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EDIÇÃO EXCLUSIVA

VADE MECUM CONFORME O


EDITAL DA GM-
SOBRAL

LEGISLAÇÃO
DESTACA 2021

GM – SOBRAL
GUARDA MUNICIPAL DE SOBRAL
LEI SECA ATUALIZADA CONFORME
EDITAL 2021

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PENAL

DIREITO CIVIL

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

DIREITOS HUMANOS

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL DE SOBRAL

Organizador: Fernando
Rocha
Policial Penal
Antonio Mateus Martins Correa
CFP: 05720854355
Sumário SEÇÃO II .............................................. 31
................................................................ 0 DOS TERRITÓRIOS............................. 31
DIREITO CONSTITUCIONAL ........... 12 CAPÍTULO VI ....................................... 32
TÍTULO I ............................................... 12 DA INTERVENÇÃO .............................. 32
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ... 12 CAPÍTULO VII ...................................... 33
TÍTULO II .............................................. 12 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......... 33
DOS DIREITOS E GARANTIAS SEÇÃO I ............................................... 33
FUNDAMENTAIS ................................. 12 DISPOSIÇÕES GERAIS....................... 33
CAPÍTULO I .......................................... 12 SEÇÃO II .............................................. 36
DOS DIREITOS E DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS .......... 36
INDIVIDUAIS E COLETIVOS ............... 12
SEÇÃO III ............................................. 40
CAPÍTULO II ......................................... 17
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO
DOS DIREITOS SOCIAIS..................... 17 DISTRITO FEDERAL E DOS
CAPÍTULO III ........................................ 19 TERRITÓRIOS ..................................... 40
DA NACIONALIDADE........................... 19 SEÇÃO IV ............................................. 40
CAPÍTULO IV ....................................... 20 DAS REGIÕES ..................................... 40
DOS DIREITOS POLÍTICOS ................ 20 CAPÍTULO III ........................................ 41
CAPÍTULO V ........................................ 21 DA SEGURANÇA PÚBLICA ................. 41
DOS PARTIDOS POLÍTICOS ............... 21 PROCESSO PENAL ............................. 43
TÍTULO III ............................................. 22 INQUÉRITO POLICIAL ......................... 43
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ....... 22 CAPÍTULO II ......................................... 46
CAPÍTULO I .......................................... 22 DA PRISÃO EM FLAGRANTE ............. 46
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO- CAPÍTULO III ........................................ 47
ADMINISTRATIVA ................................ 22 DA PRISÃO PREVENTIVA................... 47
CAPÍTULO II ......................................... 23 DIREITO PENAL .................................. 48
DA UNIÃO ............................................ 23 TÍTULO II DO CRIME ........................... 48
CAPÍTULO III ........................................ 27 TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL
DOS ESTADOS FEDERADOS ............. 27 .............................................................. 50
CAPÍTULO IV ....................................... 28 PARTE ESPECIAL TÍTULO I DOS
Dos Municípios ..................................... 28 CRIMES CONTRA A PESSOA ............. 50

CAPÍTULO V ........................................ 31 CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A


VIDA ..................................................... 50
DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS ..................................... 31 CAPÍTULO II DAS LESÕES
CORPORAIS ........................................ 52
SEÇÃO I ............................................... 31
DO DISTRITO FEDERAL ..................... 31
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
VIDA E DA SAÚDE ............................... 54 GERAL.................................................. 71
CAPÍTULO IV DA RIXA ........................ 55 CAPÍTULO II-A DOS CRIMES
CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A PRATICADOS POR PARTICULAR
HONRA ................................................. 55 CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTRANGEIRA .................................... 74
CAPÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE INDIVIDUAL .................... 57 CAPÍTULO II-B ..................................... 74

SEÇÃO I DOS CRIMES CONTRA A DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E


LIBERDADE PESSOAL ........................ 57 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ..... 74

SEÇÃO II DOS CRIMES CONTRA A CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A


INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ..... 58 ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA .......... 76

SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA


INVIOLABILIDADE DE AS FINANÇAS PÚBLICA...................... 79
CORRESPONDÊNCIA ......................... 59 TÍTULO XII............................................ 80
SEÇÃO IV DOS CRIMES CONTRA A DOS CRIMES CONTRA O ESTADO
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS . 60 DEMOCRÁTICO DE DIREITO ............. 80
TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A
PATRIMÔNIO ....................................... 61 SOBERANIA NACIONAL...................... 80
CAPÍTULO I DO FURTO ...................... 61 CAPÍTULO II ......................................... 81
CAPÍTULO II DO ROUBO E DA DOS CRIMES CONTRA AS
EXTORSÃO .......................................... 62 INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ....... 81
CAPÍTULO III DA USURPAÇÃO .......... 63 CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA O
CAPÍTULO IV DO DANO ...................... 63 FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO
CAPÍTULO V DA APROPRIAÇÃO ELEITORAL .......................................... 81
INDÉBITA ............................................. 64
CAPÍTULO IV ....................................... 81
CAPÍTULO VI DO ESTELIONATO E
OUTRAS FRAUDES ............................. 65 DOS CRIMES CONTRA O
FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS
CAPÍTULO VII DA RECEPTAÇÃO ....... 67 ESSENCIAIS ........................................ 81
CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO V ........................................ 81
.............................................................. 68
(Vetado) ................................................ 81
TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................ 68 (CAPÍTULO VI) ..................................... 81

CAPÍTULO I DOS CRIMES DISPOSIÇÕES COMUNS .................... 81


PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO DIREITO CIVIL ..................................... 82
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO CAPÍTULO II Dos Direitos da
EM GERAL ........................................... 68 Personalidade ....................................... 82
CAPÍTULO II DOS CRIMES CAPÍTULO III Dos Bens Públicos ......... 82
PRATICADOS POR PARTICULAR
TÍTULO III Dos Atos Ilícitos .................. 83
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
TÍTULO IX Da Responsabilidade Civil .. 83 PARTE III ............................................ 141
CAPÍTULO I Da Obrigação de Indenizar LEGISLAÇÃO ESPECIAL ............... 143
.............................................................. 83 LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE
CAPÍTULO II Da Indenização ............... 84 2019 .................................................... 143
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO 86 CAPÍTULO I ........................................ 143
Seção II Da Composição e da DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 143
Competência do Sistema Nacional de CAPÍTULO II ....................................... 143
Trânsito ................................................. 86
DOS SUJEITOS DO CRIME ............... 143
CAPÍTULO III DAS NORMAS GERAIS
DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA .......... 94 CAPÍTULO III ...................................... 143
DA AÇÃO PENAL ............................... 143
CAPÍTULO IV DOS PEDESTRES E
CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO CAPÍTULO IV ..................................... 143
MOTORIZADOS ................................. 100 DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E
Seção II Da Segurança dos Veículos . 101 DAS PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITOS ........................................... 143
CAPÍTULO XIII-A DA CONDUÇÃO DE
MOTO-FRETE .................................... 103 Seção I................................................ 143
CAPÍTULO XVI DAS PENALIDADES . 103 Dos Efeitos da Condenação ............... 143
CAPÍTULO XVII DAS MEDIDAS Seção II............................................... 144
ADMINISTRATIVA .............................. 107 Das Penas Restritivas de Direitos ...... 144
CAPÍTULO XVIII DO PROCESSO CAPÍTULO V ...................................... 144
ADMINISTRATIVO ............................. 111
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E
Seção I Da Autuação .......................... 111 ADMINISTRATIVA .............................. 144
Seção II Do Julgamento das Autuações e CAPÍTULO VI ..................................... 144
Penalidades ........................................ 111
DOS CRIMES E DAS PENAS ............ 144
CAPÍTULO XIX DOS CRIMES DE
CAPÍTULO VII .................................... 148
TRÂNSITO.......................................... 113
DO PROCEDIMENTO ........................ 148
Seção I Disposições Gerais ................ 113
CAPÍTULO VIII ................................... 148
Seção II Dos Crimes em Espécie ....... 115
DISPOSIÇÕES FINAIS....................... 148
CAPÍTULO XX DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS ................................. 117 LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE
1990. ................................................... 148
DIREITOS HUMANOS .................... 125
Título I ................................................. 148
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS........................ 125 Das Disposições Preliminares ............ 148
CONVENÇÕES DA ONU SOBRE OS Título II ................................................ 149
DIREITOS DA CRIANÇA ................ 128 Dos Direitos Fundamentais................. 149
PARTE I .............................................. 128 Capítulo I ............................................ 149
PARTE II ............................................. 138 Do Direito à Vida e à Saúde ............... 149
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
Capítulo II ........................................... 151 Da Autorização para Viajar ................. 168
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Parte Especial..................................... 168
Dignidade............................................ 151 Título I ................................................. 168
Capítulo III .......................................... 152 Da Política de Atendimento ................ 168
Do Direito à Convivência Familiar e Capítulo I ............................................ 168
Comunitária ........................................ 152
Disposições Gerais ............................. 168
Seção I................................................ 152
Capítulo II ........................................... 170
Disposições Gerais ............................. 152
Das Entidades de Atendimento .......... 170
Seção II............................................... 154
Seção I................................................ 170
Da Família Natural .............................. 154
Disposições Gerais ............................. 170
Seção III.............................................. 155
Seção II............................................... 173
Da Família Substituta.......................... 155
Da Fiscalização das Entidades ........... 173
Subseção I .......................................... 155
Título II ................................................ 173
Disposições Gerais ............................. 155
Das Medidas de Proteção................... 173
Subseção II ......................................... 156
Capítulo I ............................................ 173
Da Guarda .......................................... 156
Disposições Gerais ............................. 173
Subseção III ........................................ 156
Capítulo II ........................................... 173
Da Tutela ............................................ 156
Das Medidas Específicas de Proteção173
Subseção IV ....................................... 157
Título III ............................................... 177
Da Adoção .......................................... 157
Da Prática de Ato Infracional .............. 177
Capítulo IV .......................................... 164
Capítulo I ............................................ 177
Do Direito à Educação, à Cultura, ao
Esporte e ao Lazer ............................. 164 Disposições Gerais ............................. 177

Título III ............................................... 166 Capítulo II ........................................... 177

Da Prevenção ..................................... 166 Dos Direitos Individuais ...................... 177

Capítulo I ............................................ 166 Capítulo III .......................................... 177

Disposições Gerais ............................. 166 Das Garantias Processuais ................ 177

Capítulo II ........................................... 167 Capítulo IV .......................................... 178

Da Prevenção Especial....................... 167 Das Medidas Sócio-Educativas .......... 178

Seção I................................................ 167 Seção I................................................ 178


Disposições Gerais ............................. 178
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
Diversões e Espetáculos .................... 167 Seção II............................................... 178
Seção II............................................... 168 Da Advertência ................................... 178
Dos Produtos e Serviços .................... 168 Seção III.............................................. 178
Seção III.............................................. 168 Da Obrigação de Reparar o Dano ...... 178
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
Seção IV ............................................. 178 Do Juiz ................................................ 184
Da Prestação de Serviços à Comunidade Seção III.............................................. 185
............................................................ 178 Dos Serviços Auxiliares ...................... 185
Seção V .............................................. 178 Capítulo III .......................................... 185
Da Liberdade Assistida ....................... 178 Dos Procedimentos ............................ 185
Seção VI ............................................. 179 Seção I................................................ 185
Do Regime de Semi-liberdade ............ 179 Disposições Gerais ............................. 185
Seção VII ............................................ 179 Seção II............................................... 186
Da Internação ..................................... 179 Da Perda e da Suspensão do Pátrio
Capítulo V ........................................... 180 Poder Poder Familiar .......................... 186
Da Remissão ...................................... 180 Seção III.............................................. 187
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Da Destituição da Tutela..................... 187
Responsável ....................................... 181 Seção IV ............................................. 187
Título V ............................................... 181 Da Colocação em Família Substituta .. 187
Do Conselho Tutelar ........................... 181 Seção V .............................................. 189
Capítulo I ............................................ 181 Da Apuração de Ato Infracional Atribuído
Disposições Gerais ............................. 181 a Adolescente ..................................... 189
Capítulo II ........................................... 182 Seção V-A Da Infiltração de Agentes de
Das Atribuições do Conselho.............. 182 Polícia para a Investigação de Crimes
contra a Dignidade Sexual de Criança e
Capítulo III .......................................... 182 de Adolescente” .................................. 192
Da Competência ................................. 182 Seção VI ............................................. 193
Capítulo IV .......................................... 182 Da Apuração de Irregularidades em
Da Escolha dos Conselheiros ............. 182 Entidade de Atendimento.................... 193
Capítulo V ........................................... 183 Seção VII ............................................ 193
Dos Impedimentos .............................. 183 Da Apuração de Infração Administrativa
Título VI .............................................. 183 às Normas de Proteção à Criança e ao
Adolescente ........................................ 193
Do Acesso à Justiça ........................... 183
Seção VIII Da Habilitação de
Capítulo I ............................................ 183
Pretendentes à Adoção ...................... 194
Disposições Gerais ............................. 183
Capítulo IV .......................................... 195
Capítulo II ........................................... 183
Dos Recursos ..................................... 195
Da Justiça da Infância e da Juventude
Capítulo V ........................................... 196
............................................................ 183
Do Ministério Público .......................... 196
Seção I................................................ 183
Capítulo VI .......................................... 198
Disposições Gerais ............................. 183
Do Advogado ...................................... 198
Seção II............................................... 184
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
Capítulo VII ......................................... 198 DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS
Da Proteção Judicial dos Interesses SOBRE DROGAS ............................... 214
Individuais, Difusos e Coletivos .......... 198 Seção I................................................ 214
Título VII ............................................. 201 Do Plano Nacional de Políticas sobre
Dos Crimes e Das Infrações Drogas ................................................ 214
Administrativas ................................... 201 Seção II............................................... 214
Capítulo I ............................................ 201 Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
Dos Crimes ......................................... 201 ............................................................ 214

Seção I................................................ 201 Seção III.............................................. 215

Disposições Gerais ............................. 201 Dos Membros dos Conselhos de Políticas


sobre Drogas ...................................... 215
Seção II............................................... 201
CAPÍTULO IV ..................................... 215
Dos Crimes em Espécie ..................... 201
DO ACOMPANHAMENTO E DA
Capítulo II ........................................... 204 AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE
Das Infrações Administrativas ............ 204 DROGAS ............................................ 215
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE TÍTULO III ........................................... 215
1997. ............................................... 210 DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
2006 ................................................ 211 REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS
TÍTULO I ............................................. 211 E DEPENDENTES DE DROGAS ....... 215

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ....... 211 CAPÍTULO I ........................................ 215

CAPÍTULO I ........................................ 212 DA PREVENÇÃO ............................... 215

DOS PRINCÍPIOS E DOS Seção I................................................ 215


OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL Das Diretrizes ..................................... 215
DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE Seção II............................................... 216
DROGAS ............................................ 212
Da Semana Nacional de Políticas Sobre
CAPÍTULO II ....................................... 213 Drogas ................................................ 216
DO SISTEMA NACIONAL DE CAPÍTULO II ....................................... 216
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS ............................................ 213 DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS
Seção I................................................ 213 O U DEPENDENTES DE DROGAS ... 216
Da Composição do Sistema Nacional de CAPÍTULO II ....................................... 216
Políticas Públicas sobre Drogas ......... 213
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO,
Seção II............................................... 213 TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE
Das Competências ............................. 213 REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
CAPÍTULO II-A ................................... 214 DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE
DROGAS ............................................ 216
Seção I................................................ 216
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
Disposições Gerais ............................. 216 TÍTULO V............................................ 231
Seção II............................................... 217 DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Da Educação na Reinserção Social e ............................................................ 231
Econômica .......................................... 217 TÍTULO V-A ........................................ 232
Seção III.............................................. 217 DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS
Do Trabalho na Reinserção Social e SOBRE DROGAS ............................... 232
Econômica .......................................... 217 TÍTULO VI........................................... 232
Seção IV ............................................. 217 DISPOSIÇÕES FINAIS E
Do Tratamento do Usuário ou TRANSITÓRIAS ................................. 232
Dependente de Drogas ....................... 217 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ............. 234
Seção V .............................................. 219 LEI 034 ............................................ 234
Do Plano Individual de Atendimento ... 219 LEI Nº 038/92 .................................. 234
Seção VI ............................................. 220 TÍTULO I ............................................. 234
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 220 DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 234
Do Acolhimento em Comunidade CAPÍTULO I DO REGIME JURÍDICO. 234
Terapêutica Acolhedora ...................... 220 DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 234
CAPÍTULO III ...................................... 220 SEÇÃO II ............................................ 235
DOS CRIMES E DAS PENAS ............ 220 DA NOMEAÇÃO ................................. 235
TÍTULO IV........................................... 221 SEÇÃO III ........................................... 235
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO DO CONCURSO PÚBLICO ................ 235
AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO
DE DROGAS ...................................... 221 SEÇÃO IV ........................................... 236

CAPÍTULO I ........................................ 221 DA POSSE E DO EXERCÍCIO ........... 236

DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 221 SEÇÃO V ............................................ 236

CAPÍTULO II ....................................... 221 DA ESTABILIDADE ............................ 236

DOS CRIMES ..................................... 221 SEÇÃO VI ........................................... 237

CAPÍTULO III ...................................... 224 DA READAPTAÇÃO ........................... 237

DO PROCEDIMENTO PENAL ........... 224 SEÇÃO VII .......................................... 237

Seção I................................................ 225 DA REVERSÃO .................................. 237

Da Investigação .................................. 225 SEÇÃO VIII ......................................... 237

Seção II............................................... 226 DO ESTÁGIO PROBATÓRIO ............. 237

Da Instrução Criminal ......................... 226 SEÇÃO IX ........................................... 238

CAPÍTULO IV ..................................... 227 DA REINTEGRAÇÃO ......................... 238


CAPÍTULO III ...................................... 238
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E
DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO DO TEMPO DE SERVIÇO.................. 238
............................................................ 227 CAPÍTULO IV ..................................... 238
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CPF: 036.489.04361
DA VACÂNCIA ................................... 238 DOS ADICIONAIS DE
CAPÍTULO V ...................................... 239 INSALUBRIDADES PERICULOSIDADE
OU PENOSIDADE .............................. 243
DA DISPONIBILIDADE E DO
APROVEITAMENTO .......................... 239 SUBSEÇÃO V .................................... 244

CAPÍTULO VI ..................................... 239 DO ADICIONAL POR SERVIÇO


EXTRAORDINÁRIO............................ 244
DA SUBSTITUIÇÃO ........................... 239
SUBSEÇÃO VI ................................... 244
TÍTULO II ............................................ 239
DO ADICIONAL NOTURNO ............... 244
DOS DIREITOS E VANTAGENS ........ 239
SUBSEÇÃO VII .................................. 244
CAPÍTULO I ........................................ 239
DO ABONO FAMILIAR ....................... 244
DO VENCIMENTO E DA
REMUNERAÇÃO ............................... 239 CAPÍTULO IV ..................................... 245

CAPÍTULO II ....................................... 240 DAS LICENÇAS ................................. 245

DOS BENEFÍCIOS ............................. 240 SEÇÃO I ............................................. 245

SEÇÃO ÚNICA ................................... 240 DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 245

DA APOSENTADORIA ....................... 240 SEÇÃO II ............................................ 245

CAPÍTULO III ...................................... 241 DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE


SAÚDE ............................................... 245
DAS VANTAGENS ............................. 241
SEÇÃO III ........................................... 246
SEÇÃO I ............................................. 241
DA LICENÇA À GESTANTE
DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 241 `ADOTANTE E DA LICENÇA –
SEÇÃO II ............................................ 242 PATERNIDADE .................................. 246
DA AJUDA DE CUSTO....................... 242 SEÇÃO IV ........................................... 246
SEÇÃO III ........................................... 242 DA LICENÇA POR ACIDENTE EM
DAS DIÁRIAS ..................................... 242 SERVIÇO............................................ 246

SEÇÃO IV ........................................... 242 SEÇÃO V ............................................ 247

DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS DA LICENÇA POR MOTIVO DE


............................................................ 242 DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA.. 247

SUBSEÇÃO I ...................................... 242 SEÇÃO VI ........................................... 247

DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO ..... 242 DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR


............................................................ 247
SUBSEÇÃO II ..................................... 243
SEÇÃO VII .......................................... 247
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA ........ 243
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE
SUBSEÇÃO III .................................... 243
POLÍTICA ........................................... 247
DO ADICIONAL POR TEMPO DE
SEÇÃO VIII ......................................... 247
SERVIÇO............................................ 243
DA LICENÇA PARA TRATAR DE
SUBSEÇÃO IV ................................... 243
INTERESSES PARTICULARES ......... 247

Talvanes Alves Monteiro


CPF: 036.489.04361
SEÇÃO IX ........................................... 247 SEÇÃO III ........................................... 255
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DO PROCESSO DISCIPLINAR .......... 255
DE MANDATO CLASSISTA ............... 247 SUBSEÇÃO I ...................................... 255
SEÇÃO X ............................................ 248 DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 255
DA LICENÇA-PREMIO ....................... 248 SUBSEÇÃO III .................................... 257
CAPÍTULO V ...................................... 248 DO JULGAMENTO ............................. 257
DAS FÉRIAS ...................................... 248 SUBSEÇÃO IV ................................... 258
CAPÍTULO VI ..................................... 249 DA REVISÃO DO PROCESSO .......... 258
DAS CONCESSÕES .......................... 249 TÍTULO IV........................................... 259
CAPÍTULO VII .................................... 249 DISPOSIÇÕES FINAIS....................... 259
DO EXERCÍCIO DE MANDATO CAPÍTULO I ........................................ 259
ELETIVO............................................. 249
DISPOCIÇÕES GERAIS .................... 259
CAPÍTULO VIII ................................... 249
CAPÍTULO II ....................................... 260
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE ............. 249
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS ........ 260
CAPÍTULO IX ..................................... 250
LEI N.092 de 16 de janeiro de 1997 260
DO DIREITO DE PETIÇÃO ................ 250
Anexo Único do Decreto nº 850 de 29
TÍTULO III ........................................... 251 de maio de 2006 ............................. 262
DO REGIME DISCIPLINAR ................ 251 TÍTULO I ............................................. 262
CAPÍTULO I ........................................ 251 DAS DISPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS
DO DEVERES .................................... 251 GERAIS .............................................. 262
SEÇÃO I ............................................. 251 TÍTULO II ............................................ 264
DAS PROIBIÇÕES ............................. 251 DOS VALORES E DEVERES
SEÇÃO II ............................................ 252 DO GUARDAMUNICIPAL................... 264

DA ACUMULAÇÃO............................. 252 TÍTULO III ........................................... 265

SEÇÃO III ........................................... 252 DAS TRANSGRESSÕES E DAS


PENALIDADESDISCIPLINARES ....... 265
DA RESPONSABILIDADES ............... 252
TÍTULO III -
SEÇÃO IV ........................................... 253 DO JULGAMENTO EAPLICAÇÃO DA
DA PENALIDADES ............................. 253 PENA .................................................. 269
CAPÍTULO II ....................................... 255 TÍTULO IV........................................... 270
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO .. 255 DA ESCALA E CLASSIFICAÇÃO
SEÇÃO I ............................................. 255 DOCOMPORTAMENTO ..................... 270

DISPOSIÇÕES GERAIS..................... 255 TÍTULO V............................................ 270

SEÇÃO II ............................................ 255 DOS RECURSOS DISCIPLINARES .. 270

DO AFASTAMENTO PREVENTIVO... 255 TÍTULO VI........................................... 271

Talvanes Alves Monteiro


CPF: 036.489.04361
DASRECOMPENSAS......................... 271 DA JORNADA DE TRABALHO .......... 278
TÍTULO VII.......................................... 272 CAPÍTULO II ....................................... 278
DA CORREGEDORIA ........................ 272 DA PROGRESSÃO NA CARREIRA EM
TÍTULO VIII......................................... 272 CADA CÍRCULO ................................. 278

DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS ....... 272 CAPÍTULO III ...................................... 281

LEI COMPLEMENTAR 818 ............. 272 DA PROGRESSÃO NA CARREIRA DE


UM CÍRCULO PARA OUTRO ............ 281
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I ........................................ 272 CAPÍTULO IV ..................................... 281

DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL ........ 272 DA GRATIFICAÇÃO POR


CAPACITAÇÃO ESPECIAL ................ 281
CAPÍTULO II ....................................... 274
CAPÍTULO V ...................................... 282
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL ........ 274 DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
PARA FINS DE PROGRESSÃO ........ 282
CAPÍTULO III ...................................... 275
CAPÍTULO VI ..................................... 283
DA ATUAÇÃO E COLABORAÇÃO
COM OUTRAS ORGANIZAÇÕES ...... 275 DO ENQUADRAMENTO DOS ATUAIS
OCUPANTES DE CARGOS EFETIVOS
TÍTULO II ............................................ 275 ............................................................ 283
DO PROVIMENTO DOS CARGOS E CAPÍTULO VII .................................... 284
FORMAÇÃO DO EFETIVO MUNICIPAL
CAPÍTULO I ........................................ 275 DA REMUNERAÇÃO E DOS
ADICIONAIS ....................................... 284
DO PROVIMENTO DOS CARGOS .... 275
TÍTULO VI........................................... 284
CAPÍTULO II ....................................... 276
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS .............. 284
DAFORMAÇÃO .................................. 276
LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE
TÍTULO III ........................................... 277 2014. ............................................... 285
DOS ATRIBUTOS E DA ÉTICA .......... 277 CAPÍTULO I ........................................ 285
CAPÍTULO I ........................................ 277 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ....... 285
DOS ATRIBUTOS .............................. 277 CAPÍTULO II ....................................... 285
CAPÍTULO II ....................................... 277 DOS PRINCÍPIOS .............................. 285
DA ÉTICA ........................................... 277 CAPÍTULO III ...................................... 285
TÍTULO IV........................................... 278 DAS COMPETÉNCIAS ....................... 285
DOS UNIFORMES, DISTINTIVOS, CAPÍTULO IV ..................................... 287
EMBLEMAS E INSÍGNIAS ................. 278
DA CRIAÇÃO ..................................... 287
TÍTULO V............................................ 278
CAPÍTULO V ...................................... 287
DA CARREIRA, REMUNERAÇÃO E
ADICIONAIS ....................................... 278 DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
............................................................ 287
CAPÍTULO I ........................................ 278
CAPÍTULO VI ..................................... 287
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DA CAPACITAÇÃO ............................ 287
CAPÍTULO VII .................................... 288
DO CONTROLE ................................. 288
CAPÍTULO VIII ................................... 288
DAS PRERROGATIVAS..................... 288
CAPÍTULO IX ..................................... 289
DAS VEDAÇÕES ............................... 289
CAPÍTULO X ...................................... 289
DA REPRESENTATIVIDADE ............. 289
CAPÍTULO XI ..................................... 289
DISPOSIÇÕES DIVERSAS E
TRANSITÓRIAS ................................. 289

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DIREITO CONSTITUCIONAL IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS VI - defesa da paz;

Art. 1º A República Federativa do Brasil, VII - solução pacífica dos conflitos;


formada pela união indissolúvel dos VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado IX - cooperação entre os povos para o
Democrático de Direito e tem como progresso da humanidade;
fundamentos: X - concessão de asilo político.
I - a soberania; Parágrafo único. A República Federativa
II - a cidadania; do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da
III - a dignidade da pessoa humana; América Latina, visando à formação de
IV - os valores sociais do trabalho e da uma comunidade latino-americana de
livre iniciativa; nações.
TÍTULO II
V - o pluralismo político.
DOS DIREITOS E GARANTIAS
Parágrafo único. Todo o poder emana do FUNDAMENTAIS
povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, CAPÍTULO I
nos termos desta Constituição. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
Art.2ºSão Poderes da União E COLETIVOS
independentes e harmônicos entre si, o Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
Legislativo o Executivo e o Judiciário. distinção de qualquer natureza,
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais garantindo-se aos brasileiros e aos
da República Federativa do Brasil: estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
I - construir uma sociedade livre, justa e liberdade, à igualdade, à segurança e à
solidária; propriedade, nos termos seguintes:
II - garantir o desenvolvimento nacional; I - homens e mulheres são iguais em
III - erradicar a pobreza e a marginalização direitos e obrigações, nos termos desta
e reduzir as desigualdades sociais e Constituição;
regionais; II - ninguém será obrigado a fazer ou
IV - promover o bem de todos, sem deixar de fazer alguma coisa senão em
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, virtude de lei;
idade e quaisquer outras formas de III - ninguém será submetido a tortura nem
discriminação. a tratamento desumano ou degradante;
Art. 4º A República Federativa do Brasil IV - é livre a manifestação do pensamento,
rege-se nas suas relações internacionais sendo vedado o anonimato;
pelos seguintes princípios:
V - é assegurado o direito de resposta,
I - independência nacional; proporcional ao agravo, além da
II - prevalência dos direitos humanos; indenização por dano material, moral ou à
imagem;
III - autodeterminação dos povos;

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VI - é inviolável a liberdade de consciência XV - é livre a locomoção no território
e de crença, sendo assegurado o livre nacional em tempo de paz, podendo
exercício dos cultos religiosos e garantida, qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
na forma da lei, a proteção aos locais de entrar, permanecer ou dele sair com seus
culto e a suas liturgias; bens;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a XVI - todos podem reunir-se
prestação de assistência religiosa nas pacificamente, sem armas, em locais
entidades civis e militares de internação abertos ao público, independentemente
coletiva; de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada
VIII - ninguém será privado de direitos por
para o mesmo local, sendo apenas exigido
motivo de crença religiosa ou de
prévio aviso à autoridade competente;
convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal XVII - é plena a liberdade de associação
a todos imposta e recusar-se a cumprir para fins lícitos, vedada a de caráter
prestação alternativa, fixada em lei; paramilitar;
IX - é livre a expressão da atividade XVIII - a criação de associações e, na
intelectual, artística, científica e de forma da lei, a de cooperativas
comunicação, independentemente de independem de autorização, sendo
censura ou licença; vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
X - são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, XIX - as associações só poderão ser
assegurado o direito a indenização pelo compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
dano material ou moral decorrente de sua atividades suspensas por decisão judicial,
violação; exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem XX - ninguém poderá ser compelido a
consentimento do morador, salvo em caso associar-se ou a permanecer associado;
de flagrante delito ou desastre, ou para
XXI - as entidades associativas, quando
prestar socorro, ou, durante o dia, por
expressamente autorizadas, têm
determinação judicial;
legitimidade para representar seus filiados
XII - é inviolável o sigilo da judicial ou extrajudicialmente;
correspondência e das comunicações
XXII - é garantido o direito de propriedade;
telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no XXIII - a propriedade atenderá a sua
último caso, por ordem judicial, nas função social;
hipóteses e na forma que a lei estabelecer
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento
para fins de investigação criminal ou
para desapropriação por necessidade ou
instrução processual penal;
utilidade pública, ou por interesse social,
XIII - é livre o exercício de qualquer mediante justa e prévia indenização em
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as dinheiro, ressalvados os casos previstos
qualificações profissionais que a lei nesta Constituição;
estabelecer;
XXV - no caso de iminente perigo público,
XIV - é assegurado a todos o acesso à a autoridade competente poderá usar de
informação e resguardado o sigilo da propriedade particular, assegurada ao
fonte, quando necessário ao exercício proprietário indenização ulterior, se
profissional; houver dano;

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XXVI - a pequena propriedade rural, assim cujo sigilo seja imprescindível à
definida em lei, desde que trabalhada pela segurança da sociedade e do Estado
família, não será objeto de penhora para
XXXIV - são a todos assegurados,
pagamento de débitos decorrentes de sua
independentemente do pagamento de
atividade produtiva, dispondo a lei sobre
taxas:
os meios de financiar o seu
desenvolvimento; a) o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra
XXVII - aos autores pertence o direito
ilegalidade ou abuso de poder;
exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível b) a obtenção de certidões em repartições
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse
XXVIII - são assegurados, nos termos da
pessoal;
lei:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do
a) a proteção às participações individuais
Poder Judiciário lesão ou ameaça a
em obras coletivas e à reprodução da
direito;
imagem e voz humanas, inclusive nas
atividades desportivas; XXXVI - a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
b) o direito de fiscalização do
julgada;
aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de
criadores, aos intérpretes e às respectivas exceção;
representações sindicais e associativas;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do
XXIX - a lei assegurará aos autores de júri, com a organização que lhe der a lei,
inventos industriais privilégio temporário assegurados:
para sua utilização, bem como proteção
a) a plenitude de defesa;
às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a b) o sigilo das votações;
outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento c) a soberania dos veredictos;
tecnológico e econômico do País; d) a competência para o julgamento dos
XXX - é garantido o direito de herança; crimes dolosos contra a vida;

XXXI - a sucessão de bens de XXXIX - não há crime sem lei anterior que
estrangeiros situados no País será o defina, nem pena sem prévia cominação
regulada pela lei brasileira em benefício legal;
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para
sempre que não lhes seja mais favorável beneficiar o réu;
a lei pessoal do "de cujus";
XLI - a lei punirá qualquer discriminação
XXXII - o Estado promoverá, na forma da atentatória dos direitos e liberdades
lei, a defesa do consumidor; fundamentais;
XXXIII - todos têm direito a receber dos XLII - a prática do racismo constitui crime
órgãos públicos informações de seu inafiançável e imprescritível, sujeito à
interesse particular, ou de interesse pena de reclusão, nos termos da lei;
coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de XLIII - a lei considerará crimes
responsabilidade, ressalvadas aquelas inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito

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de entorpecentes e drogas afins, o LI - nenhum brasileiro será extraditado,
terrorismo e os definidos como crimes salvo o naturalizado, em caso de crime
hediondos, por eles respondendo os comum, praticado antes da naturalização,
mandantes, os executores e os que, ou de comprovado envolvimento em
podendo evitá-los, se omitirem; tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;
XLIV - constitui crime inafiançável e
imprescritível a ação de grupos armados, LII - não será concedida extradição de
civis ou militares, contra a ordem estrangeiro por crime político ou de
constitucional e o Estado Democrático; opinião;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa LIII - ninguém será processado nem
do condenado, podendo a obrigação de sentenciado senão pela autoridade
reparar o dano e a decretação do competente;
perdimento de bens ser, nos termos da lei,
LIV - ninguém será privado da liberdade
estendidas aos sucessores e contra eles
ou de seus bens sem o devido processo
executadas, até o limite do valor do
legal;
patrimônio transferido;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou
XLVI - a lei regulará a individualização da
administrativo, e aos acusados em geral
pena e adotará, entre outras, as
são assegurados o contraditório e ampla
seguintes:
defesa, com os meios e recursos a ela
a) privação ou restrição da liberdade; inerentes;
b) perda de bens; LVI - são inadmissíveis, no processo, as
provas obtidas por meios ilícitos;
c) multa;
LVII - ninguém será considerado culpado
d) prestação social alternativa;
até o trânsito em julgado de sentença
e) suspensão ou interdição de direitos; penal condenatória;
XLVII - não haverá penas: LVIII - o civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo
a) de morte, salvo em caso de guerra nas hipóteses previstas em lei;
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
LIX - será admitida ação privada nos
b) de caráter perpétuo; crimes de ação pública, se esta não for
c) de trabalhos forçados; intentada no prazo legal;
d) de banimento; LX - a lei só poderá restringir a publicidade
dos atos processuais quando a defesa da
e) cruéis; intimidade ou o interesse social o
XLVIII - a pena será cumprida em exigirem;
estabelecimentos distintos, de acordo LXI - ninguém será preso senão em
com a natureza do delito, a idade e o sexo flagrante delito ou por ordem escrita e
do apenado; fundamentada de autoridade judiciária
XLIX - é assegurado aos presos o respeito competente, salvo nos casos de
à integridade física e moral; transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
L - às presidiárias serão asseguradas
condições para que possam permanecer LXII - a prisão de qualquer pessoa e o
com seus filhos durante o período de local onde se encontre serão
amamentação; comunicados imediatamente ao juiz

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competente e à família do preso ou à das prerrogativas inerentes à
pessoa por ele indicada; nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXIII - o preso será informado de seus LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
direitos, entre os quais o de permanecer
a) para assegurar o conhecimento de
calado, sendo-lhe assegurada a
informações relativas à pessoa do
assistência da família e de advogado;
impetrante, constantes de registros ou
LXIV - o preso tem direito à identificação bancos de dados de entidades
dos responsáveis por sua prisão ou por governamentais ou de caráter público;
seu interrogatório policial;
b) para a retificação de dados, quando não
LXV - a prisão ilegal será imediatamente se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
relaxada pela autoridade judiciária; judicial ou administrativo;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima
nela mantido, quando a lei admitir a para propor ação popular que vise a
liberdade provisória, com ou sem fiança; anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à
LXVII - não haverá prisão civil por dívida,
moralidade administrativa, ao meio
salvo a do responsável pelo
ambiente e ao patrimônio histórico e
inadimplemento voluntário e inescusável
cultural, ficando o autor, salvo
de obrigação alimentícia e a do
comprovada má-fé, isento de custas
depositário infiel;
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-
LXXIV - o Estado prestará assistência
corpus" sempre que alguém sofrer ou se
jurídica integral e gratuita aos que
achar ameaçado de sofrer violência ou
comprovarem insuficiência de recursos;
coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder; LXXV - o Estado indenizará o condenado
por erro judiciário, assim como o que ficar
LXIX - conceder-se-á mandado de
preso além do tempo fixado na sentença;
segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por "habeas- LXXVI - são gratuitos para os
corpus" ou "habeas-data", quando o reconhecidamente pobres, na forma da
responsável pela ilegalidade ou abuso de lei:
poder for autoridade pública ou agente de
a) o registro civil de nascimento;
pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público; b) a certidão de óbito;
LXX - o mandado de segurança coletivo LXXVII - são gratuitas as ações
pode ser impetrado por: de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na
forma da lei, os atos necessários ao
a) partido político com representação no
exercício da cidadania.
Congresso Nacional;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
b) organização sindical, entidade de
administrativo, são assegurados a
classe ou associação legalmente
razoável duração do processo e os meios
constituída e em funcionamento há pelo
que garantam a celeridade de sua
menos um ano, em defesa dos interesses
tramitação.
de seus membros ou associados;
§ 1º As normas definidoras dos direitos e
LXXI - conceder-se-á mandado de
garantias fundamentais têm aplicação
injunção sempre que a falta de norma
imediata.
regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e
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§ 2º Os direitos e garantias expressos V - piso salarial proporcional à extensão e
nesta Constituição não excluem outros à complexidade do trabalho;
decorrentes do regime e dos princípios por
VI - irredutibilidade do salário, salvo o
ela adotados, ou dos tratados
disposto em convenção ou acordo
internacionais em que a República
coletivo;
Federativa do Brasil seja parte.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao
§ 3º Os tratados e convenções
mínimo, para os que percebem
internacionais sobre direitos humanos que
remuneração variável;
forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por VIII - décimo terceiro salário com base na
três quintos dos votos dos respectivos remuneração integral ou no valor da
membros, serão equivalentes às emendas aposentadoria;
constitucionais
IX - remuneração do trabalho noturno
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de superior à do diurno;
Tribunal Penal Internacional a cuja criação
X - proteção do salário na forma da lei,
tenha manifestado adesão
constituindo crime sua retenção dolosa;
CAPÍTULO II
XI - participação nos lucros, ou resultados,
DOS DIREITOS SOCIAIS desvinculada da remuneração, e,
Art. 6º São direitos sociais a educação, a excepcionalmente, participação na gestão
saúde, a alimentação, o trabalho, a da empresa, conforme definido em lei;
moradia, o transporte, o lazer, a XII - salário-família pago em razão do
segurança, a previdência social, a dependente do trabalhador de baixa renda
proteção à maternidade e à infância, a nos termos da lei;
assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. XIII - duração do trabalho normal não
superior a oito horas diárias e quarenta e
Art. 7º São direitos dos trabalhadores quatro semanais, facultada a
urbanos e rurais, além de outros que compensação de horários e a redução da
visem à melhoria de sua condição social: jornada, mediante acordo ou convenção
I - relação de emprego protegida contra coletiva de trabalho;
despedida arbitrária ou sem justa causa, XIV - jornada de seis horas para o trabalho
nos termos de lei complementar, que realizado em turnos ininterruptos de
preverá indenização compensatória, revezamento, salvo negociação coletiva;
dentre outros direitos;
XV - repouso semanal remunerado,
II - seguro-desemprego, em caso de preferencialmente aos domingos;
desemprego involuntário;
XVI - remuneração do serviço
III - fundo de garantia do tempo de serviço; extraordinário superior, no mínimo, em
IV - salário mínimo, fixado em lei, cinqüenta por cento à do normal
nacionalmente unificado, capaz de XVII - gozo de férias anuais remuneradas
atender a suas necessidades vitais com, pelo menos, um terço a mais do que
básicas e às de sua família com moradia, o salário normal;
alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do
previdência social, com reajustes emprego e do salário, com a duração de
periódicos que lhe preservem o poder cento e vinte dias;
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação XIX - licença-paternidade, nos termos
para qualquer fim; fixados em lei;
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XX - proteção do mercado de trabalho da XXXIII-proibição de trabalho noturno,
mulher, mediante incentivos específicos, perigoso ou insalubre a menores de
nos termos da lei; dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo
aprendiz, a partir de quatorze anos;
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei; XXXIV-igualdade de direitos entre o
trabalhador com vínculo empregatício
XXII - redução dos riscos inerentes ao
permanente e o trabalhador avulso
trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança; Parágrafo único. São assegurados à
categoria dos trabalhadores domésticos
XXIII - adicional de remuneração para as
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII,
atividades penosas, insalubres ou
VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
perigosas, na forma da lei;
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
XXIV - aposentadoria; atendidas as condições estabelecidas em
lei e observada a simplificação do
XXV - assistência gratuita aos filhos e cumprimento das obrigações tributárias,
dependentes desde o nascimento até 5 principais e acessórias, decorrentes da
(cinco) anos de idade em creches e pré- relação de trabalho e suas peculiaridades,
escolas; os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII,
XXVI-reconhecimento das convenções e XXV e XXVIII, bem como a sua integração
acordos coletivos de trabalho; à previdência social
XXVII-proteção em face da automação, na Art. 8º É livre a associação profissional ou
forma da lei; sindical, observado o seguinte:
XXVIII-seguro contra acidentes de I-a lei não poderá exigir autorização do
trabalho, a cargo do empregador, sem Estado para a fundação de sindicato,
excluir a indenização a que este está ressalvado o registro no órgão
obrigado, quando incorrer em dolo ou competente, vedadas ao Poder Público a
culpa; interferência e a intervenção na
organização sindical;
XXIX-ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com II-é vedada a criação de mais de uma
prazo prescricional de cinco anos para os organização sindical, em qualquer grau,
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite representativa de categoria profissional ou
de dois anos após a extinção do contrato econômica, na mesma base territorial, que
de trabalho; será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo
XXX-proibição de diferença de salários, ser inferior à área de um Município;
de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor III-ao sindicato cabe a defesa dos direitos
ou estado civil; e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais
XXXI-proibição de qualquer discriminação ou administrativas;
no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de IV-a assembléia geral fixará a contribuição
deficiência; que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha,
XXXII-proibição de distinção entre para custeio do sistema confederativo da
trabalho manual, técnico e intelectual ou representação sindical respectiva,
entre os profissionais respectivos; independentemente da contribuição
prevista em lei;
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V-ninguém será obrigado a filiar-se ou a I - natos:
manter-se filiado a sindicato;
a) os nascidos na República Federativa do
VI-é obrigatória a participação dos Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
sindicatos nas negociações coletivas de desde que estes não estejam a serviço de
trabalho; seu país;
VII-o aposentado filiado tem direito a votar b) os nascidos no estrangeiro, de pai
e ser votado nas organizações sindicais; brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da
VIII-é vedada a dispensa do empregado
República Federativa do Brasil;
sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou c) os nascidos no estrangeiro de pai
representação sindical e, se eleito, ainda brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
que suplente, até um ano após o final do sejam registrados em repartição brasileira
mandato, salvo se cometer falta grave nos competente ou venham a residir na
termos da lei. República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a
Parágrafo único. As disposições deste
maioridade, pela nacionalidade
artigo aplicam-se à organização de
brasileira;
sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que II - naturalizados:
a lei estabelecer.
a) os que, na forma da lei, adquiram a
Art.9º É assegurado o direito de greve, nacionalidade brasileira, exigidas aos
competindo aos trabalhadores decidir originários de países de língua portuguesa
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre apenas residência por um ano ininterrupto
os interesses que devam por meio dele e idoneidade moral;
defender.
b)os estrangeiros de qualquer
§1º A lei definirá os serviços ou atividades nacionalidade,residentes na República
essenciais e disporá sobre o atendimento Federativa do Brasil há mais de quinze
das necessidades inadiáveis da anos ininterruptos e sem condenação
comunidade. penal,desde que requeiram a
nacionalidade brasileira
§2º Os abusos cometidos sujeitam os
responsáveis às penas da lei. §1º Aos portugueses com residência
permanente no País, se houver
Art.10. É assegurada a participação dos
reciprocidade em favor de brasileiros,
trabalhadores e empregadores nos
serão atribuídos os direitos inerentes ao
colegiados dos órgãos públicos em que
brasileiro, salvo os casos previstos nesta
seus interesses profissionais ou
Constituição.
previdenciários sejam objeto de discussão
e deliberação. §2º A lei não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados,
Art.11. Nas empresas de mais de
salvo nos casos previstos nesta
duzentos empregados, é assegurada a
Constituição.
eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o §3º São privativos de brasileiro nato os
entendimento direto com os cargos:
empregadores.
I - de Presidente e Vice-Presidente da
CAPÍTULO III República;
DA NACIONALIDADE II - de Presidente da Câmara dos
Art.12. São brasileiros: Deputados;
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III - de Presidente do Senado Federal; a) os analfabetos;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal b) os maiores de setenta anos;
Federal;
c) os maiores de dezesseis e menores de
V - da carreira diplomática; dezoito anos.
VI - de oficial das Forças Armadas. §2º Não podem alistar-se como eleitores
os estrangeiros e, durante o período do
VII - de Ministro de Estado da Defesa
serviço militar obrigatório, os conscritos.
§4º - Será declarada a perda da
§3º São condições de elegibilidade, na
nacionalidade do brasileiro que:
forma da lei:
I - tiver cancelada sua naturalização, por
I - a nacionalidade brasileira;
sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos III - o alistamento eleitoral;
casos:
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
a) de reconhecimento de nacionalidade
V - a filiação partidária;
originária pela lei estrangeira
VI - a idade mínima de:
b) de imposição de naturalização, pela
norma estrangeira, ao brasileiro residente a) trinta e cinco anos para Presidente e
em estado estrangeiro, como condição Vice-Presidente da República e Senador;
para permanência em seu território ou
b) trinta anos para Governador e Vice-
para o exercício de direitos civis
Governador de Estado e do Distrito
Art.13. A língua portuguesa é o idioma Federal;
oficial da República Federativa do Brasil.
c) vinte e um anos para Deputado Federal,
§1º São símbolos da República Federativa Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o Vice-Prefeito e juiz de paz;
selo nacionais.
d) dezoito anos para Vereador.
§2º Os Estados, o Distrito Federal e os
§4º São inelegíveis os inalistáveis e os
Municípios poderão ter símbolos próprios.
analfabetos.
CAPÍTULO IV
§5º O Presidente da República, os
DOS DIREITOS POLÍTICOS Governadores de Estado e do Distrito
Art. 14. A soberania popular será exercida Federal, os Prefeitos e quem os houver
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e sucedido, ou substituído no curso dos
secreto, com valor igual para todos, e, nos mandatos poderão ser reeleitos para um
termos da lei, mediante: único período subsequente

I - plebiscito; §6º Para concorrerem a outros cargos, o


Presidente da República, os
II - referendo; Governadores de Estado e do Distrito
III - iniciativa popular. Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: antes do pleito.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito §7º São inelegíveis, no território de
anos; jurisdição do titular, o cônjuge e os
II - facultativos para: parentes consangüíneos ou afins, até o

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segundo grau ou por adoção, do ocorrerão durante as campanhas
Presidente da República, de Governador eleitorais, sem a utilização de propaganda
de Estado ou Território, do Distrito gratuita no rádio e na televisão.
Federal, de Prefeito ou de quem os haja
Art. 15. É vedada a cassação de direitos
substituído dentro dos seis meses
políticos, cuja perda ou suspensão só se
anteriores ao pleito, salvo se já titular de
dará nos casos de:
mandato eletivo e candidato à reeleição.
I - cancelamento da naturalização por
§8º O militar alistável é elegível, atendidas
sentença transitada em julgado;
as seguintes condições:
II - incapacidade civil absoluta;
I - se contar menos de dez anos de
serviço, deverá afastar-se da atividade; III - condenação criminal transitada em
julgado, enquanto durarem seus efeitos;
II - se contar mais de dez anos de serviço,
será agregado pela autoridade superior e, IV - recusa de cumprir obrigação a todos
se eleito, passará automaticamente, no imposta ou prestação alternativa, nos
ato da diplomação, para a inatividade. termos do art. 5º, VIII;
§9º Lei complementar estabelecerá outros V- improbidade administrativa, nos termos
casos de inelegibilidade e os prazos de do art. 37, § 4º.
sua cessação, a fim de proteger a
Art.16. A lei que alterar o processo
probidade administrativa, a moralidade
eleitoral entrará em vigor na data de sua
para exercício de mandato considerada
publicação, não se aplicando à eleição
vida pregressa do candidato, e a
que ocorra até um ano da data de sua
normalidade e legitimidade das eleições
vigência.
contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou CAPÍTULO V
emprego na administração direta ou
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
indireta.
Art.17. É livre a criação, fusão,
§10 - O mandato eletivo poderá ser
incorporação e extinção de partidos
impugnado ante a Justiça Eleitoral no
políticos, resguardados a soberania
prazo de quinze dias contados da
nacional, o regime democrático, o
diplomação, instruída a ação com provas
pluripartidarismo, os direitos fundamentais
de abuso do poder econômico, corrupção
da pessoa humana e observados os
ou fraude.
seguintes preceitos:
§11 - A ação de impugnação de mandato
I - caráter nacional;
tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se II - proibição de recebimento de recursos
temerária ou de manifesta má-fé. financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
§12. Serão realizadas concomitantemente
às eleições municipais as consultas III - prestação de contas à Justiça
populares sobre questões locais Eleitoral;
aprovadas pelas Câmaras Municipais e
IV - funcionamento parlamentar de acordo
encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90
com a lei.
(noventa) dias antes da data das eleições,
observados os limites operacionais §1º É assegurada aos partidos políticos
relativos ao número de quesitos. autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre
§13. As manifestações favoráveis e
escolha, formação e duração de seus
contrárias às questões submetidas às
órgãos permanentes e provisórios e sobre
consultas populares nos termos do § 12
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sua organização e funcionamento e para outras hipóteses de justa causa
adotar os critérios de escolha e o regime estabelecidas em lei, não computada, em
de suas coligações nas eleições qualquer caso, a migração de partido para
majoritárias, vedada a sua celebração nas fins de distribuição de recursos do fundo
eleições proporcionais, sem partidário ou de outros fundos públicos e
obrigatoriedade de vinculação entre as de acesso gratuito ao rádio e à televisão.
candidaturas em âmbito nacional,
TÍTULO III
estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
disciplina e fidelidade partidária. CAPÍTULO I
§2º Os partidos políticos, após adquirirem DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
personalidade jurídica, na forma da lei ADMINISTRATIVA
civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral. Art. 18. A organização político-
administrativa da República Federativa do
§3º Somente terão direito a recursos do Brasil compreende a União, os Estados, o
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio Distrito Federal e os Municípios, todos
e à televisão, na forma da lei, os partidos autônomos, nos termos desta
políticos que alternativamente: Constituição.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara §1º Brasília é a Capital Federal.
dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em §2º Os Territórios Federais integram a
pelo menos um terço das unidades da União, e sua criação, transformação em
Federação, com um mínimo de 2% (dois Estado ou reintegração ao Estado de
por cento) dos votos válidos em cada uma origem serão reguladas em lei
delas; ou complementar.

II - tiverem elegido pelo menos quinze §3º Os Estados podem incorporar-se


Deputados Federais distribuídos em pelo entre si, subdividir-se ou desmembrar-se
menos um terço das unidades da para se anexarem a outros, ou formarem
Federação. novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população
§4º É vedada a utilização pelos partidos diretamente interessada, através de
políticos de organização paramilitar. plebiscito, e do Congresso Nacional, por
§5º Ao eleito por partido que não lei complementar.
preencher os requisitos previstos no § 3º §4º A criação, a incorporação, a fusão e o
deste artigo é assegurado o mandato e desmembramento de Municípios, far-se-
facultada a filiação, sem perda do ão por lei estadual, dentro do período
mandato, a outro partido que os tenha determinado por Lei Complementar
atingido, não sendo essa filiação Federal, e dependerão de consulta prévia,
considerada para fins de distribuição dos mediante plebiscito, às populações dos
recursos do fundo partidário e de acesso Municípios envolvidos, após divulgação
gratuito ao tempo de rádio e de dos Estudos de Viabilidade Municipal,
televisão. apresentados e publicados na forma da
§6º Os Deputados Federais, os lei.
Deputados Estaduais, os Deputados Art.19. É vedado à União, aos Estados, ao
Distritais e os Vereadores que se Distrito Federal e aos Municípios:
desligarem do partido pelo qual tenham
sido eleitos perderão o mandato, salvo I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas,
nos casos de anuência do partido ou de subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou
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seus representantes relações de XI - as terras tradicionalmente ocupadas
dependência ou aliança, ressalvada, na pelos índios.
forma da lei, a colaboração de interesse
§1º É assegurada, nos termos da lei, à
público;
União, aos Estados, ao Distrito Federal e
II - recusar fé aos documentos públicos; aos Municípios a participação no
resultado da exploração de petróleo ou
III - criar distinções entre brasileiros ou
gás natural, de recursos hídricos para fins
preferências entre si.
de geração de energia elétrica e de outros
CAPÍTULO II recursos minerais no respectivo território,
DA UNIÃO
plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou
Art. 20. São bens da União: compensação financeira por essa
exploração.
I - os que atualmente lhe pertencem e os
que lhe vierem a ser atribuídos; §2º A faixa de até cento e cinqüenta
quilômetros de largura, ao longo das
II - as terras devolutas indispensáveis à
fronteiras terrestres, designada como
defesa das fronteiras, das fortificações e
faixa de fronteira, é considerada
construções militares, das vias federais de
fundamental para defesa do território
comunicação e à preservação ambiental,
nacional, e sua ocupação e utilização
definidas em lei;
serão reguladas em lei.
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de
Art. 21. Compete à União:
água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de I - manter relações com Estados
limites com outros países, ou se estendam estrangeiros e participar de organizações
a território estrangeiro ou dele provenham, internacionais;
bem como os terrenos marginais e as
praias fluviais; II - declarar a guerra e celebrar a paz;

IV-as ilhas fluviais e lacustres nas zonas III - assegurar a defesa nacional;
limítrofes com outros países; as praias IV - permitir, nos casos previstos em lei
marítimas; as ilhas oceânicas e as complementar, que forças estrangeiras
costeiras, excluídas, destas, as que transitem pelo território nacional ou nele
contenham a sede de Municípios, exceto permaneçam temporariamente;
aquelas áreas afetadas ao serviço público
e a unidade ambiental federal, e as V - decretar o estado de sítio, o estado de
referidas no art. 26, II; defesa e a intervenção federal;

V - os recursos naturais da plataforma VI - autorizar e fiscalizar a produção e o


continental e da zona econômica comércio de material bélico;
exclusiva; VII - emitir moeda;
VI - o mar territorial; VIII - administrar as reservas cambiais do
VII - os terrenos de marinha e seus País e fiscalizar as operações de natureza
acrescidos; financeira, especialmente as de crédito,
câmbio e capitalização, bem como as de
VIII - os potenciais de energia hidráulica; seguros e de previdência privada;
IX - os recursos minerais, inclusive os do IX - elaborar e executar planos nacionais
subsolo; e regionais de ordenação do território e de
X - as cavidades naturais subterrâneas e desenvolvimento econômico e social;
os sítios arqueológicos e pré-históricos;
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X - manter o serviço postal e o correio XVII - conceder anistia;
aéreo nacional;
XVIII - planejar e promover a defesa
XI - explorar, diretamente ou mediante permanente contra as calamidades
autorização, concessão ou permissão, os públicas, especialmente as secas e as
serviços de telecomunicações, nos termos inundações;
da lei, que disporá sobre a organização
XIX - instituir sistema nacional de
dos serviços, a criação de um órgão
gerenciamento de recursos hídricos e
regulador e outros aspectos institucionais
definir critérios de outorga de direitos de
XII - explorar, diretamente ou mediante seu uso;
autorização, concessão ou permissão:
XX - instituir diretrizes para o
a) os serviços de radiodifusão sonora, e desenvolvimento urbano, inclusive
de sons e imagens; habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
b) os serviços e instalações de energia
elétrica e o aproveitamento energético dos XXI - estabelecer princípios e diretrizes
cursos de água, em articulação com os para o sistema nacional de viação;
Estados onde se situam os potenciais
XXII - executar os serviços de polícia
hidroenergéticos;
marítima, aeroportuária e de fronteiras;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a
XXIII - explorar os serviços e instalações
infra-estrutura aeroportuária;
nucleares de qualquer natureza e exercer
d) os serviços de transporte ferroviário e monopólio estatal sobre a pesquisa, a
aquaviário entre portos brasileiros e lavra, o enriquecimento e
fronteiras nacionais, ou que transponham reprocessamento, a industrialização e o
os limites de Estado ou Território; comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes
e) os serviços de transporte rodoviário
princípios e condições:
interestadual e internacional de
passageiros; a) toda atividade nuclear em território
nacional somente será admitida para fins
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
pacíficos e mediante aprovação do
XIII - organizar e manter o Poder Congresso Nacional;
Judiciário, o Ministério Público do Distrito
b) sob regime de permissão, são
Federal e dos Territórios e a Defensoria
autorizadas a comercialização e a
Pública dos Territórios;
utilização de radioisótopos para a
XIV - organizar e manter a polícia civil, a pesquisa e usos médicos, agrícolas e
polícia penal, a polícia militar e o corpo de industriais;
bombeiros militar do Distrito Federal, bem
c) sob regime de permissão, são
como prestar assistência financeira ao
autorizadas a produção, comercialização
Distrito Federal para a execução de
e utilização de radioisótopos de meia-vida
serviços públicos, por meio de fundo
igual ou inferior a duas horas;
próprio;
d) a responsabilidade civil por danos
XV - organizar e manter os serviços
nucleares independe da existência de
oficiais de estatística, geografia, geologia
culpa;
e cartografia de âmbito nacional;
XXIV - organizar, manter e executar a
XVI - exercer a classificação, para efeito
inspeção do trabalho;
indicativo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão;

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XXV - estabelecer as áreas e as XVIII - sistema estatístico, sistema
condições para o exercício da atividade de cartográfico e de geologia nacionais;
garimpagem, em forma associativa.
XIX - sistemas de poupança, captação e
Art. 22. Compete privativamente à União garantia da poupança popular;
legislar sobre:
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
I - direito civil, comercial, penal,
XXI - normas gerais de organização,
processual, eleitoral, agrário, marítimo,
efetivos, material bélico, garantias,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
convocação, mobilização, inatividades e
II - desapropriação; pensões das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares;
III - requisições civis e militares, em caso
de iminente perigo e em tempo de guerra; XXII - competência da polícia federal e
das polícias rodoviária e ferroviária
IV - águas, energia, informática,
federais;
telecomunicações e radiodifusão;
XXIII - seguridade social;
V - serviço postal;
XXIV - diretrizes e bases da educação
VI - sistema monetário e de medidas,
nacional;
títulos e garantias dos metais;
XXV - registros públicos;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e
transferência de valores; XXVI - atividades nucleares de qualquer
natureza;
VIII - comércio exterior e interestadual;
XXVII - normas gerais de licitação e
IX - diretrizes da política nacional de
contratação, em todas as modalidades,
transportes;
para as administrações públicas diretas,
X - regime dos portos, navegação autárquicas e fundacionais da União,
lacustre, fluvial, marítima, aérea e Estados, Distrito Federal e Municípios,
aeroespacial; obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades
XI - trânsito e transporte; de economia mista, nos termos do art.
XII - jazidas, minas, outros recursos 173, § 1°, III;
minerais e metalurgia; XXVIII - defesa territorial, defesa
XIII - nacionalidade, cidadania e aeroespacial, defesa marítima, defesa
naturalização; civil e mobilização nacional;
XIV - populações indígenas; XXIX - propaganda comercial.
XV - emigração e imigração, entrada, Parágrafo único. Lei complementar
extradição e expulsão de estrangeiros; poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias
XVI - organização do sistema nacional de relacionadas neste artigo.
emprego e condições para o exercício de
profissões; Art. 23. É competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
XVII - organização judiciária, do Ministério Municípios:
Público do Distrito Federal e dos
Territórios e da Defensoria Pública dos I - zelar pela guarda da Constituição, das
Territórios, bem como organização leis e das instituições democráticas e
administrativa destes; conservar o patrimônio público;

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II - cuidar da saúde e assistência pública, I - direito tributário, financeiro,
da proteção e garantia das pessoas penitenciário, econômico e urbanístico
portadoras de deficiência;
II - orçamento;
III - proteger os documentos, as obras e
III - juntas comerciais;
outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens IV - custas dos serviços forenses;
naturais notáveis e os sítios
V - produção e consumo;
arqueológicos;
VI - florestas, caça, pesca, fauna,
IV - impedir a evasão, a destruição e a
conservação da natureza, defesa do solo
descaracterização de obras de arte e de
e dos recursos naturais, proteção do meio
outros bens de valor histórico, artístico ou
ambiente e controle da poluição;
cultural;
VII - proteção ao patrimônio histórico,
V - proporcionar os meios de acesso à
cultural, artístico, turístico e paisagístico;
cultura, à educação, à ciência, à
tecnologia, à pesquisa e à inovação; VIII - responsabilidade por dano ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e
VI - proteger o meio ambiente e combater
direitos de valor artístico, estético,
a poluição em qualquer de suas formas;
histórico, turístico e paisagístico;
VII - preservar as florestas, a fauna e a
IX - educação, cultura, ensino, desporto,
flora;
ciência, tecnologia, pesquisa,
VIII - fomentar a produção agropecuária e desenvolvimento e inovação;
organizar o abastecimento alimentar;
X - criação, funcionamento e processo do
IX - promover programas de construção juizado de pequenas causas;
de moradias e a melhoria das condições
XI - procedimentos em matéria
habitacionais e de saneamento básico
processual;
X - combater as causas da pobreza e os
XII - previdência social, proteção e defesa
fatores de marginalização, promovendo a
da saúde;
integração social dos setores
desfavorecidos; XIII - assistência jurídica e Defensoria
pública;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as
concessões de direitos de pesquisa e XIV - proteção e integração social das
exploração de recursos hídricos e pessoas portadoras de deficiência;
minerais em seus territórios;
XV - proteção à infância e à juventude;
XII - estabelecer e implantar política de
educação para a segurança do trânsito. XVI - organização, garantias, direitos e
deveres das polícias civis.
Parágrafo único. Leis complementares
fixarão normas para a cooperação entre a §1º No âmbito da legislação concorrente,
União e os Estados, o Distrito Federal e os a competência da União limitar-se-á a
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do estabelecer normas gerais.
desenvolvimento e do bem-estar em §2º A competência da União para legislar
âmbito nacional. sobre normas gerais não exclui a
Art. 24. Compete à União, aos Estados e competência suplementar dos
ao Distrito Federal legislar Estados.
concorrentemente sobre: §3º Inexistindo lei federal sobre normas
gerais, os Estados exercerão a

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competência legislativa plena, para triplo da representação do Estado na
atender a suas peculiaridades. Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de
§4º A superveniência de lei federal sobre
tantos quantos forem os Deputados
normas gerais suspende a eficácia da lei
Federais acima de doze.
estadual, no que lhe for contrário.
§1º Será de quatro anos o mandato dos
CAPÍTULO III
Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes
DOS ESTADOS FEDERADOS as regras desta Constituição sobre
Art. 25. Os Estados organizam-se e sistema eleitoral, inviolabilidade,
regem-se pelas Constituições e leis que imunidades, remuneração, perda de
adotarem, observados os princípios desta mandato, licença, impedimentos e
Constituição. incorporação às Forças Armadas.

§1º São reservadas aos Estados as §2º O subsídio dos Deputados Estaduais
competências que não lhes sejam será fixado por lei de iniciativa da
vedadas por esta Constituição. Assembléia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento
§2º Cabe aos Estados explorar daquele estabelecido, em espécie, para
diretamente, ou mediante concessão, os os Deputados Federais, observado o que
serviços locais de gás canalizado, na dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II,
forma da lei, vedada a edição de medida 153, III, e 153, § 2º, I
provisória para a sua
regulamentação. §3º Compete às Assembléias Legislativas
dispor sobre seu regimento interno, polícia
§3º Os Estados poderão, mediante lei e serviços administrativos de sua
complementar, instituir regiões secretaria, e prover os respectivos cargos.
metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por §4º A lei disporá sobre a iniciativa popular
agrupamentos de municípios limítrofes, no processo legislativo estadual.
para integrar a organização, o Art. 28. A eleição do Governador e do
planejamento e a execução de funções Vice-Governador de Estado, para
públicas de interesse comum. mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos no primeiro domingo de outubro, em
Estados: primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do
I - as águas superficiais ou subterrâneas, ano anterior ao do término do mandato de
fluentes, emergentes e em depósito, seus antecessores, e a posse ocorrerá em
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, 6 de janeiro do ano subsequente,
as decorrentes de obras da União; observado, quanto ao mais, o disposto no
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e §1º Perderá o mandato o Governador que
costeiras, que estiverem no seu domínio, assumir outro cargo ou função na
excluídas aquelas sob domínio da União, administração pública direta ou indireta,
Municípios ou terceiros; ressalvada a posse em virtude de
concurso público e observado o disposto
III - as ilhas fluviais e lacustres não
no art. 38, I, IV e V.
pertencentes à União;
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-
IV - as terras devolutas não
Governador e dos Secretários de Estado
compreendidas entre as da União.
serão fixados por lei de iniciativa da
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa, observado o que
Assembléia Legislativa corresponderá ao
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dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, habitantes e de até 120.000 (cento e vinte
153, III, e 153, § 2º, I. mil) habitantes;
CAPÍTULO IV f) 19 (dezenove) Vereadores, nos
Dos Municípios Municípios de mais de 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes e de até 160.000
Art. 29. O Município reger-se-á por lei (cento sessenta mil) habitantes;
orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos
por dois terços dos membros da Câmara Municípios de mais de 160.000 (cento e
Municipal, que a promulgará, atendidos os sessenta mil) habitantes e de até 300.000
princípios estabelecidos nesta (trezentos mil) habitantes;
Constituição, na Constituição do h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos
respectivo Estado e os seguintes Municípios de mais de 300.000 (trezentos
preceitos: mil) habitantes e de até 450.000
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e (quatrocentos e cinquenta mil)
dos Vereadores, para mandato de quatro habitantes;
anos, mediante pleito direto e simultâneo i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos
realizado em todo o País; Municípios de mais de 450.000
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes
realizada no primeiro domingo de outubro e de até 600.000 (seiscentos mil)
do ano anterior ao término do mandato habitantes;
dos que devam suceder, aplicadas as j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos
regras do art. 77, no caso de Municípios Municípios de mais de 600.000
com mais de duzentos mil eleitores (seiscentos mil) habitantes e de até
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito 750.000 (setecentos cinquenta mil)
no dia 1º de janeiro do ano subseqüente habitantes;
ao da eleição; k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos
IV - para a composição das Câmaras Municípios de mais de 750.000
Municipais, será observado o limite (setecentos e cinquenta mil) habitantes e
máximo de: de até 900.000 (novecentos mil)
habitantes;
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios
de até 15.000 (quinze mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos
Municípios de mais de 900.000
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios (novecentos mil) habitantes e de até
de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos
com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes Municípios de mais de 1.050.000 (um
e de até 50.000 (cinquenta mil) milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
habitantes; 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos habitantes;
Municípios de mais de 50.000 (cinquenta n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos
mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta Municípios de mais de 1.200.000 (um
mil) habitantes; milhão e duzentos mil) habitantes e de até
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos 1.350.000 (um milhão e trezentos e
Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) cinquenta mil) habitantes;

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o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos observado o que dispõem os arts. 37, XI,
Municípios de 1.350.000 (um milhão e 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I
trezentos e cinquenta mil) habitantes e de
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado
até 1.500.000 (um milhão e quinhentos
pelas respectivas Câmaras Municipais em
mil) habitantes;
cada legislatura para a subseqüente,
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos observado o que dispõe esta Constituição,
Municípios de mais de 1.500.000 (um observados os critérios estabelecidos na
milhão e quinhentos mil) habitantes e de respectiva Lei Orgânica e os seguintes
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) limites máximos:
habitantes;
a) em Municípios de até dez mil
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos habitantes, o subsídio máximo dos
Municípios de mais de 1.800.000 (um Vereadores corresponderá a vinte por
milhão e oitocentos mil) habitantes e de cento do subsídio dos Deputados
até 2.400.000 (dois milhões e Estaduais;
quatrocentos mil) habitantes;
b) em Municípios de dez mil e um a
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos cinqüenta mil habitantes, o subsídio
Municípios de mais de 2.400.000 (dois máximo dos Vereadores corresponderá a
milhões e quatrocentos mil) habitantes e trinta por cento do subsídio dos
de até 3.000.000 (três milhões) de Deputados Estaduais;
habitantes;
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos cem mil habitantes, o subsídio máximo
Municípios de mais de 3.000.000 (três dos Vereadores corresponderá a quarenta
milhões) de habitantes e de até 4.000.000 por cento do subsídio dos Deputados
(quatro milhões) de habitantes; Estaduais;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos d) em Municípios de cem mil e um a
Municípios de mais de 4.000.000 (quatro trezentos mil habitantes, o subsídio
milhões) de habitantes e de até 5.000.000 máximo dos Vereadores corresponderá a
(cinco milhões) de habitantes; cinqüenta por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos
Municípios de mais de 5.000.000 (cinco e) em Municípios de trezentos mil e um a
milhões) de habitantes e de até 6.000.000 quinhentos mil habitantes, o subsídio
(seis milhões) de habitantes; máximo dos Vereadores corresponderá a
sessenta por cento do subsídio dos
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos
Deputados Estaduais;
Municípios de mais de 6.000.000 (seis
milhões) de habitantes e de até 7.000.000 f) em Municípios de mais de quinhentos
(sete milhões) de habitantes; mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a setenta e
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos
cinco por cento do subsídio dos
Municípios de mais de 7.000.000 (sete
Deputados Estaduais;
milhões) de habitantes e de até 8.000.000
(oito milhões) de habitantes; VII - o total da despesa com a
remuneração dos Vereadores não poderá
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos
ultrapassar o montante de cinco por cento
Municípios de mais de 8.000.000 (oito
da receita do Município;
milhões) de habitantes;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito
suas opiniões, palavras e votos no
e dos Secretários Municipais fixados por
lei de iniciativa da Câmara Municipal,
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exercício do mandato e na circunscrição entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
do Município; 3.000.000 (três milhões) de habitantes
IX - proibições e incompatibilidades, no V - 4% (quatro por cento) para Municípios
exercício da vereança, similares, no que com população entre 3.000.001 (três
couber, ao disposto nesta Constituição milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões)
para os membros do Congresso Nacional de habitantes;
e na Constituição do respectivo Estado
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por
para os membros da Assembléia
cento) para Municípios com população
Legislativa;
acima de 8.000.001 (oito milhões e um)
X - julgamento do Prefeito perante o habitantes.
Tribunal de Justiça;
§1 o A Câmara Municipal não gastará mais
XI - organização das funções legislativas de setenta por cento de sua receita com
e fiscalizadoras da Câmara Municipal; folha de pagamento, incluído o gasto com
o subsídio de seus Vereadores.
XII - cooperação das associações
representativas no planejamento §2 o Constitui crime de responsabilidade
municipal; do Prefeito Municipal
XIII - iniciativa popular de projetos de lei I - efetuar repasse que supere os limites
de interesse específico do Município, da definidos neste artigo;
cidade ou de bairros, através de
II - não enviar o repasse até o dia vinte de
manifestação de, pelo menos, cinco por
cada mês; ou
cento do eleitorado;
III - enviá-lo a menor em relação à
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos
proporção fixada na Lei
termos do
Orçamentária.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder
§3 o Constitui crime de responsabilidade
Legislativo Municipal, incluídos os
do Presidente da Câmara Municipal o
subsídios dos Vereadores e excluídos os
desrespeito ao § 1º deste artigo.
gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, Art. 30. Compete aos Municípios:
relativos ao somatório da receita tributária
I - legislar sobre assuntos de interesse
e das transferências previstas no § 5 o do
local;
art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício II - suplementar a legislação federal e a
anterior: estadual no que couber;
I - 7% (sete por cento) para Municípios III - instituir e arrecadar os tributos de sua
com população de até 100.000 (cem mil) competência, bem como aplicar suas
habitantes rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade
de prestar contas e publicar balancetes
II - 6% (seis por cento) para Municípios
nos prazos fixados em lei;
com população entre 100.000 (cem mil) e
300.000 (trezentos mil) habitantes; IV - criar, organizar e suprimir distritos,
observada a legislação estadual;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios
com população entre 300.001 (trezentos V - organizar e prestar, diretamente ou sob
mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) regime de concessão ou permissão, os
habitantes serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos
caráter essencial;
por cento) para Municípios com população
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VI - manter, com a cooperação técnica e CAPÍTULO V
financeira da União e do Estado, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
programas de educação infantil e de TERRITÓRIOS
ensino fundamental;
SEÇÃO I
VII - prestar, com a cooperação técnica e
financeira da União e do Estado, serviços DO DISTRITO FEDERAL
de atendimento à saúde da população; Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua
VIII - promover, no que couber, adequado divisão em Municípios, reger- se-á por lei
ordenamento territorial, mediante orgânica, votada em dois turnos com
planejamento e controle do uso, do interstício mínimo de dez dias, e aprovada
parcelamento e da ocupação do solo por dois terços da Câmara Legislativa, que
urbano; a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
IX - promover a proteção do patrimônio
histórico-cultural local, observada a §1º Ao Distrito Federal são atribuídas as
legislação e a ação fiscalizadora federal e competências legislativas reservadas aos
estadual. Estados e Municípios.

Art. 31. A fiscalização do Município será §2º A eleição do Governador e do Vice-


exercida pelo Poder Legislativo Municipal, Governador, observadas as regras do art.
mediante controle externo, e pelos 77, e dos Deputados Distritais coincidirá
sistemas de controle interno do Poder com a dos Governadores e Deputados
Executivo Municipal, na forma da lei. Estaduais, para mandato de igual
duração.
§1º O controle externo da Câmara
Municipal será exercido com o auxílio dos §3º Aos Deputados Distritais e à Câmara
Tribunais de Contas dos Estados ou do Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
Município ou dos Conselhos ou Tribunais §4º Lei federal disporá sobre a utilização,
de Contas dos Municípios, onde houver. pelo Governo do Distrito Federal, da
§2º O parecer prévio, emitido pelo órgão polícia civil, da polícia penal, da polícia
competente sobre as contas que o militar e do corpo de bombeiros
Prefeito deve anualmente prestar, só militar.
deixará de prevalecer por decisão de dois SEÇÃO II
terços dos membros da Câmara
DOS TERRITÓRIOS
Municipal.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização
§3º As contas dos Municípios ficarão,
administrativa e judiciária dos Territórios.
durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para §1º Os Territórios poderão ser divididos
exame e apreciação, o qual poderá em Municípios, aos quais se aplicará, no
questionar-lhes a legitimidade, nos termos que couber, o disposto no Capítulo IV
da lei. deste Título.
§4º É vedada a criação de Tribunais, §2º As contas do Governo do Território
Conselhos ou órgãos de Contas serão submetidas ao Congresso Nacional,
Municipais. com parecer prévio do Tribunal de Contas
da União.
§3º Nos Territórios Federais com mais de
cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição,
haverá órgãos judiciários de primeira e
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segunda instância, membros do Ministério Art. 35. O Estado não intervirá em seus
Público e defensores públicos federais; a Municípios, nem a União nos Municípios
lei disporá sobre as eleições para a localizados em Território Federal, exceto
Câmara Territorial e sua competência quando:
deliberativa.
I - deixar de ser paga, sem motivo de força
CAPÍTULO VI maior, por dois anos consecutivos, a
DA INTERVENÇÃO dívida fundada;

Art. 34. A União não intervirá nos Estados II - não forem prestadas contas devidas,
nem no Distrito Federal, exceto para: na forma da lei;

I - manter a integridade nacional; III - não tiver sido aplicado o mínimo


exigido da receita municipal na
II - repelir invasão estrangeira ou de uma manutenção e desenvolvimento do ensino
unidade da Federação em outra; e nas ações e serviços públicos de
III - pôr termo a grave comprometimento saúde;
da ordem pública; IV - o Tribunal de Justiça der provimento
IV - garantir o livre exercício de qualquer a representação para assegurar a
dos Poderes nas unidades da Federação; observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a
V - reorganizar as finanças da unidade da execução de lei, de ordem ou de decisão
Federação que: judicial.
a) suspender o pagamento da dívida Art. 36. A decretação da intervenção
fundada por mais de dois anos dependerá:
consecutivos, salvo motivo de força maior;
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do
b) deixar de entregar aos Municípios Poder Legislativo ou do Poder Executivo
receitas tributárias fixadas nesta coacto ou impedido, ou de requisição do
Constituição, dentro dos prazos Supremo Tribunal Federal, se a coação for
estabelecidos em lei; exercida contra o Poder Judiciário;
VI - prover a execução de lei federal, II - no caso de desobediência a ordem ou
ordem ou decisão judicial; decisão judiciária, de requisição do
Supremo Tribunal Federal, do Superior
VII - assegurar a observância dos
Tribunal de Justiça ou do Tribunal
seguintes princípios constitucionais:
Superior Eleitoral;
a) forma republicana, sistema
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal
representativo e regime democrático;
Federal, de representação do Procurador-
b) direitos da pessoa humana; Geral da República, na hipótese do art. 34,
VII, e no caso de recusa à execução de lei
c) autonomia municipal;
federal.
d) prestação de contas da administração
§1º O decreto de intervenção, que
pública, direta e indireta.
especificará a amplitude, o prazo e as
e) aplicação do mínimo exigido da receita condições de execução e que, se couber,
resultante de impostos estaduais, nomeará o interventor, será submetido à
compreendida a proveniente de apreciação do Congresso Nacional ou da
transferências, na manutenção e Assembléia Legislativa do Estado, no
desenvolvimento do ensino e nas ações e prazo de vinte e quatro horas.
serviços públicos de saúde.
§2º Se não estiver funcionando o
Congresso Nacional ou a Assembléia
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Legislativa, far-se-á convocação provas e títulos será convocado com
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e prioridade sobre novos concursados para
quatro horas. assumir cargo ou emprego, na carreira;
§3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do V - as funções de confiança, exercidas
art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo exclusivamente por servidores ocupantes
Congresso Nacional ou pela Assembléia de cargo efetivo, e os cargos em
Legislativa, o decreto limitar-se-á a comissão, a serem preenchidos por
suspender a execução do ato impugnado, servidores de carreira nos casos,
se essa medida bastar ao condições e percentuais mínimos
restabelecimento da normalidade. previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e
§4º Cessados os motivos da intervenção,
assessoramento;
as autoridades afastadas de seus cargos
a estes voltarão, salvo impedimento legal. VI - é garantido ao servidor público civil o
direito à livre associação sindical;
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VII - o direito de greve será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei
SEÇÃO I específica;
DISPOSIÇÕES GERAIS VIII - a lei reservará percentual dos cargos
e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os
Art. 37. A administração pública direta e critérios de sua admissão;
indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e IX - a lei estabelecerá os casos de
dos Municípios obedecerá aos princípios contratação por tempo determinado para
de legalidade, impessoalidade, atender a necessidade temporária de
moralidade, publicidade e eficiência e, excepcional interesse público
também, ao seguinte: X - a remuneração dos servidores públicos
I - os cargos, empregos e funções públicas e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
são acessíveis aos brasileiros que somente poderão ser fixados ou alterados
preencham os requisitos estabelecidos por lei específica, observada a iniciativa
em lei, assim como aos estrangeiros, na privativa em cada caso, assegurada
forma da lei; revisão geral anual, sempre na mesma
data e sem distinção de índices;
II - a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em XI - a remuneração e o subsídio dos
concurso público de provas ou de provas ocupantes de cargos, funções e empregos
e títulos, de acordo com a natureza e a públicos da administração direta,
complexidade do cargo ou emprego, na autárquica e fundacional, dos membros de
forma prevista em lei, ressalvadas as qualquer dos Poderes da União, dos
nomeações para cargo em comissão Estados, do Distrito Federal e dos
declarado em lei de livre nomeação e Municípios, dos detentores de mandato
exoneração; eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie
III - o prazo de validade do concurso remuneratória, percebidos,
público será de até dois anos, prorrogável cumulativamente ou não, incluídas as
uma vez, por igual período; vantagens pessoais ou de qualquer outra
IV - durante o prazo improrrogável previsto natureza, não poderão exceder o subsídio
no edital de convocação, aquele aprovado mensal, em espécie, dos Ministros do
em concurso público de provas ou de Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
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como limite, nos Municípios, o subsídio do XVII - a proibição de acumular estende-se
Prefeito, e nos Estados e no Distrito a empregos e funções e abrange
Federal, o subsídio mensal do autarquias, fundações, empresas
Governador no âmbito do Poder públicas, sociedades de economia mista,
Executivo, o subsídio dos Deputados suas subsidiárias, e sociedades
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder controladas, direta ou indiretamente, pelo
Legislativo e o subsídio dos poder público;
Desembargadores do Tribunal de Justiça,
XVIII - a administração fazendária e seus
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
servidores fiscais terão, dentro de suas
centésimos por cento do subsídio mensal,
áreas de competência e jurisdição,
em espécie, dos Ministros do Supremo
precedência sobre os demais setores
Tribunal Federal, no âmbito do Poder
administrativos, na forma da lei;
Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos XIX - somente por lei específica poderá
Procuradores e aos Defensores ser criada autarquia e autorizada a
Públicos; instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de
XII - os vencimentos dos cargos do Poder
fundação, cabendo à lei complementar,
Legislativo e do Poder Judiciário não
neste último caso, definir as áreas de sua
poderão ser superiores aos pagos pelo
atuação;
Poder Executivo;
XX - depende de autorização legislativa,
XIII - é vedada a vinculação ou
em cada caso, a criação de subsidiárias
equiparação de quaisquer espécies
das entidades mencionadas no inciso
remuneratórias para o efeito de
anterior, assim como a participação de
remuneração de pessoal do serviço
qualquer delas em empresa privada;
público;
XXI - ressalvados os casos especificados
XIV - os acréscimos pecuniários
na legislação, as obras, serviços, compras
percebidos por servidor público não serão
e alienações serão contratados mediante
computados nem acumulados para fins de
processo de licitação pública que
concessão de acréscimos ulteriores;
assegure igualdade de condições a todos
XV - o subsídio e os vencimentos dos os concorrentes, com cláusulas que
ocupantes de cargos e empregos públicos estabeleçam obrigações de pagamento,
são irredutíveis, ressalvado o disposto nos mantidas as condições efetivas da
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, proposta, nos termos da lei, o qual
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica
XVI - é vedada a acumulação remunerada
indispensáveis à garantia do cumprimento
de cargos públicos, exceto, quando
das obrigações. )
houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto XXII - as administrações tributárias da
no inciso XI: União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, atividades essenciais ao
a) a de dois cargos de professor;
funcionamento do Estado, exercidas por
b) a de um cargo de professor com outro servidores de carreiras específicas, terão
técnico ou científico; recursos prioritários para a realização de
suas atividades e atuarão de forma
c) a de dois cargos ou empregos privativos integrada, inclusive com o
de profissionais de saúde, com profissões compartilhamento de cadastros e de
regulamentadas; informações fiscais, na forma da lei ou
convênio.
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§1º A publicidade dos atos, programas, assegurado o direito de regresso contra o
obras, serviços e campanhas dos órgãos responsável nos casos de dolo ou culpa.
públicos deverá ter caráter educativo,
§7º A lei disporá sobre os requisitos e as
informativo ou de orientação social, dela
restrições ao ocupante de cargo ou
não podendo constar nomes, símbolos ou
emprego da administração direta e
imagens que caracterizem promoção
indireta que possibilite o acesso a
pessoal de autoridades ou servidores
informações privilegiadas.
públicos.
§8º A autonomia gerencial, orçamentária
§2º A não observância do disposto nos
e financeira dos órgãos e entidades da
incisos II e III implicará a nulidade do ato e
administração direta e indireta poderá ser
a punição da autoridade responsável, nos
ampliada mediante contrato, a ser firmado
termos da lei.
entre seus administradores e o poder
§3º A lei disciplinará as formas de público, que tenha por objeto a fixação de
participação do usuário na administração metas de desempenho para o órgão ou
pública direta e indireta, regulando entidade, cabendo à lei dispor sobre:
especialmente:
I - o prazo de duração do contrato;
I - as reclamações relativas à prestação
II - os controles e critérios de avaliação de
dos serviços públicos em geral,
desempenho, direitos, obrigações e
asseguradas a manutenção de serviços
responsabilidade dos dirigentes;
de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade III - a remuneração do pessoal.
dos serviços;
§9º O disposto no inciso XI aplica-se às
II - o acesso dos usuários a registros empresas públicas e às sociedades de
administrativos e a informações sobre economia mista, e suas subsidiárias, que
atos de governo, observado o disposto no receberem recursos da União, dos
art. 5º, X e XXXIII; Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas
III - a disciplina da representação contra o
de pessoal ou de custeio em geral.
exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na administração §10. É vedada a percepção simultânea de
pública. proventos de aposentadoria decorrentes
do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
§4º Os atos de improbidade administrativa
remuneração de cargo, emprego ou
importarão a suspensão dos direitos
função pública, ressalvados os cargos
políticos, a perda da função pública, a
acumuláveis na forma desta Constituição,
indisponibilidade dos bens e o
os cargos eletivos e os cargos em
ressarcimento ao erário, na forma e
comissão declarados em lei de livre
gradação previstas em lei, sem prejuízo
nomeação e exoneração
da ação penal cabível.
§11. Não serão computadas, para efeito
§5º A lei estabelecerá os prazos de
dos limites remuneratórios de que trata o
prescrição para ilícitos praticados por
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas
qualquer agente, servidor ou não, que
de caráter indenizatório previstas em
causem prejuízos ao erário, ressalvadas
lei.
as respectivas ações de ressarcimento.
§12. Para os fins do disposto no inciso XI
§6º As pessoas jurídicas de direito público
do caput deste artigo, fica facultado aos
e as de direito privado prestadoras de
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
serviços públicos responderão pelos
âmbito, mediante emenda às respectivas
danos que seus agentes, nessa
Constituições e Lei Orgânica, como limite
qualidade, causarem a terceiros,
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único, o subsídio mensal dos II - investido no mandato de Prefeito, será
Desembargadores do respectivo Tribunal afastado do cargo, emprego ou função,
de Justiça, limitado a noventa inteiros e sendo-lhe facultado optar pela sua
vinte e cinco centésimos por cento do remuneração;
subsídio mensal dos Ministros do
III - investido no mandato de Vereador,
Supremo Tribunal Federal, não se
havendo compatibilidade de horários,
aplicando o disposto neste parágrafo aos
perceberá as vantagens de seu cargo,
subsídios dos Deputados Estaduais e
emprego ou função, sem prejuízo da
Distritais e dos Vereadores.
remuneração do cargo eletivo, e, não
§13. O servidor público titular de cargo havendo compatibilidade, será aplicada a
efetivo poderá ser readaptado para norma do inciso anterior;
exercício de cargo cujas atribuições e
IV - em qualquer caso que exija o
responsabilidades sejam compatíveis com
afastamento para o exercício de mandato
a limitação que tenha sofrido em sua
eletivo, seu tempo de serviço será contado
capacidade física ou mental, enquanto
para todos os efeitos legais, exceto para
permanecer nesta condição, desde que
promoção por merecimento;
possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de V - na hipótese de ser segurado de regime
destino, mantida a remuneração do cargo próprio de previdência social,
de origem. permanecerá filiado a esse regime, no
ente federativo de origem.
§14. A aposentadoria concedida com a
utilização de tempo de contribuição SEÇÃO II
decorrente de cargo, emprego ou função DOS SERVIDORES PÚBLICOS
pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o Art. 39. A União, os Estados, o Distrito
rompimento do vínculo que gerou o Federal e os Municípios instituirão, no
referido tempo de contribuição. âmbito de sua competência, regime
jurídico único e planos de carreira para os
§15. É vedada a complementação de servidores da administração pública
aposentadorias de servidores públicos e direta, das autarquias e das fundações
de pensões por morte a seus dependentes públicas.
que não seja decorrente do disposto nos
§§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja Art. 39. A União, os Estados, o Distrito
prevista em lei que extinga regime próprio Federal e os Municípios instituirão
de previdência social. conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por
§16. Os órgãos e entidades da servidores designados pelos respectivos
administração pública, individual ou Poderes.
conjuntamente, devem realizar avaliação
das políticas públicas, inclusive com §1º A fixação dos padrões de vencimento
divulgação do objeto a ser avaliado e dos e dos demais componentes do sistema
resultados alcançados, na forma da lei. remuneratório observará:
Art.38.Ao servidor público da I - a natureza, o grau de responsabilidade
administração direta, autárquica e e a complexidade dos cargos
fundacional, no exercício de mandato componentes de cada carreira;
eletivo, aplicam-se as seguintes
II - os requisitos para a investidura
disposições:
III - as peculiaridades dos cargos
I - tratando-se de mandato eletivo federal,
estadual ou distrital, ficará afastado de seu §2º A União, os Estados e o Distrito
cargo, emprego ou função; Federal manterão escolas de governo
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para a formação e o aperfeiçoamento dos §9º É vedada a incorporação de
servidores públicos, constituindo-se a vantagens de caráter temporário ou
participação nos cursos um dos requisitos vinculadas ao exercício de função de
para a promoção na carreira, facultada, confiança ou de cargo em comissão à
para isso, a celebração de convênios ou remuneração do cargo efetivo
contratos entre os entes federados.
Art. 40. O regime próprio de previdência
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes social dos servidores titulares de cargos
de cargo público o disposto no art. 7º, IV, efetivos terá caráter contributivo e
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, solidário, mediante contribuição do
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei respectivo ente federativo, de servidores
estabelecer requisitos diferenciados de ativos, de aposentados e de pensionistas,
admissão quando a natureza do cargo o observados critérios que preservem o
exigir. equilíbrio financeiro e atuarial.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de § 1º O servidor abrangido por regime
mandato eletivo, os Ministros de Estado e próprio de previdência social será
os Secretários Estaduais e Municipais aposentado:
serão remunerados exclusivamente por
I - por incapacidade permanente para o
subsídio fixado em parcela única, vedado
trabalho, no cargo em que estiver
o acréscimo de qualquer gratificação,
investido, quando insuscetível de
adicional, abono, prêmio, verba de
readaptação, hipótese em que será
representação ou outra espécie
obrigatória a realização de avaliações
remuneratória, obedecido, em qualquer
periódicas para verificação da
caso, o disposto no art. 37, X e XI.
continuidade das condições que
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito ensejaram a concessão da aposentadoria,
Federal e dos Municípios poderá na forma de lei do respectivo ente
estabelecer a relação entre a maior e a federativo
menor remuneração dos servidores
II - compulsoriamente, com proventos
públicos, obedecido, em qualquer caso, o
proporcionais ao tempo de contribuição,
disposto no art. 37, XI.
aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75
§6º Os Poderes Executivo, Legislativo e (setenta e cinco) anos de idade, na forma
Judiciário publicarão anualmente os de lei complementar;
valores do subsídio e da remuneração dos
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta
cargos e empregos públicos.
e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
§7º Lei da União, dos Estados, do Distrito (sessenta e cinco) anos de idade, se
Federal e dos Municípios disciplinará a homem, e, no âmbito dos Estados, do
aplicação de recursos orçamentários Distrito Federal e dos Municípios, na idade
provenientes da economia com despesas mínima estabelecida mediante emenda às
correntes em cada órgão, autarquia e respectivas Constituições e Leis
fundação, para aplicação no Orgânicas, observados o tempo de
desenvolvimento de programas de contribuição e os demais requisitos
qualidade e produtividade, treinamento e estabelecidos em lei complementar do
desenvolvimento, modernização, respectivo ente federativo.
reaparelhamento e racionalização do
§2º Os proventos de aposentadoria não
serviço público, inclusive sob a forma de
poderão ser inferiores ao valor mínimo a
adicional ou prêmio de produtividade.
que se refere o § 2º do art. 201 ou
§8º A remuneração dos servidores superiores ao limite máximo estabelecido
públicos organizados em carreira poderá para o Regime Geral de Previdência
ser fixada nos termos do § 4º.
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Social, observado o disposto nos §§ 14 a §6ºRessalvadas as aposentadorias
16. decorrentes dos cargos acumuláveis na
forma desta Constituição, é vedada a
§3º As regras para cálculo de proventos
percepção de mais de uma aposentadoria
de aposentadoria serão disciplinadas em
à conta de regime próprio de previdência
lei do respectivo ente federativo.
social, aplicando-se outras vedações,
§4º É vedada a adoção de requisitos ou regras e condições para a acumulação de
critérios diferenciados para concessão de benefícios previdenciários estabelecidas
benefícios em regime próprio de no Regime Geral de Previdência Social
previdência social, ressalvado o disposto
§7º Observado o disposto no § 2º do art.
nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
201, quando se tratar da única fonte de
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei renda formal auferida pelo dependente, o
complementar do respectivo ente benefício de pensão por morte será
federativo idade e tempo de contribuição concedido nos termos de lei do respectivo
diferenciados para aposentadoria de ente federativo, a qual tratará de forma
servidores com deficiência, previamente diferenciada a hipótese de morte dos
submetidos a avaliação biopsicossocial servidores de que trata o § 4º-B
realizada por equipe multiprofissional e decorrente de agressão sofrida no
interdisciplinar. exercício ou em razão da função.
§4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei §8º É assegurado o reajustamento dos
complementar do respectivo ente benefícios para preservar-lhes, em caráter
federativo idade e tempo de contribuição permanente, o valor real, conforme
diferenciados para aposentadoria de critérios estabelecidos em lei.
ocupantes do cargo de agente
§9º O tempo de contribuição federal,
penitenciário, de agente socioeducativo
estadual, distrital ou municipal será
ou de policial dos órgãos de que tratam o
contado para fins de aposentadoria,
inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII
observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do
do caput do art. 52 e os incisos I a IV do
art. 201, e o tempo de serviço
caput do art. 144.
correspondente será contado para fins de
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei disponibilidade.
complementar do respectivo ente
§10 - A lei não poderá estabelecer
federativo idade e tempo de contribuição
qualquer forma de contagem de tempo de
diferenciados para aposentadoria de
contribuição fictício.
servidores cujas atividades sejam
exercidas com efetiva exposição a §11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37,
agentes químicos, físicos e biológicos XI, à soma total dos proventos de
prejudiciais à saúde, ou associação inatividade, inclusive quando decorrentes
desses agentes, vedada a caracterização da acumulação de cargos ou empregos
por categoria profissional ou públicos, bem como de outras atividades
ocupação. sujeitas a contribuição para o regime geral
de previdência social, e ao montante
§5º Os ocupantes do cargo de professor
resultante da adição de proventos de
terão idade mínima reduzida em 5 (cinco)
inatividade com remuneração de cargo
anos em relação às idades decorrentes da
acumulável na forma desta Constituição,
aplicação do disposto no inciso III do § 1º,
cargo em comissão declarado em lei de
desde que comprovem tempo de efetivo
livre nomeação e exoneração, e de cargo
exercício das funções de magistério na
eletivo.
educação infantil e no ensino fundamental
e médio fixado em lei complementar do §12. Além do disposto neste artigo, serão
respectivo ente federativo. observados, em regime próprio de
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previdência social, no que couber, os estabelecido para os servidores titulares
requisitos e critérios fixados para o de cargos efetivos.
Regime Geral de Previdência Social
§19. Observados critérios a serem
§13. Aplica-se ao agente público estabelecidos em lei do respectivo ente
ocupante, exclusivamente, de cargo em federativo, o servidor titular de cargo
comissão declarado em lei de livre efetivo que tenha completado as
nomeação e exoneração, de outro cargo exigências para a aposentadoria
temporário, inclusive mandato eletivo, ou voluntária e que opte por permanecer em
de emprego público, o Regime Geral de atividade poderá fazer jus a um abono de
Previdência Social. permanência equivalente, no máximo, ao
valor da sua contribuição previdenciária,
§14. A União, os Estados, o Distrito
até completar a idade para aposentadoria
Federal e os Municípios instituirão, por lei
compulsória.
de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência § 20. É vedada a existência de mais de um
complementar para servidores públicos regime próprio de previdência social e de
ocupantes de cargo efetivo, observado o mais de um órgão ou entidade gestora
limite máximo dos benefícios do Regime desse regime em cada ente federativo,
Geral de Previdência Social para o valor abrangidos todos os poderes, órgãos e
das aposentadorias e das pensões em entidades autárquicas e fundacionais, que
regime próprio de previdência social, serão responsáveis pelo seu
ressalvado o disposto no § 16. financiamento, observados os critérios, os
parâmetros e a natureza jurídica definidos
§15. O regime de previdência
na lei complementar de que trata o §
complementar de que trata o § 14
22.
oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, §22. Vedada a instituição de novos
observará o disposto no art. 202 e será regimes próprios de previdência social, lei
efetivado por intermédio de entidade complementar federal estabelecerá, para
fechada de previdência complementar ou os que já existam, normas gerais de
de entidade aberta de previdência organização, de funcionamento e de
complementar. responsabilidade em sua gestão,
dispondo, entre outros aspectos, sobre:
§16 - Somente mediante sua prévia e
expressa opção, o disposto nos § § 14 e I - requisitos para sua extinção e
15 poderá ser aplicado ao servidor que consequente migração para o Regime
tiver ingressado no serviço público até a Geral de Previdência Social;
data da publicação do ato de instituição do
II - modelo de arrecadação, de aplicação
correspondente regime de previdência
e de utilização dos recursos;
complementar.
III - fiscalização pela União e controle
§17. Todos os valores de remuneração
externo e social;
considerados para o cálculo do benefício
previsto no § 3° serão devidamente IV - definição de equilíbrio financeiro e
atualizados, na forma da lei. atuarial;
§18. Incidirá contribuição sobre os V - condições para instituição do fundo
proventos de aposentadorias e pensões com finalidade previdenciária de que trata
concedidas pelo regime de que trata este o art. 249 e para vinculação a ele dos
artigo que superem o limite máximo recursos provenientes de contribuições e
estabelecido para os benefícios do regime dos bens, direitos e ativos de qualquer
geral de previdência social de que trata o natureza;
art. 201, com percentual igual ao
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VI - mecanismos de equacionamento do §4º Como condição para a aquisição da
deficit atuarial; estabilidade, é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão
VII - estruturação do órgão ou entidade
instituída para essa finalidade.
gestora do regime, observados os
princípios relacionados com governança, SEÇÃO III
controle interno e transparência; DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO
VIII - condições e hipóteses para DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
responsabilização daqueles que Art. 42 Os membros das Polícias Militares
desempenhem atribuições relacionadas, e Corpos de Bombeiros Militares,
direta ou indiretamente, com a gestão do instituições organizadas com base na
regime; hierarquia e disciplina, são militares dos
IX - condições para adesão a consórcio Estados, do Distrito Federal e dos
público; Territórios.

