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O CONTEXTO DO EVANGELISMO

O MUNDO DE PAULO E O MUNDO CONTEMPORÂNEO

Jesus disse a Simão Pedro e André: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens” (Mt 4.19). O bom pescador conhece bem o peixe e também a água do
mar, do lago, ou do rio, onde deseja pescar. Pois bem, amados irmãos, este é o
nosso propósito hoje, Deus nos tem chamado para pescar almas, no bairro de
Balneário, na cidade de São Pedro da Aldeia.
Portanto, precisamos conhecer bem o nosso ambiente de pesca e também os
equipamentos que temos disponíveis para a pesca, entendendo que para cada tipo
ou tamanho ou quantidade de peixe precisamos de equipamentos diferentes para
termos êxito em nossa pesca.
O Apóstolo Paulo conhecia bem as duas culturas que uniram o seu mundo. Foi
exatamente neste período e neste mundo que a Igreja começou entre os judeus.
Paulo foi judeu, criado na Lei do Senhor, com um excelente professor de religião,
Gamaliel.
Paulo, na verdade tinha conhecimento de três povos: Gregos, Romanos e Judeus e
sendo assim, ele tinha um preparo especial para pregar o Evangelho Universal. Ele
ensinava que o evangelho era para todos os povos, no entanto, ele sempre era
sensível à diferença de mentalidade judia e a mentalidade pagã (romanos e gregos),
por isso ele nunca apresentou o Evangelho da mesma forma. Para os Judeus a
instituição mais importante para a vida prática era a sinagoga de cada comunidade,
então Paulo sempre começava sua obra de evangelização entre os judeus pregando
nas sinagogas, onde eles estudavam as leis e as profecias do Antigo Testamento.
Vejamos At. 13: 16 ss, Paulo inicia com uma exposição da história de Israel como
está relatada no Antigo Testamento e de lá ele extrai os seus argumentos e depois
mostra como toda a profecia está cumprida em Jesus.
Jesus sempre era o centro da mensagem universal de Paulo, mesmo apresentando o
Evangelho de formas diferente, conforme cada cultura.
Aos pagãos, Paulo não inicia sua pregação falando sobre as Escrituras ou sobre
Cristo. Ele fala sobre Deus como Criador do universo e o Juiz de todos os homens e
se refere às religiões e aos deuses e poetas deles (vide At. 14: 14 ss e 17: 22ss). Ele
pregava o mesmo conteúdo, mas de formas diferentes.
Paulo usava formas diferentes, pontos de referência e de contato diferentes, porque
ele conhecia e respeitava as particularidades culturais do seu mundo.
Ele diz: “Procedi, para com os judeus, como judeu e com os gentios como gentio”
(1 Co. 9: 20).
Amados, o mundo atual é bem diferente do mundo de Paulo, por isso precisamos
comunicar o Evangelho para a nossa época e nossa cultura. Precisamos conhecer a
nossa situação cultural e religiosa, para comunicarmos o Evangelho ao homem
moderno dentro da sua realidade. Muitas vezes não é Jesus Cristo que é rejeitado
pelo mundo moderno, mas sim a forma como Ele é anunciado. Vivemos em um
mundo de rápidas transformações sociais e estas transformações estão presentes no
avanço da tecnologia, nos meios de comunicação, etc. (vide mudanças relevantes
provocadas pela pandemia).
Na sociedade atual, moderna, dinâmica, é difícil manter um trabalho estável na
igreja, pois o homem moderno parece sempre estar em viagem, sempre em
mudança.
A identidade perdida ou a desumanização, leva o homem moderno a um desespero
tão grande que chega a desafiar a igreja a comunicar o Evangelho e uma fé
relevante e significativa.
A rica diversidade do mundo atual exige uma atitude mais realista e diversas
formas de ministério na obra evangelística da Igreja.
A Igreja precisa reconhecer que vivemos num mundo de rápidas transformações
sociais, de facilidade nas comunicações e nos transportes de grande secularização e
materialismo. Assim, este mundo desafia a Igreja Evangelística a falar de uma
forma significativa a respeito de Deus a um mundo que nada quer de Deus e não
tem tempo para Deus.
Ao mesmo tempo que o mundo não quer o Deus vivo e verdadeiro, há um
considerável surgimento de religiões não cristãs, que significam um desafio enorme
para a igreja de hoje.

