CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL 60H
Atualmente, há uma ferrenha discussão entre educadores e vários segmentos da
sociedade no que diz respeito à participação e o envolvimento da família no cotidiano escolar de seus filhos. No atual contexto sócio-econômico em que se encontra o país, pais e mães têm se distanciado cada vez mais do ambiente doméstico, gerando assim, o ingresso precoce da criança na escola. Esta última, por sua vez, não pode arcar sozinha com a responsabilidade de cuidar e educar de crianças pequenas, sem o conhecimento das aspirações da família quanto à sua educação. Assim, torna-se necessário uma articulação entre família e instituição, visando o mútuo conhecimento dos processos de educação, valores e expectativas para que ambas se complementem. É claro que escola e família são instituições diferentes, que se contextualizam em vários moldes culturais, merecendo respeito mútuo, devendo-se assim, encontrar o ponto de convergência entre ambas. Cabe ressaltar ainda, que tanto a escola quanto a família, têm passado por transformações importantes. Cabe às instituições de educação prepararem-se para acolher e interagir com as diferentes estruturas familiares que constituem a sociedade nos dias atuais. Para tanto, a formação de seus profissionais é de extrema importância, pois, no dia-a-dia, são eles que vão lidar com a criança e sua família. A formação de professores é um dos itens contemplados pela LDB, em seu artigo 62 redigido nos seguintes termos: “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério da educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”. A mesma LDB, institui a década da educação, iniciada em 1997 que terá seu encerramento em 2007, afirmando que até o final deste período, somente serão admitidos profissionais habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. Ao analisarmos essa questão, o que é surpreendente é muitas vezes o relato da presença do medo, o medo de mudar de fazer diferente. A metodologia tradicional segundo alguns relatos é fácil, e esse método da continuidade entre os professores logo depois do mestrado e doutorado o que também se acostumam com os métodos fechados adotando o estilo do mais fácil. A falta de aprofundamento de outras metodologias e medo de ousar em atividades diferentes só reproduz o que aprenderam na graduação, não tendo visão critica, e nem coragem de inovar e de se ariscar. Em outra resposta diz ainda que o professor não busca conhecer outras metodologias ou por até falta de vontade por parte do professor. Na própria formação acadêmica é negada outras abordagens, sendo raro os professores que pesam de maneira diferente progressiva. Os alunos trazem em seus argumentos não só a falta de interesse na qualificação, ou aprimorar sua didática, mas por conta do próprio curso dos cursos voltados a educação muitas vezes não permitirem explorar outras metodologias, a formação acadêmica esta defasada no que se diz na área de conhecimento da Educação Infantil, a grade curricular é a uma das causas. As instituições de ensino também podem ser responsabilizadas por essa falha, pois o que se observa é que na maioria dos casos elas não aceitam inovações. É também possível se observar nas instituições que o ensino mostra estar enraizado por histórico e cultural, o que deixa os profissionais presos, sendo assim nem todos os professores dão o devido valor a Educação Infantil. É possível analisar o quanto os acadêmicos sabem que a forma de ensinar tradicional tem seus defeitos na base, ou seja, na graduação, que vem dos professores que repassam para os alunos acadêmicos que dão continuidade aquela metodologia que aprenderam nos bancos das faculdades, não sendo mostradas muitas vezes outras metodologias que são bem mais fundamentas e que já passaram por transformações baseadas naquilo que o aluno de Educação Infantil realmente necessita para ter um bom alicerce para os anos de educação seguintes. A formação profissional para a educação infantil ressurge com o clima instaurado após a Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Lei Orgânica de Assistência Social. Tais dispositivos inserem a criança de 0 a 6 anos no interior do sistema escolar, na educação básica, garantindo o direito da criança à educação e, consequentemente, impondo ao Estado a obrigatoriedade de oferecer instituições para essa faixa etária. A urgência em integrar o cuidado e a educação, buscando dar continuidade à formação da criança em instituições diversas – como creches, pré-escolas, classes de alfabetização, centros de educação infantil, centros de recreação, casas de infância, entre outras – que convivem neste país continental com profissionais que dispõem, ainda, de precária formação, com grande contingente de leigos, desnuda a premência de reformas institucionais e preparo dos profissionais. Historicamente essa formação vinha sendo ofertada pelos cursos de pedagogia e o exercício profissional, estendido aos egressos dos cursos de magistério, de nível médio e a leigos. Grande contingente de profissionais com nível médio já pode se candidatar ao ensino superior dentro do processo regular de profissionalização. Os que dispõem apenas de ensino fundamental precisam galgar o ensino