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Engenharia Eléctrica

4oAno – 7o Semestre

Projecto de Práticas de Planeamento de Redes

Central Mini-Hídrica, Linha de Transmissão e Posto de


Transformação para localidade de Majaua, distrito de
Milange-Zambézia

Discentes: Docente:

Alex Chaquibo M. O. Aboo Msc. Eng.o Gervásio Stefan de Amorim Manjate

Songo, Junho de 2019


Engenharia Eléctrica

4oAno – VII Semestre

Projecto de Práticas de Planeamento de Redes

Central Mini-Hídrica, Linha de Transmissão e Posto de


Transformação para localidade de Majaua, distrito de Milange-
Zambézia

Discentes: Docente:

Alex Chaquibo M. O. Aboo Msc. Eng.o Gervásio Stefan de Amorim Manjate

Projecto elaborado pelo estudante


do Curso de Engenharia Eléctrica
do Instituto Superior Politécnico de
Songo Para disciplina de Práticas de
Planeamento de Redes, para fins de
avaliação.

Songo, Junho de 2019


Lista de siglas e abreviaturas

A – Ampere

BIL – Nível de isolamento básico

BT – Baixa Tensão

CMH – Central mini-hídrica

kV – Kilo volt

kVA – Kilo volt ampere

kVA – Kilo volt ampere reactivo

kW – Kilo watt

MT – Média Tensão

PT – Posto de transformação

RSLEAT – Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta tensão

U NPR – Tensão nominal do pára-raio

V – Volt

γ – Peso volúmico da água

ηG – Rendimento do alternador

ηt – Rendimento da turbina

ηT – Rendimento do transformador
Lista de figuras

Figura 2.1: Imagem do potencial recurso hídrico de


Majaua............................................................5

Figura 2.2: Tabela gráfica de selecção de turbinas para


CMH..........................................................6

Figura 2.3: Turbina


Francis..............................................................................................................7

Figura 2.4: Curva de duração de


caudais..........................................................................................9

Figura 2.5: Imagem do grupo turbina-gerador de uma


CMH..........................................................10

Figura 3.1: Montagem de cabo entre dois


apoios............................................................................13

Figura 3.2: Representação da flexa dum vão.................................................................................14

Figura 3.3: Circuito equivalente duma linha de transmissão


curta..................................................18

Figura 7.1: Características da armação HRFSC/EDP....................................................................30

Figura 7.2: Pórtico de chegada para montagem de P.T.................................................................33

Figura 7.3: Apoio de ângulo..........................................................................................................34

Figura 7.4: Isoladores para cadeias, para linhas de 11 kV.............................................................45


Lista de Tabelas

Tabela 2.1: Classificação das centrais mini-hídricas quanto à potência


instalada.............................3

Tabela 2.2: Classificação das centrais mini-hídricas quanto à altura de


queda.................................4

Tabela 2.3: Classificação das centrais mini-hídricas quanto ao


caudal.............................................4

Tabela 2.4: Gama de quedas por tipo de turbina.............................................................................4

Tabela 2.5: Organização dos caudais de forma


quantitativa.............................................................8

Tabela 2.6: Dados do projeto da central mini-


hídrica.......................................................................9

Tabela 3.1: Resumo dos dados utilizados no dimensionamento da


linha........................................17

Tabela 4.1: Carga estimada para cada


moradia...............................................................................23

Tabela 7.1: Factores de demanda para a potência de


alimentação...................................................28

Tabela 7.2: Características nominais dos Transformadores de potência, usuais em


PT.................28

Tabela 7.3: Características de pára-


raios........................................................................................28

Tabela 7.4: Catálogo dos drop-outs para média


tensão...................................................................29

Tabela 7.5: Características dos Condutores


Eléctricos...................................................................29

Tabela 7.6: Densidade de corrente económica de


condutores.........................................................30
Tabela 7.7: Valores da acção da temperatura sobre os condutores e cabos de
guarda.....................30

Tabela 7.8: Valores da pressão dinâmica do


vento.........................................................................31

Tabela 7.9: Valores do coeficiente de


forma...................................................................................31

Tabela 7.10: Tensões máximas de


serviço......................................................................................31

Tabela 7.11: Características físicas, mecânicas e eléctricas dos


condutores...................................31

Tabela 7.12: Condições de montagem de cabos


aéreos...................................................................32

Tabela 7.13: Peso aparente do


condutor.........................................................................................32

Tabela 7.14: Características mecânicas dos condutores


ACSR......................................................32

Resumo

O projecto cujo principal objectivo é de dimensionar uma central mini-hídrica, bem como a linha
de transmissão e o transformador a usar, vem de modo a responder as necessidades dos
consumidores da localidade de Majaua, distrito de Milange, província da Zambézia.

O trabalho está dividido em 5 capítulos principais, sendo o primeiro capítulo à parte introdutória,
que delimita como será desenvolvido o projecto em termos de objectivos, problema de estudo,
justificativa e metodologia usada para se elaborar o presente projecto.

O segundo capítulo aborda sobre as centrais mini-hídricas, sua classificação, a queda útil e o
caudal, bem como a potência a fornecer, escolha da turbina e o grupo gerador.
O terceiro capítulo retrata do dimensionamento da linha de transmissão, para tal foi efectuado os
cálculos eléctricos e esforços mecânicos.

No quarto capitulo é feita a estimativa das cargas de modo a obter a potência aparente total e
assim dimensionar o transformador.

