O cabelo emborrachado, elástico ou “chiclete” é um
cabelo em que a fibra perdeu a elasticidade natural, além da umidade, o que o deixa muito fino, seco e frágil, sendo que essas características são mais visíveis quando ele está molhado. Um cabelo saudável, ao ser esticado, sem forçar, volta ao estado normal, pois tem resistência e elasticidade para isso. Já o cabelo emborrachado não, ele parece mesmo um elástico velho, e ao ser esticado ele fica “engrunhado” ou, se estiver muito fraco, se parte. POR QUE O CABELO FICA EMBORRACHADO?Descolorações, relaxamentos, alisamentos, químicas incompatíveis são os maiores responsáveis pelo emborrachamento dos fios, assim como a nossa mania de querer fazer várias químicas no mesmo dia e de insistir para descolorir ou alisar um cabelo fragilizado. É muito importante que o profissional faça testes para verificar se o seu cabelo vai resistir ou não ao procedimento .
] INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA
É preciso que você saiba, ainda, o que aplicam no seu
cabelo, porque, dependo dos ativos, pode ocorrer o que chamamos de incompatibilidade química. Via de regra funciona assim:
O tioglicolato é incompatível com a guanidina e o
hidróxido de sódio. A guanidina é incompatível com o hidróxido de sódio e com o tioglicolato O hidróxido de sódio só é compatível com ele mesmo, e não aceita colorações ou descolorações. Colorações e descolorações devem ser analisados individualmente, pelo teste da mecha, pois há ressalva em relação às compatibilidades e é preciso verificar o grau de resistência do cabelo ao procedimento. No mais, qualquer cabelo que passe por um procedimento químico precisa repor o que foi perdido durante esse procedimento. E o que se perde? A matéria do qual ele é feito, o “cimento” capilar. E se não tem “cimento”, o cabelo não se sustenta. Então, ao fazer qualquer tipo de química saiba que o seu cabelo não será mais o mesmo e que você vai precisar recuperá-lo, caso contrário vai chegar uma hora em que ele não vai aguentar. Além disso, se o cabelo, por algum motivo, está frágil, ele não deve passar por nenhum procedimento químico até ser recuperado, justamente para evitar que os fios fiquem elásticos. COMO TRATAR UM CABELO ELÁSTICO?
Cerca de 90% da composição do fio do cabelo é proteína,
cuja matéria base são os aminoácidos, e é justamente isso que o cabelo mais perde quando passa por químicas capilares (alisamentos, luzes, descolorações, mechas, escovas progressivas, etc). Ou seja, o cabelo que passa por químicas perde a estrutura que os forma e sustenta, ficando elástico, fino e frágil. O que se faz quando o cabelo está elástico é devolver tudo o que ele precisa pra ficar bem, e isso depende de cada cabelo, pois cada um possui necessidades próprias. Aqui é importante dizer que várias proteínas são, também, hidratantes e/ou nutritivas, e que a queratina, apesar de essencial, sozinha não resolve muita coisa.
Reposição de Proteínas: Como Escolher os Ativos Certos? A
reposição de proteínas é a base para recuperar um cabelo elástico, mas não é qualquer queratina que vai reconstruir o seu cabelo e não é qualquer aminoácido. E, além desses, existem outros ativos reconstrutores, como o colágeno, por exemplo, que é um reconstrutor mais leve, composto por aminoácidos, que ajuda a reter água nos fios, aumenta a sua resistência e seu condicionamento, melhorando, assim, a elasticidade. Outra proteína importante é a proteína de trigo, que impede a perda de água, mantém o fio hidratado e reduz a porosidade. Os aminoácidos também são excelentes para reconstruir os fios, mas cada um possui propriedades próprias, proporcionando resultados diferentes. No início do tratamento para recuperar os fios elásticos, o cabelo vai precisar sobretudo de resistência e redensificação da fibra capilar. Os aminoácidos indicados para proporcionar resistência são a serina, a cisteína, a glicínia, a treonina, tirosina, glutamina e aspargina. Já para redensificação da fibra (“engrossar os fios”), os mais indicados são a serina, a treonina e a tirosina.
O que você precisa aprender é a “ler o rótulo” para
identificar quais produtos podem ou não servir para o seu cabelo! ROTINA DE TRATAMENTO Cabelo precisa de manutenção e cabelo elástico precisa de uma rotina de tratamento espartana. No primeiro mês de tratamento, se os fios estiverem MUITO elásticos, faça 1 reconstrução semanal durante duas semanas, depois faça uma reconstrução a cada 10 dias (2 vezes), depois a cada 15 dias (2 vezes), até chegar ao ponto de fazer apenas a reconstrução mensal. Em alguns casos, quando o quadro não é tão grave, as reconstruções devem acontecer, inicialmente, de 10 em 10 dias, depois de 15 em 15 dias, e depois mensalmente. O quadro é leve? Duas reconstruções quinzenais, seguidas de reconstruções mensais resolvem o problema! E não pensem em exagerar na reconstrução, fazer a louca e aplicar máscara reconstrutora duas ou três vezes na semana porque isso vai gerar um excesso de proteína que causa tantos danos quanto a sua falta. Ou seja, se controle e tenha paciência, pois os resultados são lentos, mas consistentes! HIDRATAÇÃO E NUTRIÇÃO Só que não é só de proteína que o cabelo vai precisar, mas também de hidratações, para repor a água, e nutrições, para reposição lipídica. O cabelo, antes de passar por uma reconstrução, precisa passar por uma hidratação, porque a reconstrução funciona como um “cimento”, e cimento sem água fica como? Seco! Portanto, primeiro a gente repõe água, e depois reconstrói. A hidratação pode ser feita uma vez por semana, e a nutrição também. Só que enquanto a hidratação deve ser feita antes da reconstrução, a nutrição deve ser feita depois, pra “amolecer” a fibra capilar e deixar o cabelo mais emoliente. A recomendação é hidrata, reconstrói e nutre.
Vale lembrar que após qualquer um desses tratamentos o
cabelo precisa ficar dois dias sem lavar, pra que os ativos penetrem em profundidade no fio e ali permaneçam.