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Marcelo Altoé
Deve ser feita com o ato de lançamento e, posteriormente, no processo administrativo tributário,
antes do lançamento definitivo. Em relação à apuração da responsabilidade do sócio, aduz a
Súmula 430 do STJ que o mero inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera
a responsabilidade solidária do sócio-gerente, sendo necessário provar as hipóteses do art. 135,
CTN, isto é, da prática de atos com excesso de poderes ou infrações da lei, estatutos ou contrato
social. Cabendo ao executante provar a ocorrência de tais hipóteses. Caso o nome dos sócios
conste na Certidão de Dívida Ativa, deverão ser executados diretamente, desde que se
preencham os requisitos para a apuração da responsabilidade. A presunção de legitimidade
assegurada à CDA impõe ao executado que figura no título executivo o ônus de demonstrar a
inexistência de sua responsabilidade tributária. A portaria RFB nº 2123/18 e a portaria PGFN nº
180/10 buscam inibir a inclusão indiscriminada e arbitrária do nome dos sócios na CDA.
b) Explique por que a súmula vinculante n.º 24 determina que “não se tipifica crime material contra a
ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento
definitivo do tributo”.
Pois não existe crime antes que o crédito tributário seja definitivamente constituído. Por se
tratar o crime de sonegação de um crime material, sua consumação só se configura quando
se reúnem todos os elementos para sua definição legal. É necessário que exista decisão
definitiva no processo administrativo de impugnação do lançamento para configurar os crimes
contra a ordem tributária. Dessa forma, só se mostra possível verificar o crime previsto no art.
1º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990 após o lançamento definitivo do tributo ou após encerrada
a discussão na esfera administrativa. Havendo, dessa forma, condição objetiva de
punibilidade e este podendo, enfim, ser exigido judicialmente.
Parcelamento fiscal
A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetou três recursos especiais para serem julgados sob
o rito dos recursos repetitivos, nos quais decidirá sobre a possibilidade de manutenção da penhora de
valores pelo sistema Bacenjud no caso de parcelamento do crédito fiscal executado. Em razão da
afetação, foi determinada a suspensão do trâmite de todos os processos individuais ou coletivos, em todo
o território nacional, que versem sobre a mesma questão jurídica, até o pronunciamento do STJ. A sessão
eletrônica que decidiu pela afetação dos recursos teve início em 8 de maio e foi finalizada no dia 14. Os
Recursos Especiais 1.756.406, 1.703.535 e 1.696.270 foram indicados pelo Tribunal Regional Federal
(TRF) da 1ª Região como representativos da controvérsia. Os três casos estão sob a relatoria do ministro
Mauro Campbell Marques. A controvérsia está cadastrada como Tema 1.012 no sistema de repetitivos do
STJ. A questão submetida a julgamento é a seguinte: "Possibilidade de manutenção de penhora de
valores via sistema Bacenjud no caso de parcelamento do crédito fiscal executado (artigo 151, VI, do
Código Tributário Nacional)."
a) Caso você fosse Ministro do Superior Tribunal de Justiça, em qual sentido seria o seu voto? Faria
alguma diferenciação caso a penhora fosse em bens imóveis em vez de dinheiro? Justifique.
b) No curso da execução fiscal, o parcelamento pode ser realizado pelo contribuinte a qualquer
momento? E qual é o efeito do parcelamento na execução fiscal?
Sim, o parcelamento pode ser realizado desde a notificação do lançamento do credito tributário
até a execução fiscal, excetuando-se as situações legais que a proíba. Por consequência, ao
parcelar o débito, o devedor o reconhece como tal, de forma que ocorre a interrupção do prazo
prescricional (art. 174, parágrafo único, inciso IV, do CTN), além de ser causa de suspensão de
exigibilidade do crédito tributário (artigo 151, inciso VI do CTN). Dessa forma, impedindo novos
atos executórios, permitindo ao contribuinte cumprir sua obrigação tributária em prestações
periódicas
Não. A fim de garantir segurança jurídica, o Art. 146 do CTN, impede que a autoridade
administrativa altere o critério jurídico utilizado no ato de lançamento. Contudo, existem hipóteses
que o ato de lançamento pode ser alterado, quais sejam, na impugnação do sujeito passivo,
recurso de oficio ou iniciativa de oficio da autoridade administrativas, nos casos previstos no Art.
149. Dessa forma, pela hipótese de modificação prevista no Art. 145, I, CTN, deve haver a
correção do lançamento já existente efetuado pela autoridade administrativa, e não a realização
de um novo lançamento, se tratando este de um caso atípico à regra de inalterabilidade do ato
administrativo de lançamento.
Não indicaria, pois o depósito do montante integral no curso do processo administrativo tributário
tem como único beneficio evitar a incidência dos efeitos da correção monetária e dos juros.
Outrossim, a impugnação do ato de lançamento por si só já é causa suspensiva de exigibilidade
do débito. Ademais, caso não haja êxito no âmbito administrativo que enseje posteriormente uma
judicialização da causa, o montante que já foi pago só poderá ser reavisto por meio de
precatórios, visto que o valor depositado será convertido em renda para a Fazenda Pública.
Todavia, é indispensável a analise do caso concreto, pois dependendo do valor do montante
pode ser razoável impedir os efeitos de uma correção monetária para uma melhor economia.