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Curso seriado sobre o tema

que será publicado em seis edições.


No primeiro capítulo, os autores falam
sobre Planejamento protético-cirúrgico
em Implantodontia
Planejamento
protético-cirúrgico
Cláudio Luiz Sendyk*
em Implantodontia Wilson Roberto Sendyk**

O uso de implantes osseointegrados em Odontolo- locados de tal modo que as forças oclusais sejam as mais
gia existe para que se tenha melhor solução protética, tan- axiais possíveis aos implantes e que as forças laterais, mais
to funcional quanto estética, na substituição dos elemen- destrutivas, sejam evitadas. A possibilidade de podermos
tos dentais ausentes, melhorando a qualidade de vida do implantar uma nova raiz, agora de titânio, no local onde
paciente, quando comparadas às possibilidades de trata- existiu outrora uma raiz natural, modifica totalmente a vi-
mento existentes há 20 anos. Programar e planejar trata- são, até então, dos planejamentos das próteses dentais. Seu
mentos integrados dentro da especialidade de forma co- uso quase que exclui a utilização definitiva de próteses par-
ordenada e harmônica, almejando a maior eficiência e ade- ciais removíveis, próteses adesivas, próteses totais e mes-
quação, com visão clínica voltada para o todo, têm sido a mo das próteses fixas sobre dentes naturais43. Como a indi-
nossa principal meta. cação de implantes osseointegrados esbarra na quantidade
Percebemos na literatura uma preocupação em se abor- e na qualidade de osso presente no local, este passou a re-
dar planejamentos protéticos de maneira segmentada e es- presentar o papel mais importante. Estuda-se muito como
tática por motivos didáticos. Este tema, porém, exige a dinâ- criar rebordo ósseo para aqueles pacientes que o perderam
PRÓTESE SOBRE IMPLANTE

mica e o conhecimento de toda a Odontologia. Prótese é a ou como manter este rebordo após uma exodontia. Quan-
arte de substituir na estética e na função um ou vários ele- do instalada uma doença periodontal mais grave, como sa-
mentos ausentes. Para tanto, não nos bastam os ensinamen- ber qual é o momento certo e se deveremos realizar a “eu-
tos básicos de confecção das próteses: totais, fixas, removí- tanásia” de alguns elementos dentais, em benefício do vo-
veis, adesivas, implanto-suportadas ou mesmo mistas entre lume de processo ósseo alveolar remanescente32.
si. Muitas vezes necessitamos apoiá-las ou prendê-las nos Problemas relativos à anatomia inadequada do rebor-
elementos adjacentes, onde a correta validação deste “pilar do ósseo alveolar acarretando conseqüências estéticas, foné-
protético” faz-se necessária. Quanto maior for a experiência ticas e funcionais, hoje são solucionados com cirurgias ex-
clínica e os conhecimentos adquiridos por um profissional, tensas e/ou soluções protéticas mirabolantes. Os insucessos
melhor será a sua capacidade de julgar o planejamento cor- advindos do mau planejamento, com distribuição de carga
reto em cada situação que se faça presente3. A prótese sobre não axial, ausência de passividade na adaptação entre os com-
implantes é, sem dúvida, a mais indicada atualmente dentre ponentes utilizados, fazem do tratamento escolhido uma
as várias próteses existentes. Seu uso se justifica pelo sucesso verdadeira panacéia. Além disso, não podemos nos esquecer
de sua aplicação, comprovado nestes 40 anos de existência38. do fator tempo total do tratamento reabilitador proposto, que
Sua utilização local é limitada apenas pela quantidade de re- se considerado o tempo necessário para ocorrer parte do pro-
levo ósseo disponível onde a altura, a espessura e a densida- cesso de osseointegração, irá representar para alguns paci-
de irão definir o padrão do implante osseointegrado que será entes uma limitação de indicação. Na tentativa de solucionar
empregado. Assim, no planejamento com implantes, deve- algumas destas limitações e das deficiências encontradas nos
remos possuir exames radiográficos complementares de alta atuais procedimentos é que surgem na literatura novos ru-
qualidade, uma correta anamnese do paciente, modelos de mos e novas tendências científicas. Como existem vários ti-
estudo com enceramento de diagnóstico montados em arti- pos de implantes onde variam a forma e o tamanho espacial,
culador, e uma guia cirúrgica que nos auxilie no ato cirúrgico o tratamento da superfície, os conectores intermediários e os
de colocação dos implantes. materiais empregados, devemos ter a consciência da impor-
Uma vez colocados, os implantes não podem ser tância em adquirir todo o conhecimento necessário para a
movimentados já que não existem ligamentos periodontal correta realização do caso clínico. Este conhecimento é tão
ou periimplantar presentes. Por este motivo, devem ser co- extenso que foge à finalidade deste capítulo e deve ser pes-

* Doutor em Oclusão e mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da USP; Professor do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia
da USP; Professor do curso de Mestrado em Odontologia da Universidade de Santo Amaro; Especialista em Dentística.
** Livre-Docente em Periodontia e mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da USP; Professor titular da Disciplina de Periodontia e Implan-
todontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Santo Amaro - Unisa; Coordenador do Mestrado em Odontologia da Universidade de Santo
Amaro; Especialista em Periodontia e Implantodontia.

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quisado na literatura pertinente. O plano integrado de trata- ção protética poderá ser mais complicada.
mento é sinônimo de multidisciplinaridade1, dentre as várias 16. Estou sempre atento para a recuperação e salvatagem
especialidades, e tem a visão clínica final voltada para o todo, de um determinado implante e seus componentes?
onde de maneira harmônica e eficiente visamos atingir uma 17. Simplicidade do sistema selecionado, minimizando os
adequação correta do planejamento e sua posterior execu- instrumentais cirúrgicos e protéticos necessários.
ção. Acreditamos que este seja o momento mais importante 18. Diferentes sistemas de implantes não precisam ser usa-
para a discussão orientada da influência da biomecânica so- dos em diferentes regiões da arcada.
bre a longevidade e o sucesso dos tratamentos a serem reali- 19. Diferentes estilos de implantes de um mesmo sistema
zados. Sabemos, contudo, que as pesquisas constantes e a podem ser usados em diferentes regiões da arcada.
necessidade de algumas melhorias técnicas poderão permi- 20. Dos fatores laboratoriais o principal parece ser a passivi-
tir, em um futuro próximo, o aproveitamento ainda mais efi- dade final de adaptação da prótese confeccionada. Seja
caz desta especialidade. cimentada ou parafusada percebemos claramente na lite-
Muitas vezes nos perguntam quais os fatores princi- ratura que os implantes devem ter qualidade para supor-
pais que afetam nossa escolha por determinado desenho tar ambos os tipos de próteses bem como novas opções
(sistema) de implante? A resposta está no bom-senso, na que vierem a ser desenvolvidas. A utilização de uma única
qualidade dos conhecimentos adquiridos e de termos em técnica não é apropriada visto que parafusos, núcleos, ci-
mente algumas questões que procuramos solucionar du- mentos, porcelanas, e vários outros materiais restaurado-
rante nossos planejamentos. Tais como: res têm apresentado algumas falhas através do tempo.
21. Não podemos nos esquecer de facilitar o trabalho téc-
1. Tempo de uso e estudos longitudinais comprovando a nico laboratorial com implantes bem-posicionados.
qualidade do sistema. Evitar o uso de pilares intermediários especiais. Os tor-

