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Engº Afonso H Manta

CURSO SOBRE SISTEMAS DE


CLIMATIZAÇÃO EM SALAS LIMPAS P10
(Clean Rooms)

2010
Teste de pressurização da SL
Este teste tem por objetivo definir a capacidade do sistema em manter o
nível de pressão diferencial da SL em relação aos recintos adjacentes. Este
teste só deverá ser realizado, após a realização e aceitação de todos os
demais testes.
O instrumento aplicável a este teste, será o manômetro de pressão
diferencial, que poderá possuir as seguintes configurações:

manômetro mecânico
Micromanômetro manômetro de coluna
inclinada
Procedimento de Teste
Com todas as portas fechadas e passagens em condições normais de
operação, sistemas de movimentação de ar em funcionamento (exaustão,
bicos de ar comprimido, ar deionizado, cortinas de ar, etc.), medir e registrar
a pressão diferencial entre a SL e ante-sala (air-lock) e entre a ante-sala e o
ambiente externo. Caso não haja ante-sala, medir e registrar a pressão
diferencial entre a SL e o ambiente externo.
Se a SL for dividida em mais de um ambiente, medir e registrar a pressão
diferencial entre ambientes contíguos, tendo como referência a pressão
atmosférica local, medida simultaneamente ou no menor intervalo de tempo
possível.
Relatório de teste

Relatar todos os valores medidos e as respectivas localizações dos


pontos de medição de cada ambiente.

Aceitação dos testes

Os valores de aceitação destes testes, deverá ser pré-definido em


comum acordo entre as partes contratantes.

Testes de nível de ruído e nível de pressão sonora

O objetivo destes testes é definir o atendimento de valores que atendam


às especificações ambientais ou necessidades do usuário.

Especificações Ambientais
Os valores máximos recomendados para o interior de SL’s, são
expressos em decibéis escala “A” - dB(A) – e/ou curvas NC (noise
criteria), conforme NBR 10.152.
Para ambientes industriais, recomenda-se valores máximos de 65 dB(A)
e/ou curva NC-60 (vide item 17.5.2.1 da NR 17 do Ministério do
Trabalho). Para ambientes hospitalares (vide NBR 7256), os valores
recomendados passam respectivamente a 45 dB(A) e NC-40, para ruído
contínuo. Contudo, estes valores poderão, a critério do utilizador, serem
reduzidos, porém nunca aumentados.
O instrumento a ser empregado será o decibelímetro, com analisador
em faixas de oitava.
Procedimento para testes de nível de ruído e de pressão sonora:
1. analisadas as fontes sonoras e os pontos de trabalho, dividir o piso da SL
em áreas equivalentes de aproximadamente 9 m², formando o mapeamento
dos pontos de medição, uniformemente distribuídos, salvo acordado em
contrário.
2. posicionar o microfone do instrumento de tal forma que fique situado a 1,5
m acima do piso e de qualquer superfície, no centro de cada malha,
afastado em pelo menos 0,70 m do operador.
3. medir e registrar o nível de pressão sonora em dB para cada faixa de
oitava compreendida entre 63 e 8.000 Hz (inclusive) e o nível de ruído em
dB(A) em cada malha.
4. as medições deverão ser realizadas, no mínimo, nas seguintes
condições:
 Em vazio, para determinação do nível de ruído de fundo, ou seja, com
todas as possíveis fontes de ruído externas e internas à SL, desligadas.
 Em carga, com todas as fontes de ruído externas à SL ligadas,
funcionando em condições normais e com as fontes internas desligadas
(condição operacional “as built”).
 Em situação completa, com todas as fontes ocorrendo simultaneamente.
Relatório dos Testes
Apresentamos abaixo um modelo de Relatório de Testes, na forma de
planilha eletrônica, contemplando todas as necessidades dos ensaios.
Os seguintes aspectos serão necessários no Relatório:
1. completa identificação dos instrumentos de teste empregados (marca,
modelo, sensibilidade, nº de série, etc.).
2. determinação dos valores máximos verificados por faixa de oitava.
3. marcar os valores máximos de cada oitava, nas curvas de critério NC.
4. determinar a curva de valor NC de valor mais baixo que exceder todas
leituras máximas medidas em faixas ou bandas de oitava, em todos os
pontos. Este será o valor NC da SL.
5. apresentar comentários eventualmente necessários aos testes
realizados.

Aceitação dos testes de nível de ruído e pressão sonora


O critério de aceitação se dará à luz do estabelecido pela NR17 ou outro
critério estabelecido entre as partes contratantes.
Instrumentos aplicáveis
Temperatura: termômetros de mercúrio, dispositivos resistivos de
temperatura, termopares, termistores, ou outros dispositivos conhecidos,
com escala de leitura externa e com divisão de leitura de 0,1ºC.

