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Espetrofotometria de Absorção Molecular
Espetrofotometria de Absorção Molecular
9.1. INTRODUÇÃO
a) A reação forma compostos suficientemente estável para dar tempo para a leitura;
Quando a energia radiante incide, com intensidade Ii, sobre uma cubeta contendo solução (ou
suspensão) homogênea, vários fenômenos ocorrem no seu percurso:
Ii = Ir + Ie + Ia + It
Onde: Ii = Intensidade do feixe luminoso incidente; I r = Intensidade do feixe luminoso que sofre
refração; Ie = intensidade do feixe luminoso que sofre reflexão (refletido, espalhado); I a = intensidade
do feixe luminoso absorvido; It = intensidade do feixe luminoso transmitido.
𝑰𝒕 ∞𝑰𝒊
𝑰𝒕 = 𝒌𝟏 𝑰𝒊
𝑰𝒕 = 𝑰𝒊 𝒆(−𝒌𝟑𝒃)
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FONTE: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fpaginapessoal.utfpr.edu.br%2Fterrile%2Fmetodos-instrumentais-em-analise-de-alimentos%2Fespectrofotometria-uv-
vis%2FAULA%25202%2520ESPECTROFOTOMETRIA%2520UV-VIS.pdf%2Fat_download%2Ffile&psig=AOvVaw2KdS9-
wrKKAUDBba8tHZrs&ust=1619271314457000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOCsy_C9lPACFQAAAAAdAAAAABAD
Natureza do meio;
Concentração do composto;
Comprimento de onda (λ) da radiação eletromagnética.
Temperatura;
Solvente.
1) Para que se cumpra a lei de Lambert-Beer pressupõe-se que os centros absorventes atuam
independentemente uns dos outros. Esta restrição da à lei um caráter de uma lei limite, aplicando-se
apenas às soluções diluídas. A distância média entre as espécies responsáveis pela absorção diminui
com o aumento da concentração, podendo chegar a um ponto que afeta a distribuição de carga das
espécies vizinhas. Esta interação, por sua vez, faz variar a possibilidade das espécies absorverem, a
um dado comprimento de onda da radiação. Como o grau de interação é dependente da concentração
a ocorrência deste fenômeno provoca desvios de linearidade da Lei de Lambert-Beer.
2) Para concentrações bastante elevadas há uma variação do índice de refração da solução. Como a
absortividade é função do índice de refração, observam-se desvios à lei de Lambert-Beer.
𝟏𝟎𝟎𝑰𝒕
𝑻=
𝑰𝒊
Aplicando-se a propriedade logarítmica à expressão It/Io, obtemos (Figura 3):
𝑰𝒕 𝑰𝒕
= 𝟏𝟎−𝜺𝒃𝒄 𝒍𝒐𝒈 = 𝒍𝒐𝒈𝟏𝟎−𝜺𝒃𝒄
𝑰𝒊 𝑰𝒊
𝑰𝒕 𝑰𝒕
𝒍𝒐𝒈 = −𝜺𝒃𝑪 − 𝒍𝒐𝒈 = 𝜺𝒃𝑪 = 𝑨
𝑰𝒊 𝑰𝒊
𝐴 = 𝜺𝒃𝑪
Onde: A é a absorvância
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Uma vez que It/Ii = 10-abC, onde a é a absortividade, b é a espessura do caminho óptico em cm
e C a concentração em mg/L, tem-se:
𝑰
%𝑻 = 𝟏𝟎𝟎 𝑰𝒕 𝒍𝒐𝒈%𝑻 = 𝒍𝒐𝒈(𝟏𝟎𝟎𝒙𝟏𝟎−𝒂𝒃𝑪 ) = 𝟐 − 𝒂𝒃𝑪 = 𝟐 − 𝑨
𝒊
OBS:
1- A absortividade é uma propriedade da substância, não depende da concentração da amostra,
enquanto a absorbância é uma propriedade de uma determinada amostra e variará com a concentração
e espessura da cubeta.
9.2.2. Interferências
Presença de compostos não absorventes, mas que atuam sobre o estado eletrônico da molécula
em análise;
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Nos espectrofotômetros, os monocromadores permitem isolar faixas muito estreitas, com boa
pureza espectral (decimais de nm, em UV-visível). Quanto mais estreita e pura a faixa espectral, tanto
mais ideais as condições analíticas, melhor se cumpre a Lei de L & B. Uma estreita faixa espectral
evita que outras moléculas, que absorvem fótons de um comprimento de onda (λ) próximo ao da
molécula em estudo, interfiram. Assim sendo, o emprego do λ de máxima absorbância garante maior
sensibilidade na leitura.
