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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS E MINERALOGIA

De:

Alin Arouca Sirica

Carlos Pedro Francisco Langa

Eliane Aline Onofre de Sousa

Lavuness Patson Pita

Leila Antonio Konzamoyo

Vilma João Joia

TAXAS DE CÂMBIO, TAXAS DE JUROS E PREÇOS

Trabalho em grupo da cadeira Economia Internacional, do segundo semestre, 2º ano do Curso


Economia e Gestão, orientado pelo docente Nixon Vicente Jacinto Manuel.

UCM

Tete, Setembro de 2021


Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 4
2. Objectivos ....................................................................................................................................... 4
Objectivo geral ........................................................................................................................................ 4

Objectivos Especificos ............................................................................................................................ 4

3. Metodologia .................................................................................................................................... 4
4. TAXAS DE CÂMBIO, TAXAS DE JUROS E PREÇOS ................................................................. 5
4.1. TAXAS DE CÂMBIO E MERCADO CAMBIAIS ...................................................................... 5
4.1. Divisas......................................................................................................................................... 5

4.2. Tipos de taxa de câmbio ............................................................................................................... 5

4.2.1. Taxa de câmbio nominal ............................................................................................5

4.2.2. Taxa de câmbio real (TCR)........................................................................................6

4.2.3. Taxa de câmbio efetiva ..............................................................................................7

4.3. Regimes cambiais ........................................................................................................................ 7

4.3.1. Taxa de câmbio fixa ................................................................................................................. 7

4.3.2. Taxa de câmbio flutuante ......................................................................................................... 7

4.4. Mercado de Cambial .................................................................................................................... 7

4.4.1. Tipos de mercados cambiais ......................................................................................8

4.4.2. Mercado livre de câmbio ...........................................................................................8

4.4.3. Mercado controlado de câmbio ..................................................................................9

4.5. Política Cambial ...................................................................................................... 10

4.5.1. Monopolio de câmbio .............................................................................................. 10

5. MOEDA, TAXAS DE JUROS E TAXAS DE CÂMBIO ............................................................... 12

5.1. Controle e produção da moeda ................................................................................. 12

5.2. Funções da moeda ...................................................................................................................... 13

5.3. Procura e oferta de Moeda ....................................................................................... 13

5.4. Teoria Quantitativa da Moeda .................................................................................. 14

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6. Taxas de juros ................................................................................................................................ 15

6.1. Relação entre os juros e os investimentos ................................................................ 15

6.2. Classificação quanto ao regime de capitalização ...................................................... 16

6.3. Classificação quanto ao valor do capital inicial tomado como base de cálculo ......... 19

6.3.1. Taxa nominal e efectiva ........................................................................................... 20

7. Niveis de preço e taxas de cambio a longo prazo ............................................................................ 22

8. Conclusão ...................................................................................................................................... 25
9. Bibliografia ................................................................................................................................... 26

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1. Introdução
Introduzimos este trabalho que tem como tema Taxas de câmbio, Taxas de juros e preços. Dizer
que câmbio é uma das variáveis mais importantes, sobretudo para as relações comerciais e
financeiras de um país com o conjunto dos demais países.

As moedas, do ponto de vista estritamente cambial, são classificadas em conversíveis que são as
dívisas, inconversíveis e escriturais ou de convénio (usadas entre países de moedas inconversíveis
ou sem reservas internacionais, tendo, geralmente, como valor de referencia, o dólar dos Estados
unidos, chamado, nesse caso, dólar convénio.

Ainda conforme o autor supracitado, o mercado de câmbio inclui além das transações comerciais,
os movimentos de capitais, tendo em vista que as entradas de capitais externos resultam em oferta
de divisas, quando estes são convertidos em moeda nacional, antes de serem aplicados no país, a
taxa de juros representa uma remuneração aplicada a um empréstimo, mas não se limita a tal
característica. Os juros também estão entre os principais conceitos do mercado financeiro e de toda
a economia.

2. Objectivos
Objectivo geral
 Fazer abordagens acerca da taxa de câmbio, taxas de juros e os preços.

Objectivos Especificos
 Conhecer os tipos taxas de câmbio e os seus regimes.
 Abordar acerca do mercado cambial e a moeda.
 Conhecer as taxas de juros e suas classificações.

3. Metodologia
No estudo do tema, recorremos à diversos livros eletrónicos, onde encontramos varias opiniões
diferentes e exercicios praticos, isso ajudou-nos a desenvover os varios subtemas contidos no
trabalho. Usamos também o estudo qualitativo e quantitativo, consultando alguns artigos baseados
nos dados secundários, visto que não usamos a nossa própria tese, antes recorremos à navegação
para apresentar um trabalho à altura, trazendo argumentos didática para fácil compreensão.

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4. TAXAS DE CÂMBIO, TAXAS DE JUROS E PREÇOS

4.1.Taxas de câmbio e mercado cambiais


A taxa de câmbio é uma relação entre moedas de dois países que resulta no preço de uma delas
medidas em relação a outra. Mas alem de expressar quantitativamente a condição de troca entre
duas moedas, a taxa de câmbio expressa as relações de troca entre dois países. O câmbio é uma
das variáveis mais importantes, sobretudo para as relações comerciais e financeiras de um país
com o conjunto dos demais países.

Para entender melhor a taxa de câmbio, primeiro temos que saber o que é câmbio, câmbio é a
operação de troca de moeda de um país para a moeda de outro país.

