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Sistemas estruturais em Aço na Arquitetura

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MÓDULO

Proteção Estrutural Contra Incêndio

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Porque é necessário o tratamento contra fogo das estruturas de aço?

Da mesma forma que o módulo 8 abordou a proteção contra a corrosão das estruturas de
aço, optamos por incluir este módulo 9, dedicado a proteção das estruturas de aço contra o
efeito do calor provocado por um eventual incêndio.
Devido as características de bom condutor térmico, o aço tem a capacidade de se aquecer
rapidamente. Principalmente, se levarmos em consideração que as seções dos perfis de aço
são, normalmente, bastante esbeltas e por isso com menos massa que as peças de concreto.

O calor faz com que o aço tenha suas características físicas de resistência alteradas,
enquanto permanecer sob a ação desta fonte de calor.
Ao final do incêndio, apesar das alterações de forma que a estrutura possa ter sofrido, o aço
readquire sua resistência, em novos arranjos estruturais.

É importante ressaltar que todos os materias sofrem alterações sob ação do fogo. Tanto o aço
como concreto perdem em torno de 50% de sua resistência quando atingem 600º C. Apenas
o concreto demora mais para atingir esta temperatura, devido a ser um mau condutor térmico,
e por isso um bom isolante, e também ao fato das peças terem maior massa.

Existem diversas formas de se proteger a estrutura de aço da ação do fogo.


Inclusive o concreto é uma delas, seja na forma de placas de revestimento, ou na forma de
sistemas mistos aço-concreto, onde o perfil de aço trabalha associado ao concreto,
aumentando a resistência a flambagem, reduzindo a seção de pilares e vigas e ainda
fornecendo uma proteção passiva ao elemento estrutural.

Assim sendo, devido a importância deste tema, convidamos novamente o Prof. Fabio
Domingos Panonni, Phd., reconhecidamente uma das autoridades nacionais neste assunto,
para apresentar os diversos métodos de proteção contra incêndio utilizados atualmente.

Tópicos deste módulo


Proteção ao Fogo

1. Introdução
2. Comportamento dos materiais estruturais em incêndio
3. Dinâmica de Incêndio
4. Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF)
5. Exigências da NBR 14432
6. Isenções de verificação I – NBR 14432
7. Isenções de verificação II – NBR 14432
8. Métodos de dimensionamento de materiais de proteção
8.1. Auto-proteção
8.2. Materiais usuais na proteção de estruturas
8.2.1. Concreto
8.2.2. Materiais projetados
8.2.3. Materiais rígidos e semi-rígidos
8.2.4. Gesso acartonado
8.2.5. Tintas intumescentes
8.3. Custo dos materiais
9. Métodos Simplificados e métodos avançados de
dimensionamento
10. Conclusão

Bibliografia

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Módulo 9 - Proteção ao Fogo das Estruturas de Aço

Da mesma forma que o módulo 8, este módulo, em função do tamanho dos arquivos,
foi dividido em 12 partes.

Cada uma delas é um arquivo auto-executável, que deve ser baixado para o
computador do aluno, de onde poderá ser visualizado e salvo.

Com este expediente evitaremos o problema de velocidade de execução de vídeos via


internet, com suas interrupções constantes, para descarregamento de dados. A tela do
vídeo tem dois botões que permitem avançar ou recuar, dentro do vídeo em exibição.

Além disso, este pdf esta disponível como apoio complementar, entretanto, sem o
vídeo. Devido a algumas tabelas e imagens adicionais que não estão inclusas no
vídeo, recomendamos fazer o acompanhamento em paralelo a exibição dos vídeos.

Partes componentes do módulo 9


Parte 1 - (6.61Mb)

Parte 2 - (6.15 Mb)

Parte 3 - (12.6 Mb)

Parte 4 - (7.8 Mb)

Parte 5 - (19.3 Mb)

Parte 6 - (10.9 Mb)

Parte 7 - (12.6 Mb)

Parte 8 - (15.3 Mb)

Parte 9 - (12.3 Mb)

Parte 10 - (6.92 Mb)

Parte 11 - (5.3 Mb)

Parte 12 - (6.04 Mb)

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Página em branco
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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio
Prof. Fabio Domingos Pannoni
Ph.D.

Objetivos da
Segurança Contra Incêndio
Objetivos da SCI

Objetivos da segurança contra incêndio

• Possibilitar a fuga dos ocupantes da


edificação em condições de segurança

• Possibilitar a segurança das operações


de combate ao incêndio

• Promover a minimização de danos às


edificações adjacentes e à infraestrutura
pública

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Objetivos da SCI

Como atingir estes objetivos?

