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Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física

Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básicos e


Secundário

Organização e Administração Escolar

Realidade do Trabalho Colaborativo no Âmbito do Cargo de


Diretor de Turma

Docente da U.C: Professor Doutor Miguel Fachada


Discentes: Luís Costa Nª 2020184501 e Rodrigo Cortinhal 2021184540

Coimbra
2021/2022
Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 2

Revisão Literária ........................................................................................................................... 3

Metodologia .................................................................................................................................. 5

Procedimentos - seleção e acesso à amostra ............................................................................. 5

Instrumentos e recolha de dados ............................................................................................... 6

Resultados e interpretação ............................................................................................................. 9

Bibliografia ................................................................................................................................. 11

Anexos......................................................................................................................................... 12

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Introdução

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina Organização e Gestão


Administrativa na unidade curricular de Organização e Administração Escolar, lecionada pelo
Professor Doutor Miguel Fachada. Esta unidade curricular enquadra-se no 1º semestre, do 2º ano
do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS), sendo
esta uma cadeira que decorre em simultâneo com o estágio curricular e na qual se realizam
trabalhos que dizem respeito ao mesmo.

O tema principal do trabalho é centrado no processo colaborativo. Este, vai consistir numa
entrevista, realizada a um cargo administrativo, nomeadamente um diretor de turma, onde os
objetivos dos alunos, são, compreender toda a responsabilidade e funções inerentes a um diretor
de turma em várias dimensões, sendo elas, perante a escola e perante a turma a que está associado
e no final compreender todo o trabalho colaborativo, que se estabelece no meio escolar, de modo
a ser possível cumprir todas as tarefas que são destinados ao professor (DT). Os objetivos deste
trabalho são:

➢ Recolher dados empíricos acerca da realidade (descrição, fatores e constrangimentos) do


trabalho colaborativo no âmbito do cargo de Diretor de Turma;
➢ Aprofundar o conhecimento do cargo de DT;
➢ Aprofundar o conhecimento das condições organizativas presentes no cargo de DT.

Para a realização deste trabalho a nossa entrevistada, para além de assumir o cargo de diretora
de turma, é ainda, coordenadora dos diretores de turma, acabando por desempenhar variadíssimas
funções no âmbito administrativo, com os alunos e seus encarregados de educação, com os
restantes professores da turma e ainda, está por dentro de outros assuntos no que diz respeito à
direção escolar, no âmbito de coordenadora.

Para nós estagiários isto traduz-se numa mais-valia no que diz respeito a ouvir e receber
informações sobre todo o tipo de vivências e experiências.

Dizer ainda, que este trabalho contou com um guião, onde as perguntas estavam já pré-
definidas, de modo que as suas respostas, fossem as mais diretas e esclarecedoras possíveis, sobre
todas as funções que estes professores desempenham e claro, para que de certa forma, todos os
trabalhos pudessem ser semelhantes em termos de resultados para posterior análise e reflexão.

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Revisão Literária

Atualmente, a investigação é dedicada a examinar de forma sistemática o modo como os


professores colaboram profissionalmente e aprendem entre si nas escolas, assim como os
trabalhos de investigação que relacionam, do ponto de vista analítico, tais práticas de colaboração
com os níveis de eficiência das instituições educativas onde são desenvolvidas e com as perceções
dos docentes sobre a essência do seu trabalho, são praticamente inexistentes, facto que poderá
estar relacionado com o tipo de profissão que é ser professor, onde prevalece a solidão no
quotidiano, quer em contexto de sala de aula, assim como na preparação das aulas a lecionar.
Formosinho e Oliveira-Formosinho (2000) afirmam que o valor da participação do grupo
profissional dos professores esbarra com a valorização do isolamento profissional, o
desenvolvimento de uma prática pedagógica decretada e, sobretudo, a mobilidade docente.

Na verdade, os professores não podem ser os únicos responsabilizados, pela falta de uma
cultura colaborativa nas escolas, pois é necessário analisar paralelamente a questão das condições
organizacionais (horários compartimentados, cumprimento do currículo, carga de trabalho, etc.)
e estruturais (a organização de departamentos, limitações entre os campos do conhecimento, etc.)
onde desenvolvem o seu trabalho. Estes “constrangimentos organizacionais e estruturais não
devem ser encarados como fatalidades, nem como determinantes causais inevitáveis dos padrões
de interação colegial” (Lima, 2002, p.182).

Moolenaar (2012) identifica três maneiras principais através das quais os padrões de
interação entre os docentes de uma escola podem afetar positivamente as suas práticas de ensino:

• Criação de oportunidades de aprendizagem entre colegas;


• Facilitação ou desencadeamento de processos de influência entre pares e de
seleção de parceiros para a interação profissional;
• Constituição de um ambiente psicologicamente seguro em que os professores se
possam sentir apoiados nos seus esforços.

É neste sentido que McLaughlin e Talbert (2006) evidenciam a importância da


colaboração entre colegas para a sua aprendizagem profissional. Estas autoras destacam três
funções principais deste tipo de colaboração nas escolas:

• Produção, aquisição e gestão de conhecimento pelos professores, quer da prática,


quer para a prática;
• Desenvolvimento de uma linguagem partilhada e de padrões de qualidade
coerentes;

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• Sustentação de uma cultura de escola, evitando que as práticas naveguem ao
sabor das “modas educativas” e que os docentes enveredem por formas de
trabalho totalmente individualizadas.