médio para dar sequência à sua profissionalização. A política de formação que visa desativar em pouco tempo o nível médio não prevê a qualificação dos leigos e estará eliminando de 13% a 18% dos profissionais de seus postos. A formação de profissionais de educação infantil começa a ser discutida, com maior vigor, em virtude das especificações da lei 9394/96, que propõe em seu artigo 87, § 4o: "Até o final da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço". Durante a Década da Educação – de 1997 a 2007 –, políticas de formação profissional para a educação básica deverão prever a formação dos quadros docentes em nível superior. Certamente para agilizar essa formação, a mesma lei cria uma nova modalidade de curso – normal superior – que, no interior dos Institutos Superiores de Educação, encarregar-se-ia da formação do profissional de educação infantil. Os estudos sobre o curso de pedagogia geralmente tratam de sua identidade e campo de estudo. Há poucas informações históricas sobre seu aparecimento nos anos 30, e menos ainda sobre profissionais de educação infantil. A discussão que envolve os cursos de pedagogia nos tempos atuais trata de sua natureza: se deve formar especialistas ou professores, ou seja, se a pedagogia tem afinidades com ciências da educação e, portanto, restringe-se ao aprofundamento de estudos na área ou se envolve também questões de formação docente. O contexto atual é bem diverso dos primeiros tempos da República e requer propostas de formação diferenciadas de acordo com o público e as condições presentes. Naquela época, poucas instituições ofereciam cursos para crianças pequenas. O aumento dos cursos de formação profissional acompanha a precária expansão da rede de escolas infantis. Nos anos 50, no estado de São Paulo, as 500 pré-escolas existentes eram fiscalizadas por um serviço pré-primário que não tinha estatuto oficial, composto por um grupo de professores emprestados de outros setores. Nos anos 60, dobra a oferta de cursos, tendo o governo federal e a iniciativa particular na vanguarda. O crescimento significativo na instalação de cursos por parte das universidades federais, à semelhança das estaduais, perde vigor nos anos 90. O modelo pedagógico e institucional que integra o bacharelado e a licenciatura pode ser visto desde as origens da instalação desses cursos. As universidades federais e estaduais, desde os anos 30, formavam de modo integrado o licenciado para atuar em alguma modalidade de magistério juntamente com atividades de gestão escolar, como administração escolar, supervisão escolar e orientação educacional. Não se pode dizer que o curso de pedagogia não tem uma identidade. Essa identidade que assegura a formação docente paralelamente às outras funções do campo pedagógico foi construída desde sua origem e reafirmada hoje pelas Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia, de maio de 1999. A própria LDB, no artigo 67, parágrafo único, referenda esse pressuposto: "A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino". A história demonstra que a qualificação em nível superior já vinha sendo feita desde os anos 30, pelo curso de pedagogia. Nas últimas décadas, a pedagogia vem sendo reformulada em processo de intensa revisão curricular, procurando ajustar seu projeto pedagógico, tendo em vista atender a padrões de qualidade. A criação de uma nova modalidade de curso de formação só se justificaria para ofertar alternativas para o acesso ao ensino superior, divergindo do modelo da pedagogia, de quatro anos, para intensificar a formação nas áreas pouco privilegiadas, dentro de uma política de profissionalização que garanta a continuidade dessa formação. Parece que não é essa a proposta. Hoje, a educação infantil luta para garantir um processo de profissionalização que respeite o acesso ao ensino superior e seu gradual aperfeiçoamento, em cursos de especialização e pós-graduação. Ora, o normal superior, análogo às licenciaturas curtas, dificulta o acesso a outros patamares de escolaridade superior. A continuidade da educação e da integração das crianças de diferentes faixas etárias são requisitos hoje vistos como fundamentais para o desenvolvimento da criança. As múltiplas relações que podem ser estabelecidas em ambientes educativos nos quais convivem crianças de faixas etárias diversas, juntamente com profissionais de várias áreas, além de pais e membros da comunidade, constituem portas de entrada para a construção do conhecimento que se processa quando se respeita a diversidade social e cultural, a multiplicidade de manifestações da inteligência e a riqueza dos contatos com personagens e situações. Para viabilizar um sistema que integre teoria à prática é preciso delimitar escolas, prazos, tipos de práticas e formas de envolvimento de ambos os lados: instituição formadora e escolas que acolhem os alunos. Somente o envolvimento dos docentes da unidade formadora nas questões institucionais, na discussão do projeto pedagógico da escola qualifica o trabalho realizado e propicia melhores condições para a formação do aluno. Um ambiente rico em oportunidades, escolhas, interações, materiais adequados ao seu desenvolvimento, somando-se a professores que são observadores criteriosos, estimuladores