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2. Pesquisas e desenvolvimentos em andamento. neados são melhores por serem de liga metálica com-
3. Características restauradoras, suas versatilidades e ino- patível com o implante e por serem de maior precisão
vações. de adaptação. Evitar infra-estruturas e sobre-fundições,
4. Como é a motivação do paciente antes, durante e como encaixes para corrigir eixos de inserção, pois encare-
será após o tratamento terminado? cem a confecção e influem diretamente na passivida-
5. Poderá e saberá cuidar e manter tudo aquilo que foi de e na justeza de adaptação que se pretende atingir.
criado ou restaurado? 22. Disponibilidade, custo e qualidade do atendimento pres-
6. Como será a prótese finalizada: fixa, removível, de por- tado pelo distribuidor de material.
celana, acrílico, cimentada, parafusada, híbrida etc?
7. Como é o aspecto psicológico do paciente? Vários são os desenhos geométricos de implantes ofe-
8. Quão estável será a oclusão? recidos pelo mercado atual. As técnicas cirúrgica e protética
9. Quão fácil poderão ser feitos os reparos que se façam dos vários sistemas são muito semelhantes entre si. No afã
necessários à prótese, ao pilar intermediário-implante de liderar o mercado de consumo, pesquisadores e fabrican-
e aos seus componentes? tes vêm propondo diferentes formas e tratamentos de super-
10. Poderemos reaproveitar a prótese ou seus componen- fície dos implantes nem sempre testados corretamente. Tam-
tes para uma nova situação que se faça necessária no bém têm sido freqüentemente propostas soluções, na verda-
futuro? de corretivas, de cirurgias onde o posicionamento foi incor-
11. Durante os controles periódicos ou reparos eventuais, reto, e que com pilares intermediários acinturados, tornea-
como se apresentam os hexágonos externos ou as co- dos, cônicos, cilíndricos, angulados ou cerâmicos, possibili-
nexões entre pilares intermediários e implante? São tam resultados surpreendentes. Acreditamos que se o plane-
muito frágeis ou permanecem intactos através do uso? jamento cirúrgico-protético for realizado corretamente, a dis-
12. Pode a prótese ser removida sem dificuldades que acar- tribuição e posicionamento dos implantes no arco serão sa-
retem dano ou injúrias aos implantes, pilares interme- tisfatórios, permitindo uma reconstrução protética facilitada
diários e estruturas de suporte? com o uso dos componentes padronizados.
13. Se necessário pode o pilar intermediário ser removido Começamos a perceber hoje uma tendência à sim-
do respectivo implante sem causar dano ao implante plificação das técnicas cirúrgico-protéticas, fruto da globa-
ou à osseointegração? lização das informações e das fusões de algumas grandes
14. O eixo de inserção da peça protética pode ser modifica- empresas, fato que tem ocorrido nos últimos anos. A sim-
do sem comprometimento da osseointegração? plificação advém da racionalização de uso, das necessida-
15. Devemos evitar a mistura de vários sistemas de implan- des de abaixar custos e diminuir o tempo para confeccionar
tes em um mesmo paciente, pois no futuro a reconstru- tanto a cirurgia quanto a prótese.

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O fator mais importante na seleção de um sistema de
implante e de um protocolo protético a ser seguido é, sem
sombra de dúvida, o bem-estar do paciente e a qualidade de
vida que este obterá, tanto fisiológica-funcional quanto psi-
cológica, ao final do tratamento. Não podemos nos esquecer
dos fatores psicológicos que estão envolvidos nas reabilita-
ções orais complexas. Muitas vezes o paciente apresenta uma
Figura 2
falência do sistema dental, pois além de ser este seu “órgão Vista interna
de choque”, o próprio paciente tem perfil de pessimismo e (futuros
problemas
destruição. Nestes casos devemos perceber estes envolvimen- de dicção).
tos logo de imediato e encaminhar para suporte terapêutico
psicológico. A falta de colaboração e de otimismo por parte
do paciente também pode levar o tratamento ao fracasso3.
É necessário um planejamento cirúrgico-protético em
equipe? Durante o processo de planejamento as observações
técnicas tanto do cirurgião quanto do protesista devem ser re-
vistas em estudo conjunto. A não ser em casos especiais, o
tratamento através de implantes osseointegrados é um trata- Figura 3
Vista oclusal
mento de equipe. Um fluxograma ilustrando a seqüência de (falta de supor-
procedimentos a serem realizados para determinar-se o pla- te vestibular).

nejamento do caso clínico foi proposto por Henry16 (1986), e


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por nós modificados, conforme nossa experiência clínica (Sen-


dyk et al37, 1996) Figura 1. Esta equipe é composta pelo cirur-
gião, periodontista ou implantologista, pelo protesista e pelo
técnico em prótese dentária. O cirurgião e o protesista lançam
mão de uma série de exames complementares, visando atin- Figura 4
gir o melhor plano de tratamento integrado dentro das atuais Volume aproxi-
mado necessá-
circunstâncias nas quais se encontra o paciente. É este plano rio em modelo
de estudo.
de tratamento, que levado ao paciente, fornecerá informações
necessárias para a sua avaliação e eventual consentimento. Os
requisitos mínimos são: que o paciente tenha sido examinado
tanto pelo cirurgião quanto pelo protesista, análise das radio-
Figura 5
grafias já mencionadas anteriormente; e análise dos modelos Colocação de
implantes ime-
de estudo montados em articulador, tendo em vista o estudo diatos após
da dimensão vertical, relação maxilomandibular, curvas ou pla- exodontias
(inicial).
nos oclusais e espaço interoclusal (Figuras 2 a 8).