Palavras-chave: Central mini-hídrica, Linha de Transmissão, Cálculo mecânico, Cálculo


eléctrico, Posto de Transformação.
Índice

Conteúdo Página

1. Introdução................................................................................................................................1

1.1. Problematização................................................................................................................2

1.3. Objectivos e metodologia.................................................................................................3

1.3.1. Objectivo Geral..........................................................................................................3

1.3.2. Objectivos Específicos..............................................................................................3

1.3.3. Metodologia...............................................................................................................3

2. Centrais Mini-Hídricas............................................................................................................4

2.1. Classificação das Centrais Mini-Hídricas.........................................................................4

2.1.1. Queda.........................................................................................................................5

2.1.2. Caudal........................................................................................................................5

2.3.1. Potência.....................................................................................................................6

2.3.2. Escolha da Turbina....................................................................................................7

2.3.3. Escolha do Gerador...................................................................................................8

2.4.1. Estudo hidrológico.....................................................................................................9

2.4.2. Especificação da Turbina a ser empregada:.............................................................10

2.4.3. Escolha do alternador..............................................................................................11

2.4.4. Transformador de Potência......................................................................................11

3. Linhas de transmissão............................................................................................................12

3.1.1. Cálculo Eléctrico.....................................................................................................12

3.1.2. Esforços mecânicos.................................................................................................13

3.2. Cálculos Efectuado.........................................................................................................18

3.2.1. Tensão composta mais econômica..........................................................................18

4. Levantamento das cargas.......................................................................................................24

4.1. Potência em cada moradia..............................................................................................24

4.2. Cálculos Efectuados........................................................................................................24


4.2.1. Potência total de cada moradia:...............................................................................25

4.3. Posto de transformação...................................................................................................25

4.3.1. Dimensionamento do transformador.......................................................................25

5. Conclusão..............................................................................................................................27

6. Bibliografia............................................................................................................................28

7. Anexos...................................................................................................................................29

Anexo 1: (Posto de transformação)...............................................................................................29

Anexo 2: (Linhas de Transmissão)................................................................................................31


Tema:

1. Introdução
As centrais mini-hídricas, são renováveis, limpas, de confiança e com um impacto ambiental
reduzido.

Estas centrais transformam a energia cinética de fluxos de água, convertendo-os em energia


eléctrica utilizável. Este aproveitamento depende fundamentalmente da disponibilidade e
principalmente da compatibilidade dos fluxos de água com a instalação de unidades geradoras.

Assim sendo o presente projecto consiste em produção, transporte e distribuição de energia


eléctrica através de uma central mini-hídrica afim de responder a demanda do consumo de
energia na localidade de Majaua, distrito de Milange, província da Zambézia.

Para tal é dimensionado uma linha com capacidade de transportar uma potência aparente de
1600 kVA com factor de potência de 0,9 indutivo prevendo-se, a possibilidade de aumento de
carga, devido ao desenvolvimento da localidade.

1.1. Problematização

1
Tema:

Com o aumento da população na localidade de Majaua, distrito de Milange, província da


Zambézia a demanda no consumo de energia eléctrica tem aumentado, assim sendo a energia
eléctrica existente não é suficiente para responder a necessidade dos consumidores criando assim
um certo desconforto.

1.2. Justificativa

Com a nova provável alternativa de alimentação, irá beneficiar uma boa parte da população desta
comunidade, visando disponibilizar aos fornecedores energia eléctrica de qualidade. E
garantindo assim o bem-estar da população desta região.

1.3. Objectivos e metodologia

Objectivo Geral

Projectar uma central mini-hídrica, bem como a linha de transmissão e o transformador a usar.

2
Tema:

1.1.1. Objectivos

Como formaEspecíficos
de satisfazer o objectivo geral, o presente trabalho apresenta os seguintes objectivos
específicos:

 Selecionar o tipo de turbina em função das condições apresentadas;


 Determinação dos parâmetros da linha, de acordo com a carga, bem como a sua
protecção;
 Dimensionar as linhas e os postos de transformação;
 Determinação da potência nominal da carga que será alimentada pelo PTs.

1.1.2. Metodolo
gia
Este trabalho foi elaborado na base de consultas em Livros de formato digital e de pesquisas
online de arquivos em PDF e em páginas de internet, sendo na bibliografia apresentadas os
respectivos links, e autores dos Livros.

3
Tema:

I Revisão da literatura

2. Centrais Mini-Hídricas (Definições e conceitos)

As centrais mini-hídricas são aquelas que apresentam pequenos aproveitamentos hidroeléctricos


com uma potência instalada inferior a 10 MW. (Castro 2002)

Em função da sua potência instalada, elas subdividem-se em três categorias descritas na


tabela abaixo:

Designação Potência Instalada [MW]


Pequena Central Hidroeléctrica <10
Mini Central Hidroeléctrica <2
Micro Central Hidroeléctrica <0,5
Tabela 2.1: Classificação das centrais mini-hídricas quanto à potência instalada

1.3.1. Classificação das Centrais Mini-Hídricas


A potência instalada depende de dois factores físicos, a altura de queda e o caudal e, assim o
valor teórico para esta potência expressa-se pela equação:

P= ρgHQ

Onde:

P- É a potência (W );

ρ- Densidade da água, que vale, aproximadamente, 103 ( kg/m3);

g- Aceleração da gravidade, com valor 9.81( m/ s2 );

H- Queda útil (m);

Q- Caudal (m3 /s );

Uma vez que os equipamentos utilizados não são perfeitos e devido às perdas de cada
equipamento e do processo de conversão de energia, a potência instalada é expressa pela
equação:

P=γHQη

Onde:

γ - É o peso volúmico da água ( N /m 3 ), e resulta de γ = ρg

η - É a eficiência do sistema ( % );

 Queda
4
Tema:

Está relacionada com o aproveitamento da energia potencial e cinética da água. Esta altura de
queda pode ser dividida e classificada em três escalões, como apresentado na tabela abaixo:

Designação Altura de Queda [m]


Queda Baixa 2-20
Queda Média 20-150
Queda Alta >150

Tabela 2.2: Classificação das centrais mini-hídricas quanto à altura de queda

 Caudal

O caudal representa o volume de água por unidade de área, que atravessa uma secção por cada
segundo. O caudal de cada rio depende da dimensão e da pluviosidade na sua bacia hidrográfica.
Assim sendo, classifica-se em:

Designação Caudal
Grande Caudal > 100
Médio Caudal 10 -100
Pequeno Caudal < 10

Tabela 2.3: Classificação das centrais


mini-híbridas quanto ao caudal

Para além da configuração da central, a queda e o caudal são fundamentais para escolha da
turbina ideal. Considerando apenas o critério da altura da queda útil, pode-se relacionar, de uma
forma aproximada, o tipo de turbina com a altura da queda.

