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Resumo
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Estudante do 5º período de Pedagogia PUC, realiza pesquisas de iniciação cientifica desde 2011, na área de
formação de professores. Email: ana-paula.moraes@hotmail.com
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Professora Doutrora em Educação é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (mestrado e
doutorado) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pesquisadora associada da Fundação
Carlos Chagas, participando do CIERS-Ed (Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e
Subjetividade Educação). Coordena, na PUCPR, pesquisa em representações sociais e o trabalho docente,
desenvolve pesquisas em políticas educacionais e formação de professores como participante do grupo de
pesquisa: História e Políticas Educacionais na Formação de Professores. Email: romilda.ens@gmail.com
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Introdução
Assim este estudo focalizou os trabalhos, da 23.ª a 33ª reunião anual da ANPED,
envolvendo professores, alunos e pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em
Educação, stricto sensu, em seus 23 GTS (Grupos de trabalho). O estudo justifica-se para a
compreensão de como a intensificação e as condições de trabalho nas escolas resultam na
interface com a saúde ou adoecimento de professores.
O presente estudo abordou o seguinte problema de pesquisa: “O que dizem os
trabalhos aprovados e publicados nos anais das Reuniões Anuais da ANPED sobre condições
de saúde do professor e trabalho docente?”
Em síntese, se busca por meio das análises e discussões realizadas, pelos autores dos
trabalhos aprovados, no período de 2000 a 2010 levantar aspectos que possam contribuir com
políticas educacionais que se proponham à melhoria das condições docentes.
O estudo realizado sobre trabalho e saúde nos anais da ANPED demonstra que a
concepção de trabalho do professor vem se modificando ao longo dos tempos, hoje o
professor participa ativamente na organização e gestão da escola ao disponibilizar um tempo
para atendimento aos pais, elaboração do planejamento, avaliação, correção de provas dentre
outras atividades, o que é repetido em cada escola ou instituição em que trabalha. Além disso,
o professor tem que lidar com diversas questões sociais dentro da sala de aula, a violência
entre alunos, alunos e professores, o que prejudica e interfere no trabalho realizado em sala de
aula.
Com relação ao trabalho desempenhado pelo professor, o estudo revelou que
predomina uma desvalorização, sejam pelos baixos salários, pelas condições impróprias de
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trabalho ou pelo excesso de trabalho a que é compelido, pois de acordo com Lemos (2005,
p.5) “O mestre, visto antes como uma figura profissional essencial para a sociedade, é hoje
um profissional que luta pela valorização e reconhecimento social do seu trabalho”. A falta de
valorização do profissional pela sociedade se soma a mais um dos problemas enfrentados
pelos professores, já desmotivados e sobrecarregados acabam adoecendo, perdendo a vontade
de trabalhar, gerando o mal estar docente, que segundo Esteve (1999), pode ser considerado
uma doença social, pela falta de apoio que a sociedade dá aos professores, podendo gerar uma
crise de identidade, autodepreciação pessoal e profissional.
Pesquisas são apresentadas em Congressos sobre a desvalorização e degradação da
profissão docente, principalmente relacionadas às condições de trabalho, reformas
educacionais e políticas neoliberais concernentes à saúde do professor. São investigações que
contribuem para a compreensão o processo de adoecimento do professor, cada vez mais
comum no cotidiano do trabalho da escola. No entanto, como ressalta Vieira, (2004, p.23)
[...] o tema não foi incorporado nas pautas de negociação entre trabalhadores e
governos. Por enquanto é mais explorado em palestras, conferências, seminários e
afins. São espaços de reflexão coletiva, com graus variados de aprofundamento,
porém restritos aos próprios educadores.
Vieira (2004) argumenta que as discussões ficam restritas ao meio acadêmico e não
conseguem ultrapassar os muros e chegar às escolas, aos professores, focos dos estudos.
Contudo, não se pode esquecer que têm ocorrido vários casos de adoecimento de professores.
no ensino superior esse tema foi debatido na quarta mesa do Seminário Ciência e Tecnologia
no Século XXI, promovido pela ANDES-SN de 17 a 18 de novembro de 2011, em Brasília
tratou sobre a pesquisa feita pela professora do curso de Serviço Social da UFRJ Janete Luzia
Leite ( 2011), que constatou que o produtivismo acadêmico está tirando a saúde dos docentes
das universidades públicas brasileiras. Em sua pesquisa, menciona que a reforma, feita em
2004, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Aliada ao
Reuni, as mudanças na Capes foram um verdadeiro ataque à autonomia universitária”. O
resultado foi maior pressão aos docentes trazendo como consequências o estresse, além disso,
os docentes estão consumindo mais álcool, tonificantes e drogas e estão propensos à
depressão e ao suicídio. “É um quadro parecido com a Síndrome de Burnout, em que a pessoa
se consome pelo trabalho. Ocorre como uma reação a fontes de estresses ocupacionais
contínuas, que se acumulam”, explicou Janete Leite (2011)
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Profissão Professor
o cenário das políticas de formação de professores no Brasil, a partir dos anos 90,
tem como plano de fundo as políticas neoliberais que atendem ao projeto de um
Estado que busca redirecionar a educação para interesses do mercado, fazendo com
que a regulação assuma o caráter central.