Fonte Seletor Cubeta Detector Indicador
Figura 4: Esquema dos componentes básicos de um espectrofotômetro
Fonte: Meubles Borges Júnior.
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9.3.1. Fonte RE
Deve fornecer um feixe de suficiente potência;
Deve gerar radiação contínua (todos os λ dentro do intervalo de interesse);
Deve ser estável, constante durante as leituras;
Na faixa de comprimento de onda do visível a fonte de energia é sempre uma lâmpada de
tungstênio de filamento incandescente com invólucro de vidro. O filamento opera a 2600 a 3000 K e
fornece RE contínua de 350 a 2500 nm. Contudo esta lâmpada emite muito pouca RE na zona do UV
e, portanto, não serve para λ < 375 nm.
As fontes de RE para UV são lâmpadas de descarga de hidrogênio ou deutério, com janela de
quartzo. Consiste num pequeno, mas intenso arco entre dois elétrodos contidos num tubo transparente,
cheio de hidrogênio, ou deutério gasoso, a baixa pressão e fornece desde 180 a 385 nm. A Radiação
espectral, característica da lâmpada de deutério, fornece muitas linhas espectrais ao longo do
comprimento de onda acima de 370nm, inclusive duas fortes linhas espectrais em 486.0 e 651.1nm,
que frequentemente são utilizados para checar a precisão do comprimento de onda.
A lâmpada de deutério apesar de produzir maior intensidade de radiação e ter vida mais longa
custa o dobro. Outras fontes podem ser utilizadas, como a lâmpada de xenônio, porém exige uma
fonte especial de alimentação e é relativamente cara.
A Lâmpada de Tungstênio e Tungstênio-Halogênio: O filamento da lâmpada de tungstênio
vaporiza-se e esses vapores fixam-se na face interna do bulbo da lâmpada. O efeito da evaporação
catódica ou sublimação reduz a transmissão de luz e deteriora o filamento. Já a lâmpada de tungstênio-
halogênio tem longa vida útil e previne a queda da intensidade provocada pela evaporação catódica.
Ela contém uma mistura de gás inerte e certa quantidade de traço de gás iodeto (halogênio), o que
retarda a vaporização do filamento de tungstênio através do ciclo halogênio sob condições de
aquecimento, resultando em maior vida útil e mantém uma forte radiação por maior período de tempo.
Lâmpada de Mercúrio: A lâmpada de mercúrio contém vapor de mercúrio a baixa pressão
(apenas alguns Torr). Emite muitas linhas espectrais, normalmente esses espectros são usados para
calibrar a escala do comprimento de onda de espectrofotômetros. As três linhas adjacentes ao redor
de 365nm (365.0, 365.5 e 366.3 nm) servem para checar a resolução do monocromador. A resolução
é definida como sendo o menor intervalo de comprimentos de onda, pelo qual duas linhas espectrais
adjacentes podem ser reconhecidas como espectros independentes.
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9.3.2. Seletores de RE
Após a fonte luminosa existe um diafragma que controla a intensidade de radiação incidente
através de uma fenda de tamanho variável. Após o diafragma uma banda de λ é selecionada através
de filtro ou de monocromador.
Filtros
Os filtros são dispositivos que transmitiram RE de alguns comprimentos de onda, mas que
absorvem outros. Os filtros utilizados na faixa do visível podem ser de vidro ou gelatina colorida,
estes últimos apesar de menos duráveis são mais baratos.
Monocromadores
Um monocromador é composto de fendas e lentes juntamente com o elemento que dispersa a
radiação, que pode ser um prisma ou uma rede de difração. A fenda de entrada define um feixe estreito
da radiação que incide no elemento dispersante (prisma ou rede de difração), abrindo-o em forma de
leque. Já a fenda de saída deixa passar uma banda estreita do comprimento de onda. Quanto mais
estreita for a fenda de saída e mais distante estiver localizada do prisma ou da rede de difração melhor
será a resolução do comprimento de onda.
Os prismas são elementos dispersantes, que em princípio podem ser obtidos por qualquer meio
transparente, mas sua utilidade é determinada por sua dispersão (Figura 5). Na região do ultravioleta
os materiais sólidos com transparência e dispersão adequados são a sílica e a alumina. A sílica pode
ser utilizada tanto como quartzo quanto na forma vítrea e a alumina na forma de safira artificial. Na
região do visível, a sílica e a safira são inferiores a vidros ópticos em relação à dispersão .