Figura 6
Elementos
que serão
extraídos.

Figura 1
Planejamento Figura 7
protético- Prova da guia
cirúrgico. cirúrgica.

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mínimo uma espessura de 2 mm de osso na face vestibular
do implante, além da presença de gengiva queratinizada ao
seu redor, o que tem-se mostrado um importante fator para
o estabelecimento de uma condição estável na margem gen-
gival do implante15. Sabemos que em pacientes que tiveram
perda de contorno devido a defeito ósseo e gengival pode
estar indicado a reconstrução de tecidos moles previamente
Figura 8
Guia em posição para à reconstrução óssea. Por outro lado, existem situações em
início da transferência. que após a reconstrução óssea percebemos a necessidade de
recontorno gengival para garantir uma melhor estética. Como
Como solucionar os casos clínicos onde o tecido ós- determinar qual procedimento deve ser realizado primeiro é
seo é insuficiente? A correta resolução de casos clínicos uma decisão que exige o profundo conhecimento das indi-
com tecido ósseo ou gengival insuficiente exige algumas cações de cada técnica cirúrgica.
considerações importantes. Se há alguns anos os esforços Dependendo da prótese que será planejada a quan-
científicos estavam direcionados para entender as minú- tidade de tecido gengival presente pode ajudar ou atrapa-
cias e desvendar as características do processo biológico lhar. Assim, sob a sela de uma prótese total ou removível, o
de osseointegração, hoje vivemos o objetivo de conseguir- tecido gengival flácido e sem suporte aumenta a mobilida-
mos uma indicação mais abrangente para os implantes os- de e a instabilidade desta prótese. Porém, o excesso de teci-
seointegrados. Esta tendência se deve à popularização da do gengival sob um pôntico de uma prótese fixa ou adesiva
idéia leiga de que é sempre possível substituir-se raízes ou conforme a emergência de uma prótese sobre implante,
dentárias ausentes por implantes. Apesar do anseio de possibilita o condicionamento deste tecido gengival crian-

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nossos pacientes, isto não é uma verdade. do papilas proximais14,41. Conforme a indicação, o planeja-
Conforme já escrevemos, a indicação de implantes mento pode ser precedido por uma cirurgia periodontal, com
osseointegrados requer uma análise cuidadosa de vários finalidade estética como enxertos de conjuntivo ou a elimi-
fatores, entre eles a análise da quantidade e da qualidade nação da flacidez e da mobilidade pela remoção do excesso
do tecido ósseo da área receptora do implante. A perda do tecidual34,46. Ainda em relação à papila gengival, Gastaldo
elemento dentário freqüentemente provoca atrofia locali- et al14 (2004), mostraram que ela depende prioritariamente
zada do processo alveolar, que pode aumentar sobrema- da distância entre os implantes ou entre implante e dente.
neira a complexidade da reabilitação implantológica. Por Para que ocorra a formação de papila proximal é fundamen-
estes motivos, significantes esforços têm sido feitos nas úl- tal a presença de um volume médio de tecido gengival in-
timas três décadas, para determinar-se o melhor método serido no local. Como em tecido mucoso não se conse-
para criar osso nestas áreas, de modo a tornar a colocação gue sucesso de condicionamento, nas áreas pobres em gen-
de fixações uma técnica mais previsível. Para alcançarmos o giva inserida, recorremos aos enxertos gengivais, obtendo-
melhor resultado estético e fonético na região que sofreu se desta forma quantidade suficiente para atingirmos a per-
perda estrutural, tanto da maxila quanto da mandíbula, é feição estética. A técnica consiste em trabalhar a parede
necessário realizarmos além da reconstrução tridimensio- gengival de um pôntico ou o perfil de emergência no terço
nal do rebordo ósseo, a restauração do contorno gengival. cervical de uma coroa, até que por leve e constante com-
Assim, tanto os enxertos ósseos quanto a manipulação de pressão, provoque a reparação tecidual gengival condicio-
tecidos moles são ferramentas importantes que devem ser nada à forma da prótese neste local. Em relação às técnicas
dominadas pelo cirurgião-dentista e que podem ser utili- mucogengivais para manipulação de tecidos moles em Im-
zadas simultaneamente ou de maneira incremental4. plantologia, devemos salientar o uso da técnica de enxerto
Esses mesmos autores4 relataram que 36% dos paci- interposto de tecido conjuntivo, para solucionar defeitos de
entes que pretendiam receber implantes apresentavam de- depressões acentuadas em regiões que seriam reabilitadas
feitos ósseos que impediam a sua instalação em condições proteticamente. É um procedimento rápido, simples, de
ideais. Isto é explicado pelo fato da reabsorção do osso al- baixo custo e com resultados bastante previsíveis18. As regi-
veolar e o colapso do contorno gengival, decorrentes da ões do palato próxima a molares e pré-molares ou mesmo
perda do elemento dentário, serem considerados como pro- áreas edêntulas são potencialmente doadoras de tecido con-
cessos dinâmicos que ocorrem ao longo da vida. Evidencia- juntivo para um enxerto. Para isso, após a abertura e ade-
se a maior perda óssea no período compreendido entre os quação da área receptora devemos abrir um retalho perio-
primeiros seis meses até os 24 meses após a exodontia, es- dontal comum de espessura total ou parcial, dependendo
pecialmente quando existe uma sobrecarga gerando ten- do seu volume, e promover um afinamento da porção in-
são na região21. É importante ressaltar que deveríamos ter no terna desse retalho. O tecido removido nesse procedimen-

