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Projeto de Um Sistema de Monitoramento para Casas de Vegetação
Projeto de Um Sistema de Monitoramento para Casas de Vegetação
vegetação
Rayne de Souza Pereira1, Italo Diogo Schoveigert1, Jonathan de Matos1, Rosane
Falate1, Ricardo Antonio Ayub2
1
Departamento de Informática
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – Ponta Grossa – PR – Brazil
2
Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – Ponta Grossa – PR – Brazil.
raynesp@icloud.com, schoveigert@gmail.com, jonathan@uepg.br,
rfalate@gmail.com, rayub@uepg.br
1. Introdução
De acordo com Cermeño (1990), casa de vegetação é uma estrutura coberta e abrigada
artificialmente com materiais transparentes, para a proteção das plantas e contra ação
dos agentes meteorológicos exteriores. Através da proteção oferecida às plantas que a
estrutura abriga, diversas vantagens são oferecidas como, por exemplo, a viabilização de
cultivos em épocas desfavoráveis do ano, a amplificação do período de produção, e
maior qualidade dos frutos (CARRIJO, 2004). Pode-se citar ainda, o oferecimento de
proteção contra fenômenos climáticos (geadas, granizo, excesso de chuvas, forte
incidência de radiação solar e variação brusca de temperatura). O uso de casas de
vegetação proporciona também diminuição do uso de fertilizante e maior controle de
pragas e doenças. Dessa forma, é a união desse conjunto de fatores de proteção que
permitem um aumento de produção de duas a três vezes em plantas cultivadas na casa
de vegetação, pois estas não sofrem influência dos fatores negativos existentes a céu
aberto (OLIVEIRA et al., 1992).
O fornecimento de um ambiente interno de qualidade é um problema com
múltiplos variantes, pois o conforto das plantas cultivadas internamente na casa de
vegetação depende de vários parâmetros ambientais, incluindo a velocidade do ar,
temperatura interna, umidade, além da iluminação (OMER, 2009). Desse modo, é
importante que seja fornecido um ambiente de qualidade ambiental interno visto que
esses fatores interferem diretamente na produção.
Mesmo com a melhora oferecida ao cultivo através da casa de vegetação,
observou-se que diferentes cultivos se desenvolvem melhor em ambientes distintos.
Desse modo, viu-se a importância do levantamento de dados do ambiente interno criado
pela casa de vegetação, bem como variáveis importantes ao desenvolvimento das
plantas como temperatura, umidade, umidade do solo, radiação solar, entre outras.
Através da aquisição desses dados é possível avaliar a influência dessas variáveis no
cultivo, pois são elas que participam dos processos metabólicos da planta, e ainda,
muitas vezes, dependentes entre si (PEREIRA, 2006).
Considerando que o ambiente interno da casa de vegetação, e consequentemente
suas variáveis, têm influência direta com relação ao meio em que a casa está inserida, a
título de referência, citam-se as especificações técnicas de duas estações
meteorológicas: a primeira modelo WE-16762, da WeatherHawk (WEATHERHAWK,
2015); e a segunda modelo MS900C, da Senmatic (WEATHER, 2015) para
temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade, Tabela 1. Os valores de umidade do
solo e tempo de folha molhada não são fornecidos por estas estações. As demais
especificações podem ser encontradas em (WEATHERHAWK, 2015), (WEATHER,
2015).
Tabela 1. Especificações de duas estações meteorológicas usadas em uma
casa de vegetação (WEATHERHAWK, 2015), (MENDES, 2008), (WEATHER,
2015).
Estações Meteorológicas
WE-16762 MS900C
Leitura Faixa de operação Precisão Faixa de operação Precisão
Temperatura -40 ºC a +50 ºC ± 0,5 ºC -25 ºC a +60 ºC ± 0,3 ºC
10 % a 95 % ± 3% 10 % a 100 % nc
Umidade
relativa 90 % a 100 % ±5% 40 % a 100 % ±3%
Luminosidade 0 a 2000a W.m-2 ± 2,5% de ~0,25 mV/W.m-2 0 a 1000b W.m-2 nc
2. Materiais e Métodos
2.2. Prototipação
Definido os requisitos do projeto, uma implantação foi realizada. Através do
microcontrolador Arduino® Nano, os dados são obtidos em cada sensor utilizado. Neste
trabalho, são mostrados os procedimentos experimentais para as calibrações dos
sensores de temperatura e de luminosidade. Na Figura 2 é possível verificar de forma
abstrata como foi montado o circuito de calibração, os dados são obtidos pelos sensores
e enviados para o Arduíno; após esses dados são enviados por meio de comunicação
serial para o computador. No computador esses dados são salvos manualmente, para
posteriormente serem comparados com os dados dos instrumento de medição.
