as partes. Esse modo de pensamento proporciona
um compartilhamento de informações e colaboração, com o intuito
de fortalecimento dos elos mais fracos da cadeia de suprimentos.
Pode também colaborar em algum caso extremo, como a interrupção
temporária de uma operação do fornecedor ou a quebra de uma
máquina-chave de uma das empresas. Situações como essas podem
prejudicar toda a rede de colaboração, atingindo nosso cliente final.
Dentro da cadeia de suprimentos, é interessante ponderar esses fatores
para obtenção de parcerias fortes. Em algumas situações, pode-se
verificar se há necessidade de troca de um elo fraco por outro mais
consistente aos objetivos da rede.
Referente às decisões estratégicas importantes, é fundamental
entender as ações tomadas, pois podem gerar impactos significativos
na condução da rede de cooperação. Segundo Slack, Chambers,
Johnston (2009), são três as decisões estratégicas.
Como a rede deveria ser Isso possui dois aspectos. Primeiro, como uma
configurada? operação produtiva pode influenciar a forma
que a rede poderá ter? Segundo, quanto da
rede a operação produtiva deveria possuir?
Esta última questão é chamada decisão de
integração vertical.
Se uma empresa de artigos domésticos
Onde deve ser localizada cada construir uma nova fábrica, esta deve estar
operação da parte da rede próxima de seus fornecedores ou de seus
pertencente à empresa? clientes ou em algum lugar entre eles? Como
um shopping center deve escolher uma
localização específica? Essas decisões são
denominadas decisões de localização das
operações produtivas.
14 U1 - Tipologias de redes
Que capacidade de produção Que tamanho deve ter a fábrica de artigos
deve ter cada operação da domésticos? Se precisar expandir-se, deverá
parte da rede pertencente à fazê-lo em pequenos ou grandes incrementos
empresa ao longo do tempo? de capacidade? Deve assegurar-se que em cada
momento tenha mais ou menos capacidade do
que a demanda prevista? Estas são chamadas
decisões de gestão de capacidade produtiva a
longo prazo.
Fonte: adaptada de Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 179).
U1 - Tipologias de redes 15
para a demanda pode facilitar as transações comerciais. Outro ponto
a se considerar em relação à demanda é a variação que ela possa
oferecer. Um aumento de demanda gera elevação da produtividade, e
muitas vezes, recorre-se à terceirização para o seu atendimento. Se a
organização possuir parcerias comerciais próximas, esse procedimento
é facilitado.
Atividades de aprendizagem
1. Dentro do processo de cooperação, podemos citar a cadeia de
suprimentos, a qual pode agregar vantagens competitivas para os membros
participantes. Assinale a alternativa que contemple a definição correta de
cadeia de suprimentos:
16 U1 - Tipologias de redes
D) É a rede responsável pela detecção de falhas no gerenciamento de
estoques da organização.
E) É o entrosamento entre a organização e a empresa responsável pelos
transportes aos clientes.
U1 - Tipologias de redes 17
Seção 2
Tipologias de rede
Introdução à seção
• Redes formais.
• Redes informais.
• Redes verticais.
• Redes horizontais.
18 U1 - Tipologias de redes
Questão para reflexão
Como as redes de cooperação podem auxiliar na competitividade
impulsionada pela globalização?
U1 - Tipologias de redes 19
empresas. Isso se deu devido ao fato de as exigências competitivas do
mercado se elevarem a tal ponto que impossibilitou uma abordagem
de forma isolada. Ao passo que as organizações perceberam que a
junção a uma ou mais instituições poderia agregar ganhos mútuos,
foi tornando-se mais constante a prática. A concretização das redes
se consolida conforme sejam percebidos os resultados entre os
associados (ARAÚJO; ALVAREZ, 2014).
Para saber mais
Acesse o link a seguir e veja o artigo Relacionamentos
interorganizacionais e resultados: estudo em uma Rede de
Cooperação Horizontal da Região Central do Paraná para
aprofundar-se no tema. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rac/v15n1/v15n1a03>. Acesso em: 27 set. 2017.
20 U1 - Tipologias de redes
Atividades da aprendizagem
1. Dentro dos estudos abordados com relação à tipologia de redes, foram
abordados quatro tipos, segundo Balestrin (2009). Cada um é adequado
para um modo cooperativo específico. Quais são esses tipos de redes?
U1 - Tipologias de redes 21
Seção 3
Conhecimento e aprendizagem coletiva
Introdução à seção
22 U1 - Tipologias de redes
Questão para reflexão
Você acredita que a aprendizagem organizacional pode gerar o
fortalecimento empresarial? Por que?
• O nível individual.
• O nível de grupo.
• O nível organizacional.
O nível individual representa o conhecimento adquirido pelo
indivíduo de forma isolada. Esse aprendizado provém da mutação das
U1 - Tipologias de redes 23
convicções que os indivíduos passam ao longo de suas vidas. Essas
mudanças são decodificadas pela pessoa e alteram sua visão de
mundo, gerando novas visões internas e externas das situações. Novos
modelos mentais são gerados a partir desses fatos e contribuem para
a aprendizagem coletiva compartilhada na empresa. Ocorre, então, a
troca de conhecimento, o que é benéfico para o crescimento coletivo,
pois a organização depende de seus colaboradores para aprender.
No entanto, os indivíduos podem aprender em outros locais que não
seja a organização. Por isso a importância do aprendizado individual,
que é capaz de impulsionar a empresa com novos conhecimentos,
melhorando a eficácia organizacional (SOUZA BIDO et al., 2011).
Todo esse aprendizado individual corresponde a uma fração
da retenção de conhecimento. Os membros da organização
aprendem quando interagem as variadas atividades organizacionais.
Essa troca de experiências gera o aprendizado coletivo ou em
grupo. O compartilhamento das tarefas e sabedorias no grupo
proporciona à equipe a mediação de ideias diferentes com visões de
mundo particulares, criando um nível especial de interesse, já que o
desenvolvimento setorial e organizacional pode sofrer influências nos
modos de ação (SOUZA BIDO et al., 2011).
A eficiência da equipe está atrelada a alguns indicativos quanto às
características estruturais. Dentre elas, vale ressaltar a composição e o
detalhamento das atividades a se realizar, o contexto da organização
relacionado à base informacional, os recursos e o modo de recompensar.
A interpessoal pode interferir nas atitudes e no aprendizado do grupo
referente ao trabalho executado. O crescimento das equipes pode ser
medido pelo feedback, pelo compartilhamento de informações e a
explanação sobre os erros cometidos. Ações como essas melhoram
o relacionamento interpessoal e fortalecem os vínculos grupais na
interatividade entre os subordinados e as lideranças.
O crescimento organizacional possibilitado pelos níveis individuais
e grupais de aprendizado constrói o nível organizacional. Algumas
barreiras são evidentes nesse nível. O tempo de aprendizagem entre
um grupo e outro pode variar, e a intervenção externa ao grupo pode
ocorrer para que haja celeridade ao processo. Em certos casos, são
necessários vários ciclos de aprendizagem sobrepostos para que haja
um resultado satisfatório. Situações relacionadas ao poder também
são fatores que têm chances de interferir no processo. A condução
assertiva da unidade de liderança é um recurso útil para minimizar
esses fatores (MELLO, 2015).
24 U1 - Tipologias de redes
Para saber mais
Acesse o link a seguir e tenha acesso ao artigo Ampliando a
compreensão sobre a aprendizagem interorganizacional: um estudo
em uma rede do setor de serviços para ampliar os conhecimentos
sobre aprendizagem organizacional. Disponível em: <http://www.
redalyc.org/html/1334/133412668004/>. Acesso em: 27 set. 2017.
U1 - Tipologias de redes 25
grupos de organizações em cooperação para a construção do saber
dentro de situações concretas em que a participação e a interatividades
das pessoas proporcionam a evolução do conhecimento coletivo
interorganizacional. A tabela na sequência traz uma explanação para
melhor compreensão da aprendizagem interorganizacional.