Turbina Queda útil (m)


Kaplan e Hélice 3 ≤ Hu ≤ 50
Francis 10 ≤ Hu ≤ 350
Pelton 50 ≤ Hu ≤ 1300
Banki-Mitchell 3 ≤ Hu ≤ 200
Turgo 50 ≤ Hu ≤ 250
Tabela 2.4: Gama de quedas por tipo de turbina.

Admitindo um rendimento global do aproveitamento elétrico de 81,6 % e exprimindo o peso


volúmico em kN =m 3, a potência nominal a instalar passa a ser expressa em kW , e é calculada
pela equação:

P N =8 ∙ QN ∙ H b

5
Tema:

A aproximação anterior, nos casos de pequenos aproveitamentos, pode ser vista como demasiado
otimista, por isso, é vulgar nestas situações encontrar-se valores do rendimento mais
conservadores, na ordem dos 70%, de acordo com a expressão:

P N =7 ∙ QN ∙ H b

Figura 2.1.: Imagem do


potencial recurso hídrico de Majaua (JOÃO 2016)

1.4. Equipamento Eléctrico

O gerador está ligado à turbina, de modo a que a energia mecânica proveniente da turbina
accione o gerador e este transforme a energia mecânica em energia eléctrica.

A escolha do gerador coloca-se entre gerador síncrono e gerador assíncrono. O gerador


assíncrono apresenta algumas vantagens sobre o gerador síncrono, nomeadamente o preço mais
baixo, maior robustez na ligação à rede e elevada fiabilidade. Os geradores assíncronos são os
mais comumente utilizados nas centrais mini-híbridas de menor potência e nas micro-hídricas.

1.5. Dimensionamento de Centrais Mini-Hídricas

Potência

A potência a instalar num aproveitamento hidroeléctrico depende de duas características


físicas: altura de queda e fluxo de água presente no local de instalação da central mini-híbrida.

Pinst =ρg H u Qinst ηt ηg ηtf ηel

Onde:

H u - É a altura de queda útil (m);


6
Tema:

Q inst - É o caudal instalado ( m3 /s );

ηt - É a eficiência da turbina (% );

η g – É a eficiência do gerador (%);

ηtf – É a eficiência do transformador (%);

ηel – É a eficiência eléctrica (%);

A energia produzida é determinada utilizando a equação:

E t2

[
∏ ¿=ρg Hu ηt ηg ηtf ηel ( t1−t0 ) Qmax +∫ Q (t ) dt
t1
] 24 ¿

A turbina hidráulica corresponde a uma parcela muito significativa do custo de uma


central mini-hídrica.

A escolha da turbina resulta da interacção de três parâmetros: queda, caudal e potência. A


figura abaixo mostra uma tabela gráfica usada na selecção de turbinas para pequenos
aproveitamentos hidroeléctricos.

Figura 2.2: Tabela gráfica de selecção


de turbinas para CMH

7
Tema:

As turbinas podem ser divididas em dois tipos: turbinas de acção (ou de impulsão) e
turbinas de reacção.

As turbinas de acção são mais adequadas a uma utilização caracterizada por quedas
relativamente elevadas e caudais baixos.

As turbinas radiais do tipo Francis são adequadas para operar em condições intermedias de
queda de água e caudal e apresentam um alto rendimento (80 a 90 % ).

Esta turbina é caracterizada por ter uma roda formada por uma coroa de palhetas fixas,
constituindo uma série de canais hidráulicos que recebem a água radialmente e a orientam para a
saída do rotor numa direção axial. É constituída por uma câmara espiral ou evoluta (podendo ser
aberta ou fechada com uma forma de espiral) com a finalidade de garantir a uniformidade do
escoamento à entrada do rotor em toda a sua periferia.

É constituída por um distribuidor composto por uma roda de palhetas fixas ou móveis que
regulam o caudal e o tubo de saída da água. O distribuidor permite, para além do controle da
entrada de água, regular a potência mantendo a velocidade constante.

Figura 2.3: Turbina Francis

Escolha do Gerador

A escolha do conversor mecano-eléctrico para equipar uma central mini-hídrica depende


das especificações impostas à turbina, no que diz respeito a rendimento, velocidade nominal e de
embalamento, constante de inércia e tipo de regulação.

8
Tema:

Uma opção fundamental coloca-se entre o gerador síncrono (alternador) e o gerador


assíncrono (ou de indução).

O gerador assíncrono constitui, em geral, a solução técnica e economicamente preferível,


devido às suas conhecidas características de robustez, fiabilidade e economia. Nas centrais de
potência mais elevada são exigidas soluções técnicas mais elaboradas e os aspectos económicos
são menos críticos, pelo que o gerador síncrono é normalmente o conversor eleito.

1.6. Cálculos efectuado para a seleção da turbina

Assumindo a aceleração de gravidade de 9.81 m/s 2 e uma densidade da água de 103 kg /m3,
obtemos um peso volúmico da água de 9810 N / m3.