Para a calibração do sensor de temperatura, foi utilizado um calorímetro que,
segundo Assumpção (2010), são projetados para manter a transferência de calor entre o
interior e as vizinhanças ao mínimo valor absoluto, ou seja, um calorímetro tem como
principal função ser um isolante térmico. No calorímetro foi adicionado água em
diferentes temperaturas, inserido o sensor DS18B20 e o termômetro de mercúrio
(termômetro analógico) da marca ARBA TERMÔMETROS BRASIL. O termômetro de
mercúrio apresenta uma escala de 0 à 60 °C, com resolução de 0,1 °C. Uma ilustração
de como foi realizada a calibração do sensor de temperatura é apresentada na Figura 3.
O termômetro digital apresentado na imagem não foi utilizado para coleta de dados
devido suas mudanças abruptas de temperatura mesmo quando a água se encontrava em
equilíbrio térmico.
3. Resultados e discussões
Os resultados da calibração do sensor DS18B20 são apresentados na Tabela 2,
que mostra também o erro em °C, E ( ℃ ), Equação 1, e o erro em porcentagem E(%),
Equação 2, onde ∆ T termômetro∆ T termômetro refere-se à temperatura obtida com o termômetro
de mercúrio e ∆ T sensor é a temperatura medida com o sensor de temperatura DS18B20.
Medidas Erro
Leitura
Termômetro Sensor
(°C) (°C) °C %
L1 3,0 3,25 0,25 8,33
L2 6,1 6,44 0,34 5,57
L3 6,2 6,50 0,30 4,84
L4 9,9 9,80 0,10 1,01
L5 10,6 10,56 0,04 0,38
L6 14,6 14,44 0,16 1,10
L7 17,3 17,12 0,18 1,04
L8 21,4 21,19 0,21 0,98
L9 22,8 22,50 0,30 1,32
L10 25,9 25,50 0,40 1,54
L11 28,5 28,19 0,31 1,09
L12 31,15 30,87 0,28 0,90
L13 32,5 32,25 0,25 0,77
L14 35,5 35,13 0,37 1,04
L15 37 36,63 0,37 1,00
L16 38,1 37,88 0,22 0,58
L17 40,4 39,94 0,46 1,14
L18 41,2 40,94 0,26 0,63
L19 43,4 42,88 0,52 1,20
L20 46,8 46,31 0,49 1,05
A Figura 5 mostra que existe uma forte correlação entre a leitura do sensor de
mercúrio e o sensor DS18B20, com um coeficiente de correlação de 0,99996. O
coeficiente angular de 0,98459 também indica que a leitura do sensor DS18B20 está
bastante próxima ao do termômetro de mercúrio, com uma tendência de subestimar os
valores, que também pode ser confirmado na Tabela 2, para as leituras acima de 10 °C.
Há ainda um pequeno erro de posição do zero, dado o coeficiente linear obtido de
0,19335.
Tabela 3 apresenta os resultados da calibração do sensor de luminosidade, e a
Figura 6 apresenta a função de ajuste obtida para a correlação entre as medidas.
De acordo com os dados obtidos na calibração observa-se que a relação entre as
medidas feitas com o LDR e o luxímetro digital obedece a uma relação logarítmica,
cujo formato é: y = a - b*ln(x+c). Os valores obtidos para as variáveis a, b e c são,
respectivamente, -472 ± 26, -137 ± 3 e 30 ± 5. O coeficiente de determinação obtido
com esse ajuste foi de 0,99653. Dessa forma, essa relação será considerada quando da
leitura do LDR, para fins de conversão em unidades de medidas de luminosidade.
Figura 5. Correlação entre os sensores de temperatura
4. Considerações finais
Foram apresentados os sensores escolhidos de acordo com as necessidades de uma casa
de vegetação. Dos cinco sensores selecionados, neste trabalho foi apresentada a
calibração de apenas dois sensores: o de temperatura (DS18B20) e o de luminosidade
LDR. Os demais não foram calibrados devido à falta de equipamentos para comparar as
variáveis medidas pelos mesmos.
Acredita-se que o protótipo poderá a ajudar a colher e manter maior número de
informações para o acompanhamento da evolução de diferentes culturas em casa de
vegetação, com isto, será possível tê-las como base para tomadas de decisões sobre
modificações e melhorias no ambiente onde os cultivos estão inseridos.
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