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EM DIRECTO 5 Elementos da narrativa

Uma NARRATIVA
é uma história

contada por constituída


um narrador por

não acção personagens tempo espaço


participante
participante

quem quando onde


acontecimentos entra na se desenrola se passa
história a acção a acção
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EM DIRECTO 5
Caracterização de
personagens

Como caracterizar?
A abóbora
• Separar o retrato físico do modo
Mas a abóbora, que não fazia e modo de
dorminhoca de ser/comportamento.
outra coisa senão dormir e cres- f ser
cer, crescer e dormir, não ouviu o g • Elaborar frases completas.
zombador. Não ouvia nada de nada.
Tanto cresceu, tanto cresceu, que • Encontrar adjectivos adequados
e retrato às características da personagem.
ameaçou com o seu corpanzil gigante f
soterrar o grilo no buraco. g físico
• Utilizar citações.
– Seu atrevido, seu tocador de
pratos, que lhe importa a minha
vida! Se o seu regalo é cantar, cante, Quanto ao aspecto físico, podemos
mas ao menos não se meta com dizer que a abóbora é gigante (“Tanto
tranquila e cresceu, tanto cresceu, que ameaçou
quem está quieto e sossegado. Já d
sabe que dormir, dormir a sono d com o seu corpanzil soterrar o grilo no
solto, e fazer-me grande, taluda, é a d modo buraco.”).
f de ser
minha obrigação. Vai ver como d No que diz respeito ao seu modo
pareço bem no telhado do senhor d de ser, ela revela ser dorminhoca (“não
vaidosa d
José Barnabé Pé de Jacaré. g fazia outra coisa senão dormir”) e diz
(excertos extraídos de
ser bastante tranquila (“quem está
Mestre Grilo Cantava e a Giganta Dormia, quieto e sossegado”). Além disso, é vai-
de Aquilino Ribeiro) dosa em relação à sua aparência física
(“Vai ver como pareço bem no telhado
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do senhor José Barnabé Pé de Jacaré.”).


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Texto A Texto B
A rã e o boi A rã e o boi
Andava um boi a pastar na Num certo charco vivia
erva tenra e viçosa que crescia Certa rã, com alegria,
à beira de um regato, quando Coaxando de noite e de dia.
foi visto por uma rã. Com a
inveja que sentiu, esta rã come- Ora ao charco foi beber
çou a comer muito, a inchar de Um boi. Logo a rã, ao ver
vento, perguntando a cada O seu tamanho, quis ser
momento às outras se já era do Como ele tão corpulenta;
tamanho do boi. E sem demora, ciumenta,
– Ainda não! – responderam Sobre uma pedra se senta,
elas
Voltou a comer com mais E sempre o boi espreitando,
teimosia e a inchar tanto Vai inchando, vai inchando,
quanto lhe era possível, para E a seus filhos perguntando:
atingir a corpulência do boi. A
– Tamanho dele já sou?
certa altura, como lhe faltasse
– Ainda não!
muito para satisfazer a sua
– Já chegou?
ambição, tanto fez para aumen-
A fábula

– Mais um pouco!
tar mais, que rebentou.
Arrebentou!
São assim todos os ambicio-
sos, não descansando enquanto O pobre boi, afinal,
não igualam os outros (…). Não Nem sequer dera por tal…
se contentando com a situação E só a rã por seu mal
que têm, para subirem mais Veio de inveja a morrer…
dão-se a trabalhos que, por fim,
os inutilizam, acontecendo-lhes Quem, mais do que é, quiser ser
como a rã. Aqui seu fim pode ver.
Fábulas de Esopo, Armando Côrtes-Rodrigues,
Lello & Irmão Editores Canção da Vida Vivida,
Instituto Cultural de Ponta Delgada

– narrativa curta – narrativa curta


– narrativa em prosa – narrativa em verso
EM DIRECTO 5

– personagens: boi e rã – personagens: boi e rã


– moral: Não devemos ser – moral: Não devemos ser
demasiado ambiciosos. demasiado ambiciosos.