As moedas, do ponto de vista estritamente cambial, são classificadas em conversíveis que são as
dívisas, inconversíveis e escriturais ou de convénio (usadas entre países de moedas inconversíveis
ou sem reservas internacionais, tendo, geralmente, como valor de referencia, o dólar dos Estados
unidos, chamado, nesse caso, dólar convénio.

4.1.1. Divisas
Divisas são as moedas estrangeiras conversíveis e também as letras, cheques, ordem de pagamento
etc. Emitidos nessas moedas, trata-se geralmente, de moedas fortes, ou seja, emitidas por países
de economia forte como os estados unidos ou União Europeia.

4.1.2. Tipos de taxa de câmbio


É comum dizer-se que a depreciação de uma moeda aumenta a competitividade da respetiva
economia: por exemplo se a partir de certo momento, um euro se trocar por uma menor quantidade
de moedas estrangeira do que anteriormente, o preço em euro dos produtos importados aumenta e
o preço em moda estrangeira dos produtos da área o euro diminui. Isto conduzira, quer na área do
euro quer no exterior acontecer, se a inflação na área o euro for muito superior a inflação externa.

Existem três (3) tipos de taxa de câmbio, que são: taxas de câmbio nominal, real e efetiva.

4.1.2.1. Taxa de câmbio nominal


A taxa de câmbio nominal expressa o preço de uma unidade monetária local em outra unidade
monetária. A relação de troca entre a moeda nacional e a moeda estrangeira então denominada de

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taxa de câmbio nominal, admite outro componente que é a relação de troca entre o nível de preços
externos e internos (Pe/Po).

Nesse sentido admite-se que uma elevação (redução) no nível de preços deprecia (aprecia) o valor
real da moeda na qual tais preços são expressos. Assim, um aumento (diminuição) na taxa nominal
de câmbio representa uma depreciação ou desvalorização (apreciação ou valorização) da moeda
local em relação à divisa tomada como referência.

Segundo Goncalves, pag.200.1998, No tocante a competitividade via preços, admite-se portanto,


que uma depreciação reduz a competitividade local de ativos e produtos estrangeiros e “abre uma
margem de manobra para redução de preços de divisas de seus congêneres locais”.

4.1.2.2. Taxa de câmbio real (TCR)


Suponhamos o valor de uma moeda em seu território nacional, considerando a inflação do Pais. É
um tipo de taxa de câmbio dependente do valor de dólar ou euro como base. Como essas são as
moedas servem como padrão de medição, digamos assim, para o câmbio no mundo, serão
consideradas para a taxa de câmbio real.

Há diversos factores que determinam o preço de uma moeda, porem a relação da oferta e da
demanda é essencial.

Por exemplo, as transações mais importante no mundo são rastreadas a dólar. O euro também é
muito utilizado para tomar a base da taxa de câmbio real, vejamos como esse valor é calculado:

𝐶𝑁 ∙ 𝐼𝐸
𝐶𝑅 =
𝐼𝐼

Onde:

 CR é o câmbio real, resultante e valor da taxa.


 CN é o câmbio nominal que representa a moeda de cálculo de base.
 IE representa a inflação externa.
 II é o acrónimo para a inflação interna.

Exemplo: Usando um exemplo que envolva o dólar e o metical, onde a cotação diária esteja no
valor de 63,77 considerando que a inflação dos EUA esteja em 2% e de Moçambique 3,52%,
vamos aplicar a fórmula para verificar os resultados.

6
63,77 ∙ 0,02
𝐶𝑅 =
0,0352

𝐶𝑅 = 36,23

4.1.2.3. Taxa de câmbio efetiva


Esse tipo de câmbio também é conhecido como a taxa de câmbio efectiva real, identificando o
quanto os países e interferirão nos fluxos das relações comerciais. Portanto é uma modalidade que
mede taxas de câmbio bilaterais com relação a parceiros comerciais selecionados.

4.1.3. Regimes cambiais


Há diversos factores que influenciam na taxa de câmbio, como a inflação, a renda familiar,
atratividade dos investimentos por conta das condições do mercado, etc. Essas condições,
definitivamente interferirão no mercado de câmbio e banco central precisa interferir nessa relação.
Isso esta relacionado a valorização ou não de moeda nacional, através de dois regimes diferentes:
taxa de câmbio fixa e flutuante/flexiveis.

4.1.3.1. Taxa de câmbio fixa


Nesses casos, o valor da moeda estrangeira é definido e congelado pelo governo de um país.
Portanto, o ministério da economia (geralmente) definirá um valor fixo para a moeda com uma
paridade predefinida. O governo de um país geralmente estabelecerá seu câmbio em paridade com
o dólar americano.

4.1.3.2. Taxa de câmbio flutuante


Esse tipo de câmbio é determinado pela oferta e demanda do mercado, portanto o governo do país
permite que o preço flutue. Geralmente também é em relação ao dólar e tem a obtenção de baixar
a taxa de juros sobre empréstimos dentro do país.

Todas as vezes que o câmbio flutua demais o governo de um país toma medidas para controlar a
inflação e evitar uma possível crise.