dos potenciais, com postura amorosa, acolhedora, éticos e zelosos buscam dinamizar o processo de aprendizagem e das relações nas turmas. Pensar em política de formação profissional para a educação infantil requer antes de tudo questionar concepções sobre criança e educação infantil. Hoje em Educação, muito se fala em Inteligências Múltiplas na construção do conhecimento e em resultados plenos. Há anos a Educação Infantil tem destaque especial nesta proposta através da formação continuada dos professores. O imaginário popular e até dos meios oficiais pouco afeitos às reflexões sobre a criança e a educação infantil referendam, ainda, a perspectiva romântica do século passado, de que para atuar com crianças de 0 a 6 anos basta ser "mocinha, bonita, alegre e que goste de crianças", e a idéia de que não há necessidade de muitas especificações para instalar escolas infantis para os pequenos. Essa parece ser também a forma de pensar que reina entre membros do atual Conselho Nacional de Educação, refletida nas propostas oficiais que se distanciam de uma formação profissional qualificada. A educação infantil foi inserida na educação básica, portanto, seus profissionais requerem o mesmo tratamento dos outros que nela atuam. É preciso eliminar preconceitos arraigados da tradição brasileira, como o de que o profissional que atua com crianças de 0 a 6 anos não requer preparo acurado equivalente ao de seus pares de outros níveis escolares, o que demonstra o desconhecimento da natureza humana e de sua complexidade, especialmente do potencial de desenvolvimento da faixa etária de 0 a 6 anos. Pensar em uma política de formação profissional para a educação infantil requer, antes de tudo, a garantia de um processo democrático que permita a ascensão na escolaridade, em todos os níveis, e a valorização dessa formação no patamar de outros cursos. Portanto, é preciso pensar também nos leigos, não expulsar os recursos humanos que atuam no sistema. A diversidade brasileira requer propostas que atendam às especificidades do país. Se o contexto social requer uma formação mais ágil para essa faixa etária, uma política de formação profissional deve estimular o convívio de propostas diferentes, sem que a faina da quantidade obscureça a qualidade dessa formação, sem que a discriminação anule a identidade do profissional. Faz-se necessário nos reportarmos à história da formação de professores, destacando que o Brasil, como outros países, tem um história marcada pelo processo de feminização do magistério. Assim sendo, um trabalho que anteriormente era realizado somente por homens, quando se inicia o processo de industrialização, perde a representação masculina em função dos baixos salários, e passa por um processo de feminização, mudança que acaba submetendo as mulheres a uma precária remuneração, fruto de uma concepção patriarcal, em que o homem seria o responsável pela manutenção e sustento da casa. Dessa forma, a feminização precoce do magistério tem sido responsabilizada pelo desprestígio social e pelos baixos salários da profissão. Podemos perceber que a história dessa formação deficiente está relacionada à organização social estabelecida e que, no curso do reconhecimento das mulheres como profissionais da educação, muitas dificuldades foram enfrentadas. Essa inserção das mulheres no trabalho a partir da educação traz uma tradição da concepção de que a educação das crianças pequenas, que atualmente estão na Educação Infantil, poderia ser mais bem realizada por mulheres, pois se aproximava da idéia de maternidade. A tarefa de educadora de crianças seria um prolongamento de seu papel como mãe e esse discurso começa a ser defendido por políticos e pensadores. E assim, a profissão vai se consolidando como um trabalho feminino de modo que a Educação Infantil esteve sob responsabilidade da mãe educadora tias, auxiliares, nas últimas décadas. As mulheres que lecionavam eram chamadas de leigas e os discursos dos positivistas apregoavam que estas deveriam ocupar o lugar dos homens do magistério, como uma extensão do papel de mãe, por seu altruísmo e superioridade moral e espiritual; instruindo as crianças com valores sociais e morais corretos. Na verdade, elas levariam para a sala de aula aspectos da vida no lar, do trabalho doméstico e da maternagem e passariam a ser vistas como segunda mãe ou tia. Naturalmente que, reportando-se a essa vocação maternal, o discurso e as práticas políticas vão norteando ações e impondo uma forma de atendimento que dividem profissionais e crianças. O Plano Nacional de Educação também definiu metas para a valorização Formação dos Professores e do magistério, dentre as quais, destacam-se: a formação inicial; as condições de trabalho, salário e carreira; a formação continuada. Entre os principais objetivos e metas do PNE, aponta a necessidade de garantir a implantação de planos de carreira, novos níveis de remuneração com piso salarial próprio e promoção por mérito, e a necessidade de mapeamento em todo o território nacional, da formação dos professores, a fim de identificar quantitativamente as necessidades de formação, canalizando os que estão formados para que possam ser aproveitados e suas respectivas áreas de formação. Com o objetivo de suprir