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Rua Fernando de Vasconcelos, nº 82

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ESC O L A TÉ C N IC A
Técnico em Segurança do Trabalho
Legislação CLT, Contrato de Trabalho Temporário
Professora: Ana Luísa Vieira

Contrato de Trabalho

 Conceito: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,


correspondente à relação de emprego”. (CLT, art. 442)
Acordo tácito, verbal ou escrito: o contrato de trabalho não requer a existência de um contrato
formal, como regra geral, para que uma relação de emprego tenha validade, pode ser verbal,
sem nenhum documento formal. Basta apenas que a relação evidente de trabalho subordinado,
voluntário, fique evidenciada pela conduta dos interessados.
O contrato de trabalho é um negócio jurídico, tácito ou expresso, verbal ou escrito, em que uma
pessoa física (empregado) obriga-se a prestar serviços a uma pessoa física ou jurídica
(empregador), de forma não eventual, subordinada, pessoal e mediante pagamento de salário.

Características Básicas

 Ato jurídico de direito privado;


 Contrato “intuitu personae”, orientado intencionalmente para certa pessoa e não para
outra, especialmente quanto ao empregado;
 Consensual, pois requer vontade das partes, que consentem na relação de emprego e
nas condições de trabalho;
 Sinalagmático ou bilateral, pois gera direitos e obrigações entre as partes, contrárias e
equivalentes. O empregado tem a subordinação diante do poder de direção do
empregador;
 Onerosidade, as duas partes auferem uma vantagem e um ônus. O empregador tem o
trabalho realizado, mas paga ao empregado a contraprestação pelo esforço físico e
mental;
 Execução continuada ou trato sucessivo, o contrato é duradouro, renovando-se a
cada dia as obrigações assumidas, até o termo eventual, diferentemente de outros
contratos que têm uma execução instantânea, como pode ser o de compra e venda, por
exemplo.
 Principal, diz-se que o trabalho é o principal, pois não depende de outro contrato para a
sua existência.
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Sujeitos do Contrato Individual de Trabalho

São dois os sujeitos de um contrato de trabalho:

Empregado Empregador

 Empregado
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual empregador, sob dependência deste e mediante salário (CLT, art 3º), isto é
quando presentes os quatro pressupostos da relação de emprego – pessoa
física,habitualidade, subordinação e onerosidade - , o trabalhador é considerado um
empregado.
 Não empregados
Formas mais comuns de prestação de serviços que não se constituem relações de
emprego: trabalhadores autônomos, eventuais, avulsos, temporários e estagiários.
 Empregadores
Empregador é a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. §1º Equiparam-se
ao empregador, para efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais,
as instituições beneficência, as associações recreativas ou outras instituições se fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados (CLT, art 2º).

Espécies de Contratos de Trabalho

Os contratos de trabalho podem ser divididos em duas espécies:

Prazo indeterminado Prazo determinado

Conteúdo do Contrato de Trabalho

 Liberdade Contratual
Os contratos de trabalho estão de tal forma normatizados pelo Estado que quase não se
pode classifica-los como contratos no sentido absoluto de termo. As clausulas do
contrato de trabalho, em sua quase totalidade, são rígidas, pétreas, inalteráveis pelas
partes. Logo, a presumida livre vontade das partes, que deve estar presente ao
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celebrarem um contrato comum, está limitada no contrato de trabalho, o qual é tutelado
de muito perto pelo Estado, no exercício da sua responsabilidade pelos interesses
coletivos de justiça e paz social, em primazia sobre os interesses individuais.

Tipos de Clausulas

Inalteráveis ou pétreas Negociáveis Livres


Estão, em sua maior parte, Por meio das convenções Desde que respeitadas às
previamente estabelecidas coletivas e dos Acordos disposições legais e
da lei. CF, arts 6º a 11; CLT Coletivos, podem ser normativas, as condições
e alterações, legislação ajustadas condições de trabalho podem ser
complementar. especiais, desde que não livremente ajustadas.
causem prejuízo ao
empregado.