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to pode ser utilizado como enxerto de conjuntivo na região E quanto ao espaço protético? O que devemos enxer-
em que queremos melhorar o contorno gengival24,25. gar? Entender e visualizar as dimensões do espaço protético
Como a superfície do implante influencia na com- a ser reconstruído é de fundamental importância para atin-
plexidade da resolução clínica? Como os novos rumos ca- girmos o sucesso pretendido. O espaço é tridimensional e
minham para uma maior estabilidade inicial, também as deve ser considerado como tal22. Na ausência de elementos
superfícies têm sido aprimoradas. O recobrimento das su- dentais devemos perceber o comprimento, a altura e a forma
perfícies com material rugoso possibilita um maior embri- da área existente. Como avaliação inicial procure imaginar a
camento mecânico inicial. A rugosidade superficial pode área desdentada por si só, desconsiderando tecidos gengi-
ser obtida pela presença de plasma de titânio (TPS), pelo vais e demais áreas, isto é, tente ver apenas o espaço que será
jateamento de óxido de titânio com ou sem revestimento preenchido de alguma maneira pela prótese a ser construí-
de hidroxiapatita (HA), pelos tratamentos ácidos e pela da. Claro que a montagem prévia dos modelos de estudo em
SBM (Soluble Blasting Media). A porcentagem de contato algum tipo de articulador, irá facilitar muito esta visão, pois
entre a superfície do implante e o tecido ósseo é influenci- girando-se o articulador pode-se perceber o espaço protéti-
ada pela textura superficial, material, forma geométrica, co por vários ângulos diferentes. A falta desta percepção es-
qualidade óssea, técnica cirúrgica e tempo de reparação te- pacial gera nas reconstruções complexas defeitos muitas ve-
cidual. Implantes rugosos integram-se mais rapidamente, zes insolúveis como: invadir o espaço da língua e compro-
porém são menos resistentes à periimplantite36, e estão in- meter a dicção; ou a forma incorreta da dimensão da coroa
dicados para as situações onde o tecido ósseo é de baixa devido à falta de espaço interoclusal; ou ainda, o posiciona-
densidade (tipo III ou IV) e, portanto, de pior qualidade40. mento incorreto dos implantes em relação a posição da co-
Aspectos protéticos que influenciam na complexida- roa dental, dificultando sua confecção e posterior distribui-
de do caso: para evitar resoluções complexas devemos nos ção das tensões geradas (Figuras 9 a 12).
PRÓTESE SOBRE IMPLANTE

perguntar sempre:
1. Se o implante colocado pode vir a impedir a posterior
confecção da peça protética por qualquer motivo?
2. Se os implantes osseointegrados apresentam-se imóveis?
3. Se apresentam dor ou desconforto? Figura 9
Moldagem com a
4. Se o tecido ósseo ao qual se prendem irá permanecer guia unida às
estável através do tempo? coroas de molda-
gem posicionadas.
5. Quais são as características do tecido gengival marginal
e onde gostaríamos que este se localizasse ao final do
tratamento?
A destruição óssea deve ser estudada durante o pla-
nejamento inicial, uma vez que, a reabsorção óssea rema-
nescente irá influenciar na escolha do sistema de implante
e nas necessidades da prótese que será suportada por estes Figura 10
implantes. Moldagem finalizada.

Cirurgião e protesista deverão ter, com o consenti-


mento do paciente, um plano de tratamento alternativo que
será posto em prática na cirurgia, em situações onde haja
volume insuficiente de osso para alojar a fixação ou em si- Figura 11
tuações em que a posição ideal de uma fixação não possa Posicionamento da
muralha sobre o
ser alcançada. modelo de trabalho
com os componen-
Devemos sempre lembrar que uma fixação deve ser tes de titânio.
colocada em posição onde tenha maior possibilidade de se
osseointegrar. Afinal de contas o protesista e o cirurgião
devem aceitar essa situação de compromisso já que, uma
fixação osseointegrada em posição aproveitável, mas que
não seja a ideal, ainda é melhor que a ausência da fixação.
O mais importante de tudo é que cirurgiões e protesistas
ajam como equipe e não compitam entre si. A união dos Figura 12
Prova da estrutura
conhecimentos específicos é absolutamente sinérgica para in vivo pré-soldada
o bem-estar do paciente. (teste das uniões).

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O comprimento do espaço protético é importante? que prende o pilar intermediário, fratura de um destes pa-
Sim, o comprimento do espaço protético relaciona-se com rafusos, fratura da prótese, perda da fixação (implante), isto
a biomecânica e os braços de alavanca que serão gerados. é, perda da osseointegração e fratura da fixação por fadiga
Para se minimizar a potência do braço de alavanca deve- do metal. Muitas vezes de difícil recuperação23, o indicador
mos distribuir o maior número possível de pilares sob uma mais comum da presença de sobrecarga mecânica é justa-
prótese fixa ou criar uma extensa área de assentamento para mente o afrouxamento constante dos componentes do sis-
as próteses muco-suportadas. Devemos lembrar sempre que tema. A sobrecarga biomecânica, também, pode acarretar
na ausência prolongada de um elemento natural, o espaço problemas mais sérios, afetando a parte biológica do siste-
protético original muitas vezes se altera e nem sempre será ma, isto é, o tecido ósseo de sustentação. Se a implantação
o mesmo. Isto devido à reabsorção do tecido ósseo alveolar ao tecido ósseo é fraca, pode ocorrer que o dano biomecâ-
pós-exodontia ou à extrusão do antagonista (maciço ósseo nico precede o eventual dano mecânico. Isto nos alerta para
e/ou elemento dental) ou à inclinação dos elementos vizi- a importância de uma avaliação do tecido ósseo como par-
nhos ao espaço protético pela perda do contato estabili- te do planejamento inicial o qual irá definir um maior tem-
zante proximal. Assim, a prótese que será criada muitas po de uso de prótese temporária sobre o implante. Reab-
vezes será diferente das coroas originais, pois se o espaço sorção óssea marginal contínua pode ser indicativa de so-
proximal ou interoclusal, por exemplo, ficou menor a coroa brecarga biomecânica.
protética também ficará. Uma das maneiras de recuperar o Nos dentes naturais, a distribuição de cargas depen-
espaço originalmente existente é através do uso da Orto- de de micromovimentos absorvidos pelo ligamento perio-
dontia corretiva ou conforme a situação, do uso das cirur- dontal. A localização e a inclinação das cúspides altera qua-
gias periodontais. Espaços protéticos longos são sinôni- litativamente o padrão da carga. Implantes osseointegra-
mos de áreas edêntulas longas e o planejamento irá definir dos não apresentam micromovimentos associados à distri-