Uma rede de difração consiste numa peça de vidro, ou outro material transparente, na qual se
faz uma série de sulcos paralelos e igualmente distanciados. As redes usadas na zona do visível têm
aproximadamente 6000 sulcos por cm.
A solução de leitura é introduzida em cubetas (Figura 6), que devem ser de material
transparente à radiação na região em que se realiza a leitura. Para análise na faixa de λ < 350 nm, estas
devem ser de quartzo ou sílica fundida. Na faixa do visível podem, também, ser usadas células de
vidro (faixa aplicável 350 nm a 2 ) que são mais baratas.
A B
Figura 6: Exemplos de Cubetas. A:Tamanhos e formas de cubetas. Fonte: https://docplayer.com.br/docs-
images/33/15795488/images/35-0.png; B: Cubeta de quartzo para espectrofotômetro. Fonte:
https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_747475-MLB44211064674_112020-V.jpg.
9.3.4. Detector
b) Celas Fotovoltaicas
As celas fotovoltaicas baseiam-se na geração de força eletromotriz em placa metálica recoberta
de material semicondutor (Figura 8). Consistem de um eletrodo plano de cobre ou ferro, sobre o qual
se deposita uma camada de um semicondutor (Se, Cu 2O). A camada semicondutora é recoberta com
película de prata ou outro metal nobre, tão delgada que é transparente à radiação incidente. Assim
sendo, a incidência da radiação faz com que o semicondutor fique com energia suficiente de modo
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que os elétrons conseguem passar com facilidade para o metal. Esse movimento produz corrente
elétrica que é transmitida através de um circuito externo no eletrodo metálico.
9.3.5. Indicadores
Os indicadores podem ser analógicos, tipo galvanômetro (Figura 9A), ou digitais (Figura 9B).
Existem espectrofotômetros que permitem ler em transmitância e, ou, absorvância e até mesmo em
concentração. Para indicadores analógicos tipo galvanômetros a leitura em %T tem a vantagem de se
obter valores numa escala entre 0 e 100, divididos em 100 partes iguais, tornando mais fáceis as leituras,
enquanto a escala de absorvância, dependendo do valor fracionário é de difícil medida.
A B
Uma vez que diferentes substâncias têm diferentes padrões de absorção, a espectrofotometria
permite-nos, por exemplo, identificar substâncias com base no seu espectro. Permite também quantificá-
las, uma vez que a quantidade de luz absorvida está relacionada com a concentração da substância.
Às vezes uma substância, quando alterada quimicamente, pode passar a apresentar um espectro
de absorção diferente. Quando isto acontece, temos uma maneira de detectar essas mesmas alterações.
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Por exemplo, o NADH1 reduzido absorve a 340 nm, enquanto que a forma oxidada não tem
absorvância significativa a esse comprimento de onda (Figura 11).
Essas diferenças de espectro podem ser utilizadas laboratorialmente para seguir o percurso de
reações que se deseja estudar, por exemplo, reações metabólicas que envolvam a oxidação do NADH
ou a redução do NAD+.
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NAD é o acrónimo (do inglês Nicotinamide adenine dinucleotide) de nicotinamida adenina dinucleotídeo, difosfopiridina
nucleotídeo ou ainda dinucleótido de nicotinamida-adenina. É uma coenzima que apresenta dois estados de oxidação:
NAD+ (oxidado) e NADH (reduzido). A forma NADH é obtida pela redução do NAD+ com dois elétron e aceitação de um
próton (H+).
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O método de adição padrão elimina todo tipo de interferências que faz com que o coeficiente
de proporcionalidade entre a absorvância e a concentração torne-se constante pela adição de
quantidades idênticas de amostras aos padrões.
Sendo: Abs =abC
Considerando-se que:
AX+P = Absorvância relativa à concentração da amostra mais a concentração do padrão; AX =
Absorvância relativa à concentração da amostra; [P] = Concentração do padrão; [X] = Concentração
da amostra; K = ab = constante que considera a absortividade e a espessura da cubeta.
Tem-se:
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A X P
A X
A X
X A P
X
P X A A
X P X
0,216𝑥0,4
[𝑋] = = 0,289 𝑚𝑔/𝐿
0,515 − 0,216