Você está na página 1de 12

CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

RELATÓRIO TÉCNICO – ATIVIDADE EXPERIMENTAL


Disciplina: Circuitos Elétricos Experimental Turma: 2020/01
Professor: Tiago Dequigiovani Período: 2021 / 2° Semestre
Aluno: Lucas Boarim Paludo Data da atividade: 25/11/2021

POTÊNCIA EM SISTEMA MONOFÁSICO SENOIDAL

1. DESCRIÇÃO
Esse experimento tem como objetivo a análise em corrente alternada dos
elementos R e L e verificar seu comportamento em regime permanente senoidal.
Compreender os conceitos sobre potência ativa, reativa, aparente e fator de potência,
assim como aprimorar as habilidades com o uso do osciloscópio e equipamentos de
bancada e a verificação dos resultados obtidos experimentalmente.

2. ANÁLISE TEÓRICA
A potência elétrica pode ser interpretada como a propriedade responsável por
medir a quantidade de trabalho realizada pelo sistema, a potência de um circuito é
fundamental para determinar a qualidade do seu funcionamento, ou seja, quanto mais
energia for transformada em trabalho, mais eficiente será o sistema.

É importante observar que em circuitos de corrente contínua a análise era feita


com a potência em W (Watts), esse valor de potência se refere a potência ativa. A
potência ativa é o valor de potência que é convertido em trabalho, esse valor é dado em
W (Watts) e se refere a quantidade de energia gasta pelo circuito que realmente é
convertida em trabalho. Esse valor representa uma unidade real, portanto em circuitos
de corrente contínua por não haver variação de tensão ou corrente a potência utilizada
sempre será a ativa. Isso implica em dizer que um circuito de corrente contínua não
armazena potência e toda energia produzida é transformada em trabalho.
Agora quando trabalhamos com corrente alternada, irão existir outros tipos de
potência que são fundamentais para o entendimento. Nos circuitos de corrente alternada
irá existir uma potência referente a parte imaginária, que engloba as componentes
capacitivas e indutivas, que é chamada de potência reativa, medida em VAr, essa
potência está associada às perdas do circuito, quanto maior for a potência reativa menos
eficiente será o sistema. Isso acontece pelo fato de haver a presença de frequência e do
indutor e do capacitor não dissipar energia, eles armazenam-a, assim nem toda energia
será convertida efetivamente em trabalho. Em alguns casos a potência reativa é
necessária como em acionamentos de motores elétricos.

Existe outra potência que se refere ao total de energia que o sistema pode
fornecer, que é a potência aparente, medida em VA. Essa potência pode ser interpretada
como o valor total de potência que um circuito pode fornecer, esse valor não chegará a
ser usado completamente, mas é um detalhe importante dos circuitos em corrente
alternada. O valor que realmente é aproveitado é a potência ativa.

Pode-se associar ao conceito de valor eficaz, este sendo representado pela


potência ativa, assim como no sistema de rede elétrica onde o funcionamento é em
corrente alternada a tensão de 220V fornecida é o valor eficaz, que realmente é
aproveitado, porém não é o valor de pico.

O triângulo retângulo de potências facilita muito o entendimento das potências


em corrente alternada, onde a potência aparente é a hipotenusa, a potência ativa é o
cateto adjacente ao ângulo representando o cosseno, e a potência reativa é o cateto
oposto ao ângulo representando o seno. Aqui podemos verificar um conceito muito
importante que é o fator de potência, representado pelo cosseno do ângulo do triângulo
de potências. Pelo fato de estar relacionado ao cosseno, que é representado pela
potência ativa, o fator de potência é o que determina o rendimento do sistema, ou seja, o
quão bem ele transforma a energia em trabalho. A potência reativa que está associada ao
seno do ângulo é responsável por determinar as perdas, pois estabelece uma distância
entre a potência aparente e a potência ativa.
2.1 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
3. METODOLOGIA DO EXPERIMENTO

Foram utilizados os seguintes equipamentos:

❖ Módulos de carga R,L;


❖ Alicate Wattímetro;
❖ Osciloscópio + ponteira isolada de tensão + ponteira de corrente;
❖ Resistência de potência.

