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Victor Pinho
Graduado em Direito pelo Centro Universitário Farias Brito
Aprovado no concurso de Juiz do TJ.CE
Assessor Jurídico com atuação em vara criminal
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públi-
cos, bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei
é que, cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova
objetiva, o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante.
Para vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legis-
lação. No Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na
preparação para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários
rápidos e objetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamen-
to do conteúdo estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e
organização do estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e
agradável possível.
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
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Sumário
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#LEGIS
Anotações:
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Importante ressaltar a diferença entre vulnera- Art. 5° Para a execução da Política Nacio-
bilidade e hipossuficiência, sendo a primeira um nal das Relações de Consumo, contará o poder
fenômeno de direito material com presunção ab- público com os seguintes instrumentos, entre
soluta – jure et de juris – enquanto a segunda, é outros
um fenômeno processual que deverá ser analisa-
do pelo juiz segundo as regras de experiência. A
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ao contrário do que preceitua o artigo 478 do Có- Parágrafo único. A informação de que
digo Civil. trata o inciso III do caput deste artigo deve ser
acessível à pessoa com deficiência, observado
Jurisprudência: “O preceito insculpido no inciso o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº
V do artigo 6º do CDC dispensa a prova do caráter 13.146, de 2015) (Vigência)
imprevisível do fato superveniente, bastando a
demonstração objetiva da excessiva onerosidade Art. 7° Os direitos previstos neste código
advinda para o consumidor” (STJ, REsp 370598/ não excluem outros decorrentes de tratados ou
RS, DJ 01.04.2002, Rel. Min. Nancy Andrighi). convenções internacionais de que o Brasil seja
signatário, da legislação interna ordinária, de re-
VI - a efetiva prevenção e reparação de gulamentos expedidos pelas autoridades admi-
danos patrimoniais e morais, individuais, nistrativas competentes, bem como dos que de-
coletivos e difusos; rivem dos princípios gerais do direito, analogia,
VII - o acesso aos órgãos judiciários e ad- costumes e eqüidade.
ministrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
individuais, coletivos ou difusos, assegu- ofensa, todos responderão solidariamente pela
rada a proteção Jurídica, administrativa e
reparação dos danos previstos nas normas de
técnica aos necessitados;
consumo.
VIII - a facilitação da defesa de seus direi-
tos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quan- Anotações sobre os artigos anteriores:
do, a critério do juiz, for verossímil a ale-
gação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de expe-
riências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos ser-
viços públicos em geral.
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tensiva e adequada, a respeito da sua nocivida- Veja que o acórdão foi minucioso em sua argu-
de ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de mentação, citando, inclusive, casos semelhantes
outras medidas cabíveis em cada caso concreto. em outros Estados da Federação; esclarecen-
do que o procedimento Recall é muito comum,
atualmente, entre as fábricas de automóveis;
Jurisprudência: (...) 3. O comando do art. 9º, do que só haveria culpa do consumidor, caso ele não
Código do Consumidor, indica os direitos básicos atendesse ao chamado da fábrica para o conser-
do consumidor à informação adequada e clara to da peça, mas que, como a correspondência foi
sobre o produto e sobre os riscos que apresen- enviada muito após o evento danoso, o consu-
ta, sobretudo, tratando-se de produto poten- midor fica isento de qualquer responsabilidade;
cialmente nocivo à saúde, cuja informação deve além de outros fundamentos, conforme podem
ser feita de maneira ostensiva, a despeito da Lei ser constatados às fls. 426/434. (STJ, AgRg no Ag
9.294/96 ter deixado de classificar como alcoóli- 555049/ PB, voto do Min. Rel. Aldir Passarinho Jú-
cas as bebidas com teor menor que 13 graus Gay nior, DJ 23.8.04).
Lussac, desviando-se das políticas públicas res-
pectivas.
4. Assegurado o alerta básico em todos os co- Art. 11. (Vetado).
merciais de produtos alcoólicos, sobre o seu teor
alcoólico, de que o consumo de bebidas em ex- Para Fixação:
cesso pode causar dependência, não deve ser
consumido por gestantes e de que é proibida a Foi considerada CORRETA a seguinte assertiva
venda para menores de 18 anos. (...) (trf 4º r., AC pela banca CESPE na prova para cargo de Juiz
2002.04.04.000611-1 – PR – 3ª T. – Relª Deª Fede- Substituto – TJ – AM – Ano: 2016 “O recall efetua-
ral Inge Barth Tessler, DJ 30.4.2003). do pelo fornecedor mediante anúncios publicitá-
rios não afasta a sua obrigação de reparar o con-
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar sumidor na hipótese de fato do produto pretérito
no mercado de consumo produto ou serviço decorrente desse defeito”.
que sabe ou deveria saber apresentar alto grau
Anotações:
de nocividade ou periculosidade à saúde ou
segurança.
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DIA 2 Há solidariedade
Responsabilidade civil
entre todos os envol-
pelo fato do serviço.
vidos na prestação.
Disciplina: Direito do Consumidor.