Estudo hidrológico

γ = ρg=9.81 ∙ 9810=9810 N /m3

Os caudais podem ser organizados de uma forma quantitativa. Conhecido os limites máximos e
mínimos, para cada ano, na tabela abaixo estão organizados os caudais em função do número de
dias num ano: % do ano Nº de dias Caudal (m³/s)
0.3 1 22.5
4.9 18 9.4
9.9 36 7.8
14.8 54 6.5
20 73 5.5
24.9 91 4.5
29.9 109 3.7
34.8 127 3.1
40 146 2.6
44.9 164 2.1
49.9 182 1.8
54.8 200 1.5
60 219 1.2
64.9 237 1
69.9 255 0.8
74.8 273 0.7
80 292 0.6
84.9 310 0.5
9
89.9 328 0.4
94.8 346 0.3
100 365 0.2
Tema:

Tabela 2.5: Organização dos caudais de forma quantitativa

Com os dados da tabela 1, se obtém a curva de duração de caudais, esta curva será utilizada para
os cálculos energéticos e de dimensionamento.

Curva de duração de caudais

25

20
Caudal (𝑚^3∕𝑠)

15

10

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo (dia)

Figura 2.4: Curva de duração de caudais

Considerando que o caudal nominal seja igual ao caudal médio, que ocorre entre 15 % a 20 % do
ano médio, entre 55 e 73 dias, aproximadamente. Pela tabela 2.5 neste período, corresponde a
caudais na ordem dos 6 m3 /s . A altura de queda bruta no local calcula-se que seja,
aproximadamente, de 28 m.

Designação Dados
Caudal nominal (QN) 6 m³/s
Altura de queda bruta (Hb) 28 m
Tabela 2.6: Dados do projeto da central mini-hídrica

10
Tema:

P N 1=8 ∙ QN ∙ H b=8 ∙ 6 ∙28=1344 kW

P N 2=7 ∙ Q N ∙ H b=7 ∙ 6 ∙28=1176 kW

Especificação da Turbina a ser empregada:

Com os dados da potência hidráulica, em kW e vazão, em m 3 /s , obtém-se que a turbina a ser


instalada, a qual melhor se adapta é do tipo Francis com rotor de pás fixas (vazão constante),
eixo vertical, caixa espiral, acoplamento direto, com potência na faixa de utilização entre 1200 a
1400 kW .

Escolha do alternador

A energia elétrica só poderá ser produzida quando a turbina estiver acoplada a um alternador de
potência adequada. Assim sendo, o alternador apresenta as seguintes características: a potência
elétrica na faixa dos1200 a 1400 kW , a uma frequência de 50 Hz, eixo vertical e apresentando um
acoplamento direto.

Na figura abaixo está representado o modelo de um grupo gerador (turbina-alternador) de


eixo vertical, acoplamento direto de uma central mini-hídrica.

Figura 2.5: Imagem do grupo turbina-


gerador de uma CMH

(Fonte: Andritz Hydro)

Transformador de Potência

11
Tema:

A central mini-híbrida é de BT e para se transportar a energia produzida para os centros de


consumo, é necessário colocar um transformador elevador de BT para MT . As características do
transformador em questão são: Potência elétrica de 1600 kVA, frequência de 50 Hz,
BT :400 V , MT :11 kV

Linhas de transmissão
Linhas de Transmissão são condutores através dos quais energia elétrica é transportada de um
ponto transmissor a um terminal receptor.

1.7. Dimensionamento das Linhas de Transmissão

Cálculo Eléctrico

O objectivo é a determinação da corrente nominal e quedas de tensão, de modo a assegurar que


as limitações técnicas dos condutores não são ultrapassadas.

Para o cálculo eléctrico são consideradas várias simplificações:

 Admitância da linha nula;


 A queda de tensão na linha resulta, apenas da soma da queda de tensão provocada na
resistência da linha, pela componente activa da corrente, com a queda de tensão
provocada na reactância da linha pela componente reactiva da corrente;
 A tensão no início da linha é considerada igual à sua tensão nominal;

 Corrente de Serviço

É aquela que circula nos condutores da linha, dada pela expressão abaixo:

12
Tema:

P
I s=
U n √ 3 cos φ

I s – Corrente de serviço em [ A ];

S – Potência aparente em [ KVA];


U n – Tensão composta em [ KV ];

cos φ – Factor de potência.

 Coeficiente de Auto-Indução

[
L= 0.5+2 ln ( dmgr )] 10 −4

r – Raio do condutor em [ m]
dmg – Distância média geométrica entre os condutores em [ m]

dmg= √3 d12 d 23 d 13

d 12 d23 d 13 – são as distâncias entre os condutores em [m]

 Resistência da Linha

A resistência nos condutores de uma linha é a causa das perdas por transmissão. Estas perdas
devem ser mínimas e para isso há que dimensionar bem a linha, tendo em consideração o número
de condutores por fase, o tipo de material, a influência do meio ambiente, entre outros aspectos.

ρl
R=
s

R – é a resistência da linha [Ω]

ρ – é a resistividade do condutor em [Ω mm2 /m] a 20o C

l – é o comprimento do troço da linha [m]

s – é a secção do condutor [mm2 ]

 Reactância da linha

X =ωL=2 πfL

X – reactância do condutor em Ω/ Km;

13
Tema:

f – é a frequência da rede em Hz (no nosso caso 50Hz);


L – é o coeficiente de auto-indução em H /km

 Queda de Tensão
Para as redes de média tensão considera-se uma queda de tensão máxima admissível inferior ou
igual a 7%.