• Prevenindo a ignição
• Escolha de materiais
• Gerenciamento e manutenção da edificação

• Facilitando a fuga
• Rotas de fuga
• Educação e treinamento

• Prevenindo o desenvolvimento do incêndio


• Detetores de fumaça e calor
• Chuveiros automáticos
• Extintores

• Condições de contorno da edificação

• Compartimentação

• Ventilação

• Prevenção do colapso estrutural


• Projeto estrutural
• Proteção térmica

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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Comportamento dos materiais


Comportamento dos Materiais

• Todos os materiais estruturais


perdem resistência e rigidez
com a elevação de temperatura

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Comportamento dos Materiais

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Comportamento dos Materiais

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Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Dinâmica do Incêndio
Dinâmica do Incêndio

O fogo: um fenômeno físico


• Reação exotérmica

Fogo = (combustível+oxigênio+ativação)

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Dinâmica do Incêndio

• Fases de um incêndio

• A severidade de um incêndio depende de vários parâmetros:


• Quantidade e localização dos combustíveis
• Velocidade de combustão dos materiais
• Condição de ventilação (aberturas)
• Geometria do compartimento
• Propriedades térmicas do envoltório

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Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

O Incêndio-padrão
O Incêndio-padrão

• Resistência ao fogo é o tempo em que um


elemento construtivo continuará a desenvolver
suas funções, sob condições especificadas.

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Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Normas Brasileiras
Normas Brasileiras

NBR 14432
Madeira
Eurocode

Concreto
Aço NBR 15200
Dimensionamento NBR 14323
por ensaios

Método
simplificado

Métodos baseados
em análise de risco

Métodos do
tempo equivalente

Projeto de Engenharia
Métodos de Segurança
avançados Contra Incêndio

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Normas Brasileiras

NBR 14432
Esta Norma estabelece as
condições a serem atendidas
pelos elementos estruturais e de
compartimentação que integram
os edifício para que, em situação
de incêndio, seja evitado o
colapso estrutural
Concreto, aço, madeira, etc.

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Normas Brasileiras

Tabela A1

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Normas Brasileiras

ISENÇÕES IMPORTANTES

Edificações com até 2 pavimentos


Edificações cuja área com área menor ou igual a 1.500 m2 e
seja menor ou igual a que possuam carga de incêndio
750m2 específica ≤ 1.000 MJ/m2

Centros esportivos (estádios, ginásios, piscinas com


arquibancadas, arenas), estações e terminais de passageiros
(estações rodoferroviárias, aeroportos, estações de transbordo) e
construções provisórias (circos e assemelhados) com altura ≤ 23
m, exceto as regiões de ocupação distinta

Garagens sem acesso público e sem abastecimento (garagens


automáticas), garagens com acesso de público e sem
abastecimento, com altura ≤ 30 m, abertas lateralmente, com
estrutura ... que atenda às condições construtivas do Anexo D
(vigas principais e secundárias devem ser construídas como vigas
mistas, utilizando-se conectores de cisalhamento...)

Edificações térreas:
Galpão industrial com carga especif. de incêndio ≤ 1.200
MJ/m2
Depósito com carga específica de incêndio ≤ 2.000 MJ/m2
(estarão isentos, para qualquer carga específica de incêndio,
desde que providas de chuveiros automáticos ou se tiverem área
total ≤ 5.000 m2, com pelo menos duas fachadas de aproximação
que perfaçam, no mínimo, 50% do perímetro)

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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Dimensionamento
Dimensionamento

• Dimensionamento por ensaios


• Carta de cobertura

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Dimensionamento

• A espessura é especificada de tal modo que a


temperatura do aço não exceda uma dada
temperatura (temperatura crítica) por um dado
TRRF

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em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Materiais de Proteção p1
Materiais de Proteção p1

• A solução frequentemente
empregada para evitar
o aumento excessivo
da temperatura das estruturas
de aço em situação de incêndio
é revestí-las por meio de
materiais de proteção térmica
• Formas de aplicação:

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Materiais de Proteção p1

• Materiais projetados:

base cimentícia ou gesso


contendo fibras minerais,
vermiculita expandida
e outros agregados leves
• Custo competitivo
• Resistência ao fogo de até 240 minutos
• Espessuras secas de 10mm a 40mm
• Aplicação é realizada em campo
• Materiais são conduzidos, dentro do
equipamento de aplicação, na condição seca
(fibras projetadas) ou úmida (materiais de base
gesso contendo vermiculita)