X - parâmetros para apuração da base de §1º Aplicam-se aos militares dos Estados,
cálculo e definição de alíquota de do Distrito Federal e dos Territórios, além
contribuições ordinárias e extraordinárias. do que vier a ser fixado em lei, as
disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, §
Art. 41. São estáveis após três anos de 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
efetivo exercício os servidores nomeados estadual específica dispor sobre as
para cargo de provimento efetivo em matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo
virtude de concurso público. as patentes dos oficiais conferidas pelos
§ 1º O servidor público estável só perderá respectivos governadores.
o cargo: §2º Aos pensionistas dos militares dos
I - em virtude de sentença judicial Estados, do Distrito Federal e dos
transitada em julgado; Territórios aplica-se o que for fixado em lei
específica do respectivo ente estatal.
II - mediante processo administrativo em
que lhe seja assegurada ampla § 3º Aplica-se aos militares dos Estados,
defesa; do Distrito Federal e dos Territórios o
disposto no art. 37, inciso XVI, com
III - mediante procedimento de avaliação prevalência da atividade militar.
periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla SEÇÃO IV
defesa. DAS REGIÕES
§2º Invalidada por sentença judicial a Art. 43. Para efeitos administrativos, a
demissão do servidor estável, será ele União poderá articular sua ação em um
reintegrado, e o eventual ocupante da mesmo complexo geoeconômico e social,
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de visando a seu desenvolvimento e à
origem, sem direito a indenização, redução das desigualdades regionais.
aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração § 1º Lei complementar disporá sobre:
proporcional ao tempo de serviço. I - as condições para integração de
§3º Extinto o cargo ou declarada a sua regiões em desenvolvimento;
desnecessidade, o servidor estável ficará II - a composição dos organismos
em disponibilidade, com remuneração regionais que executarão, na forma da lei,
proporcional ao tempo de serviço, até seu os planos regionais, integrantes dos
adequado aproveitamento em outro cargo planos nacionais de desenvolvimento

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econômico e social, aprovados mantido pela União e estruturado em
juntamente com estes. carreira, destina-se a:
§2º.Os incentivos regionais I - apurar infrações penais contra a ordem
compreenderão, além de outros, na forma política e social ou em detrimento de bens,
da lei: serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e
públicas, assim como outras infrações
outros itens de custos e preços de
cuja prática tenha repercussão
responsabilidade do Poder Público;
interestadual ou internacional e exija
II - juros favorecidos para financiamento repressão uniforme, segundo se dispuser
de atividades prioritárias; em lei;
III - isenções, reduções ou diferimento II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
temporário de tributos federais devidos entorpecentes e drogas afins, o
por pessoas físicas ou jurídicas; contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros
IV - prioridade para o aproveitamento órgãos públicos nas respectivas áreas de
econômico e social dos rios e das massas competência;
de água represadas ou represáveis nas
regiões de baixa renda, sujeitas a secas III - exercer as funções de polícia
periódicas. marítima, aeroportuária e de
fronteiras;
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV,
a União incentivará a recuperação de IV - exercer, com exclusividade, as
terras áridas e cooperará com os funções de polícia judiciária da União.
pequenos e médios proprietários rurais
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão
para o estabelecimento, em suas glebas,
permanente, organizado e mantido pela
de fontes de água e de pequena irrigação.
União e estruturado em carreira, destina-
CAPÍTULO III se, na forma da lei, ao patrulhamento
DA SEGURANÇA PÚBLICA
ostensivo das rodovias federais. )

Art. 144. A segurança pública, dever do §3º A polícia ferroviária federal, órgão
Estado, direito e responsabilidade de permanente, organizado e mantido pela
todos, é exercida para a preservação da União e estruturado em carreira, destina-
ordem pública e da incolumidade das se, na forma da lei, ao patrulhamento
pessoas e do patrimônio, através dos ostensivo das ferrovias federais.
seguintes órgãos: §4º Às polícias civis, dirigidas por
I - polícia federal; delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da
II - polícia rodoviária federal; União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as
III - polícia ferroviária federal;
militares.
IV - polícias civis;
§5º Às polícias militares cabem a polícia
V - polícias militares e corpos de ostensiva e a preservação da ordem
bombeiros militares. pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas
VI - polícias penais federal, estaduais e
em lei, incumbe a execução de atividades
distrital.
de defesa civil.
§1º A polícia federal, instituída por lei
§5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao
como órgão permanente, organizado e
órgão administrador do sistema penal da
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unidade federativa a que pertencem, cabe
a segurança dos estabelecimentos
penais.
§6º As polícias militares e os corpos de
bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército subordinam-se,
juntamente com as polícias civis e as
polícias penais estaduais e distrital, aos
Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios.
§7º A lei disciplinará a organização e o
funcionamento dos órgãos responsáveis
pela segurança pública, de maneira a
garantir a eficiência de suas atividades.
§8º Os Municípios poderão constituir
guardas municipais destinadas à proteção
de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
§9º A remuneração dos servidores
policiais integrantes dos órgãos
relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39.
§10. A segurança viária, exercida para a
preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e
fiscalização de trânsito, além de outras
atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da
lei.

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PROCESSO PENAL III - colher todas as provas que servirem para
o esclarecimento do fato e suas
INQUÉRITO POLICIAL
circunstâncias;
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito IV - ouvir o ofendido;
policial será iniciado:
V - ouvir o indiciado, com observância, no que
I - de ofício; for aplicável, do disposto no Capítulo III do
II - mediante requisição da autoridade Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo
judiciária ou do Ministério Público, ou a termo ser assinado por duas testemunhas que
requerimento do ofendido ou de quem tiver Ihe tenham ouvido a leitura;
qualidade para representá-lo. VI - proceder a reconhecimento de pessoas e
o
§1 O requerimento a que se refere o n II o coisas e a acareações;
conterá sempre que possível: VII - determinar, se for caso, que se proceda
a) a narração do fato, com todas as a exame de corpo de delito e a quaisquer
circunstâncias; outras perícias;
b) a individualização do indiciado ou seus VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
sinais característicos e as razões de processo datiloscópico, se possível, e fazer
convicção ou de presunção de ser ele o autor juntar aos autos sua folha de antecedentes;
da infração, ou os motivos de impossibilidade IX - averiguar a vida pregressa do indiciado,
de o fazer; sob o ponto de vista individual, familiar e
c) a nomeação das testemunhas, com social, sua condição econômica, sua atitude e
indicação de sua profissão e residência. estado de ânimo antes e depois do crime e
durante ele, e quaisquer outros elementos que
§2o Do despacho que indeferir o requerimento contribuírem para a apreciação do seu
de abertura de inquérito caberá recurso para temperamento e caráter.
o chefe de Polícia.
X - colher informações sobre a existência de
§3o Qualquer pessoa do povo que tiver filhos, respectivas idades e se possuem
conhecimento da existência de infração penal alguma deficiência e o nome e o contato de
em que caiba ação pública poderá, eventual responsável pelos cuidados dos
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à filhos, indicado pela pessoa presa.
autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver
instaurar inquérito. a infração sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à
§4o O inquérito, nos crimes em que a ação reprodução simulada dos fatos, desde que
pública depender de representação, não esta não contrarie a moralidade ou a ordem
poderá sem ela ser iniciado. pública.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
policial somente poderá proceder a inquérito a observado o disposto no Capítulo II do Título
requerimento de quem tenha qualidade para IX deste Livro.
intentá-la.
o
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial
Art. 6 Logo que tiver conhecimento da prática serão, num só processado, reduzidas a
da infração penal, a autoridade policial escrito ou datilografadas e, neste caso,
deverá: rubricadas pela autoridade.
I - dirigir-se ao local, providenciando para que Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo
não se alterem o estado e conservação das de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
coisas, até a chegada dos peritos flagrante, ou estiver preso preventivamente,
criminais; contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
II - apreender os objetos que tiverem relação dia em que se executar a ordem de prisão, ou
com o fato, após liberados pelos peritos no prazo de 30 dias, quando estiver solto,
criminais; mediante fiança ou sem ela.

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§1o A autoridade fará minucioso relatório do de pessoas, o membro do Ministério Público
que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz ou o delegado de polícia poderão requisitar,
competente. mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações
§2o No relatório poderá a autoridade indicar e/ou telemática que disponibilizem
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, imediatamente os meios técnicos adequados
mencionando o lugar onde possam ser – como sinais, informações e outros – que
encontradas. permitam a localização da vítima ou dos
§3o Quando o fato for de difícil elucidação, e suspeitos do delito em curso.
o indiciado estiver solto, a autoridade poderá § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal
requerer ao juiz a devolução dos autos, para
significa posicionamento da estação de
ulteriores diligências, que serão realizadas no cobertura, setorização e intensidade de
prazo marcado pelo juiz. radiofrequência.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito. I - não permitirá acesso ao conteúdo da
comunicação de qualquer natureza, que
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a dependerá de autorização judicial, conforme
denúncia ou queixa, sempre que servir de disposto em lei
base a uma ou outra.
II - deverá ser fornecido pela prestadora de
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: telefonia móvel celular por período não
I - fornecer às autoridades judiciárias as superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma
informações necessárias à instrução e única vez, por igual período;
julgamento dos processos; III - para períodos superiores àquele de que
II - realizar as diligências requisitadas pelo trata o inciso II, será necessária a
juiz ou pelo Ministério Público; apresentação de ordem judicial.
III - cumprir os mandados de prisão expedidos §3o Na hipótese prevista neste artigo, o
pelas autoridades judiciárias; inquérito policial deverá ser instaurado no
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas,
IV - representar acerca da prisão preventiva. contado do registro da respectiva ocorrência
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. policial.
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. §4o Não havendo manifestação judicial no
159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de prazo de 12 (doze) horas, a autoridade
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. competente requisitará às empresas
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 prestadoras de serviço de telecomunicações
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o e/ou telemática que disponibilizem
membro do Ministério Público ou o delegado imediatamente os meios técnicos adequados
de polícia poderá requisitar, de quaisquer – como sinais, informações e outros – que
órgãos do poder público ou de empresas da permitam a localização da vítima ou dos
iniciativa privada, dados e informações suspeitos do delito em curso, com imediata
cadastrais da vítima ou de suspeitos. comunicação ao juiz.
Parágrafo único. A requisição, que será Art. 14. O ofendido, ou seu representante
atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
conterá: diligência, que será realizada, ou não, a juízo
I - o nome da autoridade requisitante; da autoridade.

II - o número do inquérito policial; e Art. 14-A. Nos casos em que servidores


vinculados às instituições dispostas no art.
III - a identificação da unidade de polícia 144 da Constituição Federal figurarem como
judiciária responsável pela investigação. investigados em inquéritos policiais, inquéritos
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à policiais militares e demais procedimentos
repressão dos crimes relacionados ao tráfico extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de

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fatos relacionados ao uso da força letal investigados digam respeito a missões para a
praticados no exercício profissional, de forma Garantia da Lei e da Ordem.
consumada ou tentada, incluindo as situações
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o nomeado curador pela autoridade policial.
indiciado poderá constituir defensor. Art. 16. O Ministério Público não poderá
§ 1º Para os casos previstos no caput deste requerer a devolução do inquérito à
artigo, o investigado deverá ser citado da autoridade policial, senão para novas
instauração do procedimento investigatório, diligências, imprescindíveis ao oferecimento
podendo constituir defensor no prazo de até da denúncia.
48 (quarenta e oito) horas a contar do Art. 17. A autoridade policial não poderá
recebimento da citação. mandar arquivar autos de inquérito.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento
artigo com ausência de nomeação de do inquérito pela autoridade judiciária, por
defensor pelo investigado, a autoridade falta de base para a denúncia, a autoridade
responsável pela investigação deverá intimar policial poderá proceder a novas pesquisas,
a instituição a que estava vinculado o se de outras provas tiver notícia.
investigado à época da ocorrência dos fatos,
para que essa, no prazo de 48 (quarenta e Art. 19. Nos crimes em que não couber ação
oito) horas, indique defensor para a pública, os autos do inquérito serão remetidos
representação do investigado. ao juízo competente, onde aguardarão a
iniciativa do ofendido ou de seu representante
§3º Havendo necessidade de indicação de legal, ou serão entregues ao requerente, se o
defensor nos termos do § 2º deste artigo, a pedir, mediante traslado.
defesa caberá preferencialmente à Defensoria
Pública, e, nos locais em que ela não estiver Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito
instalada, a União ou a Unidade da Federação o sigilo necessário à elucidação do fato ou
correspondente à respectiva competência exigido pelo interesse da sociedade.
territorial do procedimento instaurado deverá Parágrafo único. Nos atestados de
disponibilizar profissional para antecedentes que lhe forem solicitados, a
acompanhamento e realização de todos os autoridade policial não poderá mencionar
atos relacionados à defesa administrativa do quaisquer anotações referentes a instauração
investigado. de inquérito contra os requerentes.
§4º A indicação do profissional a que se refere Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
o § 3º deste artigo deverá ser precedida de dependerá sempre de despacho nos autos e
manifestação de que não existe defensor somente será permitida quando o interesse da
público lotado na área territorial onde tramita sociedade ou a conveniência da investigação
o inquérito e com atribuição para nele atuar, o exigir.
hipótese em que poderá ser indicado
profissional que não integre os quadros Parágrafo único. A incomunicabilidade, que
próprios da Administração. não excederá de três dias, será decretada por
despacho fundamentado do Juiz, a
§5º Na hipótese de não atuação da Defensoria requerimento da autoridade policial, ou do
Pública, os custos com o patrocínio dos órgão do Ministério Público, respeitado, em
interesses dos investigados nos qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
procedimentos de que trata este artigo inciso III, do Estatuto da Ordem dos
correrão por conta do orçamento próprio da Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de
instituição a que este esteja vinculado à época abril de 1963)
da ocorrência dos fatos investigados.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas
§6º As disposições constantes deste artigo se em que houver mais de uma circunscrição
aplicam aos servidores militares vinculados às policial, a autoridade com exercício em uma
instituições dispostas no art. 142 da delas poderá, nos inquéritos a que esteja
Constituição Federal, desde que os fatos procedendo, ordenar diligências em
circunscrição de outra, independentemente de
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precatórias ou requisições, e bem assim § 2o A falta de testemunhas da infração não
providenciará, até que compareça a impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
autoridade competente, sobre qualquer fato nesse caso, com o condutor, deverão assiná-
que ocorra em sua presença, noutra lo pelo menos duas pessoas que hajam
circunscrição. testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do
inquérito ao juiz competente, a autoridade § 3o Quando o acusado se recusar a assinar,
policial oficiará ao Instituto de Identificação e não souber ou não puder fazê-lo, o auto de
Estatística, ou repartição congênere, prisão em flagrante será assinado por duas
mencionando o juízo a que tiverem sido testemunhas, que tenham ouvido sua leitura
distribuídos, e os dados relativos à infração na presença deste.
penal e à pessoa do indiciado.
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em
CAPÍTULO II flagrante deverá constar a informação sobre a
existência de filhos, respectivas idades e se
DA PRISÃO EM FLAGRANTE possuem alguma deficiência e o nome e o
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as contato de eventual responsável pelos
autoridades policiais e seus agentes deverão cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
prender quem quer que seja encontrado em presa.
flagrante delito. Art. 305. Na falta ou no impedimento do
Art. 302. Considera-se em flagrante delito escrivão, qualquer pessoa designada pela
quem: autoridade lavrará o auto, depois de prestado
o compromisso legal.
I - está cometendo a infração penal;
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o
II - acaba de cometê-la; local onde se encontre serão comunicados
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, imediatamente ao juiz competente, ao
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em Ministério Público e à família do preso ou à
situação que faça presumir ser autor da pessoa por ele indicada.
infração; §1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a
IV- é encontrado, logo depois, com realização da prisão, será encaminhado ao
instrumentos, armas, objetos ou papéis que juiz competente o auto de prisão em flagrante
façam presumir ser ele autor da infração. e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria
Art. 303. Nas infrações permanentes, Pública.
entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência. §2o No mesmo prazo, será entregue ao preso,
mediante recibo, a nota de culpa, assinada
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade pela autoridade, com o motivo da prisão, o
competente, ouvirá esta o condutor e colherá, nome do condutor e os das testemunhas.
desde logo, sua assinatura, entregando a este
cópia do termo e recibo de entrega do preso. Art. 307. Quando o fato for praticado em
Em seguida, procederá à oitiva das presença da autoridade, ou contra esta, no
testemunhas que o acompanharem e ao exercício de suas funções, constarão do auto
interrogatório do acusado sobre a imputação a narração deste fato, a voz de prisão, as
que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva declarações que fizer o preso e os
suas respectivas assinaturas, lavrando, a depoimentos das testemunhas, sendo tudo
autoridade, afinal, o auto. assinado pela autoridade, pelo preso e pelas
testemunhas e remetido imediatamente ao
§ 1o Resultando das respostas fundada a juiz a quem couber tomar conhecimento do
suspeita contra o conduzido, a autoridade fato delituoso, se não o for a autoridade que
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso houver presidido o auto.
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e
prosseguirá nos atos do inquérito ou Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em
processo, se para isso for competente; se não que se tiver efetuado a prisão, o preso será
o for, enviará os autos à autoridade que o seja. logo apresentado à do lugar mais próximo.
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Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser CAPÍTULO III
posto em liberdade, depois de lavrado o auto
DA PRISÃO PREVENTIVA
de prisão em flagrante.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em Art. 311. Em qualquer fase da investigação
flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e policial ou do processo penal, caberá a prisão
quatro) horas após a realização da prisão, o preventiva decretada pelo juiz, a requerimento
juiz deverá promover audiência de custódia do Ministério Público, do querelante ou do
com a presença do acusado, seu advogado assistente, ou por representação da
constituído ou membro da Defensoria Pública autoridade policial
e o membro do Ministério Público, e, nessa Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
audiência, o juiz deverá, decretada como garantia da ordem pública, da
fundamentadamente: ordem econômica, por conveniência da
I - relaxar a prisão ilegal; ou instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova
II - converter a prisão em flagrante em da existência do crime e indício suficiente de
preventiva, quando presentes os requisitos autoria e de perigo gerado pelo estado de
constantes do art. 312 deste Código, e se liberdade do imputado.
revelarem inadequadas ou insuficientes as
medidas cautelares diversas da prisão; § 1º A prisão preventiva também poderá ser
ou decretada em caso de descumprimento de
qualquer das obrigações impostas por força
III - conceder liberdade provisória, com ou de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o)
sem fiança.
§ 2º A decisão que decretar a prisão
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em preventiva deve ser motivada e fundamentada
flagrante, que o agente praticou o fato em em receio de perigo e existência concreta de
qualquer das condições constantes fatos novos ou contemporâneos que
dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do justifiquem a aplicação da medida adotada.
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), poderá, Art. 313. Nos termos do art. 312 deste
fundamentadamente, conceder ao acusado Código, será admitida a decretação da prisão
liberdade provisória, mediante termo de preventiva:
comparecimento obrigatório a todos os atos I - nos crimes dolosos punidos com pena
processuais, sob pena de revogação. privativa de liberdade máxima superior a 4
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é (quatro) anos;
reincidente ou que integra organização II - se tiver sido condenado por outro crime
criminosa armada ou milícia, ou que porta doloso, em sentença transitada em julgado,
arma de fogo de uso restrito, deverá denegar ressalvado o disposto no inciso I do caput do
a liberdade provisória, com ou sem medidas art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
cautelares. dezembro de 1940 - Código Penal;
§ 3º A autoridade que deu causa, sem III - se o crime envolver violência doméstica e
motivação idônea, à não realização da familiar contra a mulher, criança, adolescente,
audiência de custódia no prazo estabelecido idoso, enfermo ou pessoa com deficiência,
no caput deste artigo responderá para garantir a execução das medidas
administrativa, civil e penalmente pela protetivas de urgência;
omissão.
§ 1º Também será admitida a prisão
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas preventiva quando houver dúvida sobre a
após o decurso do prazo estabelecido identidade civil da pessoa ou quando esta não
no caput deste artigo, a não realização de fornecer elementos suficientes para
audiência de custódia sem motivação idônea esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
ensejará também a ilegalidade da prisão, a imediatamente em liberdade após a
ser relaxada pela autoridade competente, sem identificação, salvo se outra hipótese
prejuízo da possibilidade de imediata recomendar a manutenção da medida.
decretação de prisão preventiva.
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§ 2º Não será admitida a decretação da subsista, bem como novamente decretá-la, se
prisão preventiva com a finalidade de sobrevierem razões que a justifiquem.
antecipação de cumprimento de pena ou
como decorrência imediata de investigação Parágrafo único. Decretada a prisão
criminal ou da apresentação ou recebimento preventiva, deverá o órgão emissor da
de denúncia. decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias,
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso mediante decisão fundamentada, de ofício,
será decretada se o juiz verificar pelas provas sob pena de tornar a prisão ilegal.
constantes dos autos ter o agente praticado o
fato nas condições previstas nos incisos I, II e
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, DIREITO PENAL
de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal. TÍTULO II
DO CRIME
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou
denegar a prisão preventiva será sempre Relação de causalidade
motivada e fundamentada. Art. 13 - O resultado, de que depende a
§ 1º Na motivação da decretação da prisão existência do crime, somente é imputável a
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o quem lhe deu causa. Considera-se causa a
juiz deverá indicar concretamente a existência ação ou omissão sem a qual o resultado não
de fatos novos ou contemporâneos que teria ocorrido.
justifiquem a aplicação da medida adotada. Superveniência de causa independente
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer §1º - A superveniência de causa relativamente
decisão judicial, seja ela interlocutória, independente exclui a imputação quando, por
sentença ou acórdão, que: si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à entretanto, imputam-se a quem os praticou.
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua Relevância da omissão
relação com a causa ou a questão decidida;
§ 2º - A omissão é penalmente relevante
II - empregar conceitos jurídicos quando o omitente devia e podia agir para
indeterminados, sem explicar o motivo evitar o resultado. O dever de agir incumbe a
concreto de sua incidência no caso; quem:
III - invocar motivos que se prestariam a a) tenha por lei obrigação de cuidado,
justificar qualquer outra decisão; proteção ou vigilância;
IV - não enfrentar todos os argumentos b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
deduzidos no processo capazes de, em tese, de impedir o resultado;
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
c) com seu comportamento anterior, criou o
V - limitar-se a invocar precedente ou risco da ocorrência do resultado.
enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar Art. 14 - Diz-se o crime:
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles Crime consumado
fundamentos;
I - consumado, quando nele se reúnem todos
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, os elementos de sua definição legal;
jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de Tentativa
distinção no caso em julgamento ou a
II - tentado, quando, iniciada a execução, não
superação do entendimento.
se consuma por circunstâncias alheias à
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido vontade do agente..
das partes, revogar a prisão preventiva se, no
Pena de tentativa
correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela

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Parágrafo único - Salvo disposição em § 1º - É isento de pena quem, por erro
contrário, pune-se a tentativa com a pena plenamente justificado pelas circunstâncias,
correspondente ao crime consumado, supõe situação de fato que, se existisse,
diminuída de um a dois terços. tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
Desistência voluntária e arrependimento
punível como crime culposo.
eficaz
Erro determinado por terceiro
Art. 15 - O agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução ou impede § 2º - Responde pelo crime o terceiro que
que o resultado se produza, só responde determina o erro.
pelos atos já praticados.
Erro sobre a pessoa
Arrependimento posterior
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência crime é praticado não isenta de pena. Não se
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano consideram, neste caso, as condições ou
ou restituída a coisa, até o recebimento da qualidades da vítima, senão as da pessoa
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do contra quem o agente queria praticar o crime.
agente, a pena será reduzida de um a dois
terços. Erro sobre a ilicitude do fato

Crime impossível Art. 21 - O desconhecimento da lei é


inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por se inevitável, isenta de pena; se evitável,
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro
se o agente atua ou se omite sem a
Art. 18 - Diz-se o crime: consciência da ilicitude do fato, quando lhe
era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir
Crime doloso
essa consciência.
I - doloso, quando o agente quis o resultado Coação irresistível e obediência
ou assumiu o risco de produzi-lo; hierárquica
Crime culposo
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
II - culposo, quando o agente deu causa ao irresistível ou em estrita obediência a ordem,
resultado por imprudência, negligência ou não manifestamente ilegal, de superior
imperícia. hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos
em lei, ninguém pode ser punido por fato Exclusão de ilicitude
previsto como crime, senão quando o pratica Art. 23 - Não há crime quando o agente
dolosamente.
pratica o fato:
Agravação pelo resultado
I - em estado de necessidade;
Art. 19 - Pelo resultado que agrava II - em legítima defesa;
especialmente a pena, só responde o agente
que o houver causado ao menos III - em estrito cumprimento de dever legal ou
culposamente. no exercício regular de direito.
Erro sobre elementos do tipo Excesso punível
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do Parágrafo único - O agente, em qualquer das
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite hipóteses deste artigo, responderá pelo
a punição por crime culposo, se previsto em excesso doloso ou culposo.
lei.
Estado de necessidade
Descriminantes putativas

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Art. 24 - Considera-se em estado de Art. 28 - Não excluem a imputabilidade
necessidade quem pratica o fato para salvar penal:
de perigo atual, que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, I - a emoção ou a paixão;
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas Embriaguez
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade álcool ou substância de efeitos
quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. § 1º - É isento de pena o agente que, por
embriaguez completa, proveniente de caso
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação
sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ou da omissão, inteiramente incapaz de
ser reduzida de um a dois terços. entender o caráter ilícito do fato ou de
Legítima defesa determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou terços, se o agente, por embriaguez,
iminente, a direito seu ou de outrem. proveniente de caso fortuito ou força maior,
não possuía, ao tempo da ação ou da
Parágrafo único. Observados os requisitos omissão, a plena capacidade de entender o
previstos no caput deste artigo, considera-se caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
também em legítima defesa o agente de acordo com esse entendimento.
segurança pública que repele agressão ou
risco de agressão a vítima mantida refém PARTE ESPECIAL
durante a prática de crimes. TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Inimputáveis
Homicídio simples
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental Art. 121. Matar alguem:
incompleto ou retardado, era, ao tempo da Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de Caso de diminuição de pena
determinar-se de acordo com esse
entendimento. § 1º Se o agente comete o crime impelido
por motivo de relevante valor social ou
Redução de pena moral, ou sob o domínio de violenta
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de emoção, logo em seguida a injusta
um a dois terços, se o agente, em virtude de provocação da vítima, o juiz pode reduzir
perturbação de saúde mental ou por a pena de um sexto a um terço.
desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de Homicídio qualificado
entender o caráter ilícito do fato ou de § 2° Se o homicídio é cometido:
determinar-se de acordo com esse
entendimento. I - mediante paga ou promessa de
Menores de dezoito anos
recompensa, ou por outro motivo torpe;

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são II - por motivo futil;


penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às III - com emprego de veneno, fogo,
normas estabelecidas na legislação especial. explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
Emoção e paixão insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
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IV - à traição, de emboscada, ou mediante 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
dissimulação ou outro recurso que anos.
dificulte ou torne impossivel a defesa do
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o
ofendido;
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
V - para assegurar a execução, a conseqüências da infração atingirem o
ocultação, a impunidade ou vantagem de próprio agente de forma tão grave que a
outro crime: sanção penal se torne desnecessária.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um
terço) até a metade se o crime for
Feminicídio
praticado por milícia privada, sob o
VI - contra a mulher por razões da pretexto de prestação de serviço de
condição de sexo feminino: segurança, ou por grupo de extermínio.
VII – contra autoridade ou agente § 7o A pena do feminicídio é aumentada
descrito nos arts. 142 e 144 da de 1/3 (um terço) até a metade se o crime
Constituição Federal, integrantes do for praticado:
sistema prisional e da Força Nacional de
I - durante a gestação ou nos 3 (três)
Segurança Pública, no exercício da
meses posteriores ao parto;
função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente II - contra pessoa menor de 14 (catorze)
consanguíneo até terceiro grau, em razão anos, maior de 60 (sessenta) anos, com
dessa condição: deficiência ou portadora de doenças
degenerativas que acarretem condição
VIII - com emprego de arma de fogo de
limitante ou de vulnerabilidade física ou
uso restrito ou proibido:
mental;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
III - na presença física ou virtual de
§ 2o-A Considera-se que há razões de descendente ou de ascendente da
condição de sexo feminino quando o crime vítima; IV - em descumprimento das
envolve medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da
I - violência doméstica e familiar; Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
II - menosprezo ou discriminação à 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de
condição de mulher. 2018)
Homicídio culposo Induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio ou a automutilação
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a
Pena - detenção, de um a três anos. suicidar-se ou a praticar automutilação ou
Aumento de pena prestar-lhe auxílio material para que o
faça:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço), se o crime Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2
resulta de inobservância de regra técnica (dois) anos.
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente § 1º Se da automutilação ou da tentativa
deixa de prestar imediato socorro à vítima, de suicídio resulta lesão corporal de
não procura diminuir as conseqüências do natureza grave ou gravíssima, nos termos
seu ato, ou foge para evitar prisão em dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
crime é praticado contra pessoa menor de anos.
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§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da Art. 124 - Provocar aborto em si mesma
automutilação resulta morte: ou consentir que outrem lho provoque: (
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) Pena - detenção, de um a três anos.
anos.
Aborto provocado por terceiro
§ 3º A pena é duplicada:
Art. 125 - Provocar aborto, sem o
I - se o crime é praticado por motivo consentimento da gestante:
egoístico, torpe ou fútil;
Pena - reclusão, de três a dez anos.
II - se a vítima é menor ou tem diminuída,
Art. 126 - Provocar aborto com o
por qualquer causa, a capacidade de
consentimento da gestante:
resistência.
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se
a conduta é realizada por meio da rede de Parágrafo único. Aplica-se a pena do
computadores, de rede social ou artigo anterior, se a gestante não é maior
transmitida em tempo real. de quatorze anos, ou é alienada ou debil
mental, ou se o consentimento é obtido
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o
mediante fraude, grave ameaça ou
agente é líder ou coordenador de grupo ou
violência
de rede virtual.
Forma qualificada
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste
artigo resulta em lesão corporal de Art. 127 - As penas cominadas nos dois
natureza gravíssima e é cometido contra artigos anteriores são aumentadas de um
menor de 14 (quatorze) anos ou contra terço, se, em conseqüência do aborto ou
quem, por enfermidade ou deficiência dos meios empregados para provocá-lo, a
mental, não tem o necessário gestante sofre lesão corporal de natureza
discernimento para a prática do ato, ou grave; e são duplicadas, se, por qualquer
que, por qualquer outra causa, não pode dessas causas, lhe sobrevém a morte.
oferecer resistência, responde o agente
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado
pelo crime descrito no § 2º do art. 129
por médico:
deste Código.
Aborto necessário
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste
artigo é cometido contra menor de 14 I - se não há outro meio de salvar a vida
(quatorze) anos ou contra quem não tem da gestante;
o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, Aborto no caso de gravidez resultante
não pode oferecer resistência, responde o de estupro
agente pelo crime de homicídio, nos II - se a gravidez resulta de estupro e o
termos do art. 121 deste Código. aborto é precedido de consentimento da
Infanticídio gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
CAPÍTULO II
puerperal, o próprio filho, durante o parto
DAS LESÕES CORPORAIS
ou logo após:
Lesão corporal
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou
Aborto provocado pela gestante ou
a saúde de outrem:
com seu consentimento
Pena - detenção, de três meses a um ano.

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Lesão corporal de natureza grave Lesão corporal culposa
§ 1º Se resulta: § 6° Se a lesão é culposa:
I - Incapacidade para as ocupações Pena - detenção, de dois meses a um ano.
habituais, por mais de trinta dias;
Aumento de pena
II - perigo de vida;
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
III - debilidade permanente de membro, se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§
sentido ou função; 4o e 6o do art. 121 deste Código.
IV - aceleração de parto: § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto
no § 5º do art. 121.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Violência Doméstica
§ 2° Se resulta:
§ 9o Se a lesão for praticada contra
I - Incapacidade permanente para o
ascendente, descendente, irmão, cônjuge
trabalho;
ou companheiro, ou com quem conviva ou
II - enfermidade incuravel; tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de
III perda ou inutilização do membro, coabitação ou de hospitalidade:
sentido ou função;
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3
IV - deformidade permanente; (três) anos.
V - aborto: § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 3o deste artigo, se as circunstâncias são
as indicadas no § 9o deste artigo,
Lesão corporal seguida de morte aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a
evidenciam que o agente não quís o pena será aumentada de um terço se o
resultado, nem assumiu o risco de crime for cometido contra pessoa
produzí-lo: portadora de deficiência.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 12. Se a lesão for praticada contra
Diminuição de pena autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição
§ 4° Se o agente comete o crime impelido Federal, integrantes do sistema prisional e
por motivo de relevante valor social ou da Força Nacional de Segurança Pública,
moral ou sob o domínio de violenta no exercício da função ou em decorrência
emoção, logo em seguida a injusta dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
provocação da vítima, o juiz pode reduzir ou parente consanguíneo até terceiro
a pena de um sexto a um terço. grau, em razão dessa condição, a pena é
Substituição da pena aumentada de um a dois terços.
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, § 13. Se a lesão for praticada contra a
pode ainda substituir a pena de detenção mulher, por razões da condição do sexo
pela de multa, de duzentos mil réis a dois feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121
contos de réis: deste Código:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
parágrafo anterior; anos).
II - se as lesões são recíprocas.

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CAPÍTULO III § 1º - Se do abandono resulta lesão
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE corporal de natureza grave:
Perigo de contágio venéreo Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de § 2º - Se resulta a morte:
relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
de que sabe ou deve saber que está Aumento de pena
contaminado:
§ 3º - As penas cominadas neste artigo
Pena - detenção, de três meses a um ano, aumentam-se de um terço:
ou multa.
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
§1º - Se é intenção do agente transmitir a
moléstia: II - se o agente é ascendente ou
descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e curador da vítima.
multa.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta)
§2º - Somente se procede mediante anos
representação.
Exposição ou abandono de recém-
Perigo de contágio de moléstia grave nascido
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir Art. 134 - Expor ou abandonar recém-
a outrem moléstia grave de que está nascido, para ocultar desonra própria:
contaminado, ato capaz de produzir o
contágio: Pena - detenção, de seis meses a dois
anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de
natureza grave:
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de
outrem a perigo direto e iminente: § 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de três meses a um ano, Pena - detenção, de dois a seis anos.
se o fato não constitui crime mais grave. Omissão de socorro
Parágrafo único. A pena é aumentada de Art. 135 - Deixar de prestar assistência,
um sexto a um terço se a exposição da quando possível fazê-lo sem risco
vida ou da saúde de outrem a perigo pessoal, à criança abandonada ou
decorre do transporte de pessoas para a extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
prestação de serviços em ao desamparo ou em grave e iminente
estabelecimentos de qualquer natureza, perigo; ou não pedir, nesses casos, o
em desacordo com as normas legais. socorro da autoridade pública:
Abandono de incapaz Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob multa.
seu cuidado, guarda, vigilância ou Parágrafo único - A pena é aumentada de
autoridade, e, por qualquer motivo, metade, se da omissão resulta lesão
incapaz de defender-se dos riscos corporal de natureza grave, e triplicada, se
resultantes do abandono: resulta a morte.
Pena - detenção, de seis meses a três
anos.
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Condicionamento de atendimento se, pelo fato da participação na rixa, a
médico-hospitalar emergencial pena de detenção, de seis meses a dois
anos.
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota
promissória ou qualquer garantia, bem CAPÍTULO V
como o preenchimento prévio de DOS CRIMES CONTRA A HONRA
formulários administrativos, como Calúnia
condição para o atendimento médico-
hospitalar emergencial: Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada até
o dobro se da negativa de atendimento § 1º - Na mesma pena incorre quem,
resulta lesão corporal de natureza grave, sabendo falsa a imputação, a propala ou
e até o triplo se resulta a morte. divulga.
Maus-tratos § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde Exceção da verdade
de pessoa sob sua autoridade, guarda ou § 3º - Admite-se a prova da verdade,
vigilância, para fim de educação, ensino, salvo:
tratamento ou custódia, quer privando-a
de alimentação ou cuidados I - se, constituindo o fato imputado crime
indispensáveis, quer sujeitando-a a de ação privada, o ofendido não foi
trabalho excessivo ou inadequado, quer condenado por sentença irrecorrível;
abusando de meios de correção ou
II - se o fato é imputado a qualquer das
disciplina:
pessoas indicadas no nº I do art. 141;
Pena - detenção, de dois meses a um ano,
III - se do crime imputado, embora de ação
ou multa.
pública, o ofendido foi absolvido por
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de sentença irrecorrível.
natureza grave:
Difamação
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe
§ 2º - Se resulta a morte: fato ofensivo à sua reputação:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Pena - detenção, de três meses a um ano,
e multa.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se
o crime é praticado contra pessoa menor Exceção da verdade
de 14 (catorze) anos.
Parágrafo único - A exceção da verdade
CAPÍTULO IV somente se admite se o ofendido é
DA RIXA funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
Rixa
Injúria
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para
separar os contendores: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de quinze dias a dois
meses, ou multa. Pena - detenção, de um a seis meses, ou
Parágrafo único - Se ocorre morte ou multa.
lesão corporal de natureza grave, aplica- § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
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I - quando o ofendido, de forma Art. 142 - Não constituem injúria ou
reprovável, provocou diretamente a difamação punível:
injúria;
I - a ofensa irrogada em juízo, na
II - no caso de retorsão imediata, que discussão da causa, pela parte ou por seu
consista em outra injúria. procurador;
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou II - a opinião desfavorável da crítica
vias de fato, que, por sua natureza ou pelo literária, artística ou científica, salvo
meio empregado, se considerem quando inequívoca a intenção de injuriar
aviltantes: ou difamar;
Pena - detenção, de três meses a um ano, III - o conceito desfavorável emitido por
e multa, além da pena correspondente à funcionário público, em apreciação ou
violência. informação que preste no cumprimento de
dever do ofício.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de
elementos referentes a raça, cor, etnia, Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III,
religião, origem ou a condição de pessoa responde pela injúria ou pela difamação
idosa ou portadora de quem lhe dá publicidade.
deficiência: Pena - reclusão de um a
Retratação
três anos e multa.
Art. 143 - O querelado que, antes da
Disposições comuns
sentença, se retrata cabalmente da
Art. 141 - As penas cominadas neste calúnia ou da difamação, fica isento de
Capítulo aumentam-se de um terço, se pena.
qualquer dos crimes é cometido:
Parágrafo único. Nos casos em que o
I - contra o Presidente da República, ou querelado tenha praticado a calúnia ou a
contra chefe de governo estrangeiro; difamação utilizando-se de meios de
comunicação, a retratação dar-se-á, se
II - contra funcionário público, em razão de
assim desejar o ofendido, pelos mesmos
suas funções, ou contra os Presidentes do
meios em que se praticou a ofensa.
Senado Federal, da Câmara dos
Deputados ou do Supremo Tribunal Art. 144 - Se, de referências, alusões ou
Federal; frases, se infere calúnia, difamação ou
injúria, quem se julga ofendido pode pedir
III - na presença de várias pessoas, ou
explicações em juízo. Aquele que se
por meio que facilite a divulgação da
recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não
calúnia, da difamação ou da injúria.
as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta)
Art. 145 - Nos crimes previstos neste
anos ou portadora de deficiência, exceto
Capítulo somente se procede mediante
no caso de injúria.
queixa, salvo quando, no caso do art. 140,
§ 1º - Se o crime é cometido mediante § 2º, da violência resulta lesão corporal.
paga ou promessa de recompensa,
Parágrafo único. Procede-se mediante
aplica-se a pena em dobro.
requisição do Ministro da Justiça, no caso
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado do inciso I do caput do art. 141 deste
em quaisquer modalidades das redes Código, e mediante representação do
sociais da rede mundial de computadores, ofendido, no caso do inciso II do mesmo
aplica-se em triplo a pena. artigo, bem como no caso do § 3o do art.
140 deste Código.
Exclusão do crime

Talvanes Alves Monteiro


CPF: 036.489.04361
CAPÍTULO VI Art.147-A. Perseguir alguém,
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE reiteradamente e por qualquer meio,
INDIVIDUAL ameaçando-lhe a integridade física
SEÇÃO I ou psicológica, restringindo-lhe a
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE capacidade de locomoção ou, de
PESSOAL qualquer forma, invadindo ou
perturbando sua esfera de liberdade
Constrangimento ilegal
ou privacidade.
Art. 146 - Constranger alguém, mediante
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2
violência ou grave ameaça, ou depois de
(dois) anos, e multa.
lhe haver reduzido, por qualquer outro
meio, a capacidade de resistência, a não § 1º A pena é aumentada de metade se o
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que crime é cometido:
ela não manda:
I – contra criança, adolescente ou idoso;
Pena - detenção, de três meses a um ano,
II – contra mulher por razões da condição
ou multa.
de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do
Aumento de pena art. 121 deste Código;
§ 1º - As penas aplicam-se III – mediante concurso de 2 (duas) ou
cumulativamente e em dobro, quando, mais pessoas ou com o emprego de
para a execução do crime, se reúnem arma.
mais de três pessoas, ou há emprego de
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis
armas.
sem prejuízo das correspondentes à
§ 2º - Além das penas cominadas, violência.
aplicam-se as correspondentes à
§ 3º Somente se procede mediante
violência.
representação.
§ 3º - Não se compreendem na disposição
Violência psicológica contra a
deste artigo:
mulher
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem
o consentimento do paciente ou de seu 147-B.Causar dano emocional à mulher
representante legal, se justificada por que prejudica e perturbe seu pleno
iminente perigo de vida; desenvolvimento ou que vise a degradar
ou controlar suas ações, comportamento,
II - a coação exercida para impedir
crenças e decisões,mediante
suicídio.
ameaça,constrangimento,humilhação,
Ameaça manipulação,isolamento,chantagem,ridic
ularização, limitação do direito de ir e vir
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, ou qualquer outro meio que cause prejuízo
escrito ou gesto, ou qualquer outro meio à sua saúde psicológica e
simbólico, de causar-lhe mal injusto e autodeterminação:
grave: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2
Pena - detenção, de um a seis meses, ou (dois) anos, e multa, se a conduta não
multa. constitui o crime mais grave.
Parágrafo único - Somente se procede Seqüestro e cárcere privado
mediante representação.
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade,
Perseguição mediante seqüestro ou cárcere privado
Pena - reclusão, de um a três anos.
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§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco II – por motivo de preconceito de raça, cor,
anos: etnia, religião ou origem.
I – se a vítima é ascendente, descendente, Tráfico de Pessoas
cônjuge ou companheiro do agente ou
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar,
maior de 60 (sessenta) anos;
transportar, transferir, comprar, alojar ou
II - se o crime é praticado mediante acolher pessoa, mediante grave ameaça,
internação da vítima em casa de saúde ou violência, coação, fraude ou abuso, com a
hospital; finalidade de:
III - se a privação da liberdade dura mais I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes
de quinze dias. do corpo;
IV – se o crime é praticado contra menor II - submetê-la a trabalho em condições
de 18 (dezoito) anos; análogas à de escravo;
V – se o crime é praticado com fins III - submetê-la a qualquer tipo de
libidinosos servidão;
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de IV - adoção ilegal; ou
maus-tratos ou da natureza da detenção,
V - exploração sexual.
grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
anos, e multa.
Redução a condição análoga à de
§ 1o A pena é aumentada de um terço até
escravo
a metade se:
Art. 149. Reduzir alguém a condição
I - o crime for cometido por funcionário
análoga à de escravo, quer submetendo-
público no exercício de suas funções ou a
o a trabalhos forçados ou a jornada
pretexto de exercê-las;
exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer II - o crime for cometido contra criança,
restringindo, por qualquer meio, sua adolescente ou pessoa idosa ou com
locomoção em razão de dívida contraída deficiência:
com o empregador ou preposto:
III - o agente se prevalecer de relações de
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e parentesco, domésticas, de coabitação,
multa, além da pena correspondente à de hospitalidade, de dependência
violência. econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao
§ 1o Nas mesmas penas incorre
exercício de emprego, cargo ou função;
quem:
ou
I – cerceia o uso de qualquer meio de
IV - a vítima do tráfico de pessoas for
transporte por parte do trabalhador, com o
retirada do território nacional.
fim de retê-lo no local de trabalho;
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços
II – mantém vigilância ostensiva no local
se o agente for primário e não integrar
de trabalho ou se apodera de documentos
organização criminosa.
ou objetos pessoais do trabalhador, com o
fim de retê-lo no local de trabalho. SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
crime é cometido:
Violação de domicílio
I – contra criança ou adolescente;
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Art. 150 - Entrar ou permanecer, Art. 151 - Devassar indevidamente o
clandestina ou astuciosamente, ou contra conteúdo de correspondência fechada,
a vontade expressa ou tácita de quem de dirigida a outrem:
direito, em casa alheia ou em suas
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
dependências:
multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou
Sonegação ou destruição de
multa.
correspondência
§ 1º - Se o crime é cometido durante a
§ 1º - Na mesma pena incorre:
noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por I - quem se apossa indevidamente de
duas ou mais pessoas: correspondência alheia, embora não
fechada e, no todo ou em parte, a sonega
Pena - detenção, de seis meses a dois
ou destrói;
anos, além da pena correspondente à
violência. Violação de comunicação telegráfica,
radioelétrica ou telefônica
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou
permanência em casa alheia ou em suas II - quem indevidamente divulga, transmite
dependências: a outrem ou utiliza abusivamente
comunicação telegráfica ou radioelétrica
I - durante o dia, com observância das
dirigida a terceiro, ou conversação
formalidades legais, para efetuar prisão
telefônica entre outras pessoas;
ou outra diligência;
III - quem impede a comunicação ou a
II - a qualquer hora do dia ou da noite,
conversação referidas no número anterior;
quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser. IV - quem instala ou utiliza estação ou
aparelho radioelétrico, sem observância
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
de disposição legal.
I - qualquer compartimento habitado;
§ 2º - As penas aumentam-se de metade,
II - aposento ocupado de habitação se há dano para outrem.
coletiva;
§ 3º - Se o agente comete o crime, com
III - compartimento não aberto ao público, abuso de função em serviço postal,
onde alguém exerce profissão ou telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
atividade.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 5º - Não se compreendem na expressão
§ 4º - Somente se procede mediante
"casa":
representação, salvo nos casos do § 1º,
I - hospedaria, estalagem ou qualquer IV, e do § 3º.
outra habitação coletiva, enquanto aberta,
Correspondência comercial
salvo a restrição do n.º II do parágrafo
anterior; Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou
empregado de estabelecimento comercial
II - taverna, casa de jogo e outras do
ou industrial para, no todo ou em parte,
mesmo gênero.
desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
SEÇÃO III correspondência, ou revelar a estranho
DOS CRIMES CONTRA A seu conteúdo:
INVIOLABILIDADE DE
CORRESPONDÊNCIA Pena - detenção, de três meses a dois
anos.
Violação de correspondência

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Parágrafo único - Somente se procede instalar vulnerabilidades para obter
mediante representação. vantagem ilícita:
SEÇÃO IV Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
DOS CRIMES CONTRA A anos, e multa.
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
§ 1o Na mesma pena incorre quem
Divulgação de segredo produz, oferece, distribui, vende ou
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa difunde dispositivo ou programa de
causa, conteúdo de documento particular computador com o intuito de permitir a
ou de correspondência confidencial, de prática da conduta definida no caput.
que é destinatário ou detentor, e cuja § 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
divulgação possa produzir dano a outrem: a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta
Pena - detenção, de um a seis meses, ou prejuízo econômico.
multa, de trezentos mil réis a dois contos § 3o Se da invasão resultar a obtenção
de réis. de conteúdo de comunicações eletrônicas
§1º Somente se procede mediante privadas, segredos comerciais ou
representação. ( industriais, informações sigilosas, assim
definidas em lei, ou o controle remoto não
§1o-A. Divulgar, sem justa causa, autorizado do dispositivo invadido:
informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
nos sistemas de informações ou banco de anos, e multa.
dados da Administração Pública: § 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) pena de um a dois terços se houver
anos, e multa. divulgação, comercialização ou
transmissão a terceiro, a qualquer título,
§ 2o Quando resultar prejuízo para a dos dados ou informações obtidos.
Administração Pública, a ação penal será
incondicionada. § 5o Aumenta-se a pena de um terço à
metade se o crime for praticado
Violação do segredo profissional contra:
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa I - Presidente da República,
causa, segredo, de que tem ciência em governadores e prefeitos;
razão de função, ministério, ofício ou
profissão, e cuja revelação possa produzir II - Presidente do Supremo Tribunal
dano a outrem: Federal;

Pena - detenção, de três meses a um ano, III - Presidente da Câmara dos Deputados,
ou multa de um conto a dez contos de do Senado Federal, de Assembleia
réis. Legislativa de Estado, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal ou de
Parágrafo único - Somente se procede Câmara Municipal; ou
mediante representação.
IV - dirigente máximo da administração
Invasão de dispositivo informático direta e indireta federal, estadual,
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático municipal ou do Distrito Federal.
de uso alheio, conectado ou não à rede de Ação penal
computadores, com o fim de obter,
adulterar ou destruir dados ou Art. 154-B. Nos crimes definidos no art.
informações sem autorização expressa ou 154-A, somente se procede mediante
tácita do usuário do dispositivo ou de representação, salvo se o crime é
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cometido contra a administração pública conectado ou não à rede de
direta ou indireta de qualquer dos Poderes computadores, com ou sem a violação de
da União, Estados, Distrito Federal ou mecanismo de segurança ou a utilização
Municípios ou contra empresas de programa malicioso, ou por qualquer
concessionárias de serviços públicos. outro meio fraudulento análogo.
TÍTULO II § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO artigo, considerada a relevância do
CAPÍTULO I resultado gravoso:
DO FURTO I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3
Furto (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilização de servidor mantido
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, fora do território nacional;
coisa alheia móvel:
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e dobro, se o crime é praticado contra idoso
multa. ou vulnerável.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se § 5º - A pena é de reclusão de três a oito
o crime é praticado durante o repouso anos, se a subtração for de veículo
noturno. automotor que venha a ser transportado
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de para outro Estado ou para o exterior.
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5
substituir a pena de reclusão pela de (cinco) anos se a subtração for de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, semovente domesticável de produção,
ou aplicar somente a pena de multa. ainda que abatido ou dividido em partes
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia no local da subtração.
elétrica ou qualquer outra que tenha valor § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a
econômico. 10 (dez) anos e multa, se a subtração for
Furto qualificado de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito isoladamente, possibilitem sua fabricação,
anos, e multa, se o crime é cometido: montagem ou emprego.
I - com destruição ou rompimento de Furto de coisa comum
obstáculo à subtração da coisa;
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-
II - com abuso de confiança, ou mediante herdeiro ou sócio, para si ou para outrem,
fraude, escalada ou destreza; a quem legitimamente a detém, a coisa
III - com emprego de chave falsa; comum:

IV - mediante concurso de duas ou mais Pena - detenção, de seis meses a dois


pessoas. anos, ou multa.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) § 1º - Somente se procede mediante


a 10 (dez) anos e multa, se houver representação.
emprego de explosivo ou de artefato § 2º - Não é punível a subtração de coisa
análogo que cause perigo comum. comum fungível, cujo valor não excede a
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) quota a que tem direito o agente.
a 8 (oito) anos, e multa, se o furto
mediante fraude é cometido por meio de
dispositivo eletrônico ou informático,
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CAPÍTULO II § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é
DO ROUBO E DA EXTORSÃO exercida com emprego de arma de fogo
Roubo de uso restrito ou proibido, aplica-se em
dobro a pena prevista no caput deste
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para artigo.
si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois § 3º Se da violência resulta:
de havê-la, por qualquer meio, reduzido à I – lesão corporal grave, a pena é de
impossibilidade de resistência: reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
multa. II – morte, a pena é de reclusão de 20
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
depois de subtraída a coisa, emprega Extorsão
violência contra pessoa ou grave ameaça,
a fim de assegurar a impunidade do crime Art. 158 - Constranger alguém, mediante
ou a detenção da coisa para si ou para violência ou grave ameaça, e com o intuito
terceiro. de obter para si ou para outrem indevida
vantagem econômica, a fazer, tolerar que
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
até metade:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e
II - se há o concurso de duas ou mais multa.
pessoas;
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou
III - se a vítima está em serviço de mais pessoas, ou com emprego de arma,
transporte de valores e o agente conhece aumenta-se a pena de um terço até
tal circunstância. metade.
IV - se a subtração for de veículo § 2º - Aplica-se à extorsão praticada
automotor que venha a ser transportado mediante violência o disposto no § 3º do
para outro Estado ou para o exterior. artigo anterior.
V - se o agente mantém a vítima em seu § 3o Se o crime é cometido mediante a
poder, restringindo sua liberdade. restrição da liberdade da vítima, e essa
VI – se a subtração for de substâncias condição é necessária para a obtenção da
explosivas ou de acessórios que, conjunta vantagem econômica, a pena é de
ou isoladamente, possibilitem sua reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
fabricação, montagem ou além da multa; se resulta lesão corporal
emprego. grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
VII - se a violência ou grave ameaça é respectivamente.
exercida com emprego de arma
branca; Extorsão mediante seqüestro

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de
terços): obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do
I – se a violência ou ameaça é exercida resgate:
com emprego de arma de fogo;
Pena - reclusão, de oito a quinze
II – se há destruição ou rompimento de anos..
obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte
cause perigo comum. e quatro) horas, se o seqüestrado é menor
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de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) mais de duas pessoas, terreno ou edifício
anos, ou se o crime é cometido por bando alheio, para o fim de esbulho possessório.
ou quadrilha.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre
Pena - reclusão, de doze a vinte também na pena a esta cominada.
anos.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de há emprego de violência, somente se
natureza grave: procede mediante queixa.
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e Supressão ou alteração de marca em
quatro anos. animais
§ 3º - Se resulta a morte Art. 162 - Suprimir ou alterar,
indevidamente, em gado ou rebanho
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
alheio, marca ou sinal indicativo de
anos.
propriedade:
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso,
Pena - detenção, de seis meses a três
o concorrente que o denunciar à
anos, e multa.
autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de CAPÍTULO IV
um a dois terços. DO DANO

Extorsão indireta Dano


Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar
de dívida, abusando da situação de coisa alheia:
alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou
contra terceiro: multa.

Pena - reclusão, de um a três anos, e Dano qualificado


multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido:
CAPÍTULO III I - com violência à pessoa ou grave
DA USURPAÇÃO ameaça;
Alteração de limites II - com emprego de substância inflamável
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, ou explosiva, se o fato não constitui crime
marco, ou qualquer outro sinal indicativo mais grave
de linha divisória, para apropriar-se, no III- contra o patrimônio da União, de
todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Estado, do Distrito Federal, de Município
Pena - detenção, de um a seis meses, e ou de autarquia, fundação pública,
multa. empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: serviços públicos;
Usurpação de águas IV - por motivo egoístico ou com prejuízo
I- desvia ou represa, em proveito próprio considerável para a vítima:
ou de outrem, águas alheias; Pena - detenção, de seis meses a três
Esbulho possessório anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
II - invade, com violência a pessoa ou
grave ameaça, ou mediante concurso de Introdução ou abandono de animais em
propriedade alheia
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Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em Apropriação indébita previdenciária
propriedade alheia, sem consentimento
Art.168-A. Deixar de repassar à
de quem de direito, desde que o fato
previdência social as contribuições
resulte prejuízo:
recolhidas dos contribuintes, no prazo e
Pena - detenção, de quinze dias a seis forma legal ou convencional:
meses, ou multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
Dano em coisa de valor artístico, anos, e multa.
arqueológico ou histórico
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar deixar de:
coisa tombada pela autoridade
I – recolher, no prazo legal, contribuição
competente em virtude de valor artístico,
ou outra importância destinada à
arqueológico ou histórico:
previdência social que tenha sido
Pena - detenção, de seis meses a dois descontada de pagamento efetuado a
anos, e multa. segurados, a terceiros ou arrecadada do
público;
Alteração de local especialmente
protegido II – recolher contribuições devidas à
previdência social que tenham integrado
Art. 166 - Alterar, sem licença da
despesas contábeis ou custos relativos à
autoridade competente, o aspecto de local
venda de produtos ou à prestação de
especialmente protegido por lei:
serviços;
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
III - pagar benefício devido a segurado,
multa.
quando as respectivas cotas ou valores já
Ação penal tiverem sido reembolsados à empresa
pela previdência social.
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso
IV do seu parágrafo e do art. 164, somente § 2o É extinta a punibilidade se o agente,
se procede mediante queixa. espontaneamente, declara, confessa e
efetua o pagamento das contribuições,
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social,
Apropriação indébita na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal.
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia
móvel, de que tem a posse ou a detenção: § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a
pena ou aplicar somente a de multa se o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
agente for primário e de bons
multa.
antecedentes, desde que:
Aumento de pena
I – tenha promovido, após o início da ação
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, fiscal e antes de oferecida a denúncia, o
quando o agente recebeu a coisa: pagamento da contribuição social
previdenciária, inclusive acessórios; ou
I - em depósito necessário;
II – o valor das contribuições devidas,
II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
inclusive acessórios, seja igual ou inferior
liquidatário, inventariante, testamenteiro
àquele estabelecido pela previdência
ou depositário judicial;
social, administrativamente, como sendo
III - em razão de ofício, emprego ou o mínimo para o ajuizamento de suas
profissão. execuções fiscais.

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§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste § 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
artigo não se aplica aos casos de
Disposição de coisa alheia como
parcelamento de contribuições cujo valor,
própria
inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente, I - vende, permuta, dá em pagamento, em
como sendo o mínimo para o ajuizamento locação ou em garantia coisa alheia como
de suas execuções fiscais. própria;
Apropriação de coisa havida por erro, Alienação ou oneração fraudulenta de
caso fortuito ou força da natureza coisa própria
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa II - vende, permuta, dá em pagamento ou
alheia vinda ao seu poder por erro, caso em garantia coisa própria inalienável,
fortuito ou força da natureza: gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel
que prometeu vender a terceiro, mediante
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
pagamento em prestações, silenciando
multa.
sobre qualquer dessas circunstâncias;
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Defraudação de penhor
Apropriação de tesouro
III - defrauda, mediante alienação não
I - quem acha tesouro em prédio alheio e consentida pelo credor ou por outro modo,
se apropria, no todo ou em parte, da quota a garantia pignoratícia, quando tem a
a que tem direito o proprietário do prédio; posse do objeto empenhado;
Apropriação de coisa achada Fraude na entrega de coisa
II - quem acha coisa alheia perdida e dela IV - defrauda substância, qualidade ou
se apropria, total ou parcialmente, quantidade de coisa que deve entregar a
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo alguém;
possuidor ou de entregá-la à autoridade
Fraude para recebimento de
competente, dentro no prazo de quinze
indenização ou valor de seguro
dias.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta
Art. 170 - Nos crimes previstos neste
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a
Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155,
saúde, ou agrava as conseqüências da
§ 2º.
lesão ou doença, com o intuito de haver
CAPÍTULO VI indenização ou valor de seguro;
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Fraude no pagamento por meio de
Estelionato cheque
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, VI - emite cheque, sem suficiente provisão
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, de fundos em poder do sacado, ou lhe
induzindo ou mantendo alguém em erro, frustra o pagamento.
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento: Fraude eletrônica

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro)


multa, de quinhentos mil réis a dez contos a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é
de réis. cometida com a utilização de informações
fornecidas pela vítima ou por terceiro
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de induzido a erro por meio de redes sociais,
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode contatos telefônicos ou envio de correio
aplicar a pena conforme o disposto no art. eletrônico fraudulento, ou por qualquer
155, § 2º. outro meio fraudulento análogo.
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§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste de produzir efeito jurídico, em prejuízo
artigo, considerada a relevância do próprio ou de terceiro:
resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e
terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
multa.
praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território Induzimento à especulação
nacional.
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se alheio, da inexperiência ou da
o crime é cometido em detrimento de simplicidade ou inferioridade mental de
entidade de direito público ou de instituto outrem, induzindo-o à prática de jogo ou
de economia popular, assistência social aposta, ou à especulação com títulos ou
ou beneficência. mercadorias, sabendo ou devendo saber
que a operação é ruinosa:
Estelionato contra idoso ou
vulnerável Pena - reclusão, de um a três anos, e
multa.
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço)
ao dobro, se o crime é cometido contra Fraude no comércio
idoso ou vulnerável, considerada a
Art. 175 - Enganar, no exercício de
relevância do resultado gravoso.
atividade comercial, o adquirente ou
§ 5º Somente se procede mediante consumidor:
representação, salvo se a vítima for:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita,
I - a Administração Pública, direta ou mercadoria falsificada ou deteriorada;
indireta;
II - entregando uma mercadoria por outra:
II - criança ou adolescente
Pena - detenção, de seis meses a dois
III - pessoa com deficiência mental; ou anos, ou multa.
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade § 1º - Alterar em obra que lhe é
ou incapaz encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra
Duplicata simulada
verdadeira por falsa ou por outra de menor
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota valor; vender pedra falsa por verdadeira;
de venda que não corresponda à vender, como precioso, metal de ou outra
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade:
qualidade, ou ao serviço prestado. )
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) multa.
anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, §
Parágrafo único. Nas mesmas penas 2º.
incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar
Outras fraudes
a escrituração do Livro de Registro de
Duplicatas. Art. 176 - Tomar refeição em restaurante,
alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio
Abuso de incapazes
de transporte sem dispor de recursos para
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou efetuar o pagamento:
alheio, de necessidade, paixão ou
Pena - detenção, de quinze dias a dois
inexperiência de menor, ou da alienação
meses, ou multa.
ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles à prática de ato suscetível

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Parágrafo único - Somente se procede VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que,
mediante representação, e o juiz pode, por interposta pessoa, ou conluiado com
conforme as circunstâncias, deixar de acionista, consegue a aprovação de conta
aplicar a pena. ou parecer;
Fraudes e abusos na fundação ou VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II,
administração de sociedade por ações III, IV, V e VII;
Art. 177 - Promover a fundação de IX - o representante da sociedade
sociedade por ações, fazendo, em anônima estrangeira, autorizada a
prospecto ou em comunicação ao público funcionar no País, que pratica os atos
ou à assembléia, afirmação falsa sobre a mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
constituição da sociedade, ou ocultando informação ao Governo.
fraudulentamente fato a ela relativo:
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e meses a dois anos, e multa, o acionista
multa, se o fato não constitui crime contra que, a fim de obter vantagem para si ou
a economia popular. para outrem, negocia o voto nas
deliberações de assembléia geral.
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato
não constitui crime contra a economia Emissão irregular de conhecimento de
popular: depósito ou "warrant"
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito
sociedade por ações, que, em prospecto, ou warrant, em desacordo com disposição
relatório, parecer, balanço ou legal:
comunicação ao público ou à assembléia,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
faz afirmação falsa sobre as condições
multa.
econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, Fraude à execução
fato a elas relativo;
Art. 179 - Fraudar execução, alienando,
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que desviando, destruindo ou danificando
promove, por qualquer artifício, falsa bens, ou simulando dívidas:
cotação das ações ou de outros títulos da
Pena - detenção, de seis meses a dois
sociedade;
anos, ou multa.
III - o diretor ou o gerente que toma
Parágrafo único - Somente se procede
empréstimo à sociedade ou usa, em
mediante queixa.
proveito próprio ou de terceiro, dos bens
ou haveres sociais, sem prévia CAPÍTULO VII
autorização da assembléia geral; DA RECEPTAÇÃO
IV - o diretor ou o gerente que compra ou Receptação
vende, por conta da sociedade, ações por
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar,
ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou
V - o diretor ou o gerente que, como alheio, coisa que sabe ser produto de
garantia de crédito social, aceita em crime, ou influir para que terceiro, de boa-
penhor ou em caução ações da própria fé, a adquira, receba ou oculte:
sociedade;
Pena-reclusão, de um a quatro anos, e
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de multa.
balanço, em desacordo com este, ou
Receptação qualificada
mediante balanço falso, distribui lucros ou
dividendos fictícios;
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§ 1º - Adquirir, receber, transportar, abatido ou dividido em partes, que deve
conduzir, ocultar, ter em depósito, saber ser produto de crime:
desmontar, montar, remontar, vender,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
expor à venda, ou de qualquer forma
anos, e multa.
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou CAPÍTULO VIII
industrial, coisa que deve saber ser DISPOSIÇÕES GERAIS
produto de crime: Art. 181 - É isento de pena quem comete
Pena - reclusão, de três a oito anos, e qualquer dos crimes previstos neste título,
multa. em prejuízo.
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, I - do cônjuge, na constância da sociedade
para efeito do parágrafo anterior, qualquer conjugal;
forma de comércio irregular ou II - de ascendente ou descendente, seja o
clandestino, inclusive o exercício em parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
residência. ou natural.
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por Art. 182 - Somente se procede mediante
sua natureza ou pela desproporção entre representação, se o crime previsto neste
o valor e o preço, ou pela condição de título é cometido em prejuízo:
quem a oferece, deve presumir-se obtida
por meio criminoso: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente
separado;
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
multa, ou ambas as penas. II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
§ 4º - A receptação é punível, ainda que III - de tio ou sobrinho, com quem o agente
desconhecido ou isento de pena o autor coabita.
do crime de que proveio a coisa.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso dois artigos anteriores:
é primário, pode o juiz, tendo em
I - se o crime é de roubo ou de extorsão,
consideração as circunstâncias, deixar de
ou, em geral, quando haja emprego de
aplicar a pena. Na receptação dolosa
grave ameaça ou violência à pessoa;
aplica-se o disposto no § 2º do art.
155. II - ao estranho que participa do crim
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio III – se o crime é praticado contra pessoa
da União, de Estado, do Distrito Federal, com idade igual ou superior a 60
de Município ou de autarquia, fundação (sessenta) anos.
pública, empresa pública, sociedade de TÍTULO XI
economia mista ou empresa DOS CRIMES CONTRA A
concessionária de serviços públicos, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo. CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
Receptação de animal POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar,
conduzir, ocultar, ter em depósito ou Peculato
vender, com a finalidade de produção ou Art. 312 - Apropriar-se o funcionário
de comercialização, semovente público de dinheiro, valor ou qualquer
domesticável de produção, ainda que outro bem móvel, público ou particular, de

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que tem a posse em razão do cargo, ou Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: (dois) anos, e multa.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e Parágrafo único. As penas são
multa. aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o
para a Administração Pública ou para o
funcionário público, embora não tendo a
administrado.
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai,
ou concorre para que seja subtraído, em Extravio, sonegação ou inutilização de
proveito próprio ou alheio, valendo-se de livro ou documento
facilidade que lhe proporciona a qualidade
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer
de funcionário.
documento, de que tem a guarda em
Peculato culposo razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente:
§ 2º - Se o funcionário concorre
culposamente para o crime de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se
o fato não constitui crime mais grave.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Emprego irregular de verbas ou rendas
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a
públicas
reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a Art. 315 - Dar às verbas ou rendas
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de públicas aplicação diversa da
metade a pena imposta. estabelecida em lei:
Peculato mediante erro de outrem Pena - detenção, de um a três meses, ou
multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou
qualquer utilidade que, no exercício do Concussão
cargo, recebeu por erro de outrem:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e direta ou indiretamente, ainda que fora da
multa. função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida:
Inserção de dados falsos em sistema
de informações Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
anos, e multa.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
autorizado, a inserção de dados falsos, Excesso de exaçã
alterar ou excluir indevidamente dados
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou
corretos nos sistemas informatizados ou
contribuição social que sabe ou deveria
bancos de dados da Administração
saber indevido, ou, quando devido,
Pública com o fim de obter vantagem
emprega na cobrança meio vexatório ou
indevida para si ou para outrem ou para
gravoso, que a lei não autoriza:
causar dano:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
e multa.
anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito
Modificação ou alteração não
próprio ou de outrem, o que recebeu
autorizada de sistema de informações
indevidamente para recolher aos cofres
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o públicos:
funcionário, sistema de informações ou
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e
programa de informática sem autorização
multa.
ou solicitação de autoridade competente:
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Corrupção passiva Condescendência criminosa
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou Art. 320 - Deixar o funcionário, por
para outrem, direta ou indiretamente, indulgência, de responsabilizar
ainda que fora da função ou antes de subordinado que cometeu infração no
assumi-la, mas em razão dela, vantagem exercício do cargo ou, quando lhe falte
indevida, ou aceitar promessa de tal competência, não levar o fato ao
vantagem: conhecimento da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) Pena - detenção, de quinze dias a um
anos, e multa. mês, ou multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, Advocacia administrativa
se, em conseqüência da vantagem ou
Art. 321 - Patrocinar, direta ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa
indiretamente, interesse privado perante a
de praticar qualquer ato de ofício ou o
administração pública, valendo-se da
pratica infringindo dever funcional.
qualidade de funcionário:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de
Pena - detenção, de um a três meses, ou
praticar ou retarda ato de ofício, com
multa.
infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem: Parágrafo único - Se o interesse é
ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano,
ou multa. Pena - detenção, de três meses a um ano,
além da multa.
Facilitação de contrabando ou
descaminho Violência arbitrária
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever Art. 322 - Praticar violência, no exercício
funcional, a prática de contrabando ou de função ou a pretexto de exercê-la:
descaminho (art. 334):
Pena - detenção, de seis meses a três
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, anos, além da pena correspondente à
e multa. violência.
Prevaricação Abandono de função
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, Art. 323 - Abandonar cargo público, fora
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo dos casos permitidos em lei:
contra disposição expressa de lei, para
Pena - detenção, de quinze dias a um
satisfazer interesse ou sentimento
mês, ou multa.
pessoal:
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano,
e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano,
e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de
Penitenciária e/ou agente público, de § 2º - Se o fato ocorre em lugar
cumprir seu dever de vedar ao preso o compreendido na faixa de fronteira:
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com Pena - detenção, de um a três anos, e
outros presos ou com o ambiente multa.
externo: Exercício funcional ilegalmente
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 antecipado ou prolongado
(um) ano.
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Art. 324 - Entrar no exercício de função § 1º - Equipara-se a funcionário público
pública antes de satisfeitas as exigências quem exerce cargo, emprego ou função
legais, ou continuar a exercê-la, sem em entidade paraestatal, e quem trabalha
autorização, depois de saber oficialmente para empresa prestadora de serviço
que foi exonerado, removido, substituído contratada ou conveniada para a
ou suspenso: execução de atividade típica da
Administração Pública.
Pena - detenção, de quinze dias a um
mês, ou multa. § 2º - A pena será aumentada da terça
parte quando os autores dos crimes
Violação de sigilo funcional
previstos neste Capítulo forem ocupantes
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência de cargos em comissão ou de função de
em razão do cargo e que deva direção ou assessoramento de órgão da
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a administração direta, sociedade de
revelação: economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público.
Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa, se o fato não constitui CAPÍTULO II
crime mais grave. DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
incorre quem:
Usurpação de função pública
I – permite ou facilita, mediante atribuição,
fornecimento e empréstimo de senha ou Art. 328 - Usurpar o exercício de função
qualquer outra forma, o acesso de pública:
pessoas não autorizadas a sistemas de
Pena - detenção, de três meses a dois
informações ou banco de dados da
anos, e multa.
Administração Pública;
Parágrafo único - Se do fato o agente
II – se utiliza, indevidamente, do acesso
aufere vantagem:
restrito.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano
multa.
à Administração Pública ou a outrem:
Resistência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
anos, e multa. Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça a
Violação do sigilo de proposta de
funcionário competente para executá-lo
concorrência
ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
Pena - detenção, de dois meses a dois
concorrência pública, ou proporcionar a
anos.
terceiro o ensejo de devassá-lo:
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência,
Pena - Detenção, de três meses a um ano,
não se executa:
e multa.
Pena - reclusão, de um a três anos.
Funcionário público
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis
Art. 327 - Considera-se funcionário
sem prejuízo das correspondentes à
público, para os efeitos penais, quem,
violência.
embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou Desobediência
função pública.

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Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de I - pratica navegação de cabotagem, fora
funcionário público: dos casos permitidos em lei;
Pena - detenção, de quinze dias a seis II - pratica fato assimilado, em lei
meses, e multa. especial, a descaminho;
Desacato III - vende, expõe à venda, mantém em
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
Art. 331 - Desacatar funcionário público no
proveito próprio ou alheio, no exercício de
exercício da função ou em razão dela:
atividade comercial ou industrial,
Pena - detenção, de seis meses a dois mercadoria de procedência estrangeira
anos, ou multa. que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que
Tráfico de Influência sabe ser produto de introdução
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, clandestina no território nacional ou de
para si ou para outrem, vantagem ou importação fraudulenta por parte de
promessa de vantagem, a pretexto de outrem;
influir em ato praticado por funcionário IV - adquire, recebe ou oculta, em
público no exercício da função: proveito próprio ou alheio, no exercício de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) atividade comercial ou industrial,
anos, e multa. mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal
Parágrafo único - A pena é aumentada da ou acompanhada de documentos que
metade, se o agente alega ou insinua que sabe serem falsos.
a vantagem é também destinada ao
funcionário. §2o Equipara-se às atividades comerciais,
para os efeitos deste artigo, qualquer
Corrupção ativa forma de comércio irregular ou
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem clandestino de mercadorias estrangeiras,
indevida a funcionário público, para inclusive o exercido em residências.
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime
ato de ofício: de descaminho é praticado em transporte
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) aéreo, marítimo ou fluvial.
anos, e multa. ) Contrabando
Parágrafo único - A pena é aumentada de Art.334-A. Importar ou exportar
um terço, se, em razão da vantagem ou mercadoria proibida:
promessa, o funcionário retarda ou omite
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco)
funcional. anos.
Descaminho § 1o Incorre na mesma pena quem:
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o I - pratica fato assimilado, em lei especial,
pagamento de direito ou imposto devido a contrabando;
pela entrada, pela saída ou pelo consumo II - importa ou exporta clandestinamente
de mercadoria mercadoria que dependa de registro,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) análise ou autorização de órgão público
anos. competente;
§ 1o Incorre na mesma pena quem: III- reinsere no território nacional
mercadoria brasileira destinada à
exportação;
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IV- vende, expõe à venda, mantém em funcionário público, para identificar ou
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em cerrar qualquer objeto:
proveito próprio ou alheio, no exercício de
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
atividade comercial ou industrial,
multa.
mercadoria proibida pela lei brasileira;
Subtração ou inutilização de livro ou
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito
documento
próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou
mercadoria proibida pela lei parcialmente, livro oficial, processo ou
brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de documento confiado à custódia de
26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades funcionário, em razão de ofício, ou de
comerciais, para os efeitos deste artigo, particular em serviço público:
qualquer forma de comércio irregular ou
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se
clandestino de mercadorias estrangeiras,
o fato não constitui crime mais grave.
inclusive o exercido em residências.
Sonegação de contribuição
§ 2º - Equipara-se às atividades
previdenciária
comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou Art.337-A. Suprimir ou reduzir
clandestino de mercadorias estrangeiras, contribuição social previdenciária e
inclusive o exercido em residências. qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime
de contrabando é praticado em transporte I – omitir de folha de pagamento da
aéreo, marítimo ou fluvial. empresa ou de documento de
informações previsto pela legislação
Impedimento, perturbação ou fraude de
previdenciária segurados empregado,
concorrência
empresário, trabalhador avulso ou
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar trabalhador autônomo ou a este
concorrência pública ou venda em hasta equiparado que lhe prestem serviços;
pública, promovida pela administração
II – deixar de lançar mensalmente nos
federal, estadual ou municipal, ou por
títulos próprios da contabilidade da
entidade paraestatal; afastar ou procurar
empresa as quantias descontadas dos
afastar concorrente ou licitante, por meio
segurados ou as devidas pelo
de violência, grave ameaça, fraude ou
empregador ou pelo tomador de serviços;
oferecimento de vantagem:
III – omitir, total ou parcialmente, receitas
Pena - detenção, de seis meses a dois
ou lucros auferidos, remunerações pagas
anos, ou multa, além da pena
ou creditadas e demais fatos geradores de
correspondente à violência.
contribuições sociais previdenciárias:
Parágrafo único - Incorre na mesma pena
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
quem se abstém de concorrer ou licitar,
anos, e multa.
em razão da vantagem oferecida.
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente,
Inutilização de edital ou de sinal
espontaneamente, declara e confessa as
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, contribuições, importâncias ou valores e
inutilizar ou conspurcar edital afixado por presta as informações devidas à
ordem de funcionário público; violar ou previdência social, na forma definida em
inutilizar selo ou sinal empregado, por lei ou regulamento, antes do início da ação
determinação legal ou por ordem de fiscal.

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§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a indiretamente, vantagem ou promessa de
pena ou aplicar somente a de multa se o vantagem a pretexto de influir em ato
agente for primário e de bons praticado por funcionário público
antecedentes, desde que: estrangeiro no exercício de suas funções,
relacionado a transação comercial
II – o valor das contribuições devidas,
internacional:
inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
social, administrativamente, como sendo anos, e multa.
o mínimo para o ajuizamento de suas
Parágrafo único. A pena é aumentada da
execuções fiscais.
metade, se o agente alega ou insinua que
§ 3o Se o empregador não é pessoa a vantagem é também destinada a
jurídica e sua folha de pagamento mensal funcionário estrangeiro.
não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
Funcionário público estrangeiro
quinhentos e dez reais), o juiz poderá
reduzir a pena de um terço até a metade Art. 337-D. Considera-se funcionário
ou aplicar apenas a de multa. público estrangeiro, para os efeitos
penais, quem, ainda que transitoriamente
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo
ou sem remuneração, exerce cargo,
anterior será reajustado nas mesmas
emprego ou função pública em entidades
datas e nos mesmos índices do reajuste
estatais ou em representações
dos benefícios da previdência social.
diplomáticas de país estrangeiro.
CAPÍTULO II-A
DOS CRIMES PRATICADOS POR Parágrafo único. Equipara-se a
PARTICULAR CONTRA A funcionário público estrangeiro quem
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA exerce cargo, emprego ou função em
ESTRANGEIRA empresas controladas, diretamente ou
indiretamente, pelo Poder Público de país
Corrupção ativa em transação estrangeiro ou em organizações públicas
comercial internacional internacionais.
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, CAPÍTULO II-B
direta ou indiretamente, vantagem
indevida a funcionário público estrangeiro, DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E
ou a terceira pessoa, para determiná-lo a CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
praticar, omitir ou retardar ato de ofício Contratação direta ilegal
relacionado à transação comercial
internacional: Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar
causa à contratação direta fora das
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, hipóteses previstas em lei:
e multa.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
Parágrafo único. A pena é aumentada de anos, e multa.
1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário público Frustração do caráter competitivo de
estrangeiro retarda ou omite o ato de licitação
ofício, ou o pratica infringindo dever Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o
funcional. intuito de obter para si ou para outrem
Tráfico de influência em transação vantagem decorrente da adjudicação do
comercial internacional objeto da licitação, o caráter competitivo
do processo licitatório:
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou
obter, para si ou para outrem, direta ou
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Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5
(oito) anos, e multa. (cinco) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Patrocínio de contratação indevida
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou
quem se abstém ou desiste de licitar em
indiretamente, interesse privado perante a
razão de vantagem oferecida.
Administração Pública, dando causa à
instauração de licitação ou à celebração Fraude em licitação ou contrato
de contrato cuja invalidação vier a ser
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da
decretada pelo Poder Judiciário:
Administração Pública, licitação ou
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 contrato dela decorrente, mediante:
(três) anos, e multa.
I - entrega de mercadoria ou prestação de
Modificação ou pagamento irregular serviços com qualidade ou em quantidade
em contrato administrativo diversas das previstas no edital ou nos
instrumentos contratuais;
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar
causa a qualquer modificação ou II - fornecimento, como verdadeira ou
vantagem, inclusive prorrogação perfeita, de mercadoria falsificada,
contratual, em favor do contratado, deteriorada, inservível para consumo ou
durante a execução dos contratos com prazo de validade vencido;
celebrados com a Administração Pública,
III - entrega de uma mercadoria por
sem autorização em lei, no edital da
outra;
licitação ou nos respectivos instrumentos
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com IV - alteração da substância, qualidade ou
preterição da ordem cronológica de sua quantidade da mercadoria ou do serviço
exigibilidade: fornecido;
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 V - qualquer meio fraudulento que torne
(oito) anos, e multa. injustamente mais onerosa para a
Administração Pública a proposta ou a
Perturbação de processo licitatório
execução do contrato:
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8
realização de qualquer ato de processo
(oito) anos, e multa.
licitatório:
Contratação inidônea
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, e multa. Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou
profissional declarado inidôneo:
Violação de sigilo em licitação
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três)
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta
anos, e multa.
apresentada em processo licitatório ou
proporcionar a terceiro o ensejo de §1º Celebrar contrato com empresa ou
devassá-lo: profissional declarado inidôneo:
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis)
(três) anos, e multa. anos, e multa.
Afastamento de licitante §2º Incide na mesma pena do caput deste
artigo aquele que, declarado inidôneo,
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar
venha a participar de licitação e, na
licitante por meio de violência, grave
mesma pena do § 1º deste artigo, aquele
ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem de qualquer tipo:
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que, declarado inidôneo, venha a 2% (dois por cento) do valor do contrato
contratar com a Administração Pública. licitado ou celebrado com contratação
direta.
Impedimento indevido
CAPÍTULO III
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar DOS CRIMES CONTRA A
injustamente a inscrição de qualquer ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
interessado nos registros cadastrais ou
promover indevidamente a alteração, a Reingresso de estrangeiro expulso
suspensão ou o cancelamento de registro Art. 338 - Reingressar no território
do inscrito: nacional o estrangeiro que dele foi
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 expulso:
(dois) anos, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos,
Omissão grave de dado ou de sem prejuízo de nova expulsão após o
informação por projetista cumprimento da pena.

Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Denunciação caluniosa


Administração Pública levantamento Art. 339. Dar causa à instauração de
cadastral ou condição de contorno em inquérito policial, de procedimento
relevante dissonância com a realidade, investigatório criminal, de processo
em frustração ao caráter competitivo da judicial, de processo administrativo
licitação ou em detrimento da seleção da disciplinar, de inquérito civil ou de ação de
proposta mais vantajosa para a improbidade administrativa contra
Administração Pública, em contratação alguém, imputando-lhe crime, infração
para a elaboração de projeto básico, ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
projeto executivo ou anteprojeto, em sabe inocente:
diálogo competitivo ou em procedimento
de manifestação de interesse: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e
multa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de sexta parte,
se o agente se serve de anonimato ou de
§ 1º Consideram-se condição de contorno nome suposto.
as informações e os levantamentos
suficientes e necessários para a definição § 2º - A pena é diminuída de metade, se a
da solução de projeto e dos respectivos imputação é de prática de contravenção.
preços pelo licitante, incluídos sondagens, Comunicação falsa de crime ou de
topografia, estudos de demanda, contravenção
condições ambientais e demais elementos
ambientais impactantes, considerados Art. 340 - Provocar a ação de autoridade,
requisitos mínimos ou obrigatórios em comunicando-lhe a ocorrência de crime ou
normas técnicas que orientam a de contravenção que sabe não se ter
elaboração de projetos. verificado:
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de Pena - detenção, de um a seis meses, ou
obter benefício, direto ou indireto, próprio multa.
ou de outrem, aplica-se em dobro a pena Auto-acusação falsa
prevista no caput deste artigo.
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade,
Art. 337-P. A pena de multa cominada de crime inexistente ou praticado por
aos crimes previstos neste Capítulo outrem:
seguirá a metodologia de cálculo prevista
neste Código e não poderá ser inferior a
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Pena - detenção, de três meses a dois Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
anos, ou multa. multa, além da pena correspondente à
violência.
Falso testemunho ou falsa perícia
Parágrafo único. A pena aumenta-se de
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar
1/3 (um terço) até a metade se o processo
ou calar a verdade como testemunha,
envolver crime contra a dignidade
perito, contador, tradutor ou intérprete em
sexual.
processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: Exercício arbitrário das próprias razõe
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias
anos, e multa. mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto
a um terço, se o crime é praticado Pena - detenção, de quinze dias a um
mediante suborno ou se cometido com o mês, ou multa, além da pena
fim de obter prova destinada a produzir correspondente à violência.
efeito em processo penal, ou em processo
Parágrafo único - Se não há emprego de
civil em que for parte entidade da
violência, somente se procede mediante
administração pública direta ou indireta.
queixa.
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou
da sentença no processo em que ocorreu
danificar coisa própria, que se acha em
o ilícito, o agente se retrata ou declara a
poder de terceiro por determinação
verdade.
judicial ou convenção:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer
Pena - detenção, de seis meses a dois
dinheiro ou qualquer outra vantagem a
anos, e multa.
testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete, para fazer afirmação falsa, Fraude processual
negar ou calar a verdade em depoimento,
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na
perícia, cálculos, tradução ou
pendência de processo civil ou
interpretação:
administrativo, o estado de lugar, de coisa
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e ou de pessoa, com o fim de induzir a erro
multa. o juiz ou o perito:
Parágrafo único. As penas aumentam-se Pena - detenção, de três meses a dois
de um sexto a um terço, se o crime é anos, e multa
cometido com o fim de obter prova
Parágrafo único - Se a inovação se
destinada a produzir efeito em processo
destina a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for
penal, ainda que não iniciado, as penas
parte entidade da administração pública
aplicam-se em dobro.
direta ou indireta.
Favorecimento pessoal
Coação no curso do processo
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de
Art. 344 - Usar de violência ou grave
autoridade pública autor de crime a que é
ameaça, com o fim de favorecer interesse
cominada pena de reclusão:
próprio ou alheio, contra autoridade, parte,
ou qualquer outra pessoa que funciona ou Pena - detenção, de um a seis meses, e
é chamada a intervir em processo judicial, multa.
policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral: § 1º - Se ao crime não é cominada pena
de reclusão:
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Pena - detenção, de quinze dias a três se a pena de detenção, de três meses a
meses, e multa. um ano, ou multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é Evasão mediante violência contra a
ascendente, descendente, cônjuge ou pessoa
irmão do criminoso, fica isento de pena.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o
Favorecimento real preso ou o indivíduo submetido a medida
de segurança detentiva, usando de
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos
violência contra a pessoa:
casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o Pena - detenção, de três meses a um ano,
proveito do crime: além da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, e Arrebatamento de pres
multa.
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de
Art. 349-A. Ingressar, promover, maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob
intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada custódia ou guarda:
de aparelho telefônico de comunicação
Pena - reclusão, de um a quatro anos,
móvel, de rádio ou similar, sem
além da pena correspondente à violência.
autorização legal, em estabelecimento
prisional. Motim de presos
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 Art. 354 - Amotinarem-se presos,
(um) ano. perturbando a ordem ou disciplina da
prisão:
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Pena - detenção, de seis meses a dois
(Revogado)
anos, além da pena correspondente à
Fuga de pessoa presa ou submetida a violência.
medida de segurança
Patrocínio infiel
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado
pessoa legalmente presa ou submetida a
ou procurador, o dever profissional,
medida de segurança detentiva:
prejudicando interesse, cujo patrocínio,
Pena - detenção, de seis meses a dois em juízo, lhe é confiado:
anos.
Pena - detenção, de seis meses a três
§ 1º - Se o crime é praticado a mão anos, e multa.
armada, ou por mais de uma pessoa, ou
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
mediante arrombamento, a pena é de
reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Incorre na pena deste
artigo o advogado ou procurador judicial
§ 2º - Se há emprego de violência contra
que defende na mesma causa, simultânea
pessoa, aplica-se também a pena
ou sucessivamente, partes contrárias.
correspondente à violência.
Sonegação de papel ou objeto de valor
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a
probatório
quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente,
o preso ou o internado. ou deixar de restituir autos, documento ou
objeto de valor probatório, que recebeu na
§ 4º - No caso de culpa do funcionário
qualidade de advogado ou procurador:
incumbido da custódia ou guarda, aplica-

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Pena - detenção, de seis meses a três Parágrafo único. Incide na mesma pena
anos, e multa. quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo:
Exploração de prestígio
I – com inobservância de limite, condição
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou
ou montante estabelecido em lei ou em
qualquer outra utilidade, a pretexto de
resolução do Senado Federal;
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério
Público, funcionário de justiça, perito, II – quando o montante da dívida
tradutor, intérprete ou testemunha: consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
multa. Inscrição de despesas não
empenhadas em restos a pagar
Parágrafo único - As penas aumentam-se
de um terço, se o agente alega ou insinua Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a
que o dinheiro ou utilidade também se inscrição em restos a pagar, de despesa
destina a qualquer das pessoas referidas que não tenha sido previamente
neste artigo. empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei:
Violência ou fraude em arrematação
judicial Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos.
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar
arrematação judicial; afastar ou procurar Assunção de obrigação no último ano
afastar concorrente ou licitante, por meio do mandato ou legislatura
de violência, grave ameaça, fraude ou
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a
oferecimento de vanagem:
assunção de obrigação, nos dois últimos
Pena - detenção, de dois meses a um ano, quadrimestres do último ano do mandato
ou multa, além da pena correspondente à ou legislatura, cuja despesa não possa ser
violência. paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício
Desobediência a decisão judicial sobre
seguinte, que não tenha contrapartida
perda ou suspensão de direito
suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 359 - Exercer função, atividade,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
direito, autoridade ou múnus, de que foi
anos.
suspenso ou privado por decisão judicial:
Ordenação de despesa não autorizada
Pena - detenção, de três meses a dois
anos, ou multa. Art. 359-D. Ordenar despesa não
autorizada por lei:
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
PÚBLICA anos.
Contratação de operação de crédito Prestação de garantia graciosa
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar Art. 359-E. Prestar garantia em operação
operação de crédito, interno ou externo, de crédito sem que tenha sido constituída
sem prévia autorização legislativa: contragarantia em valor igual ou superior
ao valor da garantia prestada, na forma da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) lei:
anos.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano.

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Não cancelamento de restos a pagar decorrência das condutas previstas
no caput deste artigo.
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar
ou de promover o cancelamento do § 2º Se o agente participa de operação
montante de restos a pagar inscrito em bélica com o fim de submeter o território
valor superior ao permitido em lei: nacional, ou parte dele, ao domínio ou à
soberania de outro país:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos.
Aumento de despesa total com pessoal
no último ano do mandato ou Atentado à integridade nacional
legislatura
Art. 359-J. Praticar violência ou grave
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ameaça com a finalidade de desmembrar
ato que acarrete aumento de despesa parte do território nacional para constituir
total com pessoal, nos cento e oitenta dias país independente:
anteriores ao final do mandato ou da
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
legislatura:
anos, além da pena correspondente à
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) violência.
anos.
Espionagem
Oferta pública ou colocação de títulos
Art. 359-K. Entregar a governo
no mercado
estrangeiro, a seus agentes, ou a
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou organização criminosa estrangeira, em
promover a oferta pública ou a colocação desacordo com determinação legal ou
no mercado financeiro de títulos da dívida regulamentar, documento ou informação
pública sem que tenham sido criados por classificados como secretos ou
lei ou sem que estejam registrados em ultrassecretos nos termos da lei, cuja
sistema centralizado de liquidação e de revelação possa colocar em perigo a
custódia: preservação da ordem constitucional ou a
soberania nacional:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze)
anos.
TÍTULO XII
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO § 1º Incorre na mesma pena quem presta
DEMOCRÁTICO DE DIREITO auxílio a espião, conhecendo essa
circunstância, para subtraí-lo à ação da
CAPÍTULO I autoridade pública.
DOS CRIMES CONTRA A SOBERANIA
NACIONAL § 2º Se o documento, dado ou informação
é transmitido ou revelado com violação do
Atentado à soberania
dever de sigilo:
Art. 359-I. Negociar com governo ou grupo
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze)
estrangeiro, ou seus agentes, com o fim
anos.
de provocar atos típicos de guerra contra
o País ou invadi-lo: § 3º Facilitar a prática de qualquer dos
crimes previstos neste artigo mediante
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
atribuição, fornecimento ou empréstimo
anos.
de senha, ou de qualquer outra forma de
§ 1º Aumenta-se a pena de metade até o acesso de pessoas não autorizadas a
dobro, se declarada guerra em sistemas de informações:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) ou psicológica, o exercício de direitos
anos. políticos a qualquer pessoa em razão de
seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou
§ 4º Não constitui crime a comunicação, a
procedência nacional:
entrega ou a publicação de informações
ou de documentos com o fim de expor a Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
prática de crime ou a violação de direitos anos, e multa, além da pena
humanos. correspondente à violência.
CAPÍTULO II CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS INSTITUIÇÕES DOS CRIMES CONTRA O
DEMOCRÁTICAS FUNCIONAMENTO
DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS
Abolição violenta do Estado
Democrático de Direito Sabotagem
Art. 359-L. Tentar, com emprego de Art. 359-R. Destruir ou inutilizar meios de
violência ou grave ameaça, abolir o comunicação ao público,
Estado Democrático de Direito, impedindo estabelecimentos, instalações ou serviços
ou restringindo o exercício dos poderes destinados à defesa nacional, com o fim
constitucionais: de abolir o Estado Democrático de
Direito:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, além da pena correspondente à Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito)
violência. anos.
Golpe de Estado CAPÍTULO V

Art. 359-M. Tentar depor, por meio de (Vetado)


violência ou grave ameaça, o governo (CAPÍTULO VI)
legitimamente constituído:
DISPOSIÇÕES COMUNS
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos, além da pena correspondente à Art. 359-T. Não constitui crime previsto
violência. neste Título a manifestação crítica aos
poderes constitucionais nem a atividade
CAPÍTULO III jornalística ou a reivindicação de direitos e
DOS CRIMES CONTRA O garantias constitucionais por meio de
FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES passeatas, de reuniões, de greves, de
DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO
aglomerações ou de qualquer outra forma
ELEITORAL
de manifestação política com propósitos
Interrupção do processo eleitoral sociais.
Art. 359-N. Impedir ou perturbar a eleição
ou a aferição de seu resultado, mediante
violação indevida de mecanismos de
segurança do sistema eletrônico de
votação estabelecido pela Justiça
Eleitoral:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa.
Violência política
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar,
com emprego de violência física, sexual
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Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se
necessárias à administração da justiça ou à
DIREITO CIVIL manutenção da ordem pública, a divulgação
de escritos, a transmissão da palavra, ou a
CAPÍTULO II publicação, a exposição ou a utilização da
Dos Direitos da Personalidade imagem de uma pessoa poderão ser
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo
lei, os direitos da personalidade são da indenização que couber, se lhe atingirem a
intransmissíveis e irrenunciáveis, não honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se
podendo o seu exercício sofrer limitação se destinarem a fins comerciais.
voluntária. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, de ausente, são partes legítimas para
ou a lesão, a direito da personalidade, e requerer essa proteção o cônjuge, os
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de ascendentes ou os descendentes.
outras sanções previstas em lei. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é
Parágrafo único. Em se tratando de morto, inviolável, e o juiz, a requerimento do
terá legitimação para requerer a medida interessado, adotará as providências
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, necessárias para impedir ou fazer cessar ato
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral contrário a esta norma.
até o quarto grau. CAPÍTULO III
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso Dos Bens Públicos
o ato de disposição do próprio corpo, quando Art. 98. São públicos os bens do domínio
importar diminuição permanente da nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
integridade física, ou contrariar os bons direito público interno; todos os outros são
costumes. particulares, seja qual for a pessoa a que
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo pertencerem.
será admitido para fins de transplante, na Art. 99. São bens públicos:
forma estabelecida em lei especial.
I - os de uso comum do povo, tais como rios,
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou mares, estradas, ruas e praças;
altruístico, a disposição gratuita do próprio
corpo, no todo ou em parte, para depois da II - os de uso especial, tais como edifícios ou
morte. terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal,
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser estadual, territorial ou municipal, inclusive os
livremente revogado a qualquer tempo. de suas autarquias;
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a III - os dominicais, que constituem o
submeter-se, com risco de vida, a tratamento patrimônio das pessoas jurídicas de direito
médico ou a intervenção cirúrgica. público, como objeto de direito pessoal, ou
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele real, de cada uma dessas entidades.
compreendidos o prenome e o sobrenome. Parágrafo único. Não dispondo a lei em
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser contrário, consideram-se dominicais os bens
empregado por outrem em publicações ou pertencentes às pessoas jurídicas de direito
representações que a exponham ao desprezo público a que se tenha dado estrutura de
público, ainda quando não haja intenção direito privado.
difamatória. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o povo e os de uso especial são inalienáveis,
nome alheio em propaganda comercial. enquanto conservarem a sua qualificação, na
forma que a lei determinar.
Art. 19. O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
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Art. 101. Os bens públicos dominicais podem Parágrafo único. A indenização prevista neste
ser alienados, observadas as exigências da artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá
lei. lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos
a usucapião. Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da
coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
Art. 103. O uso comum dos bens públicos forem culpados do perigo, assistir-lhes-á
pode ser gratuito ou retribuído, conforme for direito à indenização do prejuízo que
estabelecido legalmente pela entidade a cuja sofreram.
administração pertencerem.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o
TÍTULO III
perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra
Dos Atos Ilícitos
este terá o autor do dano ação regressiva para
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão haver a importância que tiver ressarcido ao
voluntária, negligência ou imprudência, violar lesado.
direito e causar dano a outrem, ainda que Parágrafo único. A mesma ação competirá
exclusivamente moral, comete ato ilícito. contra aquele em defesa de quem se causou
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de o dano (art. 188, inciso I).
um direito que, ao exercê-lo, excede Art. 931. Ressalvados outros casos previstos
manifestamente os limites impostos pelo seu em lei especial, os empresários individuais e
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos as empresas respondem independentemente
bons costumes. de culpa pelos danos causados pelos
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: produtos postos em circulação.
I - os praticados em legítima defesa ou no Art. 932. São também responsáveis pela
exercício regular de um direito reconhecido; reparação civil:
II - a deterioração ou destruição da coisa I - os pais, pelos filhos menores que estiverem
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover sob sua autoridade e em sua companhia;
perigo iminente. II - o tutor e o curador, pelos pupilos e
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato curatelados, que se acharem nas mesmas
será legítimo somente quando as condições;
circunstâncias o tornarem absolutamente III - o empregador ou comitente, por seus
necessário, não excedendo os limites do empregados, serviçais e prepostos, no
indispensável para a remoção do perigo. exercício do trabalho que lhes competir, ou
TÍTULO IX em razão dele;
Da Responsabilidade Civil
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
CAPÍTULO I estabelecimentos onde se albergue por
Da Obrigação de Indenizar dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos
seus hóspedes, moradores e educandos;
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186
e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a V - os que gratuitamente houverem
repará-lo. participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar
o dano, independentemente de culpa, nos Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a
casos especificados em lei, ou quando a V do artigo antecedente, ainda que não haja
atividade normalmente desenvolvida pelo culpa de sua parte, responderão pelos atos
autor do dano implicar, por sua natureza, risco praticados pelos terceiros ali referidos.
para os direitos de outrem. Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos por outrem pode reaver o que houver pago
que causar, se as pessoas por ele daquele por quem pagou, salvo se o causador
responsáveis não tiverem obrigação de fazê- do dano for descendente seu, absoluta ou
lo ou não dispuserem de meios suficientes. relativamente incapaz.
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Art. 935. A responsabilidade civil é CAPÍTULO II
independente da criminal, não se podendo Da Indenização
questionar mais sobre a existência do fato, ou
sobre quem seja o seu autor, quando estas Art. 944. A indenização mede-se pela
questões se acharem decididas no juízo extensão do dano.
criminal. Parágrafo único. Se houver excessiva
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal desproporção entre a gravidade da culpa e o
ressarcirá o dano por este causado, se não dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a
provar culpa da vítima ou força maior. indenização.