Fábula: é uma narrativa curta, escrita em prosa ou em


verso, cujas personagens são animais que agem e falam
como pessoas, e que tem sempre uma moral.
EM DIRECTO 5 Descrição de animal

O Panda
Apresentação:
O panda é um ursinho extraordinariamente gracioso, e – nome
f
mas muitíssimo raro. g – aspecto geral
Tem a cabeça arredondada, nariz pequeno, orelhas de
tamanho médio e cauda curta. e Descrição física:
d
À volta dos olhos tem dois curiosos círculos pretos e d – cabeça
também são pretas as suas orelhas e as patas, enquanto o f – nariz
d – orelhas
resto do corpo está coberto duma linda pele branca. Tem d
o pêlo bastante comprido, macio e bastante espesso. g …

Leva uma vida solitária e não hiberna no Inverno. e


Movimenta-se quase sempre no solo mas, em caso de d
perigo, consegue trepar com agilidade às árvores.
d Costumes:
d – comportamento
O panda vive nas montanhas da China e encontra-se d – locomoção
sobretudo no meio dos densos caniçais de bambu. De
f
d – habitat
facto, este ursinho sustenta-se várias vezes ao dia de canas d – hábitos alimentares
e de rebentos de bambu. Por isso lhe chamam também o
d
d
“urso dos bambus”. g
O panda tem um ar tão simpático que até já se tornou
costume confeccionar ursinhos de feltro, com o pêlo cheio
e Conclusão:
f (sentimento que o ani-
e macio, parecido com ele, para as crianças brincarem. g mal desperta em
F. Pezzoli e E. Mora,
quem o vê)
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Animais da Floresta, Marus Editores


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EM DIRECTO 5 Texto poético

Andanças do poeta
A bailarina poema Como se chama? Pelo céu cor de violeta,
Esta menina “A bailarina” que lindo,
tão pequenina De que livro foi que lindo vai o poeta.
quer ser bailarina. extraído? Pôs uma camisa branca
Não conhece nem dó nem ré Do livro Ou Isto ou e sapatos amarelos,
mas sabe ficar na ponta do pé. Aquilo as calças agarradinhas
Não conhece nem mi nem fá Quem é o seu são da feira de Barcelos.
mas inclina o corpo para cá e para lá. autor?
Pelo céu vai o poeta.
Cecília Meireles
Não conhece nem lá nem si, Sobe, sobe de bicicleta.
mas fecha os olhos e sorri. Eugénio de Andrade,
estrofes Quantas estrofes Aquela Nuvem e Outras, Edições Asa
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar tem o poema?
e não fica tonta nem sai do lugar. Oito Título do poema:
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu. Livro a que pertence:
versos Quantos versos tem:
Esta menina – a primeira estrofe? Autor:
tão pequenina (três = terceto)
quer ser bailarina. Número de estrofes:
– a segunda estrofe?
Mas depois esquece todas as danças, (dois = dístico) Nome que se dá a cada
e também quer dormir como as outras crianças. estrofe, conforme o
Cecília Meireles, Ou Isto ou Aquilo, número de versos:
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Civilização Brasileira
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EM DIRECTO 5 Parágrafo e período

A noiva e os dois pretendentes

Dois mancebos pediram a mesma menina em Parágrafo:


casamento: um deles era rico e o outro pobre. O pai 1.º parágrafo – representa mudança de
resolveu dá-la a este último. Consumado o casamento, assunto;
perguntaram alguns amigos: – obriga a uma mudança de
linha e a iniciar a escrita um
– Qual a razão, por que a não deste antes àquele 2.º parágrafo
pouco mais dentro;
que era rico? – começa sempre por letra
– Foi – respondeu o pai – porque o rico, não tendo maiúscula;
juízo, como é sabido, poderá vir a ser pobre antes de 3.º parágrafo – corresponde a uma nova
pouco, mas o pobre, que é homem de tino e prudente, fala da personagem.
pode facilmente enriquecer.
Augusto Pinto, Os Avós e os Netos

