ESCOLA ESPIRITUAL DA ROSACRUZ ÁUREA
Fuga da realidade na era virtual
realidade humana perde espaço para o que só existe no mundo que, de fato, não é físico?
A fuga da realidade não é necessariamente algo
condenável. As crianças vivem frequentemente no
mundo da fantasia, convivendo com fadas e gigantes,
árvores que caminham, cavalos que falam, e onde os
desejos se vestem facilmente de "realidade". Elas
crescem, e a fantasia deveria ser conduzida a
proporções razoáveis.
Porém, a introdução massiva e exponencial das mídias
eletrônicas, a partir da segunda metade do século
passado, deu origem a vários fenômenos até então
desconhecidos na sociedade.
Um deles é o escapismo crescente, por meio do qual as
pessoas optam por substituir uma realidade infeliz por
uma virtual melhor. Com isso, o tecido essencial da vida,
que é a convivência social, está sendo chacoalhado, e
Maslow, se estivesse vivo, teria que reformular sua
pirâmide de hierarquia de necessidades, pois uma boa
conexão em banda larga provavelmente ficaria no topo!
E o mundo não pára e a realidade virtual aumentada,
com certeza, provocará fugas imersivas muito mais
contundentes. Provavelmente, essas experiências serão
tão prazerosas que as pessoas, cada vez mais, buscarão
satisfazer suas necessidades humanas básicas no
mundo virtual imersivo. Isso tudo mudará, se já não está
mudando, drasticamente o conceito de ser humano e de
sociedade.
Na medida em que o significado real da vida humana
não encontra resposta, a banalidade do cotidiano pode
atuar como um anestésico para a consciência, que
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14 DE ABRIL DE 2021
Por que as fantasias exacerbadas na mídia
atingem e alimentam tanto a psique coletiva?
A fantasia, sem dúvida, cumpre seu papel, mas,
quando descontrolada, não será uma busca
pelo avesso da verdade ou uma fuga direta da
realidade?
O nível de abstração que a vida tangível e o
campo virtual oferecem, sem dúvida tem seus
benefícios, mas como ca a fronteira entre a
objetividade e a subjetividade quando aquilo
que de ne a verdadeira e mais essencial
encontrará prazer na efemeridade do virtual, na qual,
convenhamos, há muito mais apelo do que na dureza da
vida, principalmente nos momentos críticos do
isolamento social que estamos vivendo hoje.
Sem desmerecer os benefícios que essas tecnologias
aquarianas trazem, o risco de trocar o enfrentamento da
realidade pela fuga para o virtual é grande. No Japão,
isso é exemplificado pelos hikikomoris, pessoas que se
isolam por longo tempo e vivem grande parte do dia na
Internet. Isso soa familiar para você?
O ser humano vive de dois campos subjetivos: um
natural, alimentado pelo campo astral pessoal e coletivo,
onde se acumulam os valores emocionais cultivados ao
longo da vida atual e das anteriores; e um campo
subjetivo superior, o repositório da verdadeira promessa
da vida humana. É nele que se encontra a possibilidade
de um desenvolvimento espiritual que permita ao ser
humano transpor a crueza e a limitação da vida.
Aqueles que buscam respostas para as questões
existenciais já estão em processo de se ligar a esse
campo subjetivo superior. Mas, a imersão no mundo
virtual, efêmero e que se desfaz com a queda do sinal do
Wi-Fi, traz o grande risco do esquecimento dessa fonte
de vida espiritual. Somente a consciência espiritual plena
pode fazer uso de tudo o que está disponível no mundo,
sem risco de se perder, pois tem a inteligência para
distinguir entre o real e o passageiro.
E você que busca a verdade, a qual realidade você quer
se ligar e, realmente, fundamentar sua vida?
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