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as possibilidades reconstrutivas. A meta é sempre a de di- buição de cargas, uma vez que seu sucesso depende justa-
minuir as tensões geradas aumentando-se a quantidade de mente do fato de existir uma pseudo-anquilose. A distri-
pilares da prótese e, quando possível, utilizarmos os im- buição das forças geradas na interface de implantes osseo-
plantes osseointegrados numa proporção próxima ao 1:1 integrados é completamente diferente da conhecida em
conforme a densidade óssea no local. O conhecimento nos dentes naturais. Alguns autores têm sugerido alterações na
auxiliam a quantificar a necessidade de um número maior localização e na própria inclinação das cúspides para limi-
de pilares ou do uso de diâmetros diferentes em planeja- tar a sobrecarga no implante12. O módulo de elasticidade
mento com implantes osseointegrados. As estruturas em do tecido ósseo permite certo grau de deflexão deste em
balanço, como um pôntico para distal ou as alavancas ves- micrômetros, parecendo para alguns que implantes têm
tibular-palatina, sempre induzem maiores esforços nos re- mobilidade, porém, esta deflecção do tecido ósseo não se
tentores aos quais estes pônticos encontram-se conectados compara com a apresentada pelo ligamento periodontal
e, se mal planejadas, levam ao insucesso da prótese20. em dentição natural. Devido a esta falta de movimentação
A distribuição no espaço protético em relação ao tipo dos implantes osseointegrados a maior parte das forças
de prótese que será construída é fundamental. Assim, na dissipadas se concentram na crista do rebordo ósseo8. Isto
maxila aceitamos hoje a idéia de que para cada elemento explica, de certa forma, o padrão inicial de perda óssea de
ausente utilizamos um implante respeitando-se a propor- 1,0 mm no primeiro ano e de mais 1,0 mm nos próximos
ção 1:1, enquanto que para a mandíbula podemos seguir dez anos, após instalação da prótese, considerados como
usando as próteses tipo protocolo definidas inicialmente por indicativos de sucesso na dissipação das cargas geradas
Brånemark e seu grupo, onde apenas seis implantes posi- pelo sistema reabilitador5.
cionados na região de sínfise mandibular sustentam dez Normalmente as forças mastigatórias geram cargas no
elementos fixos. Para ambas as situações devemos manter sentido axial dos pilares. No entanto, vetores transversais
os implantes ferulizados entre si sempre que possível. podem aparecer em decorrência dos próprios movimentos
Qualquer discrepância nesta relação afeta negativamente horizontais da mandíbula ou mesmo da inclinação das cús-
o prognóstico implantológico. pides das mesas oclusais. Estas forças são transmitidas da
Como a direção das cargas resultantes aumenta a prótese para o implante e deste para o tecido ósseo. Deve-
complexidade de cada situação clínica? Os problemas de mos portanto, considerar duas forças em relação à implanta-
sobrecarga mecânica e ou biomecânica que podem apare- ção no tecido ósseo: cargas axiais e os movimentos de defor-
cer, devem-se à presença de parafunção, desenho errôneo mação decorrentes das cargas transversais. Estas cargas di-
da prótese e ou assentamento impróprio da peça. As possí- ferentes entre si, devem ser sempre lembradas no ato do pla-
veis conseqüências de uma sobrecarga mecânica são: afrou- nejamento cirúrgico-protético, principalmente por que as
xamento do parafuso que prende a prótese ou do parafuso axiais são menos danosas que as transversais. Clinicamente

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este efeito é percebido conforme aumentamos a extensão do cuspidação. Então, se o “solo” apresenta uma reabsorção
balanço da viga da prótese, isto é, o cantilever. Este fato so- muito extensa, a coroa a ser criada será longa na sua dis-
brecarrega as implantações na região anterior que irão ab- tância ocluso-cervical, podendo comprometer a estética ou
sorver proporcionalmente a tensão gerada pelo sistema. Ou a fonética. Os problemas estéticos mais freqüentes advêm
ainda, em implantações na região posterior, que estarão su- da ausência de rebordo ósseo alveolar, fazendo com que
jeitas a forças de compressão e que são a somatória da força nos casos de maior reabsorção, os elementos dentais da
oclusal aplicada mais a compensação das forças de tensão prótese sejam mais longos ou necessitem de uma “moldu-
criadas10. A quantidade de força que será gerada irá depen- ra” de gengiva rosa artificial (removível ou fixada) na pró-
der também, da espessura do metal da prótese unitária ou pria prótese. Nas situações clínicas de menor perda de al-
fixa, da calcificação do tecido ósseo e da distribuição dos pi- tura de rebordo ósseo, as limitações estéticas são mais deli-
lares implantados no arco. Este raciocínio se aplica a todos cadas restringindo-se à presença de papila gengival inter-
os tipos de implantes ou mesmo de próteses quando se es- proximal e ao nível em que se encontrará a margem gengi-
tuda a posição dos pilares de sustentação. val vestibular quando da finalização do tratamento. Técni-
As várias cargas geradas concentram-se, na maioria cas cirúrgicas periodontais com finalidade estética vêm sen-
da vezes, no parafuso que prende a prótese ao pilar inter- do aprimoradas para solucionar estas situações clínicas de-
mediário. Este parafuso funciona como um dispositivo de licadas23. Existem ainda, os casos de difícil resolução onde
segurança, uma vez que , este é confeccionado em uma liga ocorreram erros de posicionamento dos implantes. Porém,
metálica que sofre fratura quando muito solicitada. Como não é só a estética que está comprometida, também a altu-
ainda não são conhecidos os limites suportados pelo tecido ra do espaço protético influi diretamente na proporção co-
ósseo, um sistema de segurança é altamente importante, já roa-raiz. Para dentes naturais vários pesquisadores10,19,39,47
que este pode garantir a longevidade da fixação implanta- recomendam como ideal dois terços de raiz clínica para um
PRÓTESE SOBRE IMPLANTE