Responsável: Prof. Moacir Neto. Art. 12. O fabricante, o produtor, o cons-
Dia 02: Do Art. 12º ao 27º. trutor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3 de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de proje-
to, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamen-
SEÇÃO II to de seus produtos, bem como por informações
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e
insuficientes ou inadequadas sobre sua utiliza-
do Serviço
ção e riscos.
Comentários: o CDC, ao adotar a premissa da § 1° O produto é defeituoso quando não
responsabilidade objetiva, quebra a regra da res- oferece a segurança que dele legitima-
ponsabilidade subjetiva prevista no CC, fundada mente se espera, levando-se em considera-
na culpa lato sensu, que engloba o dolo (inten- ção as circunstâncias relevantes, entre as
ção de causar prejuízo por ação ou omissão vo- quais:
luntária) e a culpa stricto sensu (desrespeito a
um dever preexistente, seja ele legal, contratual
ou social). I - sua apresentação;
A responsabilidade civil do fornecedor apresen- II - o uso e os riscos que razoavelmente dele
ta-se com a seguinte divisão: se esperam;
III - a época em que foi colocado em circu-
a) responsabilidade pelo fato do produto lação.
(art. 12).
b) responsabilidade pelo fato do serviço § 2º O produto não é considerado defeituo-
(art. 14). so pelo fato de outro de melhor qualidade
ter sido colocado no mercado.
c) responsabilidade pelo vício do produto
(arts. 18 e 19). § 3° O fabricante, o construtor, o produtor
ou importador só não será responsabili-
d) responsabilidade pelo vício do serviço zado quando provar:
(art. 20).
I - que não colocou o produto no mercado;
Há solidariedade II - que, embora haja colocado o produto no
Responsabilidade pelo
entre fabricante e mercado, o defeito inexiste;
vício do produto.
comerciante.
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de
Não há solidariedade terceiro.
entre fabricante e co-
merciante. Presente Art. 13. O comerciante é igualmente res-
Responsabilidade pelo uma responsabilida- ponsável, nos termos do artigo anterior, quando:
fato do produto ou de- de direta ou imediata
feito. do fabricante e uma
responsabilidade sub- I - o fabricante, o construtor, o produtor ou
o importador não puderem ser identifica-
sidiária ou mediata dos;
do comerciante.
II - o produto for fornecido sem identifica-
Há solidariedade ção clara do seu fabricante, produtor, cons-
Responsabilidade civil
entre todos os envol- trutor ou importador;
pelo vício do serviço.
vidos na prestação.
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III - não conservar adequadamente os pro- produto, na esteira do que consta dos artigos 12
dutos perecíveis. e 13 do CDC.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pa- § 1° O serviço é defeituoso quando não
gamento ao prejudicado poderá exercer o direi- fornece a segurança que o consumidor
to de regresso contra os demais responsáveis, dele pode esperar, levando-se em consi-
segundo sua participação na causação do evento deração as circunstâncias relevantes, entre
danoso. as quais:
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FORNECEDOR
SITUAÇÃO EXPLICAÇÃO
RESPONDE?
Cliente roubado no esta- O estacionamento pode ser considerado como uma exten-
SIM
cionamento do banco. são da própria agência (REsp 1.045.775-ES, DJe 04/08/2009).
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Inicia na entrega do
Inicia após o término da Anotações:
produto ou notérmi-
garantia legal
no do serviço
Independe da vonta- Depende da vontade das
de das partes partes
Anotações gerais:
Gabarito: C
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Anotações:
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a) informação-conteúdo (= características
SEÇÃO I intrínsecas do produto ou serviço),
Das Disposições Gerais
b) informação-utilização (= como se uso o
produto ou serviço),
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do se-
guinte, equiparam-se aos consumidores todas c) informação-preço (= custo, formas e con-
as pessoas determináveis ou não, expostas às dições de pagamento), e
práticas nele previstas. d) informação-advertência (= riscos do pro-
duto ou serviço). (...)
Comentários: A finalidade da equiparação é am-
pliar o campo de aplicação do CDC, para alcançar 16. Embora toda advertência seja informação,
os consumidores potenciais, assim entendidos os nem toda informação é advertência. Quem infor-
que, sem terem participado, concretamente, de ma nem sempre adverte. (...)
um ato de consumo, estão expostos às práticas 20. O fornecedor tem o dever de informar que o
comerciais e contratuais irregulares e abusivas. produto ou o serviço pode causar malefícios a
um grupo de pessoas, embora não seja prejudi-
SEÇÃO II cial à generalidade da população, pois o que o or-
Da Oferta denamento pretende é resguardar não somente
a vida de muitos, mas também a vida de poucos.
(...) STJ. REsp 586316/MG, Rel. Min. Herman Beja-
Art. 30. Toda informação ou publicidade, min, DJe 19/03/2009.
SUFICIENTEMENTE precisa, veiculada por qual-
quer forma ou meio de comunicação com rela-
ção a produtos e serviços oferecidos ou apresen- Art. 32. Os fabricantes e importadores
tados, obriga o fornecedor que a fizer veicular deverão assegurar a oferta de componentes e
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier peças de reposição enquanto não cessar a fabri-
a ser celebrado. cação ou importação do produto.