Klassen, Tze, Betts e Gordon (2011) puderam observar que a pesquisa sobre eficácia
coletiva tem aumentado. Estes autores identificaram na sua revisão sistemática, que alguns
questionários continham itens representativos de eficácia coletiva, mas, foi apontada a ocorrência
de poucos estudos qualitativos que tenham examinado a influência de fatores contextuais sobre a
eficácia coletiva. Ao adotarem como foco a eficácia coletiva, os pesquisadores têm vindo a
descobrir, em geral pelas análises de regressão linear, associações positivas entre eficácia coletiva
de professores e melhor desempenho académico de alunos, em diferentes disciplinas e com maior
peso do que o nível socioeconómico. Kochan e Teddlie (2006) evidenciam que uma condição
primordial para que as escolas consigam atingir e manter níveis elevados de aprendizagem dos
seus alunos é que os seus docentes trabalhem de forma colaborativa.

Relativamente à função de diretor de turma, é-lhe atribuída a máxima autoridade no grupo


de professores e dada a competência para fazer a conexão interna entre os professores e externa
com os encarregados de educação. Esta figura tem, pois, um papel relevante neste processo de
ensino-aprendizagem. Significa que o ensino passa a realizar-se na base de relações intergrupais.
Antes de 1894/95 era tudo muito desconexo, muito individual, muito centrado na disciplina. A
partir desta mudança apela-se a uma nova dinâmica que se centra nas relações intergrupais. Por
um lado, o ensino passa a ser de um grupo de professores e o processo de aprendizagem a assentar
no grupo-turma, cabendo ao diretor de turma assegurar todo esse processo (Brás & Gonçalves,
2011). Cabe, portanto, ao diretor de turma ter certamente que conseguir realizar trabalho
colaborativo, pois este deve necessariamente de auxiliar e obter informações com os outros
professores e constantemente transmitir informações para encarregados de educação e respetivos
alunos. Durante a realização deste trabalho existe a questão se o trabalho de um diretor de turma
deveria ser mais colaborativo e existir um auxílio para a realização do mesmo, pois este cargo
acaba por acarretar a realização de várias tarefas burocráticas e por vezes despender muitas horas
que são consideradas livres.

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Metodologia

Esta entrevista foi baseada na análise qualitativa do conteúdo, toda a informação que
temos ao nosso dispor, provém pura e exclusivamente das informações dadas/partilhadas, pelo
diretor de turma, sabendo que, todas as perguntas as quais este irá responder foram-nos
previamente fornecidas (ver anexo 1) e focadas num único objetivo, compreender e conhecer as
funções a desempenhar pelo cargo.

Fatores importantes deste estudo:

➢ O estudo é realizado através da entrevista, não podendo esta ser repetida;


➢ O tempo de entrevista não deverá ultrapassar os 30 minutos;
➢ A entrevista é gravada para posterior análise;
➢ Entrevistado terá de ter uma experiência considerável do cargo.

A análise de dados será realizada em uma tabela que foi fornecida pelo professor responsável
da unidade curricular, onde o objetivo, é o tratamento qualitativo do texto proveniente da
entrevista.

Esta análise requer as seguintes tabelas:

➢ Tabela de análise do conteúdo fornecido pelo entrevistado;


➢ Tabela de análise do tipo de conteúdo e registos dessa informação.

Procedimentos - seleção e acesso à amostra

Para a seleção da pessoa entrevistada (amostra), as condições a respeitar foram:

✓ Que o diretor de turma fosse conhecedor da realidade da escola;


✓ Conhecedor do desempenho do cargo;
✓ Possuir uma atitude reflexiva e não ter receio de se expor;
✓ Admitir o registo e gravação da entrevista.

Para além disto os objetivos a atingir por nós alunos foram:

✓ Recolher dados empíricos acerca da realidade (descrição, fatores e constrangimentos) do


trabalho colaborativo no âmbito do cargo de Diretor de Turma;
✓ Aprofundar o conhecimento do cargo de DT;
✓ Aprofundar o conhecimento das condições organizativas presentes no cargo de DT.

Neste sentido e respeitando as diretrizes, optamos por não ficar com nenhum dos nossos
diretores de turma, uma vez que, já trabalhamos diretamente com eles no âmbito da assessoria,
desta forma, optámos por ir um pouco mais além, falámos diretamente com a coordenadora dos

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diretores de turma e assim, pretendemos aprofundar e recolher o máximo de conteúdo no que diz
respeito a estes dois cargos.

Toda a preparação da entrevista foi fundamental para garantir o seu sucesso, pelo que, a
entrevista foi gravada com dois dispositivos móveis e a escolha do local, tal como indicava o
guião, foi escolhido pelo entrevistado de modo que este se sentisse o mais confortável possível.

Antes da realização da entrevista, o diretor de turma foi previamente informado sobre o


âmbito da entrevista e os objetivos da mesma, foi também garantido o anonimato e confirmação
de que todo o material recolhido teria apenas uma função, análise e posterior reflexão de modo a
maximizar os nossos conhecimentos sobre o tema.

Deste modo, a entrevista iniciou com uma pequena introdução de modo a comprovar a sua
veracidade e salientando mais uma vez que esta, iria ser gravada de modo a confirmar, via áudio,
que isso não era de todo um entrave.

Instrumentos e recolha de dados

Após estudo, sabemos agora que a entrevista é uma das técnicas mais usadas no âmbito da
investigação.

Segundo autores como Afonso (2005), a entrevista consiste numa interação verbal entre o
entrevistador e o respondente, não havendo um contacto diretor, o que permite uma explicação
das perguntas e das respostas.

