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Uma liga metálica é um sistema material formado por dois ou mais componentes,
no qual o componente principal é um metal (SANTOS, 2006). Pode também ser
definida como uma combinação de elementos químicos, com propriedades metálicas,
que contém ao menos um elemento metálico (MOORE, 1976). Uma liga metálica pode
ser caracterizada pela presença de outros elementos a um metal base, com a finalidade
de se obter um material com as propriedades desejadas. Se esse elemento adicional for
um ametal, a liga passa a ser denominada de compósito (CHAWLA, 2005).
O número de combinações possíveis entre dois componentes de uma liga, dos quais um
deve ser sempre metal, é gigantesco. Por outro lado, para cada composição específica de
uma liga, busca-se determinar as modificações estruturais que podem ocorrer às
diversas temperaturas. Uma forma de representar ou descrever esses fenômenos são
denominados de diagramas de equilíbrio de constituição ou diagrama de fase (RHINES,
1956). Na Figura 2.12 são exemplificados os diagramas de fase para os sistemas de liga
Al-Sn e Sn-Pb.
Conforme Santos (2006), considerando-se as ligas binárias com as possíveis
combinações entre elementos metálicos e elementos metálicos e não metálicos, o
número de diagramas de fase que podem ser traçados é muito elevado. Nas ligas
metálicas elementos de liga são adicionados intencionalmente ao metal com a finalidade
de melhorar as propriedades usuais ou obtenção de certas propriedades específicas.
Por apresentar uma vasta variedade de combinações de propriedades, o alumínio é
considerado um dos mais versáteis materiais utilizados na engenharia e em construções.
A gama que compreende suas características é bastante vasta e destacável, entre elas
pode-se destacar o baixo peso específico, boa fundibilidade, boa usinabilidade, bom
acabamento superficial e alta condutibilidade térmica e elétrica (ABAL, 2004; ASM
HANDBOOK, 1992).
Conforme Cruz (2008), ligas do sistema Al-Sn são bastante conhecidas por
apresentarem excelentes propriedades tribológicas, tornando este tipo de sistema de liga
adequado para aplicações de engenharia, particularmente em pistões do motor de
combustão e camisas de cilindro. Em aplicações tribológicas, as ligas do sistema Al-Sn
são conhecidas por apresentarem boas propriedades tribológicas e mecânicas, fazendo
com que este sistema de liga seja adequado para aplicações que exigem uma satisfatória
resistência ao desgaste, como exemplo, em mancais de deslizamento (YUAN et al.,
2000; NEALE, 1995).
Segundo Perrone (2002), sua estrutura metalográfica heterogênea é caracterizada por
uma matriz de alumínio com partículas de estanho dispersas através da matriz. Este tipo
de estrutura determina o comportamento tribológico da liga, com a matriz tenaz sendo
responsável pela resistência mecânica, enquanto as partículas de Snatuam como um
lubrificante sólido, apresentando boas propriedades anti-derrapamento por falta de
lubrificação (seizure), devido à acção do Sn como lubrificante sólido, ação estaque
possibilita a utilização desta liga em sistemas tribológicos sujeitos a lubrificação pobre
ou ausência total da mesma (YANG et al., 2000). Utilizadas também em rolamentos
devido à excelente lubrificação a qual o estanho é responsável, além de outras
aplicações como em bielas e mancais do cárter para os motores diesel. Este tipo de
sistema de liga foi desenvolvido para diversas aplicações de rolamento, em que a
capacidade, resitência à fadiga e à corrosão, são critérios importantes (ASM
HANDBOOK, 1992).
Segundo Prasada, Murty e Chakraborty (2004) o sistema de liga Al-Si são utilizados na
forma de componentes fundidos principalmente em peças essenciais de sistemas
automotivos, como pistôes, válvulas, blocos de motores etc. (PERES, 2005; SAHEB,
2001; GOULART, 2006; YUAN et al., 2000).
Ligas Metálicas
Ligas metálicas são substâncias resultantes da mistura de dois ou mais elementos, entre
os quais pelo menos um é metal. Na maior parte das vezes recorre-se às ligas metálicas
para dar aos metais determinadas propriedades mecânicas, térmicas, elétricas,
magnéticas ou anticorrosivas.
No estudo das características de uma liga metálica são empregados gráficos ilustrativos
da relação entre tempo e temperatura. Outro recurso útil à análise é o diagrama de fases,
em que se apresentam a porcentagem dos componentes e a temperatura. A partir desses
diagramas, que exibem as diversas fases ou formas de cristalização a que estão sujeitos
os materiais, é possível classificar cinco tipos genéricos de ligas.
Tipo I: ligas com solução sólida. As ligas metálicas do tipo I são miscíveis tanto no
estado sólido quanto no líquido. Na elaboração das combinações de solução sólida,
formam-se cristais que contêm todos os metais componentes da liga.
Tipo II: ligas eutéticas. Chamam-se eutéticas as ligas que, em estado sólido, apresentam
proporções inalteráveis e ponto de fusão constante e característico, também chamado
eutético. Por manter constantes os pontos de fusão e solidificação, a liga eutética se
comporta como um metal puro.
Tipo III: No grupo III os metais são totalmente miscíveis em estado líquido, mas em
estado sólido só se misturam parcialmente.
Tipo IV: O grupo IV inclui as ligas de metais não miscíveis em estado líquido.
Tipo V: ligas que formam compostos. Os metais do tipo V combinam-se para formar
compostos denominados intermetálicos, principais endurecedores das ligas industriais.