NOSSO CONTEXTO: O BRASIL

Um teólogo latino-americano disse: “Não podemos viver suspirando, achando que


seria muito melhor ter vivido noutra época, noutro momento, em circunstâncias
diferentes; ou que seria melhor viver daqui a algumas décadas, quando algumas
utopias estivessem sendo realizadas. Deus nos colocou neste mundo agora. Essa é a
nossa parte do mundo”.

Você é brasileiro? Você mora no Brasil? Você então precisa conhecer alguns
aspectos do seu mundo, do contexto brasileiro atual.
As culturas do mundo de Paulo eram a grega, a romana, e a judaica. Nós vivemos
no Século XXI, e temos que conhecer nosso Brasil para pregarmos uma mensagem
relevante.
O Brasil muito grande e complexo, e cada região, do Amazonas ao Rio Grande do
Sul, tem suas características e seus problemas.
As desigualdades sociais e econômicas fazem parte do atual contexto brasileiro.
Uma análise do contexto brasileiro, dos fundamentos políticos, sociais, e
econômicos, revela o fato que não vivemos numa sociedade realmente cristã. Pelo
contrário grande parte dos fundamentos da nossa sociedade é pagã.
Pregar o Evangelho na situação brasileira é a tarefa da Igreja brasileira.
E como está a situação religiosa no Brasil?
Existe religião numa sociedade pagã?
Descoberto pelos portugueses, o Brasil tem na sua origem a presença do
catolicismo romano que tem dominado e influenciado o Brasil desde sua descoberta
até o dia de hoje.
De sua descoberta até hoje, o Brasil tem sido considerado um país católico, mas
durante os séculos o clima espiritual do Brasil católico tem caído. Hoje a fé católica
parece ser uma etiqueta cultural e superficial, uma religião nominal. Talvez 90% da
população brasileira seja “católica romana” em nome, no entanto, menos de 10%
são devotos e praticantes. Isto prova que hoje o catolicismo no Brasil é uma
religião nominal.
Apesar de ser nominal e deformada na doutrina, a Igreja católica Romana tem sido
uma influência dominante no Brasil, e temos que conhece-la para entendermos o
contexto   brasileiro.
Mas a situação do Brasil não se limita ao catolicismo. A segunda grande influência
religiosa na história brasileira tem raízes na religião dos escravos africanos que
infiltrou o país. Esta religião africana é uma das formas do espiritismo.
O espiritismo tem se alastrado pelo Brasil, influenciando o catolicismo, e
penetrando em todas as camadas da sociedade. Em todas as suas formas, o
espiritismo faz parte da situação religiosa do contexto brasileiro.

Além do catolicismo e o espiritismo, há muitas outras seitas, ou religiões falsas que


fazem parte da situação religiosa do contexto brasileiro. Duas destas religiões que
estão crescendo muito são os Testemunhas de Jeová e os Mórmons. Chamamos
estas religiões falsas de Seitas.
Para completar nosso rápido panorama da situação religiosa do contexto brasileiro,
vamos olhar para a Igreja Evangélica no Brasil. Houve, em nosso, país, logo no
início da sua história pessoas evangelísticas — os mártires da Baía de Guanabara.
Mais tarde vieram os missionários pioneiros, como por exemplo, Ashbel Green
Simonton. Eles trabalharam com fervor, apesar das perseguições do catolicismo, e
estabeleceram muitas igrejas evangélicas no Brasil.
Dentro do protestantismo brasileiro temos o desenvolvimento e crescimento de
cada denominação. A Igreja Presbiteriana no Brasil, por exemplo, teve uma taxa
anual de crescimento entre 1971—1981 de apenas 3,2%. Isto mostra o resultado de
um evangelismo insignificante.
Em contraste ao evangelismo insignificante da IPB, o pentecostalismo brasileiro
tem penetrado profundamente e crescido em grandes dimensões, especialmente nas
camadas inferiores da escala social. Este povo mais simples, por sua vez, constitui a
faixa mais ampla da população brasileira. Parece que o maior número de
evangélicos brasileiros pertence ao Pentecostalismo brasileiro.
O maior crescimento durante esta década ocorreu em 1980—1981, quando em dois
anos foram acrescentados 25.351 membros no rol da IPB — um aumento anual de
quase 9%. Nesse ritmo, a IPB dobraria o número de membros em menos de 10
anos.