26 U1 - Tipologias de redes
Comunicação e Diz respeito à existência de
mecanismos de mecanismos que oportunizam
Interações sociais informação o acesso às informações e
facilitam a comunicação,
Conceito: consiste promovendo um clima de
nas relações sociais abertura que promove a
estabelecidas conectividade.
entre os diferentes
agentes que mantêm Mecanismos de Consiste na existência
relacionamentos controle de controles explícitos
interorganizacionais. e implícitos nos
relacionamentos
interorganizacionais.
Diz respeito à assimetria ou
à simetria de poder entre os
Poder nas relações
diferentes agentes, interferindo
nos relacionamentos.
Consiste na similaridade
social, que compreende
Proximidade social valores comuns, percepções
compartilhadas e fatores
Identidade entre
Conceito: diz respeito contextuais similares.
agentes
à maior identidade Pressupõe a compatibilidade
entre os diferentes cultural entre os agentes,
agentes, facilitando reforçando a identificação e a
o estabelecimento conectividade.
de laços sociais mais Diz respeito às relações
fortes, dessa forma, sociais estabelecidas entre
conduzindo à maior os diferentes agentes em
proximidade social. razão de laços de amizade e
parentesco. Também incide
Laços sociais na identificação e gosto
pela tarefa e/ou setor de
trabalho e tempo de atuação,
culminando em entendimento
mútuo e conhecimento
recíproco.
U1 - Tipologias de redes 27
Sustentabilidade para o Consiste na vontade e
aprendizado no reconhecimento da
Receptividade para
necessidade de aprender,
aprender
Conceito: está denotando predisposição para
relacionada à tanto.
possibilidade de Relaciona-se à capacidade
aprendizado por de aprendizagem, ocorrendo
parte dos diferentes a assimilação e a utilização
agentes, ficando na Receptividade para
de conhecimentos externos
dependência tanto da aprender
novos. Consiste em ir além
predisposição como Capacidade absortiva
da obtenção de informações,
da capacidade para devendo ocorrer a capacidade
aprender. de entendê-las em
conhecimento organizacional.
Fonte: adaptada de Melo (2015, p. 37).
Atividades de aprendizagem
1. A aprendizagem coletiva organizacional proporciona o desenvolvimento
individual e coletivo das organizações. Esse processo ocorre mediante a
algumas visões teóricas. Quais são as três visões teóricas enfocadas nesse
estudo?
28 U1 - Tipologias de redes
2. A aprendizagem organizacional se realiza em alguns níveis. Cada um
deles contribui para o crescimento da empresa de uma forma. Vale ressaltar
que os níveis de aprendizado organizacional se complementam e não
acontecem isoladamente. Assinale a alternativa que representa os níveis de
aprendizagem organizacional.
Fique ligado
Nesta unidade, foi realizada uma análise do conceito de tipologias de
redes, sua natureza e seus objetivos. Dentre os objetivos das tipologias
de redes estão conhecer o conceito de redes de cooperação; entender
a importância das redes de cooperação na atualidade; compreender
as tipologias de rede; entender como funcionam os tipos de redes
cooperativas; conhecer o conceito aprendizagem organizacional e
entender o processo de aprendizagem organizacional em cada um de
seus níveis. Por isso, é importante conhecer alguns elementos centrais,
como:
• Redes de cooperação organizacionais.
• Redes de cooperação interorganizacionais.
• Tipologias de redes.
• Aprendizagem organizacional.
• Aprendizagem interorganizacional.
Essas informações são importantes, uma vez que servirão de
complemento para as discussões sobre as transformações ocorridas
nas estratégias de crescimento das firmas, bem como acrescentarão
conhecimento sobre a evolução dessa discussão sobre as empresas
e seus objetivos.
U1 - Tipologias de redes 29
Para concluir o estudo da unidade
Caro estudante, prossiga na leitura do livro e acrescente mais a seu
conhecimento por meio de leituras complementares sobre Tipologias
de Rede.
30 U1 - Tipologias de redes
4. Referente às visões teóricas de aprendizagem, qual das alternativas
expressa a definição da visão da construção social?
U1 - Tipologias de redes 31
Referências
ARAÚJO, J. F. F. E. de; ALVAREZ, E. J. V. Redes de cooperação transfronteiriça, parcerias
e desafios da governação local/Cross-Border Cooperation Networks, Partnerships and
the Challenges of Local Governance. RACE-Revista de Administração, Contabilidade e
Economia, v. 13, n. 3, p. 803-828, 2014.
BALESTRIN, Al. Redes de cooperação empresarial: estratégias de gestão na nova
economia. Porto Alegre: Bookman, 2009.
BEGNIS, H. S.; PEDROZO, E. A.; ESTIVALETE, V. F. B. Em busca da ação coletiva: estratégias
de aprendizagem interorganizacional adotadas pelas organizações que estabelecem
relacionamentos horizontais em redes. Base (UNISINOS), v. 5, p. 224-235, 2008.
EASTERBY-SMITH, M.; LYLES, M. A. (Ed.). Manual de aprendizagem organizacional e
gestão do conhecimento. Reino Unido: John Wiley & Sons, 2011.
MELLO, S. R. de. A aprendizagem interorganizacional em um processo de expansão
por meio de alianças estratégicas. 2015. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br/jspui/
bitstream/tede/3151/5/Sueli%20Reis%20de%20Mello%20-%20C%C3%B3pia.pdf>. Acesso
em: 27 set. 2017.
OLIVEIRA, M. L. de; FARIAS FILHO, J. R. de. Breve análise dos tipos de redes de cooperação
entre empresas e sua dinâmica atual. 2005. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/
biblioteca/ENEGEP2005_Enegep0706_0494.pdf>. Acesso em: 27 set. 2017.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas,
2009.
SOUZA BIDO, D. de et al. Examinando a relação entre aprendizagem individual, grupal e
organizacional em uma instituição financeira. REAd-Revista Eletrônica de Administração,
v. 17, n. 1, p. 58-85, 2011.
VERSCHOORE FILHO, J. R. de S. Redes de cooperação interorganizacionais: a
identificação de atributos e benefícios para um modelo de gestão. 2006. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/6567>. Acesso em: 27 set. 2017.
32 U1 - Tipologias de redes
Unidade 2
Gestão de redes
Objetivos de aprendizagem
Nesta seção, o aluno será levado a entender a importância da
inovação colaborativa, sendo que ela pode ser um fator importante
para o crescimento das empresas, podendo até ser considerada
determinante para o sucesso ou o insucesso delas. Assim, será
demonstrada a importância da inovação colaborativa e quais
benefícios ela pode trazer para as empresas se tornarem mais
competitivas e até mesmo ser um fator de sobrevivência neste
mercado globalizado.
U2 - Gestão de redes 33
Neste momento, vale ressaltar que nossos objetivos de
aprendizagem serão:
34 U2 - Gestão de redes
Seção 1 | Inovação colaborativa
Atualmente, as empresas têm buscado inovar, seja em produtos, serviços ou
processos, sendo que uma dessas formas é a inovação colaborativa, que será
demonstrada nesta seção, assim como a sua aplicabilidade.
U2 - Gestão de redes 35
Introdução à unidade
Atualmente, com os fatores da intensificação da comunicação e
das informações a nível global, com o surgimento progressivo de novas
tecnologias e a inovação constante em todos os setores da economia,
tem se exigido cada vez mais das organizações. Esses fatores fizeram
com que a concorrência deixasse de ser local e se tornasse global. Nestes
novos tempos, as empresas precisam cada vez mais se reinventarem
para permanecerem competitivas perante o mercado. Partindo dessas
premissas, o conceito de inovação colaborativa pode ser um grande
auxiliador para as empresas que pretendem se manter operantes e em
crescimento. Estudos têm demonstrado que as empresas que adotam
estratégias de inovação colaborativa conseguem melhores resultados
do que aquelas que trabalham de forma isolada, ou seja, as empresas
que têm buscado parcerias estão conseguindo melhores resultados
neste novo contexto de mercado. Uma estratégia bem definida de
inovação colaborativa pode fazer com que a empresa alavanque seus
resultados de forma significativa.