4.1.4. Mercado Cambial


Segundo Leite, pag306. 1994, As relações comerciais entre as nações constitui-se a base de um
mercado onde são compradas e vendidas moedas dos países participantes desse comércio. A esse
mercado atribui-se a denominação de mercado cambial ou mercado de divisas, cujas forças de

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oferta e procura determinam a taxa de câmbio de equilíbrio, correspondente ao preço das divisas
estrangeiras em moeda nacional.

Sob esse ângulo, as exportações de mercadorias e serviços geram oferta de divisas externas
(moedas estrangeiras de curso internacional), enquanto as importações de mercadorias e serviços
correspondem a uma demanda por tais divisas.

Ainda conforme o autor supracitado, o mercado de câmbio inclui além das transações comerciais,
os movimentos de capitais, tendo em vista que as entradas de capitais externos resultam em oferta
de divisas, quando estes são convertidos em moeda nacional, antes de serem aplicados no país.

O mercado cambial é estruturado em primário e secundário. O mercado primário compreende o


recebimento ou a entrega de moeda estrangeira por clientes, neste caso o fluxo de entrada e saída
das moedas do país.

O mercado secundário, ou interbancário, acontece quando os negócios são realizados entre bancos.
Nessa estrutura as moedas são negociadas entre instituições financeiras, como vai de uma
instituição a outra, não registra como fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira no país.

4.1.4.1.Tipos de mercados cambiais


O mercado cambial pode ser: livre ou controlado pelo governo.

Moyses Kessel, em seu trabalho no boletim do banco central de Novembro/1997, intitulado


regimes cambiais e políticas cambiais brasileiras, diz o seguinte:

 Os extremos dos dois sistemas (mercado totalmente livre ou totalmente controlado pelo
governo) não são mais adotados na prática.
 Entre esses dois sistemas estão os arranjos intermediários usados na prática.

Como se vê, actualmente não há mercado totalmente livre, sem nenhuma intervenção do governo;
Também são raros os mercados totalmente controlados, sem nenhuma liberdade. Esses são os dois
extremos, de Kessel.

4.1.4.1.1. Mercado livre de câmbio


Segundo Roberto Campos, o mercado é um interrupto plebicito, onde as preferências e os
eventuais erros estão sujeitos a um permanente processo de revisão e ajustamento.

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Características do mercado livre

 Os participantes podem comprar e vender livremente a moeda estrangeira;


 Praticamente inexistente a presença do governo, eventualmente ele compra e vende moeda
estrangeira para coibir a especulação e defender a moeda nacional;
 As taxas de câmbio são fixadas livremente pelo mercado;
 Os participantes podem manter contas no exterior;
 Podem também manter contas no próprio pais em moeda estrangeira.

Exemplo de mercado livre é o existente nos Estados Unidos, onde a presença governo é mínima;
não disciplina nem impõe regras ao mercado, apenas fiscaliza. A propósito, Gilberto Dupas, em
artigo publicado em O Estado de S. Paulo, de 13-1-2001, diz o seguinte:

 Toda economia de mercado bem-sucedido bem-economia tem de combinar Estado e


Mercado;
 Mercados mais livres exigem órgãos reguladores cada vez mais capazes;

Os países que tiveram melhor desempenho foram os que liberalizam parcial e


gradualmente sua economia.

 Outro exemplo de mercado livre é o do dólar paralelo no Brasil. Neste caso, não há
presença da lei, motivo pelo qual é também chamado de mercado negro.

4.1.4.1.2. Mercado controlado de câmbio


Enquanto os socialistas gostam de falar nas imperfeições do mercado, os liberais tem medo das
imperfeições do governo

Características do mercado controlado

 A presença do governo eh muito grande, restringindo a liberdade de câmbio;


 A compra e a venda de moeda estrangeira obedecem a severas normas do governo;
 O turista que viajava para o exterior só pode levar um montante de moeda estrangeira
estabelecido pelo governo;
 Os cidadãos e as empresas não podem manter contas no exterior;

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 As taxas de compra e venda de moeda estrangeiras são estabelecidas pelo governo, que
nem sempre leva em conta as necessidades económicas, mas a conveniências políticas;
 Não é permitida a existência, no país, de contas em moedas estrangeiras;
 Os participantes não podem comprar e vender livremente a moeda estrangeira.

4.1.5. Política Cambial


Como anteriormente enfatizado, a taxa de câmbio nominal enquanto um preço de mercado, é
livremente determinado pela força de oferta e procura no mercado externo, o que não exclui a
priori a ação de autoridades monetárias sobre a demanda e oferta de divisas nesse mercado. Por
conseguinte, tem-se a percepção que de modo geral a taxa de câmbio nominal é administrada pelas
autoridades monetárias dos diversos países em consonância a um dos regimes cambiais, citados a
seguir, e dentre os quais pode-se delinear duas situações extremadas.

Em um lado posta-se a taxa de câmbio fixa, na qual o governo compromete se a manter uma
determinada relação entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras, e em face das flutuações, o
governo é obrigado a comprar e suprir, respectivamente, os excessos de demanda e oferta de
divisas, utilizando-se de seu estoque de recursos externos independente de proceder ou não a
operações de esterilização do impacto das reservas sobre a base monetária.

No outro extremo, tem-se a taxa de câmbio flutuante, na qual o governo deixa a taxa de câmbio
nominal flutuar livremente de acordo com as forças do mercado externo, caso que em princípio
haveria motivo em manter estoques de divisas como reservas.