Os dados experimentais foram obtidos através da análise das formas de onda de


tensão geradas pelo módulo de carga, contendo o resistor e o indutor. Com isso, através
do osciloscópio foi possível obter os valores de pico e valores eficazes, assim como
outras medidas como o ângulo de defasagem, o tempo da distância entre a tensão e a
corrente e os 3 tipos de potências.
4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS OBTIDOS

3.1 Vef Ief Δt 1/Δt P


218V 1,09A 2ms 500Hz 165W

3.1 - Outras medidas


(Tensão) Vef Vp Vpp Período
219V 320V 630V 16,65ms

3.1 - Outras medidas


(Corrente) Ief Ipp f Período
1,08 3,4 60,1Hz 16,64ms

3.1 - Ângulos de fase θ


41,9º
-45º

Tensão e corrente eficazes e potência ativa.


Tempo de defasagem entre tensão e corrente e frequência durante o tempo de defasagem.

Ângulo de fase.

Ângulo de fase.
Tensão eficaz medida de outra forma.

Tensão de pico.

Tensão pico a pico.


Frequência.

Período da corrente.

Corrente pico a pico.


Corrente eficaz medida de outra forma.

3.2 Vac Icc KW KVA KVAr cosΦ


213,2V 2,1A 44W 44VA 0,01VAr 0,9FP

Tensão. Corrente de curto-circuito.


Potência ativa. Potência aparente.

Potência reativa. Fator de potência.


5. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com os resultados obtidos pode-se perceber que no experimento 3.1 por se
tratar de um circuito R, L o ângulo de defasagem será positivo, isso indica um circuito
com comportamento indutivo, ou seja, a corrente está atrasada em relação a tensão
devido ao indutor armazenar energia no campo magnético. O tempo de defasagem entre
as duas formas de onda foi de 2ms.

Os valores eficazes de tensão foram 218V e 219V, esses são valores de tensão
que realmente são aproveitados, percebe-se que se tratam dos valores oferecidos pela
rede de energia elétrica, muito próximos de 220V. O valor total de tensão fornecido
corresponde a tensão de pico que foi 320V, porém 218V são realmente aproveitados.

A presença da potência reativa pode ser identificada na parte negativa da forma


de onda de potência, na qual representa a componente imaginária. Esse pedaço é o que
está relacionado às perdas de potência do circuito e será levado em consideração para
encontrar o fator de potência. A potência reativa do circuito é de 170,99 VAr e o fator
de potência é de 0,7 indutivo.

Os valores obtidos experimentalmente foram comprovados através dos dados do


osciloscópio, com esses resultados foi possível determinar os a resistência, o indutor
utilizado e a impedância do circuito na forma polar e imaginária. A resistência do
circuito é de 138,88Ω e o indutor utilizado foi de 381,76mH.

No experimento 3.2 é possível verificar que praticamente não há presença de


potência reativa, isso acontece pois não existe a presença de elementos armazenadores
de energia, como o indutor e o capacitor. Por se tratar de um circuito puramente
resistivo ele irá somente dissipar energia, isso irá resultar em um fator de potência alto
já que a potência aparente é praticamente a mesma que a potência ativa, ou seja,
praticamente toda a energia produzida é convertida em trabalho.

6. CONCLUSÃO
Com esse experimento foi obtido um entendimento teórico e prático sobre o
funcionamento da potência elétrica em um circuito de corrente alternada. A relação
entre as potências também é importante para compreender que existem três tipos
quando trabalhamos com corrente alternada, devido a defasagem entre as formas de
ondas e isso pode ser visto e demonstrado no triângulo de potências.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IRWIN, J. David; NELMS, R. Mark. Análise básica de circuitos para engenharia. 9. ed.
Rio de Janeiro: LTC 2010.

NILSSON, James W. Circuitos Elétricos. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

Você também pode gostar