Período:
1.º período: Dois mancebos pediram a mesma menina – corresponde a uma pausa;
em casamento: um deles era rico e o outro e – é uma frase com sentido
pobre. d O conjunto de completo;
d períodos – começa por maiúscula;
2.º período: O pai resolveu dá-la a este último. d
f relacionados entre – termina com um ponto
d si denomina-se final, interrogação,
3.º período: Consumado o casamento, perguntaram d
alguns amigos: d parágrafo. exclamação, dois pontos
g ou reticências.
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EM DIRECTO 5
Carta informal
Carta formal
Carta informal (familiar) Carta formal

Ponta Delgada, 18 de Janeiro de 2004 Giestas, 28 de Janeiro de 2004

Querida Nicha, Ex.mo Sr. Presidente do Conselho


Como não recebo notícias tuas há já muito tempo e estou cheia Executivo da Escola B 2,3 das Giestas,
de saudades, resolvi escrever-te. Nós, os alunos da turma F do 5.º ano de escolaridade desta
Deves ter sabido pelos teus pais que as obras na minha casa já escola, estamos a organizar uma viagem de estudo, com alguns dos
terminaram. Gosto imenso do meu novo quarto, mas ainda não o nossos professores. Gostaríamos de ir aos Açores, mais precisa-
arrumei. A minha mãe farta-se de ralhar comigo para eu colocar mente, à ilha do Faial.
os livros na estante (ainda estão em caixotes, imagina!!). Assim, vimos solicitar a V.ª Ex.ª se digne contactar o Presidente
da Câmara Municipal da Horta, no sentido de obtermos informação
Mudei este ano de escola e já tenho mais amigos. Vais gostar
sobre a ilha do Faial e podermos, assim, preparar a nossa visita.
de os conhecer, sobretudo o Nuno, porque é muito divertido e sim- Agradecemos, desde já, toda a atenção que V.ª Ex.ª puder dis-
pático. pensar a este assunto.
Estou ansiosa pelo Verão, para nos divertirmos como no ano Com os nossos melhores cumprimentos,
passado.
Um grande abraço e muitos beijinhos da O Delegado de Turma,
Caró Fernando Ornelas
P.S.: Espero que me respondas! Fernando Ornelas

• A saudação tem em conta o cargo do destinatário.


• A saudação inicial, o conteúdo e a fórmula de despedida
• O corpo da carta deve ser redigido de forma bem clara.
dependem do grau de familiaridade do remetente com
• A fórmula de despedida é formal e atenciosa.
o destinatário.
• Deve ser escrita em computador.
• É, em geral, manuscrita.
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• O remetente assina o seu nome acima do que já está gra-


• O remetente pode assinar com o diminutivo.
fado em letra de imprensa.
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EM DIRECTO 5 Translineação
Nem sempre conseguimos que uma palavra caiba toda na mesma linha.
Dividimos, então, a palavra, usando um hífen ou traço de união (-).
A translineação faz-se de acordo com a soletração. No entanto, há regras que têm de ser respeitadas:
SEPARAM-SE NÃO SE SEPARAM
Vogais seguidas As vogais ou diton- As consoantes
As consoantes As consoantes que não formam gos depois dos seguidas que
Os ditongos
dobradas seguidas ditongo grupos qu e gu constituem grupo
pás-sa-ro ac-ta sa-í-da cau-te-la mei-gui-ce ca-cho
car-rei-ro ad-jec-ti-vo mi-ú-do men-tiu am-bí-guo fo-lha
con-nos-co rit-mo ra-i-nha man-tei-ga ré-gua ca-ri-nho
con-fec-ci-o-nar op-tar pe-rí-o-do pa-péis ce-guei-ra a-cla-rar
re-dac-ção sec-tor flu-i-dez mui-to quan-do cres-cer
co-mum-men-te ab-so-luto ne-vo-ei-ro fai-xa qua-dra a-tlé-ti-co
af-ta a-la-ú-de coi-sa pe-quei mas-tro
rit-mo re-en-trar cha-péu lon-gín-quo pro-gra-ma
ét-ni-co ou-ro por-tu-guês de-glu-ti-ção
sub-til fa-róis du-pli-ca-do
cons-ti-par ao ca-pri-cho
a-dop-ção meu de-fla-grar
nas-cer a-fri-ca-no
di-a-frag-ma li-vrei-ro
em-ble-ma
brin-car
Quando uma palavra que se escreve com hífen coincide com o final da linha, deve repetir-se o hífen no início da linha seguinte.
A mãe ofereceu- Tens um porta-
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-lhe uma camisa do Harry Potter. -chaves muito bonito.