as lacunas deixadas pela formação inicial, a formação continuada visa atualizar o professor, foi instituída a partir de 2000, a fim de que o Professor aprimore seus conhecimentos, tenha um tempo programado para leitura, discussão individual ou em grupo, colocando questões da prática com suporte a teoria. A ação da formação continuada ou em serviço, é de grande importância para a construção da identidade do Professor de Educação Infantil, é nesse momento, em que o Professor se vê reconhecido no cenário educacional, no cotidiano escolar no que diz respeito à qualidade da prática pedagógica junto às crianças e na luta pelo reconhecimento da valorização profissional, podendo inclusive mediante a mudança do seu trabalho ser percebido pela comunidade. Para formar uma opinião ou um conceito de formação necessária, o Professor de Educação Infantil, deverá enfrentar a cultura popular, os mitos de que não há necessidade de muitas especificações para instalar escolas infantis. Muitas relações necessitam de uma base fortalecida para que a criança e a educação infantil não seja referendada ainda numa perspectiva romântica do século passado, ela necessita ser vista como um ser em desenvolvimento e para que se atue com crianças de 0 a 6 anos, não basta ser "mocinha, bonita, alegre e que goste de crianças". Fato, que se encontra refletida nas propostas que se distanciavam de uma formação profissional qualificada. Mudanças são necessárias e urgentes diante da situação concreta, aprovação e vinculação de recursos que possa subsidiar a implementação dessas mudanças, além de mobilização e ação conjunta dos órgãos públicos. Uma primeira questão apresentada é a formação diferenciada das profissionais. Assim, temos dois perfis que se dividem nas tarefas. Por um lado, uma profissional para as ações de cuidado, geralmente leigo, com baixos salários, carga horária de seis a oito horas por dia em tempo integral, trabalhando 11 meses por ano. Por outro lado, uma profissional com formação pedagógica, responsável pela educação, formada em cursos de nível médio ou superior, com melhores salários, carga horária de quatro horas diárias, trabalhando apenas no período letivo que segue o calendário escolar. Para uma mesma criança apresentam-se essas duas profissionais que promovem formas de atendimento diferenciado, criando, inclusive, problemas de relacionamento entre funcionárias de uma mesma instituição. Na maioria das vezes, por conta da qualificação, as pessoas se negam a atender a criança no âmbito de ações que não reconhecem como sendo seu papel. É comum, por exemplo, encontrar professoras que não querem trocar ou limpar uma criança, por alegarem não ser parte da sua função, bem como atendentes, auxiliares, pajens, monitoras (cada local utiliza uma nomenclatura) se negando a desenvolver determinadas atividades por considerarem ações de caráter pedagógico, que seriam função da professora. Essa problemática é recorrente também na legislação para a Educação Infantil. Para valorizar os conhecimentos que as crianças possuem garantindo a aquisição de novos conhecimentos, é necessário que o profissional reconheça as características da infância. A formação continuada precisa salientar a dimensão cultural da vida das crianças e adultos, de maneira que as crianças aprendam com a história vivida pelos mais velhos e estes vejam a criança como sujeito histórico, social e cultural. A Educação Infantil mantém espaço à criatividade, ao exercício da responsabilidade pessoal e social, expandindo o potencial humano e intelectual das crianças para agirem com autonomia e segurança. Sem dúvida o investimento na capacitação dos profissionais tem sido a receita ideal de tanto sucesso. É evidente a necessidade de aperfeiçoamento constante, permanente, visando preparar os profissionais de educação e automaticamente melhorar o atendimento às crianças de 0 a 6 anos. Para enfrentar os desafios da sociedade globalizada não podemos abrir mão de valores de solidariedade e construção coletiva, é preciso lutar contra os erros e a exclusão com intuito de construirmos juntos um novo futuro. Para isso é necessário muito empenho dos governos, elaborando uma política global de formação elevando os níveis da formação inicial, condições de trabalho, carreira e formação continuada. Há necessidade de se vencer a distância entre a realidade da escola e o contexto social, visto que a formação docente acompanhada de treinamentos e reciclagens está sendo implantada de diversas formas, revelando um contraste entre os recursos despendidos para esta formação e a pouca alteração na prática docente e aprendizagem do aluno. Autores apontam falhas na escola caso não se renove os cursos de formação de professores. E afirmam que o professor primário formado em regime de treinamento em serviço, em nível superior, será o melhor mestre da prática de ensino nos cursos normais. Os conteúdos, as habilidades didáticas e a competência política são as três dimensões das quais se deve partir para a preparação dos profissionais da educação. Outros autores consideram que boa parte dos problemas relativos à formação do educador no Brasil, não depende de grandes formulações teóricas, sendo questões práticas dependem somente de vontade