No presente estudo foi utilizado um guião (anexo 2), onde as perguntas estavam pré-definidas,
este guião está dividido 5 objetivos:

1. Situar o entrevistado na área temática e no ambiente de entrevista;


2. Recolher dados da perceção que tem do ambiente de colaboração na escola como um
todo;
3. Recolher dados descritivos acerca da colaboração no âmbito do cargo de DT;
4. Recolher dados descritivos e percetivos acerca dos modos de colaboração no âmbito do
cargo de DT;
5. Recolher dados percetivos de fatores potenciadores e constrangedores do trabalho em
colaboração.

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Tabela 1: Análise de conteúdo da entrevista - Resultados

Objetivos/Questão Categorias Subcategorias Unidade de Registo


Avaliação do ambiente Afirmação “Sim! Este cargo é importantíssimo…”

“Como dinamizador de todo o processo educativo dos alunos…”


Formação dos alunos
Importância do cargo de diretor de
turma para os alunos! Causa “Incute-lhes valores, vive de certa maneira as suas crises, os seus problemas, as suas vitórias…”
(Imp_DT_AL)
Sócio Afetivo “...é como um farol!”

“…, mas a compensação afetiva que recebemos dos alunos e dos encarregados de educação…é isto que nos faz mover apesar de todo o cansaço…”

Importância do cargo de diretor de “…estabelece, portanto, a ligação entre a escola e os encarregados de educação e até os próprios alunos…"
turma para os encarregados de Contexto
- “promove a participação dos encarregados de educação na vida escola…”
educação
(Imp_DT_EE)
Avaliação do ambiente Afirmação “Ora é muito importante e cada vez mais se tem revelado importante…”

“...neste momento de confinamento…”


O DT é, em parte, um elemento da Constrangimentos
imagem da escola no exterior (para os “o facto de a maior parte dos pais não puderem vir à escola por causa do contato físico"
pais). Considera importante o cargo de
DT para o serviço prestado pela Causa “as escolas não conseguiriam dar as respostas que deram…”
escola? Em que medida?
Comunicação “disponibilização dos nossos contactos pessoais deste telemóvel WhatsApp que tem sido uma mais-valia…”

(Imp_DT_Esc) “...o diretor de turma é aquela pessoa que está sempre disponível a qualquer momento…”

Contexto - “estabelece, portanto, a ligação entre a escola e os encarregados de educação e até os próprios alunos…"

“…dinamizador de toda o processo educativo dos alunos…”

“…, porque é o diretor de turma que está em contato com os pais com os alunos…”

Trabalhos a realizar pela diretora de "...como elo de ligação para todo o tipo de informação..."
turma individualmente
Contexto - "...estabelece, portanto, a ligação entre a escola e os encarregados de educação e até os próprios alunos..."
(Trab_DT_Ind) "...disponibilização dos nossos contactos pessoais..."

"...resolução todo o tipo de problemas..."

"...tarefas que realizo sozinha são mais de cariz burocrático... nestas funções de retirar falta justificar faltas…”

Afirmação “Efetivamente a escola tem o potencial para o trabalho colaborativo…às vezes é um entrave, mas há!”

“…apesar da situação em que vivemos…”


Colaboração na escola entre Ambiente “... muitas dessas horas de trabalho são dadas da componente de trabalho individual do professor…”
professores
“…dificuldade de horários, porque muitas das situações a resolver são dentro do nosso tempo livre…”
(Colab_Prof) Constrangimentos
“…toda a questão da desmotivação que neste momento já existe em cima de muitos professores…”

“…os professores estão cansados, estão envelhecidos, a carga horária é pesada…”

“…há sempre tanta coisa para fazer que as pessoas chegam ao final do dia cansadas…”

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“trabalho diretamente com os professores do Conselho de turma…”

“…com os professores da turma trabalhamos diretamente no plano curricular de turma na articulação curricular que se vai fazendo e que é possível ir fazendo no
desenvolvimento de atividades interdisciplinares em projetos…”

Conselho de turma “…definimos estratégias de diferenciação pedagógica quando é necessário quando temos alunos que necessitam dessa diferenciação…”
Contexto
“…avaliamos a implementação das medidas …e fazemos um acompanhamento sistemático dos alunos”

"…em termos de reuniões temos as do início do ano; temos as intercalares de primeiro e segundo período; e temos as de final de período…”

“…no conselho de turma é muito importante a colaboração ao nível do projeto curricular turma (construção), ao nível do desenvolvimento de atividades
interdisciplinares…”

“…assegurar as diretrizes que são emanadas da direção e do Conselho pedagógico…”

Direção “Com a direção é um trabalho conjunto de preparação das reuniões do Conselho de diretores de turma…”

“…analisamos a legislação em vigor e os documentos reguladores internos…”

“trabalho com os diretores de turma do segundo e terceiro ciclo…”

“…desenvolvimento de projetos comuns…”

Diretores de turma “…atividades de escola…”

“…intervenção dos diretores de turma por exemplo o PES…”

“…definimos estratégias de atuação…”

Reuniões Formais “…temos as do início do ano; temos as intercalares de primeiro e segundo período; e temos as de final de período…”

“…muitas destas colaborações acontecem em reuniões informais…”

Frequência “…sessões de trabalho com 2 ou 3 professores e muitas delas também sobre estes trabalhos colaborativos são conversas informais no corredor, na sala dos
Reuniões informais professores…”

“…através do TEAMS ou através do WhatsApp ou email arranjamos maneira de comunicar de enviar e voltar a devolver e de construir aquilo que é necessário…”

“…por vezes tornam-se muito produtivas porque somos menos e estamos focados…”

“… sim, porque há pontos muito concretos em que é necessário debate e até pela questão social…”

Utilidade - “…a discussão que gera e a colaboração de todos é muito diferente…”

“…envolve mais os professores e há uma colaboração mais efetiva…”

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Resultados e interpretação

Após análise e reflexão relativamente aos dados obtidos, foi-nos possível chegar a
determinadas conclusões, nomeadamente as questões

• Qual a importância do diretor de turma para os alunos?