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Materiais de Proteção p1

• Fibra projetada

• Argamassas projetadas

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Materiais de Proteção p1

• Argamassa projetada

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Materiais de Proteção p2
Materiais de Proteção p2

• Materiais rígidos
ou semi-rígidos

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Materiais de Proteção p2

• Materiais rígidos
ou semi-rígidos

• Materiais rígidos ou semi-rígidos:


fôrmas aplicadas a seco,
tanto na forma de “caixas“
quanto de “envolventes“
• O grupo inclui fibras cerâmicas,
a lã de rocha basáltica, o silicato de cálcio,
gesso (placas de gesso acartonado
ou o próprio gesso) e a vermiculita
• Resistência ao fogo de até 240 minutos
• Placas de gesso acartonado e vermiculita são duras e lisas,
possuindo aparência agradável. São vulneráveis ao impacto
• Mantas de fibras minerais (fibra cerâmica e lã de rocha basáltica)
são macias ao toque e flexíveis
• A aparência visual variará de acordo com o sistema escolhido
• Os materiais flexíveis são fixados ao aço por intermédio de
pinos de aço soldados à estrutura por meio de anilhas de
pressão
• Apresentam-se em diversas espessuras
(20, 25, 30, 35, 40 e 50mm)
• As placas rígidas podem ser fixadas através de uma grande
variedade de opções (montantes de aço galvanizado, pinos de
aço, parafusos auto-perfurantes e colas especiais)
• Períodos de resistência maiores são obtidos por meio da
utilização de múltiplas camadas
• As juntas devem ser cuidadosamente recobertas

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Materiais de Proteção p2

• Lã de rocha (basáltica)

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Materiais de Proteção p2

• Gesso

• Gesso é o sulfato de cálcio que,


no estado seco, contém cerca de
20% de água cristalizada
• Quando sujeito a altas temperaturas,
transforma-se em sulfato de cálcio anidro,
com absorção de grande quantidade de calor
• Por outro lado, a água existente
em sua constituição, absorve calor para se vaporizar
• Ao absorver grande quantidade de calor, o gesso atrasa o
aquecimento do componente estrutural, funcionando, assim,
como material de proteção térmica
• O emprego do gesso exige a utilização de um suporte
adequado que evite sua desagregação (p.ex., uma rede
metálica ou fibra de vidro)

• Gesso acartonado (“rosa“)

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Sistemas Estruturais
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Módulo 9
Proteção Estrutural
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Materiais de Proteção p3
Materiais de Proteção p3

• Revestimentos intumescentes

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Materiais de Proteção p3

Tintas intumescentes:

• A primeira patente é de 1938.


Seu uso tem crescido, em todos os países, nas últimas
décadas
• O termo intumescente deriva do latin “tumescere“,
que significa iniciar, expandir
• A intumescência ocorre pela reação de componentes
ativos sob influência do calor, produzindo uma expansão
significativa a partir de 200oC – 250oC
• Esses componentes ativos expandem muitas vezes sua
espessura inicial aplicada quando aquecidos (tipicamente
mais do que 60x), produzindo uma massa carbonácea que
protege qualquer substrato sobre o qual o revestimento
tenha sido aplicado
• Os revestimentos intumescentes mais empregados na
• construção civil podem ser tanto de base solvente quanto
água e tipicamente possuem uma espessura de película
seca menor do que 3mm
• Revestimentos intumescentes são muito utilizados na
proteção de estruturas de aço para períodos de 30 e 60
minutos e seu uso para 90 minutos tem aumentado em
alguns países
• Pode retardar em até duas horas o instante em que se
atinge a temperatura crítica do componente a proteger
• Um sistema intumescente possui, de modo geral, três
componentes: um primer, a tinta intumescente (a fase
que reage) e um selante (a pintura de acabamento)
• Em algumas situações, o primer ou o acabamento
podem não ser necessários

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Materiais de Proteção p3

• Revestimentos intumescentes

• A maior parte dos revestimentos intumescentes é dedicada


ao uso interno ou em locais abrigados, em ambientes
externos

• Durante a fase de construção, algum revestimento


intumescente pode ficar temporariamente exposto ao
ambiente externo e o uso de um selante pode ser
necessário

• Para exposições externas, deve-se consultar o fabricante


da tinta
• O uso destes produtos corresponde, em certos países,
a mais do que 40% do mercado de produtos de proteção
térmica utilizados em edifícios de múltiplos andares