política. São muitas as idéias, mas poucas se tornam realidade. Existe um abismo entre a prática docente na escola e o saber produzido pela pesquisa, pelos novos conhecimentos sobre a educação. Refazer a profissão docente e não somente melhorá-la, este é o desafio da formação continuada. Neste processo estão os saberes produzidos na academia e os saberes e experiências acumulados pelos professores. Devemos incutir nos profissionais a crença de que vale a pena investir na formação em serviço. Conclui-se que a formação continuada, a educação em serviço é prática social, dever de Estado e direito dos profissionais, passando também pelas instituições particulares de ensino. As novas propostas da legislação, considerada um avanço para todos os que lutavam por reconhecimento da Educação Infantil e pela qualidade do atendimento à infância, prevêem ações diferenciadas. A Constituição Federal de 05/10/1988, no artigo 208, inciso IV, refere-se ao atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; a Lei 8.069 de 13/07/90, mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), vai referendar, no artigo 54, que é dever do Estado assegurar: inciso IV atendimento em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos de idade. Historicamente, concepções mais voltadas para uma determinada forma de atendimento vêm definindo uma relação diferenciada com as crianças e as famílias: a creche, para atender crianças advindas de famílias pobres; a pré-escola, para atender crianças de famílias com melhor poder aquisitivo. Assim, a mesma criança recebe tratamento diferente de acordo com a instituição que frequenta. Entretanto, são todas as crianças com idades entre zero e seis anos, que deveriam ter um atendimento voltado para o seu desenvolvimento integral, conforme rege o Artigo 29 da LDB 9394/96: A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus espaços físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A presença dessa dicotomia legalizada e institucionalizada nos remete à discussão do trabalho docente desenvolvido na Educação Infantil, que também reflete tal ruptura na prática cotidiana, especialmente nos espaços e instituições que recebem crianças de 0 a 6 anos. A creche que, segundo a legislação, receberia crianças de zero a três anos tem, desde sua criação, uma história de atendimento mais voltado para as ações do cuidado, privilegiando a satisfação das necessidades básicas da criança. O atendimento geralmente é feito em período integral, e o profissional que atua junto às crianças tem pouca ou nenhuma formação. As crianças da pré-escola geralmente têm recebido ações com intencionalidade educativa, de caráter muitas vezes escolarizante e com perspectivas de preparação para a escolaridade no ensino fundamental. A legislação indica como deverá ser conduzida a formação, propondo um viés escolarizante e incluindo apenas os profissionais que estejam habilitados em cursos de magistério ou cursos superiores. No entanto, quando percebemos o cotidiano das instituições, sabemos que um grande número delas, especialmente as que atendem crianças menores de 0 a 3 anos, tem, nos seus quadros, profissionais sem formação específica ou ainda sem nenhuma formação. Novamente a legalidade em ação, sabedora da realidade em que se configura o quadro profissional, traduz, em artigos, incisos, propostas, diretrizes, sua ação e teoricamente pretende resolver a questão, dizendo: “A implementação das diretrizes relativas à política de recursos humanos engajados na Educação Infantil exigirá acordos e compromissos de co-responsabilidade dos diversos órgãos que atuam na área [...]. Faz-se necessário intensificar ações voltadas para a estruturação de processos de formação inicial e continuada dos profissionais da Educação Infantil. [...] É fundamental o envolvimento das universidades nesse processo, especialmente por sua atuação na formação de formadores e na pesquisa e desenvolvimento na área [...] Constitui prioridade o investimento, a curto prazo, na criação de cursos emergenciais, sem prejuízo da qualidade, destinados aos profissionais não habilitados que atuam nas creches e pré-escolas. Ações nesse sentido serão apoiadas e incentivadas pelo Ministério (MEC/SEF/DPE/COEDI, 1994, p. 25)” Essa disposição legal, que vem sendo discutida desde 1993, se contradiz na LDB/96, que define a formação feita em curso médio e superior e impõe um prazo para que ela aconteça. Com relação tanto à escolaridade como ao prazo para sua conclusão, não se efetivaram na prática. Além disso, temos outras questões cruciais a serem enfrentadas, como: financiamento para a Educação Infantil, o embate entre assistência e educação, a integração das creches aos sistemas de ensino, a valorização profissional a partir de uma política de cargos, salários e plano de carreira. A preocupação com a formação perpassa todas as instâncias da nossa ação pedagógica. Assim, antes de descrever a experiência acima anunciada, é importante se discutir alguns aspectos que poderíamos chamar de expectativas quanto à formação do profissional para atuar nas instituições. Um primeiro aspecto que precisa ser discutido é a profissionalização da nossa ação, enquanto educadoras na Educação Infantil. Para tanto, é necessário deixar