Art. 937. O dono de edifício ou construção Art. 945. Se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso, a sua
responde pelos danos que resultarem de sua
ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja indenização será fixada tendo-se em conta a
necessidade fosse manifesta. gravidade de sua culpa em confronto com a
do autor do dano.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte
dele, responde pelo dano proveniente das Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e
coisas que dele caírem ou forem lançadas em não houver na lei ou no contrato disposição
lugar indevido. fixando a indenização devida pelo
inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas
Art. 939. O credor que demandar o devedor e danos na forma que a lei processual
antes de vencida a dívida, fora dos casos em determinar.
que a lei o permita, ficará obrigado a esperar
o tempo que faltava para o vencimento, a Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a
descontar os juros correspondentes, embora prestação na espécie ajustada, substituir-se-á
estipulados, e a pagar as custas em dobro. pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já
paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as consiste, sem excluir outras reparações:
quantias recebidas ou pedir mais do que for I - no pagamento das despesas com o
devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no tratamento da vítima, seu funeral e o luto da
primeiro caso, o dobro do que houver cobrado família;
e, no segundo, o equivalente do que dele
exigir, salvo se houver prescrição. II - na prestação de alimentos às pessoas a
quem o morto os devia, levando-se em conta
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e a duração provável da vida da vítima.
940 não se aplicarão quando o autor desistir
da ação antes de contestada a lide, salvo ao Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à
réu o direito de haver indenização por algum saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
prejuízo que prove ter sofrido. despesas do tratamento e dos lucros
cessantes até ao fim da convalescença, além
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa de algum outro prejuízo que o ofendido prove
ou violação do direito de outrem ficam sujeitos haver sofrido.
à reparação do dano causado; e, se a ofensa
tiver mais de um autor, todos responderão Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo
solidariamente pela reparação. qual o ofendido não possa exercer o seu ofício
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade
Parágrafo único. São solidariamente de trabalho, a indenização, além das
responsáveis com os autores os co-autores e despesas do tratamento e lucros cessantes
as pessoas designadas no art. 932. até ao fim da convalescença, incluirá pensão
Art. 943. O direito de exigir reparação e a correspondente à importância do trabalho
obrigação de prestá-la transmitem-se com a para que se inabilitou, ou da depreciação que
herança. ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir,
poderá exigir que a indenização seja arbitrada
e paga de uma só vez.

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Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950
aplica-se ainda no caso de indenização
devida por aquele que, no exercício de
atividade profissional, por negligência,
imprudência ou imperícia, causar a morte do
paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão,
ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do
alheio, além da restituição da coisa, a
indenização consistirá em pagar o valor das
suas deteriorações e o devido a título de
lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á
reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o
equivalente, quando não exista a própria
coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço
ordinário e pelo de afeição, contanto que este
não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação
ou calúnia consistirá na reparação do dano
que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder
provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
eqüitativamente, o valor da indenização, na
conformidade das circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade
pessoal consistirá no pagamento das perdas
e danos que sobrevierem ao ofendido, e se
este não puder provar prejuízo, tem aplicação
o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da
liberdade pessoal:
I - o cárcere privado;
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de
má-fé;
III - a prisão ilegal.

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executivos rodoviários, estabelecendo os
limites circunscricionais de suas atuações.
CÓDIGO DE TRÂNSITO Art. 9º O Presidente da República designará o
BRASILEIRO ministério ou órgão da Presidência
responsável pela coordenação máxima do
Seção II
Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará
Da Composição e da Competência do vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão
Sistema Nacional de Trânsito máximo executivo de trânsito da União.
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito
Trânsito os seguintes órgãos e (Contran), com sede no Distrito Federal, tem
entidades: a seguinte composição:
II-A - Ministro de Estado da Infraestrutura, que
I - o Conselho Nacional de Trânsito -
o presidirá;
CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão
máximo normativo e consultivo; III - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia
e Inovações;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - IV - Ministro de Estado da Educação;
CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito
Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, V - Ministro de Estado da Defesa;
consultivos e coordenadores;
VI - Ministro de Estado do Meio Ambiente;
III - os órgãos e entidades executivos de
XXII - Ministro de Estado da Saúde;
trânsito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; XXIII - Ministro de Estado da Justiça e
Segurança Pública;
IV - os órgãos e entidades executivos
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito XXIV - Ministro de Estado das Relações
Federal e dos Municípios; Exteriores;
V - a Polícia Rodoviária Federal; XXVI - Ministro de Estado da Economia;
e
VI - as Polícias Militares dos Estados e do
Distrito Federal; e XXVII - Ministro de Estado da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de
Infrações - JARI. § 4º Os Ministros de Estado deverão indicar
suplente, que será servidor de nível
Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade
hierárquico igual ou superior ao nível 6 do
concessionária de porto organizado poderá
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores
celebrar convênios com os órgãos previstos
- DAS ou, no caso do Ministério da Defesa,
no art. 7o, com a interveniência dos Municípios
alternativamente, Oficial-General.
e Estados, juridicamente interessados, para o
fim específico de facilitar a autuação por § 5º Compete ao dirigente do órgão máximo
descumprimento da legislação de trânsito. executivo de trânsito da União atuar como
Secretário-Executivo do Contran.
§ 1o O convênio valerá para toda a área física
do porto organizado, inclusive, nas áreas dos § 6º O quórum de votação e de aprovação no
terminais alfandegados, nas estações de Contran é o de maioria absoluta.
transbordo, nas instalações portuárias
públicas de pequeno porte e nos respectivos Art. 10-A. Poderão ser convidados a
estacionamentos ou vias de trânsito participar de reuniões do Contran, sem direito
internas. a voto, representantes de órgãos e entidades
setoriais responsáveis ou impactados pelas
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os propostas ou matérias em exame.
Municípios organizarão os respectivos órgãos
e entidades executivos de trânsito e Art. 12. Compete ao CONTRAN:

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I - estabelecer as normas regulamentares por meio da rede mundial de computadores,
referidas neste Código e as diretrizes da pelo período mínimo de 30 (trinta) dias, antes
Política Nacional de Trânsito; do exame da matéria pelo Contran.
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional § 2º As contribuições recebidas na consulta
de Trânsito, objetivando a integração de suas pública de que trata o § 1º deste artigo ficarão
atividades; à disposição do público pelo prazo de 2 (dois)
anos, contado da data de encerramento da
IV - criar Câmaras Temáticas; consulta pública.
V - estabelecer seu regimento interno e as § 3º Em caso de urgência e de relevante
diretrizes para o funcionamento dos CETRAN interesse público, o Presidente do Contran
e CONTRANDIFE; poderá editar deliberação, ad referendum do
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das Conselho e com prazo de validade máximo de
JARI; 90 (noventa) dias, para estabelecer norma
regulamentar prevista no inciso I do caput ,
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento dispensado o cumprimento do disposto nos §§
das normas contidas neste Código e nas 1º e 2º deste artigo, vedada a reedição.
resoluções complementares;
§ 4º Encerrado o prazo previsto no § 3º deste
VIII - estabelecer e normatizar os artigo sem o referendo do Contran, a
procedimentos para o enquadramento das deliberação perderá a sua eficácia, e
condutas expressamente referidas neste permanecerão válidos os efeitos dela
Código, para a fiscalização e a aplicação das decorrentes.
medidas administrativas e das penalidades
por infrações e para a arrecadação das multas § 5º Norma do Contran poderá dispor sobre o
aplicadas e o repasse dos valores uso de sinalização horizontal ou vertical que
arrecadados; utilize técnicas de estímulos comportamentais
para a redução de acidentes de trânsito.
IX - responder às consultas que lhe forem
formuladas, relativas à aplicação da Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos
legislação de trânsito; técnicos vinculados ao CONTRAN, são
integradas por especialistas e têm como
X - normatizar os procedimentos sobre a objetivo estudar e oferecer sugestões e
aprendizagem, habilitação, expedição de embasamento técnico sobre assuntos
documentos de condutores, e registro e específicos para decisões daquele colegiad
licenciamento de veículos;
§ 1º Cada Câmara é constituída por
XI - aprovar, complementar ou alterar os especialistas representantes de órgãos e
dispositivos de sinalização e os dispositivos e entidades executivos da União, dos Estados,
equipamentos de trânsito; ou do Distrito Federal e dos Municípios, em
XIII - avocar, para análise e soluções, igual número, pertencentes ao Sistema
processos sobre conflitos de competência ou Nacional de Trânsito, além de especialistas
circunscrição, ou, quando necessário, unificar representantes dos diversos segmentos da
as decisões administrativas; e sociedade relacionados com o trânsito, todos
indicados segundo regimento específico
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e definido pelo CONTRAN e designados pelo
competência de trânsito no âmbito da União, ministro ou dirigente coordenador máximo do
dos Estados e do Distrito Federal. Sistema Nacional de Trânsito.
XV - normatizar o processo de formação do §2º Os segmentos da sociedade,
candidato à obtenção da Carteira Nacional de relacionados no parágrafo anterior, serão
Habilitação, estabelecendo seu conteúdo representados por pessoa jurídica e devem
didático-pedagógico, carga horária, atender aos requisitos estabelecidos pelo
avaliações, exames, execução e fiscalização. CONTRAN.
§ 1º As propostas de normas regulamentares § 3º A coordenação das Câmaras Temáticas
de que trata o inciso I do caput deste artigo será exercida por representantes do órgão
serão submetidas a prévia consulta pública, máximo executivo de trânsito da União ou dos
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Ministérios representados no Contran, Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do
conforme definido no ato de criação de cada CONTRANDIFE são nomeados pelos
Câmara Temática. Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, respectivamente, e deverão ter
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de reconhecida experiência em matéria de
Trânsito - CETRAN e ao Conselho de Trânsito trânsito.
do Distrito Federal - CONTRANDIFE:
§ 1º Os membros dos CETRAN e do
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as CONTRANDIFE são nomeados pelos
normas de trânsito, no âmbito das respectivas Governadores dos Estados e do Distrito
atribuições; Federal, respectivamente.
II - elaborar normas no âmbito das respectivas
§ 2º Os membros do CETRAN e do
competências; CONTRANDIFE deverão ser pessoas de
III - responder a consultas relativas à reconhecida experiência em trânsito.
aplicação da legislação e dos procedimentos § 3º O mandato dos membros do CETRAN e
normativos de trânsito; do CONTRANDIFE é de dois anos, admitida a
IV - estimular e orientar a execução de recondução.
campanhas educativas de trânsito; Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade
V - julgar os recursos interpostos contra executivos de trânsito ou rodoviário
decisões: funcionarão Juntas Administrativas de
Recursos de Infrações - JARI, órgãos
a) das JARI; colegiados responsáveis pelo julgamento dos
b) dos órgãos e entidades executivos recursos interpostos contra penalidades por
estaduais, nos casos de inaptidão eles impostas.
permanente constatados nos exames de Parágrafo único. As JARI têm regimento
aptidão física, mental ou psicológica; próprio, observado o disposto no inciso VI do
VI - indicar um representante para compor a art. 12, e apoio administrativo e financeiro do
comissão examinadora de candidatos órgão ou entidade junto ao qual funcionem.
portadores de deficiência física à habilitação Art. 17. Compete às JARI:
para conduzir veículos automotores;
I - julgar os recursos interpostos pelos
VIII - acompanhar e coordenar as atividades infratores;
de administração, educação, engenharia,
fiscalização, policiamento ostensivo de II - solicitar aos órgãos e entidades executivos
trânsito, formação de condutores, registro e de trânsito e executivos rodoviários
licenciamento de veículos, articulando os informações complementares relativas aos
órgãos do Sistema no Estado, reportando-se recursos, objetivando uma melhor análise da
ao CONTRAN; situação recorrida;
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e III - encaminhar aos órgãos e entidades
competência de trânsito no âmbito dos executivos de trânsito e executivos
Municípios; e rodoviários informações sobre problemas
observados nas autuações e apontados em
X - informar o CONTRAN sobre o recursos, e que se repitam sistematicamente.
cumprimento das exigências definidas nos §§
1º e 2º do art. 333. Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo
de trânsito da União:
XI - designar, em caso de recursos deferidos
e na hipótese de reavaliação dos exames, I - cumprir e fazer cumprir a legislação de
junta especial de saúde para examinar os trânsito e a execução das normas e diretrizes
candidatos à habilitação para conduzir estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de
veículos automotores. suas atribuições;
Parágrafo único. Dos casos previstos no II - proceder à supervisão, à coordenação, à
inciso V, julgados pelo órgão, não cabe correição dos órgãos delegados, ao controle e
recurso na esfera administrativa. à fiscalização da execução da Política
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Nacional de Trânsito e do Programa Nacional XIV - fornecer aos órgãos e entidades do
de Trânsito; Sistema Nacional de Trânsito informações
sobre registros de veículos e de condutores,
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas mantendo o fluxo permanente de informações
Nacionais de Trânsito, de Transporte e de com os demais órgãos do Sistema;
Segurança Pública, objetivando o combate à
violência no trânsito, promovendo, XV - promover, em conjunto com os órgãos
coordenando e executando o controle de competentes do Ministério da Educação e do
ações para a preservação do ordenamento e Desporto, de acordo com as diretrizes do
da segurança do trânsito; CONTRAN, a elaboração e a implementação
de programas de educação de trânsito nos
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de
estabelecimentos de ensino;
atos de improbidade contra a fé pública, o
patrimônio, ou a administração pública ou XVI - elaborar e distribuir conteúdos
privada, referentes à segurança do trânsito; programáticos para a educação de trânsito;
V - supervisionar a implantação de projetos e XVII - promover a divulgação de trabalhos
programas relacionados com a engenharia, técnicos sobre o trânsito;
educação, administração, policiamento e
fiscalização do trânsito e outros, visando à XVIII - elaborar, juntamente com os demais
uniformidade de procedimento; órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito, e submeter à aprovação do
VI - estabelecer procedimentos sobre a CONTRAN, a complementação ou alteração
aprendizagem e habilitação de condutores de da sinalização e dos dispositivos e
veículos, a expedição de documentos de equipamentos de trânsito;
condutores, de registro e licenciamento de
veículos; XIX - organizar, elaborar, complementar e
alterar os manuais e normas de projetos de
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a implementação da sinalização, dos
Carteira Nacional de Habilitação, os dispositivos e equipamentos de trânsito
Certificados de Registro e o de Licenciamento aprovados pelo CONTRAN;
Anual mediante delegação aos órgãos
executivos dos Estados e do Distrito Federal; XX – expedir a permissão internacional para
conduzir veículo e o certificado de passagem
VIII - organizar e manter o Registro Nacional nas alfândegas mediante delegação aos
de Carteiras de Habilitação - RENACH; órgãos executivos dos Estados e do Distrito
Federal ou a entidade habilitada para esse fim
IX - organizar e manter o Registro Nacional pelo poder público federal;
de Veículos Automotores - RENAVAM;
XXI - promover a realização periódica de
X - organizar a estatística geral de trânsito no reuniões regionais e congressos nacionais de
território nacional, definindo os dados a serem trânsito, bem como propor a representação do
fornecidos pelos demais órgãos e promover Brasil em congressos ou reuniões
sua divulgação; internacionais;
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de
XXII - propor acordos de cooperação com
informações sobre as ocorrências de organismos internacionais, com vistas ao
acidentes de trânsito e as estatísticas do aperfeiçoamento das ações inerentes à
trânsito; segurança e educação de trânsito;
XII - administrar fundo de âmbito nacional XXIII - elaborar projetos e programas de
destinado à segurança e à educação de formação, treinamento e especialização do
trânsito; pessoal encarregado da execução das
XIII - coordenar a administração do registro atividades de engenharia, educação,
das infrações de trânsito, da pontuação e das policiamento ostensivo, fiscalização,
penalidades aplicadas no prontuário do operação e administração de trânsito,
infrator, da arrecadação de multas e do propondo medidas que estimulem a pesquisa
repasse de que trata o § 1º do art. 320; científica e o ensino técnico-profissional de

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interesse do trânsito, e promovendo a sua Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal,
realização; no âmbito das rodovias e estradas federais:
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as
trânsito interestadual e internacional; normas de trânsito, no âmbito de suas
atribuições;
XXV - elaborar e submeter à aprovação do
CONTRAN as normas e requisitos de II - realizar o patrulhamento ostensivo,
segurança veicular para fabricação e executando operações relacionadas com a
montagem de veículos, consoante sua segurança pública, com o objetivo de
destinação; preservar a ordem, incolumidade das
pessoas, o patrimônio da União e o de
XXVI - estabelecer procedimentos para a
terceiros;
concessão do código marca-modelo dos
veículos para efeito de registro, III - executar a fiscalização de trânsito, aplicar
emplacamento e licenciamento as penalidades de advertência por escrito e
multa e as medidas administrativas cabíveis,
XXVII - instruir os recursos interpostos das com a notificação dos infratores e a
decisões do CONTRAN, ao ministro ou arrecadação das multas aplicadas e dos
dirigente coordenador máximo do Sistema valores provenientes de estadia e remoção de
Nacional de Trânsito; veículos, objetos e animais e de escolta de
XXVIII - estudar os casos omissos na veículos de cargas superdimensionadas ou
legislação de trânsito e submetê-los, com perigosas;
proposta de solução, ao Ministério ou órgão IV - efetuar levantamento dos locais de
coordenador máximo do Sistema Nacional de acidentes de trânsito e dos serviços de
Trânsito; atendimento, socorro e salvamento de
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, vítimas;
administrativo e financeiro ao CONTRAN. V - credenciar os serviços de escolta,
XXX - organizar e manter o Registro Nacional fiscalizar e adotar medidas de segurança
de Infrações de Trânsito (Renainf) relativas aos serviços de remoção de
veículos, escolta e transporte de carga
XXXI - organizar, manter e atualizar o Registro indivisível;
Nacional Positivo de Condutores (RNPC).
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário
deficiência técnica ou administrativa ou a a adoção de medidas emergenciais, e zelar
prática constante de atos de improbidade pelo cumprimento das normas legais relativas
contra a fé pública, contra o patrimônio ou ao direito de vizinhança, promovendo a
contra a administração pública, o órgão interdição de construções e instalações não
executivo de trânsito da União, mediante autorizadas;
aprovação do CONTRAN, assumirá
diretamente ou por delegação, a execução VII - coletar dados estatísticos e elaborar
total ou parcial das atividades do órgão estudos sobre acidentes de trânsito e suas
executivo de trânsito estadual que tenha causas, adotando ou indicando medidas
motivado a investigação, até que as operacionais preventivas e encaminhando-os
irregularidades sejam sanadas. ao órgão rodoviário federal;
§ 2º O regimento interno do órgão executivo VIII - implementar as medidas da Política
de trânsito da União disporá sobre sua Nacional de Segurança e Educação de
estrutura organizacional e seu funcionamento. Trânsito;
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de IX - promover e participar de projetos e
trânsito e executivos rodoviários da União, programas de educação e segurança, de
dos Estados, do Distrito Federal e dos acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
Municípios fornecerão, obrigatoriamente, mês CONTRAN;
a mês, os dados estatísticos para os fins X - integrar-se a outros órgãos e entidades do
previstos no inciso X. Sistema Nacional de Trânsito para fins de
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arrecadação e compensação de multas VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades
impostas na área de sua competência, com e medidas administrativas cabíveis, relativas
vistas à unificação do licenciamento, à a infrações por excesso de peso, dimensões
simplificação e à celeridade das e lotação dos veículos, bem como notificar e
transferências de veículos e de prontuários de arrecadar as multas que aplicar;
condutores de uma para outra unidade da
Federação; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida
no art. 95, aplicando as penalidades e
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes arrecadando as multas nele previstas;
e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo X - implementar as medidas da Política
Nacional de Trânsito e do Programa Nacional
com o estabelecido no art. 66, além de dar
apoio, quando solicitado, às ações específicas de Trânsito;
dos órgãos ambientais. XI - promover e participar de projetos e
XII - aplicar a penalidade de suspensão do programas de educação e segurança, de
direito de dirigir, quando prevista de forma acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
CONTRAN;
específica para a infração cometida, e
comunicar a aplicação da penalidade ao XII - integrar-se a outros órgãos e entidades
órgão máximo executivo de trânsito da do Sistema Nacional de Trânsito para fins de
União. arrecadação e compensação de multas
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades impostas na área de sua competência, com
executivos rodoviários da União, dos Estados, vistas à unificação do licenciamento, à
do Distrito Federal e dos Municípios, no simplificação e à celeridade das
âmbito de sua circunscrição: transferências de veículos e de prontuários de
condutores de uma para outra unidade da
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as Federação;
normas de trânsito, no âmbito de suas
atribuições XIII - fiscalizar o nível de emissão de
poluentes e ruído produzidos pelos veículos
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o automotores ou pela sua carga, de acordo
trânsito de veículos, de pedestres e de com o estabelecido no art. 66, além de dar
animais, e promover o desenvolvimento da apoio às ações específicas dos órgãos
circulação e da segurança de ciclistas; ambientais locais, quando solicitado;
III - implantar, manter e operar o sistema de XIV - vistoriar veículos que necessitem de
sinalização, os dispositivos e os autorização especial para transitar e
equipamentos de controle viário; estabelecer os requisitos técnicos a serem
observados para a circulação desses
IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os veículos.
acidentes de trânsito e suas causas;
XV - aplicar a penalidade de suspensão do
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos direito de dirigir, quando prevista de forma
de policiamento ostensivo de trânsito, as
específica para a infração cometida, e
respectivas diretrizes para o policiamento comunicar a aplicação da penalidade ao
ostensivo de trânsito; órgão máximo executivo de trânsito da
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, União.
aplicar as penalidades de advertência, por Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades
escrito, e ainda as multas e medidas executivos de trânsito dos Estados e do
administrativas cabíveis, notificando os Distrito Federal, no âmbito de sua
infratores e arrecadando as multas que circunscrição:
aplicar;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as
VII - arrecadar valores provenientes de estada normas de trânsito, no âmbito das respectivas
e remoção de veículos e objetos, e escolta de atribuições;
veículos de cargas superdimensionadas ou
perigosas; II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de
formação, de aperfeiçoamento, de reciclagem
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e de suspensão de condutores e expedir e impostas na área de sua competência, com
cassar Licença de Aprendizagem, Permissão vistas à unificação do licenciamento, à
para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, simplificação e à celeridade das
mediante delegação do órgão máximo transferências de veículos e de prontuários de
executivo de trânsito da União; condutores de uma para outra unidade da
Federação;
III - vistoriar, inspecionar as condições de
segurança veicular, registrar, emplacar e XIV - fornecer, aos órgãos e entidades
licenciar veículos, com a expedição dos executivos de trânsito e executivos
Certificados de Registro de Veículo e de rodoviários municipais, os dados cadastrais
Licenciamento Anual, mediante delegação do dos veículos registrados e dos condutores
órgão máximo executivo de trânsito da habilitados, para fins de imposição e
União; notificação de penalidades e de arrecadação
de multas nas áreas de suas competências;
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias
Militares, as diretrizes para o policiamento XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes
ostensivo de trânsito; e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar com o estabelecido no art. 66, além de dar
e aplicar as medidas administrativas cabíveis apoio, quando solicitado, às ações específicas
pelas infrações previstas neste Código, dos órgãos ambientais locais;
excetuadas aquelas relacionadas nos incisos
VI e VIII do art. 24, no exercício regular do XVI - articular-se com os demais órgãos do
Poder de Polícia de Trânsito; Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob
coordenação do respectivo CETRAN.
VI - aplicar as penalidades por infrações
previstas neste Código, com exceção XVII - criar, implantar e manter escolas
daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do públicas de trânsito, destinadas à educação
art. 24, notificando os infratores e de crianças e adolescentes, por meio de aulas
arrecadando as multas que aplicar; teóricas e práticas sobre legislação,
sinalização e comportamento no trânsito.
VII - arrecadar valores provenientes de estada
e remoção de veículos e objetos; Parágrafo único. As competências descritas
no inciso II do caput deste artigo relativas ao
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito processo de suspensão de condutores serão
da União a suspensão e a cassação do direito exercidas quando:
de dirigir e o recolhimento da Carteira
Nacional de Habilitação; I - o condutor atingir o limite de pontos
estabelecido no inciso I do art. 261 deste
IX - coletar dados estatísticos e elaborar Código;
estudos sobre acidentes de trânsito e suas
causas; II - a infração previr a penalidade de
suspensão do direito de dirigir de forma
X - credenciar órgãos ou entidades para a específica e a autuação tiver sido efetuada
execução de atividades previstas na
pelo próprio órgão executivo estadual de
legislação de trânsito, na forma estabelecida trânsito.
em norma do CONTRAN;
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos
XI - implementar as medidas da Política Estados e do Distrito Federal:
Nacional de Trânsito e do Programa Nacional
de Trânsito; III - executar a fiscalização de trânsito, quando
e conforme convênio firmado, como agente do
XII - promover e participar de projetos e órgão ou entidade executivos de trânsito ou
programas de educação e segurança de executivos rodoviários, concomitantemente
trânsito de acordo com as diretrizes com os demais agentes credenciados;
estabelecidas pelo CONTRAN;
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no
do Sistema Nacional de Trânsito para fins de âmbito de sua circunscrição:
arrecadação e compensação de multas

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I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as veículos de cargas superdimensionadas ou
normas de trânsito, no âmbito de suas perigosas;
atribuições;
XII - credenciar os serviços de escolta,
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o fiscalizar e adotar medidas de segurança
trânsito de veículos, de pedestres e de relativas aos serviços de remoção de
animais e promover o desenvolvimento, veículos, escolta e transporte de carga
temporário ou definitivo, da circulação, da indivisível;
segurança e das áreas de proteção de
ciclistas; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades
do Sistema Nacional de Trânsito para fins de
III - implantar, manter e operar o sistema de arrecadação e compensação de multas
sinalização, os dispositivos e os impostas na área de sua competência, com
equipamentos de controle viário; vistas à unificação do licenciamento, à
simplificação e à celeridade das
IV - coletar dados estatísticos e elaborar transferências de veículos e de prontuários
estudos sobre os acidentes de trânsito e suas dos condutores de uma para outra unidade da
causas;
Federação;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos XIV - implantar as medidas da Política
de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes Nacional de Trânsito e do Programa Nacional
para o policiamento ostensivo de trânsito; de Trânsito;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias XV - promover e participar de projetos e
terrestres, edificações de uso público e programas de educação e segurança de
edificações privadas de uso coletivo, autuar e trânsito de acordo com as diretrizes
aplicar as medidas administrativas cabíveis e estabelecidas pelo CONTRAN;
as penalidades de advertência por escrito e
multa, por infrações de circulação, XVI - planejar e implantar medidas para
estacionamento e parada previstas neste redução da circulação de veículos e
Código, no exercício regular do poder de reorientação do tráfego, com o objetivo de
polícia de trânsito, notificando os infratores e diminuir a emissão global de poluentes;
arrecadando as multas que aplicar, exercendo
iguais atribuições no âmbito de edificações XVII - registrar e licenciar, na forma da
privadas de uso coletivo, somente para legislação, veículos de tração e propulsão
infrações de uso de vagas reservadas em humana e de tração animal, fiscalizando,
estacionamentos; autuando, aplicando penalidades e
arrecadando multas decorrentes de
VII - aplicar as penalidades de advertência por infrações;
escrito e multa, por infrações de circulação,
estacionamento e parada previstas neste XVIII - conceder autorização para conduzir
Código, notificando os infratores e veículos de propulsão humana e de tração
arrecadando as multas que aplicar; animal;
XIX - articular-se com os demais órgãos do
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades
e medidas administrativas cabíveis relativas a Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob
infrações por excesso de peso, dimensões e coordenação do respectivo CETRAN;
lotação dos veículos, bem como notificar e XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes
arrecadar as multas que aplicar; e ruído produzidos pelos veículos
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida automotores ou pela sua carga, de acordo
no art. 95, aplicando as penalidades e com o estabelecido no art. 66, além de dar
arrecadando as multas nele previstas; apoio às ações específicas de órgão
ambiental local, quando solicitado;
X - implantar, manter e operar sistema de
estacionamento rotativo pago nas vias; XXI - vistoriar veículos que necessitem de
autorização especial para transitar e
XI - arrecadar valores provenientes de estada estabelecer os requisitos técnicos a serem
e remoção de veículos e objetos, e escolta de observados para a circulação desses
veículos.
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XXII - aplicar a penalidade de suspensão do Congresso Nacional ou nos locais sob sua
direito de dirigir, quando prevista de forma responsabilidade comprometer objetivamente
específica para a infração cometida, e os serviços ou colocar em risco a
comunicar a aplicação da penalidade ao incolumidade das pessoas ou o patrimônio
órgão máximo executivo de trânsito da das respectivas Casas Legislativas.
União;
Parágrafo único. Para atuarem na fiscalização
XXIII - criar, implantar e manter escolas de trânsito, os agentes mencionados
públicas de trânsito, destinadas à educação no caput deste artigo deverão receber
de crianças e adolescentes, por meio de aulas treinamento específico para o exercício das
teóricas e práticas sobre legislação, atividades, conforme regulamentação do
sinalização e comportamento no trânsito. Contran.
§ 1º As competências relativas a órgão ou CAPÍTULO III
entidade municipal serão exercidas no Distrito DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO
Federal por seu órgão ou entidade executivos E CONDUTA
de trânsito.
Art. 26. Os usuários das vias terrestres
§ 2º Para exercer as competências devem:
estabelecidas neste artigo, os Municípios
deverão integrar-se ao Sistema Nacional de I - abster-se de todo ato que possa constituir
Trânsito, por meio de órgão ou entidade perigo ou obstáculo para o trânsito de
executivos de trânsito ou diretamente por veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda
meio da prefeitura municipal, conforme causar danos a propriedades públicas ou
previsto no art. 333 deste Código. privadas;

Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo


perigoso, atirando, depositando ou
Sistema Nacional de Trânsito poderão
celebrar convênio delegando as atividades abandonando na via objetos ou substâncias,
previstas neste Código, com vistas à maior ou nela criando qualquer outro obstáculo.
eficiência e à segurança para os usuários da Art. 27. Antes de colocar o veículo em
via. circulação nas vias públicas, o condutor
§ 1º. Os órgãos e entidades de trânsito deverá verificar a existência e as boas
poderão prestar serviços de capacitação condições de funcionamento dos
técnica, assessoria e monitoramento das equipamentos de uso obrigatório, bem como
atividades relativas ao trânsito durante prazo assegurar-se da existência de combustível
suficiente para chegar ao local de destino.
a ser estabelecido entre as partes, com
ressarcimento dos custos apropriados. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento,
§ 2º Quando não houver órgão ou entidade ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com
executivos de trânsito no respectivo atenção e cuidados indispensáveis à
Município, o convênio de que trata segurança do trânsito.
o caput deste artigo poderá ser celebrado Art. 29. O trânsito de veículos nas vias
diretamente pela prefeitura municipal com terrestres abertas à circulação obedecerá às
órgão ou entidade que integre o Sistema seguintes normas:
Nacional de Trânsito, permitido, inclusive, o
consórcio com outro ente federativo. I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via,
admitindo-se as exceções devidamente
Art. 25-A. Os agentes dos órgãos policiais da sinalizadas;
Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
a que se referem o inciso IV do caput do art. II - o condutor deverá guardar distância de
51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da segurança lateral e frontal entre o seu e os
Constituição Federal , respectivamente, demais veículos, bem como em relação ao
mediante convênio com o órgão ou entidade bordo da pista, considerando-se, no
de trânsito com circunscrição sobre a via, momento, a velocidade e as condições do
poderão lavrar auto de infração de trânsito e local, da circulação, do veículo e as condições
remetê-lo ao órgão competente, nos casos em climáticas;
que a infração cometida nas adjacências do
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III - quando veículos, transitando por fluxos poderá ocorrer quando da efetiva prestação
que se cruzem, se aproximarem de local não de serviço de urgência
sinalizado, terá preferência de passagem:
d) a prioridade de passagem na via e no
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente cruzamento deverá se dar com velocidade
de rodovia, aquele que estiver circulando por reduzida e com os devidos cuidados de
ela; segurança, obedecidas as demais normas
deste Código
b) no caso de rotatória, aquele que estiver
circulando por ela; e) as prerrogativas de livre circulação e de
parada serão aplicadas somente quando os
c) nos demais casos, o que vier pela direita do veículos estiverem identificados por
condutor;
dispositivos regulamentares de alarme sonoro
IV - quando uma pista de rolamento comportar e iluminação intermitente;
várias faixas de circulação no mesmo sentido, f) a prerrogativa de livre estacionamento será
são as da direita destinadas ao deslocamento aplicada somente quando os veículos
dos veículos mais lentos e de maior porte, estiverem identificados por dispositivos
quando não houver faixa especial a eles regulamentares de iluminação intermitente;
destinada, e as da esquerda, destinadas à
ultrapassagem e ao deslocamento dos VIII - os veículos prestadores de serviços de
veículos de maior velocidade; utilidade pública, quando em atendimento na
via, gozam de livre parada e estacionamento
V - o trânsito de veículos sobre passeios, no local da prestação de serviço, desde que
calçadas e nos acostamentos, só poderá devidamente sinalizados, devendo estar
ocorrer para que se adentre ou se saia dos identificados na forma estabelecida pelo
imóveis ou áreas especiais de CONTRAN;
estacionamento;
IX - a ultrapassagem de outro veículo em
VI - os veículos precedidos de batedores terão movimento deverá ser feita pela esquerda,
prioridade de passagem, respeitadas as obedecida a sinalização regulamentar e as
demais normas de circulação; demais normas estabelecidas neste Código,
VII - os veículos destinados a socorro de exceto quando o veículo a ser ultrapassado
incêndio e salvamento, os de polícia, os de estiver sinalizando o propósito de entrar à
fiscalização e operação de trânsito e as esquerda;
ambulâncias, além de prioridade no trânsito, X - todo condutor deverá, antes de efetuar
gozam de livre circulação, estacionamento e uma ultrapassagem, certificar-se de que:
parada, quando em serviço de urgência, de
policiamento ostensivo ou de preservação da a) nenhum condutor que venha atrás haja
ordem pública, observadas as seguintes começado uma manobra para ultrapassá-lo;
disposições:
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito
a) quando os dispositivos regulamentares de não haja indicado o propósito de ultrapassar
alarme sonoro e iluminação intermitente um terceiro
estiverem acionados, indicando a proximidade
dos veículos, todos os condutores deverão c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre
deixar livre a passagem pela faixa da numa extensão suficiente para que sua
esquerda, indo para a direita da via e parando, manobra não ponha em perigo ou obstrua o
se necessário; trânsito que venha em sentido contrário;

b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem


ou avistarem a luz intermitente, deverão deverá:
aguardar no passeio e somente atravessar a a) indicar com antecedência a manobra
via quando o veículo já tiver passado pelo pretendida, acionando a luz indicadora de
local; direção do veículo ou por meio de gesto
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e convencional de braço;
de iluminação vermelha intermitente só

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b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais Art. 31. O condutor que tenha o propósito de
ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma ultrapassar um veículo de transporte coletivo
distância lateral de segurança que esteja parado, efetuando embarque ou
desembarque de passageiros, deverá reduzir
c) retomar, após a efetivação da manobra, a a velocidade, dirigindo com atenção
faixa de trânsito de origem, acionando a luz redobrada ou parar o veículo com vistas à
indicadora de direção do veículo ou fazendo segurança dos pedestres.
gesto convencional de braço, adotando os
cuidados necessários para não pôr em perigo Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar
ou obstruir o trânsito dos veículos que veículos em vias com duplo sentido de direção
ultrapassou; e pista única, nos trechos em curvas e em
aclives sem visibilidade suficiente, nas
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos passagens de nível, nas pontes e viadutos e
terão preferência de passagem sobre os nas travessias de pedestres, exceto quando
demais, respeitadas as normas de circulação. houver sinalização permitindo a
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas ultrapassagem.
nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades,
XI aplicam-se à transposição de faixas, que o condutor não poderá efetuar ultrapassagem.
pode ser realizada tanto pela faixa da
esquerda como pela da direita. Art. 34. O condutor que queira executar uma
manobra deverá certificar-se de que pode
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e executá-la sem perigo para os demais
conduta estabelecidas neste artigo, em ordem usuários da via que o seguem, precedem ou
decrescente, os veículos de maior porte serão vão cruzar com ele, considerando sua
sempre responsáveis pela segurança dos posição, sua direção e sua velocidade.
menores, os motorizados pelos não
motorizados e, juntos, pela incolumidade dos Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que
pedestres. implique um deslocamento lateral, o condutor
deverá indicar seu propósito de forma clara e
§ 3º Compete ao Contran regulamentar os com a devida antecedência, por meio da luz
dispositivos de alarme sonoro e iluminação
indicadora de direção de seu veículo, ou
intermitente previstos no inciso VII fazendo gesto convencional de braço.
do caput deste artigo.
Parágrafo único. Entende-se por
§ 4º Em situações especiais, ato da deslocamento lateral a transposição de faixas,
autoridade máxima federal de segurança movimentos de conversão à direita, à
pública poderá dispor sobre a aplicação das
esquerda e retornos.
exceções tratadas no inciso VII
do caput deste artigo aos veículos oficiais Art. 36. O condutor que for ingressar numa via,
descaracterizados. procedente de um lote lindeiro a essa via,
deverá dar preferência aos veículos e
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro pedestres que por ela estejam transitando.
que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo,
deverá: Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a
conversão à esquerda e a operação de
I - se estiver circulando pela faixa da retorno deverão ser feitas nos locais
esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, apropriados e, onde estes não existirem, o
sem acelerar a marcha; condutor deverá aguardar no acostamento, à
II - se estiver circulando pelas demais faixas, direita, para cruzar a pista com segurança.
manter-se naquela na qual está circulando, Art. 38. Antes de entrar à direita ou à
sem acelerar a marcha. esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros,
Parágrafo único. Os veículos mais lentos, o condutor deverá:
quando em fila, deverão manter distância I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-
suficiente entre si para permitir que veículos se o máximo possível do bordo direito da pista
que os ultrapassem possam se intercalar na e executar sua manobra no menor espaço
fila com segurança. possível;

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II - ao sair da via pelo lado esquerdo, parado para fins de embarque ou
aproximar-se o máximo possível de seu eixo desembarque de passageiros e carga ou
ou da linha divisória da pista, quando houver, descarga de mercadorias
caso se trate de uma pista com circulação nos
dois sentidos, ou do bordo esquerdo, § 1º Os veículos de transporte coletivo de
tratando-se de uma pista de um só sentido. passageiros, quando circularem em faixas ou
pistas a eles destinadas, e as motocicletas,
Parágrafo único. Durante a manobra de motonetas e ciclomotores deverão utilizar-se
mudança de direção, o condutor deverá ceder de farol de luz baixa durante o dia e à noite.
passagem aos pedestres e ciclistas, aos
veículos que transitem em sentido contrário § 2º Os veículos que não dispuserem de luzes
de rodagem diurna deverão manter acesos os
pela pista da via da qual vai sair, respeitadas
as normas de preferência de passagem. faróis nas rodovias de pista simples situadas
fora dos perímetros urbanos, mesmo durante
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de o dia.
retorno deverá ser feita nos locais para isto
determinados, quer por meio de sinalização, Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer
uso de buzina, desde que em toque breve, nas
quer pela existência de locais apropriados, ou,
ainda, em outros locais que ofereçam seguintes situações:
condições de segurança e fluidez, observadas I - para fazer as advertências necessárias a
as características da via, do veículo, das fim de evitar acidentes;
condições meteorológicas e da movimentação
de pedestres e ciclistas. II - fora das áreas urbanas, quando for
conveniente advertir a um condutor que se
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá tem o propósito de ultrapassá-lo.
às seguintes determinações:I - o condutor
manterá acesos os faróis do veículo, por meio Art. 42. Nenhum condutor deverá frear
da utilização da luz baixa: bruscamente seu veículo, salvo por razões de
segurança.
a) à noite;
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor
b) mesmo durante o dia, em túneis e sob deverá observar constantemente as
chuva, neblina ou cerração; condições físicas da via, do veículo e da
II - nas vias não iluminadas o condutor deve carga, as condições meteorológicas e a
usar luz alta, exceto ao cruzar com outro intensidade do trânsito, obedecendo aos
veículo ou ao segui-lo; limites máximos de velocidade estabelecidos
para a via, além de:
III - a troca de luz baixa e alta, de forma
I - não obstruir a marcha normal dos demais
intermitente e por curto período de tempo,
com o objetivo de advertir outros motoristas, veículos em circulação sem causa justificada,
só poderá ser utilizada para indicar a intenção transitando a uma velocidade anormalmente
de ultrapassar o veículo que segue à frente ou reduzida;
para indicar a existência de risco à segurança II - sempre que quiser diminuir a velocidade
para os veículos que circulam no sentido de seu veículo deverá antes certificar-se de
contrário; que pode fazê-lo sem risco nem
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas inconvenientes para os outros condutores, a
seguintes situações: não ser que haja perigo iminente;

a) em imobilizações ou situações de III - indicar, de forma clara, com a


emergência; antecedência necessária e a sinalização
devida, a manobra de redução de velocidade.
b) quando a regulamentação da via assim o
determinar; Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de
cruzamento, o condutor do veículo deve
VI - durante a noite, em circulação, o condutor demonstrar prudência especial, transitando
manterá acesa a luz de placa; em velocidade moderada, de forma que possa
deter seu veículo com segurança para dar
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as
luzes de posição quando o veículo estiver
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passagem a pedestre e a veículos que Art. 49. O condutor e os passageiros não
tenham o direito de preferência. deverão abrir a porta do veículo, deixá-la
aberta ou descer do veículo sem antes se
Art. 44-A. É livre o movimento de conversão certificarem de que isso não constitui perigo
à direita diante de sinal vermelho do semáforo para eles e para outros usuários da via.
onde houver sinalização indicativa que
permita essa conversão, observados os arts. Parágrafo único. O embarque e o
44, 45 e 70 deste Código. desembarque devem ocorrer sempre do lado
da calçada, exceto para o condutor.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do
semáforo lhe seja favorável, nenhum condutor Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e
pode entrar em uma interseção se houver das áreas adjacentes às estradas e rodovias
possibilidade de ser obrigado a imobilizar o obedecerá às condições de segurança do
veículo na área do cruzamento, obstruindo ou trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade
impedindo a passagem do trânsito com circunscrição sobre a via.
transversal.
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a
Art. 46. Sempre que for necessária a condomínios constituídos por unidades
imobilização temporária de um veículo no leito autônomas, a sinalização de regulamentação
viário, em situação de emergência, deverá ser da via será implantada e mantida às expensas
providenciada a imediata sinalização de do condomínio, após aprovação dos projetos
advertência, na forma estabelecida pelo pelo órgão ou entidade com circunscrição
CONTRAN. sobre a via.
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na Art. 52. Os veículos de tração animal serão
via, a parada deverá restringir-se ao tempo conduzidos pela direita da pista, junto à guia
indispensável para embarque ou da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre
desembarque de passageiros, desde que não que não houver faixa especial a eles
interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou destinada, devendo seus condutores
a locomoção de pedestres. obedecer, no que couber, às normas de
circulação previstas neste Código e às que
Parágrafo único. A operação de carga ou
vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade
descarga será regulamentada pelo órgão ou com circunscrição sobre a via.
entidade com circunscrição sobre a via e é
considerada estacionamento. Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só
podem circular nas vias quando conduzidos
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou por um guia, observado o seguinte:
descarga e nos estacionamentos, o veículo
deverá ser posicionado no sentido do fluxo, I - para facilitar os deslocamentos, os
paralelo ao bordo da pista de rolamento e rebanhos deverão ser divididos em grupos de
junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas tamanho moderado e separados uns dos
as exceções devidamente sinalizadas. outros por espaços suficientes para não
obstruir o trânsito;
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os
veículos parados, estacionados ou em II - os animais que circularem pela pista de
operação de carga ou descarga deverão estar rolamento deverão ser mantidos junto ao
situados fora da pista de rolamento. bordo da pista.
§ 2º O estacionamento dos veículos Art. 54. Os condutores de motocicletas,
motorizados de duas rodas será feito em motonetas e ciclomotores só poderão circular
posição perpendicular à guia da calçada nas vias:
(meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver
sinalização que determine outra condição. I - utilizando capacete de segurança, com
viseira ou óculos protetores;
§ 3º O estacionamento dos veículos sem
abandono do condutor poderá ser feito II - segurando o guidom com as duas mãos;
somente nos locais previstos neste Código ou III - usando vestuário de proteção, de acordo
naqueles regulamentados por sinalização com as especificações do CONTRAN.
específic

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Art. 55. Os passageiros de motocicletas, a) rodovias;
motonetas e ciclomotores só poderão ser
transportados: b) estradas.

I - utilizando capacete de segurança; Art. 61. A velocidade máxima permitida para a


via será indicada por meio de sinalização,
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou obedecidas suas características técnicas e as
em assento suplementar atrás do condutor; condições de trânsito.
III - usando vestuário de proteção, de acordo § 1º Onde não existir sinalização
com as especificações do CONTRAN. regulamentadora, a velocidade máxima será
de:
Art. 57. Os ciclomotores devem ser
conduzidos pela direita da pista de rolamento, I - nas vias urbanas:
preferencialmente no centro da faixa mais à
direita ou no bordo direito da pista sempre que a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de
não houver acostamento ou faixa própria a trânsito rápido:
eles destinada, proibida a sua circulação nas b) sessenta quilômetros por hora, nas vias
vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das arteriais;
vias urbanas.
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias
Parágrafo único. Quando uma via comportar coletoras;
duas ou mais faixas de trânsito e a da direita
for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
veículo, os ciclomotores deverão circular pela II - nas vias rurais:
faixa adjacente à da direita.
a) nas rodovias de pista dupla
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista
dupla, a circulação de bicicletas deverá 1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora)
ocorrer, quando não houver ciclovia, para automóveis, camionetas e
ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for motocicletas;
possível a utilização destes, nos bordos da 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora)
pista de rolamento, no mesmo sentido de para os demais veículos;
circulação regulamentado para a via, com
preferência sobre os veículos automotores. b) nas rodovias de pista simples:
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com 1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para
circunscrição sobre a via poderá autorizar a automóveis, camionetas e motocicletas;
circulação de bicicletas no sentido contrário
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora)
ao fluxo dos veículos automotores, desde que
para os demais veículos;
dotado o trecho com ciclofaixa.
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente
quilômetros por hora).
sinalizado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via, será permitida a § 2º O órgão ou entidade de trânsito ou
circulação de bicicletas nos passeios. rodoviário com circunscrição sobre a via
poderá regulamentar, por meio de sinalização,
Art. 60. As vias abertas à circulação, de
velocidades superiores ou inferiores àquelas
acordo com sua utilização, classificam-se em:
estabelecidas no parágrafo anterior.
I - vias urbanas:
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser
a) via de trânsito rápido; inferior à metade da velocidade máxima
estabelecida, respeitadas as condições
b) via arterial; operacionais de trânsito e da via.
c) via coletora; Art. 64. As crianças com idade inferior a 10
d) via local; (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m
(um metro e quarenta e cinco centímetros) de
II - vias rurais: altura devem ser transportadas nos bancos
traseiros, em dispositivo de retenção
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adequado para cada idade, peso e altura, utilização destes, a circulação de pedestres
salvo exceções relacionadas a tipos na pista de rolamento será feita com
específicos de veículos regulamentadas pelo prioridade sobre os veículos, pelos bordos da
Contran. pista, em fila única, exceto em locais proibidos
pela sinalização e nas situações em que a
Parágrafo único. O Contran disciplinará o uso segurança ficar comprometida.
excepcional de dispositivos de retenção no
banco dianteiro do veículo e as especificações § 3º Nas vias rurais, quando não houver
técnicas dos dispositivos de retenção a que se acostamento ou quando não for possível a
refere o caput deste artigo. utilização dele, a circulação de pedestres, na
pista de rolamento, será feita com prioridade
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de
sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
segurança para condutor e passageiros em fila única, em sentido contrário ao
todas as vias do território nacional, salvo em deslocamento de veículos, exceto em locais
situações regulamentadas pelo CONTRAN. proibidos pela sinalização e nas situações em
Art. 67. As provas ou competições que a segurança ficar comprometida.
desportivas, inclusive seus ensaios, em via
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas
aberta à circulação, só poderão ser realizadas obras de arte a serem construídas, deverá ser
mediante prévia permissão da autoridade de previsto passeio destinado à circulação dos
trânsito com circunscrição sobre a via e pedestres, que não deverão, nessas
dependerão de: condições, usar o acostamento.
I - autorização expressa da respectiva § 6º Onde houver obstrução da calçada ou da
confederação desportiva ou de entidades passagem para pedestres, o órgão ou
estaduais a ela filiadas; entidade com circunscrição sobre a via deverá
II - caução ou fiança para cobrir possíveis assegurar a devida sinalização e proteção
danos materiais à via; para circulação de pedestres.
III - contrato de seguro contra riscos e Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o
acidentes em favor de terceiros; pedestre tomará precauções de segurança,
levando em conta, principalmente, a
IV - prévio recolhimento do valor visibilidade, a distância e a velocidade dos
correspondente aos custos operacionais em veículos, utilizando sempre as faixas ou
que o órgão ou entidade permissionária passagens a ele destinadas sempre que estas
incorrerá. existirem numa distância de até cinqüenta
Parágrafo único. A autoridade com metros dele, observadas as seguintes
circunscrição sobre a via arbitrará os valores disposições:
mínimos da caução ou fiança e do contrato de I - onde não houver faixa ou passagem, o
seguro. cruzamento da via deverá ser feito em sentido
CAPÍTULO IV perpendicular ao de seu eixo;
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE II - para atravessar uma passagem sinalizada
VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS para pedestres ou delimitada por marcas
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização sobre a pista:
dos passeios ou passagens apropriadas das a) onde houver foco de pedestres, obedecer
vias urbanas e dos acostamentos das vias às indicações das luzes;
rurais para circulação, podendo a autoridade
competente permitir a utilização de parte da b) onde não houver foco de pedestres,
calçada para outros fins, desde que não seja aguardar que o semáforo ou o agente de
prejudicial ao fluxo de pedestres. trânsito interrompa o fluxo de veículos;
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a III - nas interseções e em suas proximidades,
bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos onde não existam faixas de travessia, os
e deveres. pedestres devem atravessar a via na
continuação da calçada, observadas as
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver seguintes norma
passeios ou quando não for possível a
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a) não deverão adentrar na pista sem antes obrigatória, na forma e periodicidade
se certificar de que podem fazê-lo sem estabelecidas pelo CONTRAN para os itens
obstruir o trânsito de veículos; de segurança e pelo CONAMA para emissão
de gases poluentes e ruído.
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista,
os pedestres não deverão aumentar o seu § 5º Será aplicada a medida administrativa de
percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem retenção aos veículos reprovados na
necessidade. inspeção de segurança e na de emissão de
gases poluentes e ruído
Art. 70. Os pedestres que estiverem
atravessando a via sobre as faixas § 6º Estarão isentos da inspeção de que trata
delimitadas para esse fim terão prioridade de o caput, durante 3 (três) anos a partir do
passagem, exceto nos locais com sinalização primeiro licenciamento, os veículos novos
semafórica, onde deverão ser respeitadas as classificados na categoria particular, com
disposições deste Código. capacidade para até 7 (sete) passageiros,
desde que mantenham suas características
Parágrafo único. Nos locais em que houver originais de fábrica e não se envolvam em
sinalização semafórica de controle de
acidente de trânsito com danos de média ou
passagem será dada preferência aos grande monta.
pedestres que não tenham concluído a
travessia, mesmo em caso de mudança do § 7º Para os demais veículos novos, o
semáforo liberando a passagem dos veículos. período de que trata o § 6º será de 2 (dois)
anos, desde que mantenham suas
Art. 71. O órgão ou entidade com características originais de fábrica e não se
circunscrição sobre a via manterá, envolvam em acidente de trânsito com danos
obrigatoriamente, as faixas e passagens de de média ou grande monta.
pedestres em boas condições de visibilidade,
higiene, segurança e sinalização. Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos
veículos, entre outros a serem estabelecidos
Seção II
pelo CONTRAN:
Da Segurança dos Veículos
I - cinto de segurança, conforme
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via regulamentação específica do CONTRAN,
quando atendidos os requisitos e condições com exceção dos veículos destinados ao
de segurança estabelecidos neste Código e transporte de passageiros em percursos em
em normas do CONTRAN. que seja permitido viajar em pé;
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os II - para os veículos de transporte e de
montadores e os encarroçadores de veículos
condução escolar, os de transporte de
deverão emitir certificado de segurança, passageiros com mais de dez lugares e os de
indispensável ao cadastramento no carga com peso bruto total superior a quatro
RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas,
CONTRAN. equipamento registrador instantâneo
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os inalterável de velocidade e tempo;
procedimentos e a periodicidade para que os III - encosto de cabeça, para todos os tipos de
fabricantes, os importadores, os montadores veículos automotores, segundo normas
e os encarroçadores comprovem o estabelecidas pelo CONTRAN;
atendimento aos requisitos de segurança
veicular, devendo, para isso, manter V - dispositivo destinado ao controle de
disponíveis a qualquer tempo os resultados emissão de gases poluentes e de ruído,
dos testes e ensaios dos sistemas e segundo normas estabelecidas pelo
componentes abrangidos pela legislação de CONTRAN.
segurança veicular.
VI - para as bicicletas, a campainha,
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas sinalização noturna dianteira, traseira, lateral
condições de segurança, de controle de e nos pedais, e espelho retrovisor do lado
emissão de gases poluentes e de ruído esquerdo.
avaliadas mediante inspeção, que será

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VII - equipamento suplementar de retenção passageiros, deverão satisfazer, além das
- air bag frontal para o condutor e o passageiro exigências previstas neste Código, às
do banco dianteiro. condições técnicas e aos requisitos de
segurança, higiene e conforto estabelecidos
VIII - luzes de rodagem diurna. pelo poder competente para autorizar, permitir
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos ou conceder a exploração dessa atividade
equipamentos obrigatórios dos veículos e Art. 108. Onde não houver linha regular de
determinará suas especificações técnicas. ônibus, a autoridade com circunscrição sobre
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com a via poderá autorizar, a título precário, o
equipamento ou acessório proibido, sendo o transporte de passageiros em veículo de
infrator sujeito às penalidades e medidas carga ou misto, desde que obedecidas as
administrativas previstas neste Código. condições de segurança estabelecidas neste
Código e pelo CONTRAN.
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os
montadores, os encarroçadores de veículos e Parágrafo único. A autorização citada no
os revendedores devem comercializar os seus caput não poderá exceder a doze meses,
veículos com os equipamentos obrigatórios prazo a partir do qual a autoridade pública
definidos neste artigo, e com os demais responsável deverá implantar o serviço
estabelecidos pelo CONTRAN regular de transporte coletivo de passageiros,
em conformidade com a legislação pertinente
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para e com os dispositivos deste Código.
o atendimento do disposto neste artigo.
Art. 109. O transporte de carga em veículos
§ 5o A exigência estabelecida no inciso VII destinados ao transporte de passageiros só
do caput deste artigo será progressivamente pode ser realizado de acordo com as normas
incorporada aos novos projetos de estabelecidas pelo CONTRAN.
automóveis e dos veículos deles derivados,
fabricados, importados, montados ou Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer
encarroçados, a partir do 1o (primeiro) ano de suas características para competição ou
após a definição pelo Contran das finalidade análoga só poderá circular nas vias
especificações técnicas pertinentes e do públicas com licença especial da autoridade
respectivo cronograma de implantação e a de trânsito, em itinerário e horário fixados.
partir do 5o (quinto) ano, após esta definição, Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas
para os demais automóveis zero quilômetro do veículo
de modelos ou projetos já existentes e
veículos deles derivados. II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou
similares nos veículos em movimento, salvo
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII nos que possuam espelhos retrovisores em
do caput deste artigo não se aplica aos ambos os lados.
veículos destinados à exportação.
III - aposição de inscrições, películas refletivas
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou ou não, painéis decorativos ou pinturas,
de modificação de veículo ou, ainda, quando
quando comprometer a segurança do veículo,
ocorrer substituição de equipamento de na forma de regulamentação do CONTRAN.
segurança especificado pelo fabricante, será
exigido, para licenciamento e registro, Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição
certificado de segurança expedido por de caráter publicitário ou qualquer outra que
instituição técnica credenciada por órgão ou possa desviar a atenção dos condutores em
entidade de metrologia legal, conforme norma toda a extensão do pára-brisa e da traseira
elaborada pelo CONTRAN. dos veículos, salvo se não colocar em risco a
segurança do trânsito.
Parágrafo único. Quando se tratar de
blindagem de veículo, não será exigido Art. 113. Os importadores, as montadoras, as
qualquer outro documento ou autorização encarroçadoras e fabricantes de veículos e
para o registro ou o licenciamento. autopeças são responsáveis civil e
criminalmente por danos causados aos
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados usuários, a terceiros, e ao meio ambiente,
ao transporte individual ou coletivo de
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decorrentes de falhas oriundas de projetos e circunscrição, deverá aplicar, às infrações
da qualidade dos materiais e equipamentos nele previstas, as seguintes penalidades:
utilizados na sua fabricação.
I - advertência por escrito;
CAPÍTULO XIII-A
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE II - multa;
III - suspensão do direito de dirigir;
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas
destinadas ao transporte remunerado de V - cassação da Carteira Nacional de
mercadorias – moto-frete – somente poderão Habilitação;
circular nas vias com autorização emitida pelo VI - cassação da Permissão para Dirigir
órgão ou entidade executivo de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, VII - freqüência obrigatória em curso de
para tanto. reciclagem.
I – registro como veículo da categoria de §1º A aplicação das penalidades previstas
aluguel; neste Código não elide as punições
II – instalação de protetor de motor mata- originárias de ilícitos penais decorrentes
cachorro, fixado no chassi do veículo, de crimes de trânsito, conforme
destinado a proteger o motor e a perna do disposições de lei.
condutor em caso de tombamento, nos termos
de regulamentação do Conselho Nacional de §3º A imposição da penalidade será
Trânsito – Contran; comunicada aos órgãos ou entidades
executivos de trânsito responsáveis pelo
III – instalação de aparador de linha antena licenciamento do veículo e habilitação do
corta-pipas, nos termos de regulamentação
condutor
do Contran;
IV – inspeção semestral para verificação dos Art. 257. As penalidades serão impostas
equipamentos obrigatórios e de ao condutor, ao proprietário do veículo, ao
segurança. embarcador e ao transportador, salvo os
casos de descumprimento de obrigações
§ 1o A instalação ou incorporação de e deveres impostos a pessoas físicas ou
dispositivos para transporte de cargas deve
jurídicas expressamente mencionados
estar de acordo com a regulamentação do
Contran. neste Código.

§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, § 1º Aos proprietários e condutores de


produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões veículos serão impostas
nos veículos de que trata este artigo, com concomitantemente as penalidades de
exceção do gás de cozinha e de galões que trata este Código toda vez que houver
contendo água mineral, desde que com o responsabilidade solidária em infração
auxílio de side-car, nos termos de dos preceitos que lhes couber observar,
regulamentação do Contran. respondendo cada um de per si pela falta
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não em comum que lhes for atribuída.
exclui a competência municipal ou estadual de § 2º Ao proprietário caberá sempre a
aplicar as exigências previstas em seus
responsabilidade pela infração referente à
regulamentos para as atividades de moto-
frete no âmbito de suas circunscrições. prévia regularização e preenchimento das
formalidades e condições exigidas para o
CAPÍTULO XVI trânsito do veículo na via terrestre,
DAS PENALIDADES conservação e inalterabilidade de suas
Art. 256. A autoridade de trânsito, na características, componentes, agregados,
esfera das competências estabelecidas habilitação legal e compatível de seus
neste Código e dentro de sua condutores, quando esta for exigida, e
outras disposições que deva observar.
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§3º Ao condutor caberá a indicação, terá seu nome inscrito em
responsabilidade pelas infrações campo próprio do cadastro do veículo no
decorrentes de atos praticados na direção Renavam.
do veículo
§ 11. O principal condutor será excluído
§4º O embarcador é responsável pela do Renavam:
infração relativa ao transporte de carga
I - quando houver transferência de
com excesso de peso nos eixos ou no
propriedade do veículo;
peso bruto total, quando simultaneamente
for o único remetente da carga e o peso II - mediante requerimento próprio ou do
declarado na nota fiscal, fatura ou proprietário do veículo;
manifesto for inferior àquele aferido.
III - a partir da indicação de outro principal
§ 5º O transportador é o responsável pela condutor.
infração relativa ao transporte de carga
Art. 258. As infrações punidas com multa
com excesso de peso nos eixos ou
classificam-se, de acordo com sua
quando a carga proveniente de mais de
gravidade, em quatro categorias:
um embarcador ultrapassar o peso bruto
total. I - infração de natureza gravíssima, punida
com multa no valor de R$ 293,47
§ 6º O transportador e o embarcador são
(duzentos e noventa e três reais e
solidariamente responsáveis pela infração
quarenta e sete centavos);
relativa ao excesso de peso bruto total, se
o peso declarado na nota fiscal, fatura ou II - infração de natureza grave, punida com
manifesto for superior ao limite legal. multa no valor de R$ 195,23 (cento e
noventa e cinco reais e vinte e três
§7º Quando não for imediata a
centavos);
identificação do infrator, o principal
condutor ou o proprietário do veículo terá III - infração de natureza média, punida
o prazo de 30 (trinta) dias, contado da com multa no valor de R$ 130,16 (cento e
notificação da autuação, para apresentá- trinta reais e dezesseis centavos);
lo, na forma em que dispuser o Contran,
e, transcorrido o prazo, se não o fizer, será IV - infração de natureza leve, punida com
considerado responsável pela infração o multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito
principal condutor ou, em sua ausência, o reais e trinta e oito centavos).
proprietário do veículo. § 2º Quando se tratar de multa agravada,
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo o fator multiplicador ou índice adicional
anterior, não havendo identificação do específico é o previsto neste Código.
infrator e sendo o veículo de propriedade Art. 259. A cada infração cometida são
de pessoa jurídica, será lavrada nova computados os seguintes números de
multa ao proprietário do veículo, mantida pontos:
a originada pela infração, cujo valor é o da
multa multiplicada pelo número de I - gravíssima - sete pontos;
infrações iguais cometidas no período de II - grave - cinco pontos;
doze meses.
III - média - quatro pontos;
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica
não o exime do disposto no § 3º do art. IV - leve - três pontos.
258 e no art. 259. § 4º Ao condutor identificado será
§ 10. O proprietário poderá indicar ao atribuída pontuação pelas infrações de
órgão executivo de trânsito o principal sua responsabilidade, nos termos
condutor do veículo, o qual, após aceitar a
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previstos no § 3º do art. 257 deste Código, I - sempre que, conforme a pontuação
exceto aquelas: prevista no art. 259 deste Código, o
infrator atingir, no período de 12 (doze)
I - praticadas por passageiros usuários do
meses, a seguinte contagem de
serviço de transporte rodoviário de
pontos:
passageiros em viagens de longa
distância transitando em rodovias com a a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2
utilização de ônibus, em linhas regulares (duas) ou mais infrações gravíssimas na
intermunicipal, interestadual, internacional pontuação;
e aquelas em viagem de longa distância
b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma)
por fretamento e turismo ou de qualquer
infração gravíssima na pontuação;
modalidade, excluídas as situações
regulamentadas pelo Contran conforme c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste
disposto no art. 65 deste Código; nenhuma infração gravíssima na
pontuação;
II - previstas no art. 221, nos incisos VII e
XXI do art. 230 e nos arts. 232, 233, 233- II - por transgressão às normas
A, 240 e 241 deste Código, sem prejuízo estabelecidas neste Código, cujas
da aplicação das penalidades e medidas infrações preveem, de forma específica, a
administrativas cabíveis; penalidade de suspensão do direito de
dirigir.
III - puníveis de forma específica com
suspensão do direito de dirigir. § 1º Os prazos para aplicação da
penalidade de suspensão do direito de
Art. 260. As multas serão impostas e
dirigir são os seguintes:
arrecadadas pelo órgão ou entidade de
trânsito com circunscrição sobre a via I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis)
onde haja ocorrido a infração, de acordo meses a 1 (um) ano e, no caso de
com a competência estabelecida neste reincidência no período de 12 (doze)
Código. meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois)
anos;
§ 1º As multas decorrentes de infração
cometida em unidade da Federação II - no caso do inciso II do caput: de 2
diversa da do licenciamento do veículo (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as
serão arrecadadas e compensadas na infrações com prazo descrito no
forma estabelecida pelo CONTRAN. dispositivo infracional, e, no caso de
reincidência no período de 12 (doze)
§ 2º As multas decorrentes de infração
meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses,
cometida em unidade da Federação
respeitado o disposto no inciso II do art.
diversa daquela do licenciamento do
263.
veículo poderão ser comunicadas ao
órgão ou entidade responsável pelo seu § 2º Quando ocorrer a suspensão do
licenciamento, que providenciará a direito de dirigir, a Carteira Nacional de
notificação. Habilitação será devolvida a seu titular
imediatamente após cumprida a
§ 4º Quando a infração for cometida com
penalidade e o curso de reciclagem.
veículo licenciado no exterior, em trânsito
no território nacional, a multa respectiva § 3º A imposição da penalidade de
deverá ser paga antes de sua saída do suspensão do direito de dirigir elimina a
País, respeitado o princípio de quantidade de pontos computados,
reciprocidade. prevista no inciso I do caput ou no § 5º
deste artigo, para fins de contagem
Art. 261. A penalidade de suspensão do
subsequente.
direito de dirigir será imposta nos
seguintes casos:
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§ 5º No caso do condutor que exerce Art. 263. A cassação do documento de
atividade remunerada ao veículo, a habilitação dar-se-á:
penalidade de suspensão do direito de
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o
dirigir de que trata o caput deste artigo
infrator conduzir qualquer veículo;
será imposta quando o infrator atingir o
limite de pontos previsto na alínea c do II - no caso de reincidência, no prazo de
inciso I do caput deste artigo, doze meses, das infrações previstas no
independentemente da natureza das inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164,
infrações cometidas, facultado a ele 165, 173, 174 e 175;
participar de curso preventivo de
III - quando condenado judicialmente por
reciclagem sempre que, no período de 12
delito de trânsito, observado o disposto no
(doze) meses, atingir 30 (trinta) pontos,
art. 160.
conforme regulamentação do Contran.
§ 1º Constatada, em processo
§ 6o Concluído o curso de reciclagem
administrativo, a irregularidade na
previsto no § 5o, o condutor terá
expedição do documento de habilitação, a
eliminados os pontos que lhe tiverem sido
autoridade expedidora promoverá o seu
atribuídos, para fins de contagem
cancelamento.
subsequente.
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da
§ 7º O motorista que optar pelo curso
Carteira Nacional de Habilitação, o infrator
previsto no § 5º não poderá fazer nova
poderá requerer sua reabilitação,
opção no período de 12 (doze)
submetendo-se a todos os exames
meses.
necessários à habilitação, na forma
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou estabelecida pelo CONTRAN.
permissionária de serviço público tem o
Art. 265. As penalidades de suspensão do
direito de ser informada dos pontos
direito de dirigir e de cassação do
atribuídos, na forma do art. 259, aos
documento de habilitação serão aplicadas
motoristas que integrem seu quadro
por decisão fundamentada da autoridade
funcional, exercendo atividade
de trânsito competente, em processo
remunerada ao volante, na forma que
administrativo, assegurado ao infrator
dispuser o Contran.
amplo direito de defesa.
§ 9º Incorrerá na infração prevista no
Art. 266. Quando o infrator cometer,
inciso II do art. 162 o condutor que,
simultaneamente, duas ou mais infrações,
notificado da penalidade de que trata este
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as
artigo, dirigir veículo automotor em via
respectivas penalidades.
pública.
Art. 267. Deverá ser imposta a penalidade
§ 10. O processo de suspensão do direito
de advertência por escrito à infração de
de dirigir a que se refere o inciso II
natureza leve ou média, passível de ser
do caput deste artigo deverá ser
punida com multa, caso o infrator não
instaurado concomitantemente ao
tenha cometido nenhuma outra infração
processo de aplicação da penalidade de
nos últimos 12 (doze) meses.
multa, e ambos serão de competência do
órgão ou entidade responsável pela Art. 268. O infrator será submetido a curso
aplicação da multa, na forma definida pelo de reciclagem, na forma estabelecida pelo
Contran. CONTRAN:
§ 11. O Contran regulamentará as II - quando suspenso do direito de dirigir;
disposições deste artigo.

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III - quando se envolver em acidente grave § 5º A consulta ao RNPC é garantida a
para o qual haja contribuído, todos os cidadãos, nos termos da
independentemente de processo judicial regulamentação do Contran.
IV - quando condenado judicialmente por § 6º A União, os Estados, o Distrito
delito de trânsito; Federal e os Municípios poderão utilizar o
RNPC para conceder benefícios fiscais ou
V - a qualquer tempo, se for constatado
tarifários aos condutores cadastrados, na
que o condutor está colocando em risco a
forma da legislação específica de cada
segurança do trânsito;
ente da Federação.
Parágrafo único. Além do curso de CAPÍTULO XVII
reciclagem previsto no caput deste artigo, DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVA
o infrator será submetido à avaliação
psicológica nos casos dos incisos III, IV e Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus
V do caput deste artigo. agentes, na esfera das competências
estabelecidas neste Código e dentro de
Art. 268-A. Fica criado o Registro sua circunscrição, deverá adotar as
Nacional Positivo de Condutores (RNPC), seguintes medidas administrativas:
administrado pelo órgão máximo
executivo de trânsito da União, com a I - retenção do veículo;
finalidade de cadastrar os condutores que II - remoção do veículo;
não cometeram infração de trânsito sujeita
à pontuação prevista no art. 259 deste III - recolhimento da Carteira Nacional de
Código, nos últimos 12 (doze) meses, Habilitação;
conforme regulamentação do Contran. IV - recolhimento da Permissão para
§ 1º O RNPC deverá ser atualizado Dirigir;
mensalmente. V - recolhimento do Certificado de
§ 2º A abertura de cadastro requer Registro;
autorização prévia e expressa do VI - recolhimento do Certificado de
potencial cadastrado. Licenciamento Anual;
§ 3º Após a abertura do cadastro, a VIII - transbordo do excesso de carga;
anotação de informação no RNPC
independe de autorização e de IX - realização de teste de dosagem de
comunicação ao cadastrado alcoolemia ou perícia de substância
entorpecente ou que determine
§ 4º A exclusão do RNPC dar-se-á: dependência física ou psíquica;
I - por solicitação do cadastrado; X - recolhimento de animais que se
II - quando for atribuída ao cadastrado encontrem soltos nas vias e na faixa de
pontuação por infração; domínio das vias de circulação,
restituindo-os aos seus proprietários, após
III - quando o cadastrado tiver o direito de o pagamento de multas e encargos
dirigir suspenso; devidos.
IV - quando a Carteira Nacional de XI - realização de exames de aptidão
Habilitação do cadastrado estiver cassada física, mental, de legislação, de prática de
ou com validade vencida há mais de 30 primeiros socorros e de direção
(trinta) dias; veicular.
V - quando o cadastrado estiver § 1º A ordem, o consentimento, a
cumprindo pena privativa de fiscalização, as medidas administrativas e
liberdade. coercitivas adotadas pelas autoridades de
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trânsito e seus agentes terão por objetivo § 4º Não se apresentando condutor
prioritário a proteção à vida e à habilitado no local da infração, o veículo
incolumidade física da pesso será removido a depósito, aplicando-se
neste caso o disposto no art. 271.
§ 2º As medidas administrativas previstas
neste artigo não elidem a aplicação das § 5º A critério do agente, não se dará a
penalidades impostas por infrações retenção imediata, quando se tratar de
estabelecidas neste Código, possuindo veículo de transporte coletivo
caráter complementar a estas. transportando passageiros ou veículo
transportando produto perigoso ou
§ 3º São documentos de habilitação a
perecível, desde que ofereça condições
Carteira Nacional de Habilitação e a
de segurança para circulação em via
Permissão para Dirigir.
pública.
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na
§ 6º Não efetuada a regularização no
forma do inciso X o disposto nos arts. 271
prazo a que se refere o § 2o, será feito
e 328, no que coube
registro de restrição administrativa no
§ 5º No caso de documentos em meio Renavam por órgão ou entidade executivo
digital, as medidas administrativas de trânsito dos Estados e do Distrito
previstas nos incisos III, IV, V e VI Federal, que será retirada após
do caput deste artigo serão realizadas por comprovada a regularização.
meio de registro no Renach ou Renavam,
§ 7o O descumprimento das obrigações
conforme o caso, na forma estabelecida
estabelecidas no § 2o resultará em
pelo Contran.
recolhimento do veículo ao depósito,
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos aplicando-se, nesse caso, o disposto no
casos expressos neste Código. art. 271.
§ 1º Quando a irregularidade puder ser Art. 271. O veículo será removido, nos
sanada no local da infração, o veículo será casos previstos neste Código, para o
liberado tão logo seja regularizada a depósito fixado pelo órgão ou entidade
situação. competente, com circunscrição sobre a
via.
§ 2º Quando não for possível sanar a
falha no local da infração, o veículo, desde § 1o A restituição do veículo removido só
que ofereça condições de segurança para ocorrerá mediante prévio pagamento de
circulação, deverá ser liberado e entregue multas, taxas e despesas com remoção e
a condutor regularmente habilitado, estada, além de outros encargos previstos
mediante recolhimento do Certificado de na legislação específica.
Licenciamento Anual, contra
§ 2o A liberação do veículo removido é
apresentação de recibo, assinalando-se
condicionada ao reparo de qualquer
ao condutor prazo razoável, não superior
componente ou equipamento obrigatório
a 30 (trinta) dias, para regularizar a
que não esteja em perfeito estado de
situação, e será considerado notificado
funcionamento.
para essa finalidade na mesma
ocasião. § 3º Se o reparo referido no §
2º demandar providência que não possa
§ 3º O Certificado de Licenciamento
ser tomada no depósito, a autoridade
Anual será devolvido ao condutor no
responsável pela remoção liberará o
órgão ou entidade aplicadores das
veículo para reparo, na forma
medidas administrativas, tão logo o
transportada, mediante autorização,
veículo seja apresentado à autoridade
assinalando prazo para
devidamente regularizado.
reapresentação.
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§ 4º Os serviços de remoção, depósito e § 9º-B. O disposto no § 9º-A deste artigo
guarda de veículo poderão ser realizados não se aplica às infrações previstas no
por órgão público, diretamente, ou por inciso V do caput do art. 230 e no inciso
particular contratado por licitação pública, VIII do caput do art. 231 deste Código.
sendo o proprietário do veículo o
§ 9º-C. Não efetuada a regularização no
responsável pelo pagamento dos custos
prazo referido no § 9º-A deste artigo, será
desses serviços.
feito registro de restrição administrativa no
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá Renavam por órgão ou entidade
ser notificado, no ato de remoção do executivos de trânsito dos Estados ou do
veículo, sobre as providências Distrito Federal, o qual será retirado após
necessárias à sua restituição e sobre o comprovada a regularização.
disposto no art. 328, conforme
§ 9º-D. O descumprimento da obrigação
regulamentação do CONTRAN.
estabelecida no § 9º-A deste artigo
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não resultará em recolhimento do veículo ao
esteja presente no momento da remoção depósito, aplicando-se, nesse caso, o
do veículo, a autoridade de trânsito, no disposto neste artigo.
prazo de 10 (dez) dias contado da data da
§ 10. O pagamento das despesas de
remoção, deverá expedir ao proprietário a
remoção e estada será correspondente ao
notificação prevista no § 5º, por remessa
período integral, contado em dias, em que
postal ou por outro meio tecnológico hábil
efetivamente o veículo permanecer em
que assegure a sua ciência, e, caso reste
depósito, limitado ao prazo de 6 (seis)
frustrada, a notificação poderá ser feita
meses.
por edital.
§ 11. Os custos dos serviços de remoção
§ 7o A notificação devolvida por
e estada prestados por particulares
desatualização do endereço do
poderão ser pagos pelo proprietário
proprietário do veículo ou por recusa
diretamente ao contratado.
desse de recebê-la será considerada
recebida para todos os efeitos § 12. O disposto no § 11 não afasta a
possibilidade de o respectivo ente da
§ 8o Em caso de veículo licenciado no
Federação estabelecer a cobrança por
exterior, a notificação será feita por
meio de taxa instituída em lei.
edital.
§ 13. No caso de o proprietário do veículo
§ 9º Não caberá remoção nos casos em
objeto do recolhimento comprovar,
que a irregularidade for sanada no local da
administrativa ou judicialmente, que o
infração.
recolhimento foi indevido ou que houve
§ 9º-A. Quando não for possível sanar a abuso no período de retenção em
irregularidade no local da infração, o depósito, é da responsabilidade do ente
veículo, desde que ofereça condições de público a devolução das quantias pagas
segurança para circulação, será liberado e por força deste artigo, segundo os
entregue a condutor regularmente mesmos critérios da devolução de multas
habilitado, mediante recolhimento do indevidas.
Certificado de Licenciamento Anual,
Art. 272. O recolhimento da Carteira
contra a apresentação de recibo, e prazo
Nacional de Habilitação e da Permissão
razoável, não superior a 15 (quinze) dias,
para Dirigir dar-se-á mediante recibo,
será assinalado ao condutor para
além dos casos previstos neste Código,
regularizar a situação, o qual será
quando houver suspeita de sua
considerado notificado para essa
inautenticidade ou adulteração
finalidade na mesma ocasião.

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Art. 273. O recolhimento do Certificado de procedimento que, por meios técnicos ou
Registro dar-se-á mediante recibo, além científicos, na forma disciplinada pelo
dos casos previstos neste Código, Contran, permita certificar influência de
quando: álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência.
I - houver suspeita de inautenticidade ou
adulteração; § 2o A infração prevista no art. 165
também poderá ser caracterizada
II - se, alienado o veículo, não for
mediante imagem, vídeo, constatação de
transferida sua propriedade no prazo de
sinais que indiquem, na forma disciplinada
trinta dias.
pelo Contran, alteração da capacidade
Art. 274. O recolhimento do Certificado de psicomotora ou produção de quaisquer
Licenciamento Anual dar-se-á mediante outras provas em direito admitidas.
recibo, além dos casos previstos neste
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e
Código, quando:
medidas administrativas estabelecidas no
I - houver suspeita de inautenticidade ou art. 165-A deste Código ao condutor que
adulteração se recusar a se submeter a qualquer dos
procedimentos previstos no caput deste
II - se o prazo de licenciamento estiver artigo.
vencido;
Art. 278. Ao condutor que se evadir da
III - no caso de retenção do veículo, se a fiscalização, não submetendo veículo à
irregularidade não puder ser sanada no pesagem obrigatória nos pontos de
local. pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a
Art. 275. O transbordo da carga com peso penalidade prevista no art. 209, além da
excedente é condição para que o veículo obrigação de retornar ao ponto de evasão
possa prosseguir viagem e será efetuado para fim de pesagem obrigatória.
às expensas do proprietário do veículo, Parágrafo único. No caso de fuga do
sem prejuízo da multa aplicável condutor à ação policial, a apreensão do
Parágrafo único. Não sendo possível veículo dar-se-á tão logo seja localizado,
desde logo atender ao disposto neste aplicando-se, além das penalidades em
artigo, o veículo será recolhido ao que incorre, as estabelecidas no art. 210.
depósito, sendo liberado após sanada a
Art. 278-A. O condutor que se utilize de
irregularidade e pagas as despesas de veículo para a prática do crime de
remoção e estada. receptação, descaminho, contrabando,
Art. 276. Qualquer concentração de álcool previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do
por litro de sangue ou por litro de ar Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
alveolar sujeita o condutor às penalidades de 1940 (Código Penal), condenado por
previstas no art. 165. um desses crimes em decisão judicial
transitada em julgado, terá cassado seu
Parágrafo único. O Contran disciplinará documento de habilitação ou será proibido
as margens de tolerância quando a de obter a habilitação para dirigir veículo
infração for apurada por meio de aparelho automotor pelo prazo de 5 (cinco)
de medição, observada a legislação anos.
metrológica.
§ 1º O condutor condenado poderá
Art. 277. O condutor de veículo requerer sua reabilitação, submetendo-se
automotor envolvido em acidente de a todos os exames necessários à
trânsito ou que for alvo de fiscalização de habilitação, na forma deste
trânsito poderá ser submetido a teste, Código.
exame clínico, perícia ou outro
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§ 2º No caso do condutor preso em tecnologicamente disponível, previamente
flagrante na prática dos crimes de que regulamentado pelo CONTRAN.
trata o caput deste artigo, poderá o juiz, § 3º Não sendo possível a autuação em
em qualquer fase da investigação ou da flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à
ação penal, se houver necessidade para a autoridade no próprio auto de infração,
garantia da ordem pública, como medida informando os dados a respeito do veículo,
cautelar, de ofício, ou a requerimento do além dos constantes nos incisos I, II e III, para
Ministério Público ou ainda mediante o procedimento previsto no artigo seguinte.
representação da autoridade policial, § 4º O agente da autoridade de trânsito
decretar, em decisão motivada, a competente para lavrar o auto de infração
suspensão da permissão ou da poderá ser servidor civil, estatutário ou
habilitação para dirigir veículo automotor, celetista ou, ainda, policial militar designado
ou a proibição de sua obtenção. pela autoridade de trânsito com jurisdição
sobre a via no âmbito de sua competência.
Art. 279. Em caso de acidente com vítima,
envolvendo veículo equipado com Seção II
registrador instantâneo de velocidade e Do Julgamento das Autuações e
tempo, somente o perito oficial Penalidades
encarregado do levantamento pericial Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera
poderá retirar o disco ou unidade da competência estabelecida neste Código e
armazenadora do registro. dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a
CAPÍTULO XVIII penalidade cabível.
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O auto de infração será
Seção I arquivado e seu registro julgado insubsistente:
Da Autuação
I - se considerado inconsistente ou irregular;
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na
legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for
infração, do qual constará: expedida a notificação da autuação.
I - tipificação da infração; Art. 281-A. Na notificação de autuação e no
auto de infração, quando valer como
II - local, data e hora do cometimento da notificação de autuação, deverá constar o
infração; prazo para apresentação de defesa prévia,
III - caracteres da placa de identificação do que não será inferior a 30 (trinta) dias, contado
veículo, sua marca e espécie, e outros da data de expedição da notificação.
elementos julgados necessários à sua Art. 282. Caso a defesa prévia seja indeferida
identificação; ou não seja apresentada no prazo
IV - o prontuário do condutor, sempre que estabelecido, será aplicada a penalidade e
possível; expedida notificação ao proprietário do
veículo ou ao infrator, por remessa postal ou
V - identificação do órgão ou entidade e da por qualquer outro meio tecnológico hábil que
autoridade ou agente autuador ou assegure a ciência da imposição da
equipamento que comprovar a infração; penalidade.
VI - assinatura do infrator, sempre que § 1º A notificação devolvida por
possível, valendo esta como notificação do desatualização do endereço do proprietário do
cometimento da infração veículo ou por recusa em recebê-la será
§ 2º A infração deverá ser comprovada por considerada válida para todos os efeitos.
declaração da autoridade ou do agente da § 2º A notificação a pessoal de missões
autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico diplomáticas, de repartições consulares de
ou por equipamento audiovisual, reações carreira e de representações de organismos
químicas ou qualquer outro meio internacionais e de seus integrantes será

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remetida ao Ministério das Relações § 2º Na hipótese de notificação prevista
Exteriores para as providências cabíveis e no caput deste artigo, o proprietário ou o
cobrança dos valores, no caso de multa. condutor autuado será considerado notificado
30 (trinta) dias após a inclusão da informação
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for no sistema eletrônico e do envio da respectiva
imposta a condutor, à exceção daquela de mensagem.
que trata o § 1º do art. 259, a notificação será
encaminhada ao proprietário do veículo, § 3º O sistema previsto no caput será
responsável pelo seu pagamento. certificado digitalmente, atendidos os
requisitos de autenticidade, integridade,
§ 4º Da notificação deverá constar a data do validade jurídica e interoperabilidade da
término do prazo para apresentação de
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
recurso pelo responsável pela infração, que (ICP-Brasil).
não será inferior a trinta dias contados da data
da notificação da penalidade. Art. 284. O pagamento da multa poderá ser
efetuado até a data do vencimento expressa
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data na notificação, por oitenta por cento do seu
estabelecida no parágrafo anterior será a data
valor.
para o recolhimento de seu valor.
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de
§ 6º O prazo para expedição das notificações notificação eletrônica, conforme
das penalidades previstas no art. 256 deste regulamentação do Contran, e opte por não
Código é de 180 (cento e oitenta) dias ou, se apresentar defesa prévia nem recurso,
houver interposição de defesa prévia, de 360 reconhecendo o cometimento da infração,
(trezentos e sessenta) dias, contado: poderá efetuar o pagamento da multa por 60%
I - no caso das penalidades previstas nos (sessenta por cento) do seu valor, em
incisos I e II do caput do art. 256 deste Código, qualquer fase do processo, até o vencimento
da data do cometimento da infração; da multa.
II - no caso das demais penalidades previstas § 2º O recolhimento do valor da multa não
no art. 256 deste Código, da conclusão do implica renúncia ao questionamento
processo administrativo da penalidade que lhe administrativo, que pode ser realizado a
der causa. qualquer momento, respeitado o disposto no
§ 1º.
§ 6º-A. Para fins de aplicação do inciso I do §
6º deste artigo, no caso das autuações que § 3º Não incidirá cobrança moratória e não
não sejam em flagrante, o prazo será contado poderá ser aplicada qualquer restrição,
da data do conhecimento da infração pelo inclusive para fins de licenciamento e
órgão de trânsito responsável pela aplicação transferência, enquanto não for encerrada a
da penalidade, na forma definida pelo instância administrativa de julgamento de
Contran. infrações e penalidades.
§ 7º O descumprimento dos prazos previstos § 4º Encerrada a instância administrativa de
no § 6º deste artigo implicará a decadência do julgamento de infrações e penalidades, a
direito de aplicar a respectiva penalidade. multa não paga até o vencimento será
acrescida de juros de mora equivalentes à
Art. 282-A. O órgão do Sistema Nacional de taxa referencial do Sistema Especial de
Trânsito responsável pela autuação deverá Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos
oferecer ao proprietário do veículo ou ao federais acumulada mensalmente, calculados
condutor autuado a opção de notificação por a partir do mês subsequente ao da
meio eletrônico, na forma definida pelo consolidação até o mês anterior ao do
Contran. pagamento, e de 1% (um por cento)
§ 1º O proprietário e o condutor autuado relativamente ao mês em que o pagamento
deverão manter seu cadastro atualizado no estiver sendo efetuado.
órgão executivo de trânsito do Estado ou do § 5º O sistema de notificação eletrônica,
Distrito Federal. referido no § 1º deste artigo, deve
disponibilizar, na mesma plataforma, campo
destinado à apresentação de defesa prévia e
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de recurso, quando o condutor não Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso
reconhecer o cometimento da infração, na a ser interposto, na forma do artigo seguinte,
forma regulamentada pelo Contran. no prazo de trinta dias contado da publicação
ou da notificação da decisão.
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será
interposto perante a autoridade que impôs a § 1º O recurso será interposto, da decisão do
penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que não provimento, pelo responsável pela
deverá julgá-lo em até trinta dias. infração, e da decisão de provimento, pela
autoridade que impôs a penalidade.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
Art. 289. O recurso de que trata o artigo
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade anterior será apreciado no prazo de trinta dias:
remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro
dos dez dias úteis subseqüentes à sua I - tratando-se de penalidade imposta por
apresentação, e, se o entender intempestivo, órgão ou entidade da União, por colegiado
assinalará o fato no despacho de especial integrado pelo Coordenador-Geral da
encaminhamento. Jari, pelo Presidente da Junta que apreciou o
recurso e por mais um Presidente de Junta;
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso
não for julgado dentro do prazo previsto neste II - tratando-se de penalidade imposta por
artigo, a autoridade que impôs a penalidade, órgão ou entidade de trânsito estadual,
de ofício, ou por solicitação do recorrente, municipal ou do Distrito Federal, pelos
poderá conceder-lhe efeito suspensivo. CETRAN E CONTRANDIFE,
respectivamente.
§ 4º Na apresentação de defesa ou recurso,
em qualquer fase do processo, para efeitos de Parágrafo único. No caso do inciso I
admissibilidade, não serão exigidos do caput deste artigo, quando houver apenas
documentos ou cópia de documentos emitidos uma Jari, o recurso será julgado por seus
pelo órgão responsável pela autuação. membros.
§ 5º O recurso intempestivo será Art. 290. Implicam encerramento da instância
arquivado. administrativa de julgamento de infrações e
penalidades:
§ 6º (Vide Lei nº 14.229, de
2021) (Vigência) I - o julgamento do recurso de que tratam os
arts. 288 e 289;
Art. 286. O recurso contra a imposição de
multa poderá ser interposto no prazo legal, II - a não interposição do recurso no prazo
sem o recolhimento do seu valor. legal; e
§ 1º No caso de não provimento do recurso, III - o pagamento da multa, com
aplicar-se-á o estabelecido no parágrafo único reconhecimento da infração e requerimento
do art. 284. de encerramento do processo na fase em que
se encontra, sem apresentação de defesa ou
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e recurso.
apresentar recurso, se julgada improcedente
a penalidade, ser-lhe-á devolvida a Parágrafo único. Esgotados os recursos, as
importância paga, atualizada em UFIR ou por penalidades aplicadas nos termos deste
índice legal de correção dos débitos fiscais. Código serão cadastradas no RENACH.
Art. 287. Se a infração for cometida em CAPÍTULO XIX
localidade diversa daquela do licenciamento DOS CRIMES DE TRÂNSITO
do veículo, o recurso poderá ser apresentado
Seção I
junto ao órgão ou entidade de trânsito da
residência ou domicílio do infrator. Disposições Gerais