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EM DIRECTO 5 Subclasses do nome

nomes próprios
(individualizam os seres): No conto A Menina do Mar, abundam os nomes comuns
nomes comuns:
• nomes de pessoas; mares; rios; instituições… servem para descre-
• começam com letra maiúscula: ver pormenores da
“Era uma vez uma casa branca nas
João Portugal realidade, neste caso,
dunas, voltada para o mar. Tinha uma a casa e o jardim.
Oceano Índico Tejo porta, sete janelas e uma varanda de
Escola B 2,3 Roberto Ivens Europa
madeira pintada de verde. Em roda da porta
casa havia um jardim de areia onde cres-
nomes comuns janelas
ciam lírios brancos e uma planta que
(não individualizam os seres): dava flores brancas, amarelas e roxas. varanda
Nessa casa morava um rapazito que
rapaz balde madeira
passava os dias a brincar na praia.
praia búzios
Era uma praia muito grande e jardim
algas caranguejo
rochas rios deserta onde havia rochedos maravilho-
areia
sos. Mas durante a maré alta os rochedos
estavam cobertos de água. (…) Mas na lírios
nomes colectivos maré vazia as rochas apareciam cobertas
(designam um conjunto de seres da planta
de limo, de búzios, de anémonas, de
mesma espécie; escrevem-se no singular): lapas, de algas e de ouriços. Havia poças flores
multidão formigueiro de água, rios, caminhos, grutas, arcos, cas-
cardume pomar catas.”
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enxame manada
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EM DIRECTO 5 Graus dos adjectivos

GRAU
GRAUNORMAL
NORMAL

O avião é um meio de transporte RÁPIDO. Esta flor é BONITA. A torre está INCLINADA.

GRAU COMPARATIVO

A B
Comparativo de inferioridade Comparativo de igualdade Comparativo de superioridade

O caracol é menos VELOZ As melancias são tão SABOROSAS O telefone A é mais MODERNO
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do que o canguru. como os morangos. do que o telefone B.


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EM DIRECTO 5 Graus dos adjectivos

GRAU SUPERLATIVO

Superlativo Superlativo relativo


absoluto sintético de superioridade

Esta casa é O rapaz de camisola


LINDÍSSIMA. branca é o mais
ALTO de todos.

Superlativo Superlativo relativo


absoluto analítico de inferioridade

Este rapaz é A menina do meio


muito ESTUDIOSO. é a menos ALTA
de todas.
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MODOS
a Presente (hoje): falo, como, parto
d
d
d perfeito
d a
d d (acção iniciada e acabada no
d d passado): falei, comi, parti
d d
d d imperfeito
d
d Pretérito dd (acção não concluída): falava;
INDICATIVO b (passado – b
(certeza na acção) d ontem) d comia, partia
d d
d d mais-que-perfeito
d d (acção passada, anterior a outra
d d
d d também passada): falara, comera,
d c partira
d
d
d
d Futuro (amanhã): falarei, comerei, pedirei
c
Flexão verbal

CONDICIONAL
(acção dependente de uma con-
dição): falaria, comeria, partiria

a Presente
d (desejo, possibilidade: oxalá…,
d
d talvez…): fale, coma, parta
d
d Pretérito Imperfeito
CONJUNTIVO d
(possibilidade, incerteza, d (hipótese: se…): falasse, comesse,
b partisse
dúvida ou desejo) d
d
d Futuro
d (possibilidade no futuro: quando…):
d
d falar, falares; comer, comeres; partir,
d partires
c
EM DIRECTO 5

IMPERATIVO
(ordem, conselho ou pedido):
fala tu, falai vós; come tu, comei vós; parte tu, parti vós

INFINITIVO
(a acção de uma maneira geral):
falar, comer, partir

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