Clausulas ou Condições de Trabalho

 Trabalho a ser Prestado


O empregador oferece a oportunidade de trabalho e determina qual o trabalho a ser
realizado, a maneira de fazer e espera do trabalhador/empregado que este o realize em
um tempo razoável, com presteza e diligência, obedecendo às normas e procedimentos
técnicos estabelecidos.
O resultado de trabalho prestado pertence ao empregador, pelo qual oferece a
contraprestação, que é a remuneração. A oferta de trabalho ao empregado é dever do
empregador. A eventual falta de trabalho a ser executado não exime o empregador de
ter de pagar o salário ao empregado.

Jornada de Trabalho

 Conceito: Jornada de trabalho é o período de tempo durante o qual o empregado


permanece à disposição do empregador para executar o trabalho ou aguardar ordens de
trabalho. Ao final de cada jornada de trabalho, o trabalhador deve entrar em repouso,
alimentar-se praticar atividades de lazer ou com a família e dormir, descansando para
iniciar outra jornada no dia seguinte.
A fixação da duração da jornada de trabalho é importante, pois esta relacionada ao
desgaste físico do trabalhador e à saúde, além de ser meio de combate AP desemprego.
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Trabalhando continuamente, sem descanso, aumenta o risco de acidentes. O estudo da
jornada de trabalho compreende a duração do trabalho, os horários, o intervalo, entre
outros aspectos.

Origem e Evolução

Desde que começou a trabalhar, há milênios, o homem tem aproveitado o intervalo de


iluminação natural do sol para o cultivo e outras atividades, repousando durante a noite. Daí a
expressão popular “trabalhar de sol a sol”.
No início da Revolução Industrial, no século XVIII, a jornada de trabalho durava até 16 horas
diárias, inclusive aos sábados. Em 1847, na Inglaterra, a jornada diária foi fixada em 10 horas.
Em 1886, trabalhadores foram enforcados em Chicago, EUA, por pleitearem a jornada de 8
horas. Por volta de 1890 já era praticado o período de 10 horas diárias em muitos lugares e a
Encíclica Papal Rerum Novarum, em 1919, com o Tratado de Versailles, que também limitava a
jornada semanal em 48 horas.
No Brasil foi adotada a jornada de 8 horas diárias somente em 1932, para o comércio e
indústria. A CLT generalizou a norma, com exceções.
A CF, art. 7 ], XII, estabeleceu o padrão não superior a 8 horas diárias, no máximo, e 44 horas
semanais, salvo disposição em contrário. Este é o limite máximo, embora possa ser adotada
duração menor.

Jornadas Especiais na Constituição Federal

A jornada de trabalho está regulada nos incisos XIII, XIV, XVI do art. 7º da CF e também nos
arts. 57 a 75 da CLT.
A CLT regulamenta, ainda, nos arts. 224 a 320, situações sobre as condições especiais de
duração de trabalho para algumas atividades profissionais:
a) Para os bancários, jornada de 6 horas diárias e 30 semanais;
b) Para empregados da telefonia e assemelhados, o limite é de 6 horas diárias e 36
semanais;
c) Para operadores cinematográficos, o limite é de 6 horas diárias, sem determinar o
número de horas semanais;
d) Para os jornalistas profissionais, o limite é de 5 horas diárias;
e) Para os professores, o limite é de 4 aulas consecutivas ou 6 intercaladas.
A CLT, art. 62, com redação dada pela Lei nº 8.966/94, exclui dos limites de jornada de jornada
de trabalho os empregados que exercem atividade externa, devido à impossibilidade de
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estabelecer um horário verificável. Também os gerentes, chefes e diretores, em virtude de
ocuparem o chamado cargo de gestão ou de confiança nas empresas.

Extensão da Jornada de Trabalho

A duração normal do trabalho pode ser acrescida de, no máximo 2 horas, desde que
previamente acordado por escrito com empregado ou mediante acordo coletivo (artigo 59 da
Consolidação das Leis do Trabalho), esta extensão da jornada é também chamada de horas
extras.
Este acréscimo de jornada deve ser remunerado em, no mínimo 50% (artigo 7º XVI da
Constituição Federal) em relação ao horário normal.