Parágrafo único. A autoridade de trânsito que Art. 291. Aos crimes cometidos na direção
receber o recurso deverá remetê-lo, de de veículos automotores, previstos neste
pronto, à autoridade que impôs a penalidade Código, aplicam-se as normas gerais do
acompanhado das cópias dos prontuários Código Penal e do Código de Processo
necessários ao julgamento. Penal, se este Capítulo não dispuser de
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modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, § 2º A penalidade de suspensão ou de
de 26 de setembro de 1995, no que proibição de se obter a permissão ou a
couber. habilitação para dirigir veículo automotor
não se inicia enquanto o sentenciado, por
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de
efeito de condenação penal, estiver
lesão corporal culposa o disposto nos arts.
recolhido a estabelecimento prisional.
74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, exceto se o agente Art. 294. Em qualquer fase da
estiver: investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem
I - sob a influência de álcool ou qualquer
pública, poderá o juiz, como medida
outra substância psicoativa que determine
cautelar, de ofício, ou a requerimento do
dependência;
Ministério Público ou ainda mediante
II - participando, em via pública, de representação da autoridade policial,
corrida, disputa ou competição decretar, em decisão motivada, a
automobilística, de exibição ou suspensão da permissão ou da
demonstração de perícia em manobra de habilitação para dirigir veículo automotor,
veículo automotor, não autorizada pela ou a proibição de sua obtenção.
autoridade competente
Parágrafo único. Da decisão que decretar
III - transitando em velocidade superior à a suspensão ou a medida cautelar, ou da
máxima permitida para a via em 50 km/h que indeferir o requerimento do Ministério
(cinqüenta quilômetros por hora). Público, caberá recurso em sentido
estrito, sem efeito suspensivo.
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste
artigo, deverá ser instaurado inquérito Art. 295. A suspensão para dirigir veículo
policial para a investigação da infração automotor ou a proibição de se obter a
penal. permissão ou a habilitação será sempre
comunicada pela autoridade judiciária ao
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as
Conselho Nacional de Trânsito -
diretrizes previstas no art. 59 do Decreto- CONTRAN, e ao órgão de trânsito do
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Estado em que o indiciado ou réu for
(Código Penal), dando especial atenção à domiciliado ou residente.
culpabilidade do agente e às
circunstâncias e consequências do Art. 296. Se o réu for reincidente na
crime. prática de crime previsto neste Código, o
juiz aplicará a penalidade de suspensão
Art. 292. A suspensão ou a proibição de da permissão ou habilitação para dirigir
se obter a permissão ou a habilitação para veículo automotor, sem prejuízo das
dirigir veículo automotor pode ser imposta demais sanções penais cabíveis.
isolada ou cumulativamente com outras
penalidades. Art. 297. A penalidade de multa
reparatória consiste no pagamento,
Art. 293. A penalidade de suspensão ou
mediante depósito judicial em favor da
de proibição de se obter a permissão ou a vítima, ou seus sucessores, de quantia
habilitação, para dirigir veículo automotor, calculada com base no disposto no § 1º do
tem a duração de dois meses a cinco art. 49 do Código Penal, sempre que
anos. houver prejuízo material resultante do
§ 1º Transitada em julgado a sentença crime.
condenatória, o réu será intimado a § 1º A multa reparatória não poderá ser
entregar à autoridade judiciária, em superior ao valor do prejuízo demonstrado
quarenta e oito horas, a Permissão para no processo.
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
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§ 2º Aplica-se à multa reparatória o § 1o No homicídio culposo cometido na
disposto nos arts. 50 a 52 do Código direção de veículo automotor, a pena é
Penal. aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se
o agente:
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor
da multa reparatória será descontado. I - não possuir Permissão para Dirigir ou
Carteira de Habilitação;
Art. 298. São circunstâncias que sempre
agravam as penalidades dos crimes de II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na
trânsito ter o condutor do veículo cometido calçada;
a infração:
III - deixar de prestar socorro, quando
I - com dano potencial para duas ou mais possível fazê-lo sem risco pessoal, à
pessoas ou com grande risco de grave vítima do acidente;
dano patrimonial a terceiros;
IV - no exercício de sua profissão ou
II - utilizando o veículo sem placas, com atividade, estiver conduzindo veículo de
placas falsas ou adulteradas; transporte de passageiros.
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou § 3o Se o agente conduz veículo
Carteira de Habilitação; automotor sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância psicoativa que
IV - com Permissão para Dirigir ou
determine dependência:
Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo; Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e
suspensão ou proibição do direito de se
V - quando a sua profissão ou atividade
obter a permissão ou a habilitação para
exigir cuidados especiais com o transporte
dirigir veículo automotor.
de passageiros ou de carga;
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa
VI - utilizando veículo em que tenham sido
na direção de veículo automotor:
adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua Penas - detenção, de seis meses a dois
segurança ou o seu funcionamento de anos e suspensão ou proibição de se
acordo com os limites de velocidade obter a permissão ou a habilitação para
prescritos nas especificações do dirigir veículo automotor.
fabricante;
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou à metade, se ocorrer qualquer das
permanentemente destinada a pedestres. hipóteses do § 1o do art. 302.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos § 2o A pena privativa de liberdade é de
casos de acidentes de trânsito de que reclusão de dois a cinco anos, sem
resulte vítima, não se imporá a prisão em prejuízo das outras penas previstas neste
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar artigo, se o agente conduz o veículo com
pronto e integral socorro àquela. capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra
Seção II
Dos Crimes em Espécie substância psicoativa que determine
dependência, e se do crime resultar lesão
Art. 302. Praticar homicídio culposo na corporal de natureza grave ou
direção de veículo automotor: gravíssima.
Penas - detenção, de dois a quatro anos, Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na
e suspensão ou proibição de se obter a ocasião do acidente, de prestar imediato
permissão ou a habilitação para dirigir socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo
veículo automotor.
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diretamente, por justa causa, deixar de caracterização do crime tipificado neste
solicitar auxílio da autoridade pública: artigo.
Penas - detenção, de seis meses a um § 4º Poderá ser empregado qualquer
ano, ou multa, se o fato não constituir aparelho homologado pelo Instituto
elemento de crime mais grave. Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia - INMETRO - para se
Parágrafo único. Incide nas penas
determinar o previsto no caput.
previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja Art. 307. Violar a suspensão ou a
suprida por terceiros ou que se trate de proibição de se obter a permissão ou a
vítima com morte instantânea ou com habilitação para dirigir veículo automotor
ferimentos leves. imposta com fundamento neste Código:
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo Penas - detenção, de seis meses a um
do local do acidente, para fugir à ano e multa, com nova imposição
responsabilidade penal ou civil que lhe adicional de idêntico prazo de suspensão
possa ser atribuída: ou de proibição.
Penas - detenção, de seis meses a um Parágrafo único. Nas mesmas penas
ano, ou multa. incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do
Art. 306. Conduzir veículo automotor com
art. 293, a Permissão para Dirigir ou a
capacidade psicomotora alterada em
Carteira de Habilitação.
razão da influência de álcool ou de outra
substância psicoativa que determine Art. 308. Participar, na direção de veículo
dependência: automotor, em via pública, de corrida,
disputa ou competição automobilística ou
Penas - detenção, de seis meses a três
ainda de exibição ou demonstração de
anos, multa e suspensão ou proibição de
perícia em manobra de veículo automotor,
se obter a permissão ou a habilitação para
não autorizada pela autoridade
dirigir veículo automotor.
competente, gerando situação de risco à
§ 1o As condutas previstas no caput serão incolumidade pública ou privada:
constatadas por:
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3
I - concentração igual ou superior a 6 (três) anos, multa e suspensão ou
decigramas de álcool por litro de sangue proibição de se obter a permissão ou a
ou igual ou superior a 0,3 miligrama de habilitação para
álcool por litro de ar alveolar; ou dirigir veículo automotor.
II - sinais que indiquem, na forma § 1o Se da prática do crime previsto
disciplinada pelo Contran, alteração da no caput resultar lesão corporal de
capacidade psicomotora. natureza grave, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o
§ 2o A verificação do disposto neste
resultado nem assumiu o risco de produzi-
artigo poderá ser obtida mediante teste de lo, a pena privativa de liberdade é de
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
perícia, vídeo, prova testemunhal ou prejuízo das outras penas previstas neste
outros meios de prova em direito artigo.
admitidos, observado o direito à
contraprova. § 2o Se da prática do crime previsto
no caput resultar morte, e as
§ 3o O Contran disporá sobre a circunstâncias demonstrarem que o
equivalência entre os distintos testes de agente não quis o resultado nem assumiu
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de o risco de produzi-lo, a pena privativa de
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liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 situações em que o juiz aplicar a
(dez) anos, sem prejuízo das outras penas substituição de pena privativa de
previstas neste artigo. liberdade por pena restritiva de direitos,
esta deverá ser de prestação de serviço à
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via
comunidade ou a entidades públicas, em
pública, sem a devida Permissão para
uma das seguintes atividades:
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se
cassado o direito de dirigir, gerando perigo I - trabalho, aos fins de semana, em
de dano: equipes de resgate dos corpos de
bombeiros e em outras unidades móveis
Penas - detenção, de seis meses a um
especializadas no atendimento a vítimas
ano, ou multa.
de trânsito;
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a
II - trabalho em unidades de pronto-
direção de veículo automotor a pessoa
socorro de hospitais da rede pública que
não habilitada, com habilitação cassada
recebem vítimas de acidente de trânsito e
ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
politraumatizados;
ainda, a quem, por seu estado de saúde,
física ou mental, ou por embriaguez, não III - trabalho em clínicas ou instituições
esteja em condições de conduzi-lo com especializadas na recuperação de
segurança: acidentados de trânsito;
Penas - detenção, de seis meses a um IV - outras atividades relacionadas ao
ano, ou multa. resgate, atendimento e recuperação de
vítimas de acidentes de trânsito.
Art. 311. Trafegar em velocidade
incompatível com a segurança nas Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do
proximidades de escolas, hospitais, art. 302 e no § 2º do art. 303 deste Código
estações de embarque e desembarque de não se aplica o disposto no inciso I
passageiros, logradouros estreitos, ou do caput do art. 44 do Decreto-Lei nº
onde haja grande movimentação ou 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
concentração de pessoas, gerando perigo Penal) . (Incluído pela Lei nº 14.071, de
de dano: 2020)
Penas - detenção, de seis meses a um CAPÍTULO XX
ano, ou multa. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso Art. 313. O Poder Executivo promoverá a
de acidente automobilístico com vítima, na nomeação dos membros do CONTRAN
pendência do respectivo procedimento no prazo de sessenta dias da publicação
policial preparatório, inquérito policial ou deste Código.
processo penal, o estado de lugar, de Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de
coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro duzentos e quarenta dias a partir da
o agente policial, o perito, ou juiz: publicação deste Código para expedir as
Penas - detenção, de seis meses a um resoluções necessárias à sua melhor
ano, ou multa. execução, bem como revisar todas as
resoluções anteriores à sua publicação,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto dando prioridade àquelas que visam a
neste artigo, ainda que não iniciados, diminuir o número de acidentes e a
quando da inovação, o procedimento assegurar a proteção de pedestres.
preparatório, o inquérito ou o processo
aos quais se refere. Parágrafo único. As resoluções do
CONTRAN, existentes até a data de
Art. 312-A. Para os crimes relacionados publicação deste Código, continuam em
nos arts. 302 a 312 deste Código, nas
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vigor naquilo em que não conflitem com de fundo de âmbito nacional destinado à
ele. segurança e educação de trânsito.
Art. 315. O Ministério da Educação e do § 2º O órgão responsável deverá publicar,
Desporto, mediante proposta do anualmente, na rede mundial de
CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos computadores (internet), dados sobre a
e quarenta dias contado da publicação, receita arrecadada com a cobrança de
estabelecer o currículo com conteúdo multas de trânsito e sua destinação.
programático relativo à segurança e à
§ 3º O valor total destinado à
educação de trânsito, a fim de atender o
recomposição das perdas de receita das
disposto neste Código.
concessionárias de rodovias e vias
Art. 316. O prazo de notificação previsto urbanas, em decorrência do não
no inciso II do parágrafo único do art. 281 pagamento de pedágio por usuários da
só entrará em vigor após duzentos e via, não poderá ultrapassar o montante
quarenta dias contados da publicação total arrecadado por meio das multas
desta Lei. aplicadas com fundamento no art. 209-A
deste Código, ressalvado o previsto em
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito
regulamento do Poder Executivo.
concederão prazo de até um ano para a
adaptação dos veículos de condução de Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do
escolares e de aprendizagem às normas Sistema Nacional de Trânsito poderão
do inciso III do art. 136 e art. 154, integrar-se para a ampliação e o
respectivamente. aprimoramento da fiscalização de trânsito,
inclusive por meio do compartilhamento
Art. 319. Enquanto não forem baixadas
da receita arrecadada com a cobrança das
novas normas pelo CONTRAN, continua
multas de trânsito.
em vigor o disposto no art. 92 do
Regulamento do Código Nacional de Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta
Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16 de dias, fixará a metodologia de aferição de
janeiro de 1968. peso de veículos, estabelecendo
percentuais de tolerância, sendo durante
Art. 319-A. Os valores de multas
este período suspensa a vigência das
constantes deste Código poderão ser
penalidades previstas no inciso V do art.
corrigidos monetariamente pelo Contran,
231, aplicando-se a penalidade de vinte
respeitado o limite da variação do Índice
UFIR por duzentos quilogramas ou fração
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
de excesso.
(IPCA) no exercício anterior.
Parágrafo único. Os limites de tolerância a
Parágrafo único. Os novos valores
que se refere este artigo, até a sua fixação
decorrentes do disposto no caput serão
pelo CONTRAN, são aqueles
divulgados pelo Contran com, no mínimo,
estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de
90 (noventa) dias de antecedência de sua
novembro de 1985.
aplicação.
Art. 325. As repartições de trânsito
Art. 320. A receita arrecadada com a
conservarão por, no mínimo, 5 (cinco)
cobrança das multas de trânsito será
anos os documentos relativos à
aplicada, exclusivamente, em sinalização,
habilitação de condutores, ao registro e ao
engenharia de tráfego, de campo,
licenciamento de veículos e aos autos de
policiamento, fiscalização e educação de
infração de trânsito.
trânsito.
§ 1º Os documentos previstos
§ 1º O percentual de cinco por cento do
no caput poderão ser gerados e
valor das multas de trânsito arrecadadas
tramitados eletronicamente, bem como
será depositado, mensalmente, na conta
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arquivados e armazenados em meio apurados, e os índices que se pretende
digital, desde que assegurada a alcançar.
autenticidade, a fidedignidade, a
§ 3o A decisão que fixar as metas anuais
confiabilidade e a segurança das
estabelecerá as respectivas margens de
informações, e serão válidos para todos
tolerância.
os efeitos legais, sendo dispensada,
nesse caso, a sua guarda física. § 4o As metas serão fixadas pelo Contran
para cada um dos Estados da Federação
§ 2º O Contran regulamentará a geração,
e para o Distrito Federal, mediante
a tramitação, o arquivamento, o
propostas fundamentadas dos Cetran, do
armazenamento e a eliminação de
Contrandife e do Departamento de Polícia
documentos eletrônicos e físicos gerados
Rodoviária Federal, no âmbito das
em decorrência da aplicação das
respectivas circunscrições.
disposições deste Código.
§ 5o Antes de submeterem as propostas
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º,
ao Contran, os Cetran, o Contrandife e o
o sistema deverá ser certificado
Departamento de Polícia Rodoviária
digitalmente, atendidos os requisitos de
Federal realizarão consulta ou audiência
autenticidade, integridade, validade
pública para manifestação da sociedade
jurídica e interoperabilidade da
sobre as metas a serem propostas.
Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira (ICP-Brasil). § 6o As propostas dos Cetran, do
Contrandife e do Departamento de Polícia
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito
Rodoviária Federal serão encaminhadas
será comemorada anualmente no período
ao Contran até o dia 1o de agosto de cada
compreendido entre 18 e 25 de setembro.
ano, acompanhadas de relatório analítico
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do a respeito do cumprimento das metas
Sistema Nacional de Trânsito, no que se fixadas para o ano anterior e de exposição
refere à política de segurança no trânsito, de ações, projetos ou programas, com os
deverá voltar-se prioritariamente para o respectivos orçamentos, por meio dos
cumprimento de metas anuais de redução quais se pretende cumprir as metas
de índice de mortos por grupo de veículos propostas para o ano seguinte.
e de índice de mortos por grupo de
§ 7o As metas fixadas serão divulgadas
habitantes, ambos apurados por Estado e
em setembro, durante a Semana Nacional
por ano, detalhando-se os dados
de Trânsito, assim como o desempenho,
levantados e as ações realizadas por vias
absoluto e relativo, de cada Estado e do
federais, estaduais e municipais.
Distrito Federal no cumprimento das
§ 1o O objetivo geral do estabelecimento metas vigentes no ano anterior,
de metas é, ao final do prazo de dez anos, detalhados os dados levantados e as
reduzir à metade, no mínimo, o índice ações realizadas por vias federais,
nacional de mortos por grupo de veículos estaduais e municipais, devendo tais
e o índice nacional de mortos por grupo de informações permanecer à disposição do
habitantes, relativamente aos índices público na rede mundial de computadores,
apurados no ano da entrada em vigor da em sítio eletrônico do órgão máximo
lei que cria o Plano Nacional de Redução executivo de trânsito da União.
de Mortes e Lesões no Trânsito
§ 8o O Contran, ouvidos o Departamento
(Pnatrans).
de Polícia Rodoviária Federal e demais
§ 2o As metas expressam a diferença a órgãos do Sistema Nacional de Trânsito,
menor, em base percentual, entre os definirá as fórmulas para apuração dos
índices mais recentes, oficialmente índices de que trata este artigo, assim
como a metodologia para a coleta e o
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tratamento dos dados estatísticos § 14. A partir da análise de desempenho
necessários para a composição dos a que se refere o § 7o deste artigo, o
termos das fórmulas. Contran elaborará e divulgará, também
durante a Semana Nacional de
§ 9o Os dados estatísticos coletados em
Trânsito:
cada Estado e no Distrito Federal serão
tratados e consolidados pelo respectivo I - duas classificações ordenadas dos
órgão ou entidade executivos de trânsito, Estados e do Distrito Federal, uma
que os repassará ao órgão máximo referente ao ano analisado e outra que
executivo de trânsito da União até o dia considere a evolução do desempenho dos
1o de março, por meio do sistema de Estados e do Distrito Federal desde o
registro nacional de acidentes e início das análises;
estatísticas de trânsito.
II - relatório a respeito do cumprimento do
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à objetivo geral do estabelecimento de
consolidação pelo órgão ou entidade metas previsto no § 1o deste
executivos de trânsito do Estado ou do artigo.
Distrito Federal compreendem os
Art. 327. A partir da publicação deste
coletados naquela circunscrição:
Código, somente poderão ser fabricados e
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo licenciados veículos que obedeçam aos
órgão executivo rodoviário da União; limites de peso e dimensões fixados na
forma desta Lei, ressalvados os que
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou
vierem a ser regulamentados pelo
entidade executivos rodoviários do Estado
CONTRAN.
ou do Distrito Federal;
Art. 328. O veículo apreendido ou
III - pelos órgãos ou entidades executivos
removido a qualquer título e não
rodoviários e pelos órgãos ou entidades
reclamado por seu proprietário dentro do
executivos de trânsito dos
prazo de sessenta dias, contado da data
Municípios.
de recolhimento, será avaliado e levado a
§ 11. O cálculo dos índices, para cada leilão, a ser realizado preferencialmente
Estado e para o Distrito Federal, será feito por meio eletrônico.
pelo órgão máximo executivo de trânsito
§ 1o Publicado o edital do leilão, a
da União, ouvidos o Departamento de
preparação poderá ser iniciada após trinta
Polícia Rodoviária Federal e demais
dias, contados da data de recolhimento do
órgãos do Sistema Nacional de
veículo, o qual será classificado em duas
Trânsito.
categorias:
§ 12. Os índices serão divulgados
I – conservado, quando apresenta
oficialmente até o dia 31 de março de cada
condições de segurança para trafegar;
ano.
e
§ 13. Com base em índices parciais,
II – sucata, quando não está apto a
apurados no decorrer do ano, o Contran,
trafegar.
os Cetran e o Contrandife poderão
recomendar aos integrantes do Sistema § 2o Se não houver oferta igual ou superior
Nacional de Trânsito alterações nas ao valor da avaliação, o lote será incluído
ações, projetos e programas em no leilão seguinte, quando será
desenvolvimento ou previstos, com o fim arrematado pelo maior lance, desde que
de atingir as metas fixadas para cada um por valor não inferior a cinquenta por cento
dos Estados e para o Distrito do avaliado.
Federal.

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§ 3o Mesmo classificado como § 9o Os débitos incidentes sobre o veículo
conservado, o veículo que for levado a antes da alienação administrativa ficam
leilão por duas vezes e não for arrematado dele automaticamente desvinculados,
será leiloado como sucata. sem prejuízo da cobrança contra o
proprietário anterior.
§ 4o É vedado o retorno do veículo
leiloado como sucata à circulação. § 10. Aplica-se o disposto no §
9o inclusive ao débito relativo a tributo cujo
§ 5o A cobrança das despesas com
fato gerador seja a propriedade, o domínio
estada no depósito será limitada ao prazo
útil, a posse, a circulação ou o
de seis meses.
licenciamento de veículo.
§ 6o Os valores arrecadados em leilão
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário
deverão ser utilizados para custeio da
reaver o veículo, por qualquer meio, os
realização do leilão, dividindo-se os
débitos serão novamente vinculados ao
custos entre os veículos arrematados,
bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto
proporcionalmente ao valor da
nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271.
arrematação, e destinando-se os valores
remanescentes, na seguinte ordem, § 12. Quitados os débitos, o saldo
para: remanescente será depositado em conta
específica do órgão responsável pela
I – as despesas com remoção e
realização do leilão e ficará à disposição
estada;
do antigo proprietário, devendo ser
II – os tributos vinculados ao veículo, na expedida notificação a ele, no máximo em
forma do § 10; trinta dias após a realização do leilão, para
o levantamento do valor no prazo de cinco
III – os credores trabalhistas, tributários e anos, após os quais o valor será
titulares de crédito com garantia real, transferido, definitivamente, para o fundo
segundo a ordem de preferência a que se refere o parágrafo único do art.
estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172,
320.
de 25 de outubro de 1966 (Código
Tributário Nacional); § 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no
que couber, ao animal recolhido, a
IV – as multas devidas ao órgão ou à qualquer título, e não reclamado por seu
entidade responsável pelo leilão; proprietário no prazo de sessenta dias, a
V – as demais multas devidas aos órgãos contar da data de recolhimento, conforme
integrantes do Sistema Nacional de regulamentação do CONTRAN.
Trânsito, segundo a ordem cronológica; § 14. Se identificada a existência de
e restrição policial ou judicial sobre o
VI – os demais créditos, segundo a ordem prontuário do veículo, a autoridade
de preferência legal. responsável pela restrição será notificada
para a retirada do bem do depósito,
§ 7o Sendo insuficiente o valor mediante a quitação das despesas com
arrecadado para quitar os débitos remoção e estada, ou para a autorização
incidentes sobre o veículo, a situação será do leilão nos termos deste artigo.
comunicada aos credores.
§15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a
§ 8o Os órgãos públicos responsáveis contar da notificação de que trata o § 14,
serão comunicados do leilão previamente não houver manifestação da autoridade
para que formalizem a desvinculação dos responsável pela restrição judicial ou
ônus incidentes sobre o veículo no prazo policial, estará o órgão de trânsito
máximo de dez dias. autorizado a promover o leilão do veículo
nos termos deste artigo.
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§ 16. Os veículos, sucatas e materiais § 1º Os livros indicarão:
inservíveis de bens automotores que se
I - data de entrada do veículo no
encontrarem nos depósitos há mais de 1
estabelecimento;
(um) ano poderão ser destinados à
reciclagem, independentemente da II - nome, endereço e identidade do
existência de restrições sobre o proprietário ou vendedor;
veículo.
III - data da saída ou baixa, nos casos de
§ 17. O procedimento de hasta pública na desmontagem;
hipótese do § 16 será realizado por lote de
IV - nome, endereço e identidade do
tonelagem de material ferroso,
comprador;
observando-se, no que couber, o disposto
neste artigo, condicionando-se a entrega V - características do veículo constantes
do material arrematado aos do seu certificado de registro;
procedimentos necessários à
descaracterização total do bem e à VI - número da placa de experiência.
destinação exclusiva, ambientalmente § 2º Os livros terão suas páginas
adequada, à reciclagem siderúrgica, numeradas tipograficamente e serão
vedado qualquer aproveitamento de encadernados ou em folhas soltas, sendo
peças e partes. que, no primeiro caso, conterão termo de
§ 18. Os veículos sinistrados abertura e encerramento lavrados pelo
irrecuperáveis queimados, adulterados ou proprietário e rubricados pela repartição
estrangeiros, bem como aqueles sem de trânsito, enquanto, no segundo, todas
possibilidade de regularização perante o as folhas serão autenticadas pela
órgão de trânsito, serão destinados à repartição de trânsito.
reciclagem, independentemente do § 3º A entrada e a saída de veículos nos
período em que estejam em depósito, estabelecimentos referidos neste artigo
respeitado o prazo previsto registrar-se-ão no mesmo dia em que se
no caput deste artigo, sempre que a verificarem assinaladas, inclusive, as
autoridade responsável pelo leilão julgar horas a elas correspondentes, podendo
ser essa a medida apropriada. os veículos irregulares lá encontrados ou
Art. 329. Os condutores dos veículos de suas sucatas ser apreendidos ou retidos
que tratam os arts. 135 e 136, para para sua completa regularização.
exercerem suas atividades, deverão § 4º As autoridades de trânsito e as
apresentar, previamente, certidão autoridades policiais terão acesso aos
negativa do registro de distribuição livros sempre que o solicitarem, não
criminal relativamente aos crimes de podendo, entretanto, retirá-los do
homicídio, roubo, estupro e corrupção de estabelecimento.
menores, renovável a cada cinco anos,
junto ao órgão responsável pela § 5º A falta de escrituração dos livros, o
respectiva concessão ou autorização. atraso, a fraude ao realizá-lo e a recusa de
sua exibição serão punidas com a multa
Art. 330. Os estabelecimentos onde se prevista para as infrações gravíssimas,
executem reformas ou recuperação de independente das demais cominações
veículos e os que comprem, vendam ou legais cabíveis.
desmontem veículos, usados ou não, são
obrigados a possuir livros de registro de § 6o Os livros previstos neste artigo
seu movimento de entrada e saída e de poderão ser substituídos por sistema
uso de placas de experiência, conforme eletrônico, na forma regulamentada pelo
modelos aprovados e rubricados pelos Contran.
órgãos de trânsito.
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Art. 331. Até a nomeação e posse dos Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito
membros que passarão a integrar os previstos no Anexo II até a aprovação pelo
colegiados destinados ao julgamento dos CONTRAN, no prazo de trezentos e
recursos administrativos previstos na sessenta dias da publicação desta Lei,
Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o após a manifestação da Câmara Temática
julgamento dos recursos ficará a cargo de Engenharia, de Vias e Veículos e
dos órgãos ora existentes. obedecidos os padrões internacionais.
Art. 332. Os órgãos e entidades Art. 337. Os CETRAN terão suporte
integrantes do Sistema Nacional de técnico e financeiro dos Estados e
Trânsito proporcionarão aos membros do Municípios que os compõem e, o
CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
em serviço, todas as facilidades para o
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras,
cumprimento de sua missão, fornecendo-
os importadores e fabricantes, ao
lhes as informações que solicitarem,
comerciarem veículos automotores de
permitindo-lhes inspecionar a execução
qualquer categoria e ciclos, são obrigados
de quaisquer serviços e deverão atender
a fornecer, no ato da comercialização do
prontamente suas requisições.
respectivo veículo, manual contendo
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em normas de circulação, infrações,
até cento e vinte dias após a nomeação de penalidades, direção defensiva, primeiros
seus membros, as disposições previstas socorros e Anexos do Código de Trânsito
nos arts. 91 e 92, que terão de ser Brasileiro.
atendidas pelos órgãos e entidades
Art. 338-A. As competências previstas no
executivos de trânsito e executivos
inciso XV do caput do art. 21 e no inciso
rodoviários para exercerem suas
XXII do caput do art. 24 deste Código
competências.
serão atribuídas aos órgãos ou entidades
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já descritos no caput dos referidos artigos a
existentes terão prazo de um ano, após a partir de 1º de janeiro de 2024.
edição das normas, para se adequarem às
Parágrafo único. Até 31 de dezembro de
novas disposições estabelecidas pelo
2023, as competências a que se refere
CONTRAN, conforme disposto neste
o caput deste artigo serão exercidas pelos
artigo.
órgãos e entidades executivos de trânsito
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a dos Estados e do Distrito Federal.
serem criados exercerão as competências
Art. 339. Fica o Poder Executivo
previstas neste Código em cumprimento
autorizado a abrir crédito especial no valor
às exigências estabelecidas pelo
de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e
CONTRAN, conforme disposto neste
quatro mil, novecentos e cinqüenta e
artigo, acompanhados pelo respectivo
quatro reais), em favor do ministério ou
CETRAN, se órgão ou entidade municipal,
órgão a que couber a coordenação
ou CONTRAN, se órgão ou entidade
máxima do Sistema Nacional de Trânsito,
estadual, do Distrito Federal ou da União,
para atender as despesas decorrentes da
passando a integrar o Sistema Nacional
implantação deste Código.
de Trânsito.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento
Art. 334. As ondulações transversais
e vinte dias após a data de sua
existentes deverão ser homologadas pelo
publicação.
órgão ou entidade competente no prazo
de um ano, a partir da publicação deste
Código, devendo ser retiradas em caso
contrário.
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DIREITOS HUMANOS Todos são iguais perante a lei e, sem
distinção, têm direito a igual protecção da
lei. Todos têm direito a protecção igual
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS contra qualquer discriminação que viole a
DIREITOS HUMANOS presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo 1°
Artigo 8°
Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos. Toda a pessoa tem direito a recurso
Dotados de razão e de consciência, efectivo para as jurisdições nacionais
devem agir uns para com os outros em competentes contra os actos que violem
espírito de fraternidade. os direitos fundamentais reconhecidos
pela Constituição ou pela lei.
Artigo 2°
Artigo 9°
Todos os seres humanos podem invocar
os direitos e as liberdades proclamados na Ninguém pode ser arbitrariamente preso,
presente Declaração, sem distinção detido ou exilado.
alguma, nomeadamente de raça, de cor, Artigo 10°
de sexo, de língua, de religião, de opinião
política ou outra, de origem nacional ou Toda a pessoa tem direito, em plena
social, de fortuna, de nascimento ou de igualdade, a que a sua causa seja
qualquer outra situação. Além disso, não equitativa e publicamente julgada por um
será feita nenhuma distinção fundada no tribunal independente e imparcial que
estatuto político, jurídico ou internacional decida dos seus direitos e obrigações ou
do país ou do território da naturalidade da das razões de qualquer acusação em
pessoa, seja esse país ou território matéria penal que contra ela seja
independente, sob tutela, autônomo ou deduzida.
sujeito a alguma limitação de soberania. Artigo 11°
Artigo 3° Toda a pessoa acusada de um acto
Todo indivíduo tem direito à vida, à delituoso presume-se inocente até que a
liberdade e à segurança pessoal. sua culpabilidade fique legalmente
provada no decurso de um processo
Artigo 4° público em que todas as garantias
Ninguém será mantido em escravatura ou necessárias de defesa lhe sejam
em servidão; a escravatura e o trato dos asseguradas.
escravos, sob todas as formas, são Ninguém será condenado por acções ou
proibidos. omissões que, no momento da sua
Artigo 5° prática, não constituíam acto delituoso à
face do direito interno ou internacional. Do
Ninguém será submetido a tortura nem a mesmo modo, não será infligida pena
penas ou tratamentos cruéis, desumanos mais grave do que a que era aplicável no
ou degradantes. momento em que o acto delituoso foi
Artigo 6° cometido.

Todos os indivíduos têm direito ao Artigo 12°


reconhecimento, em todos os lugares, da Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias
sua personalidade jurídica. na sua vida privada, na sua família, no seu
Artigo 7° domicílio ou na sua correspondência, nem
ataques à sua honra e reputação. Contra
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tais intromissões ou ataques toda a Artigo 18°
pessoa tem direito a protecção da lei.
Toda a pessoa tem direito à liberdade de
Artigo 13° pensamento, de consciência e de religião;
este direito implica a liberdade de mudar
Toda a pessoa tem o direito de livremente
de religião ou de convicção, assim como a
circular e escolher a sua residência no
liberdade de manifestar a religião ou
interior de um Estado.
convicção, sozinho ou em comum, tanto
Toda a pessoa tem o direito de abandonar em público como em privado, pelo ensino,
o país em que se encontra, incluindo o pela prática, pelo culto e pelos ritos.
seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 19°
Artigo 14°
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de
Toda a pessoa sujeita a perseguição tem opinião e de expressão, o que implica o
o direito de procurar e de beneficiar de direito de não ser inquietado pelas suas
asilo em outros países. opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras,
Este direito não pode, porém, ser informações e idéias por qualquer meio de
invocado no caso de processo realmente expressão.
existente por crime de direito comum ou
por actividades contrárias aos fins e aos Artigo 20°
princípios das Nações Unidas.
Toda a pessoa tem direito à liberdade de
Artigo 15° reunião e de associação pacíficas.
Todo o indivíduo tem direito a ter uma Ninguém pode ser obrigado a fazer parte
nacionalidade. de uma associação.
Ninguém pode ser arbitrariamente privado Artigo 21°
da sua nacionalidade nem do direito de
Toda a pessoa tem o direito de tomar
mudar de nacionalidade.
parte na direcção dos negócios, públicos
Artigo 16° do seu país, quer directamente, quer por
intermédio de representantes livremente
A partir da idade núbil, o homem e a escolhidos.
mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de Toda a pessoa tem direito de acesso, em
raça, nacionalidade ou religião. Durante o condições de igualdade, às funções
casamento e na altura da sua dissolução, públicas do seu país.
ambos têm direitos iguais.
A vontade do povo é o fundamento da
O casamento não pode ser celebrado sem autoridade dos poderes públicos: e deve
o livre e pleno consentimento dos futuros exprimir-se através de eleições honestas
esposos. a realizar periodicamente por sufrágio
universal e igual, com voto secreto ou
A família é o elemento natural e segundo processo equivalente que
fundamental da sociedade e tem direito à salvaguarde a liberdade de voto.
proteção desta e do Estado.
Artigo 22°
Artigo 17°
Toda a pessoa, como membro da
Toda a pessoa, individual ou colectiva, sociedade, tem direito à segurança social;
tem direito à propriedade. e pode legitimamente exigir a satisfação
Ninguém pode ser arbitrariamente privado dos direitos econômicos, sociais e
da sua propriedade. culturais indispensáveis, graças ao
esforço nacional e à cooperação
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internacional, de harmonia com a correspondente ao ensino elementar
organização e os recursos de cada país. fundamental. O ensino elementar é
obrigatório. O ensino técnico e profissional
Artigo 23°
dever ser generalizado; o acesso aos
Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à estudos superiores deve estar aberto a
livre escolha do trabalho, a condições todos em plena igualdade, em função do
equitativas e satisfatórias de trabalho e à seu mérito.
protecção contra o desemprego.
A educação deve visar à plena expansão
Todos têm direito, sem discriminação da personalidade humana e ao reforço
alguma, a salário igual por trabalho igual. dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais e deve favorecer a
Quem trabalha tem direito a uma compreensão, a tolerância e a amizade
remuneração equitativa e satisfatória, que entre todas as nações e todos os grupos
lhe permita e à sua família uma existência raciais ou religiosos, bem como o
conforme com a dignidade humana, e
desenvolvimento das actividades das
completada, se possível, por todos os Nações Unidas para a manutenção da
outros meios de protecção social. paz.
Toda a pessoa tem o direito de fundar com Aos pais pertence a prioridade do direito
outras pessoas sindicatos e de se filiar em de escholher o género de educação a dar
sindicatos para defesa dos seus aos filhos.
interesses.
Artigo 27°
Artigo 24°
Toda a pessoa tem o direito de tomar
Toda a pessoa tem direito ao repouso e parte livremente na vida cultural da
aos lazeres, especialmente, a uma comunidade, de fruir as artes e de
limitação razoável da duração do trabalho participar no progresso científico e nos
e as férias periódicas pagas. benefícios que deste resultam.
Artigo 25° Todos têm direito à proteção dos
Toda a pessoa tem direito a um nível de interesses morais e materiais ligados a
vida suficiente para lhe assegurar e à sua qualquer produção científica, literária ou
família a saúde e o bem-estar, artística da sua autoria.
principalmente quanto à alimentação, ao Artigo 28°
vestuário, ao alojamento, à assistência
médica e ainda quanto aos serviços Toda a pessoa tem direito a que reine, no
sociais necessários, e tem direito à plano social e no plano internacional, uma
segurança no desemprego, na doença, na ordem capaz de tornar plenamente
invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros efectivos os direitos e as liberdades
casos de perda de meios de subsistência enunciadas na presente Declaração.
por circunstâncias independentes da sua
Artigo 29°
vontade.
O indivíduo tem deveres para com a
A maternidade e a infância têm direito a
comunidade, fora da qual não é possível o
ajuda e a assistência especiais. Todas as
livre e pleno desenvolvimento da sua
crianças, nascidas dentro ou fora do
personalidade.
matrimônio, gozam da mesma protecção
social. No exercício deste direito e no gozo
destas liberdades ninguém está sujeito
Artigo 26°
senão às limitações estabelecidas pela lei
Toda a pessoa tem direito à educação. A com vista exclusivamente a promover o
educação deve ser gratuita, pelo menos a reconhecimento e o respeito dos direitos e
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liberdades dos outros e a fim de satisfazer opiniões manifestadas ou das crenças de
as justas exigências da moral, da ordem seus pais, representantes legais ou
pública e do bem-estar numa sociedade familiares.
democrática.
Artigo 3
Em caso algum estes direitos e liberdades
Todas as ações relativas à criança, sejam
poderão ser exercidos contrariamente e
elas levadas a efeito por instituições
aos fins e aos princípios das Nações
públicas ou privadas de assistência social,
Unidas.
tribunais, autoridades administrativas ou
Artigo 30° órgãos legislativos, devem considerar
primordialmente o melhor interesse da
Nenhuma disposição da presente
criança.
Declaração pode ser interpretada de
maneira a envolver para qualquer Estado, Os Estados Partes comprometem-se a
agrupamento ou indivíduo o direito de se assegurar à criança a proteção e o
entregar a alguma actividade ou de cuidado que sejam necessários ao seu
praticar algum acto destinado a destruir os bem-estar, levando em consideração os
direitos e liberdades aqui enunciados. direitos e deveres de seus pais, tutores
legais ou outras pessoas legalmente
CONVENÇÕES DA ONU responsáveis por ela e, com essa
SOBRE OS DIREITOS DA finalidade, tomarão todas as medidas
legislativas e administrativas adequadas.
CRIANÇA
Os Estados Partes devem garantir que as
PARTE I
instituições, as instalações e os serviços
Artigo 1 destinados aos cuidados ou à proteção da
criança estejam em conformidade com os
Para efeito da presente Convenção,
padrões estabelecidos pelas autoridades
considera-se como criança todo ser
competentes, especialmente no que diz
humano com menos de 18 anos de idade,
respeito à segurança e à saúde da
salvo quando, em conformidade com a lei
criança, ao número e à adequação das
aplicável à criança, a maioridade seja
equipes e à existência de supervisão
alcançada antes.
adequada.
Artigo 2
Artigo 4
Os Estados Partes devem respeitar os
Os Estados Partes devem adotar todas as
direitos enunciados na presente
medidas administrativas, legislativas e de
Convenção e assegurarão sua aplicação
outra natureza necessárias para a
a cada criança em sua jurisdição, sem
implementação dos direitos reconhecidos
nenhum tipo de discriminação,
na presente Convenção. Com relação a
independentemente de raça, cor, sexo,
direitos econômicos, sociais e culturais, os
idioma, religião, opinião política ou de
Estados Partes devem adotar tais
outra natureza, origem nacional, étnica ou
medidas utilizando ao máximo os recursos
social, posição econômica, deficiência
disponíveis e, quando necessário, dentro
física, nascimento ou qualquer outra
de um quadro de cooperação
condição da criança, de seus pais ou de
internacional.
seus representantes legais.
Artigo 5
Os Estados Partes devem adotar todas as
medidas apropriadas para assegurar que Os Estados Partes devem respeitar as
a criança seja protegida contra todas as responsabilidades, os direitos e os
formas de discriminação ou punição em deveres dos pais ou, quando aplicável,
função da condição, das atividades, das dos membros da família ampliada ou da
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comunidade, conforme determinem os separação seja necessária tendo em vista
costumes locais, dos tutores legais ou de o melhor interesse da criança, e mediante
outras pessoas legalmente responsáveis determinação das autoridades
pela criança, para proporcionar-lhe competentes, sujeita a revisão judicial, e
instrução e orientação adequadas, de em conformidade com a lei e os
acordo com sua capacidade em evolução, procedimentos legais cabíveis. Tal
no exercício dos direitos que lhe cabem determinação pode ser necessária em
pela presente Convenção. casos específicos – por exemplo, quando
a criança sofre maus-tratos ou negligência
Artigo 6
por parte dos pais, ou, no caso de
Os Estados Partes reconhecem que toda separação dos pais, quando uma decisão
criança tem o direito inerente à vida. deve ser tomada com relação ao local de
residência da criança.
Os Estados Partes devem assegurar ao
máximo a sobrevivência e o Em qualquer procedimento em
desenvolvimento da criança. cumprimento ao estipulado no parágrafo 1
deste artigo, todas as partes interessadas
Artigo 7 devem ter a oportunidade de participar e
A criança deve ser registrada de manifestar suas opiniões.
imediatamente após seu nascimento e, Os Estados Partes devem respeitar o
desde o momento do nascimento, terá direito da criança que foi separada de um
direito a um nome, a uma nacionalidade e, ou de ambos os pais a manter
na medida do possível, a conhecer seus regularmente relações pessoais e contato
pais e ser cuidada por eles. direto com ambos, salvo nos casos em
Os Estados Partes devem garantir o que isso for contrário ao melhor interesse
cumprimento desses direitos, de acordo da criança.
com a legislação nacional e com as Quando essa separação ocorrer em
obrigações que tenham assumido em
virtude de uma medida adotada por um
virtude dos instrumentos internacionais Estado Parte – por exemplo, detenção,
pertinentes, especialmente no caso de prisão, exílio, deportação ou morte
crianças apátridas. (inclusive falecimento decorrente de
Artigo 8 qualquer causa enquanto a pessoa estiver
sob custódia do Estado) de um dos pais
Os Estados Partes comprometem-se a da criança, ou de ambos, ou da própria
respeitar o direito da criança de preservar criança, o Estado Parte deverá
sua identidade, inclusive a nacionalidade, apresentar, mediante solicitação, aos
o nome e as relações familiares, de pais, à criança ou, se for o caso, a outro
acordo com a lei, sem interferência ilícitas. familiar as informações necessárias a
Quando uma criança for privada respeito do paradeiro do familiar ou dos
ilegalmente de algum ou de todos os familiares ausentes, salvo quando tal
elementos que configuram sua identidade, informação for prejudicial ao bem-estar da
os Estados Partes deverão prestar a criança. Os Estados Partes devem
assistência e a proteção adequadas, assegurar também que tal solicitação não
visando restabelecer rapidamente sua acarrete, por si só, consequências
identidade. adversas para a pessoa ou as pessoas
interessadas.
Artigo 9
Artigo 10
Os Estados Partes devem garantir que a
criança não seja separada dos pais contra De acordo com obrigação dos Estados
a vontade dos mesmos, salvo quando tal Partes estipulada no parágrafo 1 do artigo
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9, toda solicitação apresentada por uma Para tanto, a criança deve ter a
criança ou por seus pais para ingressar oportunidade de ser ouvida em todos os
em um Estado Parte ou sair dele, visando processos judiciais ou administrativos que
à reintegração da família, deverá ser a afetem, seja diretamente, seja por
atendida pelos Estados Partes de forma intermédio de um representante ou de um
positiva, humanitária e ágil. Os Estados órgão apropriado, em conformidade com
Partes devem assegurar também que a as regras processuais da legislação
apresentação de tal solicitação não nacional.
acarrete consequências adversas para os
Artigo 13
requerentes ou seus familiares.
A criança deve ter o direito de expressar-
A criança cujos pais residem em Estados
se livremente. Esse direito deve incluir a
diferentes deverá ter o direito de manter
liberdade de procurar, receber e divulgar
periodicamente relações pessoais e
informações e ideias de todo tipo,
contato direto com ambos, salvo em
independentemente de fronteiras, seja
circunstâncias especiais. Para tanto, e de
verbalmente, por escrito ou por meio
acordo com a obrigação assumida em
impresso, por meio das artes ou por
virtude do parágrafo 1 do artigo 9, os
qualquer outro meio escolhido pela
Estados Partes devem respeitar o direito
criança.
da criança e de seus pais de sair do país,
inclusive do próprio, e de ingressar em seu O exercício de tal direito poderá estar
próprio país. O direito de sair de qualquer sujeito a certas restrições, que serão
país estará sujeito exclusivamente às unicamente aquelas previstas em lei e
restrições determinadas por lei que sejam consideradas necessárias:
necessárias para proteger a segurança
nacional, a ordem pública, a saúde pública
para o respeito dos direitos ou da
ou os costumes, ou os direitos e as
reputação de outras pessoas; ou
liberdades de outras pessoas, e que
estejam de acordo com os demais direitos para a proteção da segurança nacional ou
reconhecidos pela presente Convenção. da ordem pública, ou para proteger a
saúde pública e os costumes.
Artigo 11
Artigo 14
Os Estados Partes devem adotar medidas
para combater a transferência ilegal de Os Estados Partes devem reconhecer os
crianças para o exterior e a retenção ilícita direitos da criança à liberdade de
das mesmas fora de seu país. pensamento, de consciência e de crença
religiosa.
Para tanto, os Estados Partes devem
promover a conclusão de acordos Os Estados Partes devem respeitar o
bilaterais ou multilaterais ou a adesão a direito e os deveres dos pais e, quando
acordos já existentes. aplicável, dos tutores legais de orientar a
criança com relação ao exercício de seus
Artigo 12
direitos, de maneira compatível com sua
Os Estados Partes devem assegurar à capacidade em desenvolvimento.
criança que é capaz de formular seus
A liberdade de professar a própria religião
próprios pontos de vista o direito de
ou as próprias crenças pode esta sujeita
expressar suas opiniões livremente sobre
unicamente às limitações prescritas em lei
todos os assuntos relacionados a ela, e
e necessárias para proteger o interesse
tais opiniões devem ser consideradas, em
público em relação à segurança, à ordem,
função da idade e da maturidade da
criança. aos costumes ou à saúde, ou ainda aos

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direitos e liberdades fundamentais de incentivar a produção e a difusão de livros
outras pessoas. para crianças;
Artigo 15 incentivar os meios de comunicação no
sentido de dar especial atenção às
Os Estados Partes reconhecem os
necessidades linguísticas da criança que
direitos da criança à liberdade de
pertença a um grupo minoritário ou
associação e à liberdade de realizar
indígena;
reuniões pacíficas.
incentivar a elaboração de diretrizes
Não serão impostas restrições ao
apropriadas à proteção da criança contra
exercício desses direitos, a não ser
informações e materiais prejudiciais ao
aquelas estabelecidas em conformidade
seu bem-estar, tendo em vista o disposto
com a lei e que sejam necessárias em
nos artigos 13 e 18.
uma sociedade democrática, no interesse
da segurança nacional ou pública, da Artigo 18
ordem pública, da proteção à saúde
Os Estados Partes devem envidar seus
pública e dos costumes, ou da proteção
melhores esforços para assegurar o
dos direitos e liberdades de outras
reconhecimento do princípio de que
pessoas.
ambos os pais têm obrigações comuns
Artigo 16 com relação à educação e ao
desenvolvimento da criança. Os pais ou,
Nenhuma criança deve ser submetida a
quando for o caso, os tutores legais serão
interferências arbitrárias ou ilegais em sua
os responsáveis primordiais pela
vida particular, sua família, seu domicílio
educação e pelo desenvolvimento da
ou sua correspondência, nem a ataques
criança. Sua preocupação básica será a
ilegais à sua honra e à sua reputação.
garantia do melhor interesse da criança.
A criança tem direito à proteção da lei
Para garantir e promover os direitos
contra essas interferências ou ataques.
enunciados na presente Convenção, os
Artigo 17 Estados Partes devem prestar assistência
adequada aos pais e aos tutores legais no
Os Estados Partes reconhecem a função desempenho de suas funções na
importante desempenhada pelos meios educação da criança e devem assegurar a
de comunicação, e devem garantir o
criação de instituições, instalações e
acesso da criança a informações e serviços para o cuidado da criança.
materiais procedentes de diversas fontes
nacionais e internacionais, especialmente Os Estados Partes devem adotar todas as
aqueles que visam à promoção de seu medidas apropriadas para garantir aos
bem-estar social, espiritual e moral e de filhos de pais que trabalham acesso aos
sua saúde física e mental. Para tanto, os serviços e às instalações de atendimento
Estados Partes devem: a que têm direito.
Artigo 19
incentivar os meios de comunicação a
Os Estados Partes devem adotar todas as
difundir informações e materiais de
medidas legislativas, administrativas,
interesse social e cultural para a criança,
sociais e educacionais apropriadas para
de acordo com o disposto no artigo 29;
proteger a criança contra todas as formas
promover a cooperação internacional na de violência física ou mental, ofensas ou
produção, no intercâmbio e na divulgação abusos, negligência ou tratamento
dessas informações procedentes de displicente, maus-tratos ou exploração,
diversas fontes culturais, nacionais e inclusive abuso sexual, enquanto a
internacionais; criança estiver sob a custódia dos pais, do
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tutor legal ou de qualquer outra pessoa vista do status da criança com relação a
responsável por ela. seus pais, parentes e tutores legais; e que
as pessoas interessadas tenham
Essas medidas de proteção devem incluir,
consentido com a adoção, com
quando cabível, procedimentos eficazes
conhecimento de causa, com base em
para a elaboração de programas sociais
informações solicitadas, quando
visando ao provimento do apoio
necessário;
necessário para a criança e as pessoas
responsáveis por ela, bem como para reconhecer que a adoção efetuada em
outras formas de prevenção, e para outro país pode ser considerada como um
identificação, notificação, transferência meio alternativo para os cuidados da
para uma instituição, investigação, criança, quando a mesma não puder ser
tratamento e acompanhamento posterior colocada em um orfanato ou em uma
dos casos de maus-tratos mencionados família adotiva, ou não conte com
acima e, quando cabível, para intervenção atendimento adequado em seu país de
judiciária. origem;
Artigo 20 garantir que a criança adotada em outro
país goze de salvaguardas e normas
Crianças temporária ou permanentemente
equivalentes àquelas existentes em seu
privadas do convívio familiar ou que, em
país de origem com relação à adoção;
seu próprio interesse, não devem
permanecer no ambiente familiar terão adotar todas as medidas apropriadas para
direito a proteção e assistência especiais garantir que, em caso de adoção em outro
do Estado. país, a colocação não resulte em
benefícios financeiros indevidos para as
Os Estados Partes devem garantir
pessoas envolvidas;
cuidados alternativos para essas crianças,
de acordo com suas leis nacionais. promover os objetivos deste artigo,
quando necessário, mediante arranjos ou
Esses cuidados podem incluir, inter alia, a
acordos bilaterais ou multilaterais, e
colocação em orfanatos, a kafalah do
envidar esforços, nesse contexto, para
direito islâmico, a adoção ou, caso
assegurar que a colocação da criança em
necessário, a colocação em instituições
outro país seja realizada por intermédio
adequadas de proteção da criança. Ao
das autoridades ou dos organismos
serem consideradas as soluções, especial
competentes.
atenção deve ser dada à origem étnica,
religiosa, cultural e linguística da criança, Artigo 22
bem como à conveniência da
Os Estados Partes devem adotar medidas
continuidade de sua educação.
adequadas para assegurar que a criança
Artigo 21 que tenta obter a condição de refugiada,
ou que seja considerada refugiada, de
Os Estados Partes que reconhecem e/ou
acordo com o direito e os procedimentos
admitem o sistema de adoção devem
internacionais ou internos aplicáveis,
garantir que o melhor interesse da criança
receba, estando sozinha ou
seja a consideração primordial e devem:
acompanhada por seus pais ou por
assegurar que a adoção da criança seja qualquer outra pessoa, a proteção e a
autorizada exclusivamente pelas assistência humanitária adequadas para
autoridades competentes, que que possa usufruir dos direitos
determinarão, de acordo com as leis e os enunciados na presente Convenção e em
procedimentos cabíveis, e com base em outros instrumentos internacionais de
todas as informações pertinentes e direitos humanos ou de caráter
fidedignas, que a adoção é admissível em
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humanitário com os quais os citados criança; e deve assegurar à criança
Estados estejam comprometidos. deficiente o acesso efetivo à educação, à
capacitação, aos serviços de saúde e de
Para tanto, os Estados Partes devem
reabilitação, à preparação para o emprego
cooperar, da maneira como julgarem
e às oportunidades de lazer, de maneira
apropriada, com todos os esforços das
que a criança atinja a integração social e
Nações Unidas e demais organizações
o desenvolvimento individual mais
intergovernamentais competentes, ou
completos possíveis, incluindo seu
organizações não governamentais que
desenvolvimento cultural e espiritual.
cooperam com as Nações Unidas, para
proteger e ajudar a criança refugiada; e Os Estados Partes devem promover, com
para localizar seus pais ou outros espírito de cooperação internacional, a
membros de sua família, buscando troca de informações adequadas nos
informações necessárias para que seja campos da assistência médica preventiva
reintegrada à sua família. Caso não seja e do tratamento médico, psicológico e
possível localizar nenhum dos pais ou dos funcional das crianças com deficiência,
membros da família, deverá ser concedida incluindo a divulgação de informações a
à criança a mesma proteção outorgada a respeito dos métodos de reabilitação e
qualquer outra criança que esteja dos serviços de ensino e formação
permanente ou temporariamente privada profissional, bem como o acesso a essas
de seu ambiente familiar, seja qual for o informações. Dessa forma, os Estados
motivo, conforme estabelecido na Partes poderão aprimorar sua capacidade
presente Convenção. e seus conhecimentos e ampliar sua
experiência nesses campos. Nesse
Artigo 23
sentido, devem ser consideradas de
Os Estados Partes reconhecem que a maneira especial as necessidades dos
criança com deficiência física ou mental países em desenvolvimento.
deverá desfrutar de uma vida plena e
Artigo 24
decente, em condições que garantam sua
dignidade, favoreçam sua autoconfiança e Os Estados Partes reconhecem o direito
facilitem sua participação ativa na da criança de gozar do melhor padrão
comunidade. possível de saúde e dos serviços
destinados ao tratamento das doenças e à
Os Estados Partes reconhecem que a
recuperação da saúde. Os Estados Partes
criança com deficiência tem direito a
devem envidar esforços para assegurar
receber cuidados especiais, e devem
que nenhuma criança seja privada de seu
estimular e garantir a extensão da
direito de usufruir desses serviços de
prestação da assistência solicitada e que
cuidados de saúde.
seja adequada às condições da criança e
às circunstâncias de seus pais ou das Os Estados Partes devem garantir a plena
pessoas responsáveis por ela, de acordo aplicação desse direito e, em especial,
com os recursos disponíveis e sempre que devem adotar as medidas apropriadas
a criança ou seus responsáveis reúnam as para:
condições exigidas.
Reconhecendo as necessidades reduzir a mortalidade infantil;
especiais da criança com deficiência, a
assegurar a prestação de assistência
assistência ampliada, conforme disposto
médica e cuidados de saúde necessários
no parágrafo 2 deste artigo, deve ser
para todas as crianças, dando ênfase aos
gratuita sempre que possível, levando em
cuidados primários de saúde;
consideração a situação econômica dos
pais ou das pessoas responsáveis pela
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combater as doenças e a desnutrição, Artigo 26
inclusive no contexto dos cuidados
Os Estados Partes devem reconhecer que
primários de saúde mediante, inter alia, a
todas as crianças têm o direito de usufruir
aplicação de tecnologia prontamente
da previdência social, inclusive do seguro
disponível e o fornecimento de alimentos
social, e devem adotar as medidas
nutritivos e de água limpa de boa
necessárias para garantir a plena
qualidade, tendo em vista os perigos e
realização desse direito, em conformidade
riscos da poluição ambiental;
com sua legislação nacional.
assegurar que as mulheres tenham
Quando pertinentes, os benefícios devem
acesso a atendimento pré-natal e pós-
ser concedidos levando em consideração
natal adequado;
os recursos e a situação da criança e das
assegurar que todos os setores da pessoas responsáveis pelo seu sustento,
sociedade, especialmente os pais e as bem como qualquer outro aspecto
crianças, conheçam os princípios básicos relevante para a concessão do benefício
de saúde e nutrição da criança, as solicitado pela criança ou em seu nome.
vantagens do aleitamento materno, da
Artigo 27
higiene e do saneamento ambiental, e as
medidas de prevenção de acidentes; e Os Estados Partes reconhecem o direito
que tenham acesso a educação pertinente de todas as crianças a um nível de vida
e recebam apoio para a aplicação desses adequado ao seu desenvolvimento físico,
conhecimentos; mental, espiritual, moral e social.
desenvolver assistência médica Cabe aos pais ou a outras pessoas
preventiva, orientação aos pais e responsáveis pela criança a
educação e serviços de planejamento responsabilidade primordial de propiciar,
familiar. de acordo com as possibilidades e os
recursos financeiros, as condições de vida
Os Estados Partes devem adotar todas as
necessárias ao desenvolvimento da
medidas eficazes e adequadas para
criança.
eliminar práticas tradicionais que sejam
prejudiciais à saúde da criança. De acordo com as condições nacionais e
dentro de suas possibilidades, os Estados
Os Estados Partes comprometem-se a
Partes devem adotar as medidas
promover e incentivar a cooperação
apropriadas para ajudar os pais e outras
internacional para buscar,
pessoas responsáveis pela criança a
progressivamente, a plena realização do
tornar efetivo esse direito; e caso
direito reconhecido no presente artigo.
necessário, devem proporcionar
Nesse sentido, devem ser consideradas
assistência material e programas de
de maneira especial as necessidades dos
apoio, especialmente no que diz respeito
países em desenvolvimento.
à nutrição, ao vestuário e à habitação.
Artigo 25
Os Estados Partes devem adotar todas as
Os Estados Partes reconhecem que uma medidas adequadas para garantir que os
criança internada em uma instituição pais ou outras pessoas financeiramente
pelas autoridades competentes, para fins responsáveis pela criança respondam por
de atendimento, proteção ou tratamento seu sustento, sejam eles residentes no
de saúde física ou mental, tem direito a um Estado Parte ou no exterior. Em especial,
exame periódico para avaliação do quando a pessoa financeiramente
tratamento ao qual está sendo submetida responsável pela criança mora em outro
e de todos os demais aspectos relativos à país que não o país de residência da
sua internação. criança, o Estado Parte em questão deve
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promover a adesão a acordos necessidades dos países em
internacionais ou a conclusão de tais desenvolvimento.
acordos, bem como outras medidas
Artigo 29
apropriadas.
Os Estados Partes reconhecem que a
Artigo 28
educação da criança deve estar orientada
Os Estados Partes reconhecem o direito no sentido de:
da criança à educação e, para que ela
possa exercer esse direito
desenvolver a personalidade, as aptidões
progressivamente e em igualdade de
e a capacidade mental e física da criança
condições, devem:
em todo seu potencial;
imbuir na criança o respeito aos direitos
tornar o ensino primário obrigatório e
humanos e às liberdades fundamentais,
disponível gratuitamente para todos;
bem como aos princípios consagrados na
estimular o desenvolvimento dos vários Carta das Nações Unidas;
tipos de ensino secundário, inclusive o
imbuir na criança o respeito por seus pais,
geral e o profissional, tornando-os
sua própria identidade cultural, seu idioma
disponíveis e acessíveis a todas as
e seus valores, pelos valores nacionais do
crianças; e adotar medidas apropriadas,
país em que reside, do país de origem,
como a oferta de ensino gratuito e
quando for o caso, e das civilizações
assistência financeira se necessário;
diferentes da sua;
tornar o ensino superior acessível a todos,
preparar a criança para assumir uma vida
com base em capacidade, e por todos os
responsável em uma sociedade livre, com
meios adequados;
espírito de entendimento, paz, tolerância,
tornar informações e orientação igualdade de gênero e amizade entre
educacionais e profissionais disponíveis e todos os povos, grupos étnicos, nacionais
acessíveis a todas as crianças; e religiosos, e populações autóctones;
adotar medidas para estimular a imbuir na criança o respeito pelo meio
frequência regular à escola e a redução do ambiente.
índice de evasão escolar.
Nenhum inciso deste artigo ou do artigo 28
Os Estados Partes devem adotar todas as deverá ser interpretado de modo a
medidas necessárias para assegurar que restringir a liberdade que cabe aos
a disciplina escolar seja ministrada de indivíduos ou às entidades de criar e dirigir
maneira compatível com a dignidade instituições de ensino, desde que sejam
humana da criança e em conformidade respeitados os princípios enunciados no
com a presente Convenção. parágrafo 1 deste artigo, e desde que a
educação ministrada em tais instituições
Os Estados Partes devem promover e
esteja em consonância com os padrões
estimular a cooperação internacional em
mínimos estabelecidos pelo Estado.
questões relativas à educação, visando
especialmente contribuir para a Artigo 30
eliminação da ignorância e do
Nos Estados Partes que abrigam minorias
analfabetismo no mundo e facilitar o
étnicas, religiosas ou linguísticas, ou
acesso aos conhecimentos científicos e
populações autóctones, não será negado
técnicos e aos métodos modernos de
a uma criança que pertença a tais
ensino. Nesse sentido, devem ser
minorias ou a um grupo autóctone o direito
consideradas de maneira especial as
de ter sua própria cultura, professar ou
praticar sua própria religião ou utilizar seu
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próprio idioma em comunidade com os contra o uso ilícito de drogas e
demais membros de seu grupo. substâncias psicotrópicas tal como são
definidas nos tratados internacionais
Artigo 31
pertinentes, e para impedir que as
Os Estados Partes reconhecem o direito crianças sejam utilizadas na produção e
da criança ao descanso e ao lazer, ao no tráfico ilícito dessas substâncias.
divertimento e às atividades recreativas
Artigo 34
próprias da idade, bem como à livre
participação na vida cultural e artística. Os Estados Partes comprometem-se a
proteger a criança contra todas as formas
Os Estados Partes devem respeitar e
de exploração e abuso sexual. Para tanto,
promover o direito da criança de participar
os Estados Partes devem adotar, em
plenamente da vida cultural e artística e
especial, todas as medidas em âmbito
devem estimular a oferta de
nacional, bilateral e multilateral que sejam
oportunidades adequadas de atividades
necessárias para impedir:
culturais, artísticas, recreativa e de lazer,
em condições de igualdade. o incentivo ou a coação para que uma
criança dedique-se a qualquer atividade
Artigo 32
sexual ilegal;
Os Estados Partes reconhecem o direito
a exploração da criança na prostituição ou
da criança de ser protegida contra a
em outras práticas sexuais ilegais;
exploração econômica e contra a
realização de qualquer trabalho que possa a exploração da criança em espetáculos
ser perigoso ou interferir em sua ou materiais pornográficos.
educação, ou que seja prejudicial para sua
Artigo 35
saúde ou para seu desenvolvimento
físico, mental, espiritual, moral ou social. Os Estados Partes devem adotar todas as
medidas em âmbito nacional, bilateral e
Os Estados Partes devem adotar medidas
multilateral que sejam necessárias para
legislativas, sociais e educacionais para
impedir o sequestro, a venda ou o tráfico
assegurar a aplicação deste artigo. Para
de crianças, para qualquer fim ou sob
tanto, e levando em consideração os
qualquer forma.
dispositivos pertinentes de outros
instrumentos internacionais, os Estados Artigo 36
Partes devem, em particular:
Os Estados Partes devem proteger a
criança contra todas as formas de
estabelecer uma idade mínima ou idades exploração que sejam prejudiciais para
mínimas para a admissão no trabalho; qualquer aspecto de seu bem-estar.
estabelecer regulamentação apropriada Artigo 37
relativa a horários e condições de
Os Estados Partes devem garantir:
trabalho;
que nenhuma criança seja submetida a
estabelecer penalidades ou outras
tortura ou a outros tratamentos ou penas
sanções apropriadas para assegurar o
cruéis, desumanos ou degradantes. Não
cumprimento efetivo deste artigo.
serão impostas a pena de morte e a prisão
Artigo 33 perpétua, sem possibilidade de
livramento, por delitos cometidos por
Os Estados Partes devem adotar todas as
menores de 18 anos de idade;
medidas apropriadas, inclusive medidas
legislativas, administrativas, sociais e que nenhuma criança seja privada de sua
educacionais, para proteger a criança liberdade de forma ilegal ou arbitrária. A
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detenção, a reclusão ou a prisão de uma Em conformidade com as obrigações
criança devem ser efetuadas em determinadas pelo direito humanitário
conformidade com a lei e apenas como internacional para proteger a população
último recurso, e pelo período de tempo civil durante conflitos armados, os
mais breve possível; Estados Partes devem adotar todas as
medidas possíveis para assegurar a
que todas as crianças privadas de sua
proteção e o cuidado das crianças
liberdade sejam tratadas com a
afetadas por um conflito armado.
humanidade e o respeito que merece a
dignidade inerente à pessoa humana, e Artigo 39
levando em consideração as
Os Estados Partes devem adotar todas as
necessidades de uma pessoa de sua
medidas apropriadas para promover a
idade. Em especial, todas as crianças
recuperação física e psicológica e a
privadas de sua liberdade devem
reintegração social de todas as crianças
permanecer em ambiente separado dos
vítimas de: qualquer forma de negligência,
adultos, a não ser que tal fato seja
exploração ou abuso; tortura ou outros
considerado contrário ao seu melhor
tratamentos ou penas cruéis, desumanos
interesse; e devem ter o direito de manter
ou degradantes; ou conflitos armados. A
contato com suas famílias por meio de
recuperação e a reintegração devem
correspondência ou visitas, salvo em
ocorrer em ambiente que estimule a
circunstâncias excepcionais;
saúde, o respeito próprio e a dignidade da
que todas as crianças privadas de sua criança.
liberdade tenham direito a acesso
Artigo 40
imediato a assistência jurídica e a
qualquer outra assistência adequada, Os Estados Partes reconhecem que todas
bem como o direito de contestar a as crianças que, alegadamente, teriam
legalidade da privação de sua liberdade infringido a legislação penal ou que são
perante um tribunal ou outra autoridade acusadas ou declaradas culpadas de ter
competente, independente e imparcial, e infringido a legislação penal têm o direito
de ter uma decisão rápida para tal ação. de ser tratadas de forma a promover e
estimular seu sentido de dignidade e de
Artigo 38
valor, fortalecendo seu respeito pelos
Os Estados Partes comprometem-se a direitos humanos e pelas liberdades
respeitar e a fazer com que sejam fundamentais de terceiros, levando em
respeitadas as normas do direito consideração sua idade e a importância
humanitário internacional aplicáveis à de promover sua reintegração e seu papel
criança em casos de conflito armado. construtivo na sociedade.
Os Estados Partes devem adotar todas as Para tanto, e de acordo com os
medidas possíveis para impedir que dispositivos relevantes dos instrumentos
menores de 15 anos de idade participem internacionais, os Estados Partes devem
diretamente de hostilidades. assegurar, em especial:
Os Estados Partes devem abster-se de
recrutar menores de 15 anos de idade que não se alegue que uma criança tenha
para servir em suas forças armadas. Caso infringido a legislação penal, nem se
recrutem indivíduos que tenham acuse ou declare uma criança culpada de
completado 15 anos de idade, mas que ter infringido a legislação penal por atos ou
tenham menos de 18 anos, os Estados omissões que não eram proibidos pela
Partes devem dar prioridade aos mais legislação nacional ou internacional no
velhos. momento em que tais atos ou omissões
foram cometidos;
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que todas as crianças que, alegadamente, procedimentos, autoridades e instituições
teriam infringido a legislação penal ou que especificamente aplicáveis a crianças,
são acusadas ou declaradas culpadas de que alegadamente, teriam infringido a
ter infringido a legislação penal gozem, no legislação penal ou que sejam acusadas
mínimo, das seguintes garantias: ou declaradas culpadas de ter infringido a
legislação penal, e em especial:
ser consideradas inocentes enquanto não
for comprovada sua culpa, de acordo com o estabelecimento de uma idade mínima
a legislação; antes da qual se presumirá que a criança
não tem capacidade para infringir a
ser informadas das acusações que pesam
legislação penal;
contra elas prontamente e diretamente e,
quando for o caso, por intermédio de seus sempre que conveniente e desejável, a
pais ou de seus de tutores legais, e dispor adoção de medidas para lidar com essas
de assistência jurídica ou outro tipo de crianças sem recorrer a procedimentos
assistência apropriada para a preparação judiciais, desde que sejam plenamente
e a apresentação de sua defesa; respeitados os direitos humanos e as
garantias legais.
ter a causa decidida sem demora por
autoridade ou órgão judicial competente, Diversas medidas, tais como ordens de
independente e imparcial, em audiência guarda, orientação e supervisão,
justa, de acordo com a lei, contando com aconselhamento, liberdade vigiada,
assistência jurídica ou de outro tipo e na colocação em orfanatos, programas de
presença de seus pais ou de seus tutores educação e formação profissional, bem
legais, salvo quando essa situação for como alternativas à internação em
considerada contrária ao seu melhor instituições devem estar disponíveis para
interesse, tendo em vista especialmente garantir que as crianças sejam tratadas de
sua idade ou sua situação; modo apropriado ao seu bem-estar e de
forma proporcional às circunstâncias e ao
não ser obrigada a testemunhar ou
tipo de delito.
declarar-se culpada, e poder interrogar as
testemunhas de acusação, bem como Artigo 41
obter a participação e o interrogatório de
Nenhuma determinação da presente
testemunhas em sua defesa, em
Convenção deve sobrepor-se a
igualdade de condições;
dispositivos que sejam mais convenientes
caso seja decidido que infringiu a para a realização dos direitos da criança e
legislação penal, ter essa decisão e que podem constar:
qualquer medida imposta em decorrência
da legislação de um Estado Parte;
da mesma submetida a revisão por
autoridade ou órgão judicial superior das normas de legislações internacionais
competente, independente e imparcial, de vigentes para esse Estado.
acordo com a lei;
contar com a assistência gratuita de um
PARTE II
intérprete caso não compreenda ou não
fale o idioma utilizado; Artigo 42
ter plenamente respeitada sua vida Os Estados Partes assumem o
privada durante todas as fases do compromisso de divulgar amplamente os
processo. princípios e dispositivos da Convenção
para adultos e crianças, mediante a
Os Estados Partes devem buscar
promover o estabelecimento de leis,
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utilização de meios apropriados e aqueles que obtiverem o maior número de
eficazes. votos e a maioria absoluta de votos dos
representantes dos Estados Partes
Artigo 43
presentes e votantes.
Com o objetivo de analisar os progressos
Os membros do Comitê serão eleitos para
realizados no cumprimento das
um mandato de quatro anos. Poderão ser
obrigações assumidas pelos Estados
reeleitos caso suas candidaturas sejam
Partes sob a presente Convenção, deve
apresentadas novamente. O mandato de
ser constituído um Comitê sobre os
cinco dos membros eleitos na primeira
Direitos da Criança, que desempenhará
eleição expirará ao término de dois anos;
as funções determinadas a seguir.
imediatamente após ter sido realizada a
O Comitê será composto por dez primeira eleição, o presidente da reunião
especialistas de reconhecida integridade escolherá por sorteio os nomes desses
moral e competência nas áreas cobertas cinco membros.
pela presente Convenção. Os membros
Caso um membro do comitê venha a
do Comitê devem ser eleitos pelos
falecer, ou renuncie ou declare que por
Estados Partes entre seus próprios
qualquer outro motivo não poderá
cidadãos, e exercerão suas funções de
continuar desempenhando suas funções,
acordo com sua qualificação pessoal,
o Estado Parte que indicou esse membro
levando em consideração uma
designará outro especialista, entre seus
distribuição geográfica equitativa e os
cidadãos, para que exerça o mandato até
principais sistemas jurídicos.
o final, sujeito à aprovação do Comitê.
Os membros do Comitê serão escolhidos
O Comitê deve estabelecer as regras para
em votação secreta, a partir de uma lista
seus procedimentos.
de pessoas indicadas pelos Estados
Partes. Cada Estado Parte poderá indicar O Comitê deve eleger os membros da
uma pessoa entre seus próprios cidadãos. mesa para um período de dois anos.
A eleição inicial para o Comitê deve As reuniões do Comitê devem ocorrer
ocorrer no máximo seis meses após a normalmente na sede das Nações Unidas
data em que a presente Convenção entrar ou em qualquer outro local que o Comitê
em vigor e, posteriormente, a cada dois julgue conveniente. O Comitê deve reunir-
anos. No mínimo quatro meses antes da se normalmente todos os anos. A duração
data marcada para cada eleição, o das reuniões do Comitê será determinada
Secretário-Geral das Nações Unidas deve e revista, se for o caso, em uma reunião
enviar uma carta aos Estados Partes dos Estados Partes da presente
convidando-os a apresentar suas Convenção, sujeita à aprovação da
candidaturas no prazo de dois meses. Na Assembleia Geral.
sequência, o Secretário-Geral deve
O Secretário-Geral das Nações Unidas
elaborar uma lista da qual farão parte, em
deve fornecer as equipe e as instalações
ordem alfabética, todos os candidatos
necessárias para o desempenho eficaz
indicados e os Estados Partes que os
das funções do Comitê, de acordo com a
designaram, e deve submetê-la aos
presente Convenção.
Estados Partes da presente Convenção.
Com a aprovação da Assembleia Geral, a
As eleições serão realizadas na sede das
remuneração dos membros do Comitê
Nações Unidas, em reuniões dos Estados
constituído sob a presente Convenção
Partes convocadas pelo Secretário-Geral.
será proveniente dos recursos das
Nessas reuniões, para as quais o quorum
Nações Unidas, de acordo com as
será de dois terços dos Estados Partes, os
candidatos eleitos para o Comitê serão
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CPF: 036.489.04361
condições e os termos determinados pela a cooperação internacional nas esferas
Assembleia. regulamentadas pela Convenção:
Artigo 44 as agências especializadas, o Fundo das
Nações Unidas para a Infância e outros
Os Estados Partes assumem o
órgãos das Nações Unidas poderão estar
compromisso de apresentar ao Comitê,
representados quando for analisada a
por intermédio do Secretário-Geral das
implementação de dispositivos da
Nações Unidas, relatórios sobre as
presente Convenção que estejam
medidas que tenham adotado com vistas
compreendidos no escopo de seus
a tornar efetivos os direitos reconhecidos
mandatos. O Comitê poderá convidar as
na Convenção e sobre os progressos
agências especializadas, o Fundo das
alcançados no exercício desses direitos:
Nações Unidas para a Infância e outros
órgãos competentes que considere
no prazo de dois anos a partir da data em apropriados para que forneçam
que a presente Convenção entrou em assessoria especializada sobre a
vigor para cada Estado Parte; implementação de dispositivos da
presente Convenção que estejam
a partir de então, a cada cinco anos. compreendidos no escopo de seus
Os relatórios elaborados em função deste respectivos mandatos. O Comitê poderá
artigo devem indicar as circunstâncias e convidar as agências especializadas, o
as dificuldades, caso existam, que afetam Fundo das Nações Unidas para a Infância
o grau de cumprimento das obrigações e outros órgãos das Nações Unidas para
decorrentes da presente Convenção. que submetam relatórios sobre a
Devem conter também informações implementação da Convenção em áreas
suficientes para que o Comitê tenha um compreendidas no escopo de suas
amplo entendimento da implementação atividades;
da Convenção no país. conforme julgar conveniente, o Comitê
Um Estado Parte que tenha submetido um deve transmitir às agências
relatório inicial abrangente ao Comitê não especializadas, ao Fundo das Nações
precisará repetir em relatórios posteriores Unidas para a Infância e a outros órgãos
informações básicas já fornecidas, competentes quaisquer relatórios dos
conforme estipula o subitem (b) do Estados Partes que contenham uma
parágrafo 1 deste artigo. solicitação de assessoria ou que indiquem
a necessidade de orientação ou de
O Comitê poderá solicitar aos Estados assistência técnica, acompanhados por
Partes mais informações sobre a observações e sugestões do Comitê, se
implementação da Convenção. houver, sobre tais pedidos ou indicações;
A cada dois anos, o Comitê deve o Comitê poderá recomendar à
submeter relatórios sobre suas atividades Assembleia Geral que solicite ao
à Assembleia Geral das Nações Unidas, Secretário-Geral que realize, em seu
por intermédio do Conselho Econômico e nome, estudos sobre questões
Social. específicas relativas aos direitos da
Os Estados Partes devem tornar seus criança;
relatórios amplamente disponíveis ao o Comitê poderá formular sugestões e
público em seus respectivos países. recomendações gerais com base nas
Artigo 45 informações recebidas de acordo com os
termos dos artigos 44 e 45 da presente
A fim de incentivar a efetiva Convenção. Essas sugestões e
implementação da Convenção e estimular recomendações gerais devem ser
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transmitidas aos Estados Partes em notificação pelo menos um terço dos
questão e encaminhadas à Assembleia Estados Partes declarar-se favorável a tal
Geral, acompanhadas por comentários Conferência, o Secretário-Geral
eventualmente apresentados pelos convocará a Conferência, sob os
Estados Partes. auspícios das Nações Unidas. Qualquer
emenda adotada pela maioria dos
PARTE III
Estados Partes presentes e votantes na
Artigo 46 Conferência deverá ser submetida pelo
Secretário-Geral à Assembleia Geral,
A presente Convenção está aberta à
para sua aprovação.
assinatura de todos os Estados.
Uma emenda adotada em conformidade
Artigo 47
com o parágrafo 1 deste artigo entrará em
A presente Convenção está sujeita a vigor quando aprovada pela Assembleia
ratificação. Os instrumentos de ratificação Geral das Nações Unidas e aceita por dois
serão depositados em poder do terços dos Estados Partes.
Secretário-Geral das Nações Unidas.
Quando entrar em vigor, a emenda será
Artigo 48 vinculante para os Estados Partes que as
tenham aceitado, e os demais Estados
A presente Convenção permanecerá
Partes continuarão regidos pelos
aberta à adesão por qualquer Estado. Os
dispositivos da presente Convenção e
instrumentos de adesão serão
pelas emendas anteriormente aceitas por
depositados em poder do Secretário-
eles.
Geral das Nações Unidas.
Artigo 51
Artigo 49
O Secretário-Geral das Nações Unidas
A presente Convenção entrará em vigor
deve recebe e comunicar a todos os
no trigésimo dia após a data em que tenha
Estados Partes o texto das ressalvas
sido depositado o vigésimo instrumento
feitas no momento da ratificação ou da
de ratificação ou adesão em poder do
adesão.
Secretário-Geral das Nações Unidas.
Não será permitida nenhuma ressalva
Para cada Estado que venha a ratificar a
incompatível com o objetivo e o propósito
Convenção ou aderir a ela após ter sido
da presente Convenção.
depositado o vigésimo instrumento de
ratificação ou de adesão, a Convenção Quaisquer ressalvas poderão ser
entrará em vigor no trigésimo dia após o retiradas a qualquer momento mediante
depósito, por parte do Estado, de seu notificação dirigida ao Secretário-Geral
instrumento de ratificação ou de adesão. das Nações Unidas, que deve transmitir
essa informação a todos os Estados. Tal
Artigo 50
notificação entrará em vigor na data de
Qualquer Estado Parte poderá propor seu recebimento pelo Secretário-Geral.
uma emenda e registrá-la com o
Artigo 52
Secretário-Geral das Nações Unidas. Na
sequência, o Secretário-Geral comunicará Um Estado Parte pode requerer a
a emenda proposta aos Estados Partes, denunciação da presente Convenção
solicitando que estes o notifiquem caso mediante notificação por escrito ao
apoiem a convocação de uma Secretário-Geral das Nações Unidas. A
Conferência de Estados Partes com o denunciação entrará em vigor um ano
objetivo de analisar as propostas e após a data em que a notificação for
submetê-las à votação. Se no prazo de recebida pelo Secretário-Geral.
quatro meses a partir da data dessa
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Artigo 53
O Secretário-Geral das Nações Unidas é
designado depositário da presente
Convenção.
Artigo 54
O texto original da presente Convenção,
cujas versões em árabe, chinês,
espanhol, francês, inglês e russo são
igualmente autênticas, deve ser
depositado em poder do Secretário-Geral
das Nações Unidas. Em testemunho do
quê os plenipotenciários abaixo
assinados, devidamente autorizados por
seus respectivos governos, assinaram a
presente Convenção.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL I - servidores públicos e militares ou
pessoas a eles equiparadas;
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE
2019 II - membros do Poder Legislativo;
Dispõe sobre os crimes de abuso de III - membros do Poder Executivo;
autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de IV - membros do Poder Judiciário;
dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24
de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de V - membros do Ministério Público;
julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de VI - membros dos tribunais ou conselhos
julho de 1994; e revoga a Lei nº de contas.
4.898, de 9 de dezembro de 1965, e Parágrafo único. Reputa-se agente
dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 público, para os efeitos desta Lei, todo
de dezembro de 1940 (Código Penal). aquele que exerce, ainda que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação,
Faço saber que o Congresso Nacional contratação ou qualquer outra forma de
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: investidura ou vínculo, mandato, cargo,
CAPÍTULO I emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO III
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso
de autoridade, cometidos por agente DA AÇÃO PENAL
público, servidor ou não, que, no exercício Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são
de suas funções ou a pretexto de exercê- de ação penal pública
las, abuse do poder que lhe tenha sido incondicionada. (Promulgação partes
atribuído. vetadas)
§ 1º As condutas descritas nesta Lei § 1º Será admitida ação privada se a ação
constituem crime de abuso de autoridade penal pública não for intentada no prazo
quando praticadas pelo agente com a legal, cabendo ao Ministério Público aditar
finalidade específica de prejudicar outrem a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, substitutiva, intervir em todos os termos do
ainda, por mero capricho ou satisfação processo, fornecer elementos de prova,
pessoal. interpor recurso e, a todo tempo, no caso
§ 2º A divergência na interpretação de lei de negligência do querelante, retomar a
ou na avaliação de fatos e provas não ação como parte principal.
configura abuso de autoridade. § 2º A ação privada subsidiária será
CAPÍTULO II exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o
DOS SUJEITOS DO CRIME
prazo para oferecimento da denúncia.
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso CAPÍTULO IV
de autoridade qualquer agente público,
servidor ou não, da administração direta, DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS
indireta ou fundacional de qualquer dos PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Poderes da União, dos Estados, do Seção I
Distrito Federal, dos Municípios e de
Território, compreendendo, mas não se Dos Efeitos da Condenação
limitando a: Art. 4º São efeitos da condenação:

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I - tornar certa a obrigação de indenizar o funcional serão informadas à autoridade
dano causado pelo crime, devendo o juiz, competente com vistas à apuração.
a requerimento do ofendido, fixar na
Art. 7º As responsabilidades civil e
sentença o valor mínimo para reparação
administrativa são independentes da
dos danos causados pela infração,
criminal, não se podendo mais questionar
considerando os prejuízos por ele
sobre a existência ou a autoria do fato
sofridos;
quando essas questões tenham sido
II - a inabilitação para o exercício de cargo, decididas no juízo criminal.
mandato ou função pública, pelo período
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível,
de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
assim como no administrativo-disciplinar,
III - a perda do cargo, do mandato ou da a sentença penal que reconhecer ter sido
função pública. o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos
estrito cumprimento de dever legal ou no
incisos II e III do caput deste artigo são
exercício regular de direito.
condicionados à ocorrência de
reincidência em crime de abuso de CAPÍTULO VI
autoridade e não são automáticos, DOS CRIMES E DAS PENAS
devendo ser declarados motivadamente
na sentença. Art. 9º Decretar medida de privação da
liberdade em manifesta desconformidade
Seção II
com as hipóteses
Das Penas Restritivas de Direitos legais: (Promulgação partes vetadas)
Art. 5º As penas restritivas de direitos Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
substitutivas das privativas de liberdade anos, e multa.
previstas nesta Lei são:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
I - prestação de serviços à comunidade ou a autoridade judiciária que, dentro de
a entidades públicas; prazo razoável, deixar de:
II - suspensão do exercício do cargo, da I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
função ou do mandato, pelo prazo de 1
II - substituir a prisão preventiva por
(um) a 6 (seis) meses, com a perda dos
medida cautelar diversa ou de conceder
vencimentos e das vantagens;
liberdade provisória, quando
Parágrafo único. As penas restritivas de manifestamente cabível;
direitos podem ser aplicadas autônoma ou
III - deferir liminar ou ordem de habeas
cumulativamente.
corpus, quando manifestamente cabível.’
CAPÍTULO V
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E testemunha ou investigado
ADMINISTRATIVA manifestamente descabida ou sem prévia
intimação de comparecimento ao juízo:

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
aplicadas independentemente das anos, e multa.
sanções de natureza civil ou Art. 12. Deixar injustificadamente de
administrativa cabíveis. comunicar prisão em flagrante à
Parágrafo único. As notícias de crimes autoridade judiciária no prazo legal:
previstos nesta Lei que descreverem falta Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, e multa.
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem: quem prossegue com o interrogatório:
I - deixa de comunicar, imediatamente, a I - de pessoa que tenha decidido exercer
execução de prisão temporária ou o direito ao silêncio; ou
preventiva à autoridade judiciária que a
II - de pessoa que tenha optado por ser
decretou;
assistida por advogado ou defensor
II - deixa de comunicar, imediatamente, a público, sem a presença de seu patrono.
prisão de qualquer pessoa e o local onde
Art. 16. Deixar de identificar-se ou
se encontra à sua família ou à pessoa por
identificar-se falsamente ao preso por
ela indicada;
ocasião de sua captura ou quando deva
III - deixa de entregar ao preso, no prazo fazê-lo durante sua detenção ou
de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de prisão:
culpa, assinada pela autoridade, com o
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
motivo da prisão e os nomes do condutor
(dois) anos, e multa.
e das testemunhas;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
IV - prolonga a execução de pena privativa
quem, como responsável por
de liberdade, de prisão temporária, de
interrogatório em sede de procedimento
prisão preventiva, de medida de
investigatório de infração penal, deixa de
segurança ou de internação, deixando,
identificar-se ao preso ou atribui a si
sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
mesmo falsa identidade, cargo ou função.
executar o alvará de soltura
imediatamente após recebido ou de Art. 18. Submeter o preso a interrogatório
promover a soltura do preso quando policial durante o período de repouso
esgotado o prazo judicial ou legal. noturno, salvo se capturado em flagrante
delito ou se ele, devidamente assistido,
Art. 13. Constranger o preso ou o detento,
consentir em prestar declarações:
mediante violência, grave ameaça ou
redução de sua capacidade de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
resistência, a: (dois) anos, e multa.
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele Art. 19. Impedir ou retardar,
exibido à curiosidade pública; injustificadamente, o envio de pleito de
preso à autoridade judiciária competente
II - submeter-se a situação vexatória ou a
para a apreciação da legalidade de sua
constrangimento não autorizado em lei;
prisão ou das circunstâncias de sua
III - produzir prova contra si mesmo ou custódia:
contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
anos, e multa, sem prejuízo da pena
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
cominada à violência.
o magistrado que, ciente do impedimento
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça ou da demora, deixa de tomar as
de prisão, pessoa que, em razão de providências tendentes a saná-lo ou, não
função, ministério, ofício ou profissão, sendo competente para decidir sobre a
deva guardar segredo ou resguardar prisão, deixa de enviar o pedido à
sigilo: autoridade judiciária que o seja.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) Art. 20. Impedir, sem justa causa, a
anos, e multa. entrevista pessoal e reservada do preso
com seu advogado:
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 situação de flagrante delito ou de
(dois) anos, e multa. desastre.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso
quem impede o preso, o réu solto ou o de diligência, de investigação ou de
investigado de entrevistar-se pessoal e processo, o estado de lugar, de coisa ou
reservadamente com seu advogado ou de pessoa, com o fim de eximir-se de
defensor, por prazo razoável, antes de responsabilidade ou de responsabilizar
audiência judicial, e de sentar-se ao seu criminalmente alguém ou agravar-lhe a
lado e com ele comunicar-se durante a responsabilidade:
audiência, salvo no curso de interrogatório
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
ou no caso de audiência realizada por
anos, e multa.
videoconferência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos
quem pratica a conduta com o intuito de:
na mesma cela ou espaço de
confinamento: I - eximir-se de responsabilidade civil ou
administrativa por excesso praticado no
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
curso de diligência;
anos, e multa.
II - omitir dados ou informações ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
divulgar dados ou informações
quem mantém, na mesma cela, criança ou
incompletos para desviar o curso da
adolescente na companhia de maior de
investigação, da diligência ou do
idade ou em ambiente inadequado,
processo.
observado o disposto na Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança Art. 24. Constranger, sob violência ou
e do Adolescente). grave ameaça, funcionário ou empregado
de instituição hospitalar pública ou privada
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina
a admitir para tratamento pessoa cujo
ou astuciosamente, ou à revelia da
óbito já tenha ocorrido, com o fim de
vontade do ocupante, imóvel alheio ou
alterar local ou momento de crime,
suas dependências, ou nele permanecer
prejudicando sua apuração:
nas mesmas condições, sem
determinação judicial ou fora das Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
condições estabelecidas em lei: anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa. Art. 25. Proceder à obtenção de prova,
em procedimento de investigação ou
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma
fiscalização, por meio manifestamente
prevista no caput deste artigo, quem:
ilícito:
I - coage alguém, mediante violência ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a
anos, e multa.
imóvel ou suas dependências;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
III - cumpre mandado de busca e
quem faz uso de prova, em desfavor do
apreensão domiciliar após as 21h (vinte e
investigado ou fiscalizado, com prévio
uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
conhecimento de sua ilicitude.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for
Art. 27. Requisitar instauração ou
para prestar socorro, ou quando houver
instaurar procedimento investigatório de
fundados indícios que indiquem a
infração penal ou administrativa, em
necessidade do ingresso em razão de
desfavor de alguém, à falta de qualquer
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indício da prática de crime, de ilícito administrativa, assim como impedir a
funcional ou de infração obtenção de cópias, ressalvado o acesso
administrativa: a peças relativas a diligências em curso,
ou que indiquem a realização de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
diligências futuras, cujo sigilo seja
(dois) anos, e multa.
imprescindível:
Parágrafo único. Não há crime quando se
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
tratar de sindicância ou investigação
(dois) anos, e multa.
preliminar sumária, devidamente
justificada. Art. 33. Exigir informação ou cumprimento
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de
de não fazer, sem expresso amparo legal:
gravação sem relação com a prova que se
pretenda produzir, expondo a intimidade Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
ou a vida privada ou ferindo a honra ou a (dois) anos, e multa.
imagem do investigado ou acusado:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) quem se utiliza de cargo ou função pública
anos, e multa. ou invoca a condição de agente público
para se eximir de obrigação legal ou para
Art. 29. Prestar informação falsa sobre
obter vantagem ou privilégio indevido.
procedimento judicial, policial, fiscal ou
administrativo com o fim de prejudicar Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
interesse de investigado: indisponibilidade de ativos financeiros em
quantia que extrapole exacerbadamente o
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
valor estimado para a satisfação da dívida
(dois) anos, e multa.
da parte e, ante a demonstração, pela
Art. 30. Dar início ou proceder à parte, da excessividade da medida, deixar
persecução penal, civil ou administrativa de corrigi-la:
sem justa causa fundamentada ou contra
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
quem sabe inocente: (Promulgação partes
anos, e multa.
vetadas)
Art. 37. Demorar demasiada e
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro)
injustificadamente no exame de processo
anos, e multa.
de que tenha requerido vista em órgão
Art. 31. Estender injustificadamente a colegiado, com o intuito de procrastinar
investigação, procrastinando-a em seu andamento ou retardar o julgamento:
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
(dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas
Parágrafo único. Incorre na mesma pena investigações, por meio de comunicação,
quem, inexistindo prazo para execução ou inclusive rede social, atribuição de culpa,
conclusão de procedimento, o estende de antes de concluídas as apurações e
forma imotivada, procrastinando-o em formalizada a acusação:
prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
Art. 32. Negar ao interessado, seu (dois) anos, e multa.
defensor ou advogado acesso aos autos
de investigação preliminar, ao termo
circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou
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CAPÍTULO VII raça, etnia ou cor, religião ou crença,
DO PROCEDIMENTO deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem,
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao condição econômica, ambiente social,
julgamento dos delitos previstos nesta Lei, região e local de moradia ou outra
no que couber, as disposições do Decreto- condição que diferencie as pessoas, as
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de famílias ou a comunidade em que vivem.
1941 (Código de Processo Penal), e
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de Art. 4º É dever da família, da comunidade,
1995. da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a
CAPÍTULO VIII efetivação dos direitos referentes à vida, à
DISPOSIÇÕES FINAIS saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. cultura, à dignidade, ao respeito, à
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do liberdade e à convivência familiar e
Adolescente e dá outras providências. comunitária.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço Parágrafo único. A garantia de prioridade
saber que o Congresso Nacional decreta compreende:
e eu sanciono a seguinte Lei: a) primazia de receber proteção e socorro
Título I em quaisquer circunstâncias;
Das Disposições Preliminares b) precedência de atendimento nos
serviços públicos ou de relevância
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção
pública;
integral à criança e ao adolescente.
c) preferência na formulação e na
Art. 2º Considera-se criança, para os
execução das políticas sociais públicas;
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos
de idade incompletos, e adolescente d) destinação privilegiada de recursos
aquela entre doze e dezoito anos de públicos nas áreas relacionadas com a
idade. proteção à infância e à juventude.
Parágrafo único. Nos casos expressos em Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
lei, aplica-se excepcionalmente este será objeto de qualquer forma de
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte negligência, discriminação, exploração,
e um anos de idade. violência, crueldade e opressão, punido
na forma da lei qualquer atentado, por
Art. 3º A criança e o adolescente gozam
ação ou omissão, aos seus direitos
de todos os direitos fundamentais
fundamentais.
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros ão em conta os fins sociais a que ela se
meios, todas as oportunidades e dirige, as exigências do bem comum, os
facilidades, a fim de lhes facultar o direitos e deveres individuais e coletivos,
desenvolvimento físico, mental, moral, e a condição peculiar da criança e do
espiritual e social, em condições de adolescente como pessoas em
liberdade e de dignidade. desenvolvimento.
Parágrafo único. Os direitos enunciados
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de
nascimento, situação familiar, idade, sexo,
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Título II que se encontrem em situação de
Dos Direitos Fundamentais privação de liberdade.

Capítulo I § 6 o A gestante e a parturiente têm direito


a 1 (um) acompanhante de sua
Do Direito à Vida e à Saúde preferência durante o período do pré-
Art. 7º A criança e o adolescente têm natal, do trabalho de parto e do pós-parto
direito a proteção à vida e à saúde, imediato.
mediante a efetivação de políticas sociais § 7 o A gestante deverá receber orientação
públicas que permitam o nascimento e o sobre aleitamento materno, alimentação
desenvolvimento sadio e harmonioso, em complementar saudável e crescimento e
condições dignas de existência. desenvolvimento infantil, bem como sobre
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres formas de favorecer a criação de vínculos
o acesso aos programas e às políticas de afetivos e de estimular o desenvolvimento
saúde da mulher e de planejamento integral da criança.
reprodutivo e, às gestantes, nutrição § 8 o A gestante tem direito a
adequada, atenção humanizada à acompanhamento saudável durante toda
gravidez, ao parto e ao puerpério e a gestação e a parto natural cuidadoso,
atendimento pré-natal, perinatal e pós- estabelecendo-se a aplicação de
natal integral no âmbito do Sistema Único cesariana e outras intervenções cirúrgicas
de Saúde. por motivos médicos.
§ 1 o O atendimento pré-natal será § 9 o A atenção primária à saúde fará a
realizado por profissionais da atenção busca ativa da gestante que não iniciar ou
primária. que abandonar as consultas de pré-natal,
§ 2 o Os profissionais de saúde de bem como da puérpera que não
referência da gestante garantirão sua comparecer às consultas pós-parto.
vinculação, no último trimestre da § 10. Incumbe ao poder público garantir,
gestação, ao estabelecimento em que à gestante e à mulher com filho na
será realizado o parto, garantido o direito primeira infância que se encontrem sob
de opção da mulher. custódia em unidade de privação de
§3 o Os serviços de saúde onde o parto for liberdade, ambiência que atenda às
realizado assegurarão às mulheres e aos normas sanitárias e assistenciais do
seus filhos recém-nascidos alta hospitalar Sistema Único de Saúde para o
responsável e contrarreferência na acolhimento do filho, em articulação com
atenção primária, bem como o acesso a o sistema de ensino competente, visando
outros serviços e a grupos de apoio à ao desenvolvimento integral da criança.
amamentação. Art. 8º-A. Fica instituída a Semana
§4 Incumbe ao poder público proporcionar Nacional de Prevenção da Gravidez na
assistência psicológica à gestante e à Adolescência, a ser realizada anualmente
mãe, no período pré e pós-natal, inclusive na semana que incluir o dia 1º de
como forma de prevenir ou minorar as fevereiro, com o objetivo de disseminar
consequências do estado puerperal. informações sobre medidas preventivas e
educativas que contribuam para a
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste redução da incidência da gravidez na
artigo deverá ser prestada também a adolescência.
gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para Parágrafo único. As ações destinadas a
adoção, bem como a gestantes e mães efetivar o disposto no caput deste artigo
ficarão a cargo do poder público, em
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conjunto com organizações da sociedade VI - acompanhar a prática do processo de
civil, e serão dirigidas prioritariamente ao amamentação, prestando orientações
público adolescente. quanto à técnica adequada, enquanto a
mãe permanecer na unidade hospitalar,
Art. 9º O poder público, as instituições e
utilizando o corpo técnico já existente.
os empregadores propiciarão condições
adequadas ao aleitamento materno, Art.11. É assegurado acesso integral às
inclusive aos filhos de mães submetidas a linhas de cuidado voltadas à saúde da
medida privativa de liberdade. criança e do adolescente, por intermédio
do Sistema Único de Saúde, observado o
§1oOs profissionais das unidades
princípio da equidade no acesso a ações
primárias de saúde desenvolverão ações
e serviços para promoção, proteção e
sistemáticas, individuais ou coletivas,
recuperação da saúde.
visando ao planejamento, à
implementação e à avaliação de ações de §1o A criança e o adolescente com
promoção, proteção e apoio ao deficiência serão atendidos, sem
aleitamento materno e à alimentação discriminação ou segregação, em suas
complementar saudável, de forma necessidades gerais de saúde e
contínua. específicas de habilitação e reabilitação.
§ 2 o Os serviços de unidades de terapia §2º Incumbe ao poder público fornecer
intensiva neonatal deverão dispor de gratuitamente, àqueles que necessitarem,
banco de leite humano ou unidade de medicamentos, órteses, próteses e outras
coleta de leite humano. tecnologias assistivas relativas ao
tratamento, habilitação ou reabilitação
Art. 10. Os hospitais e demais
para crianças e adolescentes, de acordo
estabelecimentos de atenção à saúde de
com as linhas de cuidado voltadas às suas
gestantes, públicos e particulares, são
necessidades específicas.
obrigados a:
§3o Os profissionais que atuam no cuidado
I - manter registro das atividades
diário ou frequente de crianças na primeira
desenvolvidas, através de prontuários
infância receberão formação específica e
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
permanente para a detecção de sinais de
II - identificar o recém-nascido mediante o risco para o desenvolvimento psíquico,
registro de sua impressão plantar e digital bem como para o acompanhamento que
e da impressão digital da mãe, sem se fizer necessário.
prejuízo de outras formas normatizadas
Art.12. Os estabelecimentos de
pela autoridade administrativa
atendimento à saúde, inclusive as
competente;
unidades neonatais, de terapia intensiva e
III-proceder a exames visando ao de cuidados intermediários, deverão
diagnóstico e terapêutica de proporcionar condições para a
anormalidades no metabolismo do recém- permanência em tempo integral de um dos
nascido, bem como prestar orientação aos pais ou responsável, nos casos de
pais; internação de criança ou adolescente.
IV-fornecer declaração de nascimento Art.13. Os casos de suspeita ou
onde constem necessariamente as confirmação de castigo físico, de
intercorrências do parto e do tratamento cruel ou degradante e de
desenvolvimento do neonato; maus-tratos contra criança ou
adolescente serão obrigatoriamente
V-manter alojamento conjunto, comunicados ao Conselho Tutelar da
possibilitando ao neonato a permanência respectiva localidade, sem prejuízo de
junto à mãe. outras providências legais.
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§1o As gestantes ou mães que manifestem §5 º É obrigatória a aplicação a todas as
interesse em entregar seus filhos para crianças, nos seus primeiros dezoito
adoção serão obrigatoriamente meses de vida, de protocolo ou outro
encaminhadas, sem constrangimento, à instrumento construído com a finalidade
Justiça da Infância e da Juventude. de facilitar a detecção, em consulta
pediátrica de acompanhamento da
§2o Os serviços de saúde em suas
criança, de risco para o seu
diferentes portas de entrada, os serviços
desenvolvimento psíquico.
de assistência social em seu componente
especializado, o Centro de Referência Capítulo II
Especializado de Assistência Social Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
(Creas) e os demais órgãos do Sistema de Dignidade
Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente deverão conferir máxima Art. 15. A criança e o adolescente têm
prioridade ao atendimento das crianças na direito à liberdade, ao respeito e à
faixa etária da primeira infância com dignidade como pessoas humanas em
suspeita ou confirmação de violência de processo de desenvolvimento e como
qualquer natureza, formulando projeto sujeitos de direitos civis, humanos e
terapêutico singular que inclua sociais garantidos na Constituição e nas
intervenção em rede e, se necessário, leis.
acompanhamento domiciliar. Art. 16. O direito à liberdade compreende
Art.14. O Sistema Único de Saúde os seguintes aspectos:
promoverá programas de assistência I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
médica e odontológica para a prevenção espaços comunitários, ressalvadas as
das enfermidades que ordinariamente restrições legais;
afetam a população infantil, e campanhas
de educação sanitária para pais, II - opinião e expressão;
educadores e alunos. III - crença e culto religioso;
§1o É obrigatória a vacinação das crianças IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. V - participar da vida familiar e
comunitária, sem discriminação;
§2 o O Sistema Único de Saúde promoverá
a atenção à saúde bucal das crianças e VI - participar da vida política, na forma da
das gestantes, de forma transversal, lei;
integral e intersetorial com as demais VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
linhas de cuidado direcionadas à mulher e
à criança. Art. 17. O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física,
§3 o A atenção odontológica à criança terá psíquica e moral da criança e do
função educativa protetiva e será adolescente, abrangendo a preservação
prestada, inicialmente, antes de o bebê da imagem, da identidade, da autonomia,
nascer, por meio de aconselhamento pré- dos valores, idéias e crenças, dos
natal, e, posteriormente, no sexto e no espaços e objetos pessoais.
décimo segundo anos de vida, com
orientações sobre saúde bucal. Art. 18. É dever de todos velar pela
dignidade da criança e do adolescente,
§4oA criança com necessidade de pondo-os a salvo de qualquer tratamento
cuidados odontológicos especiais será desumano, violento, aterrorizante,
atendida pelo Sistema Único de Saúde. vexatório ou constrangedor.

