ESCOLA ESPIRITUAL DA ROSACRUZ ÁUREA
O mistério da vida e da morte
Nascer sempre nos parece um milagre. Ao nos depararmos
com um novo ser, temos a sensação de que suas possibilidades
futuras são ilimitadas. Às vezes nos perguntamos de onde ele
vem, pois parece estar se formando ali mesmo, diante de
nossos olhos atentos. Embora venha à luz com muito de sua
consciência ainda por desenvolver, o bebê já traz consigo toda
uma herança espiritual e anímica que precisará integrar-se à
nova existência. Antes da concepção, ocorre a aproximação
entre aquele que vai nascer e seus pais. Para compreender
esse processo, devemos compreender, de maneira mais ampla
o que é o “ser humano”.
Estamos familiarizados com nosso aspecto sico, mas nossa
essência não se explica apenas materialmente. Assim, é
comum falarmos em alma, algo que intuímos, mas talvez não
saibamos explicar. A Rosacruz Áurea fala que o ser humano é
parte material e parte espiritual, de cons tuição muito mais
abrangente do que apenas seu aspecto material visível.
Nossa consciência manifesta suas faculdades de pensar, sen r
e agir, em ligação com a semente da eternidade em nós. Essa
centelha espiritual deseja se manifestar plenamente em nossa
vida, como intuição inquietante e maravilhosa vocação.
Em seu impulso por realização espiritual, essa centelha se
aproxima de futuros pais para ligar-se à nova consciência
material. Sua intenção é poder se manifestar plenamente
através das faculdades da nova personalidade e, com sua
colaboração, fundirem-se em uma consciência transcendente
totalmente renovada. Para o ser que vem ao mundo, esse
impulso se manifestará de diversas formas ao longo de sua
vida. Na infância, poderá assumir uma forte idealização de
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5 DE MAIO DE 2021
Nascer e morrer são, sem dúvida, os dois únicos
acontecimentos sobre os quais não temos dúvida.
Mas, para que nascemos e porque morremos?
Quais as razões espirituais que nos ligam a esses
dois eventos tão marcantes?
Tirando as camadas de misticismo que encobrem
esses momentos, o que resta de verdade sobre
eles?
tudo e de todos. Mais tarde, pode ser que assuma um impulso
por valores absolutos como a busca pelo amor ou a luta por
jus ça social. Mas a vida não poderá corresponder a anseios
interiores tão elevados. As experiências ensinarão que seu
alcance é limitado pela rela vidade e pela impermanência.
Com o passar do tempo, essa inquietação poderá assumir a
forma de ques onamentos mais profundos, uma espécie de
saudade de algo que ainda não se conhece. Essa “saudade”
acomete o ser tocado pela eternidade, limitado pelo espaço-
tempo. Para irromper na eternidade, a centelha espiritual
precisa que a consciência da personalidade a perceba em seu
interior e empreenda a realização de sua vocação espiritual.
Se durante a vida isso não acontecer, as experiências
adquiridas serão reunidas por ocasião da morte para serem
gravadas junto à centelha espiritual como karma. Essas lições
aprendidas cons tuirão uma sabedoria, um tesouro de
maturidade que in uenciará seu próximo mergulho na
matéria. De acordo com sua carga de experiências, ela se
aproximará de determinado casal para manifestar-se
novamente. Um ciclo indizivelmente longo de encarnações
poderá se repe r até que sua percepção esteja amadurecida e
seja impossível negar sua vocação espiritual. Esse ser chega ao
mundo com o propósito muito ní do de transcender os limites
do espaço-tempo. Ele não se sa sfaz com menos que o
absoluto e reconhece que esta busca deve ser empreendida
interiormente. O que antes era interpretado como nostalgia
assume a forma de uma poderosa bússola, sempre apontando
para o único obje vo de sua existência: abrir-se para a fonte
interior da plenitude e deixar-se transformar para conquistar a
eternidade.
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