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Jurisprudência: (...)
3. O entendimento desta Turma sobre a incidên-
cia do art. 42, parágrafo único, do CDC é pacífi-
co no sentido de que a devolução em dobro não
está condicionada à existência de dolo ou má-fé.
Entretanto, é possível a devolução simples por
engano justificável, cuja prova cabal incumbe ao
fornecedor. Precedente do STJ.
(...)
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a) é um método desenvolvido para avalia- RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 9/9/2015
ção do risco de concessão de crédito, a par- (recurso repetitivo) (Info 568).
tir de modelos estatísticos, considerando
diversas variáveis, com atribuição de uma
pontuação ao consumidor avaliado (nota Súmulas:
do risco de crédito);
Súmula 385 do STJ: Da anotação irregular em
b) essa prática comercial é lícita, estando cadastro de proteção ao crédito, não cabe in-
autorizada pelo art. 5º, IV, e pelo art. 7º, I, denização por dano moral quando preexistente
da Lei 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positi- legítima inscrição, ressalvado o direito ao cance-
vo); lamento.
c) na avaliação do risco de crédito, devem
ser respeitados os limites estabelecidos Súmula 404 do STJ: É dispensável o Aviso de Re-
pelo sistema de proteção do consumidor cebimento (AR) na carta de comunicação ao con-
no sentido da tutela da privacidade e da sumidor sobre a negativação de seu nome em
máxima transparência nas relações nego- bancos de dados e cadastros.
ciais, conforme previsão do CDC e da Lei Súmula 548 do STJ: Incumbe ao credor a exclu-
12.414/2011; são do registro da dívida em nome do devedor no
d) apesar de desnecessário o consentimen- cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
to do consumidor consultado, devem ser a úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do
ele fornecidos esclarecimentos, caso solici- débito.
tados, acerca das fontes dos dados consi-
derados (histórico de crédito), bem como Súmula 550 do STJ: A utilização de escore de cré-
as informações pessoais valoradas; dito, método estatístico de avaliação de risco que
e) o desrespeito aos limites legais na utili- não constitui banco de dados, dispensa o con-
zação do sistema credit scoring, configu- sentimento do consumidor, que terá o direito de
rando abuso no exercício desse direito (art. solicitar esclarecimentos sobre as informações
187 do CC), pode ensejar a responsabilida- pessoais valoradas e as fontes dos dados consi-
de objetiva e solidária do fornecedor do derados no respectivo cálculo.
serviço, do responsável pelo banco de da-
dos, da fonte e do consulente (art. 16 da Lei Súmula 572 do STJ: O Banco do Brasil, na condi-
12.414/2011) pela ocorrência de danos mo- ção de gestor do Cadastro de Emitentes de Che-
rais nas hipóteses de utilização de informa- ques sem Fundos (CCF), não tem a responsabili-
ções excessivas ou sensíveis (art. 3º, § 3º, I e dade de notificar previamente o devedor acerca
II, da Lei 12.414/2011), bem como nos casos da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco
de comprovada recusa indevida de crédito legitimidade passiva para as ações de reparação
pelo uso de dados incorretos ou desatuali- de danos fundadas na ausência de prévia comu-
zados (STJ – REsp 1.419.697/RS – Rel. Min. nicação.
Paulo de Tarso Sanseverino – j. 12.11.2014).
Cadastro negativo (devedor)
Jurisprudência: A responsabilidade pela inclu-
são do emitente no CCF é do banco sacado. Logo, Registra os consumidores que estão inadimplen-
ele é que tem responsabilidade pela notificação tes.
prévia do emitente e, caso isso não seja feito, ele
é que tem o dever de indenizar o lesado. (Natureza negativa. )
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(2º - Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor É possível a convenção de prazo decadencial para
Público) a utilização de diárias adquiridas em clube de tu-
Segundo entendimento da 2.ª Seção do STJ nos rismo. Mesmo em contratos de consumo, é possí-
contratos bancários em geral, o consumidor não vel a convenção de prazos decadenciais, desde
pode ser compelido a contratar seguro com a que respeitados os deveres anexos à contratação:
instituição financeira ou com seguradora por ela informação clara e redação expressa, ostensiva e
indicada, porque tal prática configura venda ca- legível. Caso concreto: Bancorbrás é uma pessoa ju-
sada. rídica que presta um serviço chamado de “Clube de
Turismo Bancorbrás”. Por meio dele, o cliente paga
um valor mensal (ex: R$ 500) e, depois de 1 ano,
pode utilizar 7 diárias em um dos milhares de ho-
(3º - Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substi- téis que a Bancorbrás tem convênio, no Brasil e no
tuto, adaptada). exterior. Ocorre que o contrato prevê que o cliente
À luz do Código de Defesa do Consumidor e do deverá utilizar essas diárias no prazo de até 1 ano.
entendimento do STJ, é abusiva a exclusão do Caso o consumidor não as utilize nesse interreg-
seguro de acidentes pessoais em contrato de no, ele perde esse direito. O STJ afirmou que essa
adesão para as hipóteses de intercorrências ou cláusula é válida, sendo razoável, não podendo
complicações consequentes da realização de ser reputada como abusiva. STJ. 3ª Turma. REsp
exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos. 1778574-DF. (Info 651). Fonte: dizer o direito.
SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas II - subtraiam ao consumidor a opção de
reembolso da quantia já paga, nos casos
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre ou- previstos neste código;
tras, as cláusulas contratuais relativas ao forneci- III - transfiram responsabilidades a ter-
mento de produtos e serviços que: ceiros;
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ços de integração, decorrer ônus excessi- lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1498484-DF.
vo a qualquer das partes. (recurso repetitivo). Informativo 651.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor § 2º É assegurado ao consumidor a liquida-
ou entidade que o represente requerer ao ção antecipada do débito, total ou parcial-
Ministério Público que ajuíze a competen- mente, mediante redução proporcional
te ação para ser declarada a nulidade de dos juros e demais acréscimos.
cláusula contratual que contrarie o dis- § 3º (Vetado).
posto neste código ou de qualquer forma
não assegure o justo equilíbrio entre direi-
tos e obrigações das partes. Art. 53. Nos contratos de compra e venda
de móveis ou imóveis mediante pagamento em
Art. 52. No fornecimento de produtos ou prestações, bem como nas alienações fiduciá-
serviços que envolva outorga de crédito ou con- rias em garantia, consideram-se nulas de pleno
cessão de financiamento ao consumidor, o for- direito as cláusulas que estabeleçam a perda to-
necedor deverá, entre outros requisitos, infor- tal das prestações pagas em benefício do cre-
má-lo prévia e adequadamente sobre: dor que, em razão do inadimplemento, pleitear
a resolução do contrato e a retomada do produto
I - preço do produto ou serviço em moeda alienado.
corrente nacional;
§ 1° (Vetado).
II - montante dos juros de mora e da taxa
efetiva anual de juros; § 2º Nos contratos do sistema de consór-
III - acréscimos legalmente previstos; cio de produtos duráveis, a compensação
ou a restituição das parcelas quitadas, na
IV - número e periodicidade das presta-
forma deste artigo, terá descontada, além
ções;
da vantagem econômica auferida com a
V - soma total a pagar, com e sem financia- fruição, os prejuízos que o desistente ou
mento. inadimplente causar ao grupo.
§ 1° As multas de mora decorrentes do ina-
dimplemento de obrigação no seu termo Súmula 538-STJ: As administradoras de consór-
não poderão ser superiores a dez por cen- cio têm liberdade para estabelecer a respecti-
to do valor da prestação. va taxa de administração, ainda que fixada em
§ 1° As multas de mora decorrentes do ina- percentual superior a dez por cento.
dimplemento de obrigações no seu termo STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje
não poderão ser superiores a dois por cen- 15/06/2015.
to do valor da prestação. (Redação dada
pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) § 3° Os contratos de que trata o caput deste
artigo serão expressos em moeda corrente
No contrato de adesão firmado entre o compra- nacional.
dor e a construtora/incorporadora, havendo
previsão de cláusula penal apenas para o ina- Para fixar (QUESTÕES)
dimplemento do adquirente, deverá ela ser
considerada para a fixação da indenização pelo (1º - Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substi-
inadimplemento do vendedor. As obrigações tuto)
heterogêneas (obrigações de fazer e de dar) se- É válida a cláusula que transfira ao promitente-
rão convertidas em dinheiro, por arbitramento comprador a obrigação de pagar a comissão de
judicial. STJ. 2ª Seção. REsp 1631485-DF (recurso corretagem nos contratos de promessa de compra
repetitivo). Informativo 651. e venda de unidade autônoma em regime de
incorporação imobiliária, desde que previamente
A cláusula penal moratória tem a finalidade de informado o preço total da aquisição da unidade
indenizar pelo adimplemento tardio da obri- autônoma, com o destaque do valor da comissão
gação, e, em regra, estabelecida em valor equiva- de corretagem.
lente ao locativo, afasta-se sua cumulação com
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§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Dis-
trito Federal e municipais com atribuições
para fiscalizar e controlar o mercado de
consumo manterão comissões permanen-
tes para elaboração, revisão e atualização
das normas referidas no § 1°, sendo obri-
gatória a participação dos consumidores e
fornecedores.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir
notificações aos fornecedores para que,
sob pena de desobediência, prestem in-
formações sobre questões de interesse
do consumidor, resguardado o segredo
industrial.
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
Gabarito: 1º C | 2º E
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IV - cassação do registro do produto junto da multa. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1466104-
ao órgão competente; PE. Informativo 567.
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produ- Art. 58. As penas de apreensão, de inutili-
tos ou serviço; zação de produtos, de proibição de fabricação
de produtos, de suspensão do fornecimento de
VII - suspensão temporária de atividade;
produto ou serviço, de cassação do registro do
VIII - revogação de concessão ou permis- produto e revogação da concessão ou permis-
são de uso; são de uso serão aplicadas pela administração,
IX - cassação de licença do estabeleci- mediante procedimento administrativo, assegu-
mento ou de atividade; rada ampla defesa, quando forem constatados
X - interdição, total ou parcial, de estabele- vícios de quantidade ou de qualidade por ina-
cimento, de obra ou de atividade; dequação ou insegurança do produto ou serviço.