 NOSSO CONTEXTO: OS GRUPOS E CLASSES NO BRASIL

Em Apocalipse lemos sobre a consumação da obra evangelística: “Digno és de


tomar o livro e de abrir—lhe os selos, porque fostes morto e com o teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (5.9).
Se o Evangelho é para todos, precisamos descobrir os grupos que ainda não foram
atingidos. Podemos encontrar dentro de nosso país, dentro de nosso estado, dentro
de nossa cidade, vastos grupos e classes que ainda não foram atingidos pelo
Evangelho. Não podemos negligenciar ninguém, porque o Evangelho é para todos,
o Evangelho é universal.

O Evangelho tem que ser pregado todas as pessoas com a compaixão de Cristo.
Quando a Igreja Evangelística age com amor, ministrando as necessidades,
esforçando-se para corrigir as desigualdades, os pobres devem descobrir uma nova
vida na comunidade cristã.
Na Igreja Primitiva “nenhum necessitado havia entre eles... se distribuía a qualquer
um, à medida que alguém tinha necessidade” (At 4. 34, 35). Cristo chama a todos.
Ele não faz acepção de pessoas, seu evangelho é para todos, incluindo os pobres e
os ricos.
Aos ricos e aos pobres Cristo pregava o Evangelho. Ao jovem rico Ele disse: “Vai,
vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu: depois vem, e segue-
me” (Mt 19.21). A riqueza deste jovem era seu dolo, e o impedia de possuir a vida
eterna.
Quando Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura” (Mc 16.15), estava incluindo as pessoas de todas as classes sociais. Não
há preto nem branco, indígena ou civilizado, Paulo se esforçava diligentemente por
alcançar judeus e gregos, escravos e livres. A Igreja Evangelística deve, portanto
procurar alcançar a todas as classes sociais.
Solidão e desorientação são apenas dois dos grandes problemas encontrados nas
grandes cidades.
Nas grandes cidades, drogas, alcoolismo, crime e muitos outros problemas existem.
A Igreja Evangelística tem que alcançar a todos.
As cidades desafiam a Igreja Evangelística. Temos também de lembrar de todas as
idades. Os discípulos não queriam aceitar as crianças, mas Jesus os repreendeu,
dizendo: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o
reino de Deus” (Mc 10.14). Há ampla base bíblica para a evangelização das
crianças. Há milhares de crianças em toda parte do Brasil.
Para evangelizar as crianças usamos métodos apropriados. Quando falamos na
evangelização dos jovens, já os métodos são diferentes, porque cada idade tem suas
próprias características.
Os jovens estão em fase de transição e em busca de alicerces e orientações para a
vida. Sua ausência na igreja e sua ignorância de quem Jesus Cristo realmente é,
prova que a igreja ser uma Igreja Evangelística.
Um outro grupo que não podemos deixar de mencionar são as pessoas aposentadas
e idosas. Alguns já ouviram falar do Evangelho durante muitos anos, mas ainda não
fizeram uma decisão ao lado de Cristo. A evangelização dos idosos é muito mais
difícil do que a evangelização das crianças

Daí a opção do Conselho da Igreja Presbiteriana do Brasil em Balneário,


decidir por desenvolver um projeto de Evangelização que chamamos de
“EVANGELISMO NA PRÁTICA” em parceria com o projeto da IPB/APECOM
– Minha Cidade para Cristo e Evangelismo Explosivo no Brasil, fundamentados
em treinamento e preparação para que a nossa igreja seja uma Igreja
Evangelística.

PREPARAÇÃO PARA EVANGELIZAÇÃO

OS MEIOS PESSOAIS

Nós estamos diante de um mundo sedento. Qual o preparo que precisamos para
evangelizar nossa cidade? Como proceder agora para ter êxito na obra
evangelística? O Projeto Evangelismo na Prática visa promover o conhecimento
dos meios pelos quais cada cristão se prepara para evangelização natural e
espontânea.