∆ V =√ 3 I s ( R cos φ+ X sin φ )

I s – é a corrente de serviço em [ A ]

R – é a resistência do condutor em [Ω]


X – é a reactância em[Ω/km]

Esforços mecânicos

A instalação de uma rede aérea em apoios é condicionada por vários factores que constituem as
principais solicitações mecânicas às quais os cabos são sujeitos, nomeadamente, peso dos
condutores, distância entre apoios, acção do vento, e outros. Para tal será feito os seguintes
cálculos:

 Determinação da tensão dos condutores;


 Cálculos dos esforços;
 Cálculos de flechas;
 Distâncias regulamentares;
 Vão da linha.

Figura 3.1: Montagem de


cabo entre dois apoios

14
Tema:

A figura acima especifica os parâmetros a considerar na montagem dum cabo entre dois apoios
(vão).
Onde:
h - altura mínima ao solo (m)

H - altura dos apoios (não considerando a altura da fundação) (m)

fmax - flecha a meio vão (m)

l - vão (m)

 Forças que actuam nos condutores

α ∙q∙c∙d
FV=
10
Onde:
F V – Força resultante do vento ¿ ¿

α - Coeficiente de redução (α =0.6)

q - Pressão dinâmica do vento


c - Coeficiente de forma

d - Diâmetro do condutor (m)

 Resultante das forças


2
F R = ( F C + F G ) + F2V

F C - Peso do condutor (daN /m)

F G - Peso do gelo (daN /m)

 Vão crítico
Vão crítico é o vão para o qual os condutores ficam sujeitos à tracção máxima, e o seu cálculo é
dado pela seguinte expressão:

24 ∙ α d ∙ ( θ v −θi )
Lcr =T max ∙
√ P2v −P 2i

T max - Tensão máxima de serviço do condutor (daN /mm2)

α d – Coeficiente de dilatação linear do condutor (℃ −1 )

θ v −θi - Diferença de temperatura no Verão e no Inverno (Anexo ...)

P2v −P 2i - Diferença do quadrado do peso aparente do condutor no Verão e no Inverno (Anexo ...)

 Flexa máxima
15
Tema:

A flexa máxima dos condutores deve ser determinada para temperaturas em regime permanente.
Para linhas de tensão nominal inferior a 66 kV , deve considerar-se uma temperatura de
montagem de +50 ℃ (RSLEAT, 2011).

A figura a seguir, representa um condutor de um vão centrado no eixo das coordenadas


cartesianas (x,y).

Figura 3.2: Representação da


flexa dum vão

Considerando um trecho do cabo OC que terá um peso próprio P L aplicado no ponto médio. O
Trecho estará submetido as tensões T 0 e T c.

O momento no ponto C é dado por:


x
P L ∙ =T 0 ∙ y
2
Evidenciando y:
PL ∙ x
y=
2 ∙T 0

Considerando P como peso unitário do condutor, o peso total do trecho OC será:


P L=P ∙ x

Logo:

P ∙ x2
y=
2∙ T 0

Considerando o ponto A como extremidade em vez do ponto C:


L
y=f x=
2
Substituindo, verifica-se que a flexa do vão é dada pela expressão:

P∙ L2
f m=
8 ∙T 0

16
Tema:

Assim sendo, para o cálculo da flexa máxima, deve-se conhecer antes a tensão que o cabo estará
sujeito.

1º. Tensão que o cabo estará sujeito (T 0):

T 30−T 20 ( C 1 +C2 ) =C3

C 1=α ∙ E ( θm −θv )−T max

L2 ∙ P2v ∙ E L2 ∙ P 2 ∙ E
C 2= 2
C 3 =
24 ∙ T max 24

Onde:

L – Comprimento do vão óptimo


P – Peso do condutor (Anexo 7.14)
α – Coeficiente de dilatação térmica (Anexo 7.14)
E - Modulo de elasticidade (Anexo 7.14)
θm - Temperatura de montagem

θ v - Temperatura na hipótese de Verão (Anexo 7.12)

Pv - Peso aparente do condutor no Verão (Anexo 7.13)

T max - Tensão máxima admissível

 Distâncias regulamentares
As distâncias regulamentares são calculadas segundo o RSLEAT.
a) A distância entre os condutores e o solo segundo o artigo 27 do RSLEAT, determina-se
usando a expressão:
D s =6.0+0.005 ∙U
Onde:
Ds – é a distância entre os condutores e o solo em m;
U – é a tensão de nominal em kV .

b). A distância dos condutores às árvores segundo o RSLEAT, determina-se usando a expressão:
D ar =2+ 0.0075∙ U
Onde:
Dar – é a distância dos condutores às árvores em m;
17
Tema:

c). A distância entre os condutores e os apoios, segundo RSLEAT, determina-se usando as


expressões abaixo referidas.
 Para condutores nus em repouso:
D ap=0.1+ 0.0065∙ U
Onde:
Dap – é a distância entre condutores nus em repouso e os apoios em m;

 Para condutores nus desviados pelo vento:


D apv =0.0065 ∙U
Dapv – é a distância entre condutores nus desviados pelo vento e os apoios em m

d). A distância entre os condutores e os edifícios, segundo o RSLEAT, determina-se usando a


expressão:
D ed =3.0+ 0.0075∙ U
Onde:
Ded – é a distância entre condutores e edifícios em m

e). A distância entre os condutores e os obstáculos diversos, segundo RSLEAT, determina-se


usando a expressão:
D od =2+0.0075 ∙U
Onde:
Dod – é a distância entre condutores e obstáculos diversos em m

1.8. Cálculos Efectuado


A tabela abaixo apresenta os dados utilizados no dimensionamento da linha

Especificação Dados
Potência do transformador 1600 kVA=1440 kW
Tensão composta 11 kV
Factor de potência 0.9
Comprimento da linha 1000 m = 1 km
Resistividade do alumínio (20°C) 0.02826 Ωmm²/m
Tensão máxima de serviço 10 daN/mm²
Temperatura dos estados (verao e inverno) 50° e 10°
Diâmetro do isolador 0.242
Comprimento do vão óptimo 76 m

18
Tema:

Tabela 3.1: Resumo dos dados utilizados no dimensionamento da linha

Tensão composta mais econômica

L 3 Pn
U c=
√ 1.6 100
P – Potência total de transporte em (kW )

L – Comprimento da linha (km)

Para L<30 km

U c =0.25 √ P=0.25 √ 1440=9.487 kV

P=S ∙ cosφ=1600 ∙0.9=1440 kW

Assim sendo, a transmissão será feita a 11kV , de modo a minimizar os custos.