Entre os dois extremos apresenta-se mais os regimes cambiais denominados de taxa de câmbio
controlada, através dos quais o governo procura manter um determinado nível da taxa de câmbio
real, visando estabilizar o mercado de câmbio e ajustar o seu Balanço de Pagamentos em função
do equilíbrio desejado (déficit ou superávit).

4.1.6. Monopolio de câmbio


Em alguns países, o mercado, alem de ser controlado, também é monopólio do governo. Esse
mercado funciona da seguinte forma:

 Entradas de divisas (exportações, entradas de capitais, etc): aquele que recebe as divisas
pode fechar câmbio em qualquer banco autorizado a operar em câmbio. Esse banco,

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entretanto, repassa ao Banco Central a moeda estrangeira recebida. Portanto, todas as
divisas ficam em poder do governo;
 Saídas de divisas (importações, retorno de capitais etc) o importante e o investidor
também podem fechar câmbio, para as operações permitidas, em qualquer banco
autorizado a operar no mercado cambial. Esse banco (o que fechou o cambio), entretanto,
solicita ao Banco Central cobertura para as divisas vendidas.

Durante o regime de monopolio cambial, o governo fixa, por meio do bem central, a taxa de
cambio para a compra e venda das divisas estrtangeiras.

Participantes do mercado cambial os vendedores de moedas, os compradores, os bancos, os


corretores e as autoridades e as autoridades monetarias.

São vendedores toidos aqulese que possuem divisas estrangeiras e precisam troca-as por moeda
nacional. Portanto, são vendedores:

 Exportadores
 Tomadores de emprestimos externos (pela entrada das divisas);
 Turistas procedentes do exterior;
 Comerciantes de servicos ( empresas de turismo e navegação)
 Investidores estrangeiros em bolsas nacionais (não do ingresso das divisas)
 E, em países em que as leis permitem, os especuladores.

São compradores todos aqueles que necessitam de moedas estrangeiras e dispoem apenas de
moeda nacional. Portanto, são compradores:

 Importadores;
 Turistas nacionais que viajam para o exterior;
 Comerciantes de serviços (empresas de turismo e navegação);
 Investidores estrangeiros em bolsas nacionais (quando retornam suas aplicações a seu
país),
 Devedores de enprestimos externos (remessas para pagamento de juros liquidação das
dividas);
 E, quando a legislação do país permite, os especuladores.

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5. Moeda, taxas de juros e taxas de câmbio
Moeda é o meio pelo qual são efectuadas as transações monetárias. É toda activo que constitui a
forma imediata de solver débitos, com aceitabilidade geral e disponibilidade imediata, e que
confere ao seu titular um dinheiro de saque (compra) sobre o produto social.

Na concepção monetarista ortodoxa, moeda é o somatório de moeda corrente ("currency") e dos


depósitos à vista ("demand deposits") nos bancos comerciais (usualmente denominada Ml). Esses
dois componentes são formas de hquidez imediata, entendida enquanto um estoque que circula a
uma certa velocidade, cuja função é facilitar as transações. Tal ponto é enfatizado por Friedman
(1974, p. .5): "A moeda é tratada como um estoque, não como um fluxo, tampouco como uma
composição entre fluxo e estoque"

É importante perceber que existem diferentes definições de moeda:

1. Moeda é o dinheiro que constitui as notas (geralmente em papel).


2. Moeda (peça metálica).
3. Moeda bancaria ou estrutural, admitidas em circulação.
4. Moeda no sentido mais amplo, que significa o dinheiro em circulação, a moeda nacional.
5. Moeda como tudo aquilo é geralmente aceito em troca por bens e serviços.

Em geral, a moeda é emitida e controlada pelo governo do pais, que é o único que pode fixar e
controlar o seu valor. O dinheiro esta associado a transação de baixo valor; A moeda (no sentido
tratado), por isso sua vez, tem uma definição mais abrangente, já que engloba, mesmo no seu
agregado mais liquido, não só o dinheiro, mas também o valor depositado em contas correntes.

5.1. Controle e produção da moeda


A maioria dos casos, cada banco central possui o monopólio sobre a oferta e produção da sua
própria moeda. Para facilitar o comércio entre essas zonas monetárias, há diferentes taxas de
câmbio que são os preços aos quais as moedas (e os bens e serviços das zonas monetárias
individuais) podem ser trocadas em relação a outras.

O câmbio geralmente é classificado entre câmbio fixo e câmbio flutuante, dependendo do seu
regime cambial enquanto as moedas são classificadas como moeda-mercadorias ou moedas
fiduciária.

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Em casos nos quais um país tem controle da sua própria moeda, esse controle é exercido por um
banco central ou por um ministério das finanças. Em ambos os casos, a instituição que tem o
controle da politica monetária é chamada de autoridade monetária.

5.2. Funções da moeda


A moeda tem diversas funções reconhecidas que justifica o desejo de as pessoas a reterem
(demanda):

 Meio de troca: a moeda é o instrumento de aceitação geral para ser recebido em


contrapartida da cessão de um bem e entregue na aquisição de outro bem (troca indirecta
em vez de troca directa). Isso significa que a moeda serve para solver débitos e é um meio
de pagamento geral.
 Unidade de conta: permite contabilizar ou exprimir numericamente os activos e os
passivos, os haveres e as dividas. Esta função da moeda suscita a distinção entre preço
absoluto e preço relativo.

