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6 - ESPAÇOS VETORIAIS

6.1 – Espaços Vetoriais – Definição

Definição: Dizemos que um conjunto V, não vazio, é um espaço vetorial (sobre


R) se, e somente se:

I) Existe uma adição:


(u, v)  u + v ∈ V com as seguintes propriedades:

a) u + v = v + u, ∀u, v ∈ V (comutativa);
b) u + (v + w) = (u + v) + w, ∀ u, v e w ∈ V (associativa);
c) Existe um elemento neutro 0 ∈ V tal que u + 0 = u, ∀u ∈ V;
d)  u ∈ V, existe o oposto (simétrico) (-u) ∈ V tal que: u + (-u) = 0.

II) Está definida uma multiplicação RxVV


(α, u)  αu

Satisfazendo as seguintes condições,  u, v ∈ V e  α, β ∈ R:

a) α(βu) = (αβ)u
b) (α+β)u = αu + βu
c) α(u + v) = αu + αv
d) 1u = u

Observação:
1) Os elementos do espaço vetorial V são chamados vetores.
2) Se na definição, tomarmos como escalares o conjunto C dos números
complexos, V seria um espaço vetorial complexo.

Exemplo 1: V = R² = {(x, y)/x, y ∈ R} é um espaço vetorial com as operações de


adição e multiplicação por um número real definidas usualmente:
(𝑥1 , 𝑦1 ) + (𝑥2 , 𝑦2 ) = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
𝛼(𝑥1 , 𝑦1 ) = (𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦1 )
Verifique os oito axiomas do espaço vetorial, considere
𝒖 = (𝑥1 , 𝑦1 ), 𝒗 = (𝑥2 , 𝑦2 ) 𝑒 𝒘 = (𝑥3 , 𝑦3 ).

6.2 - Subespaços Vetoriais

Definição: Sejam V um espaço vetorial e S um subconjunto não vazio de V. O


subconjunto S é um subespaço vetorial de V se S é um espaço vetorial em
relação à adição e à multiplicação por escalar definidas em V.
A definição parece indicar que, para um subconjunto S ser subespaço
vetorial de V, se deveria fazer a verificação, em S, dos oito axiomas de espaço
vetorial relativos à adição e à multiplicação por escalar. Entretanto, como S é parte
de V (que é espaço vetorial), não é necessária essa verificação. Por exemplo, o
axioma da comutatividade da adição é válida para todos os vetores de V, ela valerá
para todos os vetores de S. A seguir, as condições para um subconjunto S ser um
subespaço vetorial de V.
 Um subconjunto S, não-vazio, de um espaço vetorial V, é um
subespaço vetorial de V se forem satisfeitas as seguintes condições:
I) Para quaisquer u, v ∈ S, u + v ∈ S.
II) Para quaisquer α ∈ R, u ∈ S, αu ∈ S.
 Todo espaço vetorial V ≠ {0} admite, pelo menos, dois subespaços: o
conjunto {0}, chamado subespaço zero ou subespaço nulo e o
próprio espaço vetorial V. Esses dois são os subespaços triviais de V.
Os demais são denominados subespaços próprios de V.
 Os subespaços triviais do R², por exemplo, são {0, 0} e R², enquanto
os subespaços próprios são as retas que passam pela origem do
sistema de referência. De modo análogo, os subespaços triviais do R³
são {0, 0, 0} e o R³, os subespaços próprios do R³ são as retas e os
planos que passam pela origem do sistema de referência.

Exemplo 2: Verificar se os conjuntos são subespaços vetoriais de V.

a) Sejam V = R² e S = {(x, y) ∈ R²/ y = 2x} ou S = {(x, 2x); x ∈ R}.


b) Sejam V = R² e S = {(x, y) ∈ R²/ y = 4 – 2x} ou S = {(x, 4 – 2x); x ∈ R}.
c) Sejam V = R³ e S = {(x, y, 0); x, y ∈ R}, isto é, S é o conjunto dos vetores
do R³ que têm a terceira componente nula.
d) Sejam V = R³ e S = {(x, y, z) ∈ R³/2x + 3y – 4z = 0}.

6.1.1 - Subespaço Gerador

Gerador do espaço é um conjunto de vetores pelo qual pode-se gerar todos


os elementos do espaço.
Suponha que 𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 são vetores em um espaço vetorial V. Diz-se que
esses vetores geram V se V consiste de todas as combinações lineares de
𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 , isto é, se todo vetor v em V pode ser expresso na forma:
v = 𝑎𝒗1 + 𝑏𝒗2 … 𝑘𝒗𝑛 , onde a, b, ... k, são os escalares.

Exemplo 3:
a) Os vetores u = (1, 0) e v = (0, 1) geram o espaço vetorial R².
b) Os vetores u = (1, 0, 0), v = (0, 1, 0) e w = (0, 0, 1) geram o espaço vetorial
R³.
6.2 - Base de um espaço vetorial

Se V é um espaço vetorial qualquer e B = {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 } é um conjunto de


vetores em V, dizemos que B é uma base de V se valerem as seguintes condições:
I) B é linearmente independente.
II) B gera V.

Teorema: Se B = {𝒗𝟏 , 𝒗𝟐 , … , 𝒗𝒏 } é uma base de um espaço vetorial V, então cada


vetor em V pode ser expresso em forma de combinação linear de uma única
maneira.

Exemplo 4:

a) B = {(1, 0, 1), (0, 0, 1)} é uma base de R³?


b) B = {(1, 0), (0, 1)} é uma base do R²?
c) B = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) é uma base do R³?

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