Neste projecto o transformador tem uma potência de 1600 kVA, e o factor de potência
considerado será de 0,9.

 Corrente de serviço:

S 1600
I s= = =83.978 A
U n √3 11∙ √ 3

Para o valor de corrente obtido, o condutor escolhido será de alumínio-aço com 50 mm2 de
secção (secção real de 49,5 mm 2 ¿ e 9 mm de diâmetro, com uma boa resistência mecânica,
ficando sobre dimensionado, proporcionando uma grande margem de segurança.

D 9
r= = =4.5∙ 10−3 m .
2 2

Para linhas de comprimento menor que 80 km, apenas a resistência e reactância em série são
incluídas, isto é, a admitância da linha é desprezível (GLOVER J. Duncan, SARMA Mulukutla,
OVERBYE Thomas, 2012).

Figura 3.3: Circuito equivalente duma linha de


transmissão curta

 Coeficiente de auto-indução:
19
Tema:

Usando a armação do tipo HRFSC /EDP com medidas de d 12=0.885 m , d 23=0.885 m e


d 13=1.77 m apresentadas no anexo, temos:

dmg= √3 0.885 ∙ 0.885 ∙1.77=1.12 m

[
L= 0.5+2 ln ( dmgr )] 10 −4
[
= 0.5+2 ln ( 4.51.12
∙10 ) ]
−3
−4
10
−3
=1.15 ∙10 H / km

 Resistência do Condutor:

ρl 0.02826∙ 1000
R= = =0.571 Ω
s 49.5

 Reactância do Condutor:

X =ωL=2 πfL=2 π ∙50 ∙ 1.15 ∙10−3=0.36 Ω/km

X =0.36 ∙l=0.36 ∙ 0.5=0.18 Ω

 Queda de Tensão:

Para as redes de média tensão considera-se uma queda de tensão máxima admissível inferior ou
igual a 7 %,

∆ V =√ 3 I s ( R cos φ+ X sin φ )=√ 3 ∙ 83.978∙ ¿

Em percentagem:

∆V 86.161
∆ V %= ∙ 100 %= ∙100=0.783 %
Un 11000

Segundo os cálculos, a queda de tensão é inferior ao limite máximo admissível


( ΔV %=0.783 %<7 %), assim sendo, o condutor AA 50 é o adequado.

Cálculo Mecânico

O coeficiente de dilatação linear utilizado para os cabos de alumínio-aço tem o valor de


aproximadamente 19 x 10−6 ℃ −1. (Solidal, 2007)

 Forças que actuam nos condutores:

Considerando vento reduzido, com pressão dinâmica 300 Pa

20
Tema:

α ∙ q ∙ c ∙ d 0.6 ∙ 300 ∙1.2 ∙ 9∙ 10−3


F V 1= = =0.194 daN / m
10 10
Considerando vento máximo, com pressão dinâmica 750 Pa

α ∙ q ∙ c ∙ d 0.6 ∙ 750 ∙1.2 ∙ 9∙ 10−3


F V 2= = =0.486 daN /m
10 10

O peso específico linear do condutor de alumínio-aço utilizado, de acordo com o Anexo, é igual
a 172,4 kg /km, o que equivale a 0,169 daN /m.

2 2
F R 1= ( F C + FG ) + F 2V 1= √ ( 0.169+ 0 ) + 0.1942=0.257 daN /m

2 2
F R 2= ( F C + FG ) + F 2V 2 =√ ( 0.169+ 0 ) +0.4862=0.515 daN /m

 Vão crítico:

24 ∙ α d ∙ ( θ v −θi )

−6
24 ∙19 ∙ 10 ∙ ( 25−10 )
Lcr =T max ∙ 2
P v −P i
2
=10 ∙
√ 2 2
( 8.8 ∙10−3 ) −( 4 ∙ 10−3 )
=105.51 m

 Carga aplicada nos apoios:

1 º Vento máximo (verão)

F C =α ∙ q ∙ c ∙ ∅ ∙ Lcr =0.6 ∙ 75 ∙1.2 ∙ 9∙ 10−3 ∙105.51=51.28 kg

2 º Vento reduzido (inverno)

2 3.14 ∙ 0.2422
F a=α ∙ q ∙ c ∙ S=α ∙ q ∙ c ∙ π d /4=0.6 ∙18.75 ∙1.2 ∙ =0.62 kg
4

F c ( 3∙ H u−h1−h2 −h3 ) + F a ( 3 ∙ H u−h 1−h2−h3 )


F u=
H u−0.4

51.28 ( 3 ∙ 10.45−0.4−1−1.6 ) +0.62(3 ∙10.45−0.4−1−1.6)


F u= =146.40 kg
10.45−0.4

 Flexa máxima

C 1=α ∙ E ( θm −θv )−T max =19 ∙10−6 ∙ 8 ∙10 3 ( 50−25 )−10=−6.20 kg /mm2

21
Tema:

2
L2 ∙ P2v ∙ E 762 ( 8.8∙ 10−3 ) ∙ 8∙ 103
C 2= = =1.49 kg /mm2
24 ∙ T 2max 24 ∙ 102

2 2 3
L2 ∙ P 2 ∙ E 76 ( 3.48 ∙ 10 ) ∙8 ∙ 10
−3
C 3= = =23.32 kg/mm2
24 24

Substituindo:

