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Karl Mannheim

concepção de democracia no pensamento do autor, em dois momentos. Um primeiro


momento, o início da década de 30, quando Mannheim ainda se encontra na Alemanha e
suas preocupações são as perturbações pelas quais passa a democracia alemã, a
democracia de Weimar. Um segundo momento,
quando se encontra na Inglaterra, expulso da Alemanha, e seu objetivo
maior é definir meios para impedir a completa ascensão do nazismo na
Alemanha e na Europa.

Mannheim faz parte de uma geração de intelectuais que nasceu, e


teve seu primeiro desenvolvimento intelectual, sob a égide do Iluminismo,
do Império de Razão

manheim procurou em primeiro instante foi determinar a forma pela qual a sociedade
poderia caminhar para um mundo harmônico e justo, neste momento, para ele, a solução
é o debate político. Aos poucos, com a convivência com a República de Weimar,
percebe que o debate político não é uma solução prática e transita para novas posições
frente à realidade que se mostra a ele. Em princípios da década de 20, Mannheim tem a
convicção de que a sociologia do conhecimento através de um objeto particular, a
ideologia,
Um grupo social particular que deve ser preservado como
um freio contra monotonia e as tendências niveladoras em
uma cultura planejada é a dos intelectuais independentes.

Segundo
o autor, há uma crise de valores, não há mais uma tradição que
mostre aos jovens qual deva ser o seu comportamento:

quando a gente não sabe onde está, nem o que


deve pensar a respeito dos problemas mais elementares da
vida, então se pode falar, com razão, de uma desintegração
espiritual da sociedade

Para Mannheim, a ideologia neste momento é extremamente irracional.


Perde-se o objetivo inicial da sociologia do conhecimento, pois não é
possível um diálogo racional com as ideologias, não há a possibilidade de
diálogo entre as forças contrárias. O liberalismo, laissez faire, é o grande
responsável por este estado de desagregação quando diz que tudo deve
se ajustar por força própria.

Mannheim, já no início da década de 30, mas ainda na Alemanha,


demonstra vagamente uma tendência à planificação, à “imposição” de
valores básicos,

a direção real da política deve estar nas


mãos de uma elite. Contudo, “numa democracia, os governados
podem sempre atuar para remover seus líderes ou forçá-los a tomar
decisões no interesse da maioria”
“Entretanto, deve ser enfatizado que a
‘massificação’ não pode ser superada através da redução do número
de indivíduos que participam ativamente do processo político

Agora, ele se coloca definitivamente a favor de um planejamento


democrático que implicaria, necessariamente, no uso de técnicas
sociais para a imposição de valores básicos, opondo-se completamente
às suas posições anteriores, quando via a democracia enquanto
incompatível com uma ordem dada

“Utilizo a expressão ‘técnicas sociais’


para me referir a todos os métodos que influem no comportamento
humano para que este se encaixe nos padrões de interação e organização
social existentes”

A concentração de toda espécie de controles – econômicos,


políticos, psicológicos e mecânicos – chegou a tal
ponto (a última guerra mundial acelerou enormemente
essa tendência) que a questão é apenas saber quem
usará esses meios de controle e para que fim; pois não
resta dúvida que, de qualquer maneira, serão usados
algum dia

A grande diferença entre a democracia planificada e o totalitarismo, é


que este último procura assumir as tarefas da família, controlando principalmente
a formação psicológica da juventude, já a democracia planejada
procura assegurar as condições de existência de uma família equilibrada

Conclus ão

mudança no pensamento
de Mannheim conforme mudam as condições sociais, econômicas
e políticas do momento em que ele vive.

Há, com certeza, uma grande


distância entre um pensamento que propõe o debate político entre todos
os grupos sociais como saída para um futuro melhor, e um pensamento
que admite a existência de uma elite que comande o processo decisório,
e que deve “impor” o que é certo ou errado quanto aos comportamentos
humanos.

BOBBIO
Democracia: é a sociedade regulada de tal modo que os indivíduos gozam de
mais liberdade e igualdade que nas demais formas de convivência, tendo
como pressuposto a participação ativa no espaço público.

Problemas:

1ºmodificação dos modelos econômicos


2ºcrescimento do aparato burocrático
3º - ingovernabilidade face a emancipação da sociedade civil do sistema
político.

Sua preocupação fundamental na vida foi: interligar os fatores políticos e


sócio-políticos. No estudo de toda análise da história humana ele chega a uma
compreensão do Estado ideal que seria o que ele chama de 3ª via: que é a
conciliação do liberalismo, marxismo e maquiavelismo.
3ª via não é uma teoria dele, existiu antes dele. É ter uma máquina
governamental igual à do marxismo para assistir à parcela mais carente do
povo. A visão dele critica esta postura, pois não tem como estabelecer um
padrão de Estado que sirva para todos os planetas, mas em verdade o que o
Estado precisa criar é garantir o máximo de liberdade a todos, para
desenvolver –se, mas essa liberdade pode trazer a exploração do homem para
o homem, então, do marxismo se dá a máxima igualdade. A proporção de
liberdade e igualdade vai ser estabelecida de acordo com a realidade de cada
Estado e povo. Tem que se levar em conta a necessidade do povo. A título e
exemplo, podemos citar um determinado povo muito carente, no que tange a
questões sociais, o Estado tem por dever então aumentar o protecionismo
(marxismo) para equilibrar essas disparidades.

Liberalismo: liberdade
Marxismo: igualdade
Maquiavelismo realidade

Ele defende a mais autêntica democracia com a máxima atuação da sociedade


civil. Não existe democracia sem a participação do povo. A atuação da
sociedade civil na tomada de decisões políticas é fundamental. Aí ele diz que
a principal característica da democracia é ser governo das leis.

Se não for alguém que manda, são as leis, porém, se as leis não mandam é
uma autocracia, ou seja, alguém manda da forma que achar melhor.
Ele analisa a liberdade e a igualdade:

A liberdade tem como pré-condição o máximo desenvolvimento das


faculdades superiores do indivíduo e da espécie humana. Aqui ele acaba
conjugando um conceito filosófico e político.

Conclusão: Finalizo esse primeiro comentário acerca de Bobbio, alertando


vcs para o seguinte detalhe - Bobbio vai escrever e se situar num paradgma
neo-positivista, ou seja, ela vai ligar a construção do Direito com os fatores
sociais, coisa inaceitável no positivismo Kelsiano. A democracia requer
isso, se existe participação na construção dos pilares da sociedade, o povo
tem o dever de exercer pressão sobre o conteúdo das leis, pois as leis,
devem representar a vontade do povo, elas servem exatamente para isso,
para que o governante não administre o país segundo os seus interesses,
mas, estando submetido a lei, que é o resultado dialético da vontade
popular (minorias e maiorias) , possa representar na prática os anseios
populares.

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