Outro ponto a ser avaliado nesta seção é a boa gestão das redes de
cooperação. A gestão em si a ser abordada não se prende apenas nas
operações, mas sim nas estratégias que as empresas da rede devem
focar em prol dos objetivos estabelecidos. Uma gestão bem definida e
executada pode trazer inúmeros benefícios às empresas participantes
da rede, pois estas empresas podem ter excelentes produtos ou
serviços, porém, sem uma gestão com objetivos claros e estratégias
bem definidas, podem levar ao declínio da rede. A gestão tem um
papel importante na definição do rumo que as empresas devem seguir,
e um bom modelo de gestão aplicado pode fazer muita diferença no
mercado atual, especialmente em se tratando de redes de cooperação.
Convém ressaltar que, neste mercado atual, globalizado, outro
tópico é a questão das novas tendências. Neste caso, a tendência
a ser explanada é a da colaboração em massa, que trata a ideia
de uma rede de colaboração em massa para aprimoramento ou
desenvolvimento de novos produtos ou serviços, para redução de
custos ou aprimoramento de seus processos etc. Esse conceito trata-
se da ideia de grupos de empresas ou pessoas que colaboram entre si
de forma aberta, buscando impulsionar empresas, ideias, processos,
36 U2 - Gestão de redes
pessoas etc. perante o mercado, enfatiza-se a busca de oportunidades.
Esta unidade demonstrará casos de empresas que se utilizam desses
conceitos para se manterem competitivas no mercado.
Bons estudos!
U2 - Gestão de redes 37
Seção 1
Inovação colaborativa
Introdução à seção
38 U2 - Gestão de redes
colaboração pode vir dos:
U2 - Gestão de redes 39
Figura 2.1 | Processo da inovação colaborativa
40 U2 - Gestão de redes
• Redução ou compartilhamento dos custos no desenvolvimento
de novos produtos ou serviços - quando uma empresa inova de forma
colaborativa, a tendência é que os custos de desenvolvimento sejam
menores, pois eles podem ser compartilhados com empresas parceiras
ou com os fornecedores, ou até mesmo pela diminuição nos erros
durante o processo.
• Diminuição de riscos - os riscos são reduzidos devido ao
compartilhamento das ideias. As soluções para possíveis problemas
podem vir de empresas parceiras, dos colaboradores e até mesmo dos
fornecedores por meio de troca de experiências.
• Maturidade da empresa - a empresa e sua rede se tornam mais
maduras perante o mercado por meio de uma visão mais ampla.
• Desenvolvimento constante - a rede participante está sempre
em desenvolvimento, tornando-se, assim, mais competitiva.
• Melhoria nos fornecedores - desenvolvimento de novas
matérias-primas, máquinas ou ferramentas mais apropriadas para a
produção deste novo produto e/ou serviço, podendo ser até preços
menores.
• Melhor aceitação de mercado - a colaboração dos clientes
faz com que os novos produtos ou serviços estejam mais próximos
de suas expectativas, assim, a sua aceitação perante o mercado será
maior.
Na fase inicial de desenvolvimento de um novo produto ou serviço,
as empresas buscam ideias por meio de conferências com outras
empresas ou com fornecedores, estreitam suas relações com clientes
em busca de informações, buscam relações com universidades e/ou
centros de pesquisa e desenvolvimento, tudo em busca de cooperação
para inovação de seus produtos ou serviços (VAN DER MEER 2007).
As estratégias de inovação colaborativa possibilitam à empresa e à
sua rede de colaboração um diferencial perante o mercado, pois essas
empresas estará menos suscetível às turbulências do mercado. A Figura
2.2 busca reforçar a ideia dos benefícios que a inovação colaborativa
pode trazer para a empresa.
U2 - Gestão de redes 41
Figura 2.2 | Benefícios da inovação colaborativa
Novo produto
ou serviço
elaborado por
meio da inovação
colaborativa
Melhor
Maior aceitabilidade Fortalecimento das
competitividade de mercado dos empresas da rede
produtos e/ou
serviços
42 U2 - Gestão de redes
em prol do processo de inovação das empresas. Quando as empresas
unem conhecimentos, técnicas e ferramentas, a inovação se torna
mais sólida. Bessant e Tidd (2009) salientam que a inovação não é um
ato isolado, mas sim um ato de múltiplos participantes, pois para que a
inovação ocorra, ela depende do trabalho em conjunto de diferentes
participantes.
Atividades de aprendizagem
1. As redes de colaboração fornecem acesso a uma grande quantidade de
informações e conhecimentos em prol da inovação, assim, é possível obter
melhores resultados no processo de inovação em relação a empresas que
trabalham de forma individual (POWELL, 1998). Com relação à inovação
colaborativa, julgue as sentenças a seguir:
U2 - Gestão de redes 43
2. Ao analisar o contexto de mercado atual, pode-se considerar que a
inovação é vista como o insumo principal para a competitividade empresarial.
A inovação colaborativa vem ao encontro dessa premissa como uma
estratégia em prol da inovação. Partindo da ideia de inovação colaborativa,
assinale a alternativa correta:
44 U2 - Gestão de redes
Seção 2
Gestão de redes de cooperação
Introdução à seção
U2 - Gestão de redes 45
novos produtos ou serviços de maior qualidade. No entanto, deve-se
manter os esforços nesse objetivo, caso a empresa tenha foco em
qualidade, automaticamente não será a redução de custos seu foco,
não que isso não possa ocorrer, porém, qualidade conflita diretamente
com a questão do custo baixo. Caso a rede perca o foco em seu
objetivo, ela pode entrar em conflito. Uma das ferramentas que pode
auxiliar na definição do objetivo é uma análise dos 4Ps (Produto,
Preço, Praça e Promoção). No primeiro P (Produto), entende-se as
características do produto e para qual público-alvo ele foi concebido, o
que facilita a definição dos objetivos. Cada P oferece uma análise sobre
o produto, e cada análise auxilia na definição dos objetivos.
II. Definição de estratégias - quais serão as estratégias para
alcançar o objetivo. Neste momento, a rede deve analisar o mercado
que está inserida, assim como as oportunidades e as ameaças aos seus
pontos fortes e fracos, feito isso, ela deve definir estratégias tangíveis
e viáveis para o alcance do objetivo estabelecido. Para a definição
das estratégias, uma ferramenta seria a análise SWOT, que é uma
análise das Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades
(Opportunities) e Ameaças (Threats) que permeiam a empresa, tanto
no ambiente interno como externo.
III. Estruturação administrativa da rede - a estrutura pode ser
compreendida como o pilar para a gestão da rede, ela deve viabilizar
uma estrutura de apoio, buscando alocar profissionais, delimitando
funções e responsabilidades - conforme o conhecimento técnico
desses profissionais, criar uma estrutura física para funcionamento da
administração da rede, incorporar ferramentas administrativas e de
gestão nesta estrutura. As ferramentas podem ser planilhas de Excel que
façam um acompanhamento da rede (financeiro, desempenho etc.)
e os profissionais podem ser selecionados por seus conhecimentos
acadêmicos e de mercado.
IV. Formação de equipes - além da estruturação, a rede pode
formar equipes multifuncionais, oriundas das empresas participantes,
para viabilizar seu funcionamento. Um método para formação de
equipes é a análise curricular e das competências de seus integrantes.
As funções devem ser distribuídas conforme o conhecimento de cada
um.