Umidade: sensor de umidade capacitivo de filme fino dielétrico, com


faixa de 10 a 95% de umidade relativa, psicrômetro ou sensor de
temperatura de bulbo úmido. A menor divisão de leitura deverá ser de
1%. Estes instrumentos deverão ser posicionados juntamente com os
sensores de temperatura.

Teste de uniformidade de temperatura e umidade


Tem por finalidade comprovar a capacidade do sistema HVAC, manter
estes níveis dentro dos parâmetros pré-estabelecidos e suas respectivas
tolerâncias. Estes testes são efetuados segundo dois critérios, a saber:
• Teste geral – para áreas com menores exigências das condições
ambientais.
• Teste completo – para áreas com requisitos mais rígidos
Teste Geral: É recomendado para as aplicações onde o objetivo
principal seja o conforto dos trabalhadores.
Procedimento de Teste

Este teste só deverá ser executado após o teste de uniformidade do


fluxo de ar e ajuste dos controles do sistema HVAC.

1. colocar o sistema HVAC em operação, pelo menos 24 horas antes do


início do teste.

2. medir temperatura e umidade em, no mínimo, um ponto para cada


zona de controle, posicionando os sensores no local designado, na
altura da área de trabalho, aguardando a estabilização.

3. registrar data, horário e as medições de cada local.


Relatório do Teste Geral

1. indicar graficamente os pontos onde foram efetuadas as leituras, com


identificação numérica dos pontos.
2. registrar para cada ponto a temperatura, umidade, data e hora.
3. em função dos dados obtidos, calcular e registrar os seguintes itens:
♦ nº de leituras;
♦ valor mínimo de leituras;
♦ média aritmética das leituras;
♦ valor máximo de leituras;
♦ desvio dos valores mínimo e máximo em relação ao valor médio.
 Relatório Típico
Aceitação do Teste
Geral
O teste será aceito,
atendidas as tolerâncias
preconizadas em projeto
e comprovadas em
teste.
Teste Completo
Este teste é recomendado para as áreas de maior exigibilidade de
condições, normalmente definidas pelo processo.

Instrumentos Aplicáveis
Serão do mesmo tipo aplicável ao teste geral, com exceção da menor
divisão de leitura (0,05 ºC para temperatura e 0,1% para umidade
relativa).
Outra exigência refere-se ao tempo de resposta requerido para os
instrumentos de temperatura, devendo ser no máximo 15 s, para atingir
63,2% da amplitude de uma variação da grandeza medida.

Procedimento de Teste
O procedimento será o mesmo que o aplicado ao Teste Geral, com
exceção de:
 A escolha dos locais poderá ser determinada em razão do tamanho e
configuração da zona de controle, ou ainda pela presença de fontes
de calor.
 Registrar data, horário e as medições de cada local, a cada 6 minutos
(mínimo), durante um período de 2 horas.
Relatório do Teste Completo
1. indicar graficamente os pontos onde foram efetuadas as leituras, com
identificação numérica dos pontos.
2. registrar para cada ponto a temperatura, umidade, data e hora.
3. em função dos dados obtidos, calcular e registrar os seguintes itens:
♦ nº de leituras;
♦ valor mínimo de leituras;
♦ média aritmética das leituras;
♦ valor máximo de leituras;
♦ desvio dos valores mínimo e máximo em relação ao valor médio.
♦ desvio-padrão
Aceitação do Teste Completo
A aceitação dar-se-á com base na verificação do processo estatístico
(idêntico à verificação de uniformidade de fluxo de ar), por determinação
e checagem do índice de Capabilidade, ou seja, será considerado aceito
para valores de C ra ≥ 1,0.
Apesar deste critério, deveremos analisar os resultados que
apresentarem este índice em valores inferiores, quanto à avaliação de
resultados por pontos medidos. A não uniformidade de resultados nesta
situação, poderá ser ocasionada, por exemplo, por um determinado
equipamento situado nas proximidades de um dos pontos de medição, o
qual poderá apresentar operação eventual, não sendo por vezes
significativo para as atividades do usuário final.
Portanto, é conveniente que estas situações de não-conformidade sejam
discutidas com o usuário, de forma a verificar-se a real aplicação do
caso, não deixando que um cálculo estatístico, fundamentado num
simples princípio matemático, decida sobre uma
questão tão importante.
Na planilha abaixo, a situação apresentada, envolvendo apenas 2
pontos de medição, caracteriza um misto de situações de conformidade
e de não conformidade, justamente com o objetivo de propiciar uma
análise das situações.
Caso seja pré-acordado entre as partes, outras formas de avaliação
poderão ser consideradas, em substituição ao critério estatístico aqui
apresentado.
Outros Testes

São ainda previstos, no contexto de testes aplicáveis às SL’s, outros


testes que não serão tratados neste curso, por não possuírem uma
relação direta com os
sistemas HVAC.
Tais testes referem-se ao nível de iluminação e vibração da SL.
Contudo, estes encontram-se descritos e detalhados na Recomendação
Normativa SBCC-RN-005-97.

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