• Qual a importância do diretor de turma para os encarregados de educação?
• Qual a importância do diretor de turma para a escola?

E tudo o que diz respeito ao processo colaborativo, desde a sua pertinência aos seus
constrangimentos.

Compreendemos que o diretor de turma é o principal dinamizador de todo o processo


educativo, para além de transmitir aos alunos todo o conhecimento de que é detentor, ainda entra
na parte sócio afetiva, onde procura incutir-lhes valores e ajudá-los a tomar as suas próprias
decisões sobretudo no que diz respeito ao seu futuro.

O Diretor de turma é sem dúvida uma referência da escola para os encarregados de educação,
uma vez que estabelece um importante elo de ligação entre estes. Para além disto, os diretores de
turma têm como dever e obrigação, informar o encarregado de educação de todo o processo
educativo do seu educando e para isso, deve estar sempre disponível para qualquer tipo de
ocorrência.

No que diz respeito à parte da colaboração percebemos que, por vezes, o processo
colaborativo torna-se difícil, porque nem sempre é fácil encontrar horários compatíveis a todos
os intervenientes, uma vez que a carga horária já é tão elevada e abdicar de tempo livre nem
sempre será uma opção, pelo que, se as tarefas não forem bem distribuídas para cada um, acaba
por ser um entrave ao sucesso. Por outro lado quando bem direcionado e consolidado,
efetivamente é uma mais-valia, cada um sabe ocupar o seu lugar e todos trabalham com um único
objetivo, entreajuda e para benefício dos alunos.

Na parte das tarefas a desempenhar, o conselho de turma requer efetivamente trabalho em


colaboração, seja na construção do PCT (plano curricular da turma), na construção do Dossiê da
turma ou na construção do Dossiê do aluno, definem-se estratégias de diferenciação pedagógica,
quando necessário, avaliam a implementação de novas medidas e discutem a pertinência das
atuais, e por fim devem assegurar sempre que são respeitadas e cumpridas todas as diretrizes
provenientes da direção.

Relativamente às tarefas individuais, para o diretor de turma são mais de cariz burocrático,
como por exemplo retirar e justificar faltas e acompanhar o processo individual de cada aluno,
para se necessário, entrar em contato com o seu encarregado de educação.

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Em suma podemos concluir que o trabalho colaborativo não é inexistente, na verdade ele
existe de uma forma ou de outra, contudo, nem sempre é bem direcionado e poderá por vezes não
trazer os benefícios esperados. O cargo de diretor de turma aqui, acaba por ser injusto, uma vez
que eles têm obrigatoriamente de estar sempre no centro de todo os processos e se não tomar
determinadas decisões e não se impuser o trabalho vai sobrar para o mesmo, o que não será o
mais correto. Mas embora acarentando todas estes senãos sem dúvida é também uma posição
privilegiada uma vez que pode acompanhar bem de perto todo o processo seja em que área for e
sobretudo ter uma ligação mais próxima dos alunos e seus encarregados o que vai culminar num
misto de emoções, onde haverá sem dúvida espaço para o orgulho e sentimento de dever
cumprido.

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Bibliografia

Afonso, N. (2005). Investigação Naturalista em Educação. Um guia prático e crítico. Porto:


Edições Asa.

Botti-Manoel, K., Bzuneck, J. A., & Pereira Scacchetti, F. A. (2016). A Relação entre Eficácia
Coletiva de Professores e Percepção de Apoios na Escola. Psico-USF, 21(2), 341–351.
https://doi.org/10.1590/1413-82712016210211

Brás, J. V. & Gonçalves, M. N. (2011). Do tribalismo disciplinar ao novo paradigma do trabalho


docente. História da Educação, 34 (XV): 78-105.

Formosinho, J. & Oliveira-Formosinho, J. (coord.) (2000). Estudos sobre a mobilidade docente.


Descontinuidade educativa no coração da prática pedagógica. Lisboa: Ministério da
Educação.

Klassen, R. M., Tze, V. M. C., Betts, S. M., & Gordon, K. A. (2011). Teacher efficacy research
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Kochan, S., & Teddlie, C. (2006). An evaluation of communication among high school faculty
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in program evaluation (pp. 41-53). San Francisco, CA: Jossey- -Bass/American Evaluation
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Lima, J. (2002). As culturas colaborativas nas escolas. Estruturas, processos e conteúdos.


Colecção Currículo, Políticas e Práticas 15. Porto: Porto Editora

Lima, J. & Fialho, A. (2016). Colaboração entre Professores e Perceções da Eficácia da Escola e
da Dificuldade do Trabalho Docente. Revista Portuguesa de Pedagogia, 2(1).
https://doi.org/10.14195/1647-8614_49-2_2

McLaughlin, M. W., & Talbert, J. (2006). Building school-based teacher learning communities:
Professional strategies to improve student achievement. New York and London: Teachers
College Press.