Alguns, como os carbonetos de boro e de tungstênio, estão entre os materiais mais duros
e resistentes que se conhecem.
Ligas Ferrosas
Aço
Aço Inoxidável
O aço inoxidável, por sua vez, tem sua composição dada por 74% de aço, 18% de
cromo e 8% de níquel. Sua vantagem, em relação ao ferro, é que ele praticamente não
sofre oxidação, o que possibilita seu uso em peças que sofrem o contato direto com o
oxigênio e com a umidade do ar.
Ferro fundido
Uma outra categoria das ligas ferrosas são os ferros fundidos, que contém entre 3% e
4,5% de carbono em sua composição, além de outros elementos. Eles possuem esse
nome porque seus pontos de fusão são considerados baixos, entre 1150°C e 1300°C se
comparados aos aços, por exemplo.
De maneira geral, eles são muito frágeis, como os ferros fundidos cinzentos, mas que
são extremamente eficientes no amortecimento de energia vibracionais, sendo muito
utilizados na construção da base de máquinas que são expostas a vibrações constantes.
Além disso, eles são resistentes ao desgaste e são um dos metais mas baratos que
existem.
As ligas metálicas não-ferrosas, por sua vez, não possuem ferro como principal
constituinte; por consequência, comparadas às ligas ferrosas, são mais resistentes à
corrosão. Algumas das principais ligas não-ferrosas as de Latão, Amálgama, Cobre,
Alumínio e Titânio.
Ligas de Cobre
Latão
O latão é constituído por quantidades variantes de cobre (95% a 55%) e de zinco (5% a
45%). Dada essa composição, suas principais propriedades são a alta flexibilidade e a
fácil moldagem.
Bronze
Já o bronze é constituído por cobre, estanho, alumínio, silício e níquel. Além de ser
mais resistente que o latão, ele possui um alto grau de resistência à corrosão e uma boa
à tração.
Ligas de Amálgama
A amálgama possui sua composição por 70% de prata, 18% de estanho, 10% de cobre
e 2% de mercúrio. Consequentemente, suas principais propriedades são a resistência à
oxidação, alta maleabilidade e baixo coeficiente de dilatação.
Ligas de Alumínio
As ligas de alumínio são constituídas por cobre, magnésio, silício, manganês e zinco.
Elas possuam uma condutividade elétrica e térmica elevadas, assim como uma alta
resistência a corrosão na atmosfera ambiente, possibilitando seu uso em diversos
momentos do nosso dia-a-dia. Entretanto, sua baixa temperatura de fusão, (660°C), o
impede de ser utilizado em ambientes onde a temperatura é muito elevada.
Recentemente, há muitos estudos na junção das ligas de alumínio com metais de baixa
massa específica, a fim de serem utilizados na área de transportes, reduzindo o peso,
como consequência, a redução do consumo de combustíveis.
Ligas de Titânio
As ligas de titânio são materiais recentes, mas que já vem demonstrando propriedades
extraordinárias. Elas são extremamente resistentes, possuem uma alta resistência à
tração à temperatura ambiente. Além disso, elas são muito dúcteis, o que significa que
elas podem ser forjadas e usinadas com facilidade.
Sua alta resistência à corrosão possibilita sua aplicação nos mais diversos campos da
indústria de ponta, como no ambiente marinho para a indústria do petróleo, até na
estrutura de aeronaves e veículos espaciais.
Exemplo de uma liga de titânio. Note a coloração bem característica desse tipo de liga.
Superligas
Aplicações
Por terem propriedades alteradas e aprimoradas, quando comparadas aos metais puros,
as ligas metálicas podem ser utilizadas além da indústria, com inúmeras outras
finalidades.
Tratando primeiramente das ligas metálicas ferrosas, tem-se o exemplo do aço e do aço
inoxidável. O aço, por suas propriedades já tratadas, pode ser utilizado em panelas,
caldeiras, palhas de aço, mesas, portões, rodas de automóveis, pontes, entre outros. O
aço inoxidável, que possui menos chance de oxidar, pode constituir, por exemplo,
talheres e utensílios de cozinha, peças de carro, brocas e equipamentos de construção
civil, e itens de decoração.
Para as ligas metálicas não-ferrosas, são trazidos como exemplos o latão e a amálgama.
O latão, por ser bastante flexível, pode ser usado para a produção de instrumentos
musicais de sopro, peças de máquinas, tubos, armas e torneiras. A amálgama, por sua
vez, possui propriedades que possibilitam seu uso na área odontológica, sendo uma liga
predominante nas obturações dentárias.
As ligas metálicas são fabricadas através da mistura de elementos, sendo pelos um deles
o metal, em predominância na composição. Para que essa produção seja feita de forma
satisfatória, há várias etapas realizadas na indústria, que necessitam de manuseio e
equipamentos específicos.
Após ser obtida a mistura homogênea, a liga metálica é despejada em uma forma
específica, com tamanho, largura e comprimento apropriados, de acordo com as
necessidades de sua futura aplicação. Esse recipiente do despejo deve necessariamente
resistir a altas temperaturas, e é chamado na indústria de cadinho de ferro, aço ou
grafite.
Por fim, a mistura da liga metálica é resfriada, para que possa solidificar e tomar o
formato determinado.
Para evitar a deterioração das ligas metálicas, pode-se aplicar pinturas protetoras, ou
então, alterar a composição da liga, trazendo como base elementos que minimizem a
ocorrência de oxidação.