V. Definição de metas - a rede deve estabelecer metas claras
e acessíveis para o alcance de seus objetivos, assim como os prazos
para o atingimento das metas estabelecidas. As metas têm que ser
alcançáveis. Para tal, deve-se fazer uma análise de dados do mercado.
As metas devem ser pautadas em objetivos de curto prazo, que
46 U2 - Gestão de redes
levem aos objetivos maiores. Lembrando que as metas devem ser
acompanhadas por indicadores.
VI. Implantação de indicadores - implantar indicadores de
acompanhamento, sejam eles das metas, dos resultados financeiros,
da diminuição ou do aumento dos custos, comparando com os
resultados obtidos, indicadores de percas e falhas. Assim como
empresas individuais se utilizam de indicadores, as redes devem utilizar-
se desta ferramenta para mensurar os resultados, ressaltando que por
ela auxilia na análise de falhas. Essa ferramenta pode ser confeccionada
por meio de planilhas de Excel, quadros demonstrativos, softwares,
relatórios etc.
VII. Análise dos resultados - analisar se os resultados dos
esforços da rede estão dentro do estimado ou se ficaram aquém do
estabelecido, de forma a tomar providências na correção das falhas.
Pode-se comparar os resultados por meio de dados, que podem ser
gerados por planilhas de Excel, softwares, relatórios etc.
VIII. Feedback ou retorno - retornar o processo identificando
as falhas e corrigindo estas para que a rede se mantenha alinhada e
conectada em prol do objetivo estabelecido. Para identificar as falhas, a
melhor forma é analisar os indicadores, os quais são as ferramentas que
demonstram o desempenho de cada área, e assim dar um retorno para
cada área deficitária ou não, visando melhorar ou manter a eficiência
do processo, pautado em informações tangíveis.
IX. Manter a rede conectada - as informações devem ser
transmitidas de forma clara para as partes interessadas, nenhuma
informação deve ser omitida ou distorcida perante os integrantes
da rede. Sugere-se a utilização de e-mails copiados para todos os
integrantes ou partes interessadas.
X. Motivação e comprometimento - a rede deve sempre se
manter motivada e comprometida com os objetivos e as metas
estabelecidas pela rede. Por meio de reuniões periódicas, é possível
manter a rede motivada e comprometida.
XI. Confiança - para que a gestão da rede flua de forma a atingir as
expectativas elencadas pela rede, é necessário confiar nas capacidades
dos participantes, assim como na idoneidade dos participantes.
U2 - Gestão de redes 47
a integração da rede de forma a deixá-la organizada e produtiva. A
gestão da rede de cooperação acaba por exigir mais dos gestores um
conhecimento estratégico para atividades em conjunto, sendo que
estes ainda terão de lidar com situações de negociação para que entrem
em consensos, estabelecimento de regras e prioridades, métodos de
acompanhamento e a construção de mecanismos de decisão coletiva
(FLEURY; OUVERNEY, 2007). Na figura a seguir, está demonstrado, de
forma simplificada, o processo de gestão de redes de cooperação.
Figura 2.3 | Processo para gestão de redes de cooperação
Formação
de rede
Conexão
Motivação
Definição dos
Confiança
objetivos
Definição das
Alocamento de estratégias
Estrutura física
profissionais
Feedback
Estruturação
da rede
Determinação de funções Ferramentas
e responsabilidades administrativas e de
gestão
Definição
Formação de de metas
equipes
Implantação de
indicadores
Análise dos
resultados
Objetivo
da rede
48 U2 - Gestão de redes
O estilo de gestão vai depender da cultura organizacional dos
membros da rede, porém, todas as redes devem adotar um modelo de
gestão que leve aos objetivos estipulados por eles, ou seja, apesar de
serem empresas diferentes, estas devem buscar um modelo de gestão
que atenda às necessidades do grupo, ressaltando que essa gestão
deve sempre priorizar os objetivos estipulados.
U2 - Gestão de redes 49
administrativa de rede. Neste modelo, a gestão ocorre de forma coletiva,
pautada no comprometimento, sem a concepção de uma estrutura
formal de gestão. Tem como ponto forte a adesão e a participação dos
membros da rede, porém, sua fraqueza está na demora na tomada de
decisões e, quanto maior fica a rede, sua eficiência diminui.
II. Gestão pautada em uma empresa líder - neste modelo, a
empresa que assume o papel de líder é responsável de forma isolada
pela coordenação das tarefas a serem executadas e também pelas
decisões. Seu ponto forte está pautado na eficiência da sua gestão,
todavia, os demais membros participantes da rede podem ficar à
mercê da empresa líder, pois esta pode tomar decisões pautadas em
seus interesses e a consequência dessa situação enfraqueceria a rede
e poderia levá-la à ruína.
III. Gestão por meio de uma organização administrativa -
este modelo tende a ser mais eficiente e eficaz se comparado aos
anteriores, tendo como ponto forte a gestão pautada na eficiência, no
crescimento sustentável e na legalidade.
Segundo os autores citados, os três modelos abordados possuem
seus pontos fortes e fracos e, para que a gestão de redes de cooperação
seja efetiva, é necessária a utilização de instrumentos para sua gestão,
conforme abordado anteriormente, sendo estes: instrumentos
contratuais, instrumentos estratégicos e de gestão, instrumentos de
decisão e instrumentos de integração.
Atividades de aprendizagem
1. As redes de cooperação, neste mercado atual altamente competitivo,
surgem como uma alternativa para a sobrevivência e o crescimento da
empresa. Para que uma rede de cooperação seja bem-sucedida, ela deve
buscar uma gestão eficiente e eficaz, que a leve a atingir seus objetivos.
50 U2 - Gestão de redes
Julgue as afirmativas a seguir:
I. A gestão de redes de cooperação pauta todos os seus esforços apenas na
gestão das operações da rede.
II. Para que a gestão da rede de cooperação seja realmente eficiente e eficaz,
ela deve estar presente em todo o seu processo de formação, agindo desde
a definição dos objetivos, das estratégias, na construção de uma estrutura,
gerindo as operações e os processos etc.
a) Gestão compartilhada.
b) Gestão estratégica.
c) Gestão pautada em uma empresa líder.
d) Gestão por objetivos.
e) Gestão por meio de uma organização administrativa.
U2 - Gestão de redes 51
Seção 3
Colaboração em massa
Introdução à seção
52 U2 - Gestão de redes
Tapscott e Williams (2006) adotaram o termo Wikinomics para tal
fenômeno, o qual faz uma analogia ao site de informações colaborativas
Wikipedia. Os autores acreditam que a colaboração em massa por meio
da partilha de informações está impactando fortemente a economia e
o funcionamento de empresas de vários setores. Segundo os autores,
a Wikinomics é uma das maiores mudanças na colaboração já vista
até o momento, pois graças ao advento da internet, um extraordinário
número de pessoas pode contribuir para a produção de conteúdo,
de bens e/ou serviços e aumentando de forma substancial o
relacionamento das empresas com seus clientes.
A colaboração em massa, busca novas formas de criação e
desenvolvimento de produtos e/ou serviços por meio da colaboração
oriunda da internet, conectando os interessados em prol desse
desenvolvimento. Tapscott e Williams (2006) acreditam que os
gestores devem pensar e agir de forma diferente, para que as empresas
se mantenham competitivas e lucrativas, e devem utilizar a sabedoria
em massa. Esse pensamento acarretou profundas mudanças nos
modos de operação das empresas. Os autores demonstram formas
de colaboração em massa como o Peering, que se trata de uma forma
de concepção de novos produtos e/ou serviços não hierarquizada
e colaborativa, como o sistema Linux - sistema operacional de
computador, em que qualquer pessoa pode utilizar e alterar suas
propriedades livremente, considerando seus termos de licença. Trata-
se de um novo conceito de inovação e criação de valor, que ocorre
por meio da colaboração participativa via rede de internet. Observando
a figura, é possível verificar, de forma simplificada, a relação do Peering
com a criação de novos produtos e/ou serviços.
