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9 MOTIVOS PELOS QUAIS A CRISE DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO

ESTÁ LONGE DE TERMINAR - INTRODUÇÃO

A recente paralisação dos caminhoneiros autônomos, que teve apoio inicial da


opinião pública, dos transportadores, e até mesmo dos embarcadores – que
foram os maiores prejudicados pelo movimento – foi um grito de socorro de um
setor que vem sendo castigado nos últimos anos pela mão pesada do governo,
que atua onde não deve atuar e se omite onde deveria tomar atitudes. Toda
nossa Economia passa por um período extremamente duro, mas os setores de
Logística em geral, e o de Transporte Rodoviário em particular, foram
penalizados acima do normal.

Se por um lado até certo ponto apoiamos o movimento, pois mostrou a união
espontânea de uma categoria para um objetivo comum que solidarizou
praticamente toda a nação por um período, por outro sabemos que com
certeza ele foi inócuo.

Neste artigo, que será dividido em várias partes, tentaremos explicar o que
aconteceu para chegarmos a este ponto, detalhar porque o movimento –
independentemente das concessões conseguidas – não terá resultados, propor
soluções que devem ser analisadas, discutidas por todos os players do setor e
encampadas ou não em futuras propostas a serem encaminhadas ao
legislativo e aos órgãos de regulação.

Em primeiro lugar, iremos simplesmente desconsiderar a medida de


tabelamento do frete mínimo. É impressionante que, mais de 32 anos depois
do Plano Cruzado, e vários planos econômicos depois, alguém ainda acredite
em tabelamento, que simplesmente não irá funcionar.

Então, iremos explicar porque a redução do preço do diesel e o encerramento


da cobrança de pedágios sobre eixos suspensos não irão beneficiar os
caminhoneiros autônomos no médio prazo. E esta explicação é simples: com o
setor todo passando por problemas, todos buscarão recompor suas margens, e
o autônomo é o último elo dessa corrente.
Em um primeiro momento, estimado de 2 a 3 semanas, os autônomos serão
beneficiados. A diminuição do preço do diesel nas refinarias e o encerramento
da cobrança de pedágios sobre os eixos suspensos irá diretamente para o
bolso dos mesmos, pois todo o restante da cadeia estará na ressaca desta
paralisação inédita e temeroso em dar um passo mais agressivo. Mas, logo em
seguida, os Postos de Combustível, que estão com suas margens achatadas,
irão pegar para si um naco desse ganho. As transportadoras – que são na
prática os contratantes dos autônomos – estão na mesma situação, e junto
com os Postos irão buscar recompor suas margens baixando o frete repassado
aos autônomos, buscando dividir este ganho com os mesmos. Como esse
movimento será pulverizado (são milhares de Postos de Combustível, milhares
de Transportadoras e centenas de milhares de autônomos), não haverá ações
simultâneas e coordenadas, e não haverá reação significativa e conjunta dos
autônomos a este movimento.

Logo em seguida aos movimentos descritos, virá o principal: os embarcadores,


que são os reais contratantes do frete, começarão o movimento de baixar o
frete ofertado, e o setor cairá novamente na mesma situação atual. E a raiz
desse problema é a primeira das 9 causas desta crise que iremos analisar e
para as quais vamos propor soluções que resolvam definitivamente o
problema: o excesso da oferta de veículos de transporte.

Você concorda que este e um problema real? O que fazer? Qual a sua
opinião? Comente. A nossa opinião virá na próxima parte deste artigo.

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