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(Hamburgo) e Vanilza (Suíça) que sempre estiveram em palavras presentes ao longo desse
percurso que me trouxe até este ponto em que hoje me encontro.
Paisagem
de
passagem
Há pouca poesia além dos olhos do poeta!
Esta é uma coletânea de textos, que surgiram em diversos períodos e fases de criação e
inspiração. Aqui se encontram escritos de um adolescente hesitante vivenciando os seus 15
anos de vida no início do anos 90 ao lado de outros tantos de um rapaz em meados dos vinte
anos acompanhando intensamente o desabrochar do século XXI e as (in)certezas
contemporâneas de um homem adulto de mais de 30 anos.
O eu-poético é o de um observador assíduo que não ousa intervir, apenas descrever e recitar
suas experiências e percepções mais peculiares, particulares e intensas.
A leitura destes versos pode ser considerada um convite exclusivo e bem particular para se
compartilhar das vivências líricas dos inúmeros poetas-personagens criados pelo autor.
Ao autor cabe apenas a função de se dirigir ao leitor neste texto introdutório, que você leitor
agora ler, e agradecer pelo interesse e desejar-lhe uma ótima viagem ou quiçá apenas um
breve passeio pelas diversas paisagens de passagem que ambularão pelas páginas
conseguintes.
O de Andrade
trabalho exaustivamente
empregado em função
da sutil necessidade
(extrema?)do existir
1993[ O: ]
1994[ O: ]
aeroporto:
a lagoa:
Industrial
1995[ O: ]
Cabinda
simples espaço
azul lúgubre
reivindica luz
usinas ásperas
rastros hostis
sinônimos
ostensivos
da humana ação
interrompem-lhe
o silêncio
as turbinas
sincrônicas
de um avião
1998[ O: ]
da penumbra me vem a janela
emoldurando o horizonte
recortando-o em telas
que se complementam
onde a paisagem arde
transfigurando-se intensa
em cada fração de átimo
perante meu inquieto
olhar extenso e só
sobre esses morros pálidos
pipocando sempre em luzes
sob um céu quase dourado
mesclado de negras nuvens...
1999[ O: ]
eis gotas de silêncio ferindo meu árido solo num sim
multiplicando-se em marcas profundas
constituindo-se nos rastros de mim...
1998[ O: ]
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entre edifícios
1994[ O: ]
1996[ O: ]
me sinto caminhando para além desta América brasileira,
aquém, do terreiro da urbe ladeira Beagá;
silenciada pela prosa arcaica proferida pelos transeuntes
desnorteados, em frenético perambular,
pelo mundo em caos via satélite,
por minutos tão inertes e plenos do agora
pelo desdobrar da vida diante de si.
1998[ O: ]
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1997[ O: ]
1999[ O: ]
nada escrevo na noite,
as estrelas ocultando.
outoniços de outubro!
1999[ O: ]
rroon nddaa--mmee’’ssttrreellaass
ncciiooss
ssiillêên
sseerreenniiddaaddee
mmeerrggu ullhhoo
nnaa n nooiitteessccu
urriiddããoo
iim
meen nssuurráávveell
aaooss oollh hooss
1998[ O: ]
Noite pela estrada
1999[ O: ]
Noitestrelas
já adormecido de meuniverso
1996[ O: ]
pelo norte horizonte,
1997[ O: ]
1997[ O: ]
Reflexo
fura
água
suja
pura
lu a
nu a
n a
ru a
dura
crua
nu a
1996[ O: ]
Silêncios...
...extensos -subseqüentes-
ininterruptos e solitários,
1996[ O: ]
1993[ O: ]
sob o céu cheio de estrelas
1996[ O: ]
Primeiro, vi teus tons dispersos sobre a água já turva, onde as
linhas dos edifícios, em trêmulas curvas, estavam.
1997[ O: ]
um sol imenso
submergindo
da pedreira iluminada
a existência impretérita
aos olhos,
a matéria e
a memória...
1997[ O: ]
1999[ O: ]
gotas
pingam
todas
no
nada
da
calçada
vazia
poça
pa
ra
da
ao sol
seca e
finda
para o
olhar.
1994[ O: ]
Chovia.
Chovia.
1997[ O: ]
Crime
sangue
pulsa
forte
rubro
tiro
furo...
...sangue
corre
rumo
ao chão
negro
duro
seco...
...fuga
morte.
1995[ O: ]
Os mares de Minas -1
“...mar é o que a gente sente saudade?...”
Guimarães Rosa
seu marulhar...
1995[ O: ]
1999[ O: ]
O sempre presente
entendo
em dor,
em cor,
em flor
rompendo
o horizonte extenso,
sóbrio,
onipresente,
mas não o tenho,
posto que nunca o vejo.
1994[ O: ]
em tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
tempo
1996[ O: ]
Um canto tosco complexo e exótico
almejaria um poeta calado
pelo silêncio extenso do tempo
escorrendo sobre seus pensamentos,
que resta além de sua voz no teu canto?
2000[ O: ]
o tempo
1998[ O: ]
1997[ O: ]
Geraes
...lembranças.
Há cachoeiras,bares,
seca,“uai!”,“dia!”
desconfiança,
desejos, feiras, luares,
festas tradições, folia...
...crianças.
1997[ O: ]
sono sereno ser
terra túmulo tempo
serra súbito sempre
trono terreno Ter
1999[ O: ]
versejando por avenidas vazias
2000[ O: ]
REGISTROS
1999[ O: ]
A ruina
2008[ O: ]
2008[ O: ]
rever
o verso
ver-te
em versos livres
das gaiolas; nas janelas
em silêncio a balançar
em vão...
...revejo-te.
1998[ O: ]
2008[ O: ]
Die Burg
2008[ O: ]
tradução:
A fortaleza
2008[ O: ]
Mar
ia
a ir
e
ria
ao
rio
e
ao
ar
ro-
-en-
-do
a
ilha
vazia
vasilha
onírica
do mar
e
ritmo
2008[ O: ]
pôr-do-sol
pôr-
-do
-sol
mediterrâneo
e m o l-
-d -r
u a-
-do
por
muros
testemunhos
de séculos
ao
red_r
2008[ O: ]
2002[ O: ]
Die Sanduhr läuft ständig
Richtung Ewigkeit,
jedes Sandkorn
ein Stück der
jetzigen
Zeit,
die
vor
uns
schnell
vergeht, um
ihre unvorübergehende
Macht uns konstant zu zeigen.
2008[ O: ]
tradução:
2008[ O: ]
tradução:
Esta é a rua,
que a liberdade conhece.
Que dia e noite
de passagem
leva até o destino,
que bem precisa
e simplesmente se alcunha,
que os sonhos de muitos
em especial toca.
A rua que vai para a estação,
o caminho ao portão para outro lugar.
Poema desconcretizado
g
o
t
a
s
p
i
n
g
a
m
t
o
d
a
s
no nada da calçada vazia
p o ç a
sob o sol secam
e findam para o olhar
2003[ O: ]
Um poema anônimo
Rompendo-lhe o silêncio
Sem algum porquê
1999[ O: ]
Akronyme*
2008[ O: ]
Tradução*²
Acrônimos*
*Em homenagem a Emil Nolde (*7. 08. 1867 - +13. 04. 1956),
um dos principais pintores do Expressionismo alemão.
2008[ O: ]
2003[ O: ]
Direitos Autorais
©O de Andrade 2008
Fotos :
[ O: ]
©O de Andrade
Bielefeld, Alemanha
junho de 2008