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Art. 18-A. A criança e o adolescente têm III - encaminhamento a cursos ou
o direito de ser educados e cuidados sem programas de orientação;
o uso de castigo físico ou de tratamento
IV - obrigação de encaminhar a criança a
cruel ou degradante, como formas de
tratamento especializado;
correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos V - advertência.
integrantes da família ampliada, pelos
Parágrafo único. As medidas previstas
responsáveis, pelos agentes públicos
neste artigo serão aplicadas pelo
executores de medidas socioeducativas
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
ou por qualquer pessoa encarregada de
providências legais.
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou
protegê-los. Capítulo III
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, Do Direito à Convivência Familiar e
considera-se: Comunitária

I - castigo físico: ação de natureza Seção I


disciplinar ou punitiva aplicada com o uso Disposições Gerais
da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em: Art. 19. É direito da criança e do
adolescente ser criado e educado no seio
a) sofrimento físico; ou de sua família e, excepcionalmente, em
b) lesão; família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em
II - tratamento cruel ou degradante: ambiente que garanta seu
conduta ou forma cruel de tratamento em desenvolvimento integral.
relação à criança ou ao adolescente que:
§ 1 o Toda criança ou adolescente que
a) humilhe; ou estiver inserido em programa de
b) ameace gravemente; ou acolhimento familiar ou institucional terá
sua situação reavaliada, no máximo, a
c) ridicularize. cada 3 (três) meses, devendo a
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da autoridade judiciária competente, com
família ampliada, os responsáveis, os base em relatório elaborado por equipe
agentes públicos executores de medidas interprofissional ou multidisciplinar, decidir
socioeducativas ou qualquer pessoa de forma fundamentada pela possibilidade
encarregada de cuidar de crianças e de de reintegração familiar ou pela colocação
adolescentes, tratá-los, educá-los ou em família substituta, em quaisquer das
protegê-los que utilizarem castigo físico modalidades previstas no art. 28 desta
ou tratamento cruel ou degradante como Lei.
formas de correção, disciplina, educação §2o A permanência da criança e do
ou qualquer outro pretexto estarão adolescente em programa de acolhimento
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções institucional não se prolongará por mais
cabíveis, às seguintes medidas, que serão de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
aplicadas de acordo com a gravidade do necessidade que atenda ao seu superior
caso: interesse, devidamente fundamentada
I - encaminhamento a programa oficial ou pela autoridade judiciária.
comunitário de proteção à família; §3 o A manutenção ou a reintegração de
II - encaminhamento a tratamento criança ou adolescente à sua família terá
psicológico ou psiquiátrico; preferência em relação a qualquer outra
providência, caso em que será esta
incluída em serviços e programas de
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proteção, apoio e promoção, nos termos entidade que desenvolva programa de
do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV acolhimento familiar ou institucional.
do caput do art. 101 e dos incisos I a IV
§ 5 o Após o nascimento da criança, a
do caput do art. 129 desta Lei. § 4 o Será
vontade da mãe ou de ambos os
garantida a convivência da criança e do
genitores, se houver pai registral ou pai
adolescente com a mãe ou o pai privado de
indicado, deve ser manifestada na
liberdade, por meio de visitas periódicas
audiência a que se refere o § 1 o do art.
promovidas pelo responsável ou, nas
166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a
hipóteses de acolhimento institucional, pela
entrega.
entidade responsável, independentemente
de autorização judicial. § 6º Na hipótese de não comparecerem à
audiência nem o genitor nem
§ 5 o Será garantida a convivência integral
representante da família extensa para
da criança com a mãe adolescente que
confirmar a intenção de exercer o poder
estiver em acolhimento institucional.
familiar ou a guarda, a autoridade
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por judiciária suspenderá o poder familiar da
equipe especializada multidisciplinar. mãe, e a criança será colocada sob a
guarda provisória de quem esteja
Art. 19-A. A gestante ou mãe que
habilitado a adotá-la.
manifeste interesse em entregar seu filho
para adoção, antes ou logo após o § 7 o Os detentores da guarda possuem o
nascimento, será encaminhada à Justiça prazo de 15 (quinze) dias para propor a
da Infância e da Juventude. ação de adoção, contado do dia seguinte
à data do término do estágio de
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela
convivência.
equipe interprofissional da Justiça da
Infância e da Juventude, que apresentará § 8 o Na hipótese de desistência pelos
relatório à autoridade judiciária, genitores - manifestada em audiência ou
considerando inclusive os eventuais perante a equipe interprofissional - da
efeitos do estado gestacional e puerperal. entrega da criança após o nascimento, a
criança será mantida com os genitores, e
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade
será determinado pela Justiça da Infância
judiciária poderá determinar o
e da Juventude o acompanhamento
encaminhamento da gestante ou mãe,
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
mediante sua expressa concordância, à
dias.
rede pública de saúde e assistência social
para atendimento especializado. § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo
sobre o nascimento, respeitado o disposto
§ 3 o A busca à família extensa, conforme
no art. 48 desta Lei.
definida nos termos do parágrafo único do
art. 25 desta Lei, respeitará o prazo § 10. Serão cadastrados para adoção
máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável recém-nascidos e crianças acolhidas não
por igual período. procuradas por suas famílias no prazo de
30 (trinta) dias, contado a partir do dia do
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação
acolhimento.
do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a Art. 19-B. A criança e o adolescente em
receber a guarda, a autoridade judiciária programa de acolhimento institucional ou
competente deverá decretar a extinção do familiar poderão participar de programa de
poder familiar e determinar a colocação da apadrinhamento.
criança sob a guarda provisória de quem
§ 1 o O apadrinhamento consiste em
estiver habilitado a adotá-la ou de
estabelecer e proporcionar à criança e ao
adolescente vínculos externos à
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instituição para fins de convivência Art. 22. Aos pais incumbe o dever de
familiar e comunitária e colaboração com sustento, guarda e educação dos filhos
o seu desenvolvimento nos aspectos menores, cabendo-lhes ainda, no
social, moral, físico, cognitivo, interesse destes, a obrigação de cumprir e
educacional e financeiro. fazer cumprir as determinações judiciais.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não responsáveis, têm direitos iguais e
inscritas nos cadastros de adoção, desde deveres e responsabilidades
que cumpram os requisitos exigidos pelo compartilhados no cuidado e na educação
programa de apadrinhamento de que da criança, devendo ser resguardado o
fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, direito de transmissão familiar de suas
de 2017) crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar
Lei. Art. 23. A falta ou a carência de
criança ou adolescente a fim de colaborar
recursos materiais não constitui motivo
para o seu desenvolvimento. (Incluído
suficiente para a perda ou a suspensão
pela Lei nº 13.509, de 2017)
do pátrio poder poder familiar .
§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si
a ser apadrinhado será definido no âmbito
só autorize a decretação da medida, a
de cada programa de apadrinhamento,
criança ou o adolescente será mantido em
com prioridade para crianças ou
sua família de origem, a qual deverá
adolescentes com remota possibilidade
obrigatoriamente ser incluída em serviços
de reinserção familiar ou colocação em
e programas oficiais de proteção, apoio e
família adotiva.
promoção.
§ 5 o Os programas ou serviços de
§ 2º A condenação criminal do pai ou da
apadrinhamento apoiados pela Justiça da
mãe não implicará a destituição do poder
Infância e da Juventude poderão ser
familiar, exceto na hipótese de
executados por órgãos públicos ou por
condenação por crime doloso sujeito à
organizações da sociedade civil.
pena de reclusão contra outrem
§ 6 o Se ocorrer violação das regras de igualmente titular do mesmo poder familiar
apadrinhamento, os responsáveis pelo ou contra filho, filha ou outro
programa e pelos serviços de acolhimento descendente.
deverão imediatamente notificar a
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio
autoridade judiciária competente.
poder poder familiar serão decretadas
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da judicialmente, em procedimento
relação do casamento, ou por adoção, contraditório, nos casos previstos na
terão os mesmos direitos e qualificações, legislação civil, bem como na hipótese de
proibidas quaisquer designações descumprimento injustificado dos deveres
discriminatórias relativas à filiação. e obrigações a que alude o art. 22.
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será Seção II
exercido, em igualdade de condições, Da Família Natural
pelo pai e pela mãe, na forma do que
dispuser a legislação civil, assegurado a Art. 25. Entende-se por família natural a
qualquer deles o direito de, em caso de comunidade formada pelos pais ou
discordância, recorrer à autoridade qualquer deles e seus descendentes.
judiciária competente para a solução da Parágrafo único. Entende-se por família
divergência. extensa ou ampliada aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos
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ou da unidade do casal, formada por § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados
parentes próximos com os quais a criança sob adoção, tutela ou guarda da mesma
ou adolescente convive e mantém família substituta, ressalvada a
vínculos de afinidade e afetividade. comprovada existência de risco de abuso
ou outra situação que justifique
Art. 26. Os filhos havidos fora do
plenamente a excepcionalidade de
casamento poderão ser reconhecidos
solução diversa, procurando-se, em
pelos pais, conjunta ou separadamente,
qualquer caso, evitar o rompimento
no próprio termo de nascimento, por
definitivo dos vínculos fraternais.
testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a § 5 o A colocação da criança ou
origem da filiação. adolescente em família substituta será
precedida de sua preparação gradativa e
Parágrafo único. O reconhecimento pode
acompanhamento posterior, realizados
preceder o nascimento do filho ou
pela equipe interprofissional a serviço da
suceder-lhe ao falecimento, se deixar
Justiça da Infância e da Juventude,
descendentes.
preferencialmente com o apoio dos
Art. 27. O reconhecimento do estado de técnicos responsáveis pela execução da
filiação é direito personalíssimo, política municipal de garantia do direito à
indisponível e imprescritível, podendo ser convivência familiar.
exercitado contra os pais ou seus
§ 6 o Em se tratando de criança ou
herdeiros, sem qualquer restrição,
adolescente indígena ou proveniente de
observado o segredo de Justiça.
comunidade remanescente de quilombo,
Seção III é ainda obrigatório:
Da Família Substituta I - que sejam consideradas e respeitadas
Subseção I sua identidade social e cultural, os seus
costumes e tradições, bem como suas
Disposições Gerais instituições, desde que não sejam
Art. 28. A colocação em família substituta incompatíveis com os direitos
far-se-á mediante guarda, tutela ou fundamentais reconhecidos por esta Lei e
adoção, independentemente da situação pela Constituição Federal;
jurídica da criança ou adolescente, nos II - que a colocação familiar ocorra
termos desta Lei. prioritariamente no seio de sua
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o comunidade ou junto a membros da
adolescente será previamente ouvido por mesma etnia;
equipe interprofissional, respeitado seu III - a intervenção e oitiva de
estágio de desenvolvimento e grau de representantes do órgão federal
compreensão sobre as implicações da responsável pela política indigenista, no
medida, e terá sua opinião devidamente caso de crianças e adolescentes
considerada. indígenas, e de antropólogos, perante a
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) equipe interprofissional ou multidisciplinar
anos de idade, será necessário seu que irá acompanhar o caso.
consentimento, colhido em audiência. Art. 29. Não se deferirá colocação em
o
§ 3 Na apreciação do pedido levar-se-á família substituta a pessoa que revele, por
em conta o grau de parentesco e a relação qualquer modo, incompatibilidade com a
de afinidade ou de afetividade, a fim de natureza da medida ou não ofereça
evitar ou minorar as consequências ambiente familiar adequado.
decorrentes da medida.

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Art. 30. A colocação em família substituta regulamentação específica, a pedido do
não admitirá transferência da criança ou interessado ou do Ministério Público.
adolescente a terceiros ou a entidades
Art. 34. O poder público estimulará, por
governamentais ou não-governamentais,
meio de assistência jurídica, incentivos
sem autorização judicial.
fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
Art. 31. A colocação em família substituta forma de guarda, de criança ou
estrangeira constitui medida excepcional, adolescente afastado do convívio familiar.
somente admissível na modalidade de
§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente
adoção.
em programas de acolhimento familiar
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, terá preferência a seu acolhimento
o responsável prestará compromisso de institucional, observado, em qualquer
bem e fielmente desempenhar o encargo, caso, o caráter temporário e excepcional
mediante termo nos autos. da medida, nos termos desta Lei.
Subseção II § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a
Da Guarda pessoa ou casal cadastrado no programa
de acolhimento familiar poderá receber a
Art. 33. A guarda obriga a prestação de criança ou adolescente mediante guarda,
assistência material, moral e educacional observado o disposto nos arts. 28 a 33
à criança ou adolescente, conferindo a desta Lei.
seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais. § 3 o A União apoiará a implementação de
serviços de acolhimento em família
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a acolhedora como política pública, os quais
posse de fato, podendo ser deferida, deverão dispor de equipe que organize o
liminar ou incidentalmente, nos acolhimento temporário de crianças e de
procedimentos de tutela e adoção, exceto adolescentes em residências de famílias
no de adoção por estrangeiros. selecionadas, capacitadas e
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a acompanhadas que não estejam no
guarda, fora dos casos de tutela e adoção, cadastro de adoção.
para atender a situações peculiares ou § 4 o Poderão ser utilizados recursos
suprir a falta eventual dos pais ou federais, estaduais, distritais e municipais
responsável, podendo ser deferido o para a manutenção dos serviços de
direito de representação para a prática de acolhimento em família acolhedora,
atos determinados. facultando-se o repasse de recursos para
§ 3º A guarda confere à criança ou a própria família acolhedora.
adolescente a condição de dependente, Art. 35. A guarda poderá ser revogada a
para todos os fins e efeitos de direito, qualquer tempo, mediante ato judicial
inclusive previdenciários. fundamentado, ouvido o Ministério
§ 4 o Salvo expressa e fundamentada Público.
determinação em contrário, da autoridade Subseção III
judiciária competente, ou quando a
Da Tutela
medida for aplicada em preparação para
adoção, o deferimento da guarda de Art. 36. A tutela será deferida, nos termos
criança ou adolescente a terceiros não da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito)
impede o exercício do direito de visitas anos incompletos.
pelos pais, assim como o dever de prestar
Parágrafo único. O deferimento da tutela
alimentos, que serão objeto de
pressupõe a prévia decretação da perda
ou suspensão do pátrio poder poder
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familiar e implica necessariamente o Art. 41. A adoção atribui a condição de
dever de guarda. filho ao adotado, com os mesmos direitos
e deveres, inclusive sucessórios,
Art. 37. O tutor nomeado por testamento
desligando-o de qualquer vínculo com
ou qualquer documento autêntico,
pais e parentes, salvo os impedimentos
conforme previsto no parágrafo único
matrimoniais.
do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos
prazo de 30 (trinta) dias após a abertura adota o filho do outro, mantêm-se os
da sucessão, ingressar com pedido vínculos de filiação entre o adotado e o
destinado ao controle judicial do ato, cônjuge ou concubino do adotante e os
observando o procedimento previsto nos respectivos parentes.
arts. 165 a 170 desta Lei.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre
Parágrafo único. Na apreciação do o adotado, seus descendentes, o
pedido, serão observados os requisitos adotante, seus ascendentes,
previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, descendentes e colaterais até o 4º grau,
somente sendo deferida a tutela à pessoa observada a ordem de vocação
indicada na disposição de última vontade, hereditária.
se restar comprovado que a medida é
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18
vantajosa ao tutelando e que não existe
(dezoito) anos, independentemente do
outra pessoa em melhores condições de
estado civil.
assumi-la.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o
os irmãos do adotando.
disposto no art. 24.
Subseção IV
§ 2 o Para adoção conjunta, é
indispensável que os adotantes sejam
Da Adoção casados civilmente ou mantenham união
Art. 39. A adoção de criança e de estável, comprovada a estabilidade da
adolescente reger-se-á segundo o família.
disposto nesta Lei. § 3º O adotante há de ser, pelo menos,
§ 1 o A adoção é medida excepcional e dezesseis anos mais velho do que o
irrevogável, à qual se deve recorrer adotando.
apenas quando esgotados os recursos de § 4 o Os divorciados, os judicialmente
manutenção da criança ou adolescente na separados e os ex-companheiros podem
família natural ou extensa, na forma do adotar conjuntamente, contanto que
parágrafo único do art. 25 desta Lei. acordem sobre a guarda e o regime de
§ 2 o E vedada a adoção por procuração. visitas e desde que o estágio de
convivência tenha sido iniciado na
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e constância do período de convivência e
interesses do adotando e de outras que seja comprovada a existência de
pessoas, inclusive seus pais biológicos, vínculos de afinidade e afetividade com
devem prevalecer os direitos e os aquele não detentor da guarda, que
interesses do adotando. justifiquem a excepcionalidade da
Art. 40. O adotando deve contar com, no concessão.
máximo, dezoito anos à data do pedido, § 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde
salvo se já estiver sob a guarda ou tutela que demonstrado efetivo benefício ao
dos adotantes. adotando, será assegurada a guarda
compartilhada, conforme previsto no art.

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1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou
de 2002 - Código Civil . casal residente ou domiciliado fora do
País, o estágio de convivência será de, no
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45
adotante que, após inequívoca
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por
manifestação de vontade, vier a falecer no
até igual período, uma única vez,
curso do procedimento, antes de
mediante decisão fundamentada da
prolatada a sentença.
autoridade judiciária.
Art. 43. A adoção será deferida quando
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no §
apresentar reais vantagens para o
3 o deste artigo, deverá ser apresentado
adotando e fundar-se em motivos
laudo fundamentado pela equipe
legítimos.
mencionada no § 4 o deste artigo, que
Art. 44. Enquanto não der conta de sua recomendará ou não o deferimento da
administração e saldar o seu alcance, não adoção à autoridade judiciária.
pode o tutor ou o curador adotar o pupilo
§ 4 o O estágio de convivência será
ou o curatelado.
acompanhado pela equipe
Art. 45. A adoção depende do interprofissional a serviço da Justiça da
consentimento dos pais ou do Infância e da Juventude,
representante legal do adotando. preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política de
§ 1º. O consentimento será dispensado garantia do direito à convivência familiar,
em relação à criança ou adolescente cujos que apresentarão relatório minucioso
pais sejam desconhecidos ou tenham sido acerca da conveniência do deferimento da
destituídos do pátrio poder poder familiar . medida.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de § 5 o O estágio de convivência será
doze anos de idade, será também cumprido no território nacional,
necessário o seu consentimento.
preferencialmente na comarca de
Art. 46. A adoção será precedida de residência da criança ou adolescente, ou,
estágio de convivência com a criança ou a critério do juiz, em cidade limítrofe,
adolescente, pelo prazo máximo de 90 respeitada, em qualquer hipótese, a
(noventa) dias, observadas a idade da competência do juízo da comarca de
criança ou adolescente e as residência da criança.
peculiaridades do caso. Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se
§1 oO estágio de convivência poderá ser por sentença judicial, que será inscrita no
dispensado se o adotando já estiver sob a registro civil mediante mandado do qual
tutela ou guarda legal do adotante durante não se fornecerá certidão.
tempo suficiente para que seja possível § 1º A inscrição consignará o nome dos
avaliar a conveniência da constituição do adotantes como pais, bem como o nome
vínculo.
de seus ascendentes.
§ 2 o A simples guarda de fato não § 2º O mandado judicial, que será
autoriza, por si só, a dispensa da arquivado, cancelará o registro original do
realização do estágio de convivência. adotado.
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido .
no caput deste artigo pode ser prorrogado
por até igual período, mediante decisão § 3 o A pedido do adotante, o novo registro
fundamentada da autoridade judiciária. poderá ser lavrado no Cartório do Registro
Civil do Município de sua residência.

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§ 4 o Nenhuma observação sobre a origem Art. 50. A autoridade judiciária manterá,
do ato poderá constar nas certidões do em cada comarca ou foro regional, um
registro. registro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e outro de
§ 5 o A sentença conferirá ao adotado o
pessoas interessadas na adoção.
nome do adotante e, a pedido de qualquer
deles, poderá determinar a modificação § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á
do prenome. após prévia consulta aos órgãos técnicos
do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 6 o Caso a modificação de prenome seja
requerida pelo adotante, é obrigatória a § 2º Não será deferida a inscrição se o
oitiva do adotando, observado o disposto interessado não satisfizer os requisitos
nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. legais, ou verificada qualquer das
hipóteses previstas no art. 29.
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir
do trânsito em julgado da sentença § 3 o A inscrição de postulantes à adoção
constitutiva, exceto na hipótese prevista será precedida de um período de
no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que preparação psicossocial e jurídica,
terá força retroativa à data do óbito. orientado pela equipe técnica da Justiça
da Infância e da Juventude,
§ 8 o O processo relativo à adoção assim
preferencialmente com apoio dos técnicos
como outros a ele relacionados serão
responsáveis pela execução da política
mantidos em arquivo, admitindo-se seu
municipal de garantia do direito à
armazenamento em microfilme ou por
convivência familiar.
outros meios, garantida a sua
conservação para consulta a qualquer § 4 o Sempre que possível e
tempo. recomendável, a preparação referida no §
3 o deste artigo incluirá o contato com
§ 9º Terão prioridade de tramitação os
crianças e adolescentes em acolhimento
processos de adoção em que o adotando
familiar ou institucional em condições de
for criança ou adolescente com deficiência
serem adotados, a ser realizado sob a
ou com doença crônica.
orientação, supervisão e avaliação da
§ 10. O prazo máximo para conclusão da equipe técnica da Justiça da Infância e da
ação de adoção será de 120 (cento e Juventude, com apoio dos técnicos
vinte) dias, prorrogável uma única vez por responsáveis pelo programa de
igual período, mediante decisão acolhimento e pela execução da política
fundamentada da autoridade judiciária. municipal de garantia do direito à
convivência familiar.
Art. 48. O adotado tem direito de
conhecer sua origem biológica, bem como § 5 o Serão criados e implementados
de obter acesso irrestrito ao processo no cadastros estaduais e nacional de
qual a medida foi aplicada e seus crianças e adolescentes em condições de
eventuais incidentes, após completar 18 serem adotados e de pessoas ou casais
(dezoito) anos. habilitados à adoção.
Parágrafo único. O acesso ao processo § 6 o Haverá cadastros distintos para
de adoção poderá ser também deferido ao pessoas ou casais residentes fora do
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a País, que somente serão consultados na
seu pedido, assegurada orientação e inexistência de postulantes nacionais
assistência jurídica e psicológica. habilitados nos cadastros mencionados
no § 5 o deste artigo.
Art. 49. A morte dos adotantes não
restabelece o pátrio poder poder § 7 o As autoridades estaduais e federais
familiar dos pais naturais. em matéria de adoção terão acesso
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integral aos cadastros, incumbindo-lhes a 3 (três) anos ou adolescente, desde que o
troca de informações e a cooperação lapso de tempo de convivência comprove
mútua, para melhoria do sistema. § 8 o A a fixação de laços de afinidade e
autoridade judiciária providenciará, no afetividade, e não seja constatada a
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a ocorrência de má-fé ou qualquer das
inscrição das crianças e adolescentes em situações previstas nos arts. 237 ou 238
condições de serem adotados que não desta Lei.
tiveram colocação familiar na comarca de
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13
origem, e das pessoas ou casais que
deste artigo, o candidato deverá
tiveram deferida sua habilitação à adoção
comprovar, no curso do procedimento,
nos cadastros estadual e nacional
que preenche os requisitos necessários à
referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de
adoção, conforme previsto nesta Lei.
responsabilidade.
§ 15. Será assegurada prioridade no
§ 9 o Compete à Autoridade Central
cadastro a pessoas interessadas em
Estadual zelar pela manutenção e correta
adotar criança ou adolescente com
alimentação dos cadastros, com posterior
deficiência, com doença crônica ou com
comunicação à Autoridade Central
necessidades específicas de saúde, além
Federal Brasileira.
de grupo de irmãos.
§ 10. Consultados os cadastros e
Art. 51. Considera-se adoção
verificada a ausência de pretendentes
internacional aquela na qual o
habilitados residentes no País com perfil
pretendente possui residência habitual em
compatível e interesse manifesto pela
país-parte da Convenção de Haia, de 29
adoção de criança ou adolescente inscrito
de maio de 1993, Relativa à Proteção das
nos cadastros existentes, será realizado o
Crianças e à Cooperação em Matéria de
encaminhamento da criança ou
Adoção Internacional, promulgada
adolescente à adoção internacional.
pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou 1999 , e deseja adotar criança em outro
casal interessado em sua adoção, a país-parte da Convenção.
criança ou o adolescente, sempre que
§ 1 o A adoção internacional de criança ou
possível e recomendável, será colocado
adolescente brasileiro ou domiciliado no
sob guarda de família cadastrada em
Brasil somente terá lugar quando restar
programa de acolhimento familiar.
comprovado:
§ 12. A alimentação do cadastro e a
I - que a colocação em família adotiva é a
convocação criteriosa dos postulantes à
solução adequada ao caso concreto;
adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
Público. II - que foram esgotadas todas as
possibilidades de colocação da criança ou
§ 13. Somente poderá ser deferida
adolescente em família adotiva brasileira,
adoção em favor de candidato domiciliado
com a comprovação, certificada nos
no Brasil não cadastrado previamente nos
autos, da inexistência de adotantes
termos desta Lei quando:
habilitados residentes no Brasil com perfil
I - se tratar de pedido de adoção compatível com a criança ou adolescente,
unilateral; após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei;
II - for formulada por parente com o qual a
criança ou adolescente mantenha III - que, em se tratando de adoção de
vínculos de afinidade e afetividade; adolescente, este foi consultado, por
meios adequados ao seu estágio de
III - oriundo o pedido de quem detém a
desenvolvimento, e que se encontra
tutela ou guarda legal de criança maior de
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preparado para a medida, mediante V - os documentos em língua estrangeira
parecer elaborado por equipe serão devidamente autenticados pela
interprofissional, observado o disposto autoridade consular, observados os
nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução,
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior
por tradutor público juramentado;
terão preferência aos estrangeiros, nos
casos de adoção internacional de criança VI - a Autoridade Central Estadual poderá
ou adolescente brasileiro. fazer exigências e solicitar
complementação sobre o estudo
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a
psicossocial do postulante estrangeiro à
intervenção das Autoridades Centrais
adoção, já realizado no país de acolhida;
Estaduais e Federal em matéria de
adoção internacional. VII - verificada, após estudo realizado
pela Autoridade Central Estadual, a
Art. 52. A adoção internacional observará
compatibilidade da legislação estrangeira
o procedimento previsto nos arts. 165 a
com a nacional, além do preenchimento
170 desta Lei, com as seguintes
por parte dos postulantes à medida dos
adaptações:
requisitos objetivos e subjetivos
I - a pessoa ou casal estrangeiro, necessários ao seu deferimento, tanto à
interessado em adotar criança ou luz do que dispõe esta Lei como da
adolescente brasileiro, deverá formular legislação do país de acolhida, será
pedido de habilitação à adoção perante a expedido laudo de habilitação à adoção
Autoridade Central em matéria de adoção internacional, que terá validade por, no
internacional no país de acolhida, assim máximo, 1 (um) ano;
entendido aquele onde está situada sua
VIII - de posse do laudo de habilitação, o
residência habitual;
interessado será autorizado a formalizar
II - se a Autoridade Central do país de pedido de adoção perante o Juízo da
acolhida considerar que os solicitantes Infância e da Juventude do local em que
estão habilitados e aptos para adotar, se encontra a criança ou adolescente,
emitirá um relatório que contenha conforme indicação efetuada pela
informações sobre a identidade, a Autoridade Central Estadual.
capacidade jurídica e adequação dos
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida
solicitantes para adotar, sua situação
assim o autorizar, admite-se que os
pessoal, familiar e médica, seu meio
pedidos de habilitação à adoção
social, os motivos que os animam e sua
internacional sejam intermediados por
aptidão para assumir uma adoção
organismos credenciados.
internacional;
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central
III - a Autoridade Central do país de
Federal Brasileira o credenciamento de
acolhida enviará o relatório à Autoridade
organismos nacionais e estrangeiros
Central Estadual, com cópia para a
encarregados de intermediar pedidos de
Autoridade Central Federal Brasileira;
habilitação à adoção internacional, com
IV - o relatório será instruído com toda a posterior comunicação às Autoridades
documentação necessária, incluindo Centrais Estaduais e publicação nos
estudo psicossocial elaborado por equipe órgãos oficiais de imprensa e em sítio
interprofissional habilitada e cópia próprio da internet.
autenticada da legislação pertinente,
§ 3 o Somente será admissível o
acompanhada da respectiva prova de
credenciamento de organismos que:
vigência;

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I - sejam oriundos de países que adoções internacionais efetuadas no
ratificaram a Convenção de Haia e período, cuja cópia será encaminhada ao
estejam devidamente credenciados pela Departamento de Polícia Federal;
Autoridade Central do país onde
V - enviar relatório pós-adotivo semestral
estiverem sediados e no país de acolhida
para a Autoridade Central Estadual, com
do adotando para atuar em adoção
cópia para a Autoridade Central Federal
internacional no Brasil;
Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)
II - satisfizerem as condições de anos. O envio do relatório será mantido
integridade moral, competência até a juntada de cópia autenticada do
profissional, experiência e registro civil, estabelecendo a cidadania
responsabilidade exigidas pelos países do país de acolhida para o adotado;
respectivos e pela Autoridade Central
VI - tomar as medidas necessárias para
Federal Brasileira;
garantir que os adotantes encaminhem à
III - forem qualificados por seus padrões Autoridade Central Federal Brasileira
éticos e sua formação e experiência para cópia da certidão de registro de
atuar na área de adoção internacional; nascimento estrangeira e do certificado de
nacionalidade tão logo lhes sejam
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo
concedidos.
ordenamento jurídico brasileiro e pelas
normas estabelecidas pela Autoridade § 5 o A não apresentação dos relatórios
Central Federal Brasileira. referidos no § 4 o deste artigo pelo
organismo credenciado poderá acarretar
§ 4 o Os organismos credenciados
a suspensão de seu credenciamento.
deverão ainda:
§ 6 o O credenciamento de organismo
I - perseguir unicamente fins não
nacional ou estrangeiro encarregado de
lucrativos, nas condições e dentro dos
intermediar pedidos de adoção
limites fixados pelas autoridades
internacional terá validade de 2 (dois)
competentes do país onde estiverem
anos.
sediados, do país de acolhida e pela
Autoridade Central Federal Brasileira; § 7 o A renovação do credenciamento
poderá ser concedida mediante
II - ser dirigidos e administrados por
requerimento protocolado na Autoridade
pessoas qualificadas e de reconhecida
Central Federal Brasileira nos 60
idoneidade moral, com comprovada
(sessenta) dias anteriores ao término do
formação ou experiência para atuar na
respectivo prazo de validade.
área de adoção internacional,
cadastradas pelo Departamento de § 8 o Antes de transitada em julgado a
Polícia Federal e aprovadas pela decisão que concedeu a adoção
Autoridade Central Federal Brasileira, internacional, não será permitida a saída
mediante publicação de portaria do órgão do adotando do território nacional.
federal competente;
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a
III - estar submetidos à supervisão das autoridade judiciária determinará a
autoridades competentes do país onde expedição de alvará com autorização de
estiverem sediados e no país de acolhida, viagem, bem como para obtenção de
inclusive quanto à sua composição, passaporte, constando, obrigatoriamente,
funcionamento e situação financeira; as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor,
IV - apresentar à Autoridade Central
sexo, eventuais sinais ou traços
Federal Brasileira, a cada ano, relatório
peculiares, assim como foto recente e a
geral das atividades desenvolvidas, bem
aposição da impressão digital do seu
como relatório de acompanhamento das
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polegar direito, instruindo o documento respectivo Conselho de Direitos da
com cópia autenticada da decisão e Criança e do Adolescente
certidão de trânsito em julgado.
Art. 52-B. A adoção por brasileiro
§ 10. A Autoridade Central Federal residente no exterior em país ratificante da
Brasileira poderá, a qualquer momento, Convenção de Haia, cujo processo de
solicitar informações sobre a situação das adoção tenha sido processado em
crianças e adolescentes adotados conformidade com a legislação vigente no
país de residência e atendido o disposto
§ 11. A cobrança de valores por parte dos
na Alínea “c” do Artigo 17 da referida
organismos credenciados, que sejam
Convenção, será automaticamente
considerados abusivos pela Autoridade
recepcionada com o reingresso no Brasil.
Central Federal Brasileira e que não
estejam devidamente comprovados, é § 1 o Caso não tenha sido atendido o
causa de seu descredenciamento. disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu
ser homologada pelo Superior Tribunal de
cônjuge não podem ser representados por
Justiça.
mais de uma entidade credenciada para
atuar na cooperação em adoção § 2 o O pretendente brasileiro residente no
internacional. exterior em país não ratificante da
Convenção de Haia, uma vez
§ 13. A habilitação de postulante
reingressado no Brasil, deverá requerer a
estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil
homologação da sentença estrangeira
terá validade máxima de 1 (um) ano,
pelo Superior Tribunal de Justiça.
podendo ser renovada.
Art. 52-C. Nas adoções internacionais,
§ 14. É vedado o contato direto de
quando o Brasil for o país de acolhida, a
representantes de organismos de adoção,
decisão da autoridade competente do país
nacionais ou estrangeiros, com dirigentes
de origem da criança ou do adolescente
de programas de acolhimento institucional
será conhecida pela Autoridade Central
ou familiar, assim como com crianças e
Estadual que tiver processado o pedido de
adolescentes em condições de serem
habilitação dos pais adotivos, que
adotados, sem a devida autorização
comunicará o fato à Autoridade Central
judicial.
Federal e determinará as providências
§ 15. A Autoridade Central Federal necessárias à expedição do Certificado de
Brasileira poderá limitar ou suspender a Naturalização Provisório.
concessão de novos credenciamentos
§ 1 o A Autoridade Central Estadual,
sempre que julgar necessário, mediante
ouvido o Ministério Público, somente
ato administrativo fundamentado.
deixará de reconhecer os efeitos daquela
Art. 52-A. É vedado, sob pena de decisão se restar demonstrado que a
responsabilidade e descredenciamento, o adoção é manifestamente contrária à
repasse de recursos provenientes de ordem pública ou não atende ao interesse
organismos estrangeiros encarregados de superior da criança ou do adolescente.
intermediar pedidos de adoção
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento
internacional a organismos nacionais ou a
da adoção, prevista no § 1 o deste artigo,
pessoas físicas.
o Ministério Público deverá imediatamente
Parágrafo único. Eventuais repasses requerer o que for de direito para
somente poderão ser efetuados via Fundo resguardar os interesses da criança ou do
dos Direitos da Criança e do Adolescente adolescente, comunicando-se as
e estarão sujeitos às deliberações do providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à
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Autoridade Central Federal Brasileira e à Art. 54. É dever do Estado assegurar à
Autoridade Central do país de origem. criança e ao adolescente:
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, I - ensino fundamental, obrigatório e
quando o Brasil for o país de acolhida e a gratuito, inclusive para os que a ele não
adoção não tenha sido deferida no país de tiveram acesso na idade própria;
origem porque a sua legislação a delega
II - progressiva extensão da
ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
de, mesmo com decisão, a criança ou o
médio;
adolescente ser oriundo de país que não
tenha aderido à Convenção referida, o III - atendimento educacional
processo de adoção seguirá as regras da especializado aos portadores de
adoção nacional. deficiência, preferencialmente na rede
Capítulo IV
regular de ensino;

Do Direito à Educação, à Cultura, ao IV – atendimento em creche e pré-escola


Esporte e ao Lazer às crianças de zero a cinco anos de
idade;
Art. 53. A criança e o adolescente têm
direito à educação, visando ao pleno V - acesso aos níveis mais elevados do
desenvolvimento de sua pessoa, preparo ensino, da pesquisa e da criação artística,
para o exercício da cidadania e segundo a capacidade de cada um;
qualificação para o trabalho, VI - oferta de ensino noturno regular,
assegurando-se-lhes: adequado às condições do adolescente
I - igualdade de condições para o acesso trabalhador;
e permanência na escola; VII - atendimento no ensino fundamental,
II - direito de ser respeitado por seus através de programas suplementares de
educadores; material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
III - direito de contestar critérios
avaliativos, podendo recorrer às § 1º O acesso ao ensino obrigatório e
instâncias escolares superiores; gratuito é direito público subjetivo.

IV - direito de organização e participação § 2º O não oferecimento do ensino


em entidades estudantis obrigatório pelo poder público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade
V - acesso à escola pública e gratuita, da autoridade competente.
próxima de sua residência, garantindo-se
vagas no mesmo estabelecimento a § 3º Compete ao poder público recensear
irmãos que frequentem a mesma etapa ou os educandos no ensino fundamental,
ciclo de ensino da educação básica. fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
pais ou responsável, pela freqüência à
Parágrafo único. É direito dos pais ou escola.
responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da Art. 55. Os pais ou responsável têm a
definição das propostas educacionais. obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.
Art. 53-A. É dever da instituição de
ensino, clubes e agremiações recreativas Art. 56. Os dirigentes de
e de estabelecimentos congêneres estabelecimentos de ensino fundamental
assegurar medidas de conscientização, comunicarão ao Conselho Tutelar os
prevenção e enfrentamento ao uso ou casos de:
dependência de drogas ilícitas. I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
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II - reiteração de faltas injustificadas e de III - horário especial para o exercício das
evasão escolar, esgotados os recursos atividades.
escolares;
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos
III - elevados níveis de repetência. de idade é assegurada bolsa de
aprendizagem.
Art. 57. O poder público estimulará
pesquisas, experiências e novas Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior
propostas relativas a calendário, seriação, de quatorze anos, são assegurados os
currículo, metodologia, didática e direitos trabalhistas e previdenciários.
avaliação, com vistas à inserção de
Art. 66. Ao adolescente portador de
crianças e adolescentes excluídos do
deficiência é assegurado trabalho
ensino fundamental obrigatório.
protegido.
Art. 58. No processo educacional
Art. 67. Ao adolescente empregado,
respeitar-se-ão os valores culturais,
aprendiz, em regime familiar de trabalho,
artísticos e históricos próprios do contexto
aluno de escola técnica, assistido em
social da criança e do adolescente,
entidade governamental ou não-
garantindo-se a estes a liberdade da
governamental, é vedado trabalho:
criação e o acesso às fontes de cultura.
I - noturno, realizado entre as vinte e duas
Art. 59. Os municípios, com apoio dos
horas de um dia e as cinco horas do dia
estados e da União, estimularão e
seguinte;
facilitarão a destinação de recursos e
espaços para programações culturais, II - perigoso, insalubre ou penoso;
esportivas e de lazer voltadas para a
III - realizado em locais prejudiciais à sua
infância e a juventude.
formação e ao seu desenvolvimento
Capítulo V físico, psíquico, moral e social;
Do Direito à Profissionalização e à IV - realizado em horários e locais que não
Proteção no Trabalho permitam a freqüência à escola.
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a Art. 68. O programa social que tenha por
menores de quatorze anos de idade, salvo base o trabalho educativo, sob
na condição de aprendiz. (Vide responsabilidade de entidade
Constituição Federal) governamental ou não-governamental
sem fins lucrativos, deverá assegurar ao
Art. 61. A proteção ao trabalho dos
adolescente que dele participe condições
adolescentes é regulada por legislação
de capacitação para o exercício de
especial, sem prejuízo do disposto nesta
atividade regular remunerada.
Lei.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a
Art. 62. Considera-se aprendizagem a
atividade laboral em que as exigências
formação técnico-profissional ministrada
pedagógicas relativas ao
segundo as diretrizes e bases da
desenvolvimento pessoal e social do
legislação de educação em vigor.
educando prevalecem sobre o aspecto
Art. 63. A formação técnico-profissional produtivo.
obedecerá aos seguintes princípios:
§ 2º A remuneração que o adolescente
I - garantia de acesso e freqüência recebe pelo trabalho efetuado ou a
obrigatória ao ensino regular; participação na venda dos produtos de
seu trabalho não desfigura o caráter
II - atividade compatível com o
educativo.
desenvolvimento do adolescente;

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Art. 69. O adolescente tem direito à das competências necessárias à
profissionalização e à proteção no prevenção, à identificação de evidências,
trabalho, observados os seguintes ao diagnóstico e ao enfrentamento de
aspectos, entre outros: todas as formas de violência contra a
criança e o adolescente;
I - respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento; IV - o apoio e o incentivo às práticas de
resolução pacífica de conflitos que
II - capacitação profissional adequada ao
envolvam violência contra a criança e o
mercado de trabalho.
adolescente;
Título III
V - a inclusão, nas políticas públicas, de
Da Prevenção ações que visem a garantir os direitos da
Capítulo I criança e do adolescente, desde a
atenção pré-natal, e de atividades junto
Disposições Gerais aos pais e responsáveis com o objetivo de
Art. 70. É dever de todos prevenir a promover a informação, a reflexão, o
ocorrência de ameaça ou violação dos debate e a orientação sobre alternativas
direitos da criança e do adolescente. ao uso de castigo físico ou de tratamento
cruel ou degradante no processo
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito educativo;
Federal e os Municípios deverão atuar de
forma articulada na elaboração de VI - a promoção de espaços intersetoriais
políticas públicas e na execução de ações locais para a articulação de ações e a
destinadas a coibir o uso de castigo físico elaboração de planos de atuação conjunta
ou de tratamento cruel ou degradante e focados nas famílias em situação de
difundir formas não violentas de educação violência, com participação de
de crianças e de adolescentes, tendo profissionais de saúde, de assistência
como principais ações: social e de educação e de órgãos de
promoção, proteção e defesa dos direitos
I - a promoção de campanhas educativas da criança e do adolescente.
permanentes para a divulgação do direito
da criança e do adolescente de serem Parágrafo único. As famílias com
educados e cuidados sem o uso de crianças e adolescentes com deficiência
castigo físico ou de tratamento cruel ou terão prioridade de atendimento nas
degradante e dos instrumentos de ações e políticas públicas de prevenção e
proteção aos direitos humanos; proteção.

II - a integração com os órgãos do Poder Art. 70-B. As entidades, públicas e


Judiciário, do Ministério Público e da privadas, que atuem nas áreas a que se
Defensoria Pública, com o Conselho refere o art. 71, dentre outras, devem
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da contar, em seus quadros, com pessoas
Criança e do Adolescente e com as capacitadas a reconhecer e comunicar ao
entidades não governamentais que atuam Conselho Tutelar suspeitas ou casos de
na promoção, proteção e defesa dos maus-tratos praticados contra crianças e
direitos da criança e do adolescente; adolescentes.

III - a formação continuada e a Parágrafo único. São igualmente


capacitação dos profissionais de saúde, responsáveis pela comunicação de que
educação e assistência social e dos trata este artigo, as pessoas
demais agentes que atuam na promoção, encarregadas, por razão de cargo, função,
proteção e defesa dos direitos da criança ofício, ministério, profissão ou ocupação,
e do adolescente para o desenvolvimento do cuidado, assistência ou guarda de
crianças e adolescentes, punível, na
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forma deste Estatuto, o injustificado Art. 76. As emissoras de rádio e televisão
retardamento ou omissão, culposos ou somente exibirão, no horário
dolosos. recomendado para o público infanto
juvenil, programas com finalidades
Art. 71. A criança e o adolescente têm
educativas, artísticas, culturais e
direito a informação, cultura, lazer,
informativas.
esportes, diversões, espetáculos e
produtos e serviços que respeitem sua Parágrafo único. Nenhum espetáculo será
condição peculiar de pessoa em apresentado ou anunciado sem aviso de
desenvolvimento. sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei
não excluem da prevenção especial Art. 77. Os proprietários, diretores,
outras decorrentes dos princípios por ela gerentes e funcionários de empresas que
adotados. explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que
Art. 73. A inobservância das normas de
não haja venda ou locação em desacordo
prevenção importará em responsabilidade
com a classificação atribuída pelo órgão
da pessoa física ou jurídica, nos termos
competente.
desta Lei.
Parágrafo único. As fitas a que alude este
Capítulo II
artigo deverão exibir, no invólucro,
Da Prevenção Especial informação sobre a natureza da obra e a
Seção I faixa etária a que se destinam.

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Art. 78. As revistas e publicações


Diversões e Espetáculos contendo material impróprio ou
inadequado a crianças e adolescentes
Art. 74. O poder público, através do órgão deverão ser comercializadas em
competente, regulará as diversões e embalagem lacrada, com a advertência de
espetáculos públicos, informando sobre a seu conteúdo.
natureza deles, as faixas etárias a que não
se recomendem, locais e horários em que Parágrafo único. As editoras cuidarão
sua apresentação se mostre inadequada. para que as capas que contenham
mensagens pornográficas ou obscenas
Parágrafo único. Os responsáveis pelas sejam protegidas com embalagem opaca.
diversões e espetáculos públicos deverão
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à Art. 79. As revistas e publicações
entrada do local de exibição, informação destinadas ao público infanto-juvenil não
destacada sobre a natureza do espetáculo poderão conter ilustrações, fotografias,
e a faixa etária especificada no certificado legendas, crônicas ou anúncios de
de classificação. bebidas alcoólicas, tabaco, armas e
munições, e deverão respeitar os valores
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá éticos e sociais da pessoa e da família.
acesso às diversões e espetáculos
públicos classificados como adequados à Art. 80. Os responsáveis por
sua faixa etária. estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou
Parágrafo único. As crianças menores de congênere ou por casas de jogos, assim
dez anos somente poderão ingressar e entendidas as que realizem apostas,
permanecer nos locais de apresentação ainda que eventualmente, cuidarão para
ou exibição quando acompanhadas dos que não seja permitida a entrada e a
pais ou responsável. permanência de crianças e adolescentes

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no local, afixando aviso para orientação do 1) de ascendente ou colateral maior, até
público. o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
Seção II
Dos Produtos e Serviços 2) de pessoa maior, expressamente
autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao
adolescente de: § 2º A autoridade judiciária poderá, a
pedido dos pais ou responsável, conceder
I - armas, munições e explosivos; autorização válida por dois anos.
II - bebidas alcoólicas; Art. 84. Quando se tratar de viagem ao
III - produtos cujos componentes possam exterior, a autorização é dispensável, se a
causar dependência física ou psíquica criança ou adolescente:
ainda que por utilização indevida; I - estiver acompanhado de ambos os pais
IV - fogos de estampido e de artifício, ou responsável;
exceto aqueles que pelo seu reduzido II - viajar na companhia de um dos pais,
potencial sejam incapazes de provocar autorizado expressamente pelo outro
qualquer dano físico em caso de utilização através de documento com firma
indevida; reconhecida.
V - revistas e publicações a que alude o Art. 85. Sem prévia e expressa
art. 78; autorização judicial, nenhuma criança ou
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de
Art. 82. É proibida a hospedagem de estrangeiro residente ou domiciliado no
criança ou adolescente em hotel, motel, exterior.
pensão ou estabelecimento congênere,
Parte Especial
salvo se autorizado ou acompanhado
pelos pais ou responsável. Título I
Seção III Da Política de Atendimento
Da Autorização para Viajar Capítulo I
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente Disposições Gerais
menor de 16 (dezesseis) anos poderá Art. 86. A política de atendimento dos
viajar para fora da comarca onde reside direitos da criança e do adolescente far-
desacompanhado dos pais ou dos se-á através de um conjunto articulado de
responsáveis sem expressa autorização ações governamentais e não-
judicial. governamentais, da União, dos estados,
§ 1º A autorização não será exigida do Distrito Federal e dos municípios.
quando: Art. 87. São linhas de ação da política de
a) tratar-se de comarca contígua à da atendimento:
residência da criança ou do adolescente I - políticas sociais básicas;
menor de 16 (dezesseis) anos, se na
mesma unidade da Federação, ou II - serviços, programas, projetos e
incluída na mesma região metropolitana; benefícios de assistência social de
garantia de proteção social e de
b) a criança ou o adolescente menor de 16 prevenção e redução de violações de
(dezesseis) anos estiver acompanhado: direitos, seus agravamentos ou
reincidências;

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III - serviços especiais de prevenção e para efeito de agilização do atendimento
atendimento médico e psicossocial às inicial a adolescente a quem se atribua
vítimas de negligência, maus-tratos, autoria de ato infracional;
exploração, abuso, crueldade e opressão;
VI - integração operacional de órgãos do
IV - serviço de identificação e localização Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
de pais, responsável, crianças e Conselho Tutelar e encarregados da
adolescentes desaparecidos; execução das políticas sociais básicas e
de assistência social, para efeito de
V - proteção jurídico-social por entidades
agilização do atendimento de crianças e
de defesa dos direitos da criança e do
de adolescentes inseridos em programas
adolescente.
de acolhimento familiar ou institucional,
VI - políticas e programas destinados a com vista na sua rápida reintegração à
prevenir ou abreviar o período de família de origem ou, se tal solução se
afastamento do convívio familiar e a mostrar comprovadamente inviável, sua
garantir o efetivo exercício do direito à colocação em família substituta, em
convivência familiar de crianças e quaisquer das modalidades previstas no
adolescentes; art. 28 desta Lei;
VII - campanhas de estímulo ao VII - mobilização da opinião pública para a
acolhimento sob forma de guarda de indispensável participação dos diversos
crianças e adolescentes afastados do segmentos da sociedade.
convívio familiar e à adoção,
VIII - especialização e formação
especificamente inter-racial, de crianças
continuada dos profissionais que
maiores ou de adolescentes, com
trabalham nas diferentes áreas da
necessidades específicas de saúde ou
atenção à primeira infância, incluindo os
com deficiências e de grupos de irmãos.
conhecimentos sobre direitos da criança e
Art. 88. São diretrizes da política de sobre desenvolvimento infantil;
atendimento:
IX - formação profissional com
I - municipalização do atendimento; abrangência dos diversos direitos da
criança e do adolescente que favoreça a
II - criação de conselhos municipais, intersetorialidade no atendimento da
estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente e seu
criança e do adolescente, órgãos desenvolvimento integral;
deliberativos e controladores das ações
em todos os níveis, assegurada a X - realização e divulgação de pesquisas
participação popular paritária por meio de sobre desenvolvimento infantil e sobre
organizações representativas, segundo prevenção da violência.
leis federal, estaduais e municipais;
Art. 89. A função de membro do conselho
III - criação e manutenção de programas nacional e dos conselhos estaduais e
específicos, observada a municipais dos direitos da criança e do
descentralização político-administrativa; adolescente é considerada de interesse
público relevante e não será remunerada.
IV - manutenção de fundos nacional,
estaduais e municipais vinculados aos
respectivos conselhos dos direitos da
criança e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Segurança Pública e Assistência Social,
preferencialmente em um mesmo local,
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Capítulo II § 3 o Os programas em execução serão
Das Entidades de Atendimento reavaliados pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, no
Seção I máximo, a cada 2 (dois) anos,
Disposições Gerais constituindo-se critérios para renovação
da autorização de funcionamento:
Art. 90. As entidades de atendimento são
responsáveis pela manutenção das I - o efetivo respeito às regras e princípios
próprias unidades, assim como pelo desta Lei, bem como às resoluções
planejamento e execução de programas relativas à modalidade de atendimento
de proteção e sócio-educativos prestado expedidas pelos Conselhos de
destinados a crianças e adolescentes, em Direitos da Criança e do Adolescente, em
regime de: todos os níveis;

I - orientação e apoio sócio-familiar; II - a qualidade e eficiência do trabalho


desenvolvido, atestadas pelo Conselho
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; Tutelar, pelo Ministério Público e pela
III - colocação familiar; Justiça da Infância e da Juventude;

IV - acolhimento institucional; III - em se tratando de programas de


acolhimento institucional ou familiar, serão
V - prestação de serviços à comunidade; considerados os índices de sucesso na
VI - liberdade assistida; reintegração familiar ou de adaptação à
família substituta, conforme o caso.
VII - semiliberdade; e
Art. 91. As entidades não-governamentais
VIII - internação. somente poderão funcionar depois de
§ 1 o As entidades governamentais e não registradas no Conselho Municipal dos
governamentais deverão proceder à Direitos da Criança e do Adolescente, o
inscrição de seus programas, qual comunicará o registro ao Conselho
especificando os regimes de atendimento, Tutelar e à autoridade judiciária da
na forma definida neste artigo, no respectiva localidade.
Conselho Municipal dos Direitos da § 1 o Será negado o registro à entidade
Criança e do Adolescente, o qual manterá que:
registro das inscrições e de suas
alterações, do que fará comunicação ao a) não ofereça instalações físicas em
Conselho Tutelar e à autoridade condições adequadas de habitabilidade,
judiciária. higiene, salubridade e segurança;

§ 2 o Os recursos destinados à b) não apresente plano de trabalho


implementação e manutenção dos compatível com os princípios desta Lei;
programas relacionados neste artigo c) esteja irregularmente constituída;
serão previstos nas dotações
orçamentárias dos órgãos públicos d) tenha em seus quadros pessoas
encarregados das áreas de Educação, inidôneas.
Saúde e Assistência Social, dentre outros, e) não se adequar ou deixar de cumprir as
observando-se o princípio da prioridade resoluções e deliberações relativas à
absoluta à criança e ao adolescente modalidade de atendimento prestado
preconizado pelo caput do art. 227 da expedidas pelos Conselhos de Direitos da
Constituição Federal e pelo caput e Criança e do Adolescente, em todos os
parágrafo único do art. 4 o desta Lei. níveis.

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§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 § 3 o Os entes federados, por intermédio
(quatro) anos, cabendo ao Conselho dos Poderes Executivo e Judiciário,
Municipal dos Direitos da Criança e do promoverão conjuntamente a permanente
Adolescente, periodicamente, reavaliar o qualificação dos profissionais que atuam
cabimento de sua renovação, observado o direta ou indiretamente em programas de
disposto no § 1 o deste artigo. acolhimento institucional e destinados à
colocação familiar de crianças e
Art. 92. As entidades que desenvolvam
adolescentes, incluindo membros do
programas de acolhimento familiar ou
Poder Judiciário, Ministério Público e
institucional deverão adotar os seguintes
Conselho Tutelar.
princípios:
§ 4 o Salvo determinação em contrário da
I - preservação dos vínculos familiares e
autoridade judiciária competente, as
promoção da reintegração familiar;
entidades que desenvolvem programas
II - integração em família substituta, de acolhimento familiar ou institucional, se
quando esgotados os recursos de necessário com o auxílio do Conselho
manutenção na família natural ou Tutelar e dos órgãos de assistência social,
extensa; estimularão o contato da criança ou
adolescente com seus pais e parentes, em
III - atendimento personalizado e em cumprimento ao disposto nos incisos I e
pequenos grupos; VIII do caput deste artigo.
IV - desenvolvimento de atividades em § 5 o As entidades que desenvolvem
regime de co-educação; programas de acolhimento familiar ou
V - não desmembramento de grupos de institucional somente poderão receber
irmãos; recursos públicos se comprovado o
atendimento dos princípios, exigências e
VI - evitar, sempre que possível, a finalidades desta Lei.
transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados; § 6 o O descumprimento das disposições
desta Lei pelo dirigente de entidade que
VII - participação na vida da comunidade desenvolva programas de acolhimento
local; familiar ou institucional é causa de sua
VIII - preparação gradativa para o destituição, sem prejuízo da apuração de
desligamento; sua responsabilidade administrativa, civil
e criminal.
IX - participação de pessoas da
comunidade no processo educativo. § 7 o Quando se tratar de criança de 0
(zero) a 3 (três) anos em acolhimento
§ 1 o O dirigente de entidade que institucional, dar-se-á especial atenção à
desenvolve programa de acolhimento atuação de educadores de referência
institucional é equiparado ao guardião, estáveis e qualitativamente significativos,
para todos os efeitos de direito. às rotinas específicas e ao atendimento
§ 2 o Os dirigentes de entidades que das necessidades básicas, incluindo as de
desenvolvem programas de acolhimento afeto como prioritárias.
familiar ou institucional remeterão à Art. 93. As entidades que mantenham
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 programa de acolhimento institucional
(seis) meses, relatório circunstanciado poderão, em caráter excepcional e de
acerca da situação de cada criança ou urgência, acolher crianças e adolescentes
adolescente acolhido e sua família, para sem prévia determinação da autoridade
fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. competente, fazendo comunicação do fato
19 desta Lei. em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
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Infância e da Juventude, sob pena de IX - oferecer cuidados médicos,
responsabilidade. psicológicos, odontológicos e
farmacêuticos;
Parágrafo único. Recebida a
comunicação, a autoridade judiciária, X - propiciar escolarização e
ouvido o Ministério Público e se profissionalização;
necessário com o apoio do Conselho
XI - propiciar atividades culturais,
Tutelar local, tomará as medidas
esportivas e de lazer;
necessárias para promover a imediata
reintegração familiar da criança ou do XII - propiciar assistência religiosa
adolescente ou, se por qualquer razão não àqueles que desejarem, de acordo com
for isso possível ou recomendável, para suas crenças;
seu encaminhamento a programa de
XIII - proceder a estudo social e pessoal
acolhimento familiar, institucional ou a
de cada caso;
família substituta, observado o disposto
no § 2 o do art. 101 desta Lei. XIV - reavaliar periodicamente cada caso,
com intervalo máximo de seis meses,
Art. 94. As entidades que desenvolvem
dando ciência dos resultados à autoridade
programas de internação têm as
competente;
seguintes obrigações, entre outras:
XV - informar, periodicamente, o
I - observar os direitos e garantias de que
adolescente internado sobre sua situação
são titulares os adolescentes;
processual;
II - não restringir nenhum direito que não
XVI - comunicar às autoridades
tenha sido objeto de restrição na decisão
competentes todos os casos de
de internação;
adolescentes portadores de moléstias
III - oferecer atendimento personalizado, infecto-contagiosas;
em pequenas unidades e grupos
XVII - fornecer comprovante de depósito
reduzidos;
dos pertences dos adolescentes;
IV - preservar a identidade e oferecer
XVIII - manter programas destinados ao
ambiente de respeito e dignidade ao
apoio e acompanhamento de egressos;
adolescente;
XIX - providenciar os documentos
V - diligenciar no sentido do
necessários ao exercício da cidadania
restabelecimento e da preservação dos
àqueles que não os tiverem;
vínculos familiares;
XX - manter arquivo de anotações onde
VI - comunicar à autoridade judiciária,
constem data e circunstâncias do
periodicamente, os casos em que se
atendimento, nome do adolescente, seus
mostre inviável ou impossível o
pais ou responsável, parentes, endereços,
reatamento dos vínculos familiares;
sexo, idade, acompanhamento da sua
VII - oferecer instalações físicas em formação, relação de seus pertences e
condições adequadas de habitabilidade, demais dados que possibilitem sua
higiene, salubridade e segurança e os identificação e a individualização do
objetos necessários à higiene pessoal; atendimento.
VIII - oferecer vestuário e alimentação § 1 o Aplicam-se, no que couber, as
suficientes e adequados à faixa etária dos obrigações constantes deste artigo às
adolescentes atendidos; entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e
familiar. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
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§ 2º No cumprimento das obrigações a § 1 o Em caso de reiteradas infrações
que alude este artigo as entidades cometidas por entidades de atendimento,
utilizarão preferencialmente os recursos que coloquem em risco os direitos
da comunidade. assegurados nesta Lei, deverá ser o fato
comunicado ao Ministério Público ou
Art. 94-A. As entidades, públicas ou
representado perante autoridade judiciária
privadas, que abriguem ou recepcionem
competente para as providências
crianças e adolescentes, ainda que em
cabíveis, inclusive suspensão das
caráter temporário, devem ter, em seus
atividades ou dissolução da entidade.
quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar § 2 o As pessoas jurídicas de direito
suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. público e as organizações não
governamentais responderão pelos danos
Seção II
que seus agentes causarem às crianças e
Da Fiscalização das Entidades aos adolescentes, caracterizado o
Art. 95. As entidades governamentais e descumprimento dos princípios
não-governamentais referidas no art. 90 norteadores das atividades de proteção
serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo específica.
Ministério Público e pelos Conselhos Título II
Tutelares.
Das Medidas de Proteção
Art. 96. Os planos de aplicação e as Capítulo I
prestações de contas serão apresentados
ao estado ou ao município, conforme a Disposições Gerais
origem das dotações orçamentárias. Art. 98. As medidas de proteção à criança
Art. 97. São medidas aplicáveis às e ao adolescente são aplicáveis sempre
entidades de atendimento que que os direitos reconhecidos nesta Lei
descumprirem obrigação constante do art. forem ameaçados ou violados:
94, sem prejuízo da responsabilidade civil I - por ação ou omissão da sociedade ou
e criminal de seus dirigentes ou prepostos: do Estado;
I - às entidades governamentais: II - por falta, omissão ou abuso dos pais
a) advertência; ou responsável;
b) afastamento provisório de seus III - em razão de sua conduta.
dirigentes; Capítulo II
c) afastamento definitivo de seus
dirigentes; Das Medidas Específicas de Proteção

d) fechamento de unidade ou interdição de


Art. 99. As medidas previstas neste
programa.
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
II - às entidades não-governamentais: cumulativamente, bem como substituídas
a) advertência; a qualquer tempo.
b) suspensão total ou parcial do repasse Art. 100. Na aplicação das medidas levar-
de verbas públicas; se-ão em conta as necessidades
c) interdição de unidades ou suspensão pedagógicas, preferindo-se aquelas que
de programa; visem ao fortalecimento dos vínculos
d) cassação do registro. familiares e comunitários.

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Parágrafo único. São também princípios VIII - proporcionalidade e atualidade: a
que regem a aplicação das medidas: intervenção deve ser a necessária e
adequada à situação de perigo em que a
I - condição da criança e do adolescente
criança ou o adolescente se encontram no
como sujeitos de direitos: crianças e
momento em que a decisão é tomada;
adolescentes são os titulares dos direitos
previstos nesta e em outras Leis, bem IX - responsabilidade parental: a
como na Constituição Federal; intervenção deve ser efetuada de modo
que os pais assumam os seus deveres
II - proteção integral e prioritária: a
para com a criança e o adolescente;
interpretação e aplicação de toda e
qualquer norma contida nesta Lei deve ser X - prevalência da família: na promoção de
voltada à proteção integral e prioritária dos direitos e na proteção da criança e do
direitos de que crianças e adolescentes adolescente deve ser dada prevalência às
são titulares; medidas que os mantenham ou
reintegrem na sua família natural ou
III - responsabilidade primária e solidária
extensa ou, se isso não for possível, que
do poder público: a plena efetivação dos
promovam a sua integração em família
direitos assegurados a crianças e a
adotiva;
adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por XI - obrigatoriedade da informação: a
esta expressamente ressalvados, é de criança e o adolescente, respeitado seu
responsabilidade primária e solidária das estágio de desenvolvimento e capacidade
3 (três) esferas de governo, sem prejuízo de compreensão, seus pais ou
da municipalização do atendimento e da responsável devem ser informados dos
possibilidade da execução de programas seus direitos, dos motivos que
por entidades não governamentais; determinaram a intervenção e da forma
como esta se processa;
IV - interesse superior da criança e do
adolescente: a intervenção deve atender XII - oitiva obrigatória e participação: a
prioritariamente aos interesses e direitos criança e o adolescente, em separado ou
da criança e do adolescente, sem prejuízo na companhia dos pais, de responsável ou
da consideração que for devida a outros de pessoa por si indicada, bem como os
interesses legítimos no âmbito da seus pais ou responsável, têm direito a ser
pluralidade dos interesses presentes no ouvidos e a participar nos atos e na
caso concreto; definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião
V - privacidade: a promoção dos direitos
devidamente considerada pela autoridade
e proteção da criança e do adolescente
judiciária competente, observado o
deve ser efetuada no respeito pela
disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
intimidade, direito à imagem e reserva da
Lei.
sua vida privada;
Art. 101. Verificada qualquer das
VI - intervenção precoce: a intervenção
hipóteses previstas no art. 98, a
das autoridades competentes deve ser
autoridade competente poderá
efetuada logo que a situação de perigo
determinar, dentre outras, as seguintes
seja conhecida;
medidas:
VII - intervenção mínima: a intervenção
I - encaminhamento aos pais ou
deve ser exercida exclusivamente pelas
responsável, mediante termo de
autoridades e instituições cuja ação seja
responsabilidade;
indispensável à efetiva promoção dos
direitos e à proteção da criança e do II - orientação, apoio e acompanhamento
adolescente; temporários;
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III - matrícula e freqüência obrigatórias em qual obrigatoriamente constará, dentre
estabelecimento oficial de ensino outros:
fundamental;
I - sua identificação e a qualificação
IV - inclusão em serviços e programas completa de seus pais ou de seu
oficiais ou comunitários de proteção, responsável, se conhecidos;
apoio e promoção da família, da criança e
II - o endereço de residência dos pais ou
do adolescente;
do responsável, com pontos de
V - requisição de tratamento médico, referência;
psicológico ou psiquiátrico, em regime
III - os nomes de parentes ou de terceiros
hospitalar ou ambulatorial;
interessados em tê-los sob sua guarda;
VI - inclusão em programa oficial ou
IV - os motivos da retirada ou da não
comunitário de auxílio, orientação e
reintegração ao convívio familiar.
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento
VII - acolhimento institucional;
da criança ou do adolescente, a entidade
VIII - inclusão em programa de responsável pelo programa de
acolhimento familiar; acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de
IX - colocação em família substituta.
atendimento, visando à reintegração
§ 1 o O acolhimento institucional e o familiar, ressalvada a existência de ordem
acolhimento familiar são medidas escrita e fundamentada em contrário de
provisórias e excepcionais, utilizáveis autoridade judiciária competente, caso em
como forma de transição para que também deverá contemplar sua
reintegração familiar ou, não sendo esta colocação em família substituta,
possível, para colocação em família observadas as regras e princípios desta
substituta, não implicando privação de Lei.
liberdade.
§ 5 o O plano individual será elaborado sob
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas a responsabilidade da equipe técnica do
emergenciais para proteção de vítimas de respectivo programa de atendimento e
violência ou abuso sexual e das levará em consideração a opinião da
providências a que alude o art. 130 desta criança ou do adolescente e a oitiva dos
Lei, o afastamento da criança ou pais ou do responsável.
adolescente do convívio familiar é de
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre
competência exclusiva da autoridade
outros:
judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem I - os resultados da avaliação
tenha legítimo interesse, de procedimento interdisciplinar;
judicial contencioso, no qual se garanta
II - os compromissos assumidos pelos
aos pais ou ao responsável legal o
pais ou responsável; e
exercício do contraditório e da ampla
defesa. III - a previsão das atividades a serem
desenvolvidas com a criança ou com o
§ 3 o Crianças e adolescentes somente
adolescente acolhido e seus pais ou
poderão ser encaminhados às instituições
responsável, com vista na reintegração
que executam programas de acolhimento
familiar ou, caso seja esta vedada por
institucional, governamentais ou não, por
expressa e fundamentada determinação
meio de uma Guia de Acolhimento,
judicial, as providências a serem tomadas
expedida pela autoridade judiciária, na
para sua colocação em família substituta,

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sob direta supervisão da autoridade adolescentes em regime de acolhimento
judiciária. familiar e institucional sob sua
responsabilidade, com informações
§7o O acolhimento familiar ou institucional
pormenorizadas sobre a situação jurídica
ocorrerá no local mais próximo à
de cada um, bem como as providências
residência dos pais ou do responsável e,
tomadas para sua reintegração familiar ou
como parte do processo de reintegração
colocação em família substituta, em
familiar, sempre que identificada a
qualquer das modalidades previstas no
necessidade, a família de origem será
art. 28 desta Lei.
incluída em programas oficiais de
orientação, de apoio e de promoção §12. Terão acesso ao cadastro o
social, sendo facilitado e estimulado o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o
contato com a criança ou com o órgão gestor da Assistência Social e os
adolescente acolhido. Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Assistência
§8oVerificada a possibilidade de
Social, aos quais incumbe deliberar sobre
reintegração familiar, o responsável pelo
a implementação de políticas públicas que
programa de acolhimento familiar ou
permitam reduzir o número de crianças e
institucional fará imediata comunicação à
adolescentes afastados do convívio
autoridade judiciária, que dará vista ao
familiar e abreviar o período de
Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
permanência em programa de
dias, decidindo em igual prazo.
acolhimento.
§9oEm sendo constatada a
Art. 102. As medidas de proteção de que
impossibilidade de reintegração da
trata este Capítulo serão acompanhadas
criança ou do adolescente à família de
da regularização do registro civil.
origem, após seu encaminhamento a
programas oficiais ou comunitários de §1º Verificada a inexistência de registro
orientação, apoio e promoção social, será anterior, o assento de nascimento da
enviado relatório fundamentado ao criança ou adolescente será feito à vista
Ministério Público, no qual conste a dos elementos disponíveis, mediante
descrição pormenorizada das requisição da autoridade judiciária.
providências tomadas e a expressa
§ 2º Os registros e certidões necessários
recomendação, subscrita pelos técnicos
à regularização de que trata este artigo
da entidade ou responsáveis pela
são isentos de multas, custas e
execução da política municipal de garantia
emolumentos, gozando de absoluta
do direito à convivência familiar, para a
prioridade.
destituição do poder familiar, ou
destituição de tutela ou guarda. §3oCaso ainda não definida a paternidade,
será deflagrado procedimento específico
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério
destinado à sua averiguação, conforme
Público terá o prazo de 15 (quinze) dias
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de
para o ingresso com a ação de destituição
dezembro de 1992.
do poder familiar, salvo se entender
necessária a realização de estudos § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste
complementares ou de outras artigo, é dispensável o ajuizamento de
providências indispensáveis ao ação de investigação de paternidade pelo
ajuizamento da demanda. Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em
pai em assumir a paternidade a ele
cada comarca ou foro regional, um
atribuída, a criança for encaminhada para
cadastro contendo informações
adoção.
atualizadas sobre as crianças e
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§5 o Os registros e certidões necessários Parágrafo único. Examinar-se-á, desde
à inclusão, a qualquer tempo, do nome do logo e sob pena de responsabilidade, a
pai no assento de nascimento são isentos possibilidade de liberação imediata.
de multas, custas e emolumentos,
Art. 108. A internação, antes da sentença,
gozando de absoluta prioridade.
pode ser determinada pelo prazo máximo
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a de quarenta e cinco dias.
averbação requerida do reconhecimento
Parágrafo único. A decisão deverá ser
de paternidade no assento de nascimento
fundamentada e basear-se em indícios
e a certidão correspondente.
suficientes de autoria e materialidade,
Título III demonstrada a necessidade imperiosa da
medida.
Da Prática de Ato Infracional
Art. 109. O adolescente civilmente
identificado não será submetido a
Capítulo I identificação compulsória pelos órgãos
Disposições Gerais policiais, de proteção e judiciais, salvo
para efeito de confrontação, havendo
Art. 103. Considera-se ato infracional a
dúvida fundada.
conduta descrita como crime ou
contravenção penal. Capítulo III

Art. 104. São penalmente inimputáveis os Das Garantias Processuais


menores de dezoito anos, sujeitos às Art. 110. Nenhum adolescente será
medidas previstas nesta Lei. privado de sua liberdade sem o devido
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, processo legal.
deve ser considerada a idade do Art. 111. São asseguradas ao
adolescente à data do fato. adolescente, entre outras, as seguintes
Art. 105. Ao ato infracional praticado por garantias:
criança corresponderão as medidas I - pleno e formal conhecimento da
previstas no art. 101. atribuição de ato infracional, mediante
Capítulo II citação ou meio equivalente;
Dos Direitos Individuais II - igualdade na relação processual,
podendo confrontar-se com vítimas e
Art. 106. Nenhum adolescente será
testemunhas e produzir todas as provas
privado de sua liberdade senão em
necessárias à sua defesa;
flagrante de ato infracional ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade III - defesa técnica por advogado;
judiciária competente.
IV - assistência judiciária gratuita e integral
Parágrafo único. O adolescente tem aos necessitados, na forma da lei;
direito à identificação dos responsáveis
V - direito de ser ouvido pessoalmente
pela sua apreensão, devendo ser
pela autoridade competente;
informado acerca de seus direitos.
VI - direito de solicitar a presença de seus
Art. 107. A apreensão de qualquer
pais ou responsável em qualquer fase do
adolescente e o local onde se encontra
procedimento.
recolhido serão incontinenti comunicados
à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada.

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Capítulo IV Seção II
Das Medidas Sócio-Educativas Da Advertência
Seção I Art. 115. A advertência consistirá em
Disposições Gerais admoestação verbal, que será reduzida a
termo e assinada.
Art. 112. Verificada a prática de ato
Seção III
infracional, a autoridade competente
poderá aplicar ao adolescente as Da Obrigação de Reparar o Dano
seguintes medidas:
Art. 116. Em se tratando de ato infracional
I - advertência; com reflexos patrimoniais, a autoridade
poderá determinar, se for o caso, que o
II - obrigação de reparar o dano;
adolescente restitua a coisa, promova o
III - prestação de serviços à comunidade; ressarcimento do dano, ou, por outra
forma, compense o prejuízo da vítima.
IV - liberdade assistida;
Parágrafo único. Havendo manifesta
V - inserção em regime de semi-liberdade; impossibilidade, a medida poderá ser
VI - internação em estabelecimento substituída por outra adequada.
educacional; Seção IV
VII - qualquer uma das previstas no art. Da Prestação de Serviços à Comunidade
101, I a VI.
Art. 117. A prestação de serviços
§ 1º A medida aplicada ao adolescente comunitários consiste na realização de
levará em conta a sua capacidade de tarefas gratuitas de interesse geral, por
cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade período não excedente a seis meses,
da infração. junto a entidades assistenciais, hospitais,
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto escolas e outros estabelecimentos
algum, será admitida a prestação de congêneres, bem como em programas
trabalho forçado. comunitários ou governamentais.

§ 3º Os adolescentes portadores de Parágrafo único. As tarefas serão


doença ou deficiência mental receberão atribuídas conforme as aptidões do
tratamento individual e especializado, em adolescente, devendo ser cumpridas
local adequado às suas condições. durante jornada máxima de oito horas
semanais, aos sábados, domingos e
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o feriados ou em dias úteis, de modo a não
disposto nos arts. 99 e 100. prejudicar a freqüência à escola ou à
Art. 114. A imposição das medidas jornada normal de trabalho.
previstas nos incisos II a VI do art. 112 Seção V
pressupõe a existência de provas
Da Liberdade Assistida
suficientes da autoria e da materialidade
da infração, ressalvada a hipótese de Art.118.A liberdade assistida será adotada
remissão, nos termos do art. 127. sempre que se afigurar a medida mais
Parágrafo único. A advertência poderá ser adequada para o fim de acompanhar,
aplicada sempre que houver prova da auxiliar e orientar o adolescente.
materialidade e indícios suficientes da
autoria. §1º A autoridade designará pessoa
capacitada para acompanhar o caso, a

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qual poderá ser recomendada por princípios de brevidade, excepcionalidade
entidade ou programa de atendimento. e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo
§1º Será permitida a realização de
prazo mínimo de seis meses, podendo a
atividades externas, a critério da equipe
qualquer tempo ser prorrogada, revogada
técnica da entidade, salvo expressa
ou substituída por outra medida, ouvido o
determinação judicial em contrário.
orientador, o Ministério Público e o
defensor. §2º A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o
ser reavaliada, mediante decisão
apoio e a supervisão da autoridade
fundamentada, no máximo a cada seis
competente, a realização dos seguintes
meses.
encargos, entre outros:
§3º Em nenhuma hipótese o período
I-promover socialmente o adolescente e
máximo de internação excederá a três
sua família, fornecendo-lhes orientação e
anos.
inserindo-os, se necessário, em programa
oficial ou comunitário de auxílio e §4º Atingido o limite estabelecido no
assistência social; parágrafo anterior, o adolescente deverá
ser liberado, colocado em regime de semi-
II-supervisionar a freqüência e o
liberdade ou de liberdade assistida.
aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula; §5º A liberação será compulsória aos vinte
e um anos de idade.
III-diligenciar no sentido da
profissionalização do adolescente e de §6º Em qualquer hipótese a desinternação
sua inserção no mercado de trabalho; será precedida de autorização judicial,
ouvido o Ministério Público.
IV - apresentar relatório do caso.
§ 7 o A determinação judicial mencionada
Seção VI no § 1 o poderá ser revista a qualquer
Do Regime de Semi-liberdade tempo pela autoridade judiciária.
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode Art. 122. A medida de internação só
ser determinado desde o início, ou como poderá ser aplicada quando:
forma de transição para o meio aberto, I - tratar-se de ato infracional cometido
possibilitada a realização de atividades mediante grave ameaça ou violência a
externas, independentemente de pessoa;
autorização judicial.
II - por reiteração no cometimento de
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a outras infrações graves;
profissionalização, devendo, sempre que
possível, ser utilizados os recursos III - por descumprimento reiterado e
existentes na comunidade. injustificável da medida anteriormente
imposta.
§ 2º A medida não comporta prazo
determinado aplicando-se, no que couber, § 1 o O prazo de internação na hipótese do
as disposições relativas à internação. inciso III deste artigo não poderá ser
superior a 3 (três) meses, devendo ser
Seção VII decretada judicialmente após o devido
Da Internação processo legal.
Art. 121. A internação constitui medida
privativa da liberdade, sujeita aos
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§2º. Em nenhuma hipótese será aplicada XIV-receber assistência religiosa,
a internação, havendo outra medida segundo a sua crença, e desde que assim
adequada. o deseje;
Art.123. A internação deverá ser cumprida XV-manter a posse de seus objetos
em entidade exclusiva para adolescentes, pessoais e dispor de local seguro para
em local distinto daquele destinado ao guardá-los, recebendo comprovante
abrigo, obedecida rigorosa separação por daqueles porventura depositados em
critérios de idade, compleição física e poder da entidade;
gravidade da infração.
XVI-receber, quando de sua
Parágrafo único. Durante o período de desinternação, os documentos pessoais
internação, inclusive provisória, serão indispensáveis à vida em sociedade.
obrigatórias atividades pedagógicas.
§1ºEm nenhum caso haverá
Art.124. São direitos do adolescente incomunicabilidade.
privado de liberdade, entre outros, os
§2ºA autoridade judiciária poderá
seguintes:
suspender temporariamente a visita,
I-entrevistar-se pessoalmente com o inclusive de pais ou responsável, se
representante do Ministério Público; existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do
II-peticionar diretamente a qualquer
adolescente.
autoridade;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela
III-avistar-se reservadamente com seu
integridade física e mental dos internos,
defensor;
cabendo-lhe adotar as medidas
IV-ser informado de sua situação adequadas de contenção e segurança.
processual, sempre que solicitada; Capítulo V
V-ser tratado com respeito e dignidade; Da Remissão
VI-permanecer internado na mesma Art. 126. Antes de iniciado o procedimento
localidade ou naquela mais próxima ao judicial para apuração de ato infracional, o
domicílio de seus pais ou responsável; representante do Ministério Público
VII-receber visitas, ao menos, poderá conceder a remissão, como forma
semanalmente; de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato,
VIII-corresponder-se com seus familiares ao contexto social, bem como à
e amigos; personalidade do adolescente e sua maior
IX-ter acesso aos objetos necessários à ou menor participação no ato infracional.
higiene e asseio pessoal; Parágrafo único. Iniciado o procedimento,
X-habitar alojamento em condições a concessão da remissão pela autoridade
adequadas de higiene e salubridade; judiciária importará na suspensão ou
extinção do processo.
XI-receber escolarização e
profissionalização; Art.127. A remissão não implica
necessariamente o reconhecimento ou
XII-realizar atividades culturais, esportivas comprovação da responsabilidade, nem
e de lazer: prevalece para efeito de antecedentes,
XIII-ter acesso aos meios de comunicação podendo incluir eventualmente a
social; aplicação de qualquer das medidas
previstas em lei, exceto a colocação em
regime de semi-liberdade e a internação.
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Art. 128. A medida aplicada por força da alimentos de que necessitem a criança ou
remissão poderá ser revista judicialmente, o adolescente dependentes do agressor.
a qualquer tempo, mediante pedido
Título V
expresso do adolescente ou de seu
representante legal, ou do Ministério Do Conselho Tutelar
Público. Capítulo I
Título IV Disposições Gerais
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão
Responsável permanente e autônomo, não
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais jurisdicional, encarregado pela sociedade
ou responsável: de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente, definidos nesta
I-encaminhamento a serviços e Lei.
programas oficiais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da família; Art. 132. Em cada Município e em cada
Região Administrativa do Distrito Federal
II-inclusão em programa oficial ou haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
comunitário de auxílio, orientação e Tutelar como órgão integrante da
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; administração pública local, composto de
III-encaminhamento a tratamento 5 (cinco) membros, escolhidos pela
psicológico ou psiquiátrico; população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por
IV-encaminhamento a cursos ou novos processos de escolha.
programas de orientação;
Art. 133. Para a candidatura a membro do
V-obrigação de matricular o filho ou pupilo Conselho Tutelar, serão exigidos os
e acompanhar sua freqüência e seguintes requisitos:
aproveitamento escolar;
I - reconhecida idoneidade moral;
VI-obrigação de encaminhar a criança ou
adolescente a tratamento especializado; II - idade superior a vinte e um anos;
VII - advertência; III - residir no município.
VIII-perda da guarda; Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá
sobre o local, dia e horário de
IX-destituição da tutela; funcionamento do Conselho Tutelar,
X-suspensão ou destituição do pátrio inclusive quanto à remuneração dos
poder poder familiar . respectivos membros, aos quais é
assegurado o direito a:
Parágrafo único. Na aplicação das
medidas previstas nos incisos IX e X deste I - cobertura previdenciária;
artigo, observar-se-á o disposto nos arts. II - gozo de férias anuais remuneradas,
23 e 24. acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da
Art. 130. Verificada a hipótese de maus- remuneração mensal;
tratos, opressão ou abuso sexual III - licença-maternidade;
impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, IV - licença-paternidade;
como medida cautelar, o afastamento do V - gratificação natalina.
agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Constará da lei
Parágrafo único. Da medida cautelar orçamentária municipal e da do Distrito
constará, ainda, a fixação provisória dos
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Federal previsão dos recursos IX - assessorar o Poder Executivo local na
necessários ao funcionamento do elaboração da proposta orçamentária
Conselho Tutelar e à remuneração e para planos e programas de atendimento
formação continuada dos conselheiros dos direitos da criança e do adolescente;
tutelares.
X - representar, em nome da pessoa e da
Art. 135. O exercício efetivo da função de família, contra a violação dos direitos
conselheiro constituirá serviço público previstos no
relevante e estabelecerá presunção de
XI - representar ao Ministério Público para
idoneidade moral.
efeito das ações de perda ou suspensão
Capítulo II do poder familiar, após esgotadas as
Das Atribuições do Conselho possibilidades de manutenção da criança
ou do adolescente junto à família natural.
Art. 136. São atribuições do Conselho
Tutelar: XII - promover e incentivar, na
comunidade e nos grupos profissionais,
I - atender as crianças e adolescentes nas ações de divulgação e treinamento para o
hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, reconhecimento de sintomas de maus-
aplicando as medidas previstas no art. tratos em crianças e adolescentes.
101, I a VII;
Parágrafo único. Se, no exercício de suas
II - atender e aconselhar os pais ou atribuições, o Conselho Tutelar entender
responsável, aplicando as medidas necessário o afastamento do convívio
previstas no art. 129, I a VII; familiar, comunicará incontinenti o fato ao
III - promover a execução de suas Ministério Público, prestando-lhe
decisões, podendo para tanto: informações sobre os motivos de tal
entendimento e as providências tomadas
a) requisitar serviços públicos nas áreas para a orientação, o apoio e a promoção
de saúde, educação, serviço social, social da família.
previdência, trabalho e segurança;
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar
b) representar junto à autoridade judiciária somente poderão ser revistas pela
nos casos de descumprimento autoridade judiciária a pedido de quem
injustificado de suas deliberações. tenha legítimo interesse.
IV - encaminhar ao Ministério Público Capítulo III
notícia de fato que constitua infração
Da Competência
administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente; Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a
regra de competência constante do art.
V - encaminhar à autoridade judiciária os 147.
casos de sua competência;
Capítulo IV
VI - providenciar a medida estabelecida
pela autoridade judiciária, dentre as Da Escolha dos Conselheiros
previstas no art. 101, de I a VI, para o Art. 139. O processo para a escolha dos
adolescente autor de ato infracional; membros do Conselho Tutelar será
VII - expedir notificações; estabelecido em lei municipal e realizado
sob a responsabilidade do Conselho
VIII - requisitar certidões de nascimento e Municipal dos Direitos da Criança e do
de óbito de criança ou adolescente Adolescente, e a fiscalização do Ministério
quando necessário; Público.

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§ 1 o O processo de escolha dos membros ressalvada a hipótese de litigância de má-
do Conselho Tutelar ocorrerá em data fé.
unificada em todo o território nacional a
Art. 142. Os menores de dezesseis anos
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo
serão representados e os maiores de
do mês de outubro do ano subsequente ao
dezesseis e menores de vinte e um anos
da eleição presidencial.
assistidos por seus pais, tutores ou
§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares curadores, na forma da legislação civil ou
ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano processual.
subsequente ao processo de escolha.
Parágrafo único. A autoridade judiciária
§ 3 o No processo de escolha dos dará curador especial à criança ou
membros do Conselho Tutelar, é vedado adolescente, sempre que os interesses
ao candidato doar, oferecer, prometer ou destes colidirem com os de seus pais ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem responsável, ou quando carecer de
pessoal de qualquer natureza, inclusive representação ou assistência legal ainda
brindes de pequeno valor. que eventual.
Capítulo V Art. 143. E vedada a divulgação de atos
Dos Impedimentos judiciais, policiais e administrativos que
digam respeito a crianças e adolescentes
Art. 140. São impedidos de servir no a que se atribua autoria de ato infracional.
mesmo Conselho marido e mulher,
ascendentes e descendentes, sogro e Parágrafo único. Qualquer notícia a
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante respeito do fato não poderá identificar a
o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou criança ou adolescente, vedando-se
madrasta e enteado. fotografia, referência a nome, apelido,
filiação, parentesco, residência e,
Parágrafo único. Estende-se o inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
impedimento do conselheiro, na forma
deste artigo, em relação à autoridade Art. 144. A expedição de cópia ou certidão
judiciária e ao representante do Ministério de atos a que se refere o artigo anterior
Público com atuação na Justiça da somente será deferida pela autoridade
Infância e da Juventude, em exercício na judiciária competente, se demonstrado o
comarca, foro regional ou distrital. interesse e justificada a finalidade.

Título VI Capítulo II

Do Acesso à Justiça Da Justiça da Infância e da Juventude

Capítulo I Seção I

Disposições Gerais Disposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda Art. 145. Os estados e o Distrito Federal
criança ou adolescente à Defensoria poderão criar varas especializadas e
Pública, ao Ministério Público e ao Poder exclusivas da infância e da juventude,
Judiciário, por qualquer de seus órgãos. cabendo ao Poder Judiciário estabelecer
sua proporcionalidade por número de
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
prestada aos que dela necessitarem, dispor sobre o atendimento, inclusive em
através de defensor público ou advogado plantões.
nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da
Justiça da Infância e da Juventude são
isentas de custas e emolumentos,
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Seção II V-conhecer de ações decorrentes de
Do Juiz irregularidades em entidades de
atendimento, aplicando as medidas
Art. 146. A autoridade a que se refere esta cabíveis;
Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou
o juiz que exerce essa função, na forma VI-aplicar penalidades administrativas nos
da lei de organização judiciária local. casos de infrações contra norma de
proteção à criança ou adolescente;
Art.147. A competência será determinada:
VII-conhecer de casos encaminhados
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; pelo Conselho Tutelar, aplicando as
II - pelo lugar onde se encontre a criança medidas cabíveis.
ou adolescente, à falta dos pais ou Parágrafo único. Quando se tratar de
responsável. criança ou adolescente nas hipóteses do
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será art. 98, é também competente a Justiça da
competente a autoridade do lugar da ação Infância e da Juventude para o fim de:
ou omissão, observadas as regras de a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
conexão, continência e prevenção.
b) conhecer de ações de destituição
§ 2º A execução das medidas poderá ser do pátrio poder poder familiar , perda ou
delegada à autoridade competente da modificação da tutela ou guarda;
residência dos pais ou responsável, ou do
local onde sediar-se a entidade que c) suprir a capacidade ou o
abrigar a criança ou adolescente. consentimento para o casamento;

§ 3º Em caso de infração cometida através d) conhecer de pedidos baseados em


de transmissão simultânea de rádio ou discordância paterna ou materna, em
televisão, que atinja mais de uma relação ao exercício do pátrio poder poder
comarca, será competente, para familiar ;
aplicação da penalidade, a autoridade e) conceder a emancipação, nos termos
judiciária do local da sede estadual da da lei civil, quando faltarem os pais;
emissora ou rede, tendo a sentença
eficácia para todas as transmissoras ou f) designar curador especial em casos de
retransmissoras do respectivo estado. apresentação de queixa ou
representação, ou de outros
Art. 148. A Justiça da Infância e da procedimentos judiciais ou extrajudiciais
Juventude é competente para: em que haja interesses de criança ou
I-conhecer de representações promovidas adolescente;
pelo Ministério Público, para apuração de g) conhecer de ações de alimentos;
ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis; h) determinar o cancelamento, a
retificação e o suprimento dos registros de
II-conceder a remissão, como forma de nascimento e óbito.
suspensão ou extinção do processo;
Art. 149. Compete à autoridade judiciária
III-conhecer de pedidos de adoção e seus disciplinar, através de portaria, ou
incidentes; autorizar, mediante alvará:
IV-conhecer de ações civis fundadas em I - a entrada e permanência de criança ou
interesses individuais, difusos ou coletivos adolescente, desacompanhado dos pais
afetos à criança e ao adolescente, ou responsável, em:
observado o disposto no art. 209;
a) estádio, ginásio e campo desportivo;

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b) bailes ou promoções dançantes; autoridade judiciária, assegurada a livre
manifestação do ponto de vista técnico.
c) boate ou congêneres;
Parágrafo único. Na ausência ou
d) casa que explore comercialmente
insuficiência de servidores públicos
diversões eletrônicas;
integrantes do Poder Judiciário
e) estúdios cinematográficos, de teatro, responsáveis pela realização dos estudos
rádio e televisão. psicossociais ou de quaisquer outras
espécies de avaliações técnicas exigidas
II - a participação de criança e adolescente por esta Lei ou por determinação judicial,
em: a autoridade judiciária poderá proceder à
a) espetáculos públicos e seus ensaios; nomeação de perito, nos termos do art.
156 da Lei no 13.105, de 16 de março de
b) certames de beleza. 2015 (Código de Processo Civil) .
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, Capítulo III
a autoridade judiciária levará em conta,
dentre outros fatores: Dos Procedimentos

a) os princípios desta Lei; Seção I

b) as peculiaridades locais; Disposições Gerais

c) a existência de instalações adequadas; Art. 152. Aos procedimentos regulados


nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as
d) o tipo de freqüência habitual ao local; normas gerais previstas na legislação
processual pertinente.
e) a adequação do ambiente a eventual
participação ou freqüência de crianças e §1º É assegurada, sob pena de
adolescentes; responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e
f) a natureza do espetáculo.
procedimentos previstos nesta Lei, assim
§2ºAs medidas adotadas na conformidade como na execução dos atos e diligências
deste artigo deverão ser fundamentadas, judiciais a eles referentes.
caso a caso, vedadas as determinações
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e
de caráter geral.
aplicáveis aos seus procedimentos são
Seção III contados em dias corridos, excluído o dia
Dos Serviços Auxiliares do começo e incluído o dia do vencimento,
vedado o prazo em dobro para a Fazenda
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na Pública e o Ministério Público.
elaboração de sua proposta orçamentária,
prever recursos para manutenção de Art. 153. Se a medida judicial a ser
equipe interprofissional, destinada a adotada não corresponder a
assessorar a Justiça da Infância e da procedimento previsto nesta ou em outra
Juventude. lei, a autoridade judiciária poderá
investigar os fatos e ordenar de ofício as
Art. 151. Compete à equipe providências necessárias, ouvido o
interprofissional dentre outras atribuições Ministério Público.
que lhe forem reservadas pela legislação
local, fornecer subsídios por escrito, Parágrafo único. O disposto neste artigo
mediante laudos, ou verbalmente, na não se aplica para o fim de afastamento
audiência, e bem assim desenvolver da criança ou do adolescente de sua
trabalhos de aconselhamento, orientação, família de origem e em outros
encaminhamento, prevenção e outros, procedimentos necessariamente
tudo sob a imediata subordinação à contenciosos.
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Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no §2oEm sendo os pais oriundos de
art. 214. comunidades indígenas, é ainda
obrigatória a intervenção, junto à equipe
Seção II
interprofissional ou multidisciplinar
Da Perda e da Suspensão do Pátrio referida no § 1 o deste artigo, de
Poder Poder Familiar representantes do órgão federal
responsável pela política indigenista,
Art. 155. O procedimento para a perda ou observado o disposto no § 6 o do art. 28
a suspensão do pátrio poder poder desta Lei.
familiar terá início por provocação do Art. 158. O requerido será citado para, no
Ministério Público ou de quem tenha prazo de dez dias, oferecer resposta
legítimo interesse. escrita, indicando as provas a serem
Art. 156. A petição inicial indicará: produzidas e oferecendo desde logo o rol
de testemunhas e documentos.
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
§1o A citação será pessoal, salvo se
II - o nome, o estado civil, a profissão e a esgotados todos os meios para sua
residência do requerente e do requerido, realização.
dispensada a qualificação em se tratando
de pedido formulado por representante do §2o O requerido privado de liberdade
Ministério Público; deverá ser citado pessoalmente.