O preço absoluto é a quantidade de moeda necessária para se obter uma unidade de um em, ou
seja, é o valor expresso em moeda.

O preço relativo exige que se considere dois preços absolutos, uma vez que é definido como
quociente. Assim, P1 e P2 designam os preços absolutos dos bens 1 e 2 respetivamente. P1 ou P2
é o preço relativo do bem 1 expresso em unidades do bem 2 a pagar por cada unidade de bem 1.

 Reserva de valor: a moeda pode ser utilizada para acumulação de poder aquisitivo, a usar
no futuro, isto porque pode não haver sincronia entre os fluxos da despesa e das receitas,
por motivos de precaução ou de natureza psicológica. A moeda não é o único activo a
desempenhar esta função; o ouro, as ações, as obras de artes e mesmo os imoveis também
são reservas de valor. A grande diferença entre a moeda e as outras reservas de valor esta
na possibilidade de mobilização imediata do poder de compra (maior liquidez), enquanto
os outros activos têm de ser transformados em moeda antes de serem trocados por outros
bens.

5.3. Procura e oferta de Moeda


A procura por moeda consiste na procura total por dinheiro para dois diferentes usos:

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 Moeda como ativo.
 Moeda para transações.

A procura por moeda como um ativo decresce com o aumento da taxa de juros. Isso acontece
porque quanto maior a taxa de juros, maior é o custo de oportunidade de ter dinheiro líquido em
mãos, já que o mesmo poderia estar depositado em alguma instituição financeira ou investido em
obrigações do tesouro onde o rendimento dos juros estimularia o indivíduo a investi-lo.

A procura por moeda para transações como compra e venda de produtos e serviços é
completamente independente da taxa de juros. A oferta de moeda também é ou não independente
da taxa de juros e é controlada pelo banco central.

A oferta da moeda é bem conhecida também como criação monetária, que é a “fabricação” ou
produção e emissão de dinheiro novo seja em papel ou metal. A oferta da moeda é um estoque
total dela no mercado, em suma na economia. A oferta de moeda é definida como a quantidade de
moeda disponível na economia. Assim como em outras coisas a tendência de juros subirem é os
preços caírem e também o contrário. A moeda serve como meio de troca, servindo para
pagamentos em geral e para solver débitos. . Também tem por função a unidade de conta, e a
reserva de valor. A moeda é como uma acumulação do poder aquisitivo. Sabe-se que no mercado
quando as moedas estão em falta entra-se em cena uma certa crise. podemos chamar também a
oferta de moeda de meios de pagamento.

5.4. Teoria Quantitativa da Moeda


A Teoria Quantitativa da Moeda tenta explicar por quais razões as pessoas demandam por moeda.

Motivo Transacional: (Clássico), para meio de pagamento direto, exemplo: contas a pagar,
consumos de bens e serviços anteriormente planejados.

Motivo Precaucional: (Clássico), para meio de pagamento referente a algum imprevisto de


escassez.

Motivo Especulativo: (Keynes), Keynes aceita os dois motivos clássicos e acrescenta o motivo
especulativo, que se traduz pela demanda por moeda a fim especulativo.

Fórmula:

M.V=P.Y

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Onde.

 M= Estoque da moeda
 Y=Nível de Produção/ renda real
 P= Nível de Preço (Inflação/deflação/estabilização)
 V=Velocidade de circulação da moeda (velocidade-renda da moeda)

Esta teoria, desenvolvida pelos economistas chamados "monetaristas", mostra uma relação direta
entre volume de moeda em circulação e PIB nominal (lado direito da equação), considerando-se a
velocidade do dinheiro constante. Teoricamente, um aumento na quantidade de moeda implica um
aumento proporcional no Produto Interno Bruto nominal.

Porém, muitos economistas argumentam que o aumento no PIB nominal se deve unicamente à
mudança no nível de preço, já que o nível de produção de um pais em um determinado período de
tempo depende exclusivamente da produtividade do pais que é uma função da tecnologia
empregada. Neste caso, o PIB real se mantém constante apesar de um aumento no PIB nominal.
Em outras palavras, a atividade económica do pais não progrediu, não houve geração de novos
empregos e, consequentemente, a inflação acelerou afetando o poder de compra da população.

6. Taxas de juros
A taxa de juros representa uma remuneração aplicada a um empréstimo, mas não se limita a tal
característica. Os juros também estão entre os principais conceitos do mercado financeiro e de toda
a economia.

O juro é o custo do dinheiro, sendo a taxa o preço cobrado do devedor pelo credor que disponibiliza
os recursos. Logo, quem tem recursos sobrando e que não serão usados imediatamente pode
emprestá-los para quem precisa de dinheiro naquele momento em troca de juros.

Os empréstimos têm prazos combinados entre as partes. Depois de certo tempo, o credor deve
receber seu dinheiro principal de volta. Além disso, recebe a taxa de juros juro. Ela é uma
compensação pelo risco de crédito. Ou seja, de quem empresta não ter acesso ao dinheiro.

6.1. Relação entre os juros e os investimentos


A taxa de juros interfere nas oportunidades do mercado financeiro. Os investimentos de renda fixa,
especificamente, são mais influenciados por ela, porque funcionam como empréstimos.

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Neles, quem deseja obter recursos emite títulos que são adquiridos pelo investidor. O título
assegura ao credor o direito de receber seu dinheiro de volta nas condições acordadas, além de
uma taxa de juros.