da, diminuindo sobremaneira, o estresse induzido na inter- terço de coroa clínica, lembrando que a raiz clínica está com-
face implante-osso. Sendo assim, para diminui-lo no para- preendida entre o ápice e o nível da crista óssea existente, e
fuso citado é de fundamental importância o correto assen- que acima desta crista óssea inicia-se a coroa clínica, inde-
tamento da prótese, unitária ou fixa, sobre os pilares im- pendentemente da anatomia dental. Para implantes osseo-
plantados. Também é importante que o parafuso seja ros- integrados, o raciocínio é um pouco diferente; a potência
queado passivamente, isto é, sem induzir tensões, o que da alavanca continua existindo, mas a resistência é diferen-
seria por si só um fator de estresse, principalmente, quando te por não existir a presença de ligamento periodontal. As
associado ao trabalho mecânico gerado pelos contatos in- tensões percebidas pelos pilares estarão mais concentradas
teroclusais do ciclo mastigatório. Convêm lembrarmos que neles próprios e não no tecido ósseo de suporte, funcio-
em implantes osseointegrados, a fixação e o osso encon- nando o ligamento periodontal, como “rompe força” quan-
tram-se intimamente unidos, porém, sem nenhum meca- do estiver presente. Como não estão presentes nos implan-
nismo amortecedor. Portanto, as forças oclusais geradas são tes osseointegrados, lembramos que implantes de maior
transmitidas através da prótese diretamente para o osso de diâmetro possuem maior área de contato ósseo, maior es-
suporte, e se essas forças forem agressivas, efeitos danosos tabilidade e maior resistência aos braços de alavanca gera-
ocorrerão ao tecido ósseo que o suporta2. dos. Para aumentar o braço de resistência, devemos sempre
Quando a mandíbula e a maxila tocam-se em alta que possível, ferulizar os implantes entre si.
velocidade, uma força súbita é gerada, a qual pode ter efei- Além do espaço protético, qual é a influência do vo-
tos destrutivos à prótese, aos componentes do implante e lume ósseo na reabilitação protética? O volume ósseo está
ao tecido de suporte. Para que isto não venha a ocorrer, as relacionado com as reconstruções protéticas mucosas su-
superfícies oclusais devem ocluir simultaneamente em má- portadas ou implanto-suportadas. As mucosas suportadas,
xima intercuspidação, e os contatos prematuros devem ser PTs ou PPRs, transmitem as forças para o tecido gengival
eliminados. Para que não ocorram problemas futuros, os que recobre o tecido ósseo remanescente. Portanto, estão
contatos oclusais devem ser uniformes, e durante os movi- na dependência do volume ósseo sobre o qual estão assen-
mentos excêntricos deve haver desoclusão, evitando, dessa tados. Um menor volume ósseo implica em tecido gengival
forma, uma carga excessiva ou fratura do sistema. com menos suporte e, portanto, uma gengiva mais flácida
E a altura deste espaço protético interfere? A altura ou em uma instabilidade e retenção diminuída da sela pro-
do espaço protético relaciona-se diretamente com dois pla- tética. Já nas próteses implanto-suportadas, o volume ós-
nos o “teto” que seria o plano oclusal e o “solo” que corres- seo está relacionado à altura, espessura e qualidade deste
ponde ao tecido gengival que recobre o remanescente ós- tecido onde estarão ancorados os implantes osseointegra-
seo33. A altura do plano oclusal deve ser recuperada e man- dos. Na dependência deste volume varia a indicação da
tida, pois ela define a dimensão vertical em máxima inter- forma do implante, cilíndrico ou cônico; do diâmetro de

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3,30 mm a 6,50 mm; e do comprimento de 8,5 mm a 20,0 mm. tiva ou destrutiva. A ausência de carga no implante poderia
Também é importante no planejamento conhecermos a qua- resultar em atrofia semelhante à reabsorção alveolar após
lidade do tecido ósseo, isto é, sua densidade e capacidade exodontia; e que um excesso de carga (por exemplo trauma
de receber as tensões geradas pelos pilares protéticos, se- oclusal), poderia resultar em “pressão com necrose” e perda
jam implantados ou naturais, e se contrapor a estas sem do implante13. A ausência de ligamento periodontal, nos im-
sofrer reabsorções30,31,42. Quanto maior for o implante em plantes osseointegrados, provoca a transmissão de cargas ao
seu comprimento melhor é o seu prognóstico. Quanto mais osso adjacente e ao implante6. Já, em dentição natural, o li-
porosa for a estrutura óssea, pior a sua qualidade e também gamento periodontal absorve parte da carga e dissipa de
pior é o seu prognóstico17. Os implantes de melhor prog- certa forma a restante. Assim, quando cargas são aplicadas
nóstico estão situados na sínfise da mandíbula. Os de pior sobre implantes osseointegrados, estes se comportam dife-
prognóstico, na região da tuberosidade da maxila. Convém rentemente que os de elementos naturais, transmitindo a
lembrar que a extensão em balanço pode estar tanto no sen- carga ao tecido ósseo com maior intensidade e alterando o
tido mesiodistal quanto no vestíbulo-lingual. fenômeno de remodelação óssea de alguma maneira.
Como resolver a estética e a expectativa do pacien-
te? Está claro, que além de todas as considerações feitas
anteriormente devemos não nos esquecer de atender as ex-
pectativas do paciente. Estas expectativas se refletem basi-
camente em duas áreas: a função e a estética. A função mas-
tigatória é a expectativa mais fácil de ser preenchida. A es-
tética é mais difícil e exige do especialista uma relação bidi-
recional com o paciente, na tentativa de estabelecer-se uma

PRÓTESE SOBRE IMPLANTE


expectativa realista antes que o tratamento seja realizado.
Figura 13
Montagem Uma expectativa realista traduz-se em um paciente cola-
das facetas.
borador e ativamente participante do tratamento. Isto faci-
lita a obtenção de um resultado final satisfatório e por con-
seguinte de um prognóstico melhor. Quanto ao material de
recobrimento estético que envolve a estrutura metálica da
prótese, devemos considerar que suas propriedades devem
apresentar resistência suficiente para não se fraturar; po-
rém, capacidade de desgaste semelhante ao do esmalte den-
tal, mesclando-se ao sistema oclusal como um todo. As al-
ternativas protéticas são também determinantes no prog-
Figura 14 nóstico. Ocasionalmente uma sobredentadura pode ter
Vista lateral
em articulador. prognóstico melhor que uma prótese total fixa. Da mesma
forma trabalhos protéticos mistos, que combinem prótese
fixa sobre implantes com próteses removíveis, podem ter
prognóstico melhor em determinadas situações que próte-
ses totais fixas. Avaliar os esforços originados nas fixações,
a oclusão, a quantidade e qualidade dos dentes antagonis-
tas, o suporte interno labial é uma necessidade ao se optar
pelas várias alternativas protéticas.
Considerando, portanto, os aspectos discutidos nos
itens anteriores, as seguintes diretrizes são válidas para apli-
cações clínicas. É contra-indicada a confecção de cantilever
Figura 15 em implantes unitários. A extensão máxima para cantilever
Vista final
em paciente. em implantes de arranjo linear, usando duas ou três fixa-
ções, é aproximadamente igual ao comprimento do implan-
O estudo das tensões sobre o tecido ósseo e suas con- te. A extensão máxima para cantilever em implantes de ar-
seqüências nos ajudam a compreender melhor o uso dos ranjo curvo, usando quatro ou seis fixações é quase duas
implantes osseointegrados. O tecido ósseo remodela sua es- vezes o comprimento (ântero-posterior) do implante. Po-
trutura segundo a carga que lhe é imposta. A variação desta rém, algumas modificações podem ser feitas, dependendo
carga poderá determinar no osso uma remodelação constru- da profundidade dos parafusos de fixação e da qualidade