III - a exposição sumária do fato e o §3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial


pedido; de justiça houver procurado o citando em
seu domicílio ou residência sem o
IV - as provas que serão produzidas, encontrar, deverá, havendo suspeita de
oferecendo, desde logo, o rol de ocultação, informar qualquer pessoa da
testemunhas e documentos. família ou, em sua falta, qualquer vizinho
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a do dia útil em que voltará a fim de efetuar
autoridade judiciária, ouvido o Ministério a citação, na hora que designar, nos
Público, decretar a suspensão do pátrio termos do art. 252 e seguintes da Lei
poder poder familiar , liminar ou n o 13.105, de 16 de março de 2015
incidentalmente, até o julgamento (Código de Processo Civil)
definitivo da causa, ficando a criança ou § 4 o Na hipótese de os genitores
adolescente confiado a pessoa idônea, encontrarem-se em local incerto ou não
mediante termo de responsabilidade. sabido, serão citados por edital no prazo
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 10 (dez) dias, em publicação única,
de 2009) Vigência dispensado o envio de ofícios para a
§1oRecebida a petição inicial, a autoridade localização.
judiciária determinará, Art. 159. Se o requerido não tiver
concomitantemente ao despacho de possibilidade de constituir advogado, sem
citação e independentemente de prejuízo do próprio sustento e de sua
requerimento do interessado, a realização família, poderá requerer, em cartório, que
de estudo social ou perícia por equipe lhe seja nomeado dativo, ao qual
interprofissional ou multidisciplinar para incumbirá a apresentação de resposta,
comprovar a presença de uma das causas contando-se o prazo a partir da intimação
de suspensão ou destituição do poder do despacho de nomeação.
familiar, ressalvado o disposto no § 10 do
art. 101 desta Lei, e observada a Parágrafo único. Na hipótese de
requerido privado de liberdade, o oficial de
justiça deverá perguntar, no momento da
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citação pessoal, se deseja que lhe seja desde logo, audiência de instrução e
nomeado defensor. julgamento.
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade § 2 o Na audiência, presentes as partes e
judiciária requisitará de qualquer o Ministério Público, serão ouvidas as
repartição ou órgão público a testemunhas, colhendo-se oralmente o
apresentação de documento que parecer técnico, salvo quando
interesse à causa, de ofício ou a apresentado por escrito, manifestando-se
requerimento das partes ou do Ministério sucessivamente o requerente, o requerido
Público. e o Ministério Público, pelo tempo de 20
(vinte) minutos cada um, prorrogável por
Art. 161. Se não for contestado o pedido
mais 10 (dez) minutos.
e tiver sido concluído o estudo social ou a
perícia realizada por equipe §3oA decisão será proferida na audiência,
interprofissional ou multidisciplinar, a podendo a autoridade judiciária,
autoridade judiciária dará vista dos autos excepcionalmente, designar data para sua
ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
salvo quando este for o requerente, e
§4oQuando o procedimento de destituição
decidirá em igual prazo.
de poder familiar for iniciado pelo
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a Ministério Público, não haverá
requerimento das partes ou do Ministério necessidade de nomeação de curador
Público, determinará a oitiva de especial em favor da criança ou
testemunhas que comprovem a presença adolescente.
de uma das causas de suspensão ou
Art. 163. O prazo máximo para conclusão
destituição do poder familiar previstas
do procedimento será de 120 (cento e
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406,
vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ,
notória inviabilidade de manutenção do
ou no art. 24 desta Lei.
poder familiar, dirigir esforços para
§ 3 o Se o pedido importar em modificação preparar a criança ou o adolescente com
de guarda, será obrigatória, desde que vistas à colocação em família substituta.
possível e razoável, a oitiva da criança ou
Parágrafo único. A sentença que decretar
adolescente, respeitado seu estágio de
a perda ou a suspensão do poder familiar
desenvolvimento e grau de compreensão
será averbada à margem do registro de
sobre as implicações da medida.
nascimento da criança ou do adolescente.
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais
Seção III
sempre que eles forem identificados e
estiverem em local conhecido, Da Destituição da Tutela
ressalvados os casos de não Art. 164. Na destituição da tutela,
comparecimento perante a Justiça observar-se-á o procedimento para a
quando devidamente citados. remoção de tutor previsto na lei
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem processual civil e, no que couber, o
privados de liberdade, a autoridade disposto na seção anterior.
judicial requisitará sua apresentação para Seção IV
a oitiva.
Da Colocação em Família Substituta
Art. 162. Apresentada a resposta, a
autoridade judiciária dará vista dos autos Art. 165. São requisitos para a concessão
ao Ministério Público, por cinco dias, salvo de pedidos de colocação em família
quando este for o requerente, designando, substituta:

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I - qualificação completa do requerente e adoção, sobre a irrevogabilidade da
de seu eventual cônjuge, ou companheiro, medida.
com expressa anuência deste;
§3o São garantidos a livre manifestação de
II - indicação de eventual parentesco do vontade dos detentores do poder familiar
requerente e de seu cônjuge, ou e o direito ao sigilo das informações.
companheiro, com a criança ou
§4o O consentimento prestado por escrito
adolescente, especificando se tem ou não
não terá validade se não for ratificado na
parente vivo;
audiência a que se refere o § 1 o deste
III - qualificação completa da criança ou artigo.
adolescente e de seus pais, se
§5o O consentimento é retratável até a
conhecidos;
data da realização da audiência
IV - indicação do cartório onde foi inscrito especificada no § 1 o deste artigo, e os
nascimento, anexando, se possível, uma pais podem exercer o arrependimento no
cópia da respectiva certidão; prazo de 10 (dez) dias, contado da data de
prolação da sentença de extinção do
V - declaração sobre a existência de bens,
poder familiar.
direitos ou rendimentos relativos à criança
ou ao adolescente. §6 o O consentimento somente terá valor
se for dado após o nascimento da criança.
Parágrafo único. Em se tratando de
adoção, observar-se-ão também os § 7 o A família natural e a família substituta
requisitos específicos. receberão a devida orientação por
intermédio de equipe técnica
Art. 166. Se os pais forem falecidos,
interprofissional a serviço da Justiça da
tiverem sido destituídos ou suspensos do
Infância e da Juventude,
poder familiar, ou houverem aderido
preferencialmente com apoio dos técnicos
expressamente ao pedido de colocação
responsáveis pela execução da política
em família substituta, este poderá ser
municipal de garantia do direito à
formulado diretamente em cartório, em
convivência familiar.
petição assinada pelos próprios
requerentes, dispensada a assistência de Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício
advogado. ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a
§1o Na hipótese de concordância dos pais,
realização de estudo social ou, se
o juiz:
possível, perícia por equipe
I-na presença do Ministério Público, ouvirá interprofissional, decidindo sobre a
as partes, devidamente assistidas por concessão de guarda provisória, bem
advogado ou por defensor público, para como, no caso de adoção, sobre o estágio
verificar sua concordância com a adoção, de convivência.
no prazo máximo de 10 (dez) dias,
Parágrafo único. Deferida a concessão da
contado da data do protocolo da petição
guarda provisória ou do estágio de
ou da entrega da criança em juízo,
convivência, a criança ou o adolescente
tomando por termo as declarações; e
será entregue ao interessado, mediante
II-declarará a extinção do poder familiar. termo de responsabilidade.
§2oO consentimento dos titulares do poder Art. 168. Apresentado o relatório social ou
familiar será precedido de orientações e o laudo pericial, e ouvida, sempre que
esclarecimentos prestados pela equipe possível, a criança ou o adolescente, dar-
interprofissional da Justiça da Infância e se-á vista dos autos ao Ministério Público,
da Juventude, em especial, no caso de pelo prazo de cinco dias, decidindo a
autoridade judiciária em igual prazo.
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Art. 169. Nas hipóteses em que a grave ameaça a pessoa, a autoridade
destituição da tutela, a perda ou a policial, sem prejuízo do disposto nos arts.
suspensão do pátrio poder poder 106, parágrafo único, e 107, deverá:
familiar constituir pressuposto lógico da
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as
medida principal de colocação em família
testemunhas e o adolescente;
substituta, será observado o
procedimento contraditório previsto nas II - apreender o produto e os instrumentos
Seções II e III deste Capítulo. (Expressão da infração;
substituída pela Lei nº 12.010, de
III - requisitar os exames ou perícias
2009) Vigência
necessários à comprovação da
Parágrafo único. A perda ou a modificação materialidade e autoria da infração.
da guarda poderá ser decretada nos
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de
mesmos autos do procedimento,
flagrante, a lavratura do auto poderá ser
observado o disposto no art. 35.
substituída por boletim de ocorrência
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, circunstanciada.
observar-se-á o disposto no art. 32, e,
Art. 174. Comparecendo qualquer dos
quanto à adoção, o contido no art. 47.
pais ou responsável, o adolescente será
Parágrafo único. A colocação de criança prontamente liberado pela autoridade
ou adolescente sob a guarda de pessoa policial, sob termo de compromisso e
inscrita em programa de acolhimento responsabilidade de sua apresentação ao
familiar será comunicada pela autoridade representante do Ministério Público, no
judiciária à entidade por este responsável mesmo dia ou, sendo impossível, no
no prazo máximo de 5 (cinco) primeiro dia útil imediato, exceto quando,
dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de pela gravidade do ato infracional e sua
2009) Vigência repercussão social, deva o adolescente
Seção V
permanecer sob internação para garantia
de sua segurança pessoal ou manutenção
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído da ordem pública.
a Adolescente
Art. 175. Em caso de não liberação, a
Art. 171. O adolescente apreendido por autoridade policial encaminhará, desde
força de ordem judicial será, desde logo, logo, o adolescente ao representante do
encaminhado à autoridade judiciária. Ministério Público, juntamente com cópia
Art. 172. O adolescente apreendido em do auto de apreensão ou boletim de
flagrante de ato infracional será, desde ocorrência.
logo, encaminhado à autoridade policial § 1º Sendo impossível a apresentação
competente. imediata, a autoridade policial
Parágrafo único. Havendo repartição encaminhará o adolescente à entidade de
policial especializada para atendimento de atendimento, que fará a apresentação ao
adolescente e em se tratando de ato representante do Ministério Público no
infracional praticado em co-autoria com prazo de vinte e quatro horas.
maior, prevalecerá a atribuição da § 2º Nas localidades onde não houver
repartição especializada, que, após as entidade de atendimento, a apresentação
providências necessárias e conforme o far-se-á pela autoridade policial. À falta de
caso, encaminhará o adulto à repartição repartição policial especializada, o
policial própria. adolescente aguardará a apresentação
Art. 173. Em caso de flagrante de ato em dependência separada da destinada a
infracional cometido mediante violência ou maiores, não podendo, em qualquer

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hipótese, exceder o prazo referido no Art. 181. Promovido o arquivamento dos
parágrafo anterior. autos ou concedida a remissão pelo
representante do Ministério Público,
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a
mediante termo fundamentado, que
autoridade policial encaminhará
conterá o resumo dos fatos, os autos
imediatamente ao representante do
serão conclusos à autoridade judiciária
Ministério Público cópia do auto de
para homologação.
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a
Art. 177. Se, afastada a hipótese de
remissão, a autoridade judiciária
flagrante, houver indícios de participação
determinará, conforme o caso, o
de adolescente na prática de ato
cumprimento da medida.
infracional, a autoridade policial
encaminhará ao representante do § 2º Discordando, a autoridade judiciária
Ministério Público relatório das fará remessa dos autos ao Procurador-
investigações e demais documentos. Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá
Art. 178. O adolescente a quem se atribua
representação, designará outro membro
autoria de ato infracional não poderá ser
do Ministério Público para apresentá-la,
conduzido ou transportado em
ou ratificará o arquivamento ou a
compartimento fechado de veículo
remissão, que só então estará a
policial, em condições atentatórias à sua
autoridade judiciária obrigada a
dignidade, ou que impliquem risco à sua
homologar.
integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade. Art. 182. Se, por qualquer razão, o
representante do Ministério Público não
Art. 179. Apresentado o adolescente, o
promover o arquivamento ou conceder a
representante do Ministério Público, no
remissão, oferecerá representação à
mesmo dia e à vista do auto de
autoridade judiciária, propondo a
apreensão, boletim de ocorrência ou
instauração de procedimento para
relatório policial, devidamente autuados
aplicação da medida sócio-educativa que
pelo cartório judicial e com informação
se afigurar a mais adequada.
sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua § 1º A representação será oferecida por
oitiva e, em sendo possível, de seus pais petição, que conterá o breve resumo dos
ou responsável, vítima e testemunhas. fatos e a classificação do ato infracional e,
quando necessário, o rol de testemunhas,
Parágrafo único. Em caso de não
podendo ser deduzida oralmente, em
apresentação, o representante do
sessão diária instalada pela autoridade
Ministério Público notificará os pais ou
judiciária.
responsável para apresentação do
adolescente, podendo requisitar o § 2º A representação independe de prova
concurso das polícias civil e militar. pré-constituída da autoria e materialidade.
Art. 180. Adotadas as providências a que Art. 183. O prazo máximo e improrrogável
alude o artigo anterior, o representante do para a conclusão do procedimento,
Ministério Público poderá: estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco
I - promover o arquivamento dos autos;
dias.
II - conceder a remissão;
Art. 184. Oferecida a representação, a
III - representar à autoridade judiciária autoridade judiciária designará audiência
para aplicação de medida sócio- de apresentação do adolescente,
educativa. decidindo, desde logo, sobre a decretação
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ou manutenção da internação, observado colocação em regime de semi-liberdade, a
o disposto no art. 108 e parágrafo. autoridade judiciária, verificando que o
adolescente não possui advogado
§ 1º O adolescente e seus pais ou
constituído, nomeará defensor,
responsável serão cientificados do teor da
designando, desde logo, audiência em
representação, e notificados a
continuação, podendo determinar a
comparecer à audiência, acompanhados
realização de diligências e estudo do
de advogado.
caso.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem
§ 3º O advogado constituído ou o defensor
localizados, a autoridade judiciária dará
nomeado, no prazo de três dias contado
curador especial ao adolescente.
da audiência de apresentação, oferecerá
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, defesa prévia e rol de testemunhas.
a autoridade judiciária expedirá mandado
§ 4º Na audiência em continuação,
de busca e apreensão, determinando o
ouvidas as testemunhas arroladas na
sobrestamento do feito, até a efetiva
representação e na defesa prévia,
apresentação.
cumpridas as diligências e juntado o
§ 4º Estando o adolescente internado, relatório da equipe interprofissional, será
será requisitada a sua apresentação, sem dada a palavra ao representante do
prejuízo da notificação dos pais ou Ministério Público e ao defensor,
responsável. sucessivamente, pelo tempo de vinte
minutos para cada um, prorrogável por
Art. 185. A internação, decretada ou mais dez, a critério da autoridade
mantida pela autoridade judiciária, não judiciária, que em seguida proferirá
poderá ser cumprida em estabelecimento decisão.
prisional.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com notificado, não comparecer,
as características definidas no art. 123, o
injustificadamente à audiência de
adolescente deverá ser imediatamente apresentação, a autoridade judiciária
transferido para a localidade mais designará nova data, determinando sua
próxima. condução coercitiva.
§2ºSendo impossível a pronta Art. 188. A remissão, como forma de
transferência, o adolescente aguardará extinção ou suspensão do processo,
sua remoção em repartição policial, desde poderá ser aplicada em qualquer fase do
que em seção isolada dos adultos e com procedimento, antes da sentença.
instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, Art. 189. A autoridade judiciária não
sob pena de responsabilidade. aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
Art. 186. Comparecendo o adolescente,
seus pais ou responsável, a autoridade I - estar provada a inexistência do fato;
judiciária procederá à oitiva dos mesmos,
II - não haver prova da existência do fato;
podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. III - não constituir o fato ato infracional;
§1º Se a autoridade judiciária entender IV - não existir prova de ter o adolescente
adequada a remissão, ouvirá o concorrido para o ato infracional.
representante do Ministério Público,
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo,
proferindo decisão.
estando o adolescente internado, será
§2º Sendo o fato grave, passível de imediatamente colocado em liberdade.
aplicação de medida de internação ou
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Art. 190. A intimação da sentença que § 1 º A autoridade judicial e o Ministério
aplicar medida de internação ou regime de Público poderão requisitar relatórios
semi-liberdade será feita: parciais da operação de infiltração antes
do término do prazo de que trata o inciso
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II do § 1 º deste artigo.
II - quando não for encontrado o
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I
adolescente, a seus pais ou responsável,
do § 1 º deste artigo, consideram-se:
sem prejuízo do defensor.
I–dados de conexão: informações
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a
referentes a hora, data, início, término,
intimação far-se-á unicamente na pessoa
duração, endereço de Protocolo de
do defensor.
Internet (IP) utilizado e terminal de origem
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do da conexão;
adolescente, deverá este manifestar se
II–dados cadastrais: informações
deseja ou não recorrer da sentença.
referentes a nome e endereço de
Seção V-A assinante ou de usuário registrado ou
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a autenticado para a conexão a quem
Investigação de Crimes contra a endereço de IP, identificação de usuário
Dignidade Sexual de Criança e de ou código de acesso tenha sido atribuído
Adolescente” no momento da conexão.
Art. 190-A. A infiltração de agentes de § 3 º A infiltração de agentes de polícia na
polícia na internet com o fim de investigar internet não será admitida se a prova
os crimes previstos nos arts. puder ser obtida por outros meios.
240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D
desta Lei e nos arts. 154-A , 217- Art. 190-B. As informações da operação
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº de infiltração serão encaminhadas
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código diretamente ao juiz responsável pela
Penal) , obedecerá às seguintes regras: autorização da medida, que zelará por seu
sigilo.
I – será precedida de autorização judicial
devidamente circunstanciada e Parágrafo único. Antes da conclusão da
fundamentada, que estabelecerá os operação, o acesso aos autos será
limites da infiltração para obtenção de reservado ao juiz, ao Ministério Público e
prova, ouvido o Ministério Público; ao delegado de polícia responsável pela
operação, com o objetivo de garantir o
II – dar-se-á mediante requerimento do sigilo das investigações.
Ministério Público ou representação de
delegado de polícia e conterá a Art. 190-C. Não comete crime o policial
demonstração de sua necessidade, o que oculta a sua identidade para, por meio
alcance das tarefas dos policiais, os da internet, colher indícios de autoria e
nomes ou apelidos das pessoas materialidade dos crimes previstos
investigadas e, quando possível, os dados nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-
de conexão ou cadastrais que permitam a C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-
identificação dessas pessoas; A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
III – não poderá exceder o prazo de 90 de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei
(noventa) dias, sem prejuízo de eventuais nº 13.441, de 2017)
renovações, desde que o total não exceda
a 720 (setecentos e vinte) dias e seja Parágrafo único. O agente policial
demonstrada sua efetiva necessidade, a infiltrado que deixar de observar a estrita
critério da autoridade judicial. finalidade da investigação responderá
pelos excessos praticados.
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Art. 190-D. Os órgãos de registro e documentos e indicar as provas a
cadastro público poderão incluir nos produzir.
bancos de dados próprios, mediante
Art. 193. Apresentada ou não a resposta,
procedimento sigiloso e requisição da
e sendo necessário, a autoridade
autoridade judicial, as informações
judiciária designará audiência de
necessárias à efetividade da identidade
instrução e julgamento, intimando as
fictícia criada.
partes.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as
de que trata esta Seção será numerado e
partes e o Ministério Público terão cinco
tombado em livro específico.
dias para oferecer alegações finais,
Art. 190-E. Concluída a investigação, decidindo a autoridade judiciária em igual
todos os atos eletrônicos praticados prazo.
durante a operação deverão ser
§ 2º Em se tratando de afastamento
registrados, gravados, armazenados e
provisório ou definitivo de dirigente de
encaminhados ao juiz e ao Ministério
entidade governamental, a autoridade
Público, juntamente com relatório
judiciária oficiará à autoridade
circunstanciado.
administrativa imediatamente superior ao
Parágrafo único. Os atos eletrônicos afastado, marcando prazo para a
registrados citados no caput deste artigo substituição.
serão reunidos em autos apartados e
§ 3º Antes de aplicar qualquer das
apensados ao processo criminal
medidas, a autoridade judiciária poderá
juntamente com o inquérito policial,
fixar prazo para a remoção das
assegurando-se a preservação da
irregularidades verificadas. Satisfeitas as
identidade do agente policial infiltrado e a
exigências, o processo será extinto, sem
intimidade das crianças e dos
julgamento de mérito.
adolescentes envolvidos.
Seção VI
§ 4º A multa e a advertência serão
impostas ao dirigente da entidade ou
Da Apuração de Irregularidades em programa de atendimento.
Entidade de Atendimento
Seção VII
Art. 191. O procedimento de apuração de
irregularidades em entidade Da Apuração de Infração Administrativa
às Normas de Proteção à Criança e ao
governamental e não-governamental terá
Adolescente
início mediante portaria da autoridade
judiciária ou representação do Ministério Art. 194. O procedimento para imposição
Público ou do Conselho Tutelar, onde de penalidade administrativa por infração
conste, necessariamente, resumo dos às normas de proteção à criança e ao
fatos. adolescente terá início por representação
do Ministério Público, ou do Conselho
Parágrafo único. Havendo motivo grave,
Tutelar, ou auto de infração elaborado por
poderá a autoridade judiciária, ouvido o
servidor efetivo ou voluntário credenciado,
Ministério Público, decretar liminarmente
e assinado por duas testemunhas, se
o afastamento provisório do dirigente da
possível.
entidade, mediante decisão
fundamentada. § 1º No procedimento iniciado com o auto
de infração, poderão ser usadas fórmulas
Art. 192. O dirigente da entidade será
impressas, especificando-se a natureza e
citado para, no prazo de dez dias, oferecer
as circunstâncias da infração.
resposta escrita, podendo juntar

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§ 2º Sempre que possível, à verificação da III - cópias autenticadas de certidão de
infração seguir-se-á a lavratura do auto, nascimento ou casamento, ou declaração
certificando-se, em caso contrário, dos relativa ao período de união estável;
motivos do retardamento.
IV - cópias da cédula de identidade e
Art. 195. O requerido terá prazo de dez inscrição no Cadastro de Pessoas
dias para apresentação de defesa, Físicas;
contado da data da intimação, que será
V - comprovante de renda e domicílio;
feita:
VI - atestados de sanidade física e
I - pelo autuante, no próprio auto, quando
mental VII - certidão de antecedentes
este for lavrado na presença do requerido;
criminais;
II - por oficial de justiça ou funcionário
VIII - certidão negativa de distribuição
legalmente habilitado, que entregará
cível.
cópia do auto ou da representação ao
requerido, ou a seu representante legal, Art. 197-B. A autoridade judiciária, no
lavrando certidão; prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará
vista dos autos ao Ministério Público, que
III - por via postal, com aviso de
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal; I - apresentar quesitos a serem
respondidos pela equipe interprofissional
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se
encarregada de elaborar o estudo técnico
incerto ou não sabido o paradeiro do
a que se refere o art. 197-C desta Lei;
requerido ou de seu representante legal.
II - requerer a designação de audiência
Art. 196. Não sendo apresentada a
para oitiva dos postulantes em juízo e
defesa no prazo legal, a autoridade
testemunhas;
judiciária dará vista dos autos do
Ministério Público, por cinco dias, III - requerer a juntada de documentos
decidindo em igual prazo. complementares e a realização de outras
diligências que entender necessárias.
Art. 197. Apresentada a defesa, a
autoridade judiciária procederá na Art. 197-C. Intervirá no feito,
conformidade do artigo anterior, ou, sendo obrigatoriamente, equipe interprofissional
necessário, designará audiência de a serviço da Justiça da Infância e da
instrução e julgamento. Juventude, que deverá elaborar estudo
psicossocial, que conterá subsídios que
Parágrafo único. Colhida a prova oral,
permitam aferir a capacidade e o preparo
manifestar-se-ão sucessivamente o
dos postulantes para o exercício de uma
Ministério Público e o procurador do
paternidade ou maternidade responsável,
requerido, pelo tempo de vinte minutos
à luz dos requisitos e princípios desta Lei.
para cada um, prorrogável por mais dez, a
critério da autoridade judiciária, que em § 1 o É obrigatória a participação dos
seguida proferirá sentença. postulantes em programa oferecido pela
Seção VIII
Justiça da Infância e da Juventude,
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, municipal de garantia do direito à
domiciliados no Brasil, apresentarão convivência familiar e dos grupos de apoio
petição inicial na qual conste: à adoção devidamente habilitados perante
I - qualificação completa; a Justiça da Infância e da Juventude, que
inclua preparação psicológica, orientação
II - dados familiares; e estímulo à adoção inter-racial, de
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crianças ou de adolescentes com § 1 o A ordem cronológica das habilitações
deficiência, com doenças crônicas ou com somente poderá deixar de ser observada
necessidades específicas de saúde, e de pela autoridade judiciária nas hipóteses
grupos de irmãos. previstas no § 13 do art. 50 desta Lei,
quando comprovado ser essa a melhor
§2o Sempre que possível e recomendável,
solução no interesse do adotando.
a etapa obrigatória da preparação referida
no § 1 o deste artigo incluirá o contato com § 2 o A habilitação à adoção deverá ser
crianças e adolescentes em regime de renovada no mínimo trienalmente
acolhimento familiar ou institucional, a ser mediante avaliação por equipe
realizado sob orientação, supervisão e interprofissional.
avaliação da equipe técnica da Justiça da
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a
Infância e da Juventude e dos grupos de
uma nova adoção, será dispensável a
apoio à adoção, com apoio dos técnicos
renovação da habilitação, bastando a
responsáveis pelo programa de
avaliação por equipe interprofissional.
acolhimento familiar e institucional e pela
execução da política municipal de garantia § 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas,
do direito à convivência familiar. pelo habilitado, à adoção de crianças ou
adolescentes indicados dentro do perfil
§ 3 o É recomendável que as crianças e
escolhido, haverá reavaliação da
os adolescentes acolhidos
habilitação concedida.
institucionalmente ou por família
acolhedora sejam preparados por equipe § 5 o A desistência do pretendente em
interprofissional antes da inclusão em relação à guarda para fins de adoção ou a
família adotiva. devolução da criança ou do adolescente
depois do trânsito em julgado da sentença
Art. 197-D. Certificada nos autos a
de adoção importará na sua exclusão dos
conclusão da participação no programa
cadastros de adoção e na vedação de
referido no art. 197-C desta Lei, a
renovação da habilitação, salvo decisão
autoridade judiciária, no prazo de 48
judicial fundamentada, sem prejuízo das
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca
demais sanções previstas na legislação
das diligências requeridas pelo Ministério
vigente.
Público e determinará a juntada do estudo
psicossocial, designando, conforme o Art. 197-F. O prazo máximo para
caso, audiência de instrução e conclusão da habilitação à adoção será de
julgamento. 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por
igual período, mediante decisão
Parágrafo único. Caso não sejam
fundamentada da autoridade judiciária.
requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária Capítulo IV
determinará a juntada do estudo Dos Recursos
psicossocial, abrindo a seguir vista dos
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) Art. 198. Nos procedimentos afetos à
dias, decidindo em igual prazo. Justiça da Infância e da Juventude,
inclusive os relativos à execução das
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o medidas socioeducativas, adotar-se-á o
postulante será inscrito nos cadastros sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de
referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua janeiro de 1973 (Código de Processo
convocação para a adoção feita de acordo Civil) , com as seguintes adaptações:
com ordem cronológica de habilitação e
conforme a disponibilidade de crianças ou I - os recursos serão interpostos
adolescentes adotáveis. independentemente de preparo;

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II - em todos os recursos, salvo nos revisão e com parecer urgente do
embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público.
Ministério Público e para a defesa será
Art. 199-D. O relator deverá colocar o
sempre de 10 (dez) dias;
processo em mesa para julgamento no
III - os recursos terão preferência de prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
julgamento e dispensarão revisor; contado da sua conclusão.
VII - antes de determinar a remessa dos Parágrafo único. O Ministério Público será
autos à superior instância, no caso de intimado da data do julgamento e poderá
apelação, ou do instrumento, no caso de na sessão, se entender necessário,
agravo, a autoridade judiciária proferirá apresentar oralmente seu parecer.
despacho fundamentado, mantendo ou
Art. 199-E. O Ministério Público poderá
reformando a decisão, no prazo de cinco
requerer a instauração de procedimento
dias;
para apuração de responsabilidades se
VIII - mantida a decisão apelada ou constatar o descumprimento das
agravada, o escrivão remeterá os autos ou providências e do prazo previstos nos
o instrumento à superior instância dentro artigos anteriores.
de vinte e quatro horas,
Capítulo V
independentemente de novo pedido do
recorrente; se a reformar, a remessa dos Do Ministério Público
autos dependerá de pedido expresso da Art. 200. As funções do Ministério Público
parte interessada ou do Ministério Público, previstas nesta Lei serão exercidas nos
no prazo de cinco dias, contados da termos da respectiva lei orgânica.
intimação.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
Art. 199. Contra as decisões proferidas
com base no art. 149 caberá recurso de I - conceder a remissão como forma de
apelação. exclusão do processo;
Art. 199-A. A sentença que deferir a II - promover e acompanhar os
adoção produz efeito desde logo, embora procedimentos relativos às infrações
sujeita a apelação, que será recebida atribuídas a adolescentes;
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo
III - promover e acompanhar as ações de
se se tratar de adoção internacional ou se
alimentos e os procedimentos de
houver perigo de dano irreparável ou de
suspensão e destituição do pátrio
difícil reparação ao adotando.
poder poder familiar , nomeação e
Art. 199-B. A sentença que destituir remoção de tutores, curadores e
ambos ou qualquer dos genitores do guardiães, bem como oficiar em todos os
poder familiar fica sujeita a apelação, que demais procedimentos da competência da
deverá ser recebida apenas no efeito Justiça da Infância e da Juventude;
devolutivo.
IV - promover, de ofício ou por solicitação
Art. 199-C. Os recursos nos dos interessados, a especialização e a
procedimentos de adoção e de destituição inscrição de hipoteca legal e a prestação
de poder familiar, em face da relevância de contas dos tutores, curadores e
das questões, serão processados com quaisquer administradores de bens de
prioridade absoluta, devendo ser crianças e adolescentes nas hipóteses do
imediatamente distribuídos, ficando art. 98;
vedado que aguardem, em qualquer
V - promover o inquérito civil e a ação civil
situação, oportuna distribuição, e serão
pública para a proteção dos interesses
colocados em mesa para julgamento sem
individuais, difusos ou coletivos relativos à
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infância e à adolescência, inclusive os judiciais necessárias à remoção de
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da irregularidades porventura verificadas;
Constituição Federal ;
XII - requisitar força policial, bem como a
VI - instaurar procedimentos colaboração dos serviços médicos,
administrativos e, para instruí-los: hospitalares, educacionais e de
assistência social, públicos ou privados,
a) expedir notificações para colher
para o desempenho de suas atribuições.
depoimentos ou esclarecimentos e, em
caso de não comparecimento § 1º A legitimação do Ministério Público
injustificado, requisitar condução para as ações cíveis previstas neste artigo
coercitiva, inclusive pela polícia civil ou não impede a de terceiros, nas mesmas
militar; hipóteses, segundo dispuserem a
Constituição e esta Lei.
b) requisitar informações, exames,
perícias e documentos de autoridades § 2º As atribuições constantes deste artigo
municipais, estaduais e federais, da não excluem outras, desde que
administração direta ou indireta, bem compatíveis com a finalidade do Ministério
como promover inspeções e diligências Público.
investigatórias;
§ 3º O representante do Ministério
c) requisitar informações e documentos a Público, no exercício de suas funções,
particulares e instituições privadas; terá livre acesso a todo local onde se
encontre criança ou adolescente.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar
diligências investigatórias e determinar a § 4º O representante do Ministério Público
instauração de inquérito policial, para será responsável pelo uso indevido das
apuração de ilícitos ou infrações às informações e documentos que requisitar,
normas de proteção à infância e à nas hipóteses legais de sigilo.
juventude;
§ 5º Para o exercício da atribuição de que
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
direitos e garantias legais assegurados às representante do Ministério Público:
crianças e adolescentes, promovendo as
a) reduzir a termo as declarações do
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
reclamante, instaurando o competente
IX - impetrar mandado de segurança, de procedimento, sob sua presidência;
injunção e habeas corpus, em qualquer
b) entender-se diretamente com a pessoa
juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
ou autoridade reclamada, em dia, local e
interesses sociais e individuais
horário previamente notificados ou
indisponíveis afetos à criança e ao
acertados;
adolescente;
c) efetuar recomendações visando à
X - representar ao juízo visando à
melhoria dos serviços públicos e de
aplicação de penalidade por infrações
relevância pública afetos à criança e ao
cometidas contra as normas de proteção
adolescente, fixando prazo razoável para
à infância e à juventude, sem prejuízo da
sua perfeita adequação.
promoção da responsabilidade civil e
penal do infrator, quando cabível; Art. 202. Nos processos e procedimentos
em que não for parte, atuará
XI - inspecionar as entidades públicas e
obrigatoriamente o Ministério Público na
particulares de atendimento e os
defesa dos direitos e interesses de que
programas de que trata esta Lei, adotando
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista
de pronto as medidas administrativas ou
dos autos depois das partes, podendo

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juntar documentos e requerer diligências, Capítulo VII
usando os recursos cabíveis. Da Proteção Judicial dos Interesses
Art. 203. A intimação do Ministério Individuais, Difusos e Coletivos
Público, em qualquer caso, será feita Art. 208. Regem-se pelas disposições
pessoalmente. desta Lei as ações de responsabilidade
Art. 204. A falta de intervenção do por ofensa aos direitos assegurados à
Ministério Público acarreta a nulidade do criança e ao adolescente, referentes ao
feito, que será declarada de ofício pelo juiz não oferecimento ou oferta irregular:
ou a requerimento de qualquer I - do ensino obrigatório;
interessado.
II - de atendimento educacional
Art. 205. As manifestações processuais especializado aos portadores de
do representante do Ministério Público deficiência;
deverão ser fundamentadas.
III – de atendimento em creche e pré-
Capítulo VI escola às crianças de zero a cinco anos
Do Advogado de idade;
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus IV - de ensino noturno regular, adequado
pais ou responsável, e qualquer pessoa às condições do educando;
que tenha legítimo interesse na solução
V - de programas suplementares de oferta
da lide poderão intervir nos procedimentos
de material didático-escolar, transporte e
de que trata esta Lei, através de
assistência à saúde do educando do
advogado, o qual será intimado para todos
ensino fundamental;
os atos, pessoalmente ou por publicação
oficial, respeitado o segredo de justiça. VI - de serviço de assistência social
visando à proteção à família, à
Parágrafo único. Será prestada
maternidade, à infância e à adolescência,
assistência judiciária integral e gratuita
bem como ao amparo às crianças e
àqueles que dela necessitarem.
adolescentes que dele necessitem;
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se VII- de acesso às ações e serviços de
atribua a prática de ato infracional, ainda saúde;
que ausente ou foragido,
será processado sem defensor. VIII- de escolarização e profissionalização
dos adolescentes privados de liberdade.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor,
ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o IX - de ações, serviços e programas de
direito de, a todo tempo, constituir outro de orientação, apoio e promoção social de
sua preferência. famílias e destinados ao pleno exercício
do direito à convivência familiar por
§ 2º A ausência do defensor não crianças e adolescentes.
determinará o adiamento de nenhum ato
do processo, devendo o juiz nomear X - de programas de atendimento para a
substituto, ainda que provisoriamente, ou execução das medidas socioeducativas e
para o só efeito do ato. aplicação de medidas de proteção.
§ 3º Será dispensada a outorga de XI - de políticas e programas integrados
mandato, quando se tratar de defensor de atendimento à criança e ao
nomeado ou, sido constituído, tiver sido adolescente vítima ou testemunha de
indicado por ocasião de ato formal com a violência.
presença da autoridade judiciária.
§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo
não excluem da proteção judicial outros
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interesses individuais, difusos ou compromisso de ajustamento de sua
coletivos, próprios da infância e da conduta às exigências legais, o qual terá
adolescência, protegidos pela eficácia de título executivo extrajudicial.
Constituição e pela Lei
Art. 212. Para defesa dos direitos e
§ 2 o A investigação do desaparecimento interesses protegidos por esta Lei, são
de crianças ou adolescentes será admissíveis todas as espécies de ações
realizada imediatamente após notificação pertinentes.
aos órgãos competentes, que deverão
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste
comunicar o fato aos portos, aeroportos,
Capítulo as normas do Código de
Polícia Rodoviária e companhias de
Processo Civil.
transporte interestaduais e internacionais,
fornecendo-lhes todos os dados § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de
necessários à identificação do autoridade pública ou agente de pessoa
desaparecido. jurídica no exercício de atribuições do
poder público, que lesem direito líquido e
Art. 209. As ações previstas neste
certo previsto nesta Lei, caberá ação
Capítulo serão propostas no foro do local
mandamental, que se regerá pelas
onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
normas da lei do mandado de segurança.
omissão, cujo juízo terá competência
absoluta para processar a causa, Art. 213. Na ação que tenha por objeto o
ressalvadas a competência da Justiça cumprimento de obrigação de fazer ou
Federal e a competência originária dos não fazer, o juiz concederá a tutela
tribunais superiores. específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas
prático equivalente ao do adimplemento.
em interesses coletivos ou difusos,
consideram-se legitimados § 1º Sendo relevante o fundamento da
concorrentemente: demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao
I - o Ministério Público;
juiz conceder a tutela liminarmente ou
II - a União, os estados, os municípios, o após justificação prévia, citando o réu.
Distrito Federal e os territórios;
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do
III - as associações legalmente parágrafo anterior ou na sentença, impor
constituídas há pelo menos um ano e que multa diária ao réu, independentemente
incluam entre seus fins institucionais a de pedido do autor, se for suficiente ou
defesa dos interesses e direitos compatível com a obrigação, fixando
protegidos por esta Lei, dispensada a prazo razoável para o cumprimento do
autorização da assembléia, se houver preceito.
prévia autorização estatutária.
§ 3º A multa só será exigível do réu após
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo o trânsito em julgado da sentença
entre os Ministérios Públicos da União e favorável ao autor, mas será devida desde
dos estados na defesa dos interesses e o dia em que se houver configurado o
direitos de que cuida esta Lei. descumprimento.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono Art. 214. Os valores das multas reverterão
da ação por associação legitimada, o ao fundo gerido pelo Conselho dos
Ministério Público ou outro legitimado Direitos da Criança e do Adolescente do
poderá assumir a titularidade ativa. respectivo município.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados §1º As multas não recolhidas até trinta
poderão tomar dos interessados dias após o trânsito em julgado da decisão
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serão exigidas através de execução constituam objeto de ação civil, e
promovida pelo Ministério Público, nos indicando-lhe os elementos de convicção.
mesmos autos, facultada igual iniciativa
Art. 221. Se, no exercício de suas funções,
aos demais legitimados
os juízos e tribunais tiverem conhecimento
§2º Enquanto o fundo não for de fatos que possam ensejar a propositura
regulamentado, o dinheiro ficará de ação civil, remeterão peças ao
depositado em estabelecimento oficial de Ministério Público para as providências
crédito, em conta com correção cabíveis.
monetária.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito interessado poderá requerer às
suspensivo aos recursos, para evitar dano autoridades competentes as certidões e
irreparável à parte. informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 216. Transitada em julgado a
sentença que impuser condenação ao Art. 223. O Ministério Público poderá
poder público, o juiz determinará a instaurar, sob sua presidência, inquérito
remessa de peças à autoridade civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
competente, para apuração da organismo público ou particular, certidões,
responsabilidade civil e administrativa do informações, exames ou perícias, no
agente a que se atribua a ação ou prazo que assinalar, o qual não poderá ser
omissão. inferior a dez dias úteis.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do § 1º Se o órgão do Ministério Público,
trânsito em julgado da sentença esgotadas todas as diligências, se
condenatória sem que a associação convencer da inexistência de fundamento
autora lhe promova a execução, deverá para a propositura da ação cível,
fazê-lo o Ministério Público, facultada promoverá o arquivamento dos autos do
igual iniciativa aos demais legitimados. inquérito civil ou das peças informativas,
fazendo-o fundamentadamente.
Art. 218. O juiz condenará a associação
autora a pagar ao réu os honorários § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças
advocatícios arbitrados na conformidade de informação arquivados serão
do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 remetidos, sob pena de se incorrer em
de janeiro de 1973 (Código de Processo falta grave, no prazo de três dias, ao
Civil) , quando reconhecer que a Conselho Superior do Ministério Público.
pretensão é manifestamente infundada.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada
Parágrafo único. Em caso de litigância de a promoção de arquivamento, em sessão
má-fé, a associação autora e os diretores do Conselho Superior do Ministério
responsáveis pela propositura da ação público, poderão as associações
serão solidariamente condenados ao legitimadas apresentar razões escritas ou
décuplo das custas, sem prejuízo de documentos, que serão juntados aos
responsabilidade por perdas e danos. autos do inquérito ou anexados às peças
de informação.
Art. 219. Nas ações de que trata este
Capítulo, não haverá adiantamento de § 4º A promoção de arquivamento será
custas, emolumentos, honorários periciais submetida a exame e deliberação do
e quaisquer outras despesas. Conselho Superior do Ministério Público,
conforme dispuser o seu regimento.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o
servidor público deverá provocar a § 5º Deixando o Conselho Superior de
iniciativa do Ministério Público, prestando- homologar a promoção de arquivamento,
lhe informações sobre fatos que designará, desde logo, outro órgão do
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Ministério Público para o ajuizamento da constem as intercorrências do parto e do
ação. desenvolvimento do neonato:
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no Pena - detenção de seis meses a dois
que couber, as disposições da Lei n.º anos.
7.347, de 24 de julho de 1985 .
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Título VII
Pena - detenção de dois a seis meses, ou
Dos Crimes e Das Infrações multa.
Administrativas
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou
Capítulo I dirigente de estabelecimento de atenção à
Dos Crimes saúde de gestante de identificar
corretamente o neonato e a parturiente,
Seção I
por ocasião do parto, bem como deixar de
Disposições Gerais proceder aos exames referidos no art. 10
desta Lei:
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre
crimes praticados contra a criança e o Pena - detenção de seis meses a dois
adolescente, por ação ou omissão, sem anos.
prejuízo do disposto na legislação penal.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos
Pena - detenção de dois a seis meses, ou
nesta Lei as normas da Parte Geral do
multa.
Código Penal e, quanto ao processo, as
pertinentes ao Código de Processo Penal. Art. 230. Privar a criança ou o adolescente
de sua liberdade, procedendo à sua
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são
apreensão sem estar em flagrante de ato
de ação pública incondicionada.
infracional ou inexistindo ordem escrita da
Art. 227-A Os efeitos da condenação autoridade judiciária competente:
prevista no inciso I do caput do art. 92 do
Pena - detenção de seis meses a dois
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
anos.
de 1940 (Código Penal), para os crimes
previstos nesta Lei, praticados por Parágrafo único. Incide na mesma pena
servidores públicos com abuso de aquele que procede à apreensão sem
autoridade, são condicionados à observância das formalidades legais.
ocorrência de reincidência.
Art. 231. Deixar a autoridade policial
Parágrafo único. A perda do cargo, do responsável pela apreensão de criança ou
mandato ou da função, nesse caso, adolescente de fazer imediata
independerá da pena aplicada na comunicação à autoridade judiciária
reincidência. competente e à família do apreendido ou
Seção II à pessoa por ele indicada:

Dos Crimes em Espécie Pena - detenção de seis meses a dois


anos.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço
ou o dirigente de estabelecimento de Art. 232. Submeter criança ou
atenção à saúde de gestante de manter adolescente sob sua autoridade, guarda
registro das atividades desenvolvidas, na ou vigilância a vexame ou a
forma e prazo referidos no art. 10 desta constrangimento:
Lei, bem como de fornecer à parturiente Pena - detenção de seis meses a dois
ou a seu responsável, por ocasião da alta anos.
médica, declaração de nascimento, onde
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Art. 234. Deixar a autoridade competente, Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir,
sem justa causa, de ordenar a imediata fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
liberação de criança ou adolescente, tão meio, cena de sexo explícito ou
logo tenha conhecimento da ilegalidade pornográfica, envolvendo criança ou
da apreensão: adolescente: Pena – reclusão, de 4
(quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
Pena - detenção de seis meses a dois
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
anos.
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem
Art. 235. Descumprir, injustificadamente,
agencia, facilita, recruta, coage, ou de
prazo fixado nesta Lei em benefício de
qualquer modo intermedeia a participação
adolescente privado de liberdade:
de criança ou adolescente nas cenas
Pena - detenção de seis meses a dois referidas no caput deste artigo, ou ainda
anos. quem com esses contracena.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de § 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
autoridade judiciária, membro do se o agente comete o crime:
Conselho Tutelar ou representante do
I – no exercício de cargo ou função
Ministério Público no exercício de função
pública ou a pretexto de exercê-la;
prevista nesta Lei:
II – prevalecendo-se de relações
Pena - detenção de seis meses a dois
domésticas, de coabitação ou de
anos.
hospitalidade; ou
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente
III – prevalecendo-se de relações de
ao poder de quem o tem sob sua guarda
parentesco consangüíneo ou afim até o
em virtude de lei ou ordem judicial, com o
terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
fim de colocação em lar substituto:
curador, preceptor, empregador da vítima
Pena - reclusão de dois a seis anos, e ou de quem, a qualquer outro título, tenha
multa. autoridade sobre ela, ou com seu
consentimento.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de
filho ou pupilo a terceiro, mediante paga Art. 241. Vender ou expor à venda
ou recompensa: fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou
Pena - reclusão de um a quatro anos, e pornográfica envolvendo criança ou
multa. adolescente:
Parágrafo único. Incide nas mesmas Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
penas quem oferece ou efetiva a paga ou anos, e multa.
recompensa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar,
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação disponibilizar, transmitir, distribuir,
de ato destinado ao envio de criança ou publicar ou divulgar por qualquer meio,
adolescente para o exterior com inclusive por meio de sistema de
inobservância das formalidades legais ou informática ou telemático, fotografia, vídeo
com o fito de obter lucro: ou outro registro que contenha cena de
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e sexo explícito ou pornográfica envolvendo
multa. criança ou adolescente:
Parágrafo único. Se há emprego de Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
violência, grave ameaça ou fraude: anos, e multa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, § 1 o Nas mesmas penas incorre quem:
além da pena correspondente à violência.
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I – assegura os meios ou serviços para o autoridade policial, ao Ministério Público
armazenamento das fotografias, cenas ou ou ao Poder Judiciário.
imagens de que trata o caput deste artigo;
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste
II – assegura, por qualquer meio, o acesso artigo deverão manter sob sigilo o material
por rede de computadores às fotografias, ilícito referido.
cenas ou imagens de que trata
Art. 241-C. Simular a participação de
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
criança ou adolescente em cena de sexo
11.829, de 2008)
explícito ou pornográfica por meio de
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I adulteração, montagem ou modificação
e II do § 1 o deste artigo são puníveis de fotografia, vídeo ou qualquer outra
quando o responsável legal pela forma de representação visual:
prestação do serviço, oficialmente
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
notificado, deixa de desabilitar o acesso
e multa.
ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. Parágrafo único. Incorre nas mesmas
penas quem vende, expõe à venda,
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou
disponibiliza, distribui, publica ou divulga
armazenar, por qualquer meio, fotografia,
por qualquer meio, adquire, possui ou
vídeo ou outra forma de registro que
armazena o material produzido na forma
contenha cena de sexo explícito ou
do caput deste artigo.
pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou
constranger, por qualquer meio de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
comunicação, criança, com o fim de com
anos, e multa.
ela praticar ato libidinoso:
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
(dois terços) se de pequena quantidade o
e multa.
material a que se refere o caput deste
artigo. Parágrafo único. Nas mesmas penas
incorre quem
§ 2 o Não há crime se a posse ou o
armazenamento tem a finalidade de I – facilita ou induz o acesso à criança de
comunicar às autoridades competentes a material contendo cena de sexo explícito
ocorrência das condutas descritas nos ou pornográfica com o fim de com ela
arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, praticar ato libidinoso;
quando a comunicação for feita por:
II – pratica as condutas descritas
I – agente público no exercício de suas no caput deste artigo com o fim de induzir
funções; criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita.
II – membro de entidade, legalmente
constituída, que inclua, entre suas Art. 241-E. Para efeito dos crimes
finalidades institucionais, o recebimento, o previstos nesta Lei, a expressão “cena de
processamento e o encaminhamento de sexo explícito ou pornográfica”
notícia dos crimes referidos neste compreende qualquer situação que
parágrafo; envolva criança ou adolescente em
atividades sexuais explícitas, reais ou
III – representante legal e funcionários
simuladas, ou exibição dos órgãos
responsáveis de provedor de acesso ou
genitais de uma criança ou adolescente
serviço prestado por meio de rede de
para fins primordialmente sexuais.
computadores, até o recebimento do
material relativo à notícia feita à
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Art. 242. Vender, fornecer ainda que Art. 244-B. Corromper ou facilitar a
gratuitamente ou entregar, de qualquer corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
forma, a criança ou adolescente arma, com ele praticando infração penal ou
munição ou explosivo: induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. anos.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, § 1 o Incorre nas penas previstas
ministrar ou entregar, ainda que no caput deste artigo quem pratica as
gratuitamente, de qualquer forma, a condutas ali tipificadas utilizando-se de
criança ou a adolescente, bebida alcoólica quaisquer meios eletrônicos, inclusive
ou, sem justa causa, outros produtos cujos salas de bate-papo da internet.
componentes possam causar
§ 2 o As penas previstas no caput deste
dependência física ou psíquica:
artigo são aumentadas de um terço no
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) caso de a infração cometida ou induzida
anos, e multa, se o fato não constitui crime estar incluída no rol do art. 1 o da Lei
mais grave. n o 8.072, de 25 de julho de 1990 .
Art. 244. Vender, fornecer ainda que Capítulo II
gratuitamente ou entregar, de qualquer Das Infrações Administrativas
forma, a criança ou adolescente fogos de
estampido ou de artifício, exceto aqueles Art. 245. Deixar o médico, professor ou
que, pelo seu reduzido potencial, sejam responsável por estabelecimento de
incapazes de provocar qualquer dano atenção à saúde e de ensino fundamental,
físico em caso de utilização indevida: pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que
Pena - detenção de seis meses a dois tenha conhecimento, envolvendo suspeita
anos, e multa. ou confirmação de maus-tratos contra
Art. 244-A. Submeter criança ou criança ou adolescente:
adolescente, como tais definidos Pena - multa de três a vinte salários de
no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição referência, aplicando-se o dobro em caso
ou à exploração sexual: de reincidência.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e Art. 246. Impedir o responsável ou
multa, além da perda de bens e valores funcionário de entidade de atendimento o
utilizados na prática criminosa em favor do exercício dos direitos constantes nos
Fundo dos Direitos da Criança e do incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta
Adolescente da unidade da Federação Lei:
(Estado ou Distrito Federal) em que foi
cometido o crime, ressalvado o direito de Pena - multa de três a vinte salários de
terceiro de boa-fé. referência, aplicando-se o dobro em caso
de reincidência.
§1oIncorrem nas mesmas penas o
proprietário, o gerente ou o responsável Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente,
pelo local em que se verifique a sem autorização devida, por qualquer
submissão de criança ou adolescente às meio de comunicação, nome, ato ou
práticas referidas no caput deste artigo. documento de procedimento policial,
administrativo ou judicial relativo a criança
§2oConstitui efeito obrigatório da ou adolescente a que se atribua ato
condenação a cassação da licença de infracional:
localização e de funcionamento do
estabelecimento.
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Pena - multa de três a vinte salários de Art. 251. Transportar criança ou
referência, aplicando-se o dobro em caso adolescente, por qualquer meio, com
de reincidência. inobservância do disposto nos arts. 83, 84
e 85 desta Lei:
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe,
total ou parcialmente, fotografia de criança Pena - multa de três a vinte salários de
ou adolescente envolvido em ato referência, aplicando-se o dobro em caso
infracional, ou qualquer ilustração que lhe de reincidência.
diga respeito ou se refira a atos que lhe
Art. 252. Deixar o responsável por
sejam atribuídos, de forma a permitir sua
diversão ou espetáculo público de afixar,
identificação, direta ou indiretamente.
em lugar visível e de fácil acesso, à
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de entrada do local de exibição, informação
imprensa ou emissora de rádio ou destacada sobre a natureza da diversão
televisão, além da pena prevista neste ou espetáculo e a faixa etária especificada
artigo, a autoridade judiciária poderá no certificado de classificação:
determinar a apreensão da publicação ou
Pena - multa de três a vinte salários de
a suspensão da programação da
referência, aplicando-se o dobro em caso
emissora até por dois dias, bem como da
de reincidência.
publicação do periódico até por dois
números. (Expressão declarada Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes
inconstitucional pela ADIN 869). ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de
Art. 249. Descumprir, dolosa ou
idade a que não se recomendem:
culposamente, os deveres inerentes
ao pátrio poder poder familiar ou Pena - multa de três a vinte salários de
decorrente de tutela ou guarda, bem referência, duplicada em caso de
assim determinação da autoridade reincidência, aplicável, separadamente, à
judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão casa de espetáculo e aos órgãos de
substituída pela Lei nº 12.010, de divulgação ou publicidade.
2009) Vigência
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou
Pena - multa de três a vinte salários de televisão, espetáculo em horário diverso
referência, aplicando-se o dobro em caso do autorizado ou sem aviso de sua
de reincidência. classificação:
Art. 250. Hospedar criança ou Pena - multa de vinte a cem salários de
adolescente desacompanhado dos pais referência; duplicada em caso de
ou responsável, ou sem autorização reincidência a autoridade judiciária poderá
escrita desses ou da autoridade judiciária, determinar a suspensão da programação
em hotel, pensão, motel ou congênere: da emissora por até dois dias.
Pena – multa. Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra
ou congênere classificado pelo órgão
§ 1 º Em caso de reincidência, sem
competente como inadequado às crianças
prejuízo da pena de multa, a autoridade
ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
judiciária poderá determinar o fechamento
do estabelecimento por até 15 (quinze) Pena - multa de vinte a cem salários de
dias. referência; na reincidência, a autoridade
poderá determinar a suspensão do
§ 2 º Se comprovada a reincidência em
espetáculo ou o fechamento do
período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento por até quinze dias.
estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada. Art. 256. Vender ou locar a criança ou
adolescente fita de programação em
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vídeo, em desacordo com a classificação interessada em entregar seu filho para
atribuída pelo órgão competente: adoção:
Pena - multa de três a vinte salários de Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
referência; em caso de reincidência, a R$ 3.000,00 (três mil reais).
autoridade judiciária poderá determinar o
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
fechamento do estabelecimento por até
o funcionário de programa oficial ou
quinze dias.
comunitário destinado à garantia do direito
Art. 257. Descumprir obrigação constante à convivência familiar que deixa de efetuar
dos arts. 78 e 79 desta Lei: a comunicação referida no caput deste
artigo.
Pena - multa de três a vinte salários de
referência, duplicando-se a pena em caso Art. 258-C. Descumprir a proibição
de reincidência, sem prejuízo de estabelecida no inciso II do art. 81:
apreensão da revista ou publicação.
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil
Art. 258. Deixar o responsável pelo reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);
estabelecimento ou o empresário de
Medida Administrativa - interdição do
observar o que dispõe esta Lei sobre o
estabelecimento comercial até o
acesso de criança ou adolescente aos
recolhimento da multa aplicada.
locais de diversão, ou sobre sua
participação no espetáculo: Disposições Finais e Transitórias
Pena - multa de três a vinte salários de Art. 259. A União, no prazo de noventa
referência; em caso de reincidência, a dias contados da publicação deste
autoridade judiciária poderá determinar o Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
fechamento do estabelecimento por até sobre a criação ou adaptação de seus
quinze dias. órgãos às diretrizes da política de
atendimento fixadas no art. 88 e ao que
Art. 258-A. Deixar a autoridade
estabelece o Título V do Livro II.
competente de providenciar a instalação e
operacionalização dos cadastros Parágrafo único. Compete aos estados e
previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 municípios promoverem a adaptação de
desta Lei: seus órgãos e programas às diretrizes e
princípios estabelecidos nesta Lei.
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
R$ 3.000,00 (três mil reais). Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar
doações aos Fundos dos Direitos da
Parágrafo único. Incorre nas mesmas
Criança e do Adolescente nacional,
penas a autoridade que deixa de efetuar o
distrital, estaduais ou municipais,
cadastramento de crianças e de
devidamente comprovadas, sendo essas
adolescentes em condições de serem
integralmente deduzidas do imposto de
adotadas, de pessoas ou casais
renda, obedecidos os seguintes limites:
habilitados à adoção e de crianças e
adolescentes em regime de acolhimento I - 1% (um por cento) do imposto sobre a
institucional ou familiar. renda devido apurado pelas pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro
real; e
ou dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de efetuar II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a
imediato encaminhamento à autoridade renda apurado pelas pessoas físicas na
judiciária de caso de que tenha Declaração de Ajuste Anual, observado o
conhecimento de mãe ou gestante disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10

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de dezembro de 1997 . (Redação dada inciso II do caput do art. 260 diretamente
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) em sua Declaração de Ajuste Anual.
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a § 1 o A doação de que trata
serem atendidas com os recursos o caput poderá ser deduzida até os
captados pelos fundos nacional, estaduais seguintes percentuais aplicados sobre o
e municipais dos direitos da criança e do imposto apurado na declaração:
adolescente, serão consideradas as
III - 3% (três por cento) a partir do
disposições do Plano Nacional de
exercício de 2012.
Promoção, Proteção e Defesa do Direito
de Crianças e Adolescentes à § 2 o A dedução de que trata o caput :
Convivência Familiar e Comunitária e as
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por
do Plano Nacional pela Primeira Infância.
cento) do imposto sobre a renda apurado
§ 2 o Os conselhos nacional, estaduais e na declaração de que trata o inciso II
municipais dos direitos da criança e do do caput do art. 260;
adolescente fixarão critérios de utilização,
II - não se aplica à pessoa física que:
por meio de planos de aplicação, das
dotações subsidiadas e demais receitas, a) utilizar o desconto simplificado;
aplicando necessariamente percentual
para incentivo ao acolhimento, sob a b) apresentar declaração em formulário;
forma de guarda, de crianças e ou
adolescentes e para programas de c) entregar a declaração fora do prazo;
atenção integral à primeira infância em
áreas de maior carência socioeconômica III - só se aplica às doações em espécie;
e em situações de calamidade. e

§ 3º O Departamento da Receita Federal, IV - não exclui ou reduz outros benefícios


do Ministério da Economia, Fazenda e ou deduções em vigor.
Planejamento, regulamentará a § 3 o O pagamento da doação deve ser
comprovação das doações feitas aos efetuado até a data de vencimento da
fundos, nos termos deste artigo. primeira quota ou quota única do imposto,
§ 4º O Ministério Público determinará em observadas instruções específicas da
cada comarca a forma de fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
aplicação, pelo Fundo Municipal dos § 4 o O não pagamento da doação no
Direitos da Criança e do Adolescente, dos prazo estabelecido no § 3 o implica a glosa
incentivos fiscais referidos neste artigo. definitiva desta parcela de dedução,
§ 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. ficando a pessoa física obrigada ao
3 o da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de recolhimento da diferença de imposto
1995 , a dedução de que trata o inciso I devido apurado na Declaração de Ajuste
do caput : Anual com os acréscimos legais previstos
na legislação.
I - será considerada isoladamente, não se
submetendo a limite em conjunto com § 5 o A pessoa física poderá deduzir do
outras deduções do imposto; e imposto apurado na Declaração de Ajuste
Anual as doações feitas, no respectivo
II - não poderá ser computada como ano-calendário, aos fundos controlados
despesa operacional na apuração do lucro pelos Conselhos dos Direitos da Criança e
real. do Adolescente municipais, distrital,
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, estaduais e nacional concomitantemente
ano-calendário de 2009, a pessoa física com a opção de que trata o caput ,
poderá optar pela doação de que trata o
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respeitado o limite previsto no inciso II do dos bens, mediante descrição em campo
art. 260. próprio ou em relação anexa ao
comprovante, informando também se
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso
houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e
I do art. 260 poderá ser deduzida:
endereço dos avaliadores.
I - do imposto devido no trimestre, para as
Art. 260-E. Na hipótese da doação em
pessoas jurídicas que apuram o imposto
bens, o doador deverá:
trimestralmente; e
I - comprovar a propriedade dos bens,
II - do imposto devido mensalmente e no
mediante documentação hábil;
ajuste anual, para as pessoas jurídicas
que apuram o imposto anualmente. II - baixar os bens doados na declaração
de bens e direitos, quando se tratar de
Parágrafo único. A doação deverá ser
pessoa física, e na escrituração, no caso
efetuada dentro do período a que se refere
de pessoa jurídica; e
a apuração do imposto.
III - considerar como valor dos bens
Art. 260-C. As doações de que trata o art.
doados:
260 desta Lei podem ser efetuadas em
espécie ou em bens. a) para as pessoas físicas, o valor
constante da última declaração do
Parágrafo único. As doações efetuadas
imposto de renda, desde que não exceda
em espécie devem ser depositadas em
o valor de mercado;
conta específica, em instituição financeira
pública, vinculadas aos respectivos b) para as pessoas jurídicas, o valor
fundos de que trata o art. 260. contábil dos bens.
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela Parágrafo único. O preço obtido em caso
administração das contas dos Fundos dos de leilão não será considerado na
Direitos da Criança e do Adolescente determinação do valor dos bens doados,
nacional, estaduais, distrital e municipais exceto se o leilão for determinado por
devem emitir recibo em favor do doador, autoridade judiciária.
assinado por pessoa competente e pelo
Art. 260-F. Os documentos a que se
presidente do Conselho correspondente,
referem os arts. 260-D e 260-E devem ser
especificando:
mantidos pelo contribuinte por um prazo
I - número de ordem; de 5 (cinco) anos para fins de
comprovação da dedução perante a
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa
Receita Federal do Brasil.
Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas
administração das contas dos Fundos dos
Físicas (CPF) do doador;
Direitos da Criança e do Adolescente
IV - data da doação e valor efetivamente nacional, estaduais, distrital e municipais
recebido; e devem:
V - ano-calendário a que se refere a I - manter conta bancária específica
doação. destinada exclusivamente a gerir os
recursos do Fundo;
§ 1 o O comprovante de que trata
o caput deste artigo pode ser emitido II - manter controle das doações
anualmente, desde que discrimine os recebidas; e
valores doados mês a mês.
III - informar anualmente à Secretaria da
o
§ 2 No caso de doação em bens, o Receita Federal do Brasil as doações
comprovante deve conter a identificação
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recebidas mês a mês, identificando os proposta pelo Ministério Público, que
seguintes dados por doador: poderá atuar de ofício, a requerimento ou
representação de qualquer cidadão.
a) nome, CNPJ ou CPF;
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos
b) valor doado, especificando se a
Humanos da Presidência da República
doação foi em espécie ou em bens.
(SDH/PR) encaminhará à Secretaria da
Art. 260-H. Em caso de descumprimento Receita Federal do Brasil, até 31 de
das obrigações previstas no art. 260-G, a outubro de cada ano, arquivo eletrônico
Secretaria da Receita Federal do Brasil contendo a relação atualizada dos Fundos
dará conhecimento do fato ao Ministério dos Direitos da Criança e do Adolescente
Público. nacional, distrital, estaduais e municipais,
com a indicação dos respectivos números
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da de inscrição no CNPJ e das contas
Criança e do Adolescente nacional, bancárias específicas mantidas em
estaduais, distrital e municipais divulgarão
instituições financeiras públicas,
amplamente à comunidade: destinadas exclusivamente a gerir os
I - o calendário de suas reuniões; recursos dos Fundos.
II - as ações prioritárias para aplicação Art. 260-L. A Secretaria da Receita
das políticas de atendimento à criança e Federal do Brasil expedirá as instruções
ao adolescente; necessárias à aplicação do disposto nos
arts. 260 a 260-K.
III - os requisitos para a apresentação de
projetos a serem beneficiados com Art. 261. A falta dos conselhos municipais
recursos dos Fundos dos Direitos da dos direitos da criança e do adolescente,
Criança e do Adolescente nacional, os registros, inscrições e alterações a que
estaduais, distrital ou municipais; se referem os arts. 90, parágrafo único, e
91 desta Lei serão efetuados perante a
IV - a relação dos projetos aprovados em autoridade judiciária da comarca a que
cada ano-calendário e o valor dos pertencer a entidade.
recursos previstos para implementação
das ações, por projeto; Parágrafo único. A União fica autorizada a
repassar aos estados e municípios, e os
V - o total dos recursos recebidos e a estados aos municípios, os recursos
respectiva destinação, por projeto referentes aos programas e atividades
atendido, inclusive com cadastramento na previstos nesta Lei, tão logo estejam
base de dados do Sistema de Informações criados os conselhos dos direitos da
sobre a Infância e a Adolescência; e criança e do adolescente nos seus
VI - a avaliação dos resultados dos respectivos níveis.
projetos beneficiados com recursos dos Art. 262. Enquanto não instalados os
Fundos dos Direitos da Criança e do Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
Adolescente nacional, estaduais, distrital conferidas serão exercidas pela
e municipais. autoridade judiciária.
Art. 260-J. O Ministério Público Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de
determinará, em cada Comarca, a forma dezembro de 1940 (Código Penal), passa
de fiscalização da aplicação dos a vigorar com as seguintes alterações:
incentivos fiscais referidos no art. 260
desta Lei. 1) Art. 121
............................................................
Parágrafo único. O descumprimento do
disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará § 4º No homicídio culposo, a pena é
os infratores a responder por ação judicial aumentada de um terço, se o crime resulta
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de inobservância de regra técnica de ou indireta, inclusive fundações instituídas
profissão, arte ou ofício, ou se o agente e mantidas pelo poder público federal
deixa de prestar imediato socorro à vítima, promoverão edição popular do texto
não procura diminuir as conseqüências do integral deste Estatuto, que será posto à
seu ato, ou foge para evitar prisão em disposição das escolas e das entidades de
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a atendimento e de defesa dos direitos da
pena é aumentada de um terço, se o crime criança e do adolescente.
é praticado contra pessoa menor de
Art. 265-A. O poder público fará
catorze anos.
periodicamente ampla divulgação dos
2) Art. 129 direitos da criança e do adolescente nos
............................................................... meios de comunicação social.
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se Parágrafo único. A divulgação a que se
ocorrer qualquer das hipóteses do art. refere o caput será veiculada em
121, § 4º. linguagem clara, compreensível e
adequada a crianças e adolescentes,
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto
especialmente às crianças com idade
no § 5º do art. 121.
inferior a 6 (seis) anos.
3) Art.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa
136............................................................
dias após sua publicação.
.....
Parágrafo único. Durante o período de
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o
vacância deverão ser promovidas
crime é praticado contra pessoa menor de
atividades e campanhas de divulgação e
catorze anos.
esclarecimentos acerca do disposto nesta
4) Art. 213 Lei.
..................................................................
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513,
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de
de catorze anos: 1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da
5) Art. Independência e 102º da República.
214............................................................
....... LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL
Parágrafo único. Se o ofendido é menor DE 1997.
de catorze anos:
Define os crimes de tortura e dá outras
Pena - reclusão de três a nove anos.» providências.
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
31 de dezembro de 1973 , fica acrescido saber que o Congresso Nacional decreta
do seguinte item: e eu sanciono a seguinte Lei:
"Art. 102 Art. 1º Constitui crime de tortura:
..................................................................
.. I - constranger alguém com emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. sofrimento físico ou mental:
"
a) com o fim de obter informação,
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais declaração ou confissão da vítima ou de
gráficas da União, da administração direta terceira pessoa;
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b) para provocar ação ou omissão de Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se
natureza criminosa; ainda quando o crime não tenha sido
cometido em território nacional, sendo a
c) em razão de discriminação racial ou
vítima brasileira ou encontrando-se o
religiosa;
agente em local sob jurisdição brasileira.
II - submeter alguém, sob sua guarda,
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de
poder ou autoridade, com emprego de
sua publicação.
violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº
de aplicar castigo pessoal ou medida de 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
caráter preventivo. da Criança e do Adolescente.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da
Independência e 109º da República.
§ 1º Na mesma pena incorre quem
submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato LEI Nº 11.343, DE 23 DE
não previsto em lei ou não resultante de AGOSTO DE 2006
medida legal.
Institui o Sistema Nacional de Políticas
§ 2º Aquele que se omite em face dessas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
condutas, quando tinha o dever de evitá- prescreve medidas para prevenção do
las ou apurá-las, incorre na pena de uso indevido, atenção e reinserção social
detenção de um a quatro anos. de usuários e dependentes de drogas;
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza estabelece normas para repressão à
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão produção não autorizada e ao tráfico ilícito
de quatro a dez anos; se resulta morte, a de drogas; define crimes e dá outras
reclusão é de oito a dezesseis anos. providências.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço


um terço: saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
I - se o crime é cometido por agente
público; TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II – se o crime é cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional
adolescente ou maior de 60 (sessenta) de Políticas Públicas sobre Drogas -
anos; ' Sisnad; prescreve medidas para
prevenção do uso indevido, atenção e
III - se o crime é cometido mediante
reinserção social de usuários e
seqüestro.
dependentes de drogas; estabelece
§ 5º A condenação acarretará a perda do normas para repressão à produção não
cargo, função ou emprego público e a autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e
interdição para seu exercício pelo dobro define crimes.
do prazo da pena aplicada.
Parágrafo único. Para fins desta Lei,
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e consideram-se como drogas as
insuscetível de graça ou anistia. substâncias ou os produtos capazes de
causar dependência, assim especificados
§ 7º O condenado por crime previsto nesta
em lei ou relacionados em listas
Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
atualizadas periodicamente pelo Poder
cumprimento da pena em regime fechado.
Executivo da União.
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Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território CAPÍTULO I
nacional, as drogas, bem como o plantio, DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO
a cultura, a colheita e a exploração de SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
vegetais e substratos dos quais possam PÚBLICAS SOBRE DROGAS
ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização Art. 4º São princípios do Sisnad:
legal ou regulamentar, bem como o que I - o respeito aos direitos fundamentais da
estabelece a Convenção de Viena, das pessoa humana, especialmente quanto à
Nações Unidas, sobre Substâncias sua autonomia e à sua liberdade;
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de
plantas de uso estritamente ritualístico- II - o respeito à diversidade e às
religioso. especificidades populacionais existentes;

Parágrafo único. Pode a União autorizar o III - a promoção dos valores éticos,
plantio, a cultura e a colheita dos vegetais culturais e de cidadania do povo brasileiro,
referidos no caput deste artigo, reconhecendo-os como fatores de
exclusivamente para fins medicinais ou proteção para o uso indevido de drogas e
científicos, em local e prazo outros comportamentos correlacionados;
predeterminados, mediante fiscalização, IV - a promoção de consensos nacionais,
respeitadas as ressalvas de ampla participação social, para o
supramencionadas. estabelecimento dos fundamentos e
TÍTULO II estratégias do Sisnad;

DO SIS TEMA NACIONAL DE V - a promoção da responsabilidade


POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE compartilhada entre Estado e Sociedade,
DROGAS reconhecendo a importância da
participação social nas atividades do
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de Sisnad;
articular, integrar, organizar e coordenar
as atividades relacionadas com: VI - o reconhecimento da
intersetorialidade dos fatores
I - a prevenção do uso indevido, a atenção correlacionados com o uso indevido de
e a reinserção social de usuários e drogas, com a sua produção não
dependentes de drogas; autorizada e o seu tráfico ilícito;
II - a repressão da produção não VII - a integração das estratégias
autorizada e do tráfico ilícito de drogas. nacionais e internacionais de prevenção
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto do uso indevido, atenção e reinserção
ordenado de princípios, regras, critérios e social de usuários e dependentes de
recursos materiais e humanos que drogas e de repressão à sua produção
envolvem as políticas, planos, programas, não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
ações e projetos sobre drogas, incluindo- VIII - a articulação com os órgãos do
se nele, por adesão, os Sistemas de Ministério Público e dos Poderes
Políticas Públicas sobre Drogas dos Legislativo e Judiciário visando à
Estados, Distrito Federal e cooperação mútua nas atividades do
Municípios. Sisnad;
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com IX - a adoção de abordagem
o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o multidisciplinar que reconheça a
Sistema Único de Assistência Social - interdependência e a natureza
SUAS. complementar das atividades de
prevenção do uso indevido, atenção e

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reinserção social de usuários e em seu âmbito, nas esferas federal,
dependentes de drogas, repressão da distrital, estadual e municipal e se constitui
produção não autorizada e do tráfico ilícito matéria definida no regulamento desta
de drogas; Lei.
X - a observância do equilíbrio entre as Seção II
atividades de prevenção do uso indevido, Das Competências
atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e de repressão à Art. 8º-A. Compete à União:
sua produção não autorizada e ao seu I - formular e coordenar a execução da
tráfico ilícito, visando a garantir a Política Nacional sobre Drogas;
estabilidade e o bem-estar social;
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas
XI - a observância às orientações e sobre Drogas, em parceria com Estados,
normas emanadas do Conselho Nacional Distrito Federal, Municípios e a
Antidrogas - Conad. sociedade;
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes III - coordenar o Sisnad;
objetivos:
IV - estabelecer diretrizes sobre a
I - contribuir para a inclusão social do organização e funcionamento do Sisnad e
cidadão, visando a torná-lo menos suas normas de referência;
vulnerável a assumir comportamentos de
risco para o uso indevido de drogas, seu V - elaborar objetivos, ações estratégicas,
tráfico ilícito e outros comportamentos metas, prioridades, indicadores e definir
correlacionados; formas de financiamento e gestão das
políticas sobre drogas;
II - promover a construção e a socialização
do conhecimento sobre drogas no país; VIII - promover a integração das políticas
sobre drogas com os Estados, o Distrito
III - promover a integração entre as Federal e os Municípios;
políticas de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e IX - financiar, com Estados, Distrito
dependentes de drogas e de repressão à Federal e Municípios, a execução das
sua produção não autorizada e ao tráfico políticas sobre drogas, observadas as
ilícito e as políticas públicas setoriais dos obrigações dos integrantes do
órgãos do Poder Executivo da União, Sisnad;
Distrito Federal, Estados e Municípios;
X - estabelecer formas de colaboração
IV - assegurar as condições para a com Estados, Distrito Federal e
coordenação, a integração e a articulação Municípios para a execução das políticas
das atividades de que trata o art. 3º desta sobre drogas;
Lei.
XI - garantir publicidade de dados e
CAPÍTULO II informações sobre repasses de recursos
para financiamento das políticas sobre
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
PÚBLICAS SOBRE DROGAS drogas;

Seção I XII - sistematizar e divulgar os dados


estatísticos nacionais de prevenção,
Da Composição do Sistema Nacional de tratamento, acolhimento, reinserção social
Políticas Públicas sobre Drogas e econômica e repressão ao tráfico ilícito
Art. 7º A organização do Sisnad assegura de drogas;
a orientação central e a execução XIII - adotar medidas de enfretamento aos
descentralizada das atividades realizadas crimes transfronteiriços; e
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XIV - estabelecer uma política nacional de informações para apoio aos usuários ou
controle de fronteiras, visando a coibir o dependentes de drogas;
ingresso de drogas no País.
VIII - articular programas, ações e
CAPÍTULO II-A projetos de incentivo ao emprego, renda e
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS capacitação para o trabalho, com objetivo
SOBRE DROGAS de promover a inserção profissional da
pessoa que haja cumprido o plano
Seção I individual de atendimento nas fases de
Do Plano Nacional de Políticas sobre tratamento ou acolhimento;
Drogas
IX - promover formas coletivas de
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional organização para o trabalho, redes de
de Políticas sobre Drogas, dentre economia solidária e o cooperativismo,
outros: como forma de promover autonomia ao
usuário ou dependente de drogas egresso
I - promover a interdisciplinaridade e de tratamento ou acolhimento,
integração dos programas, ações, observando-se as especificidades
atividades e projetos dos órgãos e regionais;
entidades públicas e privadas nas áreas
de saúde, educação, trabalho, assistência X - propor a formulação de políticas
social, previdência social, habitação, públicas que conduzam à efetivação das
cultura, desporto e lazer, visando à diretrizes e princípios previstos no art.
prevenção do uso de drogas, atenção e 22;
reinserção social dos usuários ou
XI - articular as instâncias de saúde,
dependentes de drogas;
assistência social e de justiça no
II - viabilizar a ampla participação social enfrentamento ao abuso de drogas; e
na formulação, implementação e
XII - promover estudos e avaliação dos
avaliação das políticas sobre drogas;
resultados das políticas sobre drogas.
III - priorizar programas, ações,
§ 1º O plano de que trata o caput terá
atividades e projetos articulados com os
duração de 5 (cinco) anos a contar de sua
estabelecimentos de ensino, com a
aprovação.
sociedade e com a família para a
prevenção do uso de drogas; § 2º O poder público deverá dar a mais
ampla divulgação ao conteúdo do Plano
IV - ampliar as alternativas de inserção
Nacional de Políticas sobre Drogas.
social e econômica do usuário ou
dependente de drogas, promovendo Seção II
programas que priorizem a melhoria de Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
sua escolarização e a qualificação
profissional; Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre
drogas, constituídos por Estados, Distrito
V - promover o acesso do usuário ou Federal e Municípios, terão os seguintes
dependente de drogas a todos os serviços objetivos:
públicos;
I - auxiliar na elaboração de políticas
VI - estabelecer diretrizes para garantir a sobre drogas;
efetividade dos programas, ações e
projetos das políticas sobre drogas; II - colaborar com os órgãos
governamentais no planejamento e na
VII - fomentar a criação de serviço de execução das políticas sobre drogas,
atendimento telefônico com orientações e visando à efetividade das políticas sobre
drogas;
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III - propor a celebração de instrumentos TÍTULO III
de cooperação, visando à elaboração de DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO
programas, ações, atividades e projetos USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
voltados à prevenção, tratamento, REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E
acolhimento, reinserção social e DEPENDENTES DE DROGAS
econômica e repressão ao tráfico ilícito de
CAPÍTULO I
drogas;
DA PREVENÇÃO
IV - promover a realização de estudos,
com o objetivo de subsidiar o Seção I
planejamento das políticas sobre drogas; Das Diretrizes
V - propor políticas públicas que permitam Art. 18. Constituem atividades de
a integração e a participação do usuário prevenção do uso indevido de drogas,
ou dependente de drogas no processo para efeito desta Lei, aquelas
social, econômico, político e cultural no direcionadas para a redução dos fatores
respectivo ente federado; e de vulnerabilidade e risco e para a
VI - desenvolver outras atividades promoção e o fortalecimento dos fatores
relacionadas às políticas sobre drogas em de proteção.
consonância com o Sisnad e com os Art. 19. As atividades de prevenção do uso
respectivos planos. indevido de drogas devem observar os
Seção III seguintes princípios e diretrizes:
Dos Membros dos Conselhos de Políticas I - o reconhecimento do uso indevido de
sobre Drogas drogas como fator de interferência na
CAPÍTULO IV qualidade de vida do indivíduo e na sua
relação com a comunidade à qual
DO ACOMPANHAMENTO E DA pertence;
AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE
DROGAS II - a adoção de conceitos objetivos e de
fundamentação científica como forma de
Art. 16. As instituições com atuação nas orientar as ações dos serviços públicos
áreas da atenção à saúde e da assistência comunitários e privados e de evitar
social que atendam usuários ou preconceitos e estigmatização das
dependentes de drogas devem comunicar pessoas e dos serviços que as atendam;
ao órgão competente do respectivo
sistema municipal de saúde os casos III - o fortalecimento da autonomia e da
atendidos e os óbitos ocorridos, responsabilidade individual em relação ao
preservando a identidade das pessoas, uso indevido de drogas;
conforme orientações emanadas da IV - o compartilhamento de
União. responsabilidades e a colaboração mútua
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de com as instituições do setor privado e com
repressão ao tráfico ilícito de drogas os diversos segmentos sociais, incluindo
integrarão sistema de informações do usuários e dependentes de drogas e
Poder Executivo. respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas
diferenciadas e adequadas às
especificidades socioculturais das
diversas populações, bem como das
diferentes drogas utilizadas;

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VI - o reconhecimento do “não-uso”, do Seção II
“retardamento do uso” e da redução de Da Semana Nacional de Políticas Sobre
riscos como resultados desejáveis das Drogas
atividades de natureza preventiva, quando
da definição dos objetivos a serem Art. 19-A. Fica instituída a Semana
alcançados; Nacional de Políticas sobre Drogas,
comemorada anualmente, na quarta
VII - o tratamento especial dirigido às semana de junho.
parcelas mais vulneráveis da população,
levando em consideração as suas § 1º No período de que trata o caput ,
necessidades específicas; serão intensificadas as ações de:
VIII - a articulação entre os serviços e I - difusão de informações sobre os
organizações que atuam em atividades de problemas decorrentes do uso de drogas
prevenção do uso indevido de drogas e a II - promoção de eventos para o debate
rede de atenção a usuários e dependentes público sobre as políticas sobre
de drogas e respectivos familiares; drogas;
IX - o investimento em alternativas III - difusão de boas práticas de
esportivas, culturais, artísticas, prevenção, tratamento, acolhimento e
profissionais, entre outras, como forma de reinserção social e econômica de usuários
inclusão social e de melhoria da qualidade de drogas;
de vida;
IV - divulgação de iniciativas, ações e
X - o estabelecimento de políticas de campanhas de prevenção do uso indevido
formação continuada na área da de drogas;
prevenção do uso indevido de drogas para
profissionais de educação nos 3 (três) V - mobilização da comunidade para a
níveis de ensino; participação nas ações de prevenção e
enfrentamento às drogas;
XI - a implantação de projetos
pedagógicos de prevenção do uso VI - mobilização dos sistemas de ensino
indevido de drogas, nas instituições de previstos na Lei nº 9.394, de 20 de
ensino público e privado, alinhados às dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos Bases da Educação Nacional , na
conhecimentos relacionados a drogas; realização de atividades de prevenção ao
uso de drogas.
XII - a observância das orientações e
normas emanadas do Conad; CAPÍTULO II

XIII - o alinhamento às diretrizes dos DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE


órgãos de controle social de políticas REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS O U
DEPENDENTES DE DROGAS
setoriais específicas.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. As atividades de
prevenção do uso indevido de drogas DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO,
dirigidas à criança e ao adolescente TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE
deverão estar em consonância com as REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE
diretrizes emanadas pelo Conselho USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE
DROGAS
Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - Conanda. Seção I
Disposições Gerais
Art. 20. Constituem atividades de atenção
ao usuário e dependente de drogas e
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respectivos familiares, para efeito desta IX - observância do plano individual de
Lei, aquelas que visem à melhoria da atendimento na forma do art. 23-B desta
qualidade de vida e à redução dos riscos Lei;
e dos danos associados ao uso de drogas.
X - orientação adequada ao usuário ou
Art. 21. Constituem atividades de dependente de drogas quanto às
reinserção social do usuário ou do consequências lesivas do uso de drogas,
dependente de drogas e respectivos ainda que ocasional.
familiares, para efeito desta Lei, aquelas
Seção II
direcionadas para sua integração ou
reintegração em redes sociais. Da Educação na Reinserção Social e
Econômica
Art. 22. As atividades de atenção e as de
reinserção social do usuário e do Art. 22-A. As pessoas atendidas por
dependente de drogas e respectivos órgãos integrantes do Sisnad terão
familiares devem observar os seguintes atendimento nos programas de educação
princípios e diretrizes: profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e alfabetização.
I - respeito ao usuário e ao dependente de
drogas, independentemente de quaisquer Seção III
condições, observados os direitos Do Trabalho na Reinserção Social e
fundamentais da pessoa humana, os Econômica
princípios e diretrizes do Sistema Único de
Seção IV
Saúde e da Política Nacional de
Assistência Social; Do Tratamento do Usuário ou Dependente
de Drogas
II - a adoção de estratégias diferenciadas
de atenção e reinserção social do usuário Art. 23. As redes dos serviços de saúde da
e do dependente de drogas e respectivos União, dos Estados, do Distrito Federal,
familiares que considerem as suas dos Municípios desenvolverão programas
peculiaridades socioculturais; de atenção ao usuário e ao dependente de
drogas, respeitadas as diretrizes do
III - definição de projeto terapêutico Ministério da Saúde e os princípios
individualizado, orientado para a inclusão explicitados no art. 22 desta Lei,
social e para a redução de riscos e de obrigatória a previsão orçamentária
danos sociais e à saúde; adequada.
IV - atenção ao usuário ou dependente de Art. 23-A. O tratamento do usuário ou
drogas e aos respectivos familiares, dependente de drogas deverá ser
sempre que possível, de forma ordenado em uma rede de atenção à
multidisciplinar e por equipes saúde, com prioridade para as
multiprofissionais; modalidades de tratamento ambulatorial,
V - observância das orientações e normas incluindo excepcionalmente formas de
emanadas do Conad; internação em unidades de saúde e
hospitais gerais nos termos de normas
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos dispostas pela União e articuladas com os
de controle social de políticas setoriais serviços de assistência social e em etapas
específicas. que permitam:
VII - estímulo à capacitação técnica e I - articular a atenção com ações
profissional; preventivas que atinjam toda a
VIII - efetivação de políticas de reinserção população;
social voltadas à educação continuada e
ao trabalho;
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II - orientar-se por protocolos técnicos I - deverá ser precedida de declaração
predefinidos, baseados em evidências escrita da pessoa solicitante de que optou
científicas, oferecendo atendimento por este regime de tratamento;
individualizado ao usuário ou dependente
II - seu término dar-se-á por determinação
de drogas com abordagem preventiva e,
do médico responsável ou por solicitação
sempre que indicado, ambulatorial;
escrita da pessoa que deseja interromper
III - preparar para a reinserção social e o tratamento.
econômica, respeitando as habilidades e
§ 5º A internação involuntária:
projetos individuais por meio de
programas que articulem educação, I - deve ser realizada após a formalização
capacitação para o trabalho, esporte, da decisão por médico responsável;
cultura e acompanhamento
II - será indicada depois da avaliação
individualizado; e
sobre o tipo de droga utilizada, o padrão
IV - acompanhar os resultados pelo SUS, de uso e na hipótese comprovada da
Suas e Sisnad, de forma articulada. impossibilidade de utilização de outras
alternativas terapêuticas previstas na rede
§ 1º Caberá à União dispor sobre os
de atenção à saúde;
protocolos técnicos de tratamento, em
âmbito nacional. III - perdurará apenas pelo tempo
necessário à desintoxicação, no prazo
§ 2º A internação de dependentes de
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu
drogas somente será realizada em
término determinado pelo médico
unidades de saúde ou hospitais gerais,
responsável;
dotados de equipes multidisciplinares e
deverá ser obrigatoriamente autorizada IV - a família ou o representante legal
por médico devidamente registrado no poderá, a qualquer tempo, requerer ao
Conselho Regional de Medicina - CRM do médico a interrupção do tratamento.
Estado onde se localize o
§ 6º A internação, em qualquer de suas
estabelecimento no qual se dará a
modalidades, só será indicada quando os
internação.
recursos extra-hospitalares se mostrarem
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de insuficientes.
internação:
§ 7º Todas as internações e altas de que
I - internação voluntária: aquela que se dá trata esta Lei deverão ser informadas, em,
com o consentimento do dependente de no máximo, de 72 (setenta e duas) horas,
drogas; ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e a outros órgãos de fiscalização,
II - internação involuntária: aquela que se
por meio de sistema informatizado único,
dá, sem o consentimento do dependente,
na forma do regulamento desta Lei.
a pedido de familiar ou do responsável
legal ou, na absoluta falta deste, de § 8º É garantido o sigilo das informações
servidor público da área de saúde, da disponíveis no sistema referido no § 7º e o
assistência social ou dos órgãos públicos acesso será permitido apenas às pessoas
integrantes do Sisnad, com exceção de autorizadas a conhecê-las, sob pena de
servidores da área de segurança pública, responsabilidade.
que constate a existência de motivos que
§ 9º É vedada a realização de qualquer
justifiquem a medida.
modalidade de internação nas
§ 4º A internação voluntária: comunidades terapêuticas
acolhedoras.

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§ 10. O planejamento e a execução do I - os resultados da avaliação
projeto terapêutico individual deverão multidisciplinar;
observar, no que couber, o previsto na Lei
II - os objetivos declarados pelo
nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que
atendido;
dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos III - a previsão de suas atividades de
mentais e redireciona o modelo integração social ou capacitação
assistencial em saúde mental. profissional;
Seção V IV - atividades de integração e apoio à
Do Plano Individual de Atendimento família;

Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou V - formas de participação da família para


dependente de drogas na rede de atenção efetivo cumprimento do plano
à saúde dependerá de: individual;

I - avaliação prévia por equipe técnica VI - designação do projeto terapêutico


multidisciplinar e multissetorial; e mais adequado para o cumprimento do
previsto no plano; e
II - elaboração de um Plano Individual de
Atendimento - PIA. VII - as medidas específicas de atenção à
saúde do atendido.
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica
subsidiará a elaboração e execução do § 6º O PIA será elaborado no prazo de
projeto terapêutico individual a ser até 30 (trinta) dias da data do ingresso no
adotado, levantando no mínimo: atendimento.

I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; § 7º As informações produzidas na


e avaliação e as registradas no plano
individual de atendimento são
II - o risco à saúde física e mental do consideradas sigilosas.
usuário ou dependente de drogas ou das
pessoas com as quais convive. Art. 24. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão
§ 3º O PIA deverá contemplar a conceder benefícios às instituições
participação dos familiares ou privadas que desenvolverem programas
responsáveis, os quais têm o dever de de reinserção no mercado de trabalho, do
contribuir com o processo, sendo esses, usuário e do dependente de drogas
no caso de crianças e adolescentes, encaminhados por órgão oficial.
passíveis de responsabilização civil,
administrativa e criminal, nos termos Art. 25. As instituições da sociedade civil,
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - sem fins lucrativos, com atuação nas
Estatuto da Criança e do áreas da atenção à saúde e da assistência
Adolescente . social, que atendam usuários ou
dependentes de drogas poderão receber
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado recursos do Funad, condicionados à sua
sob a responsabilidade da equipe técnica disponibilidade orçamentária e financeira.
do primeiro projeto terapêutico que
atender o usuário ou dependente de Art. 26. O usuário e o dependente de
drogas e será atualizado ao longo das drogas que, em razão da prática de
diversas fases do atendimento. infração penal, estiverem cumprindo pena
privativa de liberdade ou submetidos a
§ 5º Constarão do plano individual, no medida de segurança, têm garantidos os
mínimo: serviços de atenção à sua saúde,

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definidos pelo respectivo sistema cumulativamente, bem como substituídas
penitenciário. a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
Público e o defensor.
Seção VI
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo,
Do Acolhimento em Comunidade para consumo pessoal, drogas sem
Terapêutica Acolhedora autorização ou em desacordo com
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou determinação legal ou regulamentar será
dependente de drogas na comunidade submetido às seguintes penas:
terapêutica acolhedora caracteriza-se I - advertência sobre os efeitos das
por: drogas;
I - oferta de projetos terapêuticos ao II - prestação de serviços à comunidade;
usuário ou dependente de drogas que
visam à abstinência; III - medida educativa de comparecimento
a programa ou curso educativo.
II - adesão e permanência voluntária,
formalizadas por escrito, entendida como § 1º Às mesmas medidas submete-se
uma etapa transitória para a reinserção quem, para seu consumo pessoal,
social e econômica do usuário ou semeia, cultiva ou colhe plantas
dependente de drogas; destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto
III - ambiente residencial, propício à capaz de causar dependência física ou
formação de vínculos, com a convivência psíquica.
entre os pares, atividades práticas de
valor educativo e a promoção do § 2º Para determinar se a droga
desenvolvimento pessoal, vocacionada destinava-se a consumo pessoal, o juiz
para acolhimento ao usuário ou atenderá à natureza e à quantidade da
dependente de drogas em vulnerabilidade substância apreendida, ao local e às
social condições em que se desenvolveu a ação,
às circunstâncias sociais e pessoais, bem
IV - avaliação médica prévia; como à conduta e aos antecedentes do
V - elaboração de plano individual de agente.
atendimento na forma do art. 23-B desta § 3º As penas previstas nos incisos II e III
Lei; e do caput deste artigo serão aplicadas pelo
VI - vedação de isolamento físico do prazo máximo de 5 (cinco) meses.
usuário ou dependente de drogas. § 4º Em caso de reincidência, as penas
§ 1º Não são elegíveis para o previstas nos incisos II e III do caput deste
acolhimento as pessoas com artigo serão aplicadas pelo prazo máximo
comprometimentos biológicos e de 10 (dez) meses.
psicológicos de natureza grave que § 5º A prestação de serviços à
mereçam atenção médico-hospitalar comunidade será cumprida em programas
contínua ou de emergência, caso em que comunitários, entidades educacionais ou
deverão ser encaminhadas à rede de assistenciais, hospitais, estabelecimentos
saúde. congêneres, públicos ou privados sem fins
CAPÍTULO III lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do
DOS CRIMES E DAS PENAS consumo ou da recuperação de usuários
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo e dependentes de drogas.
poderão ser aplicadas isolada ou
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§ 6º Para garantia do cumprimento das drogas ou matéria-prima destinada à sua
medidas educativas a que se refere o preparação, observadas as demais
caput, nos incisos I, II e III, a que exigências legais.
injustificadamente se recuse o agente,
Art. 32. As plantações ilícitas serão
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente
imediatamente destruídas pelo delegado
a:
de polícia na forma do art. 50-A, que
I - admoestação verbal; recolherá quantidade suficiente para
exame pericial, de tudo lavrando auto de
II - multa.
levantamento das condições encontradas,
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público com a delimitação do local, asseguradas
que coloque à disposição do infrator, as medidas necessárias para a
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preservação da prova.
preferencialmente ambulatorial, para
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada
tratamento especializado.
para destruir a plantação, observar-se-á,
Art. 29. Na imposição da medida além das cautelas necessárias à proteção
educativa a que se refere o inciso II do § ao meio ambiente, o disposto no Decreto
6º do art. 28, o juiz, atendendo à nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
reprovabilidade da conduta, fixará o couber, dispensada a autorização prévia
número de dias-multa, em quantidade do órgão próprio do Sistema Nacional do
nunca inferior a 40 (quarenta) nem Meio Ambiente - Sisnama.
superior a 100 (cem), atribuindo depois a
§ 4º As glebas cultivadas com plantações
cada um, segundo a capacidade
ilícitas serão expropriadas, conforme o
econômica do agente, o valor de um trinta
disposto no art. 243 da Constituição
avos até 3 (três) vezes o valor do maior
Federal, de acordo com a legislação em
salário mínimo.
vigor.
Parágrafo único. Os valores decorrentes CAPÍTULO II
da imposição da multa a que se refere o §
6º do art. 28 serão creditados à conta do DOS CRIMES
Fundo Nacional Antidrogas. Art. 33. Importar, exportar, remeter,
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a preparar, produzir, fabricar, adquirir,
imposição e a execução das penas, vender, expor à venda, oferecer, ter em
observado, no tocante à interrupção do depósito, transportar, trazer consigo,
prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes guardar, prescrever, ministrar, entregar a
do Código Penal. consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em
TÍTULO IV desacordo com determinação legal ou
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO regulamentar:
AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
CAPÍTULO I 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 31. É indispensável a licença prévia I - importa, exporta, remete, produz,
da autoridade competente para produzir, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
extrair, fabricar, transformar, preparar, oferece, fornece, tem em depósito,
possuir, manter em depósito, importar, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
exportar, reexportar, remeter, transportar, que gratuitamente, sem autorização ou
expor, oferecer, vender, comprar, trocar, em desacordo com determinação legal ou
ceder ou adquirir, para qualquer fim,
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regulamentar, matéria-prima, insumo ou Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar,
produto químico destinado à preparação transportar, oferecer, vender, distribuir,
de drogas; entregar a qualquer título, possuir,
guardar ou fornecer, ainda que
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem
gratuitamente, maquinário, aparelho,
autorização ou em desacordo com
instrumento ou qualquer objeto destinado
determinação legal ou regulamentar, de
à fabricação, preparação, produção ou
plantas que se constituam em matéria-
transformação de drogas, sem
prima para a preparação de drogas;
autorização ou em desacordo com
III - utiliza local ou bem de qualquer determinação legal ou regulamentar:
natureza de que tem a propriedade,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez)
posse, administração, guarda ou
anos, e pagamento de 1.200 (mil e
vigilância, ou consente que outrem dele se
duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
utilize, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com Art. 35. Associarem-se duas ou mais
determinação legal ou regulamentar, para pessoas para o fim de praticar,
o tráfico ilícito de drogas. reiteradamente ou não, qualquer dos
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-
, e 34 desta Lei:
prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas, sem Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez)
autorização ou em desacordo com a anos, e pagamento de 700 (setecentos) a
determinação legal ou regulamentar, a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
agente policial disfarçado, quando
Parágrafo único. Nas mesmas penas do
presentes elementos probatórios
caput deste artigo incorre quem se
razoáveis de conduta criminal
associa para a prática reiterada do crime
preexistente. § 2º Induzir, instigar ou
definido no art. 36 desta Lei.
auxiliar alguém ao uso indevido de
droga: Art. 36. Financiar ou custear a prática de
qualquer dos crimes previstos nos arts.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos,
33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos)
dias-multa. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte)
anos, e pagamento de 1.500 (mil e
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-
objetivo de lucro, a pessoa de seu
multa.
relacionamento, para juntos a
consumirem: Art. 37. Colaborar, como informante, com
grupo, organização ou associação
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1
destinados à prática de qualquer dos
(um) ano, e pagamento de 700
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
, e 34 desta Lei:
dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
anos, e pagamento de 300 (trezentos) a
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no §
700 (setecentos) dias-multa.
1º deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois Art. 38. Prescrever ou ministrar,
terços, vedada a conversão em penas culposamente, drogas, sem que delas
restritivas de direitos , desde que o agente necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
seja primário, de bons antecedentes, não excessivas ou em desacordo com
se dedique às atividades criminosas nem determinação legal ou regulamentar:
integre organização criminosa.
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 de reinserção social, de unidades militares
(dois) anos, e pagamento de 50 ou policiais ou em transportes públicos;
(cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
IV - o crime tiver sido praticado com
Parágrafo único. O juiz comunicará a violência, grave ameaça, emprego de
condenação ao Conselho Federal da arma de fogo, ou qualquer processo de
categoria profissional a que pertença o intimidação difusa ou coletiva;
agente.
V - caracterizado o tráfico entre Estados
Art. 39. Conduzir embarcação ou da Federação ou entre estes e o Distrito
aeronave após o consumo de drogas, Federal;
expondo a dano potencial a incolumidade
VI - sua prática envolver ou visar a atingir
de outrem:
criança ou adolescente ou a quem tenha,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 por qualquer motivo, diminuída ou
(três) anos, além da apreensão do veículo, suprimida a capacidade de entendimento
cassação da habilitação respectiva ou e determinação;
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da
VII - o agente financiar ou custear a prática
pena privativa de liberdade aplicada, e
do crime.
pagamento de 200 (duzentos) a 400
(quatrocentos) dias-multa. Art. 41. O indiciado ou acusado que
colaborar voluntariamente com a
Parágrafo único. As penas de prisão e
investigação policial e o processo criminal
multa, aplicadas cumulativamente com as
na identificação dos demais co-autores ou
demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos
partícipes do crime e na recuperação total
e de 400 (quatrocentos) a 600
ou parcial do produto do crime, no caso de
(seiscentos) dias-multa, se o veículo
condenação, terá pena reduzida de um
referido no caput deste artigo for de
terço a dois terços.
transporte coletivo de passageiros.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas,
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a
considerará, com preponderância sobre o
37 desta Lei são aumentadas de um sexto
previsto no art. 59 do Código Penal, a
a dois terços, se:
natureza e a quantidade da substância ou
I - a natureza, a procedência da do produto, a personalidade e a conduta
substância ou do produto apreendido e as social do agente.
circunstâncias do fato evidenciarem a
Art. 43. Na fixação da multa a que se
transnacionalidade do delito;
referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz,
II - o agente praticar o crime atendendo ao que dispõe o art. 42 desta
prevalecendo-se de função pública ou no Lei, determinará o número de dias-multa,
desempenho de missão de educação, atribuindo a cada um, segundo as
poder familiar, guarda ou vigilância; condições econômicas dos acusados,
valor não inferior a um trinta avos nem
III - a infração tiver sido cometida nas
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-
dependências ou imediações de
mínimo.
estabelecimentos prisionais, de ensino ou
hospitalares, de sedes de entidades Parágrafo único. As multas, que em caso
estudantis, sociais, culturais, recreativas, de concurso de crimes serão impostas
esportivas, ou beneficentes, de locais de sempre cumulativamente, podem ser
trabalho coletivo, de recintos onde se aumentadas até o décuplo se, em virtude
realizem espetáculos ou diversões de da situação econômica do acusado,
qualquer natureza, de serviços de considerá-las o juiz ineficazes, ainda que
tratamento de dependentes de drogas ou aplicadas no máximo.