Entendemos que as taxas de juros podem ser classificadas:

a) quanto ao regime de capitalização: simples (ou linear) e composta (ou exponencial);

b) quanto ao valor do capital inicial tomado como base de cálculo: nominal, efetiva e real.

Como se verifica mais adiante, essas duas classificações não são mutuamente excludentes, isto é
uma taxa pode ser nominal linear ou nominal exponencial, efetiva linear ou efetiva exponencial e
real linear ou real exponencial.

6.2. Classificação quanto ao regime de capitalização


|As taxas de juros quanto ao seu regime de capitalização podem ser simples ou compostas.

6.2.1. Taxa de juros simples

O juros simples é calculado com base em um valor fixado chamado de capital inicial. Trata-se de
uma porcentagem do capital inicial aplicada durante determinado tempo. A principal característica
do juros simples é que o valor não se altera no decorrer dos meses.

A taxa de juros é simples (ou linear) quando o valor total dos juros é resultante da sua incidência
somente sobre o capital inicial, ou seja, a taxa não incide sobre o valor dos juros acumulados
periodicamente.

A fórmula do juros simples é dada por:

𝐽 =𝐶∙𝑖∙𝑡

Onde:

 C = capital
 i = taxa
 t = tempo

Exemplo: Seja um capital de 100.000,00 Mzn aplicado por seis meses, à taxa de 4% ao mês.

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Solução:

𝐽 = 𝐶∙𝑖∙𝑡

100.000 ∙ 0,04 ∙ 6

24.000

Logo, o retorno total no final de seis meses será de 124.000 Mzn

Exemplo 2:

Ao investir 3.000 Mzn em uma aplicação bancária sob o regime de juros simples, a uma taxa de
10% ao ano durante seis meses, qual o valor a ser retirado ao fim dessa aplicação?

O primeiro passo é anotar cada um dos dados do problema:

J=?

C = 3000,00

i = 10% ao ano; => 0,01

t = 6 meses = meio ano = 0,5

Agora, devemos observar as unidades de medida da taxa e do tempo. Caso estejam sendo utilizadas
as mesmas unidades, basta substituí-las na fórmula. Caso contrário, temos que achar uma maneira
de deixá-las iguais.

𝐽 = 𝐶 · 𝑖 · 𝑡

𝐽 = 3000 · 0,1 · 0,5

𝐽 = 300 · 0,5

𝐽 = 150 𝑀𝑧𝑛

O juros, ao final da aplicação, é de 150 meticais. Foi pedido o valor a ser retirado da aplicação,
ou seja, o valor aplicado mais o juros (montante).

M=C+J

M = 3000 + 150

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M = 3150

6.2.2. Taxa de juros composto

A taxa de juros é dita composta (ou exponencial) quando o valor total dos juros é resultante da sua
incidência sobre o capital inicial e também sobre o valor dos juros acumulados periodicamente.

O regime de juros compostos é o mais utilizado no mercado por oferecer maior rentabilidade
financeira. Essa maior rentabilidade ocorre pelo fato de esse regime de capitalização ser calculado
sempre com base no valor do montante do período anterior, o que faz com que o valor final cresça
de maneira exponencial.

A fórmula do juros compostos é dada por:

𝑀 = 𝐶 ∙ (1 + 𝑖)𝑡

Onde:

 M = montante;
 C = capital;
 i = taxa de juros;
 t = tempo.

Lembrando que o montante é sempre a soma do capital com os juros. M = C + J

Para melhor entendermos a fórmula, vamos colocar o seguinte problema:

Um capital de 3.000 Mzn foi aplicado em uma poupança durante 4 anos sob uma taxa de juros de
3% a cada ano. No final desse período, qual o montante arrecadado?

Resolução

Ano Capital (Mzn) Juros (%) Montante (Mzn)


1 3000 3% de 3000 = 90 3000 + 90 = 3090
3000 ∙ (1 + 0,03)1 = 3090
2 3090 3% de 3090 = 92,7 3090 + 92,7 = 3182,7
3000 ∙ (1 + 0,03)2 = 3182,7
3 3182,7 3% de 3182,7 = 95,4 3182,7 + 95,4 = 3278,1

18
3000 ∙ (1 + 0,03)3 = 3278,1
4 3278,1 3% de 3278,1 = 98,3 3278,1+ 98,3 = 3376,4
3000 ∙ (1 + 0,03)4 = 3376,4

Através dos exemplos podemos verificar que os juros acumulados, e respectivos montantes de
capital mais juros, crescem linearmente num regime de capitalização simples e exponencialmente
num regime de capitalização composta.

6.3. Classificação quanto ao valor do capital inicial tomado como base de cálculo

Na maior parte dos compêndios de matemática financeira, as taxas são classificadas como nominal
ou efetiva em função da divisão de certo período (normalmente um ano), em subdivisões de
períodos de capitalização (mensal, trimestral, semestral)”.

Exemplo: Calcular a taxa efetiva anual de juros correspondente à taxa nominal de 10% ao ano,
capitalizada mensalmente. "

A solução pretendida é a seguinte:

𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 0,12


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙(𝑖 ) = = = 0,008333 em que n representa o número de
𝑛 12

períodos de capitalização.