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óssea. Os pilares intermediários também podem influir na ocorrer quando um implante falha, quando existe pouca
estética final da prótese. Para as situações clínicas onde o estrutura óssea para reter o implante e quando os seios
tecido gengival é muito fino e transparente ou o espelho do maxilares ou o nervo dentário inferior impedem a confec-
implante não está posicionado corretamente ao nível da ção de próteses retidas por implantes isolados27. Quando é
crista óssea marginal, podemos utilizar os pilares de cerâ- solicitada a união de implante ao dente natural para a fa-
mica aluminizada ou de zircônia, mais conhecidos para es- bricação de prótese implante-dento-suportada, existem al-
tas situações clínicas. Os pilares podem ser confeccionados gumas controvérsias quanto à sua indicação, como a distri-
em CADCAM e adaptados a várias situações clínicas. Po- buição biomecânica das cargas oclusais funcionais aplica-
rém, lembramos que se o planejamento cirúrgico-protético das11. Isto é devido à pequena mobilidade do implante os-
for corretamente executado não haverá necessidade da uti- seointegrado que é fixado rigidamente dentro do osso quan-
lização de pilares intermediários especiais (mais onerosos) do comparado ao elemento natural circundado pelo liga-
e os cônicos ou cilíndricos serão suficientemente eficientes. mento periodontal, havendo um movimento aproximado
Qual é a correta validação de pilares protéticos? A de 0,5 mm em dentes naturais bem-posicionados e 0,1 mm
correta avaliação dos pilares que sustentarão a prótese com- em implantes quando submetidos às forças mastigatórias;
plementa o planejamento protético. Todo pilar de qualquer portanto, uma diferença de 5:145. Implantes osseointegra-
tipo de prótese deve ter condições de receber e dissipar as dos são mais rígidos que os dentes naturais, e se um encai-
cargas advindas da prótese. Para uma avaliação correta de- xe rígido é usado entre a prótese e o dente natural, o esfor-
vemos considerar três fatores básicos: a relação coroa-raiz, ço gerado pelas forças oclusais é primariamente recebido
a forma e a configuração da raiz e a área de implantação pelo implante. E como resultado, os seguintes problemas
desta com o tecido ósseo. Os tecidos de sustentação que podem estar presentes clinicamente: o implante pode rece-
circundam os pilares devem estar sadios e sem inflamação. ber uma carga excessiva, resultando no fracasso do traba-
PRÓTESE SOBRE IMPLANTE

Os pilares não devem apresentar mobilidade uma vez que lho, especialmente em implantes unitários, além de o den-
estarão recebendo cargas extras; porém quando houver al- te natural poder sofrer uma atrofia por desuso, afetando os
guma dúvida devem ser ferulizados para maior segurança e tecidos de suporte mais rapidamente. Também é possível
duração. A posição do implante no arco também origina que o dente natural receba uma carga imprópria, o que pode
prognósticos diferentes. Dificilmente pode-se utilizar im- resultar na perda deste a longo prazo. Porém, quando a co-
plantes longos nas áreas de pré-molares e molares superi- nexão for extremamente necessária entre o dente natural e
ores e inferiores pela presença do seio maxilar e do canal o implante osseointegrado, uma conexão não rígida deve
dentário inferior respectivamente. Quanto à profundidade, ser incorporada à prótese. Devemos enfatizar que a quali-
o espelho do implante deve estar localizado no nível ou dade e a estabilidade do implante para atuar junto com o
abaixo da crista óssea marginal. Isto irá assegurar o espaço dente na sustentação da prótese de conexão semi-rígida não
necessário interoclusal quando da confecção da coroa pro- foi bem estabelecida, e um exemplo disso é a possibilidade
tética e evitar a necessidade de utilizar-se um pilar inter- de intrusão de dente natural9. Atualmente devemos consi-
mediário cerâmico. Quando pensamos em pilares naturais derar que o tema ainda é polêmico e, portanto, a conduta
ou implantes osseointegrados para sustentar nossas próte- clínica a ser seguida é a de evitarmos a união entre implan-
ses, devemos também pensar na biomecânica e nas suas tes osseointegrados e elementos naturais.
implicações26. Principalmente pela ausência de ligamento Qual a influência da distribuição destes pilares no arco
periodontal em implantes e pelo fato do tecido ósseo de dental? A distribuição de pilares no arco dental deve estar de
sustentação ser semelhante a um “solo vivo” e dinâmico, acordo com rígidos princípios de biomecânica para reduzir
onde seu limite é ainda desconhecido, muitas das situações concentração de esforços ou aparecimento de cargas hori-
criadas são de sucesso imprevisível. Devemos respeitar os zontais. As alavancas formadas são altamente compromete-
limites das estruturas envolvidas, conhecendo melhor seu doras em todas as situações clínicas criadas, sendo sempre
comportamento através de simulações em análises de ele- potencializadas quando pela oclusão. As distribuições dos
mentos finitos, que nos permitam entender melhor a for- pilares no arco dental devem buscar sempre o equilíbrio e a
ma como as tensões são geradas28. A união rígida entre dente estabilidade da prótese em si. Consegue-se o equilíbrio anu-
natural e implante deve ser evitado, como também o mo- lando-se os braços de alavanca que são gerados quando do
mento certo para se substituir um elemento natural por uso da prótese. Os pilares devem formar uma figura poligo-
implante osseointegrado precisa ser mais bem-estudado. nal o que por si só permite um aumento na estabilidade fi-
Em edentados parciais a prótese pode ser construída nal. Devemos evitar pilares em linha reta, pilares muito dis-
apenas sobre implantes ou com envolvimento do dente na- tantes entre si, pilares curtos e delgados, pilares longe das
tural e implante osseointegrado utilizado-os simultanea- lojas cêntricas das coroas construídas, e usar sempre o bom-
mente como elementos de suporte44. Esta situação pode senso e o conhecimento sem inventar demais.