U2 - Gestão de redes 53
Figura 2.4 | Relação do Peering com a criação de novos produtos e/ou serviços
Colaboração
com
Colaboração Colaboração
conhecimentos
na ideia com técnicas
Colaboração
Colaboração
nos
na divulgação
processos
Colaboração
com
Feedback
(retorno)
54 U2 - Gestão de redes
É uma empresa no ramo de entretenimento, cujos insumos - vídeos
postados por seus clientes -, em sua maioria, não são produzidos pela
empresa. Sua receita é oriunda de comerciais de produtos ou serviços
de outras empresas inseridos no decorrer do vídeo ou nas laterais do
site.
• Uber - empresa norte-americana: trata-se de uma empresa
de prestação de serviços no ramo dos transportes, se assemelha aos
serviços prestados pelos táxis. Seus serviços são adquiridos por meio de
um aplicativo e seus veículos e motoristas não são atrelados à empresa
em si, são pessoas que se cadastram para exercer essa função, perante
a requisitos mínimos exigidos pela empresa.
• Waze - presta serviço de navegação, como um GPS (Global
Positioning System - Sistema de Posicionamento Global) e consiste
em uma tecnologia de localização por satélite. Seu diferencial é que
os usuários colaboram entre si, prestando informações em tempo real
sobre as condições das rotas, do tráfego etc.
• Fiat - empresa montadora de veículos, a qual se utilizou de dois
conceitos estratégicos, a inovação colaborativa e a colaboração em
massa, desenvolvendo um veículo conceito por meio de sugestões via
internet.
U2 - Gestão de redes 55
necessário não apenas pensar globalmente, mas agir globalmente e os
gestores perceberam que por isso é um grande desafio (TAPSCOTT;
WILLIAMS, 2006, p. 34)
56 U2 - Gestão de redes
Claramente, não é uma tarefa fácil para uma empresa aderir à
colaboração em massa, pois além de suas ideias estarem ao alcance
de todos, incluindo da concorrência, surge o problema de como filtrar
as ideias de forma útil. No entanto, se bem utilizada, a colaboração
em massa pode auxiliar de forma significativa a diminuição de seus
custos de desenvolvimento, salientando que não é apenas uma
questão de custos, mas sim o aprimoramento no desenvolvimento de
novos produtos e/ou serviços ou até mesmo de ideias inovadoras de
produtos e/ou serviços.
Como remate, é importante frisar que, nesse contexto de
colaboração em massa os consumidores acabam por se tornar
também produtores, pois estes participam desde a criação até a
produção de um novo produto e/ou serviço. A participação de
clientes ou possíveis clientes auxilia na aceitação de um novo produto
ou serviço no mercado (TAPSCOTT; WILLIAMS, 2006). Assim, por
meio da colaboração em massa, é possível que se tenha um grande
grupo de pessoas trabalhando em um projeto de inovação, de
forma independente, muitas vezes de forma voluntária, que acaba se
tornando uma fonte imensurável de cooperação e compartilhamento
de conhecimento.
Atividades de aprendizagem
1. Tapscott e Williams (2006) adotaram o termo Wikinomics para
descrever a ideia de colaboração em massa, o qual faz uma analogia ao
site de informações colaborativas, Wikipedia. Os autores acreditam que a
colaboração em massa por meio da partilha de informações está impactando
fortemente a economia e o funcionamento de empresas de vários setores.
Neste contexto, sobre as a colaboração em massa, analise as afirmativas a
seguir:
U2 - Gestão de redes 57
a) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) As afirmativas I e II estão corretas.
c) As afirmativas I e III estão corretas.
d) A afirmativa III está correta, apenas.
e) As afirmativas II e III estão corretas.
Fique ligado
Nesta unidade, foi realizada uma abordagem dos conceitos de
inovação colaborativa, gestão de redes de cooperação e colaboração
em massa. Foi analisado do que se trata cada conceito, assim
como sua importância no atual mercado globalizado. Os conceitos
demonstraram-se de grande valia para que as empresas obtenham
novas ideias de produtos e/ou serviços, melhoria de sua cadeia
58 U2 - Gestão de redes
produtiva, diminuição de custos etc., tudo em prol da busca da
maximização de seus lucros e aumento da competitividade. Por esses
motivos, é importante conhecer alguns elementos centrais, como:
• Inovação colaborativa.
• A relevância da inovação colaborativa.
• Gestão de redes de cooperação.
• A importância de uma gestão bem estruturada em redes de
cooperação.
• Modelos para gestão de redes de cooperação.
• Colaboração em massa.
• Importância da colaboração em massa.
Os tópicos essenciais estão concentrados nos assuntos listados,
porém, é de grande valia indicar os assuntos trabalhados nesta unidade:
U2 - Gestão de redes 59
Para concluir o estudo da unidade
Prossiga na leitura deste livro e busque ampliar seu conhecimento
por meio de leitura complementar sobre a inovação colaborativa, a
gestão de redes de cooperação e a colaboração em massa.
Atividades de aprendizagem
1. No contexto atual, a inovação pode ser realizada entre empresas do
mesmo segmento ou até de segmentos diferentes, de uma forma diferente
do tradicional, e de forma aberta por meio de sistemas integrados.
60 U2 - Gestão de redes
( ) A inovação colaborativa traz uma abordagem aberta no desenvolvimento
de novos produtos ou serviços por meio de auxílio e recursos de outras
empresas.
A sequência correta é:
a) V, V, F.
b) V, V, V.
c) F, V, F.
d) V, F, F.
e) F, F, F.
U2 - Gestão de redes 61
c) Manter a rede conectada.
d) Feedback ou retorno.
e) Definição de metas.
62 U2 - Gestão de redes
Referências
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U2 - Gestão de redes 63
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64 U2 - Gestão de redes
Unidade 3
Sistemas de controle
Fernando Mori
Objetivos de aprendizagem
Aprender o que significa sistemas de controle de malha fechada
e malha aberta, as diferenças de desempenho entre esses sistemas,
explicar os princípios envolvidos em exemplos simples de sistemas
de controle abertos e fechados e descrever os elementos básicos de
um sistema de controle.
U3 - Sistemas de controle 65
Introdução à unidade
Nesta unidade, conceituaremos os elementos de sistemas de controle,
assim como analisaremos diversos tipos de sistemas mais utilizados,
sistemas de controle de malha aberta e malha fechada e exemplificaremos
alguns sistemas de controle elétricos, mecânicos e pneumáticos.
Seção 1
Introdução aos sistemas de controle
Introdução à seção
68 U3 - Sistemas de controle
Baseado em alguns parâmetros, podemos classificar os sistemas de
controle da seguinte forma:
a) Sistemas de controle em tempo contínuo e em tempo discreto.
Em sistemas de controle em tempo contínuo, todos os sinais são
contínuos no tempo, enquanto que no sistema de tempo discreto, os
sinais são discretos.
b) Sistemas de controle SISO (Single Input Single Output). Um sistema
é classificado como SISO quando tem uma entrada e uma saída.
c) Sistema aberto e sistema fechado. Os sistemas de controle podem
ser classificados em sistemas abertos ou sistemas fechados com base
no retorno. Um sistema aberto apresenta a seguinte estrutura:
U3 - Sistemas de controle 69
O detector de erro produz um sinal de erro que é a diferença entre
o sinal de entrada e o sinal de retorno. Este sinal de retorno é obtido do
bloco de retorno considerando a saída do sistema inteiro como sendo a
entrada deste bloco. Ao invés de ser uma entrada direta, o sinal de erro é
aplicado como entrada para o controlador. Dessa forma, o controlador
produz um sinal que controla o sistema. Nesta combinação, a saída
do sistema de controle é ajustada automaticamente até obtermos
a resposta adequada. Sistemas de controle fechados são também
chamados de sistemas de controle automáticos. As luzes de tráfego
têm um sensor na entrada, como um sistema de controle fechado.