• No Reino Unido, esse número já ultrapassa os 50%,


sendo que 2/3 correspondem à aplicação em campo
(“on-site“) e 1/3 à aplicação no fabricante (“off-site“)

Alguns benefícios provenientes da aplicação “off-site“


de tintas intumescentes:

• Construção mais rápida, pois a proteção deixa de


ser uma etapa crítica do processo de construção

• Qualidade na aplicação, pois é feita sob condições


cuidadosamente controladas e supervisionadas

• Redução de interferências no canteiro de obra,


pois não há necessidade de alocação de equipamento

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Materiais de Proteção p3

• Revestimentos intumescentes

• O revestimento intumescente é somente parte do


sistema de proteção.

Para um sistema típico, haverá:


• Preparo de superfície
• Aplicação de primer, quando necessário
• Aplicação da tinta intumescente
• Aplicação de selante, quando necessário
• Aplicação de um acabamento decorativo quando
especificado
• Na maior parte dos sistemas intumescentes, o selante
e o acabamento decorativo são combinados em um
único produto

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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Materiais de Proteção p4
Materiais de Proteção p4

• Concreto

• Concreto moldado “in loco“, concreto pré-moldado e


concreto celular autoclavado tem sido utilizados como
proteção térmica desde os primórdios da construção
em aço.

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Materiais de Proteção p4

• Instrução Técnica 08/04 (CBESP)


• Anexo B – Resistência ao Fogo Para Alvenarias

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Materiais de Proteção p4

43
Materiais de Proteção p4

44
Materiais de Proteção p4

45
Materiais de Proteção p4

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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Dimensionamento
Métodos Simplificados
Dimensionamento

• Métodos avançados
• Millenium Dome
• Richard Rogers – London - 1999

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Sistemas Estruturais
em Aço na Arquitetura

Módulo 9
Proteção Estrutural
Contra Incêndio

Conclusão
Conclusão

Finalizando, é importante esclarecer que a proteção de estruturas


frente ao fogo é uma parte de um todo muito maior.

Quando avaliamos, de forma integrada, a proteção da estrutura,


as rotas de desocupação, o uso de sistemas de proteção ativa e
passiva e outros sistemas que compõem a segurança contra
incêndio, traremos economia ao conjunto da proteção de
estruturas.

Proteção de estruturas ao fogo pode custar muito menos se


integrarmos as partes, que nada mais é que utilizar os métodos
avançados apresentados anteriormente. Tudo esta relativamente
claro nas normas. É importante que elas sejam lidas e seguidas
suas recomendações. E não há maiores dificuldades em sua
utilização.
E o mais importante é o aumento da segurança da edificação..

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Sistemas Estruturais em Aço na Arquitetura

Bibliografia e Leituras Adicionais do Módulo 9

Para complementar o conteúdo deste módulo, aos que quiserem se


aprofundar no tema, recomendamos a leitura dos textos adicionais,
disponíveis para download no ambiente do curso.
Para abrir ou baixar estes textos, clique nos links abaixo:

1. A Segurança Contra Incêndio no Brasil


- autores: Alexandre Itiu Seito, Alfonso Antonio Gill, Fabio Domingos
Pannoni, Rosaria Ono, Silvio Bento da Silva, Valfrido Del Carlo, Valdir
Pignatta e Silva

2. Segurança das Estruturas


- autores: Valdir Pignatta e Silva, Fabio Domingos Pannoni, Edna Moura
Pinto e Adilson Silva

3. Um Método Avançado de Cálculo para Pisos Mistos de Aço e


Concreto em Situação de Incêndio
- autores: Ricardo Hallal Fakury, José Carlos Lopes Ribeiro, Estevam
Barbosa de Las Casas, Fabio Domingos Pannoni

4. Proteção de Estruturas Metálicas Frente ao Fogo


- autor: Fabio Domingos Pannoni

5. A Real Fire In Small Apartment - A Case Study


- autores: Valdir Pignatta e Silva, Ricardo Hallal Fakury, Francisco
Carlos Rodrigues e Fabio Domingos Pannoni

6. Simulation Of a Compartment Flashover Fire Using Hand


Calculations, A Zone Model And a Field Model
- autores: Valdir Pignatta e Silva, Ricardo Hallal Fakury, Francisco
Carlos Rodrigues e Fabio Domingos Pannoni

7. Manual de Construção em Aço - Resistencia ao Fogo das


Estruturas de Aço - CBCA
- autores: Mauri Resende Vargas e Valdir Pignatta e Silva

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