Mesquita, E., Formosinho, J. & Machado, J. (2009). Individualismo e colaboração dos professores
em situação de formação. In Atas do VII Simpósio de Organização e Gestão Escolar. Aveiro:
Departamento de Educação, Universidade de Aveiro.

Moolenaar, N. M. (2012). A social network perspective on teacher collaboration in schools:


Theory, methodology and applications. American Journal of Education, 119(1), 7-39.

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Anexos

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Anexo 1
Entrevista à Diretora de Turma e Coordenadora dos Diretores de Turma

Rodrigo Cortinhal: Antes de mais bom dia, somos os alunos Rodrigo Cortinhal e Luís Costa do
núcleo de estágio da Universidade de Coimbra. No âmbito do mestrado em Ensino de Educação
Física nos Ensinos Básico e Secundário na Faculdade de Desporto e Educação Física de Coimbra
e tendo por base a disciplina, Organização Gestão e Administração Escolar, foi-nos pedido para
realizarmos uma entrevista a um cargo de direção, neste caso, direção de turma, sendo a
professora entrevistada, Professora X , que, para além de diretora de turma é também
coordenadora dos diretores de turma, o que, logo à partida, será melhor permitindo-nos obter
mais informações de diferentes áreas.

De referir que esta entrevista está a ser gravada, há algum problema?

Prof.: Não, podemos prosseguir.

Rodrigo Cortinhal: Muito bem, então vamos começar a entrevista, primeira pergunta.

Considera importante o cargo de diretora de turma para a formação dos alunos? Se sim, em que
medida?

Prof.: Sim! Este cargo é importantíssimo, não só como dinamizador de toda o processo
educativo dos alunos, mas também, porque acompanha o seu crescimento, incute-lhes valores,
vive de certa maneira as suas crises, os seus problemas, as suas vitórias e, portanto, está sempre
próximo dele, é como um farol!

Rodrigo Cortinhal: Acaba, portanto, por haver uma relação mais próxima, muito bem! Passamos
então à segunda pergunta.

O DT é, em parte, um elemento da imagem da escola no exterior (para os pais). Considera


importante o cargo de DT para o serviço prestado pela escola? Em que medida?

Prof.: Ora é muito importante e cada vez mais se tem revelado importante principalmente neste
momento de confinamento, acho que as escolas não conseguiriam dar as respostas que deram,
sem o papel de intervenção do diretor de turma como elo de ligação para todo o tipo de
informação para o que quer que fosse, estabelece portanto, a ligação entre a escola e os
encarregados de educação e até os próprios alunos e é ele que promove a participação dos
encarregados de educação na vida escolar, para além disso o diretor de turma é aquela pessoa
que está sempre disponível a qualquer momento em qualquer dia da semana a disponibilização
dos nossos contactos pessoais desde telemóvel, WhatsApp, que tem sido uma mais-valia neste
período, porque claro o facto de a maior parte dos pais não puderem vir à escola o contato pelo
telemóvel o, WhatsApp tem sido fundamental e na resolução todo o tipo de problemas.

Rodrigo Cortinhal: Claro, basicamente é quase como um triângulo importantíssimo onde cada
aresta encaixa alunos pais e diretor de turma.

Rodrigo: Como descreveria o ambiente da escola quanto à colaboração entre professores?

Prof.: Efetivamente a escola tem o potencial para o trabalho colaborativo e há trabalho


colaborativo! Neste momento na escola apesar da situação em que vivemos, existe esse
trabalho, no entanto muitas dessas horas de trabalho são dadas na componente de trabalho

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individual do professor porque o facto de não haver horas específicas para o trabalho, coletivo
às vezes é um entrave, mas, ainda assim há!

Rodrigo Cortinhal: Pronto passamos então a próxima parte e aqui mais específico

Verificando o conjunto de tarefas que compõem o cargo de DT, percebe-se que há várias que
implicam o trabalho em colaboração com outros colegas, nomeadamente, quarta pergunta.

Rodrigo: Com quem trabalha ou interage mais? (professores da turma, outros DT’s, Coord. de
DT, Direção) por exemplo como a professora é também coordenadora dos diretores de turma,
até que ponto é que também trabalha com outro tipo de áreas e até inclusive com a direção?

Prof.: portanto enquanto diretora de turma, trabalho diretamente com os professores do


Conselho de turma, com os professores da educação especial, que fazem parte também do
Conselho de turma e com os dts(diretores de turma) também de ano, por exemplo eu estou
neste momento com sextos anos, sendo diretora de turma de um, logo aí realizo o trabalho
proveniente desta turma, enquanto coordenadora dos diretores de turma, trabalho
diretamente com a direção e consequentemente com os diretores de turma do segundo e
terceiro ciclo, enquanto coordenadora dos dts.

Trabalho também com emai, com a equipa multidisciplinar e basicamente com os


coordenadores de departamento.

Ok, só para situar aqui um bocadinho também, para nós percebermos, então enquanto diretora
de turma trabalha nomeadamente assuntos relacionados com a sua direção de turma, depois
trabalha com outros diretores de turma pela parte de coordenadora e ainda nesta função
trabalha com a direção, porque tem de estabelecer aqui algum tipo de contato entre ambos.

Rodrigo: Pode dar exemplos de tarefas que realiza em colaboração com cada um daqueles?