Taxa equivalente anual =(1 + 𝑖)𝑡 − 1

= (1,008333)12 − 1

= 0,10471 𝑜𝑢 10, 471%

Se esse problema fosse "calcular a taxa efetiva anual de juros, correspondente à taxa nominal de
10% ao ano, capitalizada trimestralmente", a solução seria:

0,10
𝑖= = 0,025
4

Taxa equivalente anual = (1,025)4 − 1 = 10,381%

19
Observa-se que, de acordo com os conceitos difundidos, a solução do problema implica a
utilização de cálculos feito segundo regimes distintos de capitalização, isto é, simples e composto.
E, segundo nos parece, a grande confusão reinante é, em boa parte, conseqüência dessa mistura de
regimes.

6.3.1. Taxa nominal e efectiva


6.3.1.1. Taxa nominal

Uma taxa é nominal quando o valor do capital inicial tomado como base de cálculo não representa
o valor efetivamente recebido ou desembolsado. Trata-se, na verdade, de uma taxa aparente.
Exemplo:

1. Um cliente obtém um empréstimo de 100.000 MZN para ser liquidado, no final de um ano, em
um único pagamento de 130.000 Mzn garantido por uma nota promissória. Entretanto, o banco
solicita a esse cliente que mantenha 20% do valor recebido como saldo médio.
A taxa nominal no período considerado é a seguinte:

𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑔𝑜𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 =
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

A taxa nominal no período considerado é a seguinte:

𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑔𝑜𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = =
𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

130.000 − 100.000
= 0,30 𝑜𝑢 30%
100.000

Portanto, a taxa nominal é de 30% no período (nocaso, um ano), e que corresponde normalmente
à taxa contratual. Entretanto, o valor do capital inicial não corresponde ao valor efetivamente
colocado à disposição do cliente, que é de 80.000,00. Mzn. O cálculo da taxa de juros, com base
neste valor, nos dá a taxa efetiva de juros no período.
𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 30 000
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜 = = = 37,5%
𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 8000

20
Exemplo 2:

Um agiota empresta 20.000,00 para receber 30.000,00 no final de seis meses. Entretanto, no

ato, paga a um intermediário uma comissão de 5% sobre o valor emprestado, ou seja 1.000,00.

As taxas, no período, são as seguintes:

30.000,00 − 20.000,00
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 =
20.000,00
10.000,00
= 0,50 𝑜𝑢 50%
20.000,00

30.000,00 − 21.000,00
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎 =
21.000,00

9.000,00
= 0,42857 𝑜𝑢 42 857%
21.000,00

6.3.1.2.Taxa real

A taxa real é calculada a partir da taxa efetiva, considerando-se os efeitos inflacionários no período.
Para ilustrar, vamos tomar o segundo exemplo do item anterior, analisando a taxa de rendimento
do ponto de vista do emprestador, e admitindo que a taxa de inflação, no período correspondente
ao prazo do empréstimo (seis meses), tenha sido de 25%.

A taxa real é obtida como:

1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎 1,42857


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 = −1= −1
1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 1,25

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,14286 𝑜𝑢 14,286%

A taxa real obtida está coerente com a nossa conceituação de que as taxas são nominal, efetiva ou
real em função do capital inicial tomado como base de cálculo. Assim, no caso do nosso exemplo,
o capital inicial efetivo de 21.000,00 tem que ser inflacionado para que se possa obter o rendimento
real.
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = 1,25 ∙ 21 000 = 26 500

30 000 − 26 250 3750


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 = = = 0,14286 𝑜𝑢 14,286%
26 250 26 250

21
7. Niveis de preço e taxas de cambio a longo prazo
O Nível geral de preços é uma medida hipotética diária de preços globais de um conjunto de bens
e serviços (a cesta de consumo), em uma economia ou união monetária, durante um dado intervalo
(geralmente um dia), normalizado em relação a um conjunto base. Normalmente, o nível geral de
preços é aproximado com um índice de preços, via de regra, o IPC. O nível geral de preços pode
mudar mais do que uma vez por dia durante a hiperinflação.

Vimos que as taxas de câmbio são determinadas pelas taxas de juros e pelas espectativas quanto
ao futuro, que são, por sua vez, influenciadas pelas condições de mercados monetarios nacionais.
Para compreender totalmente os movimentos das taxas de câmbio no longo prazo, devemos
ampliar o nosso modelo em duas direccões. em primeiro lugar, devemos examinar os factores, a
oferta de moeda e a demanda por moeda.

É a partir do modelo do comportamento da taxa de câmbio no longo prazo que desenvolveremos


neste capítulo, que os atores nos mercados preveem as taxas de câmbio futuro, no longo prazo, os
niveis de preço desempenham um papel importante na determinação das taxas de juro e dos preços.

Para melhor entender o tema, discutiremos a teoria da paridade de poder de compra ( PPC)

A paridade do poder de compra (PPC) ou paridade do poder aquisitivo (PPA-teoria de longo


prazo), é um método alternativo à taxa de câmbio para se calcular o poder de compra de dois
países. A teoria da paridade de poder de compra (PPC) foi originalmente formulada pelo
economista sueco Gustav Cassel que definiu que a taxa de câmbio de um país tende a se
desvalorizar na mesma proporção que aumenta o nível dos preços. Assim, a PPC procura medir o
quanto uma determinada moeda pode comprar em termos internacionais (normalmente dólar), já
que bens e serviços têm diferentes preços de um país para outro, ou seja, relaciona o poder
aquisitivo de tal pessoa com o custo de vida do local, se ele consegue comprar tudo que necessita
com seu salário.