Existem dois tipos de retroalimentação: positiva e negativa. A
retroalimentação positiva é adicionada à entrada de referência. A figura
a seguir mostra um sistema de controle com retroalimentação positiva.
70 U3 - Sistemas de controle
O conceito de função de transferência será discutido posteriormente.
Aceitaremos, por enquanto, que a função de transferência da
retroalimentação positiva é dada por:
G
T=
1− GH
Onde:
T é a função de transferência positiva do sistema retroalimentado.
G é o ganho do loop inteiro, que é uma função da frequência.
H é o ganho do circuito de retroalimentação, que é função da frequência.
A retroalimentação negativa reduz o erro entre a entrada de
referência R(S) e a saída do sistema. A função de transferência para a
retroalimentação negativa será:
G
T=
1 + GH
Os efeitos da retroalimentação podem ser variados. Se o valor de
(1+ GH ) é menor que 1, então o ganho total aumenta. Nesse caso, o
valor de GH é negativo porque o ganho no circuito de retroalimentação
é negativo. Se o valor de (1+ GH ) é maior que 1, então o ganho total
diminui. Assim, o valor de GH é positivo, pois o ganho no circuito de
retroalimentação é positivo.
Em geral, G e H são funções da frequência, então o retorno
aumentará o ganho total do sistema em um intervalo de frequência e
decrescerá em outro intervalo de frequência.
A retroalimentação negativa é importante para regularmos o sistema
enfrentando as perturbações de forma a reagir a essas perturbações,
reduzindo seus efeitos. Em um sistema com retroalimentação
positiva, o aumento em alguma variável ou sinal levará à situação
em que a variável é aumentada dinamicamente. Isso tem um efeito
desestabilizador e é acompanhado por um efeito de saturação que
limita o crescimento da quantidade.
A ideia de retroalimentação é realizar ações corretivas baseadas
na diferença entre um valor real e um valor desejado de uma
quantidade. Isso pode ser implementado de várias formas diferentes,
veremos duas formas a seguir: um sistema on - off, e um sistema de
controle proporcional.
U3 - Sistemas de controle 71
a) Sistema on - off.
Esse sistema de retroalimentação pode ser representado por:
umax se e > 0
u=
umin se e < 0
Onde e = r − y é a diferença entre o sinal de referência r e o sinal
de saída do sistema y, e u é o comando de atuação. Essa lei de controle
implica que a ação corretiva máxima está sempre sendo usada.
A equação de retroalimentação é camada de controle on - off. Uma
das suas vantagens é que não existem parâmetros para serem escolhidos.
Controles desse tipo servem para manter processos que variam próximos
de um valor de referência, tal como o uso de um termostato para manter
a temperatura de uma sala. É típico de sistemas cuja variável controlada
oscila, mas de tal forma que essa oscilação seja aceitável.
b) Sistema de controle proporcional integral derivado (PID).
A razão pela qual um sistema de controle on - off oscila é que o
sistema reage desproporcionalmente a uma pequena variação da
variável de controle. Esse efeito é evitado usando a lei de controle, cuja
característica do controlador é proporcional ao erro do controle para
erros pequenos:
umax se e > emax
u = k p e se emin < e < emax
umin se e < emin
umin u
Onde k p é o ganho do controlador, emin = ; emax = max . O
kp kp
intervalo (emin , emax ) é chamado de faixa de proporcionalidade, pois o
comportamento do sistema de controle é linear quando o erro está
este intervalo:
u = k p (r - y ) = k p e se emin e emax
Esta é uma grande melhora com relação ao processo on - off, pois
não temos a reação do sistema que fará o sistema oscilar de forma
desproporcional para pequenos erros. Em particular, se algum nível
de sinal de controle é necessário para o sistema manter seu valor
desejado, então devemos ter e 0 para manter a entrada necessária.
Isso pode ser evitado se fizermos com que a ação do sistema de
controle seja proporcional à integral do erro:
72 U3 - Sistemas de controle
t
u (t ) = k i e( )d
0
U3 - Sistemas de controle 73
Questão para reflexão
Você consegue imaginar algum sistema de controle em sua casa que
seja retroalimentado?
Atividades de aprendizagem
74 U3 - Sistemas de controle
Seção 2
Conceitos de modelagem e sistemas de controle
Introdução à seção
mq "+ cq '+ kq = u
U3 - Sistemas de controle 75
Nesta equação, está sendo modelado um sistema amortecido,
sujeito a uma perturbação externa ou força que controla o sistema. O
modelo implica que a taxa de variação do estado pode ser influenciada
pela entrada u(t ) .
A teoria de controle surgiu em torno dos anos 1940, e a abordagem
para sistemas dinâmicos foi fortemente influenciada pela engenharia
elétrica. Uma segunda onda se seguiu em torno dos anos 1950, em que
inspirado pela mecânica, o espaço de estados passou a ser utilizado.
O desenvolvimento dos modelos de espaço de estados envolvia a
modificação dos modelos da mecânica para incluir atuadores externos
ou sensores. Em controle, a equação que modela o sistema é:
dx
= f ( x, u ), y = h( x, u )
dt
Onde x é um vetor das variáveis de estado, u é um vetor dos sinais
de controle, e y é um vetor das medidas.
Um exemplo de sistema que pode ser modelado por equações
diferenciais é um sistema em balanço. Um sistema em balanço é um
sistema mecânico no qual o centro de massa pode ser equilibrado
sobre um ponto pivotal.
76 U3 - Sistemas de controle
C(q, q ') representa a força de Coriolis e o amortecimento.
K (q ) nos dá a força devido à energia potencial.
B(q ) nos diz como as forças externas aplicadas se acoplam com a
dinâmica do sistema. Usando mecânica Newtoniana, as equações do
sistema do pêndulo invertido são:
O termo automação é usado para descrever a operação automática
ou o controle de um processo. Na indústria moderna, temos uma
crescente utilização de automação, como em uma linha de produção
automática que emprega robôs. A automação envolve a execução de
operações em uma sequência planejada e controla os valores de saída
de algumas variáveis do sistema.
Como exemplo do que um sistema de controle pode fazer,
considere o seguinte:
a) A temperatura de uma sala é obtida ajustando a temperatura
necessária pelo termostato ligado a um sistema de aquecimento
central. Este é um exemplo de um sistema de controle, sendo a
temperatura da sala a variável controlada.
b) Em uma fábrica de envases, as garrafas são automaticamente
preenchidas até um nível predeterminado. A variável sendo controlada
é o nível de líquido na garrafa e o controle é executado para assegurar
uma diferença tolerável entre o que deve ser o nível correto e o que
realmente foi preenchido.
c) Uma máquina CNC é usada para automaticamente trabalhar
uma peça e obter as dimensões corretas. O sistema de controle deve
assegurar que não exista diferença entre as dimensões especificadas e
aquelas que realmente ocorrem.
d) Pacotes de biscoito se movem em uma esteira e têm seus
pesos verificados e aqueles que estão abaixo de um peso limite são
automaticamente rejeitados.
e) O painel de uma máquina de lavar roupas automática é acionado para
lavar roupas brancas. Uma sequência de operações é executada pelo sistema
para realizar esta operação. Este é um exemplo de sistema de controle em
que uma sequência controlada de operações deve ser executada.
Um sistema de controle é um sistema em que para alguma entrada
em particular, esta deve ser usada para controlar sua saída, ajustando-a
para algum valor em específico, dada uma sequência particular de
eventos ou dado um evento se certas condições são obtidas.