XI - intervenção administrativa;
Art. 59. As penas de cassação de alvará de
XII - imposição de contrapropaganda. licença, de interdição e de suspensão tempo-
rária da atividade, bem como a de intervenção
Parágrafo único. As sanções previstas neste administrativa, serão aplicadas mediante pro-
artigo serão aplicadas pela autoridade adminis- cedimento administrativo, assegurada ampla
trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo defesa, quando o fornecedor reincidir na práti-
ser aplicadas cumulativamente, inclusive por ca das infrações de maior gravidade previstas
medida cautelar, antecedente ou incidente de neste código e na legislação de consumo.
procedimento administrativo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será
Art. 57. A pena de multa, graduada de acor- aplicada à concessionária de serviço pú-
do com a gravidade da infração, a vantagem blico, quando violar obrigação legal ou
auferida e a condição econômica do fornece- contratual.
dor, será aplicada mediante procedimento admi- § 2° A pena de intervenção administrativa
nistrativo, revertendo para o Fundo de que trata será aplicada sempre que as circunstâncias
a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores de fato desaconselharem a cassação de
cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou licença, a interdição ou suspensão da ati-
municipais de proteção ao consumidor nos de- vidade.
mais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de § 3° Pendendo ação judicial na qual se
21.5.1993) discuta a imposição de penalidade admi-
nistrativa, não haverá reincidência até o
Parágrafo único. A multa será em montante trânsito em julgado da sentença.
não inferior a duzentas e não superior a três mi- Art. 60. A imposição de contrapropaganda
lhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Refe- será cominada quando o fornecedor incor-
rência (Ufir), ou índice equivalente que venha a rer na prática de publicidade enganosa
substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus
8.703, de 6.9.1993) parágrafos, sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada
A pena de multa aplicável às hipóteses de infra- pelo responsável da mesma forma, fre-
ção das normas de defesa do consumidor (art. qüência e dimensão e, preferencialmente
56, I, do CDC) pode ser fixada em reais, não no mesmo veículo, local, espaço e horá-
sendo obrigatória a sua estipulação em Unidade rio, de forma capaz de desfazer o malefício
Fiscal de Referência (UFIR). O art. 57 do CDC, ao da publicidade enganosa ou abusiva.
estabelecer que a “multa será em montante não § 2° (Vetado)
inferior a duzentas e não superior a três milhões
de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência § 3° (Vetado).
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substi-
tuí-lo”, apenas define os limites para a fixação
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#LEGIS
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensi- Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enga-
vos sobre a nocividade ou periculosidade de nosa, ou omitir informação relevante sobre a
produtos, nas embalagens, nos invólucros, reci- natureza, característica, qualidade, quantidade,
pientes ou publicidade: segurança, desempenho, durabilidade, preço
ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos
e multa. Pena - Detenção de três meses a um ano e
multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem dei-
xar de alertar, mediante recomendações § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem pa-
escritas ostensivas, sobre a periculosida- trocinar a oferta.
de do serviço a ser prestado. § 2º Se o crime é culposo;
§ 2° Se o crime é culposo:
Pena Detenção de um a seis meses ou
Pena Detenção de um a seis meses ou mul- multa.
ta.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou
competente e aos consumidores a nocividade ou abusiva:
periculosidade de produtos cujo conhecimento
seja posterior à sua colocação no mercado: Pena Detenção de três meses a um ano e
multa.
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#LEGIS
Pena - Detenção de seis meses a dois anos Art. 75. Quem, de qualquer forma, con-
e multa: correr para os crimes referidos neste código,
incide as penas a esses cominadas na medida
Parágrafo único. (Vetado). de sua culpabilidade, bem como o diretor, ad-
ministrador ou gerente da pessoa jurídica que
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, promover, permitir ou por qualquer modo apro-
técnicos e científicos que dão base à publicidade: var o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
manutenção em depósito de produtos ou a ofer-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. ta e prestação de serviços nas condições por ele
proibidas.
Art. 70. Empregar na reparação de produ-
tos, peça ou componentes de reposição usados, Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
sem autorização do consumidor: crimes tipificados neste código:
Pena Detenção de três meses a um ano e I - serem cometidos em época de grave cri-
multa. se econômica ou por ocasião de calami-
dade;
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de II - ocasionarem grave dano individual ou
ameaça, coação, constrangimento físico ou mo- coletivo;
ral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou III - dissimular-se a natureza ilícita do
de qualquer outro procedimento que exponha procedimento;
o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
IV - quando cometidos:
interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja
Pena Detenção de três meses a um ano e condição econômico-social seja manifes-
tamente superior à da vítima;
multa.
b) em detrimento de operário ou rurícola;
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do de menor de dezoito ou maior de sessen-
consumidor às informações que sobre ele cons- ta anos ou de pessoas portadoras de defi-
ciência mental interditadas ou não;
tem em cadastros, banco de dados, fichas e re-
gistros: V - serem praticados em operações que
envolvam alimentos, medicamentos ou
Pena Detenção de seis meses a um ano ou quaisquer outros produtos ou serviços
multa. essenciais.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta
informação sobre consumidor constante de ca- Seção será fixada em dias-multa, corresponden-
dastro, banco de dados, fichas ou registros que te ao mínimo e ao máximo de dias de duração
sabe ou deveria saber ser inexata: da pena privativa da liberdade cominada ao
crime. Na individualização desta multa, o juiz ob-
Pena Detenção de um a seis meses ou servará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.
multa.