As diferenças entre a PPC e a taxa de câmbio real podem ser significativas. Por exemplo, o PIB
per capita na República Popular da China é cerca de 5000 dólares, enquanto que com base na PPC,
passa a 8400 dólares. Na outra ponta, o PIB per capita nominal do Japão é cerca de 37600 dólares,
mas o valor em PPC é de apenas 31400 dólares. Medir o padrão de vida de um país apenas com a
taxa de câmbio pode ser ilusório. Por exemplo: se o valor do peso mexicano cai em comparação

22
com o dólar americano, o PIB mexicano medido em dólares também cairá. Mas a variação da taxa
de câmbio é apenas resultado do comércio internacional e do mercado financeiro - isto não quer
dizer que os mexicanos ficaram efetivamente mais pobres, desde que os salários e os preços em
pesos permaneçam estáveis.

O cálculo da paridade entre países considera a taxa de câmbio real em que é possível adquirir os
mesmos produtos e serviços.

Pela Lei do Preço Único, a paridade existe se os preços forem iguais em dois países, considerando
a taxa de câmbio nominal para haver a troca de moedas. Com isso temos a fórmula:

𝑃1
𝑃𝑀𝑧𝑛 = 𝐸 𝑥
𝑃2

Onde:

 E é a taxa de câmbio nominal


 P1 é o preço de um produto num país, normalmente usando como base a moeda norte-
americana
 P2 é o preço de produto no segundo país

O resultado é conhecido como a taxa de câmbio real, em que o valor igual a 1 resultaria no preço
único para os dois países.

Exemplo 1:

Considere um produto que custa US$ 50,00 nos Estados Unidos e 2800,00 Mzn em Moçambique.

2800
= = 56
50

A taxa de câmbio que indica o equilíbrio entre os dois países seria de 56 meticais para cada 1 dólar.

Ainda no exemplo, a taxa de câmbio do dia no mercado de Moçambique se encontra em 63


meticais para cada um dolar.

Logo, se a taxa de cambio for inferior:o produto Americano será mais caro que o produto
Moçambicano.

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Se a taxa de cambio for superior: o produto Americano sera mais barato que o produto
Moçambicano.

𝑃𝑀𝑧𝑛 = 63 𝑥 56

𝑝𝑀𝑧𝑛 = 3 528

A variação do nível de preços dos bens e serviços de uma economia é um fenómeno que se verifica
de forma sistemática à medida que o tempo vai passando, normalmente no sentido ascendente,
traduzindo o fenómeno da inflação. As flutuações de preços provocam algumas dificuldades ao
cálculo económico, na medida em que a variação de um período para outro numa determinada
variável macroeconómica (o produto interno bruto de um país, por exemplo) pode ter como base
apenas um aumento dos preços e não o aumento efetivo da produção.

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8. Conclusão
Concluimos este trabalho, dizendo que na maior parte dos compêndios de matemática financeira,
as taxas são classificadas como nominal ou efetiva em função da divisão de certo período
(normalmente um ano), em subdivisões de períodos de capitalização (mensal, trimestral,
semestral".

Há diversos factores que influenciam na taxa de câmbio, como a inflação, a renda familiar,
atratividade dos investimentos por conta das condições do mercado, etc. Essas condições,
definitivamente interferirão no mercado de câmbio e banco central precisa interferir nessa relação.
Isso esta relacionado a valorização ou não de moeda nacional, através de dois regimes diferentes:
taxa de câmbio fixa e flutuante.

A procura por moeda como um ativo decresce com o aumento da taxa de juros. Isso acontece
porque quanto maior a taxa de juros, maior é o custo de oportunidade de ter dinheiro líquido em
mãos, já que o mesmo poderia estar depositado em alguma instituição financeira ou investido em
obrigações do tesouro onde o rendimento dos juros estimularia o indivíduo a investi-lo.

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9. Bibliografia
BRENNER, Karl and MELTZER, AU an. Friedman's monetary theory. In;

GORDON, R, J. Milton Friedman's monetary framework: a debate with his critics Chicago, Ed.
Univ. Chicago Press, 1970.

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sancionadores da inflação. Revista de Economia Política,vol, 4,nQl,jan,-mar 1984,

BRUNHOFF, S, A política monetária. Uma tentativa de interpretação Marxista Rio de Janeiro,


Paz e Terra, 1978.
McCulloch, James Huston (1 January 1982). Money and Inflation: A Monetarist Approach. [S.l.:
s.n.] ISBN 978-0-12-483051-6 Verifique data em: |data= (ajuda)

Mises, Ludwig Heinrich Edler von; a Ação Humana: Um Tratado de Economia (1949), Ch. XVII
"Troca Indirecta", §4. "A Determinação do Poder de Compra da moeda".

Porto Editora. [consult. 2021-09-14 10:27:28]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$indice-


de-precos-no-consumidor-(ipc)

Palaia, Daniel; Márcio Holland (2010). «Taxa de câmbio e paridade de poder de compra no Brasil:
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(1). ISSN 1980-5330

Holland, Márcio; Pedro L. Valls Pereira (1999). «Taxa de Câmbio Real e Paridade de Poder de
Compra no Brasil» (PDF). FGV. RBE. 53

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