Prof: Sim, com os professores da turma trabalhamos diretamente no plano curricular de turma
na articulação curricular que se vai fazendo e que é possível ir fazendo no desenvolvimento de
atividades interdisciplinares em projetos basicamente e depois é todo o processo de ensino
aprendizagem e da avaliação dos alunos, também ao nível quando se passa algo numa sala de
aula ou cá fora no intervalo. Definimos estratégias de diferenciação pedagógica quando é
necessário quando temos alunos que necessitam dessa diferenciação, avaliamos a
implementação das medidas que foram definidas e fazemos um acompanhamento sistemático
dos alunos com passagem de informação que também vou recolhendo dos encarregados de
educação e que em certos momentos é necessário passar aos professores.

Com outros dts normalmente é no desenvolvimento de projetos comuns quando são os dts
aqueles mais do ano ou de ciclo, atividades de escola portanto isso com todos os diretores de
turma por vezes fazemos atividades que são comuns à escola e pedem a intervenção dos
diretores de turma por exemplo o PES está constantemente a pedir que os diretores de turma
promovam algumas coisas na sala de aula com os alunos, relacionado com os temas que estão
em execução, também definimos estratégias de atuação por vezes que são necessárias definir
para todos agirmos da mesma maneira, elaboramos documentos necessários à prática da nossa
direção de turma e tento assegurar as diretrizes que são emanadas da direção e do Conselho
pedagógico para que todos os diretores de turma articulem da mesma maneira, analisamos
situações que vão surgindo no dia a dia e que é necessário dar algum tipo de resposta às vezes
não se sabe como mas em conjunto tentamos ver qual é a melhor opção, procuramos resposta

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na direção, nos psicólogos, assistente social, tentamos o esclarecimento de dúvidas, sugestões
também que às vezes queremos expor à direção ou ao Conselho pedagógico.

Com a direção é um trabalho conjunto de preparação das reuniões do Conselho de diretores de


turma, portanto quando faço a reunião preparo essa reunião com algum elemento da direção,
as reuniões do Conselho de turma também são previamente definidas (a ordem de trabalhos, o
que se vai fazer, como se faz) portanto há orientações que todos devemos seguir depois até na
elaboração da ata e tudo para que todos os pontos estejam mencionados por todos os diretores
de turma, analisamos a legislação em vigor e o documentos reguladores internos que é
necessário divulgar pela comunidade também em determinadas situações.

Rodrigo: muito bem, portanto seguimento na pergunta 6

Em que tarefas considera imprescindível a colaboração de outros?

Porquê?

Ou seja, como até aqui enumerou algumas e variadas tarefas, tendo em conta também todos os
cargos que assume aqui na escola, agora a pergunta poderia ser mais com o fim de saber, onde
é que acha que efetivamente tem que haver mesmo colaboração?

Por exemplo, calculo que por vezes seja mais simples trabalhar com pessoas que se encontrem
um bocadinho por dentro daquilo que a professora está a fazer, ou seja mais com outros dts
tendo em conta a semelhança dos cargos, ou se por exemplo acha que será mais na parte de
coordenadora com a direção, ou até na questão de diretora de turma com os alunos, onde é
que acha que é mais essencial haver essa colaboração?

Prof: Neste caso, para mim são todas importantes, por exemplo eu tenho obrigatoriamente que
reunir com a direção e definir o que se vai fazer. Por outro lado, enquanto diretor de turma
também é importante reunir e colaborar com todos os diretores de turmas para estarmos em
sintonia… por tanto tudo tem o seu peso, a sua importância.

Rodrigo: Pois se calhar acaba por ser aqui muito importante haver como que uma pirâmide
crescente ou seja onde a professora está ligada com a direção enquanto coordenadora da
direção depois passa para os diretores de turma, para o conselho de turma enfim… acaba por
haver muita tarefa e responsabilidade.

Prof: Sim e depois por exemplo no conselho de turma é muito importante a colaboração ao nível
do projeto curricular turma (construção), ao nível do desenvolvimento de atividades
interdisciplinares, portanto, projetos tais como DAQS, não é, portanto, e aí é fundamental todo
tipo de colaboração.

Rodrigo: Claro, para também haver aqui uma boa coligação. Pronto termino a minha última
pergunta com a número 7.

Rodrigo: E que tarefas realiza sozinho/a, mas acha que deveriam ser feitas em colaboração com
outros? ou seja nós sabemos e estamos a passar um bocadinho essa experiência enquanto
diretores de turma dependendo das escolas e dependendo de como funciona o sistema em cada
escola por exemplo nós até agora passamos por essa situação, há professores diretores também
normalmente antigamente eram responsáveis pela formação cívica essa disciplina acabou por
desaparecer digamos assim. Hoje em dia por exemplo de cidadania e algo mais em algumas
escolas e aquilo mais semelhante que eles têm, pronto nesse seguimento tendo em conta que
há determinadas áreas que são específicas para a turma acha que deveriam ser feitas em

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colaboração com outro, ou seja, acha que não deveria ser só responsabilidade do diretor de
turma?

Prof: É assim as tarefas que realizo sozinha são mais de cariz burocrático. Como fazer isso em
colaboração com outros? Não sei sinceramente, é difícil, a agora se calhar um assessor? Um
assessor do diretor de turma para o apoiar nestas funções de retirar falta justificar faltas…

Rodrigo: Pois acaba por ser um pouco aquilo que nós estamos agora a fazer com os outros
diretores de turma,

Prof: Pois essa parte mais burocrática às vezes leva-nos muito tempo e no meu caso é muito
complicado porque eu tenho muitos cargos, eu sou professora de português, de história de
cidadania de quintos e sextos anos, é uma dispersão muito grande e esta parte burocrática às
vezes uma pessoa esquece porque tem que dar um recado tem que fazer isto, aquilo, tem que
falar e facilmente se esquece, se não for os papelinhos com as anotações.