T 30−T 20 ( C 1 +C2 ) =C3

T 30−T 20 (−6.20+ 1.49 )=23.32

T 0=5.485 kg /mm2

Assim sendo a flexa máxima será:

P∙ L2 3.48 ∙ 10−3 ∙76 2


f m= = =0.458 m
8 ∙T 0 8 ∙5.485

 Escolha dos apoios


Os apoios a usar neste projecto, são de betão, com uma altura de 12,25 m, de acordo com as
condições do local. O vão será de 76 m, compatível com a altura dos apoios. Assim, a quantidade
total de apoios será:
l 1000
N A= = =13.158 apoios
a 76
Onde:
N A - é o número de apoios
l – é o comprimento da linha ( 1000 m ) ;
a – é o vão (76 m).
Considerando amortizações por razões do relevo entre outros fenómenos decorrentes durante a
execução do projecto são necessários 16 apoios.

 Encastramento dos apoios no solo


Os apoios serão implantados directamente no solo fixados com pedra solta e areia, de modo a se
garantir a sua perpendicularidade ao plano de nível mesmo com esforços mecânicos que é
sujeito. Assim o encastramento dos apoios será:
H 12.25
En = +0.5= +0.5=1.725 m
10 10
22
Tema:

Onde:
H – é a altura dos apoios (H=12.25 m);

 Distâncias regulamentares:

 A distância entre os condutores:

Ds =6.0+0.005 ∙U =6.0+ 0.005∙ 11=6.055 m


Segundo o RSLEAT, o valor mínimo da distância entre os condutores e o solo é de 6 m, logo o
valor calculado satisfaz a condição.

 A distância dos condutores às árvores:


Dar =2+ 0.0075∙ U =2+0.0075 ∙11=2.083 m
Segundo o RSLEAT, a distância mínima dos condutores às arvores é de 2.5 m, assim sendo é
usado 2.5 m, pois é maior que a distância entre condutores e as árvores calculado.

 A distância entre os condutores e os apoios:


Para condutores nus em repouso:
Dap=0.1+ 0.0065∙ U =0.1+ 0.0065 ∙11=0.172 m
Para condutores nus desviados pelo vento:
D apv =0.0065 ∙U =0.0065 ∙11=0.072 m
Segundo o RSLEAT, o valor mínimo da distância entre condutores nus e os apoios é de 0.15 m,
então, usa-se0.172 m para condutores nus em repouso, porém para os condutores nus desviados
pelo vento dever-se-á adoptar o valor de 0.15 m uma vez que é superior a 0.0715 m, valor
calculado.

 A distância entre os condutores e os edifícios:


D ed =3.0+ 0.0075∙ U=3.0+ 0.0075∙ 11=3.083 m
Segundo o RSLEAT, a distância mínima entre condutores e edifícios é de 4 m, então o valor a
ser usado é de 4 m.

 A distância entre os condutores e os obstáculos diversos:


D od =2+0.0075 ∙U =2+0.0075 ∙11=2.083 m

23
Tema:

Segundo o RSLEAT, o valor não pode ser inferior a 3 m, então, a distância entre condutores e
obstáculos deve ser de 3 m sendo superior ao calculado.

Levantamento das cargas


As potências apresentadas na tabela abaixo são referentes a cada moradia.

Cargas: Potência total (W)


Iluminação 1750
Tomadas 8550
Bomba de água 2000
Termo acumulador 2500
Ar-condicionado 1500
24
Tema:

Fogão 2250
Congelador 1200
Geleira 1500
Tabela 4.1: Carga estimada para cada moradia

1.9. Potência em cada moradia

O factor de potência considerado para a rede de distribuição será de 0,85

Pinst
Pc = ∙ K ∙ K ∙K
Cosφ u s e

Os valores das constantes K são:

K u=1 K u=1
Para iluminação ⇒ K s=1
K e =1{ {
Aquecimento e frio⇒ K s=1
K e =1

K u=1 K u=0,75

{
Tomadas⇒ K s =0,8
K e =1 {
Motor⇒ K s=1
K e =1

1.10. Cálculos Efectuados


 Iluminação:

1750
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=2058.82 W
0.85

 Tomadas:

8550
Pc = ∙ 1∙ 0.8 ∙ 1=8047.06 W
0.85

 Bomba de água:
2000
Pc = ∙ 0.75 ∙1 ∙1=1764.71W
0.85

 Termo acumulador:

2500
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=2941.18W
0.85

 Ar-condicionado:

25
Tema:

1500
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=1764.71 W
0.85

 Fogão:

2250
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=2647.06W
0.85

 Congelador:

1200
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=1411.76 W
0.85

 Geleira:

1500
Pc = ∙ 1∙ 1∙ 1=1764.71 W
0.85

Potência total de cada moradia:

Ptot =∑ P c =2058.82+ 8047.06+1764.71+ 2941.18+1764.71+ 2647.06+1411.76+1764.71=22400.01W =22.

A potência total tendo em conta todas as moradias (30):

PTOT =n ∙ Ptot =30∙ 22.4 ∙ 103=672 kW

1.11. Posto de transformação


A energia produzida pela central elétrica depois de transportada em MT deve ser transformada
em BT através dos postos de transformação ( PT ) de potência adequada instalados em pontos
estratégicos da localidade.

Dimensionamento do transformador

Para determinar a potência aparente do transformador é considerado um acréscimo de 20 % da


potência aparente total da carga.