de lado a visão idílica que marcou a profissão, associando-a ao trabalho feminino, a uma vocação maternal, ou ainda a uma suposta missão sacerdotal, desenvolvida por mulheres submissas a um chamado vocacional. Sob essa ótica de profissionalização, procuramos compreender as lutas empreendidas por mulheres (trabalhadoras e mães, em geral) visando a melhores condições de vida e de trabalho, lutando por espaços adequados para seus filhos, reivindicando políticas sociais em defesa dos direitos da criança e em benefício das classes menos privilegiadas. Essas lutas se intensificaram na década de 80 e resultaram em mudanças na legislação, especialmente na Constituição de 1988, que contempla, em artigos já citados, a Educação Infantil e provoca uma mudança também no sentido de afastar o discurso da vocação e nos aproximar da necessidade de reconhecimento e valorização profissional. A seriedade da profissionalização torna-se um fator essencial na formação profissional para o atendimento a crianças pequenas. O atendimento à criança precisa ser encaminhado através do desenvolvimento de ações competentes, articuladas com os diversos saberes, fundamentadas em conhecimentos específicos e concretos na sua ação cotidiana. Assim, a despeito de qualquer perfil institucional, em que modelos são a expressão de como deve ser o profissional para atuar com crianças, buscamos a realização de um trabalho que alie desejo pessoal e compromisso com os valores culturais, históricos, sociais, que estão, não somente na gênese da nossa formação, mas no envolvimento da prática diária. Atualmente, tem-se discutido muito a respeito do curso de Pedagogia e da formação feita nos cursos emergenciais, tais como os de complementação, reciclagem, formação continuada, entre outros. Contudo, acreditamos que a formação deve ser realizada em cursos superiores, nas Universidades. A Universidade é o espaço qualificado para essa tarefa. No entanto, vale ressaltar que, na LDB, a criação dos Institutos Normais Superiores iniciou um processo de ‘aligeiramento’ da formação profissional. Esses cursos não respondem aos anseios de uma formação competente e ainda comprometem o que há muito tempo vem sendo construído na Universidade, nos cursos de Pedagogia, ou seja, toda uma estrutura que envolve ensino, pesquisa e formação para a docência. Se o quadro que se desenha assume essas cores sombrias, é natural procurarmos saídas, que, a princípio, acreditamos estarem no âmbito da Universidade, quando esta se empenha na formação de um profissional comprometido, não somente com o conhecimento, mas com a criança. Esse compromisso passa, não somente pelo domínio de conteúdos, mas também pelo acesso a habilidades práticas, necessárias no trabalho com crianças, visando, dessa forma a aumentar a autonomia, a auto- confiança da educadora e o prazer em desenvolver o seu trabalho. Percebemos que, da educadora, é esperado que ela tenha sensibilidade, tenha uma concepção de criança como sujeito histórico, social, cultural, biológico, cidadão, sujeito de direitos, que acumule conhecimentos sobre desenvolvimento da criança, que seja capaz de relacionar-se com o grupo de trabalho, tenha autonomia, seja crítica, criativa - diversas competências e habilidades que desenham um perfil profissional. A própria legislação, nos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (1998), indica um perfil profissional associado à polivalência, aquele que dá conta de todas as ações pertinentes ao atendimento. O profissional deverá ser alguém que dê conta da articulação dos conteúdos para desenvolvimento de projetos e que também saiba associar as ações de cuidado (satisfação das necessidades básicas) com a criança. Nesse contexto, os cursos de formação deveriam dar ênfase ao entendimento da criança como um todo e formar uma pessoa capaz de superar a dicotomia educação e cuidado. No entanto, temos percebido, ao longo dos anos, que os cursos têm privilegiado o atendimento de crianças na faixa de quatro a seis anos, que, na Educação Infantil, integram a chamada pré-escola. Essa formação com um viés escolarizante e voltada para a discussão das ações de caráter pedagógico com intencionalidade educativa promove estágios e experiências somente no espaço da pré-escola, deixando à margem as instituições de atendimento da faixa de zero a três anos, chamadas creches pela nomenclatura atual e institucional, mas que, na prática, também atendem crianças até os seis anos de idade. Essa proposta de formação escolarizante expõe uma das mazelas do atendimento aos pequenos, que é a falta de qualificação do profissional que atua nos berçários e maternais. Os alunos e alunas dos cursos de Pedagogia acabavam por não conhecer a realidade da creche e não realizavam atividades voltadas para o atendimento a crianças pequenas, já que os conteúdos de cunho escolarizante não privilegiam o trabalho a ser desenvolvido com bebês e crianças nos primeiros anos de vida. Tradicionalmente, a ação do cuidado ficava destinada às atendentes ou profissionais sem formação, que, com alguma experiência, desenvolviam esse trabalho. É possível acreditar que manter a proximidade, buscando elementos para a discussão mais concreta, possibilita um levantamento dos problemas