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Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, CAPÍTULO III
caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são DO PROCEDIMENTO PENAL
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
graça, indulto, anistia e liberdade Art. 48. O procedimento relativo aos
provisória, vedada a conversão de suas processos por crimes definidos neste
penas em restritivas de direitos. Título rege-se pelo disposto neste
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
Parágrafo único. Nos crimes previstos no as disposições do Código de Processo
caput deste artigo, dar-se-á o livramento Penal e da Lei de Execução Penal.
condicional após o cumprimento de dois
terços da pena, vedada sua concessão ao § 1º O agente de qualquer das condutas
reincidente específico. previstas no art. 28 desta Lei, salvo se
houver concurso com os crimes previstos
Art. 45. É isento de pena o agente que, em nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
razão da dependência, ou sob o efeito, processado e julgado na forma dos arts.
proveniente de caso fortuito ou força 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de
maior, de droga, era, ao tempo da ação ou setembro de 1995, que dispõe sobre os
da omissão, qualquer que tenha sido a Juizados Especiais Criminais.
infração penal praticada, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do § 2º Tratando-se da conduta prevista no
fato ou de determinar-se de acordo com art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em
esse entendimento. flagrante, devendo o autor do fato ser
imediatamente encaminhado ao juízo
Parágrafo único. Quando absolver o competente ou, na falta deste, assumir o
agente, reconhecendo, por força pericial, compromisso de a ele comparecer,
que este apresentava, à época do fato lavrando-se termo circunstanciado e
previsto neste artigo, as condições providenciando-se as requisições dos
referidas no caput deste artigo, poderá exames e perícias necessários.
determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico § 3º Se ausente a autoridade judicial, as
adequado. providências previstas no § 2º deste artigo
serão tomadas de imediato pela
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de autoridade policial, no local em que se
um terço a dois terços se, por força das encontrar, vedada a detenção do
circunstâncias previstas no art. 45 desta agente. (Vide ADIN 3807)
Lei, o agente não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena capacidade § 4º Concluídos os procedimentos de que
de entender o caráter ilícito do fato ou de trata o § 2º deste artigo, o agente será
determinar-se de acordo com esse submetido a exame de corpo de delito, se
entendimento. o requerer ou se a autoridade de polícia
judiciária entender conveniente, e em
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, seguida liberado.
com base em avaliação que ateste a
necessidade de encaminhamento do § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da
agente para tratamento, realizada por Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os
profissional de saúde com competência Juizados Especiais Criminais, o Ministério
específica na forma da lei, determinará Público poderá propor a aplicação
que a tal se proceda, observado o imediata de pena prevista no art. 28 desta
disposto no art. 26 desta Lei. Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas
tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
circunstâncias o recomendem, empregará
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os instrumentos protetivos de amostra necessária à realização do laudo
colaboradores e testemunhas previstos definitivo.
na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.
Art. 51. O inquérito policial será concluído
Seção I no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado
Da Investigação estiver preso, e de 90 (noventa) dias,
quando solto.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a
autoridade de polícia judiciária fará, Parágrafo único. Os prazos a que se
imediatamente, comunicação ao juiz refere este artigo podem ser duplicados
competente, remetendo-lhe cópia do auto pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
lavrado, do qual será dada vista ao órgão mediante pedido justificado da autoridade
do Ministério Público, em 24 (vinte e de polícia judiciária.
quatro) horas. Art. 52. Findos os prazos a que se refere
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
prisão em flagrante e estabelecimento da judiciária, remetendo os autos do inquérito
materialidade do delito, é suficiente o ao juízo:
laudo de constatação da natureza e I - relatará sumariamente as
quantidade da droga, firmado por perito circunstâncias do fato, justificando as
oficial ou, na falta deste, por pessoa razões que a levaram à classificação do
idônea. delito, indicando a quantidade e natureza
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que da substância ou do produto apreendido,
se refere o § 1º deste artigo não ficará o local e as condições em que se
impedido de participar da elaboração do desenvolveu a ação criminosa, as
laudo definitivo. circunstâncias da prisão, a conduta, a
qualificação e os antecedentes do agente;
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em ou
flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias,
certificará a regularidade formal do laudo II - requererá sua devolução para a
de constatação e determinará a realização de diligências necessárias.
destruição das drogas apreendidas, Parágrafo único. A remessa dos autos far-
guardando-se amostra necessária à se-á sem prejuízo de diligências
realização do laudo definitivo. complementares:
§ 4º A destruição das drogas será I - necessárias ou úteis à plena elucidação
executada pelo delegado de polícia do fato, cujo resultado deverá ser
competente no prazo de 15 (quinze) dias encaminhado ao juízo competente até 3
na presença do Ministério Público e da (três) dias antes da audiência de instrução
autoridade sanitária. e julgamento;
§ 5º O local será vistoriado antes e depois II - necessárias ou úteis à indicação dos
de efetivada a destruição das drogas bens, direitos e valores de que seja titular
referida no § 3º , sendo lavrado auto o agente, ou que figurem em seu nome,
circunstanciado pelo delegado de polícia, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
certificando-se neste a destruição total juízo competente até 3 (três) dias antes da
delas. audiência de instrução e julgamento.
Art. 50-A. A destruição das drogas Art. 53. Em qualquer fase da persecução
apreendidas sem a ocorrência de prisão criminal relativa aos crimes previstos
em flagrante será feita por incineração, no nesta Lei, são permitidos, além dos
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados previstos em lei, mediante autorização
da data da apreensão, guardando-se

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judicial e ouvido o Ministério Público, os § 2º As exceções serão processadas em
seguintes procedimentos investigatórios: apartado, nos termos dos arts. 95 a 113
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
I - a infiltração por agentes de polícia, em
de 1941 - Código de Processo Penal.
tarefas de investigação, constituída pelos
órgãos especializados pertinentes; § 3º Se a resposta não for apresentada no
prazo, o juiz nomeará defensor para
II - a não-atuação policial sobre os
oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-
portadores de drogas, seus precursores
lhe vista dos autos no ato de nomeação.
químicos ou outros produtos utilizados em
sua produção, que se encontrem no § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá
território brasileiro, com a finalidade de em 5 (cinco) dias.
identificar e responsabilizar maior número
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no
de integrantes de operações de tráfico e
prazo máximo de 10 (dez) dias,
distribuição, sem prejuízo da ação penal
determinará a apresentação do preso,
cabível.
realização de diligências, exames e
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II perícias.
deste artigo, a autorização será concedida
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz
desde que sejam conhecidos o itinerário
designará dia e hora para a audiência de
provável e a identificação dos agentes do
instrução e julgamento, ordenará a citação
delito ou de colaboradores.
pessoal do acusado, a intimação do
Seção II Ministério Público, do assistente, se for o
Da Instrução Criminal caso, e requisitará os laudos periciais.

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do § 1º Tratando-se de condutas tipificadas


inquérito policial, de Comissão como infração do disposto nos arts. 33,
Parlamentar de Inquérito ou peças de caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz,
informação, dar-se-á vista ao Ministério ao receber a denúncia, poderá decretar o
Público para, no prazo de 10 (dez) dias, afastamento cautelar do denunciado de
adotar uma das seguintes providências: suas atividades, se for funcionário público,
comunicando ao órgão respectivo.
I - requerer o arquivamento;
§ 2º A audiência a que se refere o caput
II - requisitar as diligências que entender deste artigo será realizada dentro dos 30
necessárias; (trinta) dias seguintes ao recebimento da
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) denúncia, salvo se determinada a
testemunhas e requerer as demais provas realização de avaliação para atestar
que entender pertinentes. dependência de drogas, quando se
realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz
ordenará a notificação do acusado para Art. 57. Na audiência de instrução e
oferecer defesa prévia, por escrito, no julgamento, após o interrogatório do
prazo de 10 (dez) dias. acusado e a inquirição das testemunhas,
será dada a palavra, sucessivamente, ao
§ 1º Na resposta, consistente em defesa representante do Ministério Público e ao
preliminar e exceções, o acusado poderá defensor do acusado, para sustentação
argüir preliminares e invocar todas as oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para
razões de defesa, oferecer documentos e cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
justificações, especificar as provas que critério do juiz.
pretende produzir e, até o número de 5
(cinco), arrolar testemunhas. Parágrafo único. Após proceder ao
interrogatório, o juiz indagará das partes
se restou algum fato para ser esclarecido,
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formulando as perguntas correspondentes imediatamente, a sua conversão em
se o entender pertinente e relevante. moeda nacional.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o § 1º A moeda estrangeira apreendida em
juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 espécie deve ser encaminhada a
(dez) dias, ordenando que os autos para instituição financeira, ou equiparada, para
isso lhe sejam conclusos. alienação na forma prevista pelo
Conselho Monetário Nacional.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu § 2º Na hipótese de impossibilidade da
não poderá apelar sem recolher-se à alienação a que se refere o § 1º deste
prisão, salvo se for primário e de bons artigo, a moeda estrangeira será
antecedentes, assim reconhecido na custodiada pela instituição financeira até
sentença condenatória. decisão sobre o seu destino.
CAPÍTULO IV § 3º Após a decisão sobre o destino da
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E moeda estrangeira a que se refere o § 2º
DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO deste artigo, caso seja verificada a
inexistência de valor de mercado, seus
Art. 60. O juiz, a requerimento do espécimes poderão ser destruídos ou
Ministério Público ou do assistente de doados à representação diplomática do
acusação, ou mediante representação da país de origem.
autoridade de polícia judiciária, poderá
decretar, no curso do inquérito ou da ação § 4º Os valores relativos às apreensões
penal, a apreensão e outras medidas feitas antes da data de entrada em vigor
assecuratórias nos casos em que haja da Medida Provisória nº 885, de 17 de
suspeita de que os bens, direitos ou junho de 2019, e que estejam custodiados
valores sejam produto do crime ou nas dependências do Banco Central do
constituam proveito dos crimes previstos Brasil devem ser transferidos à Caixa
nesta Lei, procedendo-se na forma Econômica Federal, no prazo de 360
dos arts. 125 e seguintes do Decreto-Lei (trezentos e sessenta) dias, para que se
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código proceda à alienação ou custódia, de
de Processo Penal . (Redação dada acordo com o previsto nesta Lei
pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 61. A apreensão de veículos,
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto- embarcações, aeronaves e quaisquer
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - outros meios de transporte e dos
Código de Processo Penal , o juiz poderá maquinários, utensílios, instrumentos e
determinar a prática de atos necessários à objetos de qualquer natureza utilizados
conservação dos bens, direitos ou para a prática dos crimes definidos nesta
valores. Lei será imediatamente comunicada pela
autoridade de polícia judiciária
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro responsável pela investigação ao juízo
de bens, direitos ou valores poderá ser competente.
suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias
puder comprometer as investigações. contado da comunicação de que trata
o caput , determinará a alienação dos
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias bens apreendidos, excetuadas as armas,
de que trata o art. 60 desta Lei recaírem que serão recolhidas na forma da
sobre moeda estrangeira, títulos, valores legislação específica.
mobiliários ou cheques emitidos como
ordem de pagamento, será determinada, § 2º A alienação será realizada em autos
apartados, dos quais constará a
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exposição sucinta do nexo de regularização dos bens no prazo de 30
instrumentalidade entre o delito e os bens (trinta) dias, ficando o arrematante isento
apreendidos, a descrição e especificação do pagamento de multas, encargos e
dos objetos, as informações sobre quem tributos anteriores, sem prejuízo de
os tiver sob custódia e o local em que se execução fiscal em relação ao antigo
encontrem. proprietário.
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos § 14. Eventuais multas, encargos ou
bens apreendidos, que será realizada por tributos pendentes de pagamento não
oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias podem ser cobrados do arrematante ou do
a contar da autuação, ou, caso sejam órgão público alienante como condição
necessários conhecimentos para regularização dos bens.
especializados, por avaliador nomeado
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13
pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez)
deste artigo, a autoridade de trânsito ou o
dias.
órgão congênere competente para o
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o registro poderá emitir novos
órgão gestor do Funad, o Ministério identificadores dos bens.
Público e o interessado para se
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão
manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e,
gestor do Funad para que, em 10 (dez)
dirimidas eventuais divergências,
dias, avalie a existência do interesse
homologará o valor atribuído aos
público mencionado no caput deste artigo
bens.
e indique o órgão que deve receber o
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o bem. (Incluído pela Lei nº 13.886,
cumprimento da regra estipulada no § 1º de 2019)
deste artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do §
13.886, de 2019)
1º-A deste artigo, os órgãos de segurança
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens pública que participaram das ações de
confiscados a regra estabelecida no § 1º investigação ou repressão ao crime que
deste artigo. (Incluído pela Lei nº deu causa à medida.
13.886, de 2019)
§ 2º A autorização judicial de uso de bens
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser deverá conter a descrição do bem e a
vendidos por meio de hasta pública, respectiva avaliação e indicar o órgão
preferencialmente por meio eletrônico, responsável por sua utilização.
assegurada a venda pelo maior lance, por
§ 3º O órgão responsável pela utilização
preço não inferior a 50% (cinquenta por
do bem deverá enviar ao juiz
cento) do valor da avaliação
periodicamente, ou a qualquer momento
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.886,
quando por este solicitado, informações
de 2019)
sobre seu estado de conservação.
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de
§ 4º Quando a autorização judicial recair
fazenda e aos órgãos de registro e
sobre veículos, embarcações ou
controle que efetuem as averbações
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade
necessárias, tão logo tenha conhecimento
ou ao órgão de registro e controle a
da apreensão.
expedição de certificado provisório de
§ 13. Na alienação de veículos, registro e licenciamento em favor do órgão
embarcações ou aeronaves, a autoridade ao qual tenha deferido o uso ou custódia,
de trânsito ou o órgão congênere ficando este livre do pagamento de
competente para o registro, bem como as multas, encargos e tributos anteriores à
secretarias de fazenda, devem proceder à decisão de utilização do bem até o trânsito
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em julgado da decisão que decretar o seu receita do Funad no exercício em que
perdimento em favor da União. ocorrer a devolução.
§ 5º Na hipótese de levantamento, se § 5º A Caixa Econômica Federal deve
houver indicação de que os bens manter o controle dos valores depositados
utilizados na forma deste artigo sofreram ou devolvidos.
depreciação superior àquela esperada em
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz
razão do transcurso do tempo e do uso,
decidirá sobre:
poderá o interessado requerer nova
avaliação judicial. I - o perdimento do produto, bem, direito
ou valor apreendido ou objeto de medidas
§ 6º Constatada a depreciação de que
assecuratórias; e
trata o § 5º, o ente federado ou a entidade
que utilizou o bem indenizará o detentor II - o levantamento dos valores
ou proprietário dos bens. depositados em conta remunerada e a
liberação dos bens utilizados nos termos
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de
do art. 62
valores referentes ao produto da
alienação ou a numerários apreendidos § 1º Os bens, direitos ou valores
ou que tenham sido convertidos deve ser apreendidos em decorrência dos crimes
efetuado na Caixa Econômica Federal, tipificados nesta Lei ou objeto de medidas
por meio de documento de arrecadação assecuratórias, após decretado seu
destinado a essa finalidade. perdimento em favor da União, serão
revertidos diretamente ao Funad.
§ 1º Os depósitos a que se refere
o caput deste artigo devem ser § 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do
transferidos, pela Caixa Econômica Funad relação dos bens, direitos e valores
Federal, para a conta única do Tesouro declarados perdidos, indicando o local em
Nacional, independentemente de que se encontram e a entidade ou o órgão
qualquer formalidade, no prazo de 24 em cujo poder estejam, para os fins de sua
(vinte e quatro) horas, contado do destinação nos termos da legislação
momento da realização do depósito, onde vigente.
ficarão à disposição do Funad.
§ 4º Transitada em julgado a sentença
§ 2º Na hipótese de absolvição do condenatória, o juiz do processo, de ofício
acusado em decisão judicial, o valor do ou a requerimento do Ministério Público,
depósito será devolvido a ele pela Caixa remeterá à Senad relação dos bens,
Econômica Federal no prazo de até 3 direitos e valores declarados perdidos em
(três) dias úteis, acrescido de juros, na favor da União, indicando, quanto aos
forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da bens, o local em que se encontram e a
Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de entidade ou o órgão em cujo poder
1995. estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente.
§ 3º Na hipótese de decretação do seu
perdimento em favor da União, o valor do § 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao
depósito será transformado em órgão gestor do Funad, o juíz
pagamento definitivo, respeitados os deve:
direitos de eventuais lesados e de
I – ordenar às secretarias de fazenda e
terceiros de boa-fé.
aos órgãos de registro e controle que
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa efetuem as averbações necessárias, caso
Econômica Federal, por decisão judicial, não tenham sido realizadas quando da
devem ser efetuados como anulação de apreensão; e

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II – determinar, no caso de imóveis, o a) licitação;
registro de propriedade em favor da União
b) doação com encargo a entidades ou
no cartório de registro de imóveis
órgãos públicos, bem como a
competente, nos termos do caput e do
comunidades terapêuticas acolhedoras
parágrafo único do art. 243 da
que contribuam para o alcance das
Constituição Federal, afastada a
finalidades do Funad; ou
responsabilidade de terceiros prevista
no inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº c) venda direta, observado o disposto
5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº
Tributário Nacional), bem como 8.666, de 21 de junho de 1993;
determinar à Secretaria de Coordenação
II – incorporação ao patrimônio de órgão
e Governança do Patrimônio da União a
da administração pública, observadas as
incorporação e entrega do imóvel,
finalidades do Funad;
tornando-o livre e desembaraçado de
quaisquer ônus para sua III – destruição; ou
destinação.
IV – inutilização.
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput ,
decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias § 1º A alienação por meio de licitação
do trânsito em julgado e do conhecimento deve ser realizada na modalidade leilão,
da sentença pelo interessado, os bens para bens móveis e imóveis,
apreendidos, os que tenham sido objeto independentemente do valor de avaliação,
de medidas assecuratórias ou os valores isolado ou global, de bem ou de lotes,
depositados que não forem reclamados assegurada a venda pelo maior lance, por
serão revertidos ao Funad. preço não inferior a 50% (cinquenta por
cento) do valor da avaliação.
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição
será conhecido sem o comparecimento § 2º O edital do leilão a que se refere o §
pessoal do acusado, podendo o juiz 1º deste artigo será amplamente
determinar a prática de atos necessários à divulgado em jornais de grande circulação
conservação de bens, direitos ou e em sítios eletrônicos oficiais,
valores. principalmente no Município em que será
realizado, dispensada a publicação em
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação diário oficial.
total ou parcial dos bens, direitos e objeto
de medidas assecuratórias quando § 3º Nas alienações realizadas por meio
comprovada a licitude de sua origem, de sistema eletrônico da administração
mantendo-se a constrição dos bens, pública, a publicidade dada pelo sistema
direitos e valores necessários e substituirá a publicação em diário oficial e
suficientes à reparação dos danos e ao em jornais de grande circulação.
pagamento de prestações pecuniárias, § 4º Na alienação de imóveis, o
multas e custas decorrentes da infração arrematante fica livre do pagamento de
penal. encargos e tributos anteriores, sem
Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério prejuízo de execução fiscal em relação ao
da Justiça e Segurança Pública, proceder antigo proprietário.
à destinação dos bens apreendidos e não § 5º Na alienação de veículos,
leiloados em caráter cautelar, cujo embarcações ou aeronaves deverão ser
perdimento seja decretado em favor da observadas as disposições dos §§ 13 e 15
União, por meio das seguintes do art. 61 desta Lei.
modalidades:
§ 6º Aplica-se às alienações de que trata
I – alienação, mediante: este artigo a proibição relativa à cobrança
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de multas, encargos ou tributos prevista § 1º A decretação da perda prevista
no § 14 do art. 61 desta Lei. no caput deste artigo fica condicionada à
existência de elementos probatórios que
§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e
indiquem conduta criminosa habitual,
Segurança Pública, pode celebrar
reiterada ou profissional do condenado ou
convênios ou instrumentos congêneres
sua vinculação a organização
com órgãos e entidades da União, dos
criminosa.
Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, bem como com comunidades § 2º Para efeito da perda prevista
terapêuticas acolhedoras, a fim de dar no caput deste artigo, entende-se por
imediato cumprimento ao estabelecido patrimônio do condenado todos os
neste artigo. bens:
§ 8º Observados os procedimentos I – de sua titularidade, ou sobre os quais
licitatórios previstos em lei, fica autorizada tenha domínio e benefício direto ou
a contratação da iniciativa privada para a indireto, na data da infração penal, ou
execução das ações de avaliação, de recebidos posteriormente; e
administração e de alienação dos bens a
II – transferidos a terceiros a título gratuito
que se refere esta Lei.
ou mediante contraprestação irrisória, a
Art. 63-D. Compete ao Ministério da partir do início da atividade
Justiça e Segurança Pública regulamentar criminal.
os procedimentos relativos à
§ 3º O condenado poderá demonstrar a
administração, à preservação e à
inexistência da incompatibilidade ou a
destinação dos recursos provenientes de
procedência lícita do patrimônio.
delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder Art. 64. A União, por intermédio da
à sua destruição ou inutilização. Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com
Art. 63-E. O produto da alienação dos
organismos orientados para a prevenção
bens apreendidos ou confiscados será
do uso indevido de drogas, a atenção e a
revertido integralmente ao Funad, nos
reinserção social de usuários ou
termos do parágrafo único do art. 243 da
dependentes e a atuação na repressão à
Constituição Federal, vedada a sub-
produção não autorizada e ao tráfico ilícito
rogação sobre o valor da arrematação
de drogas, com vistas na liberação de
para saldar eventuais multas, encargos ou
equipamentos e de recursos por ela
tributos pendentes de pagamento.
arrecadados, para a implantação e
Parágrafo único. O disposto execução de programas relacionados à
no caput deste artigo não prejudica o questão das drogas.
ajuizamento de execução fiscal em
TÍTULO V
relação aos antigos devedores.
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 63-F. Na hipótese de condenação por
infrações às quais esta Lei comine pena Art. 65. De conformidade com os
máxima superior a 6 (seis) anos de princípios da não-intervenção em
reclusão, poderá ser decretada a perda, assuntos internos, da igualdade jurídica e
como produto ou proveito do crime, dos do respeito à integridade territorial dos
bens correspondentes à diferença entre o Estados e às leis e aos regulamentos
valor do patrimônio do condenado e nacionais em vigor, e observado o espírito
aquele compatível com o seu rendimento das Convenções das Nações Unidas e
lícito. outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das
drogas, de que o Brasil é parte, o governo
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brasileiro prestará, quando solicitado, documentação e a todos os elementos
cooperação a outros países e organismos necessários à efetiva fiscalização pelos
internacionais e, quando necessário, órgãos competentes.
deles solicitará a colaboração, nas áreas
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito
de:
Federal e os Municípios poderão criar
I - intercâmbio de informações sobre estímulos fiscais e outros, destinados às
legislações, experiências, projetos e pessoas físicas e jurídicas que colaborem
programas voltados para atividades de na prevenção do uso indevido de drogas,
prevenção do uso indevido, de atenção e atenção e reinserção social de usuários e
de reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção
dependentes de drogas; não autorizada e do tráfico ilícito de
drogas.
II - intercâmbio de inteligência policial
sobre produção e tráfico de drogas e Art. 69. No caso de falência ou liquidação
delitos conexos, em especial o tráfico de extrajudicial de empresas ou
armas, a lavagem de dinheiro e o desvio estabelecimentos hospitalares, de
de precursores químicos; pesquisa, de ensino, ou congêneres,
assim como nos serviços de saúde que
III - intercâmbio de informações policiais e
produzirem, venderem, adquirirem,
judiciais sobre produtores e traficantes de
consumirem, prescreverem ou
drogas e seus precursores químicos.
fornecerem drogas ou de qualquer outro
TÍTULO V-A em que existam essas substâncias ou
produtos, incumbe ao juízo perante o qual
tramite o feito:
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS
SOBRE DROGAS I - determinar, imediatamente à ciência da
falência ou liquidação, sejam lacradas
TÍTULO VI suas instalações;
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS II - ordenar à autoridade sanitária
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo competente a urgente adoção das
único do art. 1º desta Lei, até que seja medidas necessárias ao recebimento e
atualizada a terminologia da lista guarda, em depósito, das drogas
mencionada no preceito, denominam-se arrecadadas;
drogas substâncias entorpecentes, III - dar ciência ao órgão do Ministério
psicotrópicas, precursoras e outras sob Público, para acompanhar o feito.
controle especial, da Portaria SVS/MS nº
344, de 12 de maio de 1998. § 1º Da licitação para alienação de
substâncias ou produtos não proscritos
Art. 67. A liberação dos recursos previstos referidos no inciso II do caput deste artigo,
na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de só podem participar pessoas jurídicas
1986, em favor de Estados e do Distrito regularmente habilitadas na área de
Federal, dependerá de sua adesão e saúde ou de pesquisa científica que
respeito às diretrizes básicas contidas nos comprovem a destinação lícita a ser dada
convênios firmados e do fornecimento de ao produto a ser arrematado.
dados necessários à atualização do
sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas § 2º Ressalvada a hipótese de que trata o
respectivas polícias judiciárias. § 3º deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta
Art. 67-A. Os gestores e entidades que pública, destruído pela autoridade
recebam recursos públicos para execução sanitária, na presença dos Conselhos
das políticas sobre drogas deverão
garantir o acesso às suas instalações, à
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Estaduais sobre Drogas e do Ministério
Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não
arrematadas especialidades
farmacêuticas em condições de emprego
terapêutico, ficarão elas depositadas sob
a guarda do Ministério da Saúde, que as
destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta
Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos
Municípios que não sejam sede de vara
federal serão processados e julgados na
vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou
arquivado o inquérito policial, o juiz, de
ofício, mediante representação da
autoridade de polícia judiciária, ou a
requerimento do Ministério Público,
determinará a destruição das amostras
guardadas para contraprova, certificando
nos autos.
Art. 73. A União poderá estabelecer
convênios com os Estados e o com o
Distrito Federal, visando à prevenção e
repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios,
com o objetivo de prevenir o uso indevido
delas e de possibilitar a atenção e
reinserção social de usuários e
dependentes de drogas.
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45
(quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21
de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de
11 de janeiro de 2002.
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da
Independência e 118º da República.

Talvanes Alves Monteiro


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TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I DO REGIME JURÍDICO
LEI 034
Art. 1º Fica criada a Guarda Municipal de
Sobral, na forma do Art. 144 §8 da Art. 1º - O regime jurídico dos servidores
Constituição Federa e Art. 6º das públicos do Município de Sobral, bem
Disposições Transitórias da Lei Orgânica como o de suas autarquias e das
do Município de Sobral, destinada a fundações públicas, é o estatuários
proteção dos bens, serviços e instalações instituído por esta Lei.
municipais e subordinada diretamente ao Art.2º - Para os efeitos desta Lei,
gabinete do Prefeito. servidores são funcionários legalmente
Parágrafo Único- A Guarda Municipal de investidos em cargos públicos, de
Sobral será constituída, inicialmente, por provimento efetivo ou em comissão.
um contigente de 36 ( trinta e seis) servi Art. 3º - Cargo público é o conjunto de
dores. atribuições e responsabilidades previsto
na estrutura organizacional que deve ser
Art. 2º - A Guarda Municipal de Sobral terá cometido a um funcionário. Parágrafo
regime próprio, aprovado pelo Prefeito Único – Os cargos públicos, acessíveis a
Municipal de Sobral, que disciplinará a sua todos os brasileiros, são criados por lei,
organização e o seu funcionamento de com denominação própria e vencimentos
maneira a garantir a eficiência de suas pagos pelos cofres públicos.
atividades.
Art. 4º - os cargos de provimento efetivo
da administração Pública Municipal direta,
das autarquias e das fundações públicas
Art 3º - Fica o Chefe do Poder Executivo
serão organizados em carreiras.
Municipal autorizado a abril adicional ao
orçamento vigente o credito especial de Cr Art.5º - As carreiras estão organizadas em
6.500,00 para fazer face , no corrente classes de cargos, observadas a
exercício, a despesas de qualquer escolaridade e a qualificação profissional
natureza que decorra da presente Lei, exigida, bem com a natureza e
criando a seguinte dotação. complexidade das atribuições a serem
exercidas por seus ocupantes na forma
Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data
prevista na legislação específica.
de sua publicação, revogada as
disposições em contrário. Art. 6º É proibido o exercício gratuito de
cargos públicos salvo nos casos previsto
PAÇO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE
em lei.
SOBRAL 24 de outubro de 1990.
CAPÍTULO II DO PROVIMENTO
LEI Nº 038/92
SEÇÃO I
Dispões sobre o Regime Jurídico Único
dos Servidores Públicos do Município, das DISPOSIÇÕES GERAIS
autarquias e das Fundações Municipais.
O PREFEITO MUNICIPAL DE SOBRAL Art. 7º - são requisitos básicos para
Faço saber que a Câmara Municipal de ingresso no serviço públicos
Sobral decretou e eu sanciono e promulgo
a seguinte lei: I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
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III – a quitação com as obrigações Art. 12 – A nomeação para cargo isolado
militares e eleitorais; ou de carreira depende de prévia
habilitação em concurso público de provas
IV – a idade mínima de 18 (dezoito) anos.
ou de provas e títulos, obedecidos a
(Alterado pela Lei Complementar 537
ordem de classificação e o prazo de sua
de 30 de agosto de 2004) Grifo Nosso
validade.
Parágrafo Único – Os demais requisitos
§ 1º - As atribuições do cargo podem para o ingresso e o desenvolvimento do
justificar a exigência de outros requisitos funcionário na carreira, mediante
estabelecidos em lei. promoção e acesso, serão estabelecidos
pela lei que fixará diretrizes do sistema de
§ 2º - As pessoas portadoras de carreira na Administração pública
deficiências é assegurado o direito de se municipal e seus regulamentos.
inscrever em concurso público para
provimento de cargo, cujas atribuições SEÇÃO III
sejam compatíveis com a deficiência de DO CONCURSO PÚBLICO
que são portadoras, e para as quais serão
reservadas até ......... por cento das vagas
oferecidas no concurso. Art. 13 – A primeira investidura em cargo
Art. 8º - O provimento dos cargos públicos de provimento efetivo será feita mediante
far-se-á mediante ato da autoridade concurso público de provas escritas,
competente de cada Poder, do dirigente podendo ser utilizadas, também, provas
superior de autarquia ou de fundação práticas ou prático orais.
pública. § 1º - Nos concursos para provimento de
Art. 9º - A investidura em cargo público cargo de nível universitário também pode
ocorrerá com a posse. ser utilizada prova de título.
Art. 10 - São formas de provimento em § 2º - A admissão de profissionais de
cargos públicos: ensino far-se-á exclusivamente por
concurso de provas e títulos.
I – nomeação;
Art. 14 – O concurso público terá validade
II – promoção; de até 2 (dois) anos, podendo ser
III – acesso; prorrogado uma única vez, por igual
período.
IV – readaptação;
§ 1º - O prazo de validade do concurso e
V – reversão; as condições de sua realização serão
VI – aproveitamento; fixados em edital, que será publicado no
órgão oficial e em jornal diário de grande
VII – reintegração. circulação no Município.
Art. 11 - A nomeação far-se-á: § 2º - Não se abrirá novo concurso
SEÇÃO II enquanto houver candidato aprovado em
concurso anterior, com prazo de validade
DA NOMEAÇÃO ainda não expirado.
Art. 15 – O edital do concurso
I – em caráter efetivo, quando se tratar de estabelecerá os requisitos a serem
cargo isolado da carreira; satisfeitos pelos candidatos.
II – em comissão, para cargos de
confiança, de livre exoneração.
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SEÇÃO IV registrados no assentamento individual do
DA POSSE E DO EXERCÍCIO funcionário.

Art. 16 – Posse é aceitação expressa das Parágrafo Único – Ao entrar em exercício


atribuições, deveres e responsabilidades o funcionário apresentará, ao órgão
inerentes ao cargo público, com o competente, os elementos necessários ao
compromisso de bem servir, formalizada assentamento individual.
com a assinatura do termo pela autoridade Art. 20 – A promoção ou o acesso não
competente e pelo empossado. interrompe o tempo de exercício que é
§ 1º - A posse ocorrerá no prazo de 30 contado no novo posicionamento na
(trinta) dias contados da publicação do ato carreira a partir da data da publicação do
de provimento, prorrogável por mais 30 ato que promover ou ascender o
(trinta) dias, a requerimento do funcionário.
interessado. Art. 21 – O funcionário que deva ter
§ 2º - Em se tratando de funcionários em exercício em outra localidade terá 30
licença, ou afastado por qualquer outro (trinta) de prazo para fazê-lo, incluindo
motivo legal, o prazo será contado do neste tempo o necessário ao
término do impedimento. deslocamento para a nova sede, desde
que implique mudança de seu domicílio.
§ 3º - A posse poderá da-se mediante Parágrafo Único – Na hipótese de o
procuração específica. funcionário encontrar-se afastado
§ 4º - Só haverá posse nos casos de legalmente, o prazo a que se refere este
provimento por nomeação. artigo será contado a partir do término do
afastamento.
§ 5º - No ato da posse o funcionário
apresentará obrigatoriamente declaração Art. 22 – O ocupante do cargo de
dos bens e valores que constituem seu provimento efetivo fica sujeito a 40
patrimônio e declaração quanto ao (quarenta) horas semanais de trabalho,
exercício ou não de outro cargo, salvo quando for estabelecida duração
empregado ou função pública. diversa.

§ 6º - Será tornado sem efeito o ato de Parágrafo Único – O exercício de cargo


provimento, se a posse não ocorrer no em comissão exigirá de seu ocupante
prazo previsto no parágrafo 1º. Art. 17 – A integral dedicação ao serviço, podendo
posse em cargo público dependerá de ser convocado sempre que houver
prévia inspeção médica oficial. interesse da Administração.
SEÇÃO V
Parágrafo Único – Só poderá ser
empossado aquele que for julgado apto DA ESTABILIDADE
física e mentalmente para o exercício do
Art. 23 – São estáveis, após 2 (dois) anos
cargo.
de efetivo exercício, os servidores
Art. 18 – Exercício é o efetivo nomeados em virtude do concurso
desempenho das atribuições do cargo. público.
Parágrafo Único – A autoridade
Art. 24 – O funcionário estável só poderá
competente do órgão ou entidade para
o cargo em virtude de sentença judicial
onde for designado o funcionário compete
transitada em julgado ou de processo
dar-lhe exercício.
administrativo disciplinar no qual lhe seja
Art. 19 – O início, a suspensão, a assegurada ampla defesa.
interrupção e o reinício do exercício serão

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SEÇÃO VI Complementar 537 de 30 de agosto de
DA READAPTAÇÃO 2004) Grifo Nosso

Art. 25 – Readaptação é a investidura do I – assiduidade;


funcionário em cargo de atribuições e II – disciplina;
responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua III – capacidade de iniciativa;
capacidade física ou mental, verificada em IV – produtividade;
inspeção médica.
V – responsabilidade.
[§ 1º - Se julgado incapaz para o serviço
público, o funcionário será aposentado. Art. 30 – O chefe imediato do funcionário
em estágio probatório informará a seu
§ 2º - A readaptação será efetivada em respeito, reservadamente, 60 (sessenta)
cargo de carreira de atribuições fins, dias antes do término do período, ao
respeitada a habilitação exigida. órgão de pessoal com relação ao
§ 3º - Em qualquer hipótese, a preenchimento dos requisitos
readaptação não poderá acarretar mencionados no artigo anterior.
aumento ou redução da remuneração do § 1º - De posse da informação, o órgão de
funcionário. pessoal emitirá parecer concluído a favor
SEÇÃO VII ou contra a confirmação de funcionário em
estágio.
DA REVERSÃO
§ 2º - Se o parecer for contrário à
Art. 26 – Reversão à atividade de permanência do funcionário, dar-selhe-á
funcionário aposentado por invalidez conhecimento deste, para efeito de
quando, por junta médica oficial, forem apresentação de defesa escrita, no prazo
declarados insubsistentes os motivos de 10 (dez) dias.
determinantes da aposentadoria.
§ 3º - O órgão de pessoal encaminhará
Art. 27 – A reversão far-se-á no mesmo parecer à defesa e a autoridade municipal
cargo ou no cargo resultante de sua competente, que decidirá sobre a
transformação. exoneração ou a manutenção do
Parágrafo Único – Encontrando-se funcionário.
provido este cargo, o funcionário exercerá § 4º - Se a autoridade considerar
atribuições como excedente, até a aconselhável a exoneração do funcionário
ocorrência da vaga. ser-lhe-á encaminhado o respectivo ato;
Art. 23 – Não poderá reverter o caso contrário fica automaticamente
aposentado que já tiver completado 60 retificado o ato de nomeação.
(sessenta) anos de idade. § 5º - A apuração dos requisitos
SEÇÃO VIII mencionados no art. 29 deverá processar-
se de modo que a exoneração, se houver,
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
possa ser feita antes do findo o período de
Art. 29 – Ao entrar em exercício, o estágio probatório.
funcionário nomeado para cargo de
Art. 31 – Ficará dispensado de novo
provimento efetivo ficará sujeito a estágio
estágio probatório o funcionário estável
probatório por período de 36 (trinta e seis)
que for nomeado por outro cargo público
meses, durante o qual sua aptidão e
municipal.
capacidade serão objeto de avaliação
para o desempenho do cargo, observado
os seguintes fatores: (alterado pela Lei
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SEÇÃO IX V – júri, e outros serviços obrigatórios por
DA REINTEGRAÇÃO lei;

Art. 32 – Reintegração é a reinvestidura do VI – licenças previstas nos incisos V, VI,


funcionário no cargo anteriormente VIII e IX do art. 81.
ocupado ou no cargo resultante de sua Parágrafo Único – É vedada a contagem
transformação, quando invalidada a sua cumulativa de tempo de serviço prestado
demissão administrativa ou judicial, com concomitantemente em mais de um cargo
ressarcimento de todas as vantagens. ou função, de órgão ou entidade dos
§ 1º - Na hipótese de o cargo ter sido Poderes da União, Estado, Distrito
extinto, o funcionário ficará em Federal e Municípios.
disponibilidade, observado o disposto nos CAPÍTULO IV
artigos 39 a 41.
DA VACÂNCIA
§ 2º - Encontrando-se provido o cargo, o
Art. 35 – A vacância do cargo público
seu eventual ocupante será reconduzido
decorrerá de:
ao cargo de origem, sem direito a
indenização ou aproveitado em outro I – exoneração;
cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade
II – demissão;
remunerada.
CAPÍTULO III III – promoção;

DO TEMPO DE SERVIÇO IV – acesso;

Art. 33 – A apuração do tempo de serviço V – aposentadorias;


será feita em dias, que serão convertidos VI – posse em outro cargo inacumulável;
em anos, considerado o ano como de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias. VII – falecimento.
Parágrafo Único – Feita a conversão, os Art. 36 – A exoneração de cargo efetivo
dias restantes até 182 (cento e oitenta e dar-se-á a pedido do funcionário ou de
dois), não serão computados, ofício.
arredondando-se para um ano quando
excederem este número, para efeito de Parágrafo Único – A exoneração de ofício
aposentadoria. dar-se-á:
Art. 34 – Além das ausências ao serviço I – quando não satisfeitas as condições
prevista no art. 113 são considerados do estágio probatório;
como de efetivo exercício os II – quando, por decorrência de prazo,
afastamentos em virtude de: ficar extinta a disponibilidade;
I – férias; III – quando, tendo tomado posse, não
II – exercício do cargo em comissão ou entrar no exercício.
equivalente em órgão ou entidade federal, Art. 37 – A exoneração de cargo em
estadual, municipal ou distrital; comissão dar-se-á:
III – participação em programa de I – a juízo da autoridade competente;
treinamento instituído...
II – a pedido do próprio funcionário.
IV – desempenho de mandato eletivo,
federal, estadual, municipal, ou do Distrito Art. 38 – A vaga ocorrerá na data:
Federal, exceto para promoção por I – do falecimento;
merecimento;

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II – imediata àquela em que o funcionário § 1º - A hipótese neste artigo configurará
completar 70 (setenta) anos de idade; abandono de cargo apurado mediante
inquérito na forma desta Lei.
III – da publicação da lei que criar o cargo
e conceder dotação para o seu provimento § 2º - Nos casos de extinção de órgão ou
ou, da que determinar esta última medida, entidade, os funcionários estáveis que
se o cargo já estiver criado ou, do ato que não puderem ser redistribuídos, na forma
aposentar, exonerar, demitir ou conceder deste artigo, serão colocados em
promoção ou acesso; disponibilidade, até seu aproveitamento.
IV – da posse em outro cargo de CAPÍTULO VI
acumulação proibida. DA SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO V
Art. 43 – A substituição será automática ou
DA DISPONIBILIDADE E DO dependerá do ato da Administração.
APROVEITAMENTO
§ 1º - A substituição será gratuita, salvo se
Art. 39 – Extinto o cargo ou declaração a exceder a 30 (trinta) dias, quando será
sua desnecessidade, o funcionário estável remunerada e por todo o período.
ficará em disponibilidade, com
remuneração integral. § 2º - No caso de substituição
remunerada, o substituto perceberá o
Art. 40 – o retorno à atividade de vencimento do cargo em que se der a
funcionários em disponibilidade dar-seá substituição, salvo se optar pelo do seu
mediante aproveitamento obrigatório no cargo.
prazo máximo de 12 (doze) meses em
cargo de atribuições e vencimentos § 3º - Em caso excepcional, atendida
compatíveis com o anteriormente conveniência da Administração, o titular
ocupado. Parágrafo Único – O órgão de do cargo de direção ou chefia poderá ser
pessoal determinará o imediato nomeado ou designado,
aproveitamento do funcionário em cumulativamente, como substituto para
disponibilidade em vaga que vier a ocorrer outro cargo da mesma natureza, até que
nos órgãos ou entidade da Administração se verifique a nomeação ou designação
Pública Municipal. do titular; nesse caso, somente perceberá
o vencimento correspondente a um cargo.
Art. 41 – O aproveitamento de funcionário
TÍTULO II
que se encontre em disponibilidade
dependerá de prévia comprovação de sua DOS DIREITOS E VANTAGENS
capacidade física e mental, por junta CAPÍTULO I
médica oficial.
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
§ 1º - Se julgado apto, o funcionário
assumirá o exercício do cargo no prazo de Art. 44 – Vencimento é a retribuição
30 (trinta) dias pecuniária pelo exercício de cargo
público, com valor fixado em lei, nunca
contados da publicação do ato de inferior a um salário mínimo, reajustado
aproveitamento. § 2º - Verificada a periodicamente de moda a preservar-lhe o
incapacidade definitiva, o funcionário em poder aquisitivo sendo vedada a sua
disponibilidade será aposentado. vinculação, ressalvado o disposto no
Art. 42 – Será tornado sem efeito o inciso XIII do art. 3º da Constituição
aproveitamento e extinta a disponibilidade Federal.
se o funcionário não entrar em exercício Art. 45 – Remuneração é o vencimento do
no prazo legal, salvo em caso de doença. cargo, acrescido das vantagens

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pecuniárias, permanentes ou temporárias, Art. 51 – o funcionário em débito com o
estabelecidas em lei. Erário, que for demitido, exonerado ou que
tiver a sua aposentadoria ou
§ 1º - O vencimento dos cargos públicos é
disponibilidade extinta, terá o prazo de 60
irredutível.
(sessenta) dias para quitá-lo. Parágrafo
§ 2º - É assegurada a isonomia de Único – A não quitação do débito no prazo
vencimento para cargos de atribuições previsto implicará sua inscrição em dívida
iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ativa.
ou entre funcionários dos Poderes,
Art. 52 – O vencimento, a remuneração e
ressalvadas as vantagens de caráter
o provento não serão objeto de arresto,
individual e as relativas à natureza ou no
seqüestro ou penhora, exceto nos casos
local de trabalho.
de prestação de alimentos resultantes de
Art. 46 – Nenhum funcionário poderá decisão judicial.
perceber, mensalmente, a título de CAPÍTULO II
remuneração, importância superior à
soma dos valores percebidos como DOS BENEFÍCIOS
remuneração, em espécie, a qualquer SEÇÃO ÚNICA
título, no âmbito dos respectivos Poderes,
pelos Prefeitos e Presidentes da Câmara DA APOSENTADORIA
Municipal. Art. 53 – O servidor público será
Art. 47 – A menor remuneração atribuída aposentado:
aos cargos públicos não será inferior a I – por invalidez permanente, com
1/40 (um quarenta avos) do teto de proventos integrais, quando decorrente de
remuneração fixada no artigo anterior. acidente em serviço, moléstia profissional
Art. 48 – O funcionário perderá: I – a ou doença grave, contagiosa ou incurável,
remuneração dos dias que faltar ao específica em lei, e proporcionais nos
serviço; II – a parcela de remuneração demais casos;
diária, proporcional aos atrasos, II – compulsoriamente, aos 70 (setenta)
ausências e saídas antecipadas, iguais ou anos de idade, com proventos
superiores a 60 (sessenta) minutos. proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 49 – Salvo por imposição legal, ou III – voluntariamente:
mandado judicial, nenhum desconto
incidirá sobre a remuneração ou provento. a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviços,
Parágrafo Único – Mediante autorização se homem, e aos 30 (trinta) anos, se
do servidor, poderá ser efetuado de sua mulher, com proventos integrais;
remuneração em favor de entidade, b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício
sindical excetuada a contribuição sindical em funções de magistério, se professor, e
obrigatória prevista em seu estatuto. aos 25 (vinte e cinco), se professora, com
Art. 50 – As reposições e indenizações ao proventos integrais;
Erário serão descontadas em parcelas c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se
mensais não excedentes à décima parte homem, e aos 25 (vinte e cinto), se
da remuneração ou provento. Parágrafo mulher, com proventos proporcionais ao
Único - Independente do parcelamento tempo de serviço.
previsto neste artigo o recebimento de
quantias indevidas poderá implicar d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de
processo disciplinar para apuração das idade, se homem, e aos 60 (sessenta), se
responsabilidades e aplicação das mulher, com proventos proporcionais ao
penalidades cabíveis. tempo de serviço.

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§ 1º - As exceções ao disposto no inciso os valores serão determinados como se
III, alíneas “a” e “c”, no caso de exercício estivesse no exercício.
de atividades consideradas penosas,
§ 10º - As aposentadorias e pensões
insalubres ou perigosas, serão as
serão concedidas e mantidas pelos
estabelecidas em lei complementar
órgãos ou entidades aos quais se
federal.
encontram vinculadas os funcionários.
§ 2º - A lei municipal disporá sobre a
§ 11º - O recebimento indevido de
aposentadoria em cargo ou emprego
benefício havido por fraude, dolo ou má fé
temporário.
implicará devolução ao Erário do total
§ 3º - O tempo de serviço público federal, auferido, devidamente atualizado, sem
estadual ou municipal será computado prejuízo da ação penal cabível.
integralmente para os efeitos de
Art. 54 – A Prefeitura Municipal poderá a
aposentadoria e disponibilidade.
qualquer tempo, celebrar convênio com
§ 4º - Os proventos da aposentadoria, órgãos de previdência da União do
nunca inferiores ao salário mínimo, serão Estado, ou de natureza privada para fins
revistos, na mesma proporção e na de assistência previdenciária aos seus
mesma data, sempre que se modificar a funcionários, até que disponha de seu
remuneração do servidor em atividade, e sistema próprio.
serão estendidos ao servidor em
Art. 55 – Os benefícios advindos da
atividade, mesmo quando decorrentes de
celebração de Convênio referido no Artigo
transformação ou reclassificação os
anterior serão disciplinados pelo órgão
cargos ou da função em que se tiver
conveniente.
aposentadoria, na forma de lei.
CAPÍTULO III
§ 5º - O benefício da pensão por morte
corresponderá à totalidade dos DAS VANTAGENS
vencimentos ou proventos do servidor SEÇÃO I
falecido, observado o disposto no
parágrafo anterior. DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 6º - É assegurado ao servidor afastar-se Art. 56 – Além do vencimento e da


da atividade a partir da data do remuneração, poderá ser pagas aos
requerimento da aposentadoria e sua não funcionários as seguintes vantagens:
concessão importará a reposição do I – ajuda de custo;
período de afastamento.
II – diárias;
§ 7º - Para efeito da aposentadoria é
assegurada a contagem recíproca do III – gratificação e adicionais;
tempo de serviço nas atividades públicas IV – abono família.
privadas, rural e urbana, nos temos do §
2º do art. 202 da Constituição da Parágrafo Único – As gratificações e os
República. adicionais somente se incorporarão ao
vencimento ou provento nos casos
§ 8º - O servidor público que retornar à indicado em lei.
atividade após a cessação dos motivos
que causaram sua aposentadoria por Art. 57 – As vantagens previstas no inciso
invalidez terá direito, para todos os fins, III do artigo anterior não serão
salvo para o de promoção, à contagem do computadas nem acumuladas para efeito
tempo relativo ao período de afastamento. de o mesmo título ou idêntico fundamento.
§ 9º - Para o efeito de benefício
previdenciário, no caso de afastamento,
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SEÇÃO II motivo, fica obrigado a restituí-la
DA AJUDA DE CUSTO integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 58 – A ajuda de custo destina-se à Parágrafo Único – Na hipótese de o


compensação das despesas da instalação funcionário retornar à sede em prazo
do funcionário que, no interesse do menor do que previsto para o seu
serviço, passa a ter exercício em nova afastamento, deverá restituir as diárias
sede, com mudança de domicílio em recebidas em excesso, em igual prazo.
caráter permanente. Art. 64 – A concessão de ajuda de custo
Art. 59 – A ajuda de custo é calculada não impede concessão de diária e
sobre a remuneração do funcionário, viceversa.
conforme se dispuser em regulamento, SEÇÃO IV
podendo exceder a importância
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
correspondente a 3 (três) meses do
respectivo vencimento. Art. 65 – Além dos vencimentos e das
vantagens previstas nesta Lei serão
Art. 60 – Não será concedida ajuda de
deferidos aos funcionários as seguintes
custo ao funcionário que se afastar do
gratificações e adicionais:
cargo, ou reassumi-lo, em virtude do
mandato efetivo. I – gratificação de função;
Art. 61 – O funcionário ficará obrigado a II – gratificação natalina;
restituir a ajuda de custo quando,
III – adicional por tempo de serviço;
injustificadamente, não se apresentar na
nova sede. Parágrafo Único – Não haverá IV – adicional pelo exercício de atividades
obrigação de estituir a ajuda de custo nos insalubres perigosas ou penosas;
casos de exoneração de ofício, ou de
retorno por motivo de doença V – adicional pela prestação de serviço
comprovada. extraordinário;

SEÇÃO III VI – abono familiar.

DAS DIÁRIAS SUBSEÇÃO I

Art. 62 – O funcionário que, a serviço, se DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO


afastar do Município em caráter eventual Art. 66 – Ao funcionário investido em
ou transitório para outro local do território função de chefia é devida uma gratificação
nacional fará jus a passagens e diárias, pelo seu exercício. Parágrafo Único – Os
para cobrir as despesas de pousada e percentuais da gratificação serão
locomoção. estabelecidos em lei.
§ 1º - A diária será concedida por dia de Art. 67 – A lei municipal estabelecerá o
afastamento sendo devida pela metade valor de remuneração dos cargos em
quando o deslocamento não exigir comissão e das gratificações previstas no
pernoito fora da sede. artigo anterior.
§ 2º - Nos casos em que o deslocamento Parágrafo Único – A remuneração pelo
da sede constituir exigências exercício de cargo em comissão bem
permanentes do cargo, o funcionário não como a referente às gratificações de
fará jus ás diárias função, não será incorporada ao
Art. 63 – O funcionário que receber diárias vencimento ou à remuneração do
e não se afastar da sede, por qualquer servidor.

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Art. 68 – O exercício de função gratificada Art. 70 – Caso o funcionário deixe o
ou de cargo em comissão só assegurará serviço público Municipal, a gratificação
direitos ao servidor durante o período em de Natal ser-lhe-á paga
que estiver exercendo o cargo ou a proporcionalmente ao número de meses
função. Parágrafo Único – Afastando-se de exercício no ano, com base na
do cargo em comissão ou da função remuneração mês em que ocorrer a
gratificada o servidor perderá a respectiva exoneração ou demissão.
remuneração.
SUBSEÇÃO III
SUBSEÇÃO II
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
Art. 71 – Por qüinqüênio de efetivo
Art. 69 – A gratificação de Natal será paga, exercício no serviço público municipal,
anualmente a todo funcionário municipal, será concedido ao funcionário um
independentemente da remuneração a adicional correspondente a 5% (cinco por
que fizer jus. cento) do vencimento de seu cargo
efetivo, até o limite de 7 (sete)
§ 1º - A gratificação de Natal
qüinqüênios.
corresponderá a 1/12 (um doze avos), por
mês de efetivo exercício, de remuneração § 1º - O adicional é devido a partir do dia
devida em dezembro do ano imediato àquele em que o funcionário
correspondente. completar o tempo de serviço exigido.
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 § 2º - O funcionário que exercer,
(quinze) dias do exercício será tomada cumulativamente, mais de um cargo, terá
como mês integral, para efeito do direito ao adicional calculado sobre o
parágrafo anterior. vencimento de maior monta.
§ 3º - A gratificação de Natal será SUBSEÇÃO IV
calculada somente sobre o vencimento do DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADES
servidor, nele não incluídas as vantagens PERICULOSIDADE OU PENOSIDADE
exceto no caso de cargo em comissão,
quando a gratificação do Natal será paga Art. 72 – Os funcionários que trabalham
tomando-se por vencimento desse cargo. com habitualidade em locais insalubres ou
em contato permanente com substâncias
§ 4º - A gratificação de Natal será tóxicas ou com risco de vida fazem jus a
estendida aos inativos e pensionistas, um adicional sobre o vencimento do cargo
como base proventos que perceberem na efetivo.
data do pagamento daquela.
§ 1º - O funcionário que fizer jus aos
§ 5º - A gratificação de Natal poderá ser adicionais de insalubridade e
paga em duas parcelas, a primeira até o periculosidade deverá optar por um deles,
dia 30 (trinta) de junho e a segunda até o não sendo acumuláveis estas vantagens.
dia 20 (vinte) de dezembro de cada ano.
§ 2º - O direito ao adicional de
§ 6º - O pagamento de cada parcela se insalubridade ou periculosidade cessa
fará tomando por base a remuneração do com a eliminação das condições ou dos
mês em que ocorrer o pagamento. riscos que deram causa a sua concessão.
§ 7º - A segunda parcela será calculada Art. 73 – Haverá permanente controle da
com base na remuneração em vigor no atividade de funcionário em operações ou
mês de dezembro, abatida a importância locais considerados penosos, insalubres
da primeira parcela, pelo valor pago. ou perigosos.

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Parágrafo Único – A funcionária gestante de mais 25% (vinte e cinco por cento),
ou lactante será afastada enquanto durar computando-se cada hora como 52
a gestação das alterações e locais (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta)
previstos neste artigo, exercendo suas segundos.
atividades em local salubre e em serviço
Parágrafo Único – Em se tratando de
não perigoso.
serviço extraordinário, o acréscimo de que
Art. 74 – Na concessão dos adicionais de trata este artigo incidirá sobre o valor da
penosidade, insalubridade e hora normal de trabalho acrescido do
periculosidade serão observadas as respectivo percentual de extraordinário.
situações específicas na legislação
SUBSEÇÃO VII
municipal.
DO ABONO FAMILIAR
Parágrafo Único – Os locais de trabalho e
os funcionários que operam com raios X Art. 78 – Será concedido abono familiar ao
ou substâncias radioativas para ser funcionário ativo ou inativo:
mantidos sob controle permanente, de I – Pelo cônjuge ou companheira do
modo que as doses de radiação ionizantes funcionário que viva comprovadamente
não ultrapassem o nível máximo previsto em sua companhia e que não exerça
na legislação própria. atividade e nem tenha renda própria;
SUBSEÇÃO V
II – por filho menor de 14 (quatorze) anos
DO ADICIONAL POR SERVIÇO que não exerça atividade remunerada e
EXTRAORDINÁRIO nem tenha, renda própria; III – por filho
Art. 75 – O serviço extraordinário será inválido ou mentalmente incapaz, sem
remunerado com acréscimo de 50% renda própria.
(cinqüenta por cento) em relação à hora § 1º - Compreende-os, neste artigo, o filho
mensal de trabalho. de qualquer condição, o enteado, o
Art. 76 – Somente será permitido serviço adotivo e o menor que, mediante
extraordinário para atender a situações autorização judicial, estiver sob a guarda
excepcionais e temporárias, respeitado o e o sustento do funcionário.
limite máximo de 2 (duas) horas diárias, § 2º - Para efeito deste artigo, considera-
podendo ser prorrogado por igual período, se renda própria ou atividade remunerada
se o interesse público exigir, conforme se o recebimento de importância igual ou
dispuser em regulamento. superior ao valor de referência vigente no
§ 1º - O serviço extraordinário previsto Município.
neste artigo será procedido de § 3º - Quando o pai e mãe forem
autorização de chefia imediata que funcionários municipais, ativos ou
justificará o fato. inativos, o abono familiar será concedido
§ 2º - O serviço extraordinário realizado no a ambos.
horário previsto no art. 77 será acrescido § 4º - Ao pai e mãe equiparam-se o
do percentual relativo ao serviço noturno, padastro, a madastra e, na falta destes, os
em função de cada hora extra. representantes legais dos incapazes.
SUBSEÇÃO VI Art. 79 – Ocorrendo o falecimento do
DO ADICIONAL NOTURNO funcionário, o abono familiar continuará a
ser pago a seus beneficiários, por
Art. 77 – O serviço noturno, prestado em intermédio da pessoa em cuja guarda se
horário compreendido entre 22 (vinte e encontrem, enquanto fizerem jus à
duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do concessão.
dia seguinte, terá o valor/hora acrescido
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§ 1º - Com o falecimento do funcionário ou CAPÍTULO IV
à falta do responsável pelo recebimento DAS LICENÇAS
do abono familiar, será assegurado aos
beneficiários o direito à sua percepção SEÇÃO I
assim fizerem jus à concessão. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º - Com o falecimento do funcionário e Art. 83 – Conceder-se-á ao funcionário
à falta do responsável pelo recebimento licença:
do abono familiar, será assegurado aos
beneficiários o direito à sua percepção, I – para tratamento de saúde;
enquanto assim fizerem jus. II – à gestante, à adotante e a paternidade;
§ 3º - Passará a ser efetuado ao Cônjuge III – por acidente em serviço;
sobrevivente o pagamento do abono
familiar correspondente ao beneficiário IV – por motivo de doença em pessoa da
que vivia sob a guarda e sustento do família;
funcionário falecido, desde que aquele V – para o serviço militar;
consiga autorização judicial para mantê-lo
e ser seu responsável. VI – para atividade política;
§ 4º - Caso o funcionário não haja VII – para tratar de interesses particulares;
requerido o abono familiar relativo a seus VIII – para desempenho de mandato
dependentes, o requerimento poderá ser classista;
feito após sua morte pela pessoa cuja
guarda e sustento se encontrem operando IX – prêmio.
seus efeitos a partir da data do pedido. § 1º - A licença prevista no inciso IV será
Art. 80 – O valor do abono familiar será precedida de atestado ou exame médico e
igual a 5% (cinco por cento) do valor de comprovação do parentesco.
referência vigente no Município, devendo § 2º - O funcionário não poderá
ser pago a partir da data em que for permanecer em licença da mesma
protocolado o requerimento. Parágrafo espécie por período superior a 24 (vinte e
Único – O responsável pelo recebimento quatro) meses, salvo nos casos dos
do abono familiar deverá apresentar, no incisos II e V.
mês de julho de cada ano, declaração de
vida e residência dos dependentes, sob § 3º - É vedado o exercício de atividade
pena de ter suspenso o pagamento da remunerada durante o período da licença
vantagem. prevista no inciso II deste artigo.
Art. 81 – Nenhum desconto incidirá sobre Art. 84 – A licença concedida dentro de 60
o abono familiar, nem este servirá de base (sessenta) dias do término de outra da
a qualquer contribuição, ainda que para mesma espécie será considerada como
fins de previdência social. prorrogação.
Art. 82 – Todo aquele que, por ação ou SEÇÃO II
omissão, der causa a pagamento indevido DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE
do abono familiar ficará obrigado à sua SAÚDE
restituição, sem prejuízo das demais
cominações legais. Art. 85 – Será concedida ao funcionário
licença para tratamento de saúde, a
pedido ou de ofício, como base em perícia
média, se, prejuízo da remuneração a que
fizer jus.

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Art. 86 – Para licença até 30 (trinta) dias, § 4º - No caso de aborto, atestado por
a inspeção será feita por médico indicado médico oficial a funcionária terá direito a
pelo órgão de pessoal e, se por prazo 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
superior, por junta médica oficial.
Art. 91 – Pelo nascimento de filho, o
§ 1º - Sempre que necessária, a inspeção funcionário terá direito à licença
médica será realizada na residência do paternidade de 5 (cinco) dias
funcionário ou no estabelecimento consecutivos.
hospitalar onde se encontrar internado.
Art. 92 – Para amamentar o próprio filho,
§ 2º - Inexistindo médico do órgão ou até a idade de 6(seis) meses, a
entidade no local onde se encontra o funcionária terá direito, durante a jornada
funcionário, será aceito atestado passado de trabalho, a 1 (uma) hora, que poderá
por médico particular, que deverá ser ser parcelada em 2 (dois) períodos de
homologado por médico do município. meia hora.
Art. 87 – Findo o prazo da licença, o Art. 93 – À funcionária que adotar ou
funcionário será submetido a nova obtiver guarda judicial de criança de até 1
inspeção médica, que concluirá pela volta (um) ano de idade serão concedidos 90
ao serviço, pela prorrogação da licença ou (noventa) dias de licença remunerada,
pela aposentadoria. para ajustamento do adotado ao novo lar.
Parágrafo Único – No caso de adoção ou
Art. 88 – O atestado e o laudo da junta
guarda judicial de criança com mais de 1
médica não se referirão ao nome ou
(um) ano de idade, o prazo que trata este
natureza da doença, salvo quando se
artigo será de 30 (trinta) dias.
tratarem de lesões produzidas por
acidentes em serviço, doença profissional SEÇÃO IV
ou quaisquer das doenças especificadas DA LICENÇA POR ACIDENTE EM
no art. 53, inciso I. SERVIÇO
Art. 89 – O funcionário que apresente Art. 94 – Será licenciado, com
indícios de lesões orgânicas ou funcionais remuneração integral, o funcionário
será submetido à inspeção médica. acidentado em serviço.
SEÇÃO III Art. 95 – Configura acidente em serviço o
DA LICENÇA À GESTANTE `ADOTANTE E dano físico ou mental sofrido pelo
DA LICENÇA – PATERNIDADE funcionário a que se relacione mediata ou
imediatamente com as atribuições do
Art. 90 – Será concedida licença à
cargo exercido.
funcionária gestante por 120 (cento e
vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da Parágrafo Único – Equipara-se ao
remuneração. acidente em serviço o dano:
§ 1º - A licença poderá ter início no I – decorrente de agressão sofrida e não
primeiro dia do 9º (nono) mês de provocada pelo funcionário no exercício
gestação, salvo antecipação por do cargo;
prescrição médica.
II – sofrido no percurso da residência para
§ 2º - No caso de nascimento prematuro, o trabalho e vice-versa.
e licença terá início a partir do parto.
[Art. 96 – O funcionário acidentado em
§ 3º - No caso de matrimônio, decorridos serviço que necessite de tratamento
30 (trinta) dias do evento, a funcionária especializado poderá ser tratado em
será submetida a exame médico e, instituição privada, à conta de recursos
julgada apta, reassumirá o exercício. públicos.

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Parágrafo Único – O tratamento dias para reassumir o exercício sem perda
recomendado por junta médica oficial do vencimento.
constitui medida de exceção e somente
SEÇÃO VII
será admissível quando inexistirem meios
e recursos adequados em instituição DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
pública. Art. 100 – O funcionário terá direito a
Art. 97 – A prova do acidente será feita no licença, sem remuneração, durante o
prazo de 10 (dez) dias, prorrogável período que mediar entre a sua escolha,
quando as circunstâncias o exigirem. em convenção partidária, como candidato
a cargo efetivo e a véspera do registro de
SEÇÃO V
sua candidatura perante a Justiça
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA Eleitoral.
EM PESSOA DA FAMÍLIA
§ 1º - A partir do registro da candidatura e
Art. 98 – Poderá ser concedida a licença até o 10º (décimo) dia seguinte ao da
ao funcionário, por motivo de doença do eleição, o funcionário fará jus a licença
cônjuge ou companheiro, padastro o como se em efetivo exercício estivesse,
madastra, ascendente e descendente sem prejuízo de sua remuneração,
mediante comprovação médica. mediante comunicação, por escrito, do
afastamento.
§ 1º - A licença somente será deferida se
a assistência direta do funcionário for § 2º - O disposto no parágrafo anterior não
indispensável e não puder ser prestado se aplica aos ocupantes de cargos em
simultaneamente com o exercício do comissão.
cargo, o que deverá ser apurado através
SEÇÃO VIII
de acompanhamento social.
DA LICENÇA PARA TRATAR DE
§ 2º - A licença será concedida sem INTERESSES PARTICULARES
prejuízo da remuneração do cargo efetivo,
até 30 (trinta) dias, podendo ser Art. 101 – A critério da Administração,
prorrogada por igual período, mediante poderá ser concedida ao funcionário
parecer da junta médica, e excedendo estável licença para o trato de assuntos
estes prazos, sem remuneração. particulares, pelo prazo de até 2 (dois)
anos consecutivos, sem remuneração.
§ 3º - A licença prevista neste artigo só
será concedida se não houver prejuízo § 1º - A licença poderá ser interrompida a
para o serviço público. qualquer tempo, a pedido do funcionário
ou no interesse do serviço.
SEÇÃO VI
§ 2º - Não se concederá nova licença
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
antes de decorridos 2 (dois) anos do
Art. 99 – Ao funcionário convocado para o término da anterior.
serviço militar será concedida licença à
Art. 102 – Ao funcionário ocupante de
vista de documento oficial.
cargos em comissão não se concederá a
§ 1º - Do vencimento do funcionário será licença do que trata o artigo anterior
descontada a importância percebida na
SEÇÃO IX
qualidade de incorporação, salvo se tiver
havido opção pelas vantagens do serviço DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE
militar. MANDATO CLASSISTA

§ 2º - Ao funcionário desincorporado será Art. 103 – É assegurado ao funcionário o


concedido prazo não excedente a 7 (sete) direito a licença para o desempenho de
mandato em confederação, associação de
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classe de âmbito nacional ou sindicato licença prevista neste artigo, na proporção
representativo da categoria ou entidade de 1 (um) mês para falta.
fiscalizadora da profissão, sem
Art. 106 – O número de funcionários em
remuneração.
gozo simultâneo de licençaprêmio não
§ 1º - Somente poderão ser licenciados poderá ser superior a 1/3 (um terço) da
os funcionários eleitos para cargos de lotação da respectiva unidade
direção ou representação nas referidas administrativa do órgão ou entidade.
entidades, até no máximo de 3 (três), por
Art. 107 – O requerimento do servidor a
entidade.
licença-prêmio poderá ser convertido em
§ 2º - A licença terá duração igual à do dinheiro.
mandato podendo se prorrogada no caso
CAPÍTULO V
de reeleição e por uma única vez.
DAS FÉRIAS
§ 3º - O funcionário ocupante de cargo em
comissão ou função gratificada deverá Art.108 – O funcionário gozará,
desincompatibilizar-se do cargo ou função obrigatoriamente, 30 (trinta) dias
quando empossar-se no mandato de que consecutivos de férias por ano,
tratar este artigo. concedidas, de acordo com escala
organizada pela chefia imediata.
SEÇÃO X
§ 1º - A escala de férias poderá ser
DA LICENÇA-PREMIO
alterada por autoridade superior, ouvido o
Art. 104 – Após cada qüinqüênio chefe imediato do funcionário.
ininterrupto de exercício o funcionário
§ 2º - As férias serão reduzidas a 20 (vinte)
efetivo fará jus a 3 (três) meses de licença
dias quando o funcionário contar, no
prêmio com a remuneração de cargo
período aquisitivo, com mais de 9 (nove)
efetivo.
faltas, não justificadas, ao trabalho.
Parágrafo Único – É facultado ao
§ 3º - Somente depois de 12 (doze) meses
funcionário fracionar a licença de que trata
de exercício o funcionário terá direito a
este artigo, em até 3 (três) parcelas.
férias.
Art. 105 – Não se concederá licença-
§ 4º - Durante as férias, o funcionário terá
prêmio ao funcionário que, no período
direito além do vencimento, a todas as
aquisitivo:
vantagens que perceberá no momento em
I – sofrer penalidades disciplinar de que passou a fruílas.
suspensão;
§ 5º - Será permitida a conversão de 1/3
II – afastar-se do cargo em virtude de: (um terço) das férias em dinheiro,
mediante requerimento do funcionário
a) – licença por motivo de doença em
apresentado 30 (trinta) dias antes do seu
pessoa da família sem remuneração
início, vedada qualquer outra hipótese de
b) – licença para tratar de interesses conversão em dinheiro.
particulares
Art. 109 – É proibida a acumulação de
c) – condenação a pena privativa de férias, salvo por imperiosa necessidade
liberdade por sentença definitiva; do serviço e pelo máximo de 2 (dois)
períodos, atestada a necessidade pelo
d) – desempenho de mandato classista. chefe imediato do funcionário.
Parágrafo Único – As faltas injustificadas Art. 110 – Perderá o direito de férias o
ao serviço retardarão a concessão da funcionário que, no período aquisitivo,
houver gozado das licenças a que se
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referem os incisos IV, VII, VIII e IX do art. b) falecimento de cônjuge, companheiro,
83. pais, madastra o padastro, filhos,
enteados, menor com guarda ou tutela e
Art. 111 – No cálculo do abono pecuniário
irmãos.
será considerado o valor do adicional de
férias, previsto no art. 113. Art. 116 – Poderá ser concedido horário
especial ao funcionário estudante, quando
Art. 112 – O funcionário que opera direta
comprovada a incompatibilidade entre o
e permanentemente com raios X ou
horário escolar e o da repartição, sem
substâncias radioativas gozará,
prejuízo do exercício do cargo.
obrigatoriamente, 20 (vinte) dias
consecutivos de férias, por semestre de Parágrafo Único – Para efeito do disposto
atividade profissional, proibida, em neste artigo será exigida a compensação
qualquer hipótese, a acumulação. de horário na repartição, respeitada a
duração semanal do trabalho.
Parágrafo Único – O funcionário referido
neste artigo não fará jus ao abono Art. 117 – O funcionário poderá ser cedido
pecuniário de que trata o artigo anterior. mediante requisição para ter exercício em
outro órgão ou entidades dos Poderes da
Art. 113 – Independentemente de
União, dos Estados, do Distrito Federal,
solicitação será pago ao funcionário, por
do Município, nas seguintes hipóteses:
ocasião das férias, um adicional de 1/3
(um terço) da remuneração I – para exercício de cargo em comissão
correspondente ao período de férias. ou função de confiança;
Parágrafo Único – No caso do funcionário II – em casos previstos em leis
exercer função de gratificação ou ocupar específicas. Parágrafo Único – Na
cargo em comissão, a respectiva hipótese do inciso I deste artigo o ônus da
vantagem será considerada no cálculo do remuneração será do órgão ou entidade
adicional de que trata este artigo. requisitante.
Art. 114 – O funcionário em regime de Art. 118 – O funcionário estável poderá
acumulação lícita perceberá o adicional ausentar-se do Município para estudo,
calculado sobre a remuneração dos desde que autorizado pela maior
cargos cujo período aquisitivo lhe garanta autoridade a que estiver subordinado.
o gozo de férias.
Parágrafo Único – A ausência de que trata
Parágrafo Único – O adicional de férias este artigo não excederá de 4 (quatro)
será calculado em função de cada cargo anos e findo o período, somente decorrido
exercido pelo servidor. outro, será permitida nova ausência, ou
licença para tratar de interesse particular.
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
DAS CONCESSÕES
DO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
Art. 115 – Sem qualquer prejuízo, poderá
o funcionário ausentar-se do serviço: Art. 119 – Ao funcionário investido em
mandato eletivo municipal é inamovível de
I – por 1 (hum) dia, para doação de
ofício pelo tempo de duração de seu
sangue;
mandato.
II – por 2 (dois) dias, para se alistar como CAPÍTULO VIII
eleitor
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
III – por 7 (sete) dias consecutivos em
razão de: Art. 120 – A assistência à saúde do
funcionário ativo ou inativo e de sua
a) casamento;
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família compreende assistência médica, Art. 126 – O recurso poderá ser recebido
hospitalar, odontológica, psicológica e com efeito suspensivo a juízo da
farmacêutica prestada pelo Sistema Único autoridade competente.
de Saúde ou diretamente pelo órgão ou
Parágrafo Único – Em caso de
entidade ao qual estiver vinculado o
provimento do pedido de reconsideração
funcionário ou ainda, mediante convênio,
ou de recurso, os efeitos da decisão
na forma estabelecida em ato próprio.
reagirão à data do ato impugnado.
CAPÍTULO IX
Art. 127 – O direito de requerer prescreve:
DO DIREITO DE PETIÇÃO
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de
Art. 121 – É assegurado ao funcionário demissão e de cassação de
requerer aos Poderes Públicos em defesa aposentadoria ou disponibilidade ou que
de direito ou de interesse legítimo. afetem interesse patrimonial e créditos
Art. 122 – O requerimento será dirigido à resultantes das relações de trabalho.
autoridade competente para decidi-lo e II – em 60 (sessenta) dias, nos demais
encaminhado por intermédio daquela a casos, salvo quando outro prazo for fixado
que estiver imediatamente subordinado o em lei.
requerente.
Parágrafo Único – O prazo de prescrição
Art. 123 – Cabe pedido de reconsideração será contado da data da publicação do ato
à autoridade que houver expedido o ato impugnado ou da data da ciência, pelo
preferido a primeira decisão não podendo interessado, quando o ato não for
ser renovado. publicado.
Parágrafo Único – O requerimento e o Art. 128 – O pedido de reconsideração e o
pedido de consideração de recurso, quando cabíveis, interrompem a
reconsideração que tratam os artigos prescrição. Parágrafo Único –
anteriores deverão ser despachado no Interrompida a prescrição, o prazo
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro recomeçará a correr pelo restante, no dia
de 30 (trinta) dias. em que cessar a interrupção.
Art. 124 – Caberá recurso: Art. 129 – A prescrição é de ordem
I – do indeferimento do pedido de pública, não podendo ser relevada pela
reconsideração; Administração.

II – das decisões sobre os recursos Art. 130 – Para o exercício do direito de


sucessivamente interpostos. petição é assegurada vista do processo ou
documento, na repartição, ao funcionário
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade ou ao procurador por ele constituído.
imediatamente superior à que tiver
expedido o ato ou proferido a decisão, e, Art. 131 – A administração devera rever
sucessivamente, em escala ascendente, seus atos, a qualquer tempo, quando
as demais autoridades. eivados de ilegalidade.

§ 2º - O recurso será encaminhado por Art. 132 – São fatais e improrrogáveis os


intermédio da autoridade a que estiver prazos estabelecidos neste Capítulo,
imediatamente subordinado o requerente salvo motivo de forma maior devidamente
comprovado.
Art. 125 – O prazo para interposição de
pedido de reconsideração ou de recursos
é de 30 (trinta) dias a contar da publicação
ou da ciência pelo interessado da decisão
recorrida.
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TÍTULO III SEÇÃO I
DO REGIME DISCIPLINAR DAS PROIBIÇÕES
CAPÍTULO I Art. 134 – Ao funcionário é proibido:
DO DEVERES I–ausentar-se do serviço durante o
Art. 133 – São deveres do funcionário: expediente sem prévia autorização do
chefe imediato;
I–exercer com zelo e dedicação as
atribuições do cargo; II–retirar, ser prévia ausência da
autoridade competente, qualquer
II– ser leal às instituições a que servir; documento ou objeto de repartição;
III–observar as normas legais e III– recusar fé a documentos públicos;
regulamentares.
IV–opor resistência injustificada ao
IV–cumprir as ordens superiores, exceto andamento de documento e processo ou
quando manifestamente ilegais; execução de serviço;
V–atender com presteza: V–promover manifestação de apreço ou
a) ao público em geral prestando as desapreço no recinto da repartição;
informações requeridas ressalvadas as VI–referir-se de modo depreciativo ou
protegidas por sigilo; desrespeitoso às autoridades públicas ou
b) á expedição de certidões requeridas aos atos do Poder Público, mediante
para defesa de direito ou esclarecimento manifestação escrita ou oral, podendo,
de situação de interesse pessoal; porém, criticar ato do Poder Público, do
ponto de vista doutrinário ou da
c) às requisições para a defesa da organização do serviço, em trabalho
Fazenda; assinado;
VI–levar ao conhecimento da autoridade VII–cometer a pessoa estranha à
superior as irregularidades de que tiver repartição, fora dos casos previstos em lei,
ciência em razão do cargo; o desempenho de atribuição que seja de
sua responsabilidade ou de seu
VII–zelar pela economia do material e pela
subordinado;
conservação do patrimônio público;
VIII–compelir ou aliciar outro funcionário
VIII–guardar sigilo sobre assuntos da
no sentido de filiação a associação
repartição;
profissional, sindical ou partido político;
IX–manter conduta compatível com a
IX–manter sob sua chefia imediata,
moralidade administrativa;
cônjuge, companheiro ou parente até o
X–ser assíduo e pontual ao serviço; segundo grau civil;
XI–tratar com urbanidade as pessoas; X–valer-se do cargo para lograr proveito
pessoal ou de outrem, em detrimento da
XII–representar contra a ilegalidade ou
dignidade da função pública;
abuso de poder.
XI–participar de gerência ou de
Parágrafo Único – A representação de que
administração de empresa privada, de
trata o inciso será encaminhada pela via
sociedade civil, ou exercer comércio e,
hierárquica e obrigatoriamente apreciada
nessa qualidade, transacionar com o
pela autoridade superior àquela contra a
Município, exceto se a transação for
qual é formulada, assegurando-se ao
procedida de licitação;
representado o direito de defesa.

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XII–atuar como procurador ou licitamente 2 (dois) cargos de carreira,
intermediário junto a participações quando investido em cargo de provimento
públicas, salvo quando se tratar de em comissão, ficará afastado de ambos os
benefícios previdenciários ou cargos efetivos.
assistenciais de parentes até segundo
§ 1º - O afastamento previsto neste artigo
grau e de cônjuge ou companheiro;
ocorrerá apenas em relação a um dos
XIII – receber propina, comissão, presente cargos se houver compatibilidade de
ou vantagem de qualquer espécie, em horários.
razão de suas atribuições;
§ 2º - O funcionário que se afastar de um
XIV-praticar usuras sob qualquer de suas dos cargos que ocupe poderá optar pela
formas; remuneração deste ou pela do cargo em
comissão.
XV–proceder de forma desidiosa;
SEÇÃO III
XVI–utilizar pessoal ou recursos materiais
da repartição em serviço ou atividades DA RESPONSABILIDADES
particulares; Art. 138 – O funcionário responde, civil,
XVII–cometer a outro funcionário penal e administrativamente, pelo
atribuições estranhas às do cargo que exercício irregular de suas atribuições.
ocupe, exceto em situações transitórias Art. 139 – A responsabilidade civil decorre
de emergência; de ato omisso, doloso ou culposo, que
XVIII–exercer quaisquer atividades que resulte em prejuízo ao Erário ou a
sejam incompatíveis com o exercício do terceiros.
cargo ou função e com o horário de §1º-A indenização de prejuízo
trabalho. dolosamente causado ao Erário somente
SEÇÃO II será liquidada na forma prevista no art. 50
na falta de outros bens que assegurem a
DA ACUMULAÇÃO
exceção do débito pela via judicial.
Art. 135 – Ressalvados os casos previstos
§2º-Tratando-se de dano causado a
na Constituição da República, é vedada a
terceiros responderá o funcionário perante
acumulação remunerada de cargos
a Fazenda Pública em ação regressiva.
públicos.
§3º-A obrigação de reparar o dano
§ 1º - A proibição de acumular estende-se
estende-se aos sucessores e contra eles
a cargos, empregos e funções em
será executada, até o limite do valor da
autarquias, fundações e empresas
herança recebida.
públicas, sociedades de economia mista
da União, do Distrito Federal, dos Art.140–A responsabilidade penal
Estados, dos Territórios e dos Municípios. abrange os crimes e contravenções
imputadas ao funcionário, nessa
§ 2º - A acumulação de cargos, ainda que
qualidade.
lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários. Art.141–A responsabilidade administrativa
resulta de ato omisso ou comissivo
Art.136 – O funcionário não poderá
praticado no desempenho do cargo ou
exercer mais de um cargo em comissão,
função.
nem ser remunerado pela participação em
órgãos de deliberação coletiva. Art.142 – As sanções civis, penais e
administrativas poderão cumular-se
Art.137–O funcionário vinculado ao
sendo independentes entre si.
regime desta Lei, que acumular
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Art. 143 – A responsabilidade civil ou poderá ser convertida em multa na base
administrativa do funcionário será de 50% (cinqüenta por cento) por dia do
afastada no caso de absolvição criminal vencimento ou remuneração, ficando o
que negue a existência do fato ou a sua funcionário obrigado a permanecer em
autoria. serviço.
SEÇÃO IV Art.148 – As penalidades de advertência e
DA PENALIDADES de suspensão terão seus registros
canceladas após o decurso de 3 (três) e 5
Art. 144 – São penalidades disciplinares: (cinco) anos de efetivo exercício,
I – advertência; respectivamente, se o funcionário não
houver, nesse período, praticado nova
II – suspensão; infração disciplinar.
III – demissão; Parágrafo Único – O cancelamento da
penalidade não surtirá efeitos retroativos.
IV – extinção de aposentadoria ou
disponibilidade; Art. 149 – A demissão será aplicada aos
seguintes casos:
V – destituição de cargo em comissão.
I – crime contra a Administração Pública;
Art. 145 – Na aplicação das penalidades
serão consideradas a natureza e a II – abandono de cargo;
gravidade da infração cometida, os danos
que dela provierem para o serviço público, III – inassiduidade habitual;
as circunstâncias agravantes ou IV – improbidade administrativa;
atenuantes e os antecedentes funcionais.
V – incontinência pública e conduta
Art. 146 – A advertência será aplicada por escandalosa;
escrito nos caos de violação de proibição
constante do art. 114, inciso I a IX, e de VI – insubordinação grave em serviço;
inobservância de dever funcional previsto VII – ofensa física, em serviço, a
em Lei, regulamento ou norma interna que funcionário ou a particular, salvo em
não justifique imposição de penalidade legítima defesa ou defesa de outrem;
mais grave.
VIII – aplicação irregular de dinheiro
Art. 147 – A suspensão será aplicada em público;
caso de reincidência das faltas punidas
com a advertência e de violação das IX – revelação de segredo apropriado em
demais proibições que não tipifiquem razão do cargo;
infração sujeita a penalidade de X – lesão aos cofres públicos e
demissão, não podendo exceder de 90 dilapidação do patrimônio municipal;
(noventa) dias.
XI – corrupção;
§1º - Será punido com suspensão de até
15 (quinze) dias o funcionário que XII – acumulação ilegal de cargos,
injustificadamente recusar-se a ser empregos ou funções públicas;
submetido à inspeção médica XIII – transgressão do art. 144, inciso X a
determinada pela autoridade XVII.
competente,cessando os efeitos de
penalidade uma vez cumprida a Art. 150 – Verificada, em processo
determinação. disciplinar, a acumulação proibida e
provada a boa-fé, o funcionário optará por
§ 2º - Quando houver conveniência para o um dos cargos.
exercício a penalidade de suspensão
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§ 1º - Provada a má-fé, perderá também o fundamento legal e a causa da sanção
cargo que exercia a mais tempo e disciplinar.
restituirá o que tiver percebido
Art. 158 – As penalidades disciplinares
indevidamente.
serão aplicadas:
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior,
I – pelo Prefeito, pelo Presidente da
sendo dos cargos emprego ou função
Câmara Municipal e pelo dirigente
exercido em outro órgão ou entidade a
superior da autarquia e fundação quando
demissão lhe será comunicada.
se tratar de demissão e cassação de
Art. 151 – Será cassada a aposentadoria aposentadoria ou disponibilidade de
ou a disponibilidade do inativo que houver funcionário vinculado ao respectivo Poder,
praticado na atividade falta punível com a órgão ou entidade;
demissão. Art.
II – pelas autoridades administrativas de
152 – A exoneração de cargo em hierarquia imediatamente inferior àquelas
comissão de não ocupante de cargo mencionadas no inciso I, quando se tratar
efetivo será aplicada nos casos de de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
infração sujeito às penalidades de
III – pelo chefe da repartição e outra
suspensão e de demissão.
autoridade, na forma dos respectivos
Art. 153 – A demissão ou a destituição de regimentos ou regulamentos, nos casos
cargo em comissão nos casos dos incisos de advertência ou de suspensão de até 30
IV, VIII e X do art. 149 implica a (trinta) dias;
indisponibilidade dos bens e o
IV – pela autoridade que houver feito a
ressarcimento ao Erário com prejuízo de
nomeação, quando se tratar de
ação penal cabível.
destituição de cargo em comissão de não
Art. 154 – A demissão ou a destituição de ocupante de cargo efetivo.
cargo em comissão por infrigência ao
Art. 159 – A ação disciplinar prescreverá:
artigo 134, inciso X e XII, incompatibiliza o
ex-funcionário para nova investidura em I – em 5 (cinco) anos, quando às infrações
cargo público pelo prazo mínimo de 5 puníveis com demissão, cassação de
(cinco) anos. aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargos em comissão;
Parágrafo Único – Não poderá retornar ao
serviço público municipal o funcionário II – em 2 (dois) anos, quando à
que for demitido ou destituído do cargo em suspensão;
comissão por infrigência do art. 149, inciso
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quando
I, V, VIII, X e XI.
à advertência.
Art. 155 – Configura abandono de cargo a
§ 1º - O prazo de prescrição começa a
ausência intencional do funcionário ao
decorrer da data em que o fato se tornou
serviço por mais de 30 (trinta) dias
conhecido.
consecutivos.
§ 2º - Os prazos de prescrição previstos
Art. 156 – Entende-se por inassiduidade
na lei penal aplicam-se às infrações
habitual a falta ao serviço, sem causa
disciplinares capitulada também como
justificada por 60 (sessenta) dias,
crime.
interpoladamente, durante o período de
12 (doze) meses. § 3º - A abertura de sindicância ou a
instauração de processo disciplinar
Art. 157 – O ato de imposição da
interrompe a prescrição, até a decisão
penalidade mencionará sempre o
final proferida por autoridade competente.

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§ 4º - Interrompido o curso da prescrição, poderá ordenar o seu afastamento do
essa recomeçará a correr pelo prazo exercício do cargo, pelo prazo de até 60
restante, a partir do dia em que cessar a (sessenta) dias, sem prejuízo da
interrupção. remuneração.
CAPÍTULO II Parágrafo Único – O afastamento poderá
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ser prorrogado por igual prazo, findo o
qual cessarão os seus efeitos ainda que
SEÇÃO I não concluído o processo.
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO III
Art. 160 – A autoridade que tiver ciência DO PROCESSO DISCIPLINAR
de irregularidade no serviço público é
SUBSEÇÃO I
obrigada a promover a sua apuração
imediata mediante sindicância ou DISPOSIÇÕES GERAIS
processo disciplinar, assegurada ao
Art. 165 – O processo disciplinar é o
acusado, ampla defesa.
instrumento destinado a apurar as
Art. 161 – As denúncias sobre responsabilidades do funcionário por
irregularidades serão objeto de apuração infração praticada no exercício de suas
desde que contenham a identificação e o atribuições, ou que tenha relação mediata
endereço do denunciante e sejam com as atribuições do cargo em que se
formuladas por escrito, confirmada a encontre investido.
autenticidade.
Art. 166 – O processo disciplinar será
Parágrafo Único – Quando o fato narrado conduzido por comissão composta de 3
não configurar evidente infração (três) funcionários estáveis designados
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será pela autoridade competente que indicará,
arquivada, por falta de objeto. entre eles, o seu presidente.
Art. 162 – Da sindicância poderá resultar: § 1º - A comissão terá como secretário,
funcionário designado pelo seu
I – arquivamento do processo;
presidente, podendo a designação recair
II – aplicação de penalidade de em um dos seus membros.
advertência ou suspensão de até 30
§ 2º - Não poderá participar de comissão
(trinta) dias;
de sindicância ou de inquérito, cônjuge,
III – instauração de processo disciplinar. companheiro ou parente do acusado,
consangüíneo ou afim, em linha reta ou
Art. 163 – Sempre que o ilícito praticado colateral, até o terceiro grau.
pelo funcionário ensejar a imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 Art.167–A comissão de Inquérito exercerá
(trinta) dias ou de demissão, extinção de suas atividades com independência e
aposentadoria ou de disponibilidade, ou imparcialidade, assegurado o sigilo
ainda destituição de cargo em comissão necessário à elucidação do fato ou exigido
será obrigatória a instauração de pelo interesse da Administração.
processo disciplinar.
Art.168–O processo disciplinar se
SEÇÃO II desenvolve nas seguintes fases:
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO I – instauração, com a publicação do ato
Art. 164 – Como medida cautelar e a fim que constituir a comissão;
de que o funcionário não venha a influir na II–inquérito administrativo, que
apuração da irregularidade, a autoridade compreende instrução, defesa e relatório;
instauradora do processo disciplinar
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III – julgamento. impertinentes, meramente protelatórios ou
de nenhum interesse para o
Art. 169 – O prazo para a conclusão do
esclarecimento dos fatos.
processo disciplinar não excederá 60
(sessenta) dias contados da data da § 2º - Será indeferido o pedido de prova
publicação do ato que constituir a pericial quando a comprovação do fato
comissão, admitida a sua prorrogação por independer de conhecimento especial de
igual prazo, quando as circunstância o perito.
exigirem.
Art. 174 – As testemunhas serão
§ 1º - Sempre que necessário, a comissão intimadas a depor mediante mandato
dedicará tempo integral aos seus expedido pelo presidente da comissão,
trabalhos, ficando seus membros devendo a segunda via, com o ciente do
dispensados do ponto, até a entrega do interessado, ser anexada nos autos.
relatório final.
Parágrafo Único – Se a testemunha for
§ 2º - As reuniões da comissão serão funcionário público, a expedição do
registradas em atas que deverão detalhar mandato será imediatamente comunicada
as deliberações adotadas. ao chefe da repartição onde serve, com
indicação do dia e da hora marcados para
Art. 170 – O inquérito administrativo será
a inquirição.
contraditório, assegurada ao acusado
ampla defesa, com a utilização dos meios Art. 175 – O depoimento será prestado
e recursos admitidos em direito. oralmente e reduzido a termo, não sendo
lícito à testemunha traze-lo por escrito.
Art. 171 – Os autos da sindicância
integração o processo disciplinar, como §1º -As testemunhas serão inquiridas
peça informativa da instrução. separadamente.
Parágrafo Único – Na hipótese do relatório § 2º - Na hipótese de depoimentos
da sindicância concluir que a infração está contraditórios ou que se infirmem,
capitulada como ilícito penal, a autoridade proceder-se-á a acareação entre os
competente encaminhará cópia dos autos depoentes.
ao Magistério Público,independentemente
Art. 176 – Concluída a inquirição das
de imediata instrução do processo
testemunhas, a comissão promoverá o
disciplinar.
interrogatório do acusado, observados os
Art. 172 – Na fase do inquérito, a procedimentos previstos nos artigos 174 e
comissão promoverá tomada de 175.
depoimentos, acareações, investigações
§ 1º - No caso de mais de um acusado,
e diligência cabíveis, objetivando a coleta
onde um deles será ouvido
da prova, recorrendo, quando necessário,
separadamente, e, sempre que divergirem
a técnica e peritos, de modo a permitir a
em suas declarações sobre fatos ou
completa elucidação dos fatos.
circunstâncias, será promovida reação
Art. 173 – É assegurado ao funcionário o entre eles.
direito de acompanhar o processo,
§ 2º - O procurador do acusado poderá
pessoalmente ou por intermédio de
assistir ao interrogatório, bem como à
procurador,arrolar e reinquirir
inquirição das testemunhas, sendo-lhe
testemunhas,produzir prova a contraprova
vedada interferir nas perguntas e
e formular quesitos, quando se tratar de
respostas, facultando-lhe, porém,
prova pericial.
reinquiri-las, por intermédio do presidente
§ 1º - O presidente da comissão poderá da comissão.
denegar pedidos considerados
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Art. 177 – Quando houver dúvida sobre a § 2º - Para defender o indiciado revel a
sanidade do acusado a comissão proporá autoridade instauradora do processo
à autoridade competente que ele seja designará em funcionário como defensor
submetido a exame por junta média oficial, ativo de cargo de nível igual ou superior
da qual participe pelo menos um médico ao do indiciado.
psiquiatra.
Art. 182 – Apreciada a defesa, a comissão
Parágrafo Único – O incidente de elaborará relatório minucioso, onde
sanidade mental será processado em auto resumirá as peças principais dos autos e
apartado e apenso ao processo principal mencionará as provas em que se baseou
após a expedição do laudo pericial. para formar a sua convicção.
Art. 178 – Tipificada a infração disciplinar § 1º - O relatório será sempre conclusivo
será formulada a indicação do funcionário, quanto à inocência ou à responsabilidade
com a especificação dos fatos a ele do funcionário.
imputados e das respectivas provas.
§ 2º - Reconhecida a responsabilidade do
§ 1º - O indicado será citado por mandato funcionário, a comissão indicará o
expedido pela presidente da comissão dispositivo legal ou regulamentar
para apresentar defesa escrita, no prazo transgredido, bem como as circunstâncias
de 10 (dez) dias, assegurando-lhe vista do agravantes ou atenuantes.
processo da repartição.
Art. 183 – O processo disciplinar, com o
§ 2º - Havendo 2 (dois) ou mais indicados, relatório da comissão, será remetido à
o prazo comum e de 20 (vinte) dias. autoridade que determinou a sua
instauração, para julgamento.
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser
prorrogado pelo dobro para diligência SUBSEÇÃO III
reputadas indispensáveis. DO JULGAMENTO
§ 4º - No caso de recusa do indiciado em Art. 184 – No prazo de 60 (sessenta) dias,
apor o ciente na cópia da citação, o prazo contados do recebimento do processo, a
para defesa contar-se-á da data declarada autoridade julgadora preferirá a sua
em termo próprio pelo membro da decisão.
comissão que faz a citação.
§ 1º - Se a penalidade a ser aplicada
Art. 179 – O indiciado que mudar de exceder a alçada da autoridade
residência fica obrigado a comunicar à instaurada do processo este será
comissão o lugar onde poderá ser encaminhado à autoridade competente
encontrado. que decidirá em igual prazo.
Art. 180 – Achando-se o indiciado em § 2º - Havendo mais de um indiciado e
lugar incerto e não sabido, será citado por diversidade de sanções, o julgamento
edital, publicado no órgão oficial do caberá à autoridade competente para a
Município e em jornal de grande imposição de pena mais grave. § 3º - Se a
circulação na localidade, para apresentar penalidade prevista for a de demissão ou
defesa. cassação de aposentadoria ou
Art. 181 – Considerar-se-á revel o disponibilidade, o julgamento caberá às
indiciado que, regularmente citado, não autoridades de que trata o inciso I do art.
apresentar defesa no prazo legal. 158.
§ 1º - A revelia será declarada por temo Art. 185 – O julgamento se baseará no
nos autos do processo e devolverá o relatório da comissão, salvo quando
prazo para a defesa. contrário às provas dos autos.