U3 - Sistemas de controle 77
Figura 3.7 | Elementos básicos de um sistema de controle
78 U3 - Sistemas de controle
Figura 3.9 | Sistema de controle de malha fechada
U3 - Sistemas de controle 79
b) Elemento de implementação da lei de controle: o elemento
da lei de controle determina qual ação deve ser tomada a partir do
recebimento de um sinal de erro. A lei de controle usada pelo elemento
pode simplesmente suprir um sinal que liga e desliga quando existe
erro, tal como no termostato, que controla a temperatura da sala, ou
talvez o sinal seja proporcional ao tamanho do erro, de tal forma que
se o erro for pequeno, um pequeno sinal de controle é produzido e se
o erro for grande, um sinal de controle maior será produzido. Leis de
controle incluem o modo integral, em que o sinal de controle continua
a aumentar desde que haja erro e modo derivado, na qual o sinal de
controle é proporcional à taxa na qual o erro está variando.
O termo unidade de controle ou controlador é frequentemente
usado para a combinação do elemento de comparação, ou seja, o
detector de erro e o elemento de implementação da lei de controle.
Um exemplo de um elemento desse tipo é um amplificador diferencial,
que tem duas entradas. Uma tem o valor de entrada e a outra o sinal
de retorno, e qualquer diferença entre as duas é amplificada para dar
o sinal de erro. Quando não existe diferença, não existe sinal de erro.
c) Elemento de correção: o elemento de correção, ou como é
frequentemente chamado, o elemento de controle final, produz uma
mudança no processo que tem por objetivo corrigir a variação na
condição controlada. O termo atuador é usado para o elemento de
uma unidade de correção, que fornece energia para executar a ação de
controle. Exemplos de elementos de correção são válvulas de controle
direcional, que são usadas para mudar a direção do fluxo de um fluido
e então controlar o movimento de um atuador, tal como o movimento
de um pistão ou um cilindro. Outro exemplo é um motor elétrico,
em que um sinal é usado para controlar a velocidade e a rotação do
cilindro do motor.
d) Processo: o processo é o sistema no qual existe uma variável
que está sendo controlada, pode ser uma sala em uma casa, onde a
temperatura está sendo controlada.
e) Elemento de medida: o elemento de medição produz o sinal
relacionado com a condição da variável do processo que está sendo
controlada. Por exemplo, pode ser um sensor de temperatura com um
processador de sinal adequado.
Os seguintes termos são usados para descrever as várias trajetórias
dos sinais em um sistema de controle.
80 U3 - Sistemas de controle
a) Caminho de retorno: a retroalimentação de um sinal significa
que um sinal relacionado à condição atual do sistema que está sendo
alcançada é enviada de volta para modificar o sinal de entrada de um
processo. A retroalimentação é dita negativa quando o sinal é subtraído
do valor de entrada. O retorno negativo é necessário para alimentar o
sistema. O retorno positivo ocorre quando o sinal de retorno é somado
ao sinal de entrada.
b) O termo trajetória para a frente é usado para a trajetória a partir
da saída da trajetória do sinal de erro. Observe este caso na Figura 3.10.
O termo controle de processo é frequentemente usado para
descrever o controle das variáveis, por exemplo, nível de líquidos ou o
fluxo de fluidos associado a um processo com a finalidade de mantê-
los em algum valor definido. Observe também que o termo regulador
é algumas vezes usado para um sistema de controle que mantém o
resultado de alguma variável de controle de uma linha de produção
constante na presença de perturbações. O termo regulador é algumas
vezes aplicado à unidade de correção.
U3 - Sistemas de controle 81
Figura 3.12 | B: Diagrama de blocos para o controle de rotação de um eixo
82 U3 - Sistemas de controle
Figura 3.13 | Sistema de controle de posição
U3 - Sistemas de controle 83
que o movimento das rodas siga o momento angular ditado pelo
volante. A entrada do sistema é a posição angular do volante. Esse
sinal mecânico é transformado e subtraído do seu sinal de retorno
representando a posição real das rodas. Esse retorno é feito por um
sistema mecânico. Quando o volante é estorcido e existe diferença
entre a posição requerida e a posição real, um sinal de erro surge. O
sinal de erro é usado para operar uma válvula hidráulica que opera um
sinal hidráulico para operar o cilindro. A saída do cilindro é usada, por
meio de uma conexão, para alterar a posição das rodas. A Figura 3.15
mostra o sistema.
84 U3 - Sistemas de controle
lei de controle são dadas pelo diafragma e pela mola. O elemento de
correção é a esfera na sua base e a média é realizada pelo diafragma.
U3 - Sistemas de controle 85
Figura 3.18 | Sistema de freio ABS
86 U3 - Sistemas de controle
Figura 3.19 | Controlador de nível pneumático
U3 - Sistemas de controle 87
isso acontece, a válvula conectada à entrada de ar se abre e a pressão
do ar no sistema diminui. Isso faz com que o diafragma se movimente
para cima e ocasione um movimento para cima da haste e do plug da
válvula, fazendo com que a entrada de fluido no tanque seja aumentada.
O fole reage a essa nova pressão do ar movendo sua extremidade,
eventualmente fechando a exaustão e mantendo a pressão do ar no
novo valor e a válvula de controle na sua nova taxa de entrada.
7) Controle de fluxo de fluido: a Figura 3.21 mostra um sistema de
controle usado para controlar a taxa de fluxo de um certo fluido em
um certo valor predefinido, não importando as flutuações na pressão
de entrada ou na pressão de retorno.
88 U3 - Sistemas de controle
8) Sistemas de controle no tempo discreto: sistemas de controle
no tempo discreto são sistemas de controle nos quais uma ou mais
entradas podem variar apenas em intervalos discretos de tempo, ou seja,
as entradas são sinais on - off, em forma digital. A forma de controle
é chamada de controle sequencial. Ela descreve sistemas de controle
envolvendo funções lógicas de controle, se existe ou não sinal de um
sensor A ou talvez um sistema de lógica, cujo problema é se existe ou
não uma entrada de um sensor A e uma entrada de um sensor B, com a
finalidade de determinar se devemos ou não ter uma saída e então ligar
ou desligar algum sistema.
Como exemplo simples de um controle sequencial, podemos
considerar uma chaleira elétrica automática. Quando a chaleira é ligada,
a água aquece e continua aquecendo até um sensor indicar que o ponto
de ebulição foi atingido. O sensor está fornecendo um sinal on - off.
A chaleira automaticamente desligará. A resistência elétrica da chaleira,
que fornece calor à água não é continuamente controlada, mas apenas
recebe sinais de iniciar e parar.
Como outro exemplo, encher um reservatório de água pode ter
um sensor no fundo para registrar quando o reservatório está vazio e
fornecer uma entrada ao controlador para ligar o fluxo de água, e na
parte superior ter outro sensor que registra quando o reservatório está
cheio e gerar um sinal ao controlador para desligar o fluxo de água,
conforme veremos na Figura 3.23.
Figura 3.23 | Sistema de controle de tempo discreto
U3 - Sistemas de controle 89
Como ilustração deste tipo de sistema de controle, podemos
considerar uma furadeira que automaticamente perfurará uma peça
quando esta é colocada em uma mesa de trabalho. Um sensor é usado
para detectar quando a peça está sobre a mesa de trabalho, este sensor
também sendo do tipo on - off. Ele emite um sinal on ao controlador e
este então envia o sinal a um motor que abaixa a furadeira e executa o
processo de furação. Quando a broca alcança a extensão máxima de
seu movimento, a broca atua em outro sensor que fornece uma saída ao
controlador e este inverte a rotação do motor e a broca sobe.
90 U3 - Sistemas de controle
Figura 3.25 | Sistema de controle digital
U3 - Sistemas de controle 91
Figura 3.26 | Sistema de controle digital
Atividades de aprendizagem
92 U3 - Sistemas de controle
2. Explique como o sistema de controle do aquecedor com microcontrolador
esquematizado na Figura 3.28 funciona:
Fique ligado
Nesta unidade, tratamos da definição de sistema de controle, de
diagramas de blocos e realizamos uma série de aplicações analisando
diferentes tipos de sistemas de controle. Os sistemas de controle aqui
desenvolvidos serão posteriormente usados em sistemas de automação
industrial que você analisará em detalhe nos cursos posteriores.