Rodrigo: Exato, efetivamente, depois distribuir para outros professores acabam por ser também
negativo porque depois também perde o foco.

Prof: Exato, por exemplo nós aqui, o ano passado, no ano anterior já falámos em ser atribuído
um professor por exemplo um Secretário e ficar com algumas horas para acompanhar o diretor
de turma, mas realmente uma pessoa pergunta-se e como é que fazemos esse tipo de trabalho
para o para ele fazer esse trabalho depois tem que passar a informação ao diretor de turma
porque é o diretor de turma que está em contato com os pais com os alunos e é muito difícil
tinha que ser um trabalho mesmo muito colaborativo, se não vai falhar alguma coisa pelo meio.

Rodrigo: pronto dou por terminada a minha parte passo agora ao colega Luís Costa

Luís: Pronto então bom dia daqui Luís Costa a fazer as perguntas. Muito bem então a 8ª pergunta

Reuniões formais (com convocatória), reuniões informais (sem convocatória), conversas


ocasionais

O trabalho em colaboração faz-se mais frequentemente de alguns destes modos se não de que
outro modo?

Prof. – Ora, nós fazemos o trabalho colaborativo em qualquer um dos modos apresentados
tanto em reuniões formais com convocatória porque temos várias: temos as do início do ano;
temos as intercalares de primeiro e segundo período; e temos as de final de período, que são 3;
só aí temos várias reuniões mas muitas destas colaborações acontecem em reuniões informais
até porque muitas destas situações não envolvem os professores do Conselho de turma, então
eu chamaria mais sessões de trabalho com 2 ou 3 professores e muitas delas também sobre
estes trabalhos colaborativos são conversas informais no corredor, na sala dos professores (que
já não acontece tanto porque não estamos tanto tempo na escola por causa da pandemia) mas
através do TEAMS ou através do WhatsApp ou email arranjamos maneira de comunicar de
enviar e voltar a devolver e de construir aquilo que é necessário para que no fundo os alunos
tenham benefícios.

Luís - muito bem a 9ª questão apesar de já ter respondido mais ou menos ainda assim

Que modos considera serem mais produtivos ou úteis para trabalharem em colaboração e
porquê?

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Prof. – Pois, depende um pouco da tarefa em si, não é? Porque há situações onde convém estar
o Conselho de turma e aí então tentamos resolver essas situações nas reuniões formais que a
escola tem, é evidente que se for preciso uma reunião extraordinária fazemos, mas as reuniões
informais por vezes tornam-se muito produtivas porque somos menos e estamos focados
naquilo e todos os que ali estão, estão interessados estão motivados e não há dispersão

Rodrigo - de certa forma esta nova valência das comunicações da Internet acaba também por
permitir que haja reuniões facilmente e sobretudo agora com a pandemia e com a distância
acaba por facilitar o processo.

Luís – A décima questão apesar de ter sido referido, mas ainda assim também

Que opinião tem acerca da utilidade das reuniões formais e porquê?

Prof - Eu acho que as reuniões formais são importantes, sim, porque há pontos muito concretos
em que é necessário debate e até pela questão social não é, para não se perder aquele contacto
frente a frente, por exemplo as reuniões presenciais para mim são muito importantes pois a
discussão que gera e a colaboração de todos é muito diferente.

Luís - Portanto considera realmente que além de formal a reunião deve ser também presencial?

Prof: Sim, porque apesar de tudo considero que a reunião presencial é muito importante em
determinados momentos, pois envolve mais os professores e há uma colaboração mais efetiva.

Luís - Quando existe colaboração, o que acha que a possibilita? por exemplo se é a
obrigatoriedade, a vontade individual, a eficácia, condições ou horários? No fundo o que é que
torna possível e necessário o trabalho em colaboração?

Prof. – Tudo no fundo, não é? Mas é evidente que a vontade, a motivação individual permite
um melhor trabalho, não é! E é isso que motiva os professores para o trabalho colaborativo
porque nem todos estão motivados às vezes para determinada situação, mas arranja-se sempre
alguém motivado e interessado em participar.

Luís - E quando é necessária a colaboração e ela não existe? Isso deve-se a quê?

Prof. - Pronto aqui entramos na tal dificuldade de horários, porque muitas das situações a
resolver são dentro do nosso tempo livre. Depois toda questão da desmotivação que neste
momento já existe em cima de muitos professores, mas bom, a escola sendo pequenina nós
conseguimos motivar-nos uns aos outros quando chegamos ao pé do colega e falando com ele
embora ele às vezes não esteja disponível acaba por aceitar a participar

Luís – A Professora referiu a palavra desmotivação pelos professores. Acha que essa
desmotivação está alocada a quê?

Prof. - A desmotivação está alocada ao sistema em si. Os professores estão cansados, estão
envelhecidos, a carga horária é pesada. Eu posso dizer que neste momento trabalho mais quase
no fim da carreira do que trabalhava quando comecei não é, portanto isto é um cansaço há uma
dispersão muito grande. Neste momento a escola até está a dar condições, com horários para
determinadas tarefas, mas é evidente que a dispersão é muita. Há sempre coisas novas há
sempre documentos novos há sempre tanta coisa para fazer que as pessoas chegam ao final do
dia cansadas

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Luís - Muito bem, passamos então para a última questão, no fundo o objetivo agora é que a
Professora possa se expressar livremente acerca do Tema e realmente se deseja acrescentar
algo mais acerca do Tema e que não tenha surgido até este momento

Prof. - Pronto é assim apesar de ser um trabalho extenuante o cargo de diretora turma,
cansativo e às vezes até nos traz problemas, porque contactar com tanto pai com tantas crianças
com os professores, às vezes é desgastante, mas a compensação afetiva que recebemos dos
alunos e dos encarregados de educação, eu até posso ler aqui uma mensagem porque é isto que
nos faz mover apesar de todo o cansaço são os alunos e no fundo, também o reconhecimento
dos pais.