observados e contribui para a formação individual, na medida em que visitas de observação acrescentavam elementos para a discussão teórica e sugerir alternativas de atuação num momento de intervenção. Faz-se necessário a observação de que a criança da Educação Infantil não é um indivíduo a ser escolarizado, mas é uma pessoa inteira, completa, com necessidade de um atendimento que reconheça suas potencialidades, sua condição social, cultural, histórica, econômica, e que envolva um trabalho em que diferentes ações se integrem à educação e ao cuidado. É interessante contextualizar inicialmente a história das pessoas que atendem crianças e não têm formação. A figura do profissional que atua nas instituições, atendendo crianças menores, geralmente de zero a três anos (na maioria dos casos atendem também as crianças de quatro a seis, pois nas creches há crianças de zero a seis anos). Elas são as auxiliares, pajens, monitoras, atendentes, as denominações são diversas para classificar a profissional que não recebe a designação de professor ou professora, mas realiza o trabalho com crianças na maioria das creches pelo Brasil. Um altíssimo número de profissionais sem formação integra as estatísticas pelo país e tornou-se preocupação de todos os que lutam por uma Educação Infantil de qualidade. Diversas ações têm sido implementadas para qualificar ou formar essas profissionais. Entretanto, sabemos que a questão esbarra, entre outras coisas, na ausência de uma política nacional para a Educação Infantil. Algumas ações estão sendo empreendidas, até mesmo para cumprir o artigo 62 da LDB (conforme já foi citado, este prescreve a formação em cursos médios ou superiores). Mas o que fazer com o grande número de pessoas que ainda estão nas instituições sem formação, considerando que até o ano de 2007 todo o pessoal deveria estar qualificado? Tinha-se essa orientação legal para que o prazo fosse cumprido. Essa orientação demandava de ações que comprometiam a formação, e, nessa discussão, seria o chamado ‘aligeiramento’ da formação. Essas ações não suprem as necessidades da demanda por profissionais qualificados, mas essa é outra discussão que não cabe para o momento. Contudo, temos percebido algumas iniciativas desenvolvidas em parceria com Secretarias, Universidades e órgãos envolvidos na execução de cursos de formação. A princípio, algumas críticas são necessárias, no sentido de avaliar os cursos como ações paliativas, nas quais não acreditamos como resolução do problema imediato. Essa experiência de formação não soluciona o problema crucial da falta de qualificação, não permite ascensão profissional e não causa mudanças significativas a curto prazo, nem para as crianças, nem para os profissionais da instituição. A possibilidade de começarmos a lutar para que a Educação Infantil tenha espaço no financiamento e na distribuição da renda nacional, já é um grande começo, mesmo sabendo que esses recursos podem incorrer no problema de desvios e de má utilização num âmbito nacional. Outra razão que poderia instigar é a crença de que a atuação das Universidades, nos cursos superior, pode ser fundamental no sentido de garantir a qualidade da formação. Mesmo considerando o caráter emergencial dos cursos, os quadros de formadores da Universidade podem imprimir qualidade à execução dos cursos. A ação da Universidade, como parte executora dos cursos, é uma forma de garantir a mínima qualidade, a partir do momento que se trabalha com profissionais qualificados e experientes na área. Esses profissionais podem tornar possível uma discussão a partir de uma bibliografia atualizada, que vem sendo produzida durante os anos da evolução da educação e vem sido deixada em segundo plano, podendo assim também refletir sobre práticas do dia-a-dia, a partir do trabalho com as metodologias de ensino da Educação Infantil e propor alternativas para a melhoria do trabalho. Nesse sentido, mesmo considerando toda a dificuldade envolvida no processo de formação profissional (deficiência da formação, a precariedade das condições de vida das alunas, baixos salários, dificuldades de realização do trabalho por falta de espaço físico, precariedade nas instalações de algumas instituições, excessivo número de crianças por adulto, etc.), é possível acreditar que essa oportunidade para algumas pessoas que estão dispostas a arregaçar as mangas em prol desta causa é a única. O curso, sendo organizado pela Universidade e sendo uma proposta discutida e pensada de acordo com objetivos específicos para a Educação Infantil, contribui muito como uma alternativa de acesso ao conhecimento. Além disso, se efetiva como espaço de valorização das ações pedagógicas de educação e cuidado, através de debates, estudos e reflexões, em que os alunos participam ativamente e procurando possibilidades de mudança no cotidiano. É visível a necessidade de se desenvolver um processo de reflexão e definição relativo ao que seja o universo da Educação Infantil, a fim de subsidiar positivamente os cursos de formação destes profissionais, para uma prática futura caracterizada e fundamentada pedagogicamente no direcionamento de finalidades significativas para o desenvolvimento e realização integral da criança. Ressaltando que, uma das