Banco de Horas

Desde que firmado acordo coletivo de trabalho, podem as horas extras serem dispensadas do
pagamento adicional se compensadas pelo período correspondente em outro dia, e desde que
não ultrapasse o período de 1 ano. É o chamado "banco de horas", onde o empregado trabalha
algumas horas a mais e folga o período correspondente.
O banco de horas não pode ultrapassar a duração de uma semana de trabalho, e nem pode o
empregado trabalhar mais que 10 horas diárias.
No caso de rescisão do contrato de trabalho, havendo saldo positivo de banco de horas não
compensadas, estas horas devem ser pagas com o adicional de, no mínimo 50% sobre o
salário no mês da rescisão. Havendo saldo negativo a empresa não pode descontar as horas
faltantes por falta de dispositivo legal.

Turnos Ininterruptos

Turno ininterrupto de trabalho é aquele que o empregado, durante determinado período,


trabalha em constante revezamento. O que caracteriza o turno não é o trabalho contínuo em
um dia, mas sim o constante revezamento de horário do empregado. Portanto, um empregado
que esteja a cada turno em horário diferente, com enorme desgaste para sua saúde.
Para estes casos, muito usado em empresas que tenham atividades que necessite de
operações nas 24 horas do dia, como por exemplo caldeiras, fornos de queima e forno de
fundição, a Constituição Federal limitou a jornada em, no máximo, 6 horas por dia (artigo 7º
XIV), salvo negociação coletiva, ou seja, alteração do horário com a interferência do sindicato
da categoria do empregado.
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Repousos

Os seres humanos necessitam de descanso após atividade intensiva, seja ela de lazer ou de
trabalho, para que os sistemas metabólicos redirecionem para os órgãos e músculo as
substâncias exauridas durantes o esforço. A fadiga é exatamente esta falta de nutrientes
esgotados, que só voltam a estar disponíveis com o repouso por um certo tempo. O repouso,
portanto, faz parte do trabalho.
 Repouso Intrajornada
O intervalo intrajornada corresponde ao período direcionado à alimentação ou ao
repouso no decorrer da jornada de trabalho.
Assim, de acordo com a CLT, em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de
seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o
qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em
contrário, não poderá exceder de duas horas.
No entanto, não excedendo de seis horas o trabalho, será obrigatório um intervalo de 15
minutos quando a duração do trabalho ultrapassar 4 horas.
Dessa forma, a regra é o intervalo intrajornada de, ao menos, uma hora, e, no máximo, 2
horas, para todo emprego cuja duração seja maior que 6 horas. Em se tratando de
jornadas de mais de 4 horas e menores ou iguais a 6 horas, é de 15 minutos o intervalo
intrajornada habitual.
Ressalte-se que é admitida, excepcionalmente, por ato do Ministro do Trabalho, a
redução do intervalo intrajornada mínimo de uma hora conforme dispõe o artigo 71, § 3°,
da CLT.
 Repouso Interjornada
O intervalo interjornada, por sua vez, refere-se ao período em que o colaborador tem de
repousar entre duas jornadas de trabalho seguidas.
A partir disso, com o intuito de não só assegurar saúde física e mental como também
certo grau de convivência familiar e social ao empregado fora do tempo voltado à
atividade profissional, o artigo 66 da CLT dispõe que entre duas jornadas de trabalho
haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.
 Repouso Semanal
O repouso semanal está determinado pela CF, art. 7º, XV, e pela Lei nº 605/49. Ao
período de trabalho de uma semana corresponde um período de repouso, determinado
repouso ou descanso semanal.
A origem deste repouso é bíblica, pois o Antigo Testamento prevê que o homem deve
descansar no sétimo dia da semana.
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A natureza jurídica do repouso semanal remunerado é salarial. Embora o empregado
não preste trabalho nesse intervalo, recebe salário por injunção legal. Repouso semanal
Remunerado (RSR) é a denominação mais comum para esse tipo de período de
descanso, também conhecido como descanso Semanal Remunerado.

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