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#LEGIS
Art. 78. Além das penas privativas de liber- (2ª - Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor
dade e de multa, podem ser impostas, cumula- de Justiça Substituto, adaptada)
tiva ou alternadamente, observado odisposto Omitir sinais ostensivos sobre a nocividade de
nos arts. 44 a 47, do Código Penal: produtos em embalagens constitui conduta deli-
tiva punida quando praticada com dolo ou culpa.
ATENÇÃO: diferentemente do que ocorre no có-
digo penal, em que as penas restritivas de direito
são autônomas e substituem as privativas de li- (3ª - Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor
berdade, o CDC prevê que as restritivas podem ser de Justiça Substituto, adaptada)
aplicadas tanto de forma cumulativa, como alter- O diretor de pessoa jurídica que promover o for-
nativamente. necimento de produtos em condições proibidas
incide nas penas cominadas aos crimes previstos
no CDC, na medida de sua culpabilidade.
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunica-
ção de grande circulação ou audiência, às
expensas do condenado, de notícia sobre (4ª - Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor
os fatos e a condenação; de Justiça Substituto, adaptada)
III - a prestação de serviços à comunidade. É circunstância agravante dos crimes tipificados
no CDC o cometimento em detrimento de menor
de dezoito anos de idade, de maior de sessenta
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de anos de idade ou de pessoas com deficiência
que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela mental, interditadas ou não.
autoridade que presidir o inquérito, entre cem e
duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha
(5ª - Prova: FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Pú-
a substituí-lo. blico, adaptada)
São circunstâncias que agravam a pena o fato de
Parágrafo único. Se assim recomendar a si- o crime ser cometido em período de grave crise
tuação econômica do indiciado ou réu, a fiança econômica ou por ocasião de calamidade.
poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mí- (6ª - Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substi-
nimo; tuto, adaptada)
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. Permitir o ingresso em estabelecimento comer-
cial de clientes em quantidade superior à fixada
Art. 80. No processo penal atinente aos cri- pela autoridade administrativa como quantida-
mes previstos neste código, bem como a outros de máxima constitui crime.
crimes e contravenções que envolvam relações
de consumo, poderão intervir, como assistentes
do Ministério Público, os legitimados indicados (7ª - Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substi-
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é fa- tuto, adaptada)
cultado propor ação penal subsidiária, se a de- Deixar de entregar ao consumidor o termo de ga-
núncia não for oferecida no prazo legal. rantia adequadamente preenchido e com espe-
cificação clara de seu conteúdo caracteriza con-
duta atípica.
Para fixar (QUESTÕES)
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#LEGIS
Anotações gerais:
Gabarito: 1º C | 2º C | 3º C | 4º C | 5º C | 6ª C | 7ª
E | 8ª E
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#LEGIS
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#LEGIS
1660385/RJ, julgado em 05/10/2017. STJ. 3ª Tur- como representantes processuais, sendo obri-
ma. REsp 1473846/SP, julgado em 21/02/2017. gatória a autorização individual ou assem-
Fonte: dizer o direito. blear dos associados - STF, RE 573.232. Esse en-
tendimento, todavia, não se aplica na hipótese
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo de a associação buscar em juízo a tutela de in-
teresses ou direitos difusos - art. 82, IV, do CDC.
único, são legitimados concorrentemente: STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1335681/SP, julgado
em 26/02/2019.
I - o Ministério Público,
Por se tratar do regime de substituição proces-
O Ministério Público possui legitimidade ativa sual, a autorização para a defesa do interesse
para postular em juízo a defesa de direitos tran- coletivo em sentido amplo é estabelecida na de-
sindividuais de consumidores que celebram finição dos objetivos institucionais, no próprio
contratos de compra e venda de imóveis com ato de criação da associação, sendo desnecessá-
cláusulas pretensamente abusivas. STJ. Corte ria nova autorização ou deliberação assemblear.
Especial. EREsp 1378938-SP. Informativo 629. So- As teses de repercussão geral resultadas do jul-
bre o tema, Súmula 601-STJ: O Ministério Público gamento do RE 612.043/PR e do RE 573.232/SC
tem legitimidade ativa para atuar na defesa de tem seu alcance expressamente restringido às
direitos difusos, coletivos e individuais homogê- ações coletivas de rito ordinário, as quais tra-
neos dos consumidores, ainda que decorrentes tam de interesses meramente individuais, sem
da prestação de serviço público. índole coletiva, pois, nessas situações, o autor se
limita a representar os titulares do direito contro-
II - a União, os Estados, os Municípios e o vertido, atuando na defesa de interesses alheios
Distrito Federal; e em nome alheio. STJ. 3ª Turma. REsp 1649087/
RS, julgado em 02/10/2018. STJ. 3ª Turma. AgInt
no REsp 1719820/MG, julgado em 15/04/2019.