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Parágrafo Único – Quando o relatório da SUBSEÇÃO IV
comissão contrariar as provas dos autos, DA REVISÃO DO PROCESSO
a autoridade julgadora poderá,
motivadamente, agravar a penalidade Art. 191 – O processo disciplinar poderá
proposta, abranda-la ou isentar o ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou
funcionário de responsabilidade. de ofício, quando se aduzirem fatos novos
ou circunstâncias suscetíveis de
Art. 186 – Verificada a existência de vício justificarem a inocência do punido ou a
incurável a autoridade julgadora declarará inadequação da penalidade aplicada.
a nulidade total ou parcial do processo e
ordenará a constituição de outra comissão § 1º - Em caso de falecimento, ausência
para instauração de novo processo. ou desaparecimento do funcionário,
qualquer pessoa da família poderá
§ 1º - O julgamento fora do prazo legal não requerer a revisão do processo.
implica nulidade do processo.
§ 2º - No caso de incapacidade mental do
§ 2º - A autoridade julgadora que der funcionário, a revisão será requerida pelo
causa à prescrição de que trata o art. 159, respectivo curador.
§ 1º, será responsabilizada na forma desta
Lei. Art. 192 – No processo revisional, o ônus
da prova cabe ao requerente.
Art. 187 – Extinta a punibilidade pela
prescrição, a aumentos individuais do Art. 193 – A simples alegação da injustiça
funcionário. da penalidade não constitui fundamento
para a revisão, que requer elementos
Art. 188 – Quando a infração estiver novos ainda não apreciados no processo
capitulada como crime, o processo originário.
disciplinar será remetido ao Ministério
Público penal, ficando um translado na Art. 194 – O requerimento de revisão de
repartição. processo será dirigido no Ministério
Público ou autoridade equivalente, que, se
Art. 189 – O funcionário que responde a autoriza-la, encaminhará o pedido ao
processo disciplinar só poderá ser dirigente do órgão ou entidade onde se
exonerado a pedido ou aposentado originou o processo disciplinar. Parágrafo
voluntariamente após a conclusão do Único – Recebida a petição, o dirigente do
processo e o cumprimento da penalidade, órgão ou entidade providenciará a
aplicada. constituição de comissão, na forma
Parágrafo Único – Ocorrida a exoneração, prevista no art. 166 desta Lei.
de que trata o art. 36, parágrafo único, Art. 195 – A revisão ocorrerá em apenso
inciso I, o ato será convertido em ao processo originário. Parágrafo Único –
demissão, se for o caso. Na petição inicial, o requerente pedirá dia
Art. 190 – Serão assegurados transportes e hora para a produção de provas e
e diárias: inquirição das testemunhas que orrolar.
I – ao funcionário convocado para prestar Art. 196 – A comissão revisora terá até 60
depoimento fora da sede de sua (sessenta) dias para a conclusão dos
repartição, na condição de testemunha, trabalhos, prorrogáveis por igual prazo
denunciado ou indiciado. quando as circunstâncias o exigirem.
II – aos membros da comissão e no Art. 197 – Aplicam-se aos trabalhos da
secretário, quando obrigados a se comissão revisora no que couber, as
deslocarem da sede dos trabalhos para a normas e procedimentos próprios da
realização de missão essencial para comissão do processo disciplinar.
esclarecimento dos fatos.
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Art. 198 – O julgamento caberá à § 2º - Os atestados médicos concedidos
autoridade que aplicou a penalidade. aos funcionários municipais, quando em
tratamento fora do Município, terão sua
Parágrafo Único – O prazo para
validade condicionada à ratificação
julgamento será de até 60 (sessenta) dias,
posterior pelo médico do Município.
contados do recebimento do processo, no
curso do qual a autoridade julgadora Art. 203 – Contar-se-ão por dias corrigido
poderá determinar diligências. os prazos previstos nesta Lei.
Art. 199 – Julgada procedente a revisão, Parágrafo Único – Não se computará no
será declarada sem efeito a penalidade prazo o dia inicial, prorrogandoas para o
aplicada, restabelecendo-se todos os primeiro dia útil o vencimento que incidir
direitos do funcionário, exceto em relação em sábado, domingo ou feriado.
à destituição de cargo em comissão, que
Art. 204 – É vedado ao funcionário servir
será convertida em exoneração.
sob a chefia imediata de cônjuge ou
Parágrafo Único – Da revisão do processo parente até 2ª (segundo) grau, salvo em
não poderá resultar agravamento de cargo de livre escolha, não podendo
penalidade. exceder de 2 (dois) o seu número.
TÍTULO IV Art. 205 – São isentos de taxas,
DISPOSIÇÕES FINAIS emolumentos ou custas os requerimentos,
certidões e outros papéis que, na esfera
CAPÍTULO I administrativa, interessarem ao
DISPOCIÇÕES GERAIS funcionário municipal, ativo ou inativo,
nessa qualidade.
Art. 200 – Consideram-se dependentes do
funcionário, além do cônjuge e filhos, Art. 206 – É vedado exigir atestado de
quaisquer pessoas que vivam às suas ideologia como condição de posse ou
expensas e constem de seu exercício em cargo público.
assentamento individual. Art. 207 – A presente Lei aplicar-se-á aos
Art. 201 – Os instrumentos de procuração funcionários da Câmara Municipal,
utilizados para recebimento de direitos ou cabendo ao Presidente desta as
vantagens de funcionários municipais atribuições reservadas ao Prefeito
terão validade por 12 (doze) meses, Municipal, quando for o caso.
devendo ser renovados após findo esse Art. 208 – Poderão ser admitidos, para
prazo. cargos adequados, funcionários de
Art. 202 – Para todos os efeitos previstos capacidade física reduzida, aplicando-se
nesta Lei e em leis do Município, os processos especiais de seleção.
exames de sanidade física e mental serão Art. 209 – O dia 28 (vinte e oito) de outubro
obrigatoriamente realizados por médico será consagrado ao funcionário público
da Prefeitura ou, na sua falta, por médico municipal.
credenciado pelo Município.
Art. 210 – A jornada de trabalho nas
§ 1º - Em casos especiais, atendendo à repartições municipais será fixada por
natureza da enfermidade, a autoridade decreto do Prefeito Municipal.
municipal poderá designar junta médica
para proceder ao exame, dela fazendo Art. 211 – O Prefeito Municipal baixará,
parte, obrigatoriamente, o médico do por decreto, os regulamentos necessários
Município ou o médico credenciado pela à execução da presente Lei.
autoridade municipal. ]

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CAPÍTULO II desta Lei, assiste-lhe o direito de
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS movimentar a conta vinculada do FGTS.

Art. 212 – Ficam submetidos ao regime Art. 214 – A Procuradoria do Município


previsto nesta Lei os servidores recorrerá até a última instância judicial em
estatutários da Administração direta, das processo cuja decisão tenha sido
autarquias e das fundações públicas contrária ao interesse do Município
municipais. inclusive quando decorrente da instituição
do regime instituído por esta Lei.
Art. 213 – O serviço de pessoal dos
órgãos e entidades referidos no artigo Art. 215 – A lei municipal estabelecerá
anterior informará aos servidores critérios para a compatibilização de seus
admitidos pelo regime da Consolidação quadros de pessoal ao disposto nesta Lei
das Leis do Trabalho (CLT) sobre as e à reforma administrativa dela
vantagens e desvantagens do regime decorrente.
instituído por esta Lei. Art. 216 – A lei municipal fixará as
§ 1º - Os servidores de que trata este diretrizes dos planos de carreira para a
artigo, quando tiverem sido admitidos por Administração direta, as autarquias e as
concurso, e desde que optem pelo regime fundações municipais, de acordo com
estatuário previsto nesta lei, terão seus suas peculiaridades.
empregos transformados em cargos e Art. 217 – Esta Lei entrará em vigor na
serão imediatamente efetivados. data de sua publicação, revogando-se as
§ 2º - A opção de que trata o parágrafo disposições em contrário. PAÇO DA
anterior dar-se-á no prazo de 60 PREFEITURA MUNICIPAL DE SOBRAL,
(sessenta) dias a contar da data da em 15 de Dezembro de 1992.
publicação desta Lei.
§ 3º - Os servidores estáveis e não
concursados que optarem pelo regime
LEI N.092 de 16 de janeiro de
instituído por esta Lei serão enquadrados 1997
em quadro em extinção até que sejam
aprovados em concurso público para fins
de efetivação. ESTRATURA A GUARDA MUNICIPAL e
da outras providencias.
§ 4º - Os servidores não estáveis e não
concursados terão seus empregos Faço saber que a Camera MUNICIPAL
extintos, instantânea ou gradativamente, DE SOBRAL aprovou e eu sanciono a
na medida em que o interesse público seguinte lei:
exigir, e serão imediatamente Art.1º - A GUARDA CIVIL MUNICIPAL de
exonerados. Sobral, orgão da administração direta do
§ 5º - Aos servidores que tiverem seus município, tem como finalidades
contratos de trabalho extintos na forma precípuas a defesa e a preservação do
prevista no §4º deste artigo serão bem público municipal, além de zelar pelo
assegurados, quando da exoneração, cumprimento de todas as regras e
todos os direitos previstos na legislação regulamentos que viabilizem as condicões
pertinente. de circulação de veículos automotores no
solo desta municipalidade, no que diz
§6º - Resolvido o contrato de trabalho com respeito ao transito, tráfego e sinalização
a transferência do servidor do regime da em vigor.
CLT para o estatuário, em decorrência

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§1º - Para o cumprimento das finalidades b)SUBCOMANDANTE;
referidas no “caput” deste artigo, os
c) Guarda de 2º classe;
integrantes da Guarda Municipal poderão
fazer o uso de todo o material de uso legal, d) Guarda de 1º classe;
disponível e indispensável para manter a
e) Subinspetor de 3º classe;
mais completa eficiência e eficácia no
desempenho de suas funções. (Alterada f) Subinspetor de 2º classe;
pela Lei Complementar Municipal
612/05) Grifo nosso. g )Subinspetor 1º classe;

§ 2º - Em função da similaridade das h) Inspetor de 3 classe;


atividades da Guarda Municipal com as i )Inspetor de 2 classe;
atividades policias, os integrantes da
Guarda Civil Municipal serão submetidos j) Inspetor de 1 classe;
a um regime de trabalho que obedecerá a Art. 4- O Comandante da Guarda Civil,
uma escala de 12 horas se serviço por 36 portador de curso superior e de
horas de folga ou a 42 horas por semana, fundamentos conhecimentos sobre ordem
de acordo com as necessidades dos e segurança publica, será nomeado em
postos de serviço. Computar-se-á para a cargo de provimento em comissão pelo
concorrência a escala os dias úteis, não Chefe do poder Executivo municipal.
úteis e o período noturno. (Alterada pela
Lei Complementar Municipal 612/05) Paragrafo Único- O Comandante de
Grifo nosso. Guarda Civil, gozara das prerrogativas e
honras protocolares correspondentes as
Art.2º – Compete a Guarda Civil de de titulares da secretarias municipais,
Sobral: sendo substituído, em caso de
I-Providenciar a defesa e a preservação impedimento, pelo subcomandante, com a
dos bens públicos do município; devida aquiescência do prefeito Municipal.

II- Executar serviços de vigilância diuturna Art-5º- São atribuições do comandante da


nos logradouros públicos, propiciando o Guarda Civil:
fortalecimento da segurança urbana; I-Elaborar, tomando providencias para o
III- Fiscalizar o cumprimento de toda seu bom desenvolvimento, o plano de
ordenação de transito e trafego urbano trabalhar da Guarda Civil:
existente e de interesse local; II-Tratar diretamente com o Prefeito
IV- Manter a segurança pessoal do Municipal, a respeito de assuntos
prefeito; inerentes ao desempenho de missões a
serem executadas pela Guarda Civil;
V-Auxiliar os orgãos de defesa civil
existentes no Município, em estados de III-Fazer cumprir e respeitar as
calamidade pública ou em situações de determinações emanadas desta lei;
emergência; Art.6º – O Subcomandante da Guarda
VI- Desenvolver, conjuntamento, com os Civil, portador de curso superior, e de
orgãos municipais, estaduais federais fundamentos conhecimentos sobre ordem
campanhas de relevante interesse para os e segurança publica, sera nomeado em
munícipes. cargo de provimento em comissão pelo
chefe do poder Executivo Municipal.
Art.3º - A GURDA CIVIL MUNICIPAL de
sobral, tera a seguinte estrutura basica: Art.7º São atribuições do Subcomandante
da Guarda Civil:
a)COMANDANTE

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I- Responder pelo comandante em seus regime Especial de 50% (cinquenta por
afastamentos e impedimentos legais; cento) ao integrante da Guarda Civil
Municipal, sob critérios regulamentados
II- Promover a elaboração das escalas de
por Decreto do Poder Executivo , na forma
serviços, fiscalizando o seu fiel
do Anexo Único desta Lei. (Alterada pela
cumprimento, comunicando as alterações
Lei Complementar Municipal 612/05)
ao comandante;
Grifo nosso
III- Fiscalizar sempre, quando necessário,
Art.10 - Os cargos de provimento efetivo
os postos de serviços, visando um maior
criados pelo artigo 9º serão preenchidos
controle das atividades desempenhadas;
através de concurso publico de provas e
IV-Executar as atribuições que lhes forem posterior aprovação em curso de
conferidas ou delegadas pelo formação profissional, a ser desenvolvido
comandante, inclusive a aplicação de na forma do art.8º desta lei.
sanções disciplinares aos integrantes da
Art.11- As despesas decorrentes da
Guarda Civil, de acordo com as normas
criação dos cargos desta lei, correrão por
contidas no regulamento disciplinar.
conta da dotação orçamentária própria e
Art.8º-O ingresso no quadro da Guarda eventualmente transferidas do orgão
Civil Municipal de Sobral, para quaisquer extinto pelo art. 12, que serao
de seus cargos de provimento efetivo far- suplementadas se insuficientes.
se-á através de concurso de provas e
ART.12- Esta lei entra em vigor na data de
posterior aprovação em curso de
sua publicação, revogadas as
formação profissional, a ser desenvolvida
disposições em contrario
por seu Comando.
Paragrafo Único – durante o curso de Anexo Único do Decreto nº
formação profissional, o candidato fara jus 850 de 29 de maio de 2006
a uma bolsa auxilio a ser determinada
através de Decreto poder Executivo. REGIMENTO DISCIPLINAR DA GUARDA
CIVIL MUNICIPALDE SOBRAL
Art. 9º- Ficam criados os seguintes cargos
de provimento efetivo que passam a TÍTULO I
integrar a estrutura de Guarda Civil DAS DISPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS
Municipal, indicados no anexo Único GERAIS
desta lei, consistindo:
a) 40 (quarenta) cargos de provimento
Art.1º O Regimento Disciplinar da
efetivo de GUARDA DE 2º CLASSE;
Guarda Civil Municipal de Sobral tem por
b) 05(cinco) cargos de provimento efetivo finalidade especificar e classificar as
de SUBINSPETOR DE 3º CLASSE; transgressões disciplinares, estabelecer
normas relativas à aplicação das punições
c) 03 (três) Cargos de provimento efetivo disciplinares,à classificação do
de INSPETOR DE 3º CLASSE; comportamento dos componentes da
§1º - Será concedida gratificação de risco Guarda, e os recursos contra a aplicação
de vida de 40% (quarenta por cento) ao das punições, sendo o mesmo, mecanis
integrante da Guarda Civil Municipal no mo essencial ao controle e
exercício pleno de sua função, na forma disciplinamento das ações legais a serem
do anexo único desta lei. desempenhadas pelos componentes
daquela Instituição, as quais devem ser
§2º-Será concedido gratificação por sempre direcionadas para o bem-estar
Desempenho de Trabalho de Vigilância e social e proteção do Patrimônio Público.
Preservação do Patrimônio Público em
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Art.2º As demonstrações de a) Inspetor de 1ª. Classe;
camaradagem, cortesia e consideração,
b) Inspetor de 2ª. Classe(menor
obrigatórias entre guardas civis,
hierarquiaque o Inspetor de 1ª classe);
devem ser dispensadas aos Militares das
Forças Armadas, Polícia Militar,Corpo de c) Inspetor de 3ª Classe(menor hierarquia
Bombeiros, Agentes de Trânsito da CTTU que o Inspetor de 2ª Classe.
e outras Corporações Públicas, como
II-CATEGORIA FUNCIONAL DE
também às autoridades Civis Federais,
SUBINSPETOR
Estaduais e Municipais, e a qualquer
(hierarquicamente superior a
pessoa do povo, independendo de raça,
G u a r d a e subordinado a Inspetor) e:
sexo, credo ou condição social.
a) Subinspetor de 1ª. Classe;
Art.3º A Guarda Civil Municipal obedecerá
aos princípios da hierarquia e b)Sub-inspetor de 2ª.Classe (menor
disciplina,quando em serviço ou não, hierarquia que o Subinspetor de 1ª
fardado ou não, cabendo-lhe, como classe);
integrante da Guarda Municipal, adotar
postura correta em todas as situações. c)Subinspetor de 3ª. Classe(menor
hierarquia que o Subinspetor de 2ªclasse).
Art.4º A hierarquia é a ordenação da
autoridade, em níveis diferentes, III - CATEGORIA FUNCIONAL DE
estabelecida em uma escala pela qual GUARDA:
são uns em relação aos outros, superiores a) Guardade 1ª . Classe;
e subordinados hierarquicamente.
b) Guarda de 2ª . Classe (menor
hierarquia que o Guardade 1ª classe).
§1º São superiores hierárquicos aos
componentes da Guarda Civil Municipal
de Sobral, nesta ordem, ainda que não §4ª A precedência hierárquica, salvo nos
pertencentes ao referido quadro: casos a que se refere o §1º deste artigo,
é regulada pelos cargos constantes no
I-o Prefeito Municipal; §3º.§5º.Na igualdadede cargos,terá prece
II-o Secretário de Segurança e Cidadania; dência hierárquica:

III-o Comandante da Guarda Civil I-o melhor classificado no Curso


Municipal; de Formação Profissional, se da
mesmaturma;
IV O Sub-Comandante da Guarda Civil
Municipal. II-o mais antigo na Guarda Civil;

§2º A hierarquia confere ao superior o III-o de maior idade.


poder de transmitir ordens e fiscalizar o Art.5º.A disciplina é a rigorosa
seu cumprimento, de rever decisões em observância e o acatamento integral das
relação ao subordinado e de aplicar penas leis,normas e disposições, traduzindo-se
disciplinares previstas neste regimento. pelo voluntário cumprimento ao dever, de
§3º A hierarquia é definida pelo cada um.
ordenamento hierárquico Parágrafo único: São manifestações
abaixo,compreendendo três categorias essenciais de disciplina:
funcionais, a saber:
I-a pronta obediência às ordens
I-CATEGORIAFUNCIONAL DE dos superiores hierárquicos;
INSPETOR (hierarquia superior
a Subinspetor): II-a correção de atitudes;

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III-a rigorosa observância das prescrições I- cultuar os símbolos e as tradições
regulamentares; da Pátria,Estado , Município de Sobral
e Guarda Municipal;
IV-a dedicação ao serviço.
II-cumprir os deveres de cidadão;
Art. 6º. -Os integrantes do Corpo da
Guarda Municipal estão sujeitos à III-preservar o meio ambiente e a
disciplina, onde quer que exerçam suas natureza;
atividades, em serviço ou não, sujeitando-
IV-atuar com devotamento em todas as
se também às normas dos órgãos onde
suas atividades;
desenvolvem suas atividades, desde que
estas não conflitem com as do Corpo V-atuar de forma disciplinada e
daGuarda Civil. disciplinadora, com respeito mútuo a
superiorese subordinados e com
Art 7º - A disciplina e comportamento dos
preocupação com a integridade física,
Guardas Municipais estão sujeitos à
moral e psíquica de todos;
fiscalização, disciplina e orientação da
Corregedoria da Guarda Municipal, de VI-Manter-se preparado e em
acordo com o Art 41º destedecreto. condições de bemcumprir as missões;
TÍTULO II VII-Exercer as funções com integridade e
DOS VALORES E DEVERES equilíbrio, segundo os princípios que
DO GUARDAMUNICIPAL regem a administração pública;

Art 8º - Os valores fundamentais, VIII.Manter boas relações com outras cat


determinantes da conduta moral e ética egorias profissionais;
dos Guardas Municipais, são: IX-Cumprir os compromissos assumidos;
I-o patriotismo; X-
II-o civismo; Zelar pelo bom nome da Guarda Municip
al;
III-a hierarquia;
XI-Contribuir para a manutenção de
IV-a disciplina; ambiente de harmonia e camaradagem no
V-o respeito ao meioambiente; âmbito da Guarda Municipal;

VI-o zelo ao patrimônio, bens e serviços XII-proceder de maneira ilibada na vida


públicos VII alealdade; pública e particular;

VIII-a honra; XIII-abster-se do uso do cargo ou função


para obtenção de facilidades pessoais;
IX-a honestidade;
XIV-prestar assistência moral e material
X-a coragem; aolar, e conduzi-lo como bom chefe de
XI-aurbanidade no trato com a população; família;

XII-a dignidade. XV-atuar


com prudência das ocorrências, respeitan
Art 9º - Os deveres do Guarda Municipal, do os limites de sua competência;
além daqueles previstos no Regime
Jurídico Único e das ordens emanadas XVI-observar as normas da boa educação
pelas autoridades superiores deverão e dediscrição nas atitudes, maneiras e
constituir-se principalmente de linguagem;
demonstração de disciplina XVII-observar os direitos e garantias
consciente, são elas: fundamentais, agindo com isenção,

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equidade e respeito absoluto pelo ser Quadro Efetivo da Guarda Civil,comunicar
humano, não se prevalecendo de sua por escrito ao Secretário da Cidadania
condição de autoridade para a prática de e Segurança ou ao Comandante da
arbitrariedades; Guarda Civil a respeito de qualquer
transgressão disciplinar, cometidos
XVIII-não utilizar indevidamente os meios
por seus subordinados, que tenha
do município postos à sua disposição,
presenciado ou tomado conhecimento.
nem distribuí-los a quem quer que seja,
em detrimento dos fins Art.12As transgressões
da administração pública; disciplinares,segundo sua intensidade,
são classificadas em LEVES, MÉDIAS E
XIX-dar ciência ao CMT da Guarda
GRAVES, cabendo a classificação das
Municipal, através da Seção
mesmas a quem couber aplicar a punição,
de Pessoal da Guarda Municipal, com a
respeitadas as considerações
devida antecedência, de qualquer
estabelecidas no art.11º deste Regimento.
impedimento de força maior que o impeça
de cumprir o expediente ou serviços Art.13 O julgamento das Transgressões
ordinários ou extraordinários para o qual Disciplinares deve ser precedido de um
esteja escalado; exame e de uma análise queconsiderem:
XX-aos inspetores e subinspetores é dado I-os antecedentes do transgressor;
a incumbência de
II-as causas que adeterminaram;
realizar processos sumários de apuração
de responsabilidades,mediante III-a natureza dos fatos ou atos que a
designação em Portaria do Secretário de envolveram;
Segurança e Cidadania.
IV-as consequências que dela possam
TÍTULO III advir.
DAS TRANSGRESSÕES E DAS Art. 14 São circunstâncias atenuantes
PENALIDADESDISCIPLINARES quando do julgamento das Transgressões
Disciplinares:
Art.10.Transgressão Disciplinar é toda e
qualquer violação dos deveres e I-bom comportamento;
obrigações dos servidores integrantes do
II-relevância de serviços prestados;
Corpo da Guarda Civil previstas neste
regimento, sem prejuízo III-ter sido cometida a transgressão para
das responsabilidades penal e civil: evitar mal maior;
Parágrafo Único:As IV-não serreincidente no cometimento de
transgressões disciplinares transgressões.
compreendem:
Art. 15 São circunstâncias agravantes
I-todas as ações ou omissões contrárias à quando do julgamento das Transgressões
disciplina da Guarda Municipal, Disciplinares:
especificadas nos artigos 20, 21, 22 e 24,
inclusive os previstos no Regime I-ser reincidente, mesmo em punição
JurídicoÚnico ; verbal;

II-todas as ações ou omissões não II-prática simultânea ou conexão de


especificadas nos artigos20, 21, 22 e 24, duas ou mais transgressões;
mas que também violem os valores e III-ter sido cometida a transgressão em
deveres da Guarda Municipal. presença de subordinado ou em público;
Art.11-É dever do superior IV-ter sido praticado com premeditação.
hierárquico,ocupante de cargo previsto no
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Art.16 A punição disciplinar objetiva o VII-usar de termos descorteses e/ou
fortalecimento da disciplina. desrespeitosos para com o subordinado,
igual, superior ou com o público em geral;
Art. 17 São penalidades disciplinares:
VIII-freqüentar lugar público
I-Advertência;
incompatível com o decoro da
II-Repreensão; classe,quando sua permanência no local
não for objeto de serviço;
III-Suspensão;
IX-portar-
IV-Demissão. se sem compostura, principalmente quan
Art.18 A Advertência é a forma do fardado;
mais branda de punir,consistindo numa a X-deixar de verificar antecipadamente a
dmoestação feita verbalmente ao escala de serviço;
transgressor,podendo ser em caráter
particular ou ostensivo XI deixar deconduzir consigo a identidade
funcional;
Art.19 A Repreensão deverá ser por
escrito e publicada em boletim interno da XII deixar de comunicar aquem de direito,
Corporação, sendo registrado na ficha transgressões disciplinares cometidas
funcional do punido. porsubordinados;
Art.20 Pode ser aplicada a pena XIII-deixar de trazer no lugar
de repreensão às seguintes regulamentar, a placade identificação ou
transgressões: distintivo;
I-deixar de apresentar-se entrando na XIV-afastar-se do posto de serviçosem
Sede da GuardaCivil: autorização;
a) O Inspetor, ao Secretário da Cidadania XV-apresentar comunicação ou queixa
e Segurança e ao Comandante da Guarda destituídade fundamento;
Civil Municipal;
XVI-deixar de comunicar o endereço onde
b) O Subinspetor e oGuarda, ao Inspetor reside;
de Plantão.
XVII-atrasar, sem motivo justificável, a
II-usar uniforme ou equipamento em entrega de objetos achados
desacordo com as normas regulamentare eapreendidos;
s;
XVIII-concorrer, o superior, para que o
III-apresentar-se uniformizado, com subordinado otrate inadequadamente ou
costeletas, barba ou cabelo fora do padrão com intimidades;
determinado pelo Comando da
XIX-concorrer para adiscórdia ou
Guarda Civil;
desavença entre os componentes da
IV-apresentar-se uniformizado, em Guarda Civil;
público, com o uniforme sujo ou em
XX-contrariar as regras de trânsito,
desalinho;
uniformizado ou não;
V-usar no uniforme, insígnias não
XXI-deixar decomunicar ao superior
regulamentares;
imediato, e este ao Comandante, sobre
VI-apresentar-se sem uniforme, não estragos ou extravios de equipamento,
estando autorizado, em dependência da armamento, uniforme e material a seu
Sede da Guarda Civil; cargo, ou sob sua responsabilidade;

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XXII-proceder os serviços de ronda com suspensão, consideradas
irregularidades; as circunstâncias atenuantes e
agravantes.
XXIII-fumar em serviço,ou em local onde
tal procedimento seja vedado; Art.21 Às Transgressões
Disciplinares abaixo se comina a pena de
XXIV-deixar decumprir com presteza as
01(um) a 30 (trinta) dias de suspensão.
ordens recebidas;
I-deixar de assumir a responsabilidade de
XXV-apresentar-se parao serviço
seus atos, imputando-a a outrem;
com atraso;
II-dirigir veículo imprudentemente;
XXVI-sentar-se, estando em
serviço, salvoquando, devido a sua III-vender, doar ou emprestar peças de
natureza e as circunstâncias, tal ato uniforme e/ou equipamento ou qualquer
sejaadmissível; material pertencente a Guarda Civil;
XXVII-dirigir-se, referir-se ou responder de IV-deixar de comunicar a seu superior
maneiradesatenciosa a superior; hierárquico ou chefe imediato sobre faltas
graves ou crimes de que tenha
XXVIII-faltar a verdade a respeito
conhecimento em razão da função;
deassuntos que visem o bom andamento
do serviço da Guarda Civil; V-deixar, quando solicitado,
de prestar auxílio na manutenção ou rest
XXIX-simular doença para obter dispensa
abelecimento da ordem pública,quando a
de serviço, licença ouqualquer tipo
o seu alcance;
de vantagens;
VI-deixar de executar qualquer serviço
XXX-representar a Guarda Civil sem estar
que for de sua alçada;
devidamente autorizado;
VII-ingerir bebida alcoólica, estando
XXXI-utilizar-se de veículo oficial sem
uniformizado, salvo quando o fizer
permissão de quem de direito;
moderadamente em festividades oficiais;
XXXII-dirigir veículo oficial sem
VIII-introduzir ou tentar introduzir bebidas
estar devidamente autorizado;
alcoólicas em dependências da
XXXIII-não ter o devido zelo com o Guarda Civil;
veículo, armamento ou equipamento que
IX-induzir superior a erro ou engano
lhe for confiado;
mediante informações inexatas;
XXXIV-deixar de auxiliar o companheiro
X-permutar serviço sem permissão de
de serviço envolvido emocorrência;
quem de direito;
XXXV-deixar de levantar, quando
XI-trabalhar mal intencionalmente;
sentado, por ocasião de abordagem
por parte de superior hierárquico; XII-fazer uso de arma ou equipamento
sem necessidade;
XXXVI-conversar ou portar-se
inconvenientemente quando em forma; XIII-fornecer para a imprensa informações
que ultrapassem a sua competência, ou
XXXVII-faltar sem motivo justificado,
sejam de caráter sigiloso;
formaturas, treinamentos ou atividades
semelhantes; XIV-ofender aos pares ou
subordinados, através de palavras ou
Parágrafo Único: Nos casos de
gestos;
reincidência em transgressões puníveis
com Repreensão será aplicada a pena de

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XV-procurar a parte interessada no caso XXX Entrar em rixa coporal, sem chegar a
de furto ou de objeto achado, matendo constituir crime, salvo em legítima defesa;
entendimento com a mesma visando obter
XXXI-Utilizar a fardada Guarda Civil
vantagens para si ou pondo em dúvida a
Municipal, em reuniões não autorizadas
sua honestidade funcional;
por
XVI-agir, quando em serviço e por ocasião escrito pelo Secretário da Cidadania e Se
da intervenção em ocorrências, com gurança.
gestos de violência injustificada;
Art. 22 Às transgressõesdisciplinares
XVII-dirigir-se de forma grosseira quando abaixo se comina a pena de suspensão de
da abordagem a pessoas; 31 a 90 dias. São elas:
XVIII- I-apresentar-se publicamente, em
faltar ao serviço sem motivo justificável; visível estado de embriaguês, estando
uniformizado;
XIX.espalhar notícias falsas que tragam p
rejuízo para aordem, a disciplina ou o bom II-ameaçar,por qualquer meio,d i r e t a o u
nome da Guarda Civil; indiretamente,superiores
h i e r á r q u i c o s , p a r e s , subordinados e a
XX-ofender superior com palavras ou
população em geral;
gestos;
III-tomar parte em reunião preparatória de
XXI-deixar com pessoas estranhas à
agitação social, estando uniformizado ou,
Corporação sua carteira de identidade
mesmo desuniformizado, participar de
funcional;
atos considerados ilegais;
XXII-promover desordens;
IV-adulterar qualquer espécie de
XXIII-deixar de providenciar para que seja documento, em proveito próprio ou
garantida a integridade física das pessoas deterceiros;
que prender ou deter;
V-valer-se da condição de servidor da
XXIV-recusar-se a auxiliar às autoridades Guarda Civil Municipal de Sobral, para
públicas ou seus agentes, que estejam no obter, direta ou indiretamente,
exercício de suas funções e que, em qualquer proveito ilícito;
virtude destas, necessitem deseu auxílio
VI-revelar segredos de que tenha
imediato;
conhecimento,em razão do cargo, desde
XXV-recusar-se a cumprir ordem legal que o faça dolosamente e com
dada por autoridade competente; prejuízo para a Instituição ou Prefeitura
Municipal.
XXVI-censurar ou criticar por qualquer
meio de comunicação, falada ou escrita, Art.23 Quando houverconveniência para o
as autoridades constituídas,superiores serviço, a pena de suspensão poderá
hierárquicos ou atos da Administração serconvertida em multa, a qual não poderá
Pública; exceder o valor da metadedos
vencimentos mensais do punido, nem
XXVII- perdurar por mais de 90(noventa) dias.
praticar atos obscenos em lugar público;
XXVIII-Abandonar o posto de serviço sem
autorização; Parágrafo Único: Na hipótese da
aplicação dodisposto neste artigo, o
XXIX-Negligenciar durante oserviço, seja Integrante da Guarda permanecerá em
dormindo, vendo ou ouvindo elétro- exercício.
eletrônico ou ainda atos semelhantes;

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Art.24 As transgressões abaixo se comina TÍTULO III -
a pena dedemissão: DO JULGAMENTO EAPLICAÇÃO DA
PENA
I-faltar ao serviço por mais de trinta dias
consecutivos,sem motivo justificável, Art.25.O julgamento e a aplicação
caracterizando o abandono do cargo; da punição disciplinar devem ser feitos co
m justiça, serenidade e imparcialidade,
II-faltar ao serviço, sem motivo justificado,
para que o punido fique consciente e
por mais de sessenta dias intercalados,
convicto de que ela se inspira no
durante um período de doze meses;
cumprimento exclusivo do dever,
III-ingressar, o componente da Guarda na preservação da disciplina e que tem em
Civil, no mau comportamento, antes de vista o benefício educativodo punido e da
completar o estágio probatório de dois coletividade.
anos de efetivo serviço;
§1° Nenhuma punição disciplinar
IV.praticar crime contra a Administração, seráimposta sem que ao transgressor
a Segurança e a OrdemPública; sejam assegurados o contraditório e a
ampla defesa, inclusive o direito de ser
V-praticar insubordinação; ouvido pela autoridadecompetente para
VI-receber ou solicitar “propina”, aplicá-la, e sem estarem os fatos
comissões ou vantagens de qualquer devidamenteapurados.
espécie, no exercício das suas funções; §2° Para fins de ampla defesa e
VII-trazer consigo, fazer uso, contraditório, são direitosdo guarda
traficar,introduzir ou facilitar a introdução municipal:
na Corporação, de substâncias tóxicas I-ter conhecimento e acompanhar
ou entorpecentes; todos os atos de apuração, julgamento,
VIII-maltratar, sob qualquer forma, pessoa aplicação e cumprimento
presa sob sua guarda; da puniçãodisciplinar, de acordo com os
procedimentos adequados para cada
IX-cometer qualquer ato de natureza situação;
grave, que torne totalmente incompatível
a sua presença no Quadro Efetivo da II - ser ouvido;
Guarda Civil; III - produzir provas;
§1ºPara efeito deste artigo, caberá IV - obter cópias de documentos
aoSecretário de Segurança e Cidadania, necessários à defesa;
requerer por escrito, ao Prefeito Municipal,
a demissão do servidor que incorrer V - ter oportunidade, no momento
nastransgressões acima. adequado, de contrapor-se às acusações
que lhe são imputadas;
§2º Nos casos de cometimento de crime
em flagrante delito, o Guarda Municipal VI -utilizar-se dos recursos cabíveis,
será preso e conduzido a Delegacia de segundo a legislação;
Polícia da área. Nos demais casos, deverá
VII–adotar outras medidas necessárias ao
ser aberta Sindicância ou Inquérito
esclarecimento dos fatos; e
Administrativo e, caso confirmado ocrime,
será denunciado. VIII-ser informado de decisão que
fundamente, de forma objetiva e direta, o
eventual não-acolhimento de alegações
formuladas ou de provas apresentadas.
Art. 26 A aplicação da pena compreende
uma descrição clara e precisa dos fatos
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e circunstâncias que determinaram a
Transgressão Disciplinar e o
§2º.-Encontrando-se o punido afastado
enquadramento da punição, sendo tudo
legalmente,a penalidade será cumprida a
publicado no Boletim Interno da
partir da data que este reassumir o
Corporação.
serviço.
Art.27 Acompetência para aplicar as
prescrições contidas neste Regimento é
conferida ao cargo e não ao grau TÍTULO IV
hierárquico. DA ESCALA E CLASSIFICAÇÃO
Parágrafo Único: São competentes para a DOCOMPORTAMENTO
aplicação das penas: Art. 30 - O comportamento do servidor
I-O Chefe do Poder Executivo Municipal, integrante do Quadro de Cargos da
em se tratando de Demissão; Guarda Civil Municipal, espelha o seu
procediemento dentro da Corporação, sob
II-O Secretárioda Cidadania e o ponto de vista disciplinar.
Segurança, em se tratando
de Advertência,Repreensão e Suspensão Parágrafo Único: Ao ser incluído no
de até 90 (noventa) dias e nos demais Quadro Efetivo daGuarda Civil Municipal
casos não previstos nos Artigos 20, 21, 22 de Sobral, o servidor será classificado no
e 24, que violem os valores edeveres da comportamento "BOM".
Guarda Municipal; Art.31-O Comportamento do
III-O Comandante da Guarda servidorintegrante do Quadro de Cargos
CivilMunicipal, em se tratando da Guarda Civil Municipal, será
Advertência, Repreensão e classificado de acordo com se segue:
Suspensão deaté 30 (trinta) dias. Art. I-ÓTIMO:quando no período de 02 (dois)
28 Na aplicação da pena será anos, não haja sofrido qualquer punição;
mencionado: Ia autoridade que a aplicou;
II-BOM:quando no período de 02 (dois)
II-a Transgressão Disciplinar cometida,em anos, haja sofrido o somatório de até 45
termos precisos e sintéticos; (qurenta e cinco) dias de suspensão;
III-a natureza da pena e o número de dias, III-INSUFICIENTE:quando no período de
quando se tratar de suspensão; 02 (dois) anos, haja sofrido o somatório de
IV-o nome do punido, número do registro 46(quarenta e seis) até 60 (sessenta ) dias
funcional e cargo que ocupa no Quadro de suspensão;
Efetivo da GuardaCivil; IV-MAU:quando no período de 02 (dois)
V-a capitulação legal em que incidiu o anos, haja sofrido um somatório demais
transgressor; de 60 (sessenta) dias de suspensão.
VI-a classificação do comportamento em Art. 32 - A contagem do tempo para
que o servidor permaneça ou ingresse. melhoria de comportamento, começará a
partir da data em que se encerrar o
Art. 29 As penalidades aplicadas serão cumprimento da última punição.
cumpridas a partir da data da publicação
das mesmas em Boletim Interno da TÍTULO V
GuardaCivil. DOS RECURSOS DISCIPLINARES
§1º. Encontrando-se o punido suspenso, a Art.33 -Apresentar defesa disciplinar é o
penalidade será cumprida a contar do dia direito concedido ao Integrante da Guarda
seguinte ao que se concluir a Civil Municipal de Sobral que se julgue, ou
penalidadeanterior.
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julgue subordinado seu, ter sido solucionado e publicado em
prejudicado ou injustiçado por superior hi Boletim Interno.
erárquico, na esfera disciplinar.
§2º. A representação deve ser feita dentro
Paragráfo Único: são recursos de um prazo de 05 (cinco) dias úteis, a
disciplinares: contar da publicação em Boletim, da
solução da reconsideração de Ato.
I - Reconsideração de Ato;
Art. 36 - O Recurso Disciplinar que
II-Representação.
contrarie as datas prescritas nos artigos
Art. 34 - A Reconsideração de Ato é 34º, § 1º e35º, § 2º, é considerado
Recurso interposto mediante prejudicado pela autoridade a quem foi
requerimento, pelo qual o Integrante do destinado, cabendo a esta mandar
Corpo da Guarda Civil Municipal, que se arquivá-lo e publicar sua decisão em
julgue,ou julgue subordinado seu, Boletim Interno da Corporação.
prejudicado ou injustiçado, solicita à
autoridade que praticou o ato, reexame de
sua decisão e posterior reconsideração do TÍTULO VI
ato. DASRECOMPENSAS
§1º. O pedido de Reconsideração de Ato Art.37 As recompensas constituem o
deve ser encaminhado num prazo reconhecimento dos bons serviços
máximo de 30(trinta) dias após prestados por servidores integrantes do
a publicação da pena disciplinar em Corpo da Guarda Civil Municipal.
Boletim Interno ou da ciência pelo
interessado. Art. 38 – As Recompensas podem ser:
§2º. A autoridade a quem é dirigido o I - o Elogio, individual ou coletivo;
pedido da Reconsideração de Ato deverá II - adispensa do serviço.
despachá-lo num prazo máximo de 05
(cinco) dias e publicar seu resultado no §1º. O Elogio Individual coloca em relevo
Boletim Interno da Guarda Civil Municipal. as qualidades morais e profissionais e
A solução final deverá ser apresentada somente poderá ser formulado a servidor
no prazo máximo de 30 (trinta) dias. integrante da Guarda Civil Municipal que
tenha se destacado do resto da
§3º O integrante do Corpo daGuarda coletividade durante desempenho do ato
Municipal que continuar se achando deserviço.
prejudicado ou injustiçado, poderá
encaminhar novo recurso, §2º. O Elogio Coletivo visa reconhecer e
sucessivamente, às demais autoridades, ressaltar o desempenho de um grupo de
até chegar ao Prefeito Municipal, quando servidores integrantes da GuardaCivil
não caberá mais recursos. Municipal ao cumprir destacamento
determinada missão.
Art.35-A Representação é o recurso
disciplinar, normalmente redigido em §3º. Só serão registrados nos
forma de ofício interposto por autoridade assentamentos dos servidores daGuarda
que julgue subordinado seu estar sendo Civil Municipal de Sobral os elogios
vítima de injustiça ou sendo prejudicado tratados no §1º deste artigo.
em seus direitos por ato de autoridade
Art. 39-A dispensa de Serviço é
superior.
regulada por período de 24horas de seu
§1º. A Representação só é cabível após início, não podendo ultrapassar o total de
o pedido de Reconsideração de Ato 08(oito) dias no decorrer de um ano, não
invalidando o direito de férias.
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Art. 40 - As autoridades especificadas no
§1º do artigo 4º deste Regimento, têm
como competência para conceder as LEI COMPLEMENTAR 818
recompensas de que trata este título. LEI N° 818 DE 02 DE MAIO DE 2008 -
TÍTULO VII Dispõe sobre o Plano de Cargos,
Carreiras e Vencimentos da Guarda Civil
DA CORREGEDORIA
Municipal de Sobral e dá outras
Art. 41- Anualmente será publicada em providências. A CÂMARA MUNICIPAL DE
Boletim Interno da Guarda Municipal, a SOBRAL aprovou e eu sanciono a
Comissão de Corregedoria, a ser seguinte Lei:
designada pelo Secretário de Segurança DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
e Cidadania, composta por 03(três) CAPÍTULO I
subinspetores para receber, apurar e
estudar as denúncias recebidas de desvio DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL
de conduta e comportamento de Guardas Art. 1º - Fica instituído o Plano de Cargos,
Municipais, apresentando relatório com Carreiras e Vencimentos da Guarda Civil
parecer consubstanciado ao Secretário de Municipal de Sobral, fundamentado nos
Segurança e Cidadania, no prazo máximo seguintes princípios:
de 30(trinta) dias.
I-racionalização da estrutura de cargos e
TÍTULO VIII carreiras;
DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
II-legalidade e segurança jurídica;
Art.42 Não é permitido ao Guarda
III-estímulo ao desenvolvimento
Municipal o uso do uniforme, quando:
profissional e à qualificação funcional; e
I-estiver disciplinarmente afastado do
IV-reconhecimento e valorização do
cargo;
Guarda Municipal pela disciplina, pelos
II.exercer atividades incompatíveis com o serviços prestados, pelo conhecimento
cargo; adquirido, pelo desempenho e valores
profissionais.
III-se encontrar na situação de inatividade;
Art. 2º - Para os fins desta Lei considera-
Art. 43 O controle dafrequência dos se:
integrantes da Guarda Civil Municipal será
efetuado através da Escala de Serviço, I-Servidor: a pessoa legalmente investida
sendo estes dispensados da assinatura em cargo público de provimento efetivo;
do ponto.
II-Cargo: unidade laborativa com
Art. 44 - Estarão sujeitos a este Regimento denominação própria, criada por lei, com
Disciplinar todos os integrantes do Quadro número certo, que implica no
de Cargos da Guarda Civil Municipal de desempenho, pelo seu titular, de um
Sobral. conjunto de atribuições e
responsabilidades;
Artº 45 Este Regimento entra em vigor na
data de sua publicação revogadas as III-Carreira: estrutura de desenvolvimento
disposições em contrário. funcional e profissional, operacionalizada
através de passagens a Níveis e Graus
SALA DO SECRETÁRIO DACIDADANIA superiores, no cargo do servidor;
E SEGURANÇA DE SOBRAL, em 26
de maiode 2006. JOSÉ SÉRGIO DE ARAÚJO IV-Círculo: agrupamento de cargos da
CAVALCANTE -Secretário da Cidadania e mesma natureza.
Segurança.

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V-Grau: indicativo de cada posição atentando para o respeito aos direitos
salarial em que o Guarda Municipal fundamentais das pessoas;
poderá estar enquadrado na Carreira,
VI. exercer as competências de trânsito
segundo critérios de desempenho.
que lhes forem conferidas, nas vias e
VI-Progressão: passagem do servidor de logradouros municipais, nos termos da Lei
uma Graduação para outra superior, na nº,.9.503, de 23 de setembro de 1997
Tabela de Vencimento; (Código de Trânsito Brasileiro), ou de
forma concorrente, mediante convênio
VII-Vencimento base: retribuição
celebrado com órgão de trânsito estadual
pecuniária devida ao servidor pelo
ou municipal;
exercício do cargo, de acordo com a
graduação; VII. proteger o patrimônio ecológico,
histórico, cultural, arquitetônico e
VIII-Remuneração: retribuição pecuniária
ambiental do Município, inclusive
devida ao servidor pelo exercício do
adotando medidas educativas e
cargo, composta pelo vencimento base
preventivas;
acrescido das demais vantagens pessoais
estabelecidas em Lei. VIII. cooperar com os demais órgãos de
defesa civil em suas atividades;
IX-Avaliação de desempenho: método de
avaliação do desempenho dos integrantes IX - interagir com a sociedade civil para
da Guarda Civil Municipal, a ser discussão de soluções de problemas e
desenvolvido em todos os círculos. projetos locais voltados à melhoria das
condições de segurança das
X-Interstício tempo mínimo obrigatório
comunidades;
para aquisição do direito de promoção
dentro do mesmo círculo e/ou de um X. estabelecer parcerias com os órgãos
círculo para outro. estaduais e da União, ou de Municípios
vizinhos, por meio da celebração de
Art. 3° São competências específicas das
convênios ou consórcios, com vistas ao
guardas municipais, respeitadas as
desenvolvimento de ações preventivas
competências dos órgãos federais e
integradas;
estaduais:
XI. articular-se com os órgãos municipais
I.zelar pelos bens, equipamentos e
de políticas sociais, visando à adoção de
prédios públicos do Município;
ações interdisciplinares de segurança no
II.prevenir e inibir, pela presença e Município.
vigilância, bem como coibir, infrações
XII. integrar-se com os demais órgãos de
penais ou administrativas e atos
poder de polícia administrativa, visando a
infracionais que atentem contra os bens,
contribuir para a normatização e a
serviços e instalações municipais;
fiscalização das posturas e ordenamento
III. atuar, preventiva e permanentemente, urbano municipal;
no território do Município, para a proteção
XIII. garantir o atendimento de ocorrências
sistêrnica da população que utiliza os
emergenciais, ou prestá-lo direta e
bens, serviços e instalações muruclpals;
imediatamente quando deparar-se com
IV. colaborar, de forma integrada com os elas;
órgãos de segurança pública, em ações
XIV. encaminhar ao delegado de polícia,
conjuntas que contribuam com a paz
diante de flagrante delito, o autor da
social;
infração, preservando o local do crime,
V. colaborar com a pacificação de conflitos quando possível e sempre que
que seus integrantes presenciarem, necessário;
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XV. realizar a segurança pessoal do Segurança e Cidadania, regendo-se por
prefeito e ex-prefeitos, mediante esta Lei e por outros regulamentos que
autorização do chefe do executivo; vierem a ser editados pela Administração.
(Alterada Pela Lei Municipal 1.643/17)
XVI. contribuir no estudo de impacto na
Grifo Nosso
segurança local, conforme plano diretor
municipal, por ocasião da construção de Art. 5° Todos os integrantes da Guarda
empreendimentos de grande porte; Civil Municipal são considerados Guardas
Municipais, os quais se encontram
XVII. desenvolver ações de prevenção
divididos nos seguintes círculos e
primária à violência, isoladamente ou em
graduações:
conjunto com os demais órgãos da própria
municipalidade, de outros Municípios ou I - Círculo dos Inspetores:
das esferas estadual e federal;
a. Graduação de Inspetor de 1ª Classe;
XVIII. auxiliar na segurança de grandes
b. Graduação de Inspetor de 2 a Classe;
eventos e na proteção de autoridades e
dignatários; e II-Círculo dos Subinspetores:
XIX. atuar mediante ações preventivas na a. Graduação de Subinspetores de 1ª
segurança escolar, zelando pelo entorno e Classe;
participando de ações educativas com o
b. Graduação de Subinspetores de 2ª
corpo discente e docente das unidades de
Classe;
ensino municipal, de forma a colaborar
com a implantação da cultura de paz na III - Círculo dos Guardas:
comunidade local.
a. Graduação de Guardas de 1ª Classe;
§ 1° No exercício de suas competências,
a Guarda Civil Municipal poderá colaborar b. Graduação de Guardas de 2ª Classe.
ou atuar conjuntamente com órgãos de §1° O efetivo da Guarda Civil Municipal
segurança pública da União, dos Estados será mensurado pelos quantitativos
e do Distrito Federal ou de congêneres de mínimos para atender um ordenamento
Municípios vizinhos e, nas hipóteses na estrutura desta corporação, sendo
previstas nos incisos XIII e XIV deste composto por 45% do efetivo por Guardas
artigo, diante do comparecimento de de 2 a e 1a Classe, 45% do efetivo por
órgão descrito nos incisos do caput do art. Subinspetores de 2 a e 1a classe e 10%
144 da Constituição Federal, deverá a do efetivo de Inspetores de 2 a e 1a
Guarda Civil Municipal prestar todo o Classe.
apoio à continuidade do atendimento. § 2°
É competência geral da Guarda Civil §2° Para efeito de classificação dentro de
Municipal a proteção de bens, serviços, cada círculo, a Comissão de Avaliação de
logradouros públicos municipais e Desempenho Funcional deverá utilizar o
instalações do Município. § 3° Os bens critério de antiguidade, conforme previsto
mencionados no §2° abrangem os de uso no art. 61 (Alterada Pela Lei Municipal
comum, os de uso especial e os dominiais. 1.643/17) Grifo Nosso
(Alterada Pela Lei Municipal 1.643/17) Art. 6° A Guarda Civil Municipal será
Grifo Nosso chefiada por um Comandante que será
CAPÍTULO II escolhido no círculo de Inspetor.
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA §1° Na ausência de um profissional do
GUARDA CIVIL MUNICIPAL círculo de Inspetores, assumirá um
profissional do círculo de Subinspetores
Art. 4° A Guarda Civil Municipal de Sobral da Guarda Civil Municipal.
está subordinada à Secretaria da
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§2° Se o Comandante for do cargo de outros, bem como nas imediações dos
inspetor de 2 a Classe, automaticamente prédios municipais.
este será promovido meritoriamente para
Parágrafo Único: As medidas serão
o cargo de inspetor de 1a classe,
tomadas de comum acordo com os
cumprido os requisitos do art. 26, exceto o
dirigentes dos eventos, estabelecimentos
interstício no cargo.
de ensino, saúde, assistência social,
§3° Os Inspetores, Subinspetores e entidades sociais, culturais, recreativas,
Guardas serão promovidos pelo Chefe do esportivas ou beneficentes.
Executivo Municipal, que obedecera aos
Art. 9º Respeitadas as competências
requisitos constantes nesta Lei. (Alterada
legais, a Guarda Municipal prestará
Pela Lei Municipal 1.643/17) Grifo
colaboração aos demais poderes,
Nosso
especialmente no que tange às medidas
CAPÍTULO III de proteção à criança e ao adolescente e
DA ATUAÇÃO E COLABORAÇÃO COM na defesa do meio ambiente.
OUTRAS ORGANIZAÇÕES TÍTULO II
Art. 7º - Cabe à Guarda Municipal interagir DO PROVIMENTO DOS CARGOS E
com instituições públicas e privadas, FORMAÇÃO DO EFETIVO MUNICIPAL
através de convênio de cooperação CAPÍTULO I
técnico-operacional, de forma a: DO PROVIMENTO DOS CARGOS
I - Possibilitar a orientação e treinamento Art. 10 - O ingresso no Quadro de Pessoal
do efetivo municipal; da Guarda Civil Municipal de Sobral dar-
II - Capacitar o efetivo municipal de modo se-á por concurso público de provas ou de
a permitir sua atuação de maneira eficaz e provas e títulos, podendo ser realizado em
permanente; etapas que possibilitem a mais efetiva
avaliação dos candidatos.
III - Permitir a avaliação de suas atividades
e indicar alternativas para melhoria da §1° O concurso público terá validade de
atuação no território municipal; dois anos, podendo ser prorrogado uma
única vez, por igual período. Alterada
IV - Planejar e participar de operações Pela Lei Municipal 1.643/17) Grifo
conjuntas compatíveis com a capacidade Nosso
técnica, operacional e logística da Guarda
Municipal. §2º - O prazo de validade do concurso, as
condições de sua realização e os
Parágrafo Único - As operações conjuntas requisitos a serem satisfeitos pelos
deverão ser planejadas de forma a candidatos serão estabelecidos em Edital
permitir a programação prévia e definição a ser fixado na sede da Prefeitura e
das atribuições e tarefas e a conseqüente publicado em órgão oficial de imprensa ou
integração entre a Guarda Municipal e em periódico de grande circulação no
demais instituições, de modo a permitir a Município ou Região.
compatibilização das mesmas com a
qualificação do efetivo municipal. § 3º - Não se abrirá novo concurso público
enquanto a ocupação do cargo puder ser
Art. 8º - A Guarda Municipal deverá feita por servidor em disponibilidade ou
participar das medidas necessárias à por candidato aprovado em concurso
prevenção do ilícito nos serviços e anterior ao prazo de validade.
equipamentos públicos municipais, tais
como eventos, escolas, instalações § 4º - Aaprovação em concurso público
culturais, recreativas e esportivas, dentre não gera direito à nomeação, mas esta,
quando ocorrer, respeitará a ordem de
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classificação dos candidatos, e só se Edital, respeitando, principalmente, o
efetivará após prévia inspeção médica princípio da publicidade.
oficial.
Parágrafo Único: Do Edital do concurso
Art. 11 São requisitos básicos para deverão constar ainda, entre outros, os
provimento de cargo de Guarda Civil seguintes requisitos:
Municipal:
I - nome do cargo e número de vagas a
I - Ser brasileiro nos termos da serem preenchidas, vencimento do cargo
Constituição Federal; e carga horária a ser cumprida;
II - Estar quite com o serviço militar e as II-nível de escolaridade exigível,
obrigações eleitorais; comprovado mediante apresentação da
documentação pertinente.
III - Ter no mínimo dezoito anos e, no
máximo, trinta e cinco anos completos, na Art.14 Aos candidatos será assegurado o
data de inscrição ao concurso público; direito de recorrer, nas fases de
homologação das inscrições, publicação
IV - Apresentar certidão negativa de
de resultados parciais ou finais,
antecedentes criminais;
homologação do concurso e nomeação.
V - Ter concluído o ensino médio;
Art.15 O candidato aprovado em concurso
VI - Ter estatura mínima de 1,55 m (um público e nomeado para o cargo, será
metro e cinqüenta e cinco centímetros) efetivado após três anos de estágio
para mulheres e 1,62 (um metro e probatório, cujo desempenho será
sessenta e dois centímetros) para avaliado por Comissão Especial de
homens; Avaliação de Desempenho, com base em
critérios estabelecidos por ato próprio do
VII - Ser aprovado em provas de Executivo Municipal, observados os
capacidade física; mesmos fatores aplicados aos servidores
VIII - Ser aprovado nos exames médicos municipais.
pré-admissionais; CAPÍTULO II
IX - Ser declarado apto na avaliação DAFORMAÇÃO
psicológica a que se submeter;
Art.16 Aformação dos candidatos
X - Ter conduta ilibada e idoneidade aprovados no concurso público para a
moral; Carreira de Guarda Municipal deverá ser
XI - Ser aprovado no concurso de provas conduzida pela Secretaria da Cidadania e
ou de provas e títulos; Segurança, a qual poderá empregar
profissionais da própria Guarda municipal
XII - Ser aprovado no Curso de Formação ou ainda profissionais de instituições
de Guarda Municipal. congêneres ou liberais, mediante
Parágrafo Único - As atribuições do cargo convênio ou contrato, respeitadas as leis
podem justificar a exigência de outros vigentes.
requisitos. Art.17. Os candidatos aprovados no
Art.12 - O Edital do concurso estabelecerá concurso serão submetidos a curso de
outras condições e requisitos para o formação profissional com carga horária
ingresso na carreira de Guarda Municipal. mínima de 400 (quatrocentas) horas-aula,
obedecendo à matriz curricular da
Art.13 Além das normas gerais, os Secretaria Nacional de Segurança Pública
concursos públicos serão regidos por - SENASP. (Alterada Pela Lei Municipal
instruções especiais, que farão parte do 1.643/17) Grifo Nosso

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Art. 18 - Aposse no Cargo de Guarda trabalho de outras pessoas ou da própria
Municipal somente se dará após equipe;
aprovação do aluno no respectivo curso
IX-INICIATIVA: capacidade para agir
de formação, de acordo com as regras
adequadamente sem depender de ordem
estabelecidas em regulamento. Parágrafo
ou decisão superior;
Único O empossado será submetido a
estágio probatório nos termos da X-DINAMISMO: capacidade de evidenciar
Constituição Federal e do Regime Jurídico disposição para o desempenho das
Único dos Servidores Público do atividades profissionais;
Município de Sobral, Lei Municipal Nº
XI-PROBIDADE: capacidade de proceder
038/1992.
dentro dos padrões exigidos pela moral;
TÍTULO III
XII-OBJETIVIDADE: facilidade de, na
DOS ATRIBUTOS E DA ÉTICA realização de uma atividade ou solução de
CAPÍTULO I um problema, ater-se exclusivamente ao
objeto em questão;
DOS ATRIBUTOS
XIII-SOCIABILIDADE: capacidade de
Art. 19 - São atributos indispensáveis ao praticar e aplicar, com naturalidade, as
exercício do cargo de Guarda Municipal: regras de cortesia e civilidade nas
I-RESPONSABILIDADE: capacidade de diferentes situações de trabalho;
assumir e suportar as consequências das XIV-ORGANIZAÇÃO: capacidade de
próprias atitudes e decisões; realizar uma atividade ou solucionar um
II-DISCIPLINA: capacidade de proceder problema, procedendo de forma
conforme normas, leis e padrões ordenada, possibilitando a utilização
regulamentares, prestar continência a eficaz dos elementos de uma atividade ou
superior hierárquico ou reverência, empreendimento;
consideração ou respeito; XV-CAPACIDADE DE OBSERVAÇÃO:
III-EQUILÍBRIO EMOCIONAL: qualidade para identificar aspectos
capacidade de controlar suas próprias importantes de um problema ou questão;
reações; XVI-FACILIDADE DE EXPRESSÃO:
IV-DEDICAÇÃO: capacidade de realizar facilidade para manifestar de forma clara
atividades com empenho; e precisa os pensamentos.
V-APRESENTAÇÃO PESSOAL: Parágrafo Único - Os atributos elencados
capacidade de zelar pelo asseio e no caput, poderão ser, no todo ou em
apresentação do uniforme, além da parte, utilizados para avaliação de
exteriorização de atitudes compatíveis desempenho para fins de provimento do
com o cargo; cargo de Guarda Municipal, bem como
para progressão na carreira.
VI-PONTUALIDADE: capacidade de
executar suas atribuições no tempo CAPÍTULO II
determinado; DA ÉTICA
VII-ASSIDUIDADE: capacidade de Art. 20 - O sentimento do dever e o decoro
cumprir com regularidade e exatidão os da carreira impõe a cada um dos
horários da escala de serviço; integrantes da Corporação, conduta moral
VIII-COOPERAÇÃO: capacidade de e profissional irrepreensíveis, com a
contribuir espontaneamente para o observância dos seguintes preceitos
éticos:

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I - Amar a verdade e a responsabilidade cor do uniforme, bem como os distintivos,
como fundamento da dignidade; emblemas e insígnias da Corporação.
II - Exercer com autoridade, eficiência e Art. 22 - A Guarda Municipal deverá
probidade, as funções que lhe couberem eleger, bimestralmente, o profissional do
em decorrência do cargo ou função; bimestre e ao final de cada ano, eleger o
profissional do ano, condecorando-o com
III - Respeitar e fazer respeitar a dignidade
a distinção de “Guarda Padrão” daquele
das pessoas;
ano.
IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os
Art. 23 - O uso do uniforme é obrigatório e
regulamentos, as instruções e ordens das
sua conservação será objeto de
autoridades competentes; V - Ser justo e
permanente inspeção superior. Parágrafo
imparcial na apreciação de atos e fatos;
Único Regulamento próprio estabelecerá
VI - Zelar pelo preparo moral, intelectual e as normas relativas à criação e concessão
físico de si mesmo e de seus dos distintivos e insígnias, bem como as
companheiros e/ou subordinados, em sanções pelo descumprimento elas.
razão das missões que lhe forem TÍTULO V
confiadas;
DA CARREIRA, REMUNERAÇÃO E
VII - Desenvolver, permanentemente, os ADICIONAIS
atributos elencados no artigo 15 desta Lei;
CAPÍTULO I
VIII - Ser discreto nas atitudes, gestos e
DA JORNADA DE TRABALHO
na linguagem falada ou escrita;
IX - Abster-se de tratar de qualquer Art. 24. O valor atribuído à classe de
assunto fora do âmbito apropriado; vencimento do Guarda Civil Municipal
será devido pela jornada de trabalho de 40
X - Cumprir seus deveres de cidadão; (quarenta) horas semanais, ou poderá
concorrer à escala de regime 12/36 hs ou
XI - Primar pela observância das normas
ainda o regime de 12/24 hs e 12/48 hs.
da boa educação;
(Alterada Pela Lei Municipal 1.643/17)
XII - Abster-se de fazer uso do cargo ou Grifo Nosso
função para obter vantagem de qualquer
CAPÍTULO II
natureza, para si ou para outrem;
DA PROGRESSÃO NA CARREIRA EM
XIII - Zelar pelo conceito público da CADA CÍRCULO
Guarda Municipal.
Art. 25 A progressão na carreira se dará
TÍTULO IV pela Progressão Vertical e Horizontal,
DOS UNIFORMES, DISTINTIVOS, dentro de cada círculo e de um círculo
EMBLEMAS E INSÍGNIAS para outro, e constitui-se na passagem do
servidor efetivo do Quadro de Pessoal da
Art. 21 - Os Guardas Municipais usarão
Guarda Municipal de uma graduação para
uniformes, distintivos, emblemas e
outra, imediatamente superior, incorrendo
insígnias próprias das graduações,
na elevação dos vencimentos do cargo
aprovados em Portaria da Secretaria da
anterior, cumpridas as
Cidadania e Segurança, podendo, caso
autorizado, usar insígnias de cursos Parágrafo Único. O profissional que não
realizados em outras instituições. ascender ao cargo pretendido, atendendo
aos percentuais descritos no § 1° do artigo
Parágrafo Único Compete à Secretaria da
5° desta Lei, receberá o vencimento base
Cidadania e Segurança definir o estilo e a
do cargo pretendido, aguardando sua
promoção ao referido cargo, exceto para o
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círculo de inspetor. normas deste sobre o vencimento da graduação inicial,
Capítulo. (Acrescentado Pela Lei mediante curso de capacitação.
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
Art. 29 A progressão do Guarda Municipal
Art. 26 São requisitos gerais para a se dará mediante:
Progressão na Carreira de Guarda,
I - progressão vertical, através do
Subinspetores e Inspetores, sendo
aperfeiçoamento profissional por
exigíveis em todas as progressões, não
realização de cursos previamente
cumulativas:
credenciados pela Secretaria da
I. Não ter faltado ao trabalho, Cidadania e Segurança do Município de
injustificadamente, por mais de cinco Sobral associados ao tempo de serviço;
vezes dentro do período de 24 (vinte e
II - progressão horizontal, referente a um
quatro) meses. 11.Não ter atraso ao
acréscimo sobre o vencimento da
trabalho, injustificadamente, por mais de
graduação inicial (Alterado Pela Lei
dez vezes dentro do período de 24 (vinte
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
e quatro) meses.
§ 1º O candidato aprovado em Concurso
III. Não ser penalizado em Processo
Público de Provas/Títulos e Curso de
Administrativo Disciplinar (PAD) e/ou
Formação de Guardas Municipais,
judicial com trânsito em julgado, dentro do
devidamente nomeado e empossado,
período de 24 (vinte e quatro) meses;
assumirá suas funções como Guarda de
VII. Não estar respondendo a sindicância, 2ª Classe.
processo administrativo disciplinar e/ ou
§ 2º O guarda de 2ª Classe, após cumprir
processo judicial no momento da
o tempo mínimo de interstício de três anos
promoção, exceto se ocorreu em
(estágio probatório), cumprindo os
decorrência de exercício regular de direito
requisitos constantes no art. 26, sendo
e/ou estrito cumprimento de dever legal.
estabilizado na função que ocupa, fará jus
§ 1° Na hipótese prevista na parte 1 do a gratificação de curso de 10% (dez por
inciso VII, a promoção do Guarda Civil cento), sobre o salário base.
Municipal ficará suspensa até o
§ 3° O Guarda de 2 a Classe, após cinco
julgamento da sindicância, processo
anos, cumprindo os requisitos constantes
disciplinar e/ ou processo judicial,
no art. 26, e tendo concluído, com
garantindo, em caso de absolvição, o
aprovação, uma carga horária mínima de
pagamento da remuneração retroativa a
200 (duzentas) horas em cursos de
data anterior ao início da suspensão.
aperfeiçoamento, regulados na forma do
§ 2° O Guarda Civil Municipal que cumpriu art. 32, será promovido automaticamente
os requisitos para progressão, mas estiver a Guarda de 1a Classe, com gratificação
de licença para tratamento de saúde ou de curso de 13%(treze por cento), sobre o
em gozo de atestado médico, só será salário base do Guarda.
promovido após o retorno as suas
§ 4 0 O Guarda de 1a Classe, após 5
atividades laborais. (Acrescentado Pela
(cinco) anos, cumprindo os reqU1sltos
Lei Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
constantes no art. 26 da Lei 818/2008 e
Art. 27 A Progressão Vertical se dará tendo concluído, com aprovação, urna
através da promoção por aperfeiçoamento carga horária mínima de 300 (trezentas)
intelectual no campo profissional horas exigidas em cursos de
conjugado ao tempo de serviço. aperfeiçoamento, poderá ser promovido
para Subinspetor de 2 a Classe, com a
Art. 28 AProgressão Horizontal do Guarda
gratificação de curso de 9%(nove por
Municipal corresponderá a um acréscimo
cento), sobre o salário base do
Talvanes Alves Monteiro
CPF: 036.489.04361
Subinspetor. (Acrescentado Pela Lei 2ª Classe, com gratificação de curso de
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso 9% (nove por cento), sobre o salário base.
§ 5º - Para efeitos deste artigo, o período § 3° O Subinspetor de 2 a Classe, após 5
em que o servidor se encontrar afastado (cinco) anos, cumprindo os requisitos
do exercício do cargo, não será constantes no art. 26, bem como tendo
computado para fins de contagem de concluído, com aprovação, uma carga
tempo, exceto nas situações horária mínima de 200 (duzentas) horas
estabelecidas como de efetivo exercício em cursos de aperfeiçoamento, regulados
pelo Estatuto dos Servidores Públicos na forma do art. 32, será promovido para
Municipais. Subinspetor de 1a Classe, com a
gratificação de curso de 14%(quatorze por
§ 6º - A contagem de tempo para novo
cento), sobre o salário base de
período será iniciada no dia seguinte
Subinspetor. (Alterado Pela Lei
àquele em que o servidor efetivo houver
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
completado o período anterior, desde que
tenha obtido a progressão. § 4º Aplica-se aos Subinspetores o
disposto nos parágrafos quinto, sexto e
§ 7º - Os acréscimos pecuniários
sétimo do artigo 29 desta Lei.
percebidos pelo servidor, não serão
computados nem acumulados para fins de § 5° O Subinspetor de ia Classe,
concessão de acréscimos ulteriores. cumprindo os requisitos constantes no art.
26 da Lei 818/2008, bem como tendo
Art. 30 A progressão do Subinspetor da
concluído, com aprovação, uma carga
Guarda Municipal se dará mediante:
horária mínima de 300 (trezentas) horas
I-progressão vertical, através do em cursos de aperfeiçoamento, regulados
aperfeiçoamento profissional por na forma do art. 32 da mesma lei, poderá
realização de cursos previamente ser promovido para Inspetor de 2º a
credenciados pela Secretaria da Classe, desde que exista vaga disponível.
Cidadania e Segurança do Município de Alterado Pela Lei Municipal 1.643/17)
Sobral associados ao tempo de serviço; Grifo Nosso
II-progressão horizontal, referente a um Art. 31 A progressão do Inspetor da
acréscimo sobre o vencimento da Guarda Municipal se dará mediante:
graduação inicia (Alterado Pela Lei
I - progressão horizontal, referente a um
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
acréscimo sobre o vencimento da
§ 1º O Guarda de 1ª Classe, ultrapassado graduação inicial. (Alterado Pela Lei
o interstício de quatro anos e aprovado em Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
Curso de Capacitação de Subinspetores,
§ 1º O candidato oriundo do círculo dos
será promovido, nomeado, empossado e
subinspetores e aprovado em Curso de
assumirá suas funções como Subinspetor
Capacitação de Inspetores, será
de 3ª Classe, mediante o surgimento de
promovido, nomeado e empossado e
vagas.
assumirá suas funções como Inspetor de
§ 2º - O Subinspetor de 3ª Classe, após 3ª Classe, mediante o surgimento de
quatro anos de interstício, cumprindo os vagas.
requisitos constantes no art. 26, bem
§ 2º - O Inspetor de 3ª Classe, após quatro
como tendo concluído, com aprovação,
anos, cumprindo os requisitos constantes
uma carga horária mínima de 320
no art. 26, bem como tendo concluído,
(trezentas e vinte) horas em cursos de
com aprovação, uma carga horária
aperfeiçoamento, regulados na forma do
mínima de 320 (trezentas e vinte) horas
art. 32, será promovido à Subinspetor de
em cursos de aperfeiçoamento, regulados
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na forma do art. 32, será promovido à capacitação específico, com a seguinte
Inspetor de 2ª Classe, com gratificação de carga horária mínima:
9% (nove por cento), sobre o salário base
§ 1º - De Guarda para Subinspetor: 360
§ 3° O Inspetor de 2 a Classe, após 5
horas.
(cinco) anos, cumprindo os requisitos
constantes no art. 26, bem como tendo § 2º - De Subinspetor para Inspetor: 360
concluído, com aprovação, uma carga horas.
horária mínima de 200 (duzentas) horas
Art. 36 Aprovados nos cursos de
em cursos de aperfeiçoamento, regulados
capacitação, os guarda municipais que
na forma do art. 32, além de ter concluído
progredirem de círculo serão promovidos
curso de ensino superior em instituição
e enquadrar-se-ão nas normas do novo
certificada pelo MEC, será promovido
círculo, na forma do Capítulo VI, Título V
para Inspetor de 1a Classe, com a
desta Lei.
gratificação de curso de 14%(quatorze por
cento), sobre o salário base de Inspetor. Art. 37 O Curso será planejado, orientado
(Alterado Pela Lei Municipal 1.643/17) e conduzido pela Secretaria da Cidadania
Grifo Nosso e Segurança do Município de Sobral.
§ 4º Aplica-se aos Inspetores o disposto CAPÍTULO IV
nos parágrafos quinto, sexto e sétimo do
DA GRATIFICAÇÃO POR CAPACITAÇÃO
artigo 29 desta Lei. Art. 32 Os cursos de ESPECIAL
aperfeiçoamento serão oferecidos pela
Secretaria da Cidadania e Segurança do Art. 38 Considera-se capacitação especial
Município e estabelecidos através de a realização de cursos do círculo superior
Portaria, verificando-se as necessidades ao que o guarda se encontra.
da carreira, de acordo com as Art. 39 - Os Guardas e Subinspetores que
capacidades de cada círculo. tenham cumprido os requisitos para
Art. 33 O acréscimo pecuniário adquirido progressão vertical e que tenham
para Progressão Horizontal, uma vez concluído, com aprovação, o curso de
concedido, incorpora-se ao vencimento do capacitação para o círculo seguinte, não
servidor. progredindo por falta de vagas, farão jus à
Gratificação por Capacitação Especial
Art. 34 O servidor que possuir cargo de sobre o salário base de seu círculo.
carreira e for designado para exercer
cargo em comissão, fará jus às § 1º - A gratificação por capacitação
progressões no cargo de carreira apenas. especial equivalerá: I - Revogado Pela
Lei Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
CAPÍTULO III
II ao Subinspetor de 1ª Classe o
DA PROGRESSÃO NA CARREIRA DE UM
CÍRCULO PARA OUTRO
percentual de 22% (vinte e dois por cento)
sobre o salário base de sua categoria;
Art. 35 Os guardas municipais poderão ser
promovidos para graduações de círculos § 2º - A gratificação de que trata este
imediatamente superiores desde que capítulo não será cumulativa à
estejam na última graduação de seu gratificação por curso já adquirida pelo
círculo, haja vagas no círculo guarda em seu próprio círculo.
imediatamente superior e que tenham § 3º - Os Guardas e Subinspetores de que
sido promovidos por aperfeiçoamento em trata este artigo, poderão realizar os
todas as graduações conforme previsto cursos de capacitação da primeira
nos Arts. 29, 30 e 31, devendo para isso graduação, na escala hierárquica do
atenderem aos requisitos do Art. 26 e círculo seguinte.
serem aprovados em curso de
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CAPÍTULO V dos atributos e da ética, o respeito à
DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PARA hierarquia, as manifestações de disciplina
FINS DE PROGRESSÃO e o cumprimento dos deveres. Durante a
fase de estágio probatório, os fatores
Art. 40 A Avaliação de Desempenho abaixo descritos deverão ter atenção
deverá constituir-se em um processo especial:
pedagógico participativo, abrangendo, de
forma integrada, a avaliação: I - assiduidade;

I - Das atividades dos servidores; II - disciplina;

II - Das atividades dos coletivos de III - capacidade de iniciativa;


trabalho; IV - produtividade;
III - Das atividades do órgão ou da V - responsabilidade.
instituição;
Art. 45 Outros critérios para a Avaliação
IV - Dos deveres, valores e da ética dos de Desempenho poderão ser
guardas municipais. estabelecidos por Decreto do Executivo
Art. 41 O processo de avaliação de Municipal.
desempenho deverá gerar elementos que Art. 46 Para que a avaliação de
subsidiem a avaliação sistemática da desempenho seja efetiva, deverão ser
política de pessoal e a formulação ou observados os seguintes fatores:
adequação do planejamento das
instituições, cumprindo a função social da I - periodicidade;
Guarda Municipal de Sobral. II - conhecimento prévio dos fatores de
Art. 42 Os instrumentos utilizados para avaliação pelos servidores;
avaliar o desempenho deverão ser III - objetividade e adequação dos
estruturados com objetividade, precisão, processos e instrumentos de avaliação ao
validade, legitimidade, publicidade e conteúdo ocupacional das carreiras;
adequação aos objetivos, métodos e
resultados definidos nesta Lei. IV- fundamentação escrita da avaliação;
Art. 43 A avaliação de desempenho que V- conhecimento do resultado da
tem por objetivo dar eficiência ao serviço avaliação, pelo servidor.
público será consolidada quinzenalmente Art. 47 Ao final de cada semestre, os
pelos chefes imediatos de cada guarda resultados da avaliação de desempenho
municipal e informada à Comissão de deverão ser informados oficialmente ao
Desenvolvimento Funcional, constituída servidor, em caráter reservado. O servidor
por seis membros, sendo um guarda que julgar que houve erro em qualquer
municipal indicado pelo círculo dos das avaliações poderá encaminhar a
guardas, um subinspetor indicado pelo Comissão documento relatando os
círculo dos subinspetores e um inspetor motivos do suposto erro, cabendo a
indicado pelo círculo dos inspetores e Comissão analisá-lo com o Secretário da
mais três membros indicados pelo Prefeito Cidadania e Segurança, e concluir pela
Municipal, com alternância de todos, a alteração ou não, do conceito final.
cada três anos, na forma a ser
regulamentada em Decreto do Executivo Parágrafo Único O Poder Executivo
Municipal. poderá valer-se de assessoria externa,
contratada especialmente para dar
Art. 44 Na Avaliação de Desempenho suporte técnico à Comissão de
deverão ser observados prioritariamente a Desenvolvimento Funcional.
capacidade de trabalho, a exteriorização
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CAPÍTULO VI § 2º - será aberto novo Curso de
DO ENQUADRAMENTO DOS ATUAIS Capacitação de Subinspetor, a cada
OCUPANTES DE CARGOS EFETIVOS quatro anos, concorrendo em condições
de igualdade todos os candidatos aptos
Art. 48 Será realizado Curso de nos termos dos artigos antecedentes.
Capacitação de Subinspetor, aberto a
todos os Guardas Municipais que tenham § 3º - o prazo do parágrafo anterior poderá
cumprido os requisitos constantes nessa ser desconsiderado caso haja a abertura
lei, bem como que: de vagas para Subinspetor, e não existam
candidatos aprovados e aptos para
I tenha concluído o nível médio; assumirem as funções.
§ 4º - Os candidatos aprovados no Curso
II tenha cumprido integralmente todos os de Capacitação que não tenham
requisitos do art. 26 desta lei; progredido por ausência de vagas,
poderão, por uma única vez, após quatro
Art. 49 O Curso de Capacitação de que anos de sua capacitação, refazer o
trata o artigo antecedente qualificará e mencionado curso, obtendo como nota
avaliará os candidatos aos cargos de final para efeito de classificação a média
Subinspetor, ordenando-os por aritmética dos dois cursos realizados.
classificação.
§ 5º - Os candidatos reprovados no Curso
§ 1º - a classificação se dará de acordo de Capacitação, ou que o abandonem
com a média aritmética das notas sem a devida justificação, poderão, por
atribuídas aos candidatos no Curso de uma única vez, após quatro anos, refazer
Formação de Guarda e nos Cursos de o mencionado curso, obtendo como nota
Capacitação. final para efeito de classificação, se
§ 2º - O disposto no parágrafo anterior aprovado, a média aritmética dos dois
somente se aplicará nos Cursos de cursos realizados.
Formação de Guarda ocorridos após a Art. 51 Os atuais Guardas Municipais que
publicação desta Lei. exercem a função de Subinspetor de 3ª
§ 3º - Os Guardas Municipais formados Classe, como gratificação, poderão
anteriormente a publicação desta Lei, continuar nesta situação até a formação
para a promoção de Subinspetor e de subinspetores, de acordo com essa
Inspetor, serão classificados pela média Lei.
aritmética dos Cursos de Capacitação § 1º - Os Guardas Municipais de que trata
para cada círculo. este artigo serão, paralelamente à
Art. 50 Os candidatos aprovados no Curso formação dos Subinspetores,
de Capacitação serão nomeados ao cargo enquadrados de acordo com suas
de Subinspetor, mediante a existência de capacitações atuais como Guardas
vagas. Municipais.

§ 1º - os candidatos que não assumirem Art. 52 A partir da aprovação desta lei será
as funções de Subinspetor, por feito levantamento do atual nível e grau de
insuficiência de vagas, concorrerão cada guarda municipal e o
posteriormente, em iguais condições, com correspondente enquadramento na
os demais candidatos que eventualmente graduação devida, verificando os critérios
tenham realizado o Curso de Capacitação do art. 26.
de Subinspetor, na forma do artigo Art. 53 Os atuais Inspetores terão
antecedente. progressão na forma do Art. 31, fazendo
jus aos benefícios desta Lei, caso
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preencham as condições impostas motorista ( Acrescido Pela Lei Municipal
naquele artigo. 1.643/17) Grifo Nosso
CAPÍTULO VII TÍTULO VI
DA REMUNERAÇÃO E DOS ADICIONAIS DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 54 O vencimento básico inicial para a Art. 58 Aplica-se aos ocupantes do cargo
primeira graduação da carreira de de o Regime Jurídico Único dos
Subinspetor da Guarda Municipal Servidores Públicos do Município de
equivalerá ao vencimento básico inicial do Sobral (Lei Nº 038/1992). Art. 59 É de
Guarda Municipal no primeiro nível, responsabilidade do Poder Executivo do
acrescido de 50% (cinqüenta por cento). Município zelar pela integridade física e
psicológica dos membros da Guarda
Art. 55 - O vencimento básico inicial para
Municipal.
a primeira graduação da carreira de
Inspetor da Guarda Municipal equivalerá Art. 60 - O guarda municipal que integrar
ao vencimento básico inicial do Guarda ou estiver à disposição de quaisquer
Municipal no primeiro nível, acrescido de outros órgãos poderá concorrer às
100% (cem por cento). Art. 56 - Será progressões desde que atenda aos
concedida gratificação de risco de vida a requisitos desta Lei.
todos os servidores da carreira que
Art. 61 A escolha dos cursos de
estiverem na ativa, correspondente a 50%
aperfeiçoamento pelos guardas
(cinqüenta por cento) do respectivo
municipais que cumpram os requisitos
Vencimento Básico do Cargo.
desta Lei obedecerá ao critério da
Art. 57 - Será concedida gratificação de antiguidade e ficará condicionada a
desempenho a todos os servidores da necessidade da gestão da Guarda
carreira que estiverem na ativa, Municipal, cabendo ao Secretário da
correspondente a 50% (cinqüenta por Cidadania e Segurança indicar as
cento) do respectivo vencimento Básico necessidades e estabelecer os requisitos
do Cargo. básicos para a participação nos referidos
cursos através de Portaria.
Art. 57-A. Será concedida gratificação
para os condutores das viaturas Parágrafo Único: Entende-se como
operacionais da Guarda Municipal- critério de maior antiguidade para os fins
GCVO. deste artigo:
§ 1° A gratificação de que trata este artigo a) dentro de cada círculo, aqueles que
corresponde a 5% (cinco por cento) do concluíram os cursos de formação há
vencimento base do servidor. mais tempo;
§ 2° O Comandante da Guarda Municipal b) dentro do curso de formação, aquele
publicará a relação com todos os melhor classificado;
servidores que compõem o quadro de
c) em caso de empate de graus na ordem
motoristas e motociclistas.
de classificação, aquele de maior idade.
§ 3° Para conduzir qualquer viatura da
Art. 62 Este Plano de Cargos, Carreiras e
Guarda Civil Municipal, o servidor deverá
Vencimento terá iniciada sua implantação
ter habilitação para o veículo no qual irá
no prazo máximo de noventa dias a contar
conduzir, bem como ter concluído com
de sua publicação.
êxito o Curso de Condução de Veículo de
Emergência. Art. 63 Para o pleno exercício dessa Lei,
serão criados cargos de Subinspetor,
§4º Cessará a gratificação quando o
servidor for excluído da relação de
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totalizando 21 (vinte e uma) vagas, e de A PRESIDENTA DA
Inspetor, elevando para 05 (cinco) vagas; REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu
Art. 64 Integra a presente Lei o Anexo
sanciono a seguinte Lei:
Único.
CAPÍTULO I
Art. 65. As promoções necessárias para
preenchimento das vagas criadas em DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
virtude do §1° do art. 5° serão realizadas Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para
através de Avaliação de Desempenho as guardas municipais, disciplinando o §
Funcional aberto a todos os Guardas Civis 8º do art. 144 da Constituição Federal.
Municipais que tenham cumprido
integralmente os requisitos previstos nos Art. 2º Incumbe às guardas municipais,
arts. 29 e 30. ( Acrescido Pela Lei instituições de caráter civil, uniformizadas
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso e armadas conforme previsto em lei, a
função de proteção municipal preventiva,
ressalvadas as competências da União,
Art. 66. Os Guardas Municipais que fazem dos Estados e do Distrito Federal.
jus à progressão de carreira, terão direito, CAPÍTULO II
após a publicação desta Lei, a apenas
uma progressão, seja ela horizontal ou DOS PRINCÍPIOS
vertical, exceto os guardas de 1ª classe, Art. 3º São princípios mínimos de atuação
com no mínimo de 15 anos de instituição, das guardas municipais:
que poderão ascender até o cargo de
subinspetor de ia classe, desde que I - proteção dos direitos humanos
preenchidos os requisitos previstos para a fundamentais, do exercício da cidadania e
função. Parágrafo Único, Para as das liberdades públicas;
progressões referidas no caput não II - preservação da vida, redução do
haverá a necessidade do cumprimento de sofrimento e diminuição das perdas;
interstício mínimo previsto no art. 29, §§ 3°
e 4° e art. 30, §1°, ambos da Lei 818 de 02 III - patrulhamento preventivo;
de maio de 2008. ( Acrescido Pela Lei IV - compromisso com a evolução social
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso da comunidade; e
Art. 67. Nas promoções posteriores as V - uso progressivo da força.
previstas no artigo anterior incidirão as
regras estabelecidas pela Lei 818 de 02 CAPÍTULO III
de maio de 2008.. ( Acrescido Pela Lei DAS COMPETÉNCIAS
Municipal 1.643/17) Grifo Nosso
Art. 4º É competência geral das guardas
PAÇO MUNICIPAL PREFEITO JOSÉ municipais a proteção de bens, serviços,
EUCLIDES FERREIRA GOMES JÚNIOR, logradouros públicos municipais e
em 02 de maio de 2008. JOSÉ LEÔNIDAS instalações do Município.
DE MENEZES CRISTINO - Prefeito
Municipal. Parágrafo único. Os bens mencionados
no caput abrangem os de uso comum, os
LEI Nº 13.022, DE 8 DE de uso especial e os dominiais.
AGOSTO DE 2014. Art. 5º São competências específicas das
guardas municipais, respeitadas as
Dispõe sobre o Estatuto Geral das
competências dos órgãos federais e
Guardas Municipais.
estaduais:

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I - zelar pelos bens, equipamentos e XI - articular-se com os órgãos municipais
prédios públicos do Município; de políticas sociais, visando à adoção de
ações interdisciplinares de segurança no
II - prevenir e inibir, pela presença e
Município;
vigilância, bem como coibir, infrações
penais ou administrativas e atos XII - integrar-se com os demais órgãos de
infracionais que atentem contra os bens, poder de polícia administrativa, visando a
serviços e instalações municipais; contribuir para a normatização e a
fiscalização das posturas e ordenamento
III - atuar, preventiva e permanentemente,
urbano municipal;
no território do Município, para a proteção
sistêmica da população que utiliza os XIII - garantir o atendimento de
bens, serviços e instalações municipais; ocorrências emergenciais, ou prestá-lo
direta e imediatamente quando deparar-
IV - colaborar, de forma integrada com os
se com elas;
órgãos de segurança pública, em ações
conjuntas que contribuam com a paz XIV - encaminhar ao delegado de polícia,
social; diante de flagrante delito, o autor da
infração, preservando o local do crime,
V - colaborar com a pacificação de
quando possível e sempre que
conflitos que seus integrantes
necessário;
presenciarem, atentando para o respeito
aos direitos fundamentais das pessoas; XV - contribuir no estudo de impacto na
segurança local, conforme plano diretor
VI - exercer as competências de trânsito
municipal, por ocasião da construção de
que lhes forem conferidas, nas vias e
empreendimentos de grande porte;
logradouros municipais, nos termos da Lei
nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 XVI - desenvolver ações de prevenção
(Código de Trânsito Brasileiro), ou de primária à violência, isoladamente ou em
forma concorrente, mediante convênio conjunto com os demais órgãos da própria
celebrado com órgão de trânsito estadual municipalidade, de outros Municípios ou
ou municipal; das esferas estadual e federal;
VII - proteger o patrimônio ecológico, XVII - auxiliar na segurança de grandes
histórico, cultural, arquitetônico e eventos e na proteção de autoridades e
ambiental do Município, inclusive dignatários; e
adotando medidas educativas e
XVIII - atuar mediante ações preventivas
preventivas;
na segurança escolar, zelando pelo
VIII - cooperar com os demais órgãos de entorno e participando de ações
defesa civil em suas atividades; educativas com o corpo discente e
docente das unidades de ensino
IX - interagir com a sociedade civil para
municipal, de forma a colaborar com a
discussão de soluções de problemas e
implantação da cultura de paz na
projetos locais voltados à melhoria das
comunidade local.
condições de segurança das
comunidades; Parágrafo único. No exercício de suas
competências, a guarda municipal poderá
X - estabelecer parcerias com os órgãos
colaborar ou atuar conjuntamente com
estaduais e da União, ou de Municípios
órgãos de segurança pública da União,
vizinhos, por meio da celebração de
dos Estados e do Distrito Federal ou de
convênios ou consórcios, com vistas ao
congêneres de Municípios vizinhos e, nas
desenvolvimento de ações preventivas
hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV
integradas;
deste artigo, diante do comparecimento
de órgão descrito nos incisos do caput do
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art. 144 da Constituição Federal , deverá CAPÍTULO V
a guarda municipal prestar todo o apoio à DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
continuidade do atendimento.
Art. 10. São requisitos básicos para
CAPÍTULO IV
investidura em cargo público na guarda
DA CRIAÇÃO municipal:
Art. 6º O Município pode criar, por lei, sua I - nacionalidade brasileira;
guarda municipal.
II - gozo dos direitos políticos;
Parágrafo único. A guarda municipal é
III - quitação com as obrigações militares
subordinada ao chefe do Poder Executivo
e eleitorais;
municipal.
IV - nível médio completo de escolaridade;
Art. 7º As guardas municipais não poderão
ter efetivo superior a: V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
I - 0,4% (quatro décimos por cento) da VI - aptidão física, mental e psicológica; e
população, em Municípios com até 50.000
VII - idoneidade moral comprovada por
(cinquenta mil) habitantes;
investigação social e certidões expedidas
II - 0,3% (três décimos por cento) da perante o Poder Judiciário estadual,
população, em Municípios com mais de federal e distrital.
50.000 (cinquenta mil) e menos de
Parágrafo único. Outros requisitos
500.000 (quinhentos mil) habitantes,
poderão ser estabelecidos em lei
desde que o efetivo não seja inferior ao
municipal.
disposto no inciso I;
CAPÍTULO VI
III - 0,2% (dois décimos por cento) da
população, em Municípios com mais de DA CAPACITAÇÃO
500.000 (quinhentos mil) habitantes,
Art. 11. O exercício das atribuições dos
desde que o efetivo não seja inferior ao
cargos da guarda municipal requer
disposto no inciso II.
capacitação específica, com matriz
Parágrafo único. Se houver redução da curricular compatível com suas atividades.
população referida em censo ou
Parágrafo único. Para fins do disposto
estimativa oficial da Fundação Instituto
no caput , poderá ser adaptada a matriz
Brasileiro de Geografia e Estatística
curricular nacional para formação em
(IBGE), é garantida a preservação do
segurança pública, elaborada pela
efetivo existente, o qual deverá ser
Secretaria Nacional de Segurança Pública
ajustado à variação populacional, nos
(Senasp) do Ministério da Justiça.
termos de lei municipal.
Art. 12. É facultada ao Município a criação
Art. 8º Municípios limítrofes podem,
de órgão de formação, treinamento e
mediante consórcio público, utilizar,
aperfeiçoamento dos integrantes da
reciprocamente, os serviços da guarda
guarda municipal, tendo como princípios
municipal de maneira compartilhada.
norteadores os mencionados no art. 3º .
Art. 9º A guarda municipal é formada por
§ 1º Os Municípios poderão firmar
servidores públicos integrantes de carreira
convênios ou consorciar-se, visando ao
única e plano de cargos e salários,
atendimento do disposto no caput deste
conforme disposto em lei municipal.
artigo.
§ 2º O Estado poderá, mediante convênio
com os Municípios interessados, manter

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órgão de formação e aperfeiçoamento fundada em razão relevante e específica
centralizado, em cujo conselho gestor seja prevista em lei municipal.
assegurada a participação dos Municípios
Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I
conveniados.
do caput do art. 13, a guarda municipal
§ 3º O órgão referido no § 2º não pode ser terá código de conduta próprio, conforme
o mesmo destinado a formação, dispuser lei municipal.
treinamento ou aperfeiçoamento de forças
Parágrafo único. As guardas municipais
militares.
não podem ficar sujeitas a regulamentos
CAPÍTULO VII disciplinares de natureza militar.
DO CONTROLE CAPÍTULO VIII
Art. 13. O funcionamento das guardas DAS PRERROGATIVAS
municipais será acompanhado por órgãos
Art. 15. Os cargos em comissão das
próprios, permanentes, autônomos e com
guardas municipais deverão ser providos
atribuições de fiscalização, investigação e
por membros efetivos do quadro de
auditoria, mediante:
carreira do órgão ou entidade.
I - controle interno, exercido por
§ 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de
corregedoria, naquelas com efetivo
funcionamento, a guarda municipal
superior a 50 (cinquenta) servidores da
poderá ser dirigida por profissional
guarda e em todas as que utilizam arma
estranho a seus quadros,
de fogo, para apurar as infrações
preferencialmente com experiência ou
disciplinares atribuídas aos integrantes de
formação na área de segurança ou defesa
seu quadro; e
social, atendido o disposto no caput .
II - controle externo, exercido por
§ 2º Para ocupação dos cargos em todos
ouvidoria, independente em relação à
os níveis da carreira da guarda municipal,
direção da respectiva guarda, qualquer
deverá ser observado o percentual
que seja o número de servidores da
mínimo para o sexo feminino, definido em
guarda municipal, para receber, examinar
lei municipal.
e encaminhar reclamações, sugestões,
elogios e denúncias acerca da conduta de § 3º Deverá ser garantida a progressão
seus dirigentes e integrantes e das funcional da carreira em todos os níveis.
atividades do órgão, propor soluções,
Art. 16. Aos guardas municipais é
oferecer recomendações e informar os
autorizado o porte de arma de fogo,
resultados aos interessados, garantindo-
conforme previsto em lei.
lhes orientação, informação e resposta.
Parágrafo único. Suspende-se o direito ao
§ 1º O Poder Executivo municipal poderá
porte de arma de fogo em razão de
criar órgão colegiado para exercer o
restrição médica, decisão judicial ou
controle social das atividades de
justificativa da adoção da medida pelo
segurança do Município, analisar a
respectivo dirigente.
alocação e aplicação dos recursos
públicos e monitorar os objetivos e metas Art. 17. A Agência Nacional de
da política municipal de segurança e, Telecomunicações (Anatel) destinará
posteriormente, a adequação e eventual linha telefônica de número 153 e faixa
necessidade de adaptação das medidas exclusiva de frequência de rádio aos
adotadas face aos resultados obtidos. Municípios que possuam guarda
municipal.
§ 2º Os corregedores e ouvidores terão
mandato cuja perda será decidida pela Art. 18. É assegurado ao guarda municipal
maioria absoluta da Câmara Municipal, o recolhimento à cela, isoladamente dos
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demais presos, quando sujeito à prisão
antes de condenação definitiva.
CAPÍTULO IX
DAS VEDAÇÕES
Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda
municipal não pode utilizar denominação
idêntica à das forças militares, quanto aos
postos e graduações, títulos, uniformes,
distintivos e condecorações.
CAPÍTULO X
DA REPRESENTATIVIDADE
Art. 20. É reconhecida a
representatividade das guardas
municipais no Conselho Nacional de
Segurança Pública, no Conselho Nacional
das Guardas Municipais e, no interesse
dos Municípios, no Conselho Nacional de
Secretários e Gestores Municipais de
Segurança Pública.
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES DIVERSAS E
TRANSITÓRIAS
Art. 21. As guardas municipais utilizarão
uniforme e equipamentos padronizados,
preferencialmente, na cor azul-marinho.
Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as
guardas municipais existentes na data de
sua publicação, a cujas disposições
devem adaptar-se no prazo de 2 (dois)
anos.
Parágrafo único. É assegurada a
utilização de outras denominações
consagradas pelo uso, como guarda civil,
guarda civil municipal, guarda
metropolitana e guarda civil metropolitana.
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.

Talvanes Alves Monteiro


CPF: 036.489.04361

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