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Comunicação, Mídias e Direitos

Humanos
Vigilância - parte 2
Definições
Vigilância = observação sistemática e focalizada de indivíduos, populações ou
informações relativas a eles, tendo em vista produzir conhecimento e intervir
sobre os mesmos, de modo a conduzir suas condutas.

Vigilância distribuída = As atuais práticas de vigilância contam com uma


imensa e crescente diversidade de tecnologias, discursos, medidas legais e
administrativas, instituições e corporações, enunciados e empreendimentos
científicos, midiáticos, comerciais, políticos etc. Tais elementos não são
apenas diversos, mas também distribuídos.
O Panóptico e a vigilância disciplinar
Jeremy Bentham
Filósofo britânico (1748-1832)

Inventor do modelo panóptico.

Bentham concebeu o panóptico de modo que fosse


igualmente aplicável a prisões, escolas, hospitais,
sanatórios e manicômios.

Encarava-o como “um novo modo de aumentar o


poder da mente sobre outras mentes ”
Vigilância distribuída e o panóptico
Panóptico não podia funcionar sem:

Construções arquitetônicas

“Conhecimento” filosófico, sociológico e político

Práticas hospitalares e psiquiátricas

Estrutura de manutenção e distribuição do conhecimento (escolas,


universidades, etc.)

Vigilância da sociedade disciplinar está em todos esses lugares.


Vigilância distribuída na sociedade de controle
Arquitetura aberta da internet: garante a livre comunicação, mas também
permite que os rastros de nossas ações sejam deixados e seguidos por
corporações, autoridades, etc.

Dinâmica do marketing e do consumo: Os rastros de nosso


comportamento na internet são utilizados para moldar perfis que afetam a
publicidade a qual somos expostos e o modo como consumimos.

Entretenimento: motivam nossos hábitos na rede e servem de plataforma


nos expormos a mais conteúdo publicitário e deixar mais rastros na rede. Ex.:
testes de Facebook e caso Cambridge Analytica.
Participe você também: vigiar e ser vigiado
“As pessoas têm realmente se sentido
confortáveis compartilhando não apenas mais
informações e de diferentes tipos, como
também de forma mais aberta e com mais
pessoas. Esta norma social é apenas algo que
evoluiu ao longo do tempo... Nós vemos que o
nosso papel no sistema é estar
constantemente inovando e atualizando para
refletir as normas sociais vigentes.”

Mark Zuckerberg, diretor da rede social


Facebook
Na internet, o pessoal é social
Informação/Conteúdo - Facebook

Trabalho - LinkedIn

Localização e Vida Social - Instagram

Etc.

“As práticas de vigilância ganham contornos próprios neste contexto,


envolvendo monitoramento corporativo, policial, afetivo, social, familiar.”
Prática 1: Inspeção de dados por instituições
Prática 2: dimensão privada e vigilância lateral
Vigilância unilateral vs. ambígua
“Como se pode notar, há entre esses procedimentos aqueles que reiteram
métodos unilaterais e policiais, enquanto outros transitam em zonas mais
ambíguas, entre o cuidado e o controle, o desejo e a suspeição, o amor e a
desconfiança.”

[...]

“A suposição de que tais procedimentos permitem aceder a uma evidência


digital atende, ainda, a um desejo de transparência, segurança e prevenção de
riscos presente tanto nas políticas públicas de segurança quanto nas relações
pessoais, corporativas e sociais”
Contravigilância: Hasan Elahi
“A exposição da vida pessoal na Internet,
sobretudo por parte dos jovens, não demonstra
necessariamente um descaso com a privacidade,
podendo envolver uma sabedoria em construir
uma face pública e social de si mesmo”
O usuário como
vigilante
O site conclama indivíduos a
colaborarem com a videovigilância
da fronteira dos EUA com o
México. Desde seu computador
pessoal, qualquer um pode se
registrar e ter acesso a webcams e
sensores que alimentam videos
em tempo real no website.
Vigilância participativa
A mistura entre vigilância e cidadania
“Em grande parte deles, a participação no relato ou visualização de crimes
e/ou criminosos é associada ao exercício da cidadania. Uma cidadania
vigilante e que deve servir ao uso personalizado e a soluções individuais de
prevenção e segurança.”

[...]

Em todos os exemplos, destaca-se a participação do usuário como vigilante.


Sua atenção, sua percepção e mesmo sua cidadania são orientados para a
vigilância cotidiana de espaços urbanos.

Vigilância distribuída:
Mídia e aparato de controle/poder
Toda vigilância, como se sabe, implica não apenas a observação de indivíduos
e populações, mas a produção de um saber que permita governar as suas
condutas.

[...]

Modernidade e revolução impressa: “aparelho de escrita, nestas pequenas


técnicas de anotação, registro, de constituição de processos, de colocação de
colunas um dos agentes fundamentais da liberação epistemológica das
ciências do indivíduo”
Mudança do poder e
mudança do discurso
“A modernidade faz o
indivíduo entrar não apenas
num campo de visibilidade,
mas também num campo de
informações, notações e
descrições, até então
privilégio dos heróis e elites.”
Darwinismo social e antropologia criminal
No ciberespaço
“Notaremos que se trata de uma
vigilância que opera menos com o
olhar do que com sistemas
informacionais; menos sobre corpos
do que sobre dados e rastros; menos
com o fim de corrigir e reformar do
que com o fim de antecipar
tendências, preferências,
interesses.”

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