preocupações no momento, é preservar a especificidade da área, construindo uma identidade própria para a Educação Infantil. Considerados como fenômenos tipicamente urbanos, relacionados à inserção da mulher no mercado profissional, os espaços criados para a Educação Infantil possuem o mérito inegável de colocar a criança em contato com um ambiente socialmente constituído. O atendimento educacional nesses espaços caracteriza-se pela necessidade urgente de melhor delineamento que revele sua importância pedagógica para o desenvolvimento integral das crianças em idade anterior aos 07 anos, que, por sua vez, necessitam de permanente acompanhamento. Na prática, essa forma de acompanhamento constante, de aproveitamento de bons momentos das crianças para facilitar e motivar a aprendizagem de novos conteúdos e utilização adequada de materiais parece não estar sendo objeto de preocupação por parte dos professores em exercício. É oportuno no momento atual direcionar os olhos para o processo de formação dos profissionais que atuam na Educação Infantil, atentando para a formação deficiente pela qual possam estar passando, que não lhes dá oportunidade de desenvolver os conceitos básicos e nem subsídios fundamentadores do seu próprio fazer, assim como não os fortalece no crédito do potencial de desenvolvimento, de realização da criança e no conhecimento deste processo. A formação e o trabalho docente realizados atualmente na Educação Infantil colocam- se como ponto de partida para que se possa conhecer e transformar a realidade desse nível de ensino em suas principais necessidades, tomando-os como fontes geradoras de dados e conhecimentos para futuros avanços. Profissionalizar não é somente qualificar o professor, mas também possibilitar que ele seja inserido numa condição de desenvolvimento, em que essa formação continuada reverta, a longo prazo, numa carreira, juntamente com melhores condições salariais e de trabalho. Uma nova mentalidade vem ganhando força entre os professores de Educação Infantil: um número cada vez maior deles investe na própria formação. Parte dessa tendência se deve às recomendações contidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996, que estabeleceu um prazo de dez anos para que apenas professores habilitados em nível superior sejam admitidos para lecionar na Educação Infantil e de 1ª a 4ª séries do Fundamental. É assegurado aos professores formados ou cursando Magistério em nível médio em 2007 o direito de continuar a dar aula nessas mesmas séries. O avanço se traduz em números. Em 2004, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), já era de 32% a parcela de educadores de creche e pré-escola com diploma universitário - enquanto os que não têm sequer curso de magistério são só 9%. A evolução é notável, levando-se em conta que foi somente depois da LDB que a Educação Infantil passou a ser considerada a primeira etapa da Educação Básica. Seguindo nessa direção, o que o futuro reserva aos professores da área? A capacitação está se ampliando e, para quem ingressa agora no mercado, a Educação Infantil começa a surgir como uma opção de carreira, com salários mais atraentes. Os educadores das creches ainda são os mais carentes de informações e de capacitação, fruto de uma diferença histórica. A atuação profissional na pré-escola é regulamentada desde 1975, oferecendo a possibilidade de habilitação formal. Mas, só com a promulgação da LDB, passou-se a requerer formação específica para os colegas de creche. O espaço existente para a formação continuada do profissional que atua na Educação Infantil trata-se de um grande desafio, pois a qualidade do ensino depende da qualidade da formação dos profissionais que atuam diretamente com as crianças. Faz-se necessário formar profissionais conscientes das práticas educativas que desenvolvem, como também, dispostos a refletirem sobre elas, a superarem dificuldades pedagógicas e a criarem ou adaptar em situações educativas em consonância com as características das crianças e do cotidiano pedagógico de sua responsabilidade. Estas considerações nos levam ao entendimento de que a formação continuada dever a ser o espaço de divulgação do trabalho, de conhecimento das novas práticas, de reflexão das ações, de interação das experiências, de superação das dificuldades e de reorganização da docência. Par a isto, é necessário promover a inter ação de diferentes profissionais, como também, a integração das diferentes áreas do conhecimento traduzidas no contexto da Educação Infantil em linguagens, dentre elas a linguagem corporal. Nesse sentido, esperamos que a revisão de estudos e, conseqüentemente, as reflexões apresentadas neste estudo possam contribuir para que se ampliem pesquisas e discussões acerca de uma Educação Infantil que contemple o movimento do corpo como uma linguagem de pequena infância. Diante destas considerações, a formação continuada deve possibilitar aos profissionais que atuam na Educação Infantil a reflexão e a (re) construção contínuas e permanentes de suas concepções e práticas educativas, tendo como foco as especificidades do trabalho docente nesta etapa educacional e as diferentes linguagens utilizadas pela criança par a o conhecimento de si e do meio em que se encontra.