Município tem legitimidade ad causam para Fonte: dizer o direito.
ajuizar ação civil pública em defesa de direi-
tos consumeristas questionando a cobrança
de tarifas bancárias. Em relação ao Ministério § 1° O requisito da pré-constituição pode
Público e aos entes políticos, que têm comofi- ser dispensado pelo juiz, nas ações previs-
nalidades institucionais a proteção de valores tas nos arts. 91 e seguintes, quando haja
fundamentais, como a defesacoletiva dos con- manifesto interesse social evidenciado
sumidores, não se exige pertinência temática pela dimensão ou característica do dano,
e representatividade-adequada. STJ. 3ª Tur- ou pela relevância do bem jurídico a ser
ma. REsp 1509586-SC. (Info 626). Fonte: dizer protegido.
o direito
Como regra, para que uma associação possa
III - as entidades e órgãos da Administra- propor ACP, ela deverá estar constituída há pelo
ção Pública, direta ou indireta, ainda que menos 1 ano. Exceção. Este requisito da pré-
sem personalidade jurídica, especifica- -constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
mente destinados à defesa dos interes- quando haja manifesto interesse social eviden-
ses e direitos protegidos por este código; ciado pela dimensão ou característica do dano,
ou pela relevância do bem jurídico a ser protegi-
IV - as associações legalmente constituí- do (§ 4º do art. 5º da Lei nº 7.347/85).
das há pelo menos um ano e que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos Neste caso, a ACP, mesmo tendo sido proposta
interesses e direitos protegidos por este por uma associação com menos de 1 ano, po-
código, dispensada a autorização assem- derá ser conhecida e julgada. Como exemplo
blear. da situação descrita no § 4º do art. 5º, o STJ de-
cidiu que: É dispensável o requisito temporal
“As associações possuem legitimidade para de- (pré-constituição há mais de um ano) para
fesa dos direitos e dos interesses coletivos ou associação ajuizar ação civil pública quando
individuais homogêneos, independentemen- o bem jurídico tutelado for a prestação de in-
te de autorização expressa dos associados”. formações ao consumidor sobre a existência
STJ. 2ª Turma. REsp 1796185/RS, julgado em de glúten em alimentos. STJ. 2ª Turma. REsp
28/03/2019. “As associações de classe atuam
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#LEGIS
1600172-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julga- juiz conceder a tutela liminarmente ou
do em 15/9/2016 (Info 591). Fonte: dizer o direito. após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou
§ 2° (Vetado). na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor,
§ 3° (Vetado). se for suficiente ou compatível com a obri-
gação, fixando prazo razoável para o cum-
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interes- primento do preceito.
ses protegidos por este código são admissíveis § 5° Para a tutela específica ou para a ob-
todas as espécies de ações capazes de propiciar tenção do resultado prático equivalente,
sua adequada e efetiva tutela. poderá o juiz determinar as medidas ne-
cessárias, tais como busca e apreensão,
Trata-se da atipicidade da tutela jurisdicional remoção de coisas e pessoas, desfazi-
coletiva. Portanto, todas as espécies de ações, mento de obra, impedimento de ativi-
desde que presentes um direito de feição cole- dade nociva, além de requisição de força
tiva (difuso, coletivo em sentido estrito e indi- policial.
vidual homogêneo), podem ser utilizadas pelos
legitimados do art. 82. Exemplificando: pode ser Art. 85. (Vetado).
ajuizada uma ação possessória coletiva ou uma
ação monitória. Art. 86. (Vetado).
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#LEGIS
Art. 96. (Vetado).
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#LEGIS
que, além de definir o quantum debeatur, é neces- em número compatível com a gravidade do dano”,
sário verificar se o caso se adequa ao que foi deci- os legitimados coletivos promoverão a liquidação
dido no processo coletivo, ou seja, se há como fazer e execução. O dispositivo, visa, portanto, promover
o transporte in utilibus da sentença proferida no o princípio da reparação integral, assim como res-
âmbito da ACP. saltar o caráter pedagógico do processo coletivo,
desestimulando a reiteração de condutas atentató-
Parágrafo único. (Vetado). rias aos direitos dos consumidores.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sen- Parágrafo único. O produto da indenização
do promovida pelos legitimados de que trata o devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.°
art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações 7.347, de 24 de julho de 1985. (Vide Decreto nº
já tiveram sido fixadas em sentença de liquida- 407, de 1991)
ção, sem prejuízo do ajuizamento de outras execu-
ções. Para fixar (QUESTÕES)
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base (1ª -Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto,
em certidão das sentenças de liquidação, adaptada)
da qual deverá constar a ocorrência ou não Na defesa do consumidor em juízo, na ação que
do trânsito em julgado. tenha por objeto o cumprimento da obrigação de
§ 2° É competente para a execução o juízo: fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela espe-
cífica da obrigação ou determinará providências
I - da liquidação da sentença ou da ação que assegurem o resultado prático equivalente ao
condenatória, no caso de execução indivi- do adimplemento, como, dentre outras, busca e
dual; apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazi-
mento de obra e impedimento de atividade noci-
II - da ação condenatória, quando coletiva a va, além da requisição de força policial.
execução.