Neste cenário a formação de professores passou a ser vista com olhares das políticas
econômicas capitalistas, no qual a busca por resultados se torna única meta a ser alcançada,
não importa como. Este aspecto ainda se encontra muito presente nas escolas e nas posturas
dos professores, é intensa competição, burocratizações que as políticas educativas acabam
proporcionando, nessas organizações muitas vezes os professores em formação e já formados
se veem em uma situação conflituosa, tanto pelas políticas econômicas que perpação a escola,
quanto às próprias organizações escolares. Além de tudo isso, a profissão se encontrada
desvalorizada, ou seja, o professor convive com todas essas questões mencionadas sem
devido respeito e apoio um profissional professor.
A LDB 9394/1996 traz um capítulo voltado à valorização do profissional professor ao
estabelecer que no
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A investigação buscou pelo tipo de estudo “estado da arte” a meta da pesquisa foi
sistematizar o que dizem os trabalhos aprovados e publicados nos anais das Reuniões Anuais
da ANPED sobre condições de saúde do professor e trabalho docente da 23.ª a 33ª reunião
anual. Dentre os 24 GTS foram selecionados os trabalhos dos GT 08 sobre formação de
professores e GT 09 sobre trabalho e educação.
Pesquisas como esta são descritivas e analíticas e tem, segundo Romanowski e Ens
(2006, p. 43), o intuito de realizar um “levantamento e uma revisão do conhecimento
produzido sobre um tema”. Complementam ainda que os estudos do tipo “estado da arte”
poderão revelar, a partir da análise dos trabalhos apresentados, aspectos que contribuam para
uma compreensão das condições de trabalho do profissional da educação, hoje, bem como as
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doenças que acometem professores, causando o mal estar docente, afetando o compromisso
político-social do professor com os processos pedagógicos e administrativos da escola.
Nesse sentido, no levantamento dos dados foram utilizados REDUCS (resumos
explicativos) nos quais foram sintetizados aspectos como: país, tipo de documento, título do
documento, autor, orientador, programa de pós-graduação, data, palavras-chave, identificação
da referência bibliográfica do trabalho, descrição, metodologia, conteúdo, conclusão, número
de referências bibliográficas utilizadas, identificação de quais as principais referências
nacionais e estrangeiras, considerando-se o país de origem do autor do estudo aprovado para
apresentação e publicação nos anais do evento.
Para a análise dos dados coletados e sistematizados nos REDUCS fez-se uso da
proposta por Bardin (2009), dos estudos de Franco (2003) e Oliveira e Ens et. al. (2003) sobre
análise de conteúdo.
O estudo realizado é descritivo, pois pretende apresentar a partir dos artigos
publicados na Anped o que está sendo produzido com relação ao trabalho e saúde docente.
Resultados do estudo
29º /2006 43 0 18 3
30º /2007 39 0 18 2
31º /2008 26 0 17 0
32º /2009 26 0 14 3
33º /2010 24 0 14 2
Fonte: Anais da ANPED, 2000-2010.
artigos de periódicos produzidos nessa década, foi constatado pelo grupo que os temas pouco
investigados foram “os que dizem respeito às condições de trabalho do professor, à carreira, às
formas de associação profissional e às políticas de formação” (ANDRÉ, 2006, p. 606).
Observa-se que da década de 1990 para cá esses temas tem sido mais discutidos nos
trabalhos. No entanto, não são abordados como tema central, são tratados de maneira breve,
sem, um aprofundamento.
Com relação às políticas de formação e de prevenção à saúde, não foram encontrados
nos trabalhos referência a esses assuntos. Evidencia-se, dessa forma, um problema grave, pois
é preciso que o governo leve em consideração que a saúde do professor interfere diretamente
na sua prática e no seu desenvolvimento profissional e pessoal. De acordo com Barreto,
Araujo e Neiva (2010, p. 16)
As normas relativas à saúde do servidor público, particularmente do trabalhador em
educação, podem ser resumidas, sem exagero, a um pequeno punhado de artigos de
Regime Jurídico Único do Servidor Público, que trata da licença médica, da
aposentadoria, e faz remissão à readaptação funcional apenas do trabalhador quando
já adoecido e, às vezes, já invalido, sem que se atente para evitar o adoecimento.
Verifica-se que o autor mais citado foi Karl Marx, de 2004 a 2009, para fazer
referência à proletarização do trabalho docente. Como explicam Fontana e Tumolo (2006, p.
2),
Najjar (1992), Nunes (1998), Therrien (1998) salientam que o professor vem
sofrendo um processo de proletarização que o assemelha ao trabalhador fabril. A
crescente desqualificação e fragmentação do seu trabalho, a “popularização” do ato
de ensinar, o desprestígio social da ocupação, a baixa remuneração e a presença dos
especialistas na escola são fatores que induzem a categoria à sua proletarização.
Observa-se que dentre os autores Esteve (1999), Oliveira D. A. (2001, 2002, 2003) e
Saviani (1992, 1994, 2003) foram utilizados com boa frequência. Esteve (1999) trabalha mais
com a saúde do professor, a desvalorização da profissão do professor, que contribui para o
mal-estar docente, que, de acordo com o autor, pode ser considerada uma doença social, pela
falta de apoio que a sociedade dá aos professores, o que pode gerar uma crise de identidade e
auto depreciação pessoal e profissional.
Sobre a organização do trabalho escolar e organização escolar, relacionada à
precarização do trabalho docente, aos baixos salários, ausências de planos de carreiras,
instabilidade no emprego no magistério público temos Dalila A. Oliveira (2006 apud PINTO,
2010).
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
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