O bom testemunho do crente começa no seu lar. O seu comportamento, o seu


tratamento dos familiares, a sua vida financeira, o seu asseio e seus hábitos de
disciplina pessoal todos fazem parte do seu testemunho no seu lar. Se a sua vida
familiar e pessoal não estiverem em ordem, conforme os princípios bíblicos, a
pessoa não está preparada para desempenhar a obra de evangelização.

No seu testemunho perante as autoridades, Paulo lembra-se das palavras de


Ananias a ele: “Terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das cousas
que tens visto e ouvido” (At 22.15). Ao compartilhar o Evangelho aos Coríntios,
Paulo diz: “Antes de tudo vos entreguei o que também recebi” (1 Co 15.3). Para
nós sermos evangelistas, para termos êxito na evangelização, precisamos de uma fé
experimental no Evangelho de Jesus Cristo, porque só podemos dar aos outros o
que temos e as pessoas olham para ver se nossa fé é real.

Uma fé experimental é uma fé pessoal. A experiência que precisamos é a de


receber o Evangelho pela fé. Esta experiência de fé sempre baseada na Bíblia.
Uma fé pessoal é a base da preparação do evangelista. Quando Paulo diz: “Sei em
quem tenho crido, e estou certo de que ele poderoso para guardar o meu depósito
até aquele dia” (2 Tm 1.12), ele mostra que tem uma fé pessoal.

Para nós compartilharmos nossa fé em Cristo com outras pessoas, temos que ter
certeza de nossa salvação. Temos que ser evangelizados para evangelizar outros e
mais que isso, precisamos ser treinados para treinar outros a evangelizar.
Uma fé pessoal em Jesus Cristo é essencial. E esta experiência do Evangelho
sempre é fundada e baseada na Palavra de Deus, a Bíblia.
A Bíblia é o meio de graça pelo qual o Espírito Santo nos leva experiência da fé. A
Bíblia é indispensável na evangelização (At 8.32—35). No Novo Testamento a
evangelização foi feita principalmente pela pregação e ensino da Palavra de Deus.

A Palavra de Deus “a espada do Espírito” (Ef 6.17) que nos prepara para toda obra
evangelística.

Para obtermos um conhecimento profundo da Bíblia, precisamos de muita


disciplina. Além dos cultos na igreja, precisamos de nossa hora de comunhão a sós
com Deus todo dia e de um plano sistemático para nosso estudo bíblico você está
dia a dia seriamente se preparando para evangelização pelo estudo da Bíblia.
A Bíblia também é útil na persuasão dos homens quando estamos respondendo suas
perguntas, esclarecendo suas dúvidas, e resolvendo suas objeções.

A Bíblia é muito importante na Edificação do evangelista e daquele que ele


evangeliza. Para crescer espiritualmente o crente tem que ter um estudo profundo
da Bíblia.
Mas o preparo ainda está incompleto. Um crente na Índia disse que se ainda não
oramos por nossos amigos que não são crentes, então não começamos a obra
evangelística. Na oração estamos mostrando que a evangelização não depende
apenas dos homens, mas de Deus.
Deus opera quando oramos. Devemos incluir em nossas orações evangelísticas
nossa própria vida em Cristo e a disciplina necessária para sermos evangelistas, as
pessoas dentro de nosso campo de ação.
Alguém têm dito que antes de falarmos a alguém do Evangelho, devemos falar a
Deus sobre aquela pessoa. O preparo é uma vida de oração
Outra preparação para evangelização é uma vida de santidade e consagração. Para a
evangelização o crente e a igreja precisam de uma vida de louvor e santidade, ou
seja, um bom testemunho

PARA REFLETIR E DEBATER

Você tem se preparado dia a dia para a evangelização?


Você tem uma lista de pedidos evangelísticos de oração?
Leia 2 Co 3.2. Em que sentido somos cartas conhecidas e lidas por todos os
homens? Que efeito tem a evangelização sem um bom testemunho?
Quem deseja que a nossa igreja seja uma Igreja Evangelística?
Quem aqui hoje, gostaria de se alistar para o treinamento do projeto Evangelismo
na Prática?

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