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#LEGIS
Gabarito: 1º C | 2º C | 3º C | 4º C | 5º E | 6ª E | 7ª E
Anotações gerais: | 8ª C | 9ª C
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#LEGIS
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#LEGIS
cípios que norteiam o processo coletivo é o do Art. 105. Integram o Sistema Nacional
máximo benefício, logo, como regra, a senten- de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos
ça coletiva apenas irá beneficiar as pretensões federais, estaduais, do Distrito Federal e mu-
individuais conexas (salvo quando os interessa- nicipais e as entidades privadas de defesa do
dos tiverem intervindo no processo como litis- consumidor.
consortes), permitindo o transporte in utilibus
da coisa julgado favorável. Diferentemente do
que ocorre com os direitos difusos e coletivos, Art. 106. O Departamento Nacional de
a coisa julgada aqui formada não será formada Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacio-
secundum eventum probationis. nal de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal
que venha substituí-lo, é organismo de coorde-
nação da política do Sistema Nacional de De-
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previs-
tos nos incisos I e II não prejudicarão fesa do Consumidor, cabendo-lhe:
interesses e direitos individuais dos inte-
grantes da coletividade, do grupo, cate- I - planejar, elaborar, propor, coordenar e
goria ou classe. executar a política nacional de proteção
ao consumidor;
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em II - receber, analisar, avaliar e encaminhar
caso de improcedência do pedido, os in- consultas, denúncias ou sugestões apre-
teressados que não tiverem intervindo sentadas por entidades representativas
no processo como litisconsortes pode- ou pessoas jurídicas de direito público
rão propor ação de indenização a título ou privado;
individual. III - prestar aos consumidores orienta-
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que ção permanente sobre seus direitos e ga-
cuida o art. 16, combinado com o art. 13 rantias;
da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, IV - informar, conscientizar e motivar
não prejudicarão as ações de indeniza- o consumidor através dos diferentes
ção por danos pessoalmente sofridos, meios de comunicação;
propostas individualmente ou na forma
prevista neste código, mas, se procedente V - solicitar à polícia judiciária a instau-
o pedido, beneficiarão as vítimas e seus ração de inquérito policial para a apre-
sucessores, que poderão proceder à liqui- ciação de delito contra os consumido-
dação e à execução, nos termos dos arts. res, nos termos da legislação vigente;
96 a 99. VI - representar ao Ministério Público
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo competente para fins de adoção de me-
anterior à sentença penal condenatória. didas processuais no âmbito de suas atri-
buições;
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos VII - levar ao conhecimento dos órgãos
incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não competentes as infrações de ordem ad-
induzem litispendência para as ações indivi- ministrativa que violarem os interesses
duais, mas os efeitos da coisa julgada erga om- difusos, coletivos, ou individuais dos con-
nes ou ultra partes a que aludem os incisos II sumidores;
e III do artigo anterior não beneficiarão os au- VIII - solicitar o concurso de órgãos e en-
tores das ações individuais, se não for reque- tidades da União, Estados, do Distrito Fe-
rida sua suspensão no prazo de trinta dias, a deral e Municípios, bem como auxiliar a
contar da ciência nos autos do ajuizamento da fiscalização de preços, abastecimento,
quantidade e segurança de bens e servi-
ação coletiva.
ços;
TÍTULO IV IX - incentivar, inclusive com recursos
Do Sistema Nacional de Defesa do financeiros e outros programas espe-
Consumidor ciais, a formação de entidades de defe-
sa do consumidor pela população e pelos
órgãos públicos estaduais e municipais;
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#LEGIS
X - (Vetado). TÍTULO V
Da Convenção Coletiva de Consumo
XI - (Vetado).
XII - (Vetado) Art. 107. As entidades civis de consumi-
XIII - desenvolver outras atividades com- dores e as associações de fornecedores ou
patíveis com suas finalidades. sindicatos de categoria econômica podem
regular, por convenção escrita, relações de
Parágrafo único. Para a consecução de consumo que tenham por objeto estabelecer
seus objetivos, o Departamento Nacional de condições relativas ao preço, à qualidade, à
Defesa do Consumidor poderá solicitar o con- quantidade, à garantia e características de
curso de órgãos e entidades de notória espe- produtos e serviços, bem como à reclamação
cialização técnico-científica. e composição do conflito de consumo.
Art. 108. (Vetado).
(2ª - Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor
de Justiça Substituto, adaptada)
O SNDC é integrado exclusivamente por ór- Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
gãos públicos.
Gabarito: 1º E | 2º E | 3º C | 4º E
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Gabarito: 1º C | 2º E | 3º E
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