U3 - Sistemas de controle 93
Atividades de aprendizagem da unidade
1. Um sistema de malha fechada:
a) Tem um sistema de medida que é uma retroalimentação do sinal que é a
medida da variável sendo controlada.
b) O sinal de retorno é somado ao sinal de entrada.
c) O sinal de retorno é subtraído do sinal de entrada.
d) O sinal de retorno é uma medida da saída do sistema.
e) Tem um controlador que funciona baseado na diferença entre o sinal de
entrada e o retroalimentado.
94 U3 - Sistemas de controle
b) Existe uma diferença de tempo em ligar o elemento de controle quando
a variável alcança o valor definido.
c) Existe uma diferença de tempo em ligar e desligar o elemento de controle
quando a variável alcança o valor definido.
d) Não é possível ocorrer oscilação.
e) O sistema não está funcionando adequadamente.
U3 - Sistemas de controle 95
Referências
DORF, Richard C. Sistemas de controle modernos. 12. ed. São Paulo: LTC, 2013.
NISE, Norman S. Engenharia de sistemas de controle. 6. ed. São Paulo: LTC, 2012.
96 U3 - Sistemas de controle
Unidade 4
Processos de automação
industrial
Paulo Broniera Junior
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você apreenderá e compreenderá sobre
processos de automação industrial. Analisará os componentes
envolvidos no processo, bem como os requisitos de hardware
e software para implementação de sistemas. Conhecerá alguns
exemplos e diagramas para a implementação de processos
industriais.
Entrada Saída
Controlador Sistema
Realimentação
PLC
Dispositivos de
Dispositivos de
Saída
Entrada
Dispositivos de
Entrada
Saída
CPU
Fonte de alimentação
Base (Rack)
Fonte: adaptada de Georgini (2000, p. 49).
F1 F2
B0 B1 LO
Fonte: adaptada de Georgini (2000, p. 50).
X0 X1
OUT
END
A B S
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Observe através da tabela verdade que a saída será igual a “1” quando
todas as entradas forem iguais a “1”.
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
A S
0 1
1 0
Esse tipo de circuito atua sempre sobre uma única entrada e seu
nível lógico na saída será sempre o oposto ao nível lógico da entrada. A
função lógica NOT também é denominada porta inversora.
A B S
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Fonte: elaborada pelo autor.
A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Atividades de aprendizagem
1. O que é um sistema de controle?
Esmagamento
Retorno
Peneira
Retorno mercúrio
Captura por
Compressão Cozimento
amálgama
Amálgama
Água Ouro
Resíduos
Fonte: adaptada de Moraes e Castrucci (2007, p. 184).
Tubulação
12m3/d
0
de H20
300
10
Tubulação
Mx-301
30 bar Mx-300
Car- Vapor
Loading 30 bar
30 bar
Vapor
T-200 Vapor
E-110
0-100 0-100 E-110 E-200
P-100
1½” TC
12 16
14 1 00ME
24"
1 13
TT 1/2 12 1/2 TV
10012 1000-I
11 1 LP W
2”
10 P
S
LG LT LC
1 10<0-3 1<006
1C006
LP W
P
2”
HC-1.5"
04/02
SC
P]
P[
1<006
SP1002 1<006
HDA Hs
Hs 1001B
1001 SP1002 HDA
S/S
Hs Hs
P100A P100B
1001 1001B
1 1
Tanque A Tanque B
Ar de alimentação Ar de alimentação
HS HS
1 1
S S
HV KT
Bomba de alimentação
Alimentação
HS
7
PSL 1
Ar do selo
A bomba também pode ser ligada de forma manual, mas, para isso,
a pressão de sucção e a pressão da água do selo não devem ser baixas,
assim como não pode haver sobrecarga no motor e o dispositivo
de partida deve estar resetado. Para que a bomba seja operada
automaticamente, devem ser seguidos os critérios destacados a seguir:
LSH Tanque A
nível Alto Válvula
aberta
HV
2
ZSH
Abre Válvula 2
LS
HS Tanque A Rotina 1 Permissão para
1 nível Alto enchimento do
R HV E tanque A
1
ZSH
HS Para 1
1 enchimento
Fecha Válvula Válvula
do tanque A
Rotina 1 aberta
LS Abre Válvula
Tanque B P-268
HS Rotina 1
1 nível Alto
R
Válvula
HV aberta
HS Para 2
1 enchimento ZSH
do tanque B Fecha Válvula 2 Permissão para
Rotina 1 enchimento do
tanque B
LLH HV E
1
I-25 ZSH
1
LSH Tanque B P-302
nível Alto Válvula
aberta
Fonte: adaptada de Moraes e Castrucci (2007, p. 194).
E R
Permissão para Para bomba
enchimento do
tanque A L
OU 8B
Permissão para
enchimento do
tanque B
HS Bomba
7 Desligada
Pressão de
OU
sucção da DI
bomba 5s
baixa
Motor da bomba
em sobrecarga
HS
Reset da
partida do R
motor da
bomba
Pressão do
PSL PAL
6 selo de água da
6
bomba baixa
Passo 1
1
Passo 1
r 2
Condições para ir
Ao passo 2
1
Passo 2
1
r 2 Rotina de
falhas
Condições para ir 2
Fim da rotina
Ao passo 3
Volta ao início
1
Passo 3
2
Condições para ir
Ao passo 4
1
Passo 4
2
Passo 1
SEC_IND_OK
Silo_K33_1_AT9
IND_1_RUN
FIM_K33_1_AT9
Passo 2
Válvula XEV02
fechada
Passo 3
K32_8_ZEC02
SEL_IND_1
SELO_OFF_SPEC_1
Passo 4
CLP
Comandos
Externos
S E
Interfaces Interfaces
Atuadores Sensores
Planta Industrial
Estado
Inicial
Sistemas a eventos discretos
Assim:
Programa Lader de automação: Ei → Si
Programa de simulação da planta de computador: E' j → S' j
Bomba 1
TON
Tempo T1
DN
T1
DN MD
Fonte: adaptada de Moraes e Castrucci (2007, p. 200).
Atividades de aprendizagem
1. Em por quais circunstâncias é possível acionar a interrupção do
acionamento das bombas de um processo industrial (planta industrial)?
Fique ligado!
A automação de processos está intimamente relacionada com
à necessidade de se produzir mais utilizando menos recursos,
um aspecto imprescindível diante de um mercado cada vez mais
competitivo. Para isso, torna-se imprescindível o desenvolvimento
técnico de meios produtivos. Esse desenvolvimento se baseia tanto no
conhecimento das necessidades de mercado quanto das técnicas de
implementações para os processos industriais.
Conforme visto nesta unidade, os processos industriais podem ser
representados por meio de diagramas em blocos, instrumentação,
fluxo de processos e P&ID. Como controlador principal dos processos
é utilizado o controlador lógico programável, o qual é um dispositivo de
estado sólido e desempenha as mesmas tarefas que um computador
convencional, entretanto, para fins industriais. Para a sua programação,
podem ser utilizadas cinco linguagens normatizadas pela norma
IEC61131-3. Dentre estas, a mais difundida é a linguagem Lader, a qual
se baseia na lógica de contatos de um processo. Vale ressaltar que
para o entendimento das referidas linguagens, os conhecimentos
sobre lógica combinacional são de extrema importância.
A combinação dos conhecimentos de lógica combinacional
e das linguagens de programação dos CLP é essencial para o
desenvolvimento de um projeto de automação industrial. Entre as
informações necessárias para o desenvolvimento de um projeto de