Mensagem Enc. Educação lida pela Prof.: “Há pessoas que realmente marcam a nossa vida,
obrigada pelo carinho que tem demonstrado pela minha educanda, parabéns pelo seu
profissionalismo e pelo seu lado humano. Obrigada”.

Prof: Portanto são estas palavras que às vezes nós recebemos é que nos fazem andar para a
frente.

Luís e Rodrigo: Pronto, muito bem, damos por terminada a Entrevista gostaríamos de agradecer
em nome do núcleo de estágio e informar também que esta entrevista será enviada para o seu
e-mail em formato digital, porque iremos passar esta informação para texto. Como o meu colega
disse, gostaríamos de agradecer em nome da universidade, e sobretudo em nome pessoal.
Muito obrigado.

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Anexo 2
Guião de entrevista (é fundamental considerar atentamente as instruções prévias que constam do material da aula de 12 de novembro)

Antes de avançar para a realização da entrevista deve haver uma preparação que passa por saber exatamente o que se quer com a entrevista e com cada uma
das suas partes, ou seja, este guião tem de ser estudado previamente. Neste processo, podem surgir sub-perguntas melhores do que as sugeridas, podem
ser acrescentadas pelo próprio estudante.

Objetivos da entrevista
. recolher dados empíricos acerca da realidade (descrição, fatores e constrangimentos) do trabalho colaborativo no âmbito do cargo de Diretor de Turma;
. aprofundar o conhecimento do cargo de DT;
. aprofundar o conhecimento das condições organizativas presentes no cargo de DT.

Nota prévia: pode haver tendência do entrevistado para, em vez de se reportar à situação concreta da escola em que está, fazer uma apreciação genérica
que resulta da sua experiência passada (que inclui outras escolas) – isto só será problemático no caso das perguntas direcionadas para a própria escola (por
exemplo, , nestas perguntas deve-se acentuar a necessidade de o entrevistado se reportar à escola em que está;

No âmbito do mestrado em ensino da educação física nos ensinos básico e superior da faculdade de desporto e educação física de Coimbra e tendo por
base a disciplina Organização e Administração Escolar….

Sub-perguntas (a usar se as respostas às principais não tiverem


Objetivo Pergunta principal discurso em quantidade suficiente ou qualidade que não permite
cumprir os objetivos enunciados na 1ª coluna)
Situar o entrevistado na 1. Considera importante o cargo de DT para a formação dos alunos? Em que
área temática e no medida?
ambiente de entrevista
2. O DT é, em parte, um elemento da imagem da escola no exterior (para os
pais). Considera importante o cargo de DT para o serviço prestado pela
escola? Em que medida?

3. Como descreveria o ambiente da escola quanto à colaboração entre Acha que há possibilidades, por parte da escola, das
professores? suas condições, e por parte dos próprios

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Recolher dados da professores, para se trabalhar em colaboração
perceção que tem do quando tal é necessário?
ambiente de colaboração
na escola como um todo
Recolher dados descritivos Verificando o conjunto de tarefas que compõem o cargo de DT, percebe-se
acerca da colaboração no que há várias que implicam o trabalho em colaboração com outros colegas:
âmbito do cargo de DT
4. com quem trabalha ou interage mais? (professores da turma, outros DT’s, Há colega(s) com quem trabalhe mais em
Coord. de DT, Direção) colaboração enquanto DT?

5. pode dar exemplos de tarefas que realiza em colaboração com cada um Consegue destacar as tarefas concretas que faz com
daqueles? cada um daqueles atores enunciados?

Das tarefas que compõem a DT quais são as que


6. em que tarefas considera imprescindível a colaboração de outros? justificam o trabalho em colaboração?
Porquê?

7. e que tarefas realiza sozinho/a, mas acha que deveriam ser feitas em
colaboração com outros?
Recolher dados descritivos Reuniões formais (com convocatória), reuniões informais (sem
e percetivos acerca dos convocatória), conversas ocasionais
modos de colaboração no
âmbito do cargo de DT 8. o trabalho em colaboração faz-se mais frequentemente de algum destes
modos?
Se não, de que outro modo?

9. que modos considera serem mais produtivos/úteis para trabalhar em


colaboração?
Porquê?

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10. (se não se reportar às reuniões formais) que opinião tem acerca da
utilidade das reuniões formais?
Porquê?
Recolher dados percetivos 11. Quando existe colaboração, o que acha que a possibilita? (por exemplo: O que torna possível e necessário o trabalho em
de fatores potenciadores e obrigatoriedade, vontade individual, eficácia, condições/horários?) colaboração?
contrangedores do
trabalho em colaboração 12. Quando é necessária a colaboração e ela não existe, isso deve-se a quê? E o que impede ou dificulta a colaboração quando
ela é necessária
13. (dar oportunidade para se pronunciar livremente acerca do tema)
deseja acrescentar algo mais acerca do tema e que não tenha surgido até
este momento?

Não terminar sem antes agradecer e informar que o produto da entrevista


lhe será enviado via mail.

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