Sinstalada=¿ 1.2 × S carga

26
Tema:

PTOT
Scarga =
cosφ

Pelos cálculos temos:

PTOT =672 kW e o factor de potência a ser usado é de cosφ=0.85

672 ∙ 103
Scarga = =790.59 kVA
0,85

Sinstalada=S carga +20 % Scarga =( 1+ 0.2 ) S carga=1.2 ∙ S carga

Sinstalada=1.2 ∙790.59 ∙ 103=948.71 kVA

A partir da tabela de características nominais dos transformadores de potência, usuais em PT


apresentado no anexo em relação a potência aparente instalada calculada escolhe-se a potência
mais próxima superior, nesse caso, 1000 kVA.

1.11.1.1. Protecção do Transformador


a) Drop-out:

SN 1000 ∙10 3
IN= = =17.50 A
U N . √3 33 ∙ 103 ∙ √ 3

O drop-out será do tipo “ NCX “, com as seguintes características: I N =100 A ; U N =34.5 kV ,


BIL=200 kV , com um poder de corte de 12 kA.

b) Para-raios:

U NPR =1.1∙ U N =1.1 ∙33=36.3 kV

O pára-raio escolhido de acordo com a tabela em anexo das características de pára-raios tem as
seguintes especificações:

BIL
U m =36 kV BIL=170 kV U p=119.9 kV =1.42
Up

Conclusão
O aproveitamento da energia hídrica permite a produção de energia eléctrica, através da energia
cinética e potencial que a água possui.

27
Tema:

As características de cada aproveitamento permitem a sua classificação quanto à potência e à


altura de queda, que importa conhecer para permitir o correto dimensionamento de todos os
equipamentos necessários para a construção de uma CMH.

O dimensionamento foi realizado utilizando as curvas de caudais classificados para determinar a


quantidade de energia produzida.

28
Tema:

Bibliografia
CASTRO, Rui M.G. Energias Renováveis e Produção Descentralizada INTRODUÇÃO À
ENERGIA MINI-HÍDRICA 1ª Ed, 2002.

GONÇALVES, Filipe João Parada. Projecto de Execução de Linhas de Média Tensão, Coimbra.
2011.

RSLEAT. Regulamento de segurança de linhas eléctricas de alta tensão. Maputo: Imprensa


Nacional de Moçambique, E.P. 2011.

SOLIDAL, Q. & Q. Guia Técnico. Solidal - Condutores Eléctricos, S.A., Quintas & Quintas -
Condutores Eléctricos, S.A, 10ª Ed., 2007.

TEIXEIRA, C. SEE I. Apontamentos da disciplina de Sistemas Eléctricos de Energia I,


Licenciatura em Engenharia Electrotécnica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra,
Coimbra. 2006.

Voith Hydro Power. Disponível em: <http://voith.com/en/products-


services/hydropower/turbines-559.html>.

29
Tema:

Anexos
Anexo 1: (Posto de transformação)
Tabela dos Factores de Demanda para a Potência de Alimentação
Potência de Iluminação e Tomadas de Uso Geral Factor de Demanda
Item P1 (kW) (g)
1 0 < P1 ≤ 1 0,88
2 1 < P1 ≤ 2 0,75
3 2 < P1 ≤ 3 0,66
4 3 < P1 ≤ 4 0,59
5 4 < P1 ≤ 5 0,52
6 5 < P1 ≤ 6 0,45
7 6 < P1 ≤ 7 0,40
8 7 < P1 ≤ 8 0,35
9 8 < P1 ≤ 9 0,31
10 9 < P1 ≤ 10 0,27
11 10 < P1 0,24
Tabela 7.1: Factores de demanda para a potência de alimentação

Tabela

Tabela 7.3: Características de


pára-raios.

30
Tema:

Tabela 7.4: Catálogo dos drop-outs para média tensão.

Cap.
Secção Real Diâmetro Massa por Unid. Carga Rot. Módulo Elast.
Tipo Nominal
(mm²) Cabo (mm) Compr.(kg/km) Nom. (kN) Final (N/mm²)
(A)
AA30 30,6 7,08 106,7 9,34 76000 150
AA50 49,5 9 172,4 14,93 76000 205
AA90 88 12 306,4 25,28 76000 300
AA105 106,8 13,43 376 34,3 77500 300
AA130 127,2 14,6 588,4 66,46 104000 325
AA160 157,9 16,32 547,3 47,75 73000 435
AA235 235,1 19,89 813,3 68,82 73000 435
AA325 326,1 23,45 1212,6 109,38 80000 680
Aster 55 54,6 9,45 148,9 17,73 62000 225
Aster 117 117 14 321,2 34,51 60000 225
Aster 148 148,1 15,8 406,5 48,12 60000 425
Aster 288 288,35 22,1 794,3 93,71 57000 655

31
Tema:

Tabela 7.5: Características dos Condutores Eléctricos

Anexo 2: (Linhas de Transmissão)

Figura 7.1: Características da armação


HRFSC /EDP

Tabela
7.6: Densidade de corrente económica de condutores

32
Tema:

Tabela 7.7: Valores da acção da temperatura sobre os condutores e cabos de guarda

Tabela 7.8: Valores da pressão dinâmica do


vento

Tabela 7.9: Valores do coeficiente de


forma

Tabela 7.10: Tensões máximas


de serviço

33
Tema:

Tabela 7.11: Características físicas, mecânicas e eléctricas dos condutores

Tabela 7.12: Condições de montagem de cabos aéreos

34
Tema:

Tabela 7.13: Peso aparente do condutor

Tabela 7.14: Características mecânicas dos condutores ACSR

35
Tema:

Figura 7.2: Pórtico de chegada para montagem de P.T

Legenda
1 - Para raios
2 - Cadeias de amaração
3 - Postes de betão
4 - Conjunto de seccionadores-fusível
5 - Isoladores de apoio
6 - Espias
7 - Transformador de potência

Figura 7.3: Apoio de ângulo

36
Tema:

Figura 7.4: Isoladores para cadeias, para linhas de 11kV

37

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