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Qual a extensão de um cantilever? A cargas geradas lica é da ordem de 60%. Desta forma recomendamos a con-
por uma prótese aos implantes a ela associados não pode fecção de retenções bastante exageradas na estrutura metá-
ser precisamente conhecida, mas avaliações podem ser fei- lica, o que diminuiu em muito as fraturas ocorridas em nos-
tas através de modelos aproximados. Sem cantilevers, a força sos casos clínicos . Embora a cerâmica seja o melhor material
máxima vertical em qualquer implante osseointegrado será para se utilizar devido as suas características, tais como esta-
geralmente menor que a força mastigatória. Com cantile- bilidade de cor, resistência à abrasão, estética, união ao metal
vers, no entanto, a carga máxima sobre o implante próximo etc, há problemas em relação a sua dureza superficial. Por ser
a sua região poderá ser duas ou três vezes maior que a força pouco resiliente acredita-se, embora não confirmado, esta-
de mordida que a gerou, enquanto que, o próximo implan- tisticamente, que este material poderia causar dano à osseo-
te vizinho a este, pode estar uma ou duas vezes abaixo da integração devido ao fato de não atenuar as cargas oclusais
mesma força de mordida gerada12. que passariam ao implante e deste ao tecido ósseo. No en-
Precisão de adaptação entre os componentes do sis- tanto, estudos comparativos entre a utilização de resina acrí-
tema é importante? Estruturas metálicas da prótese e todos lica ou cerâmica na superfície oclusal demonstraram que não
os componentes do sistema, devem ser precisamente cons- há qualquer diferença significativa entre eles29,35. A oclusão é
truídas, produzindo boa adaptação, para termos certeza que um fator determinante no prognóstico dos implantes osseo-
os parafusos do sistema possam manter uma tensão de integrados. Sabemos que os implantes funcionam muito bem
aperto entre os componentes protéticos e os pilares inter- quando a carga que recebem tem uma direção paralela ao
mediários. Desajustes de adaptação devem ser evitados, seu longo eixo. Todavia nem sempre é possível, pela quanti-
porque podem gerar pré-cargas aos implantes, mesmo an- dade óssea, deixar os implantes paralelos à força oclusal.
tes que ocorram forças interoclusais sobre a prótese. Lem- Quando isto não for possível, devemos lembrar que quanto
bramos ainda que a futura prótese deve ser construída em mais forças horizontais ou quanto maior esta força for, pior

PRÓTESE SOBRE IMPLANTE


materiais que tenham a capacidade de proteger o implante. será o prognóstico para o implante. Devemos analisar as for-
Tipo de antagonista? Geralmente pouco considerado ças da mastigação, o padrão oclusal do paciente, assim como
no momento do planejamento o antagonista desempenha a presença de movimentos parafuncionais.
considerável importância na longevidade do tratamento. A Existem na realidade três perguntas para as quais ain-
oclusão, a dimensão vertical, as interferências ou prematuri- da não possuímos as respostas definitivas: quais são as car-
dades funcionais, a intensidade da carga mastigatória gera- gas que um implante deve suportar in vivo, o que determi-
da, entre outros, estão intimamente relacionados. Assim, se na como estas cargas são transmitidas aos tecidos vizinhos
o antagonista for outra prótese implanto-suportada, as com- e qual é o significado biológico desta cargas transmitidas?
ponentes geradas terão valores mais altos; porém, se o an- Para avaliarmos as cargas que incidem sobre os implantes
tagonista for uma prótese mucosa-suportada, devido à re- devemos considerar três fatores:
siliência do tecido gengival, estes valores serão mais baixos. Tipo de mastigação: freqüência, força de mordida,
Recomendamos então que em reconstruções extensas, ma- seqüência do ciclo mastigatório, lado preferencial de mor-
xila e mandíbula, nunca se faça próteses fixas implanto-su- dida, movimentos mandibulares, atividades estáticas ou
portadas com as mesas oclusais em cerâmica (ocluindo entre dinâmicas etc.
si), porque o estresse gerado, devido a dificuldade de se ajus- Tipo de prótese: total ou parcial; muco-suportada e
tar seletivamente, será tão alto, devido as cargas excêntricas, implante retida ou implante-suportada; quantidade, tama-
que a possibilidade de fraturas ou perda de osseointegração nho e localização dos implantes; material restaurador oclu-
será muito grande. Existem também outros fatores a serem sal e a angulação dos implantes.
observados tais como: a união da cerâmica ao metal; o uso As propriedades biomecânicas das estruturas e ma-
de compômeros entre o elemento artificial e a estrutura me- teriais que compõem a prótese osseointegrada, o implante
tálica, o uso da técnica do“sanduíche”, onde a mesa oclusal é e o tecido ósseo adjacente, tais como: módulo de elastici-
construída em metal do tipo III e não se une ao metal da dade, resiliências, tipo de conexão entre implantes e próte-
sobreestrutura metálica existindo entre eles um recheio de se (cimentada x parafusada), quantidade e qualidade de osso
resina; e por fim, a influência da resistência do bolo alimen- medular e cortical, calcificação destes e deflexão da mandí-
tar nos esforços mastigatórios. Normalmente os compôme- bula, quantidade de implantes, diâmetro e comprimento,
ros ou cerômeros utilizados, embora exista o tratamento de distribuição no arco, padrão muscular e relacionamento com
silanização, não possuem o mesmo poder de união ao metal o antagonista dentes naturais ou próteses.
da sobreestrutura como uma porcelana bem coccionada. Tal- Como a ciência é dinâmica, é muito importante es-
vez este seja o motivo pelo qual Carlson7, analisando os re- tarmos sempre nos atualizando e aprimorando os conheci-
sultados obtidos em estudos multicêntricos, afirmou que a mentos de maneira a encontrarmos melhores opções de
incidência de fraturas ou problemas na matriz de resina acrí- planejamento cirúrgico-protético.

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