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Manual Geor
Manual Geor
Elaboração e Gestão
de Projetos
Orientados para
Resultados
Abril, 2008
Apresentação ...................................................................................................... 4
O Manual ........................................................................................................ 6
Capítulo 1 – Fundamentos................................................................................... 7
1.1 Conceito e Tipologia de Projetos Orientados para Resultados .............................. 10
1.2 Ciclo de Elaboração e Gestão de Projetos Orientados para
Resultados ............................................................................................................. 12
1
Etapa 14: Definição do processo de mensuração de resultados ......................38
Capítulo 4 – Monitoramento............................................................................... 57
4.1 Conceito de Monitoramento .................................................................................... 57
4.2 Finalidades do Monitoramento................................................................................ 58
4.3 Critérios de seletividade.......................................................................................... 59
4.4 Reuniões de Monitoramento ................................................................................... 60
4.5 Situação do Projeto................................................................................................. 60
4.6 Gestão de Restrições.............................................................................................. 61
2
5.1.8.4 Exame técnico............................................................................................... 70
5.1.8.5 Levantamento de dados junto a entidades externas .................................... 70
5.1.8.6 Pesquisa de imagem..................................................................................... 71
5.2 Quem realiza as mensurações ............................................................................... 72
5.3 Os relatórios de mensuração .................................................................................. 72
5.4 Avaliação do projeto................................................................................................ 73
5.5 Divulgação de resultados........................................................................................ 74
5.6 Revisão do projeto .................................................................................................. 74
Anexos ...................................................................................................... 76
Anexo A - Árvore de Configuração do Projeto.............................................................. 77
Anexo B - Matriz de Correlação entre Ações e Resultados ......................................... 78
Anexo C - Acordo de Resultados.................................................................................. 79
Anexo D - Análise de Partes Interessadas ................................................................... 83
Anexo E - Glossário ...................................................................................................... 84
Anexo F - Referências Bibliográficas sobre Avaliação ................................................. 89
3
Apresentação
4
No nível estratégico:
No nível tático:
No nível operacional:
5
O Manual
6
Capítulo 1 – Fundamentos
7
Atributo 2 – Orientação de ações e recursos para
resultados finalísticos
Resultados
Ações
Recursos
8
Além disso, o processo de aprendizagem traz como importante benefício grande
melhora na percepção e compreensão do projeto e de seus pontos críticos,
conduzindo a avanços qualitativos nas ações preventivas ou corretivas, na
própria postura dos atores envolvidos e em sua capacidade de elaborar
respostas mais precisas às demandas existentes.
9
Atributo 4 - Intensidade, prontidão e proximidade da
ação gerencial
10
Esses dois tipos de projetos têm estruturas muito semelhantes. A diferença
fundamental entre eles é que o projeto orientado para resultados finalísticos é
desenhado e avaliado em função da transformação pretendida. Já o projeto
orientado para produtos limita-se à “entrega” de um bem ou serviço.
Os projetos orientados para resultados finalísticos também geram produtos que,
combinados entre si, provocam a transformação almejada pelo público-alvo.
Uma outra forma de alcançar resultados finalísticos é organizar grupos
sinérgicos de projetos orientados para produtos que, combinados, provocam as
transformações planejadas. Por exemplo, projetos como expansão do metrô e da
rede ferroviária, construção e manutenção de vias rodoviárias e expansão da
rede portuária podem estar desenhados individualmente com orientação para
produtos, porém compor um grupo sinérgico de projetos alinhados a uma visão
de longo prazo e que provoquem a melhoria das condições logísticas e o
conseqüente aumento da competitividade das empresas de uma determinada
região.
Projetos Grupo
Orientados Resultados Sinérgico de
para finalísticos Projetos
Resultados Orientados
Finalísticos para Produtos
Produtos
Projetos
Orientados
para Produtos Ações
Recursos
11
• são intensivos em gestão - a obtenção de resultados concretos
exige um esforço diário e sistemático de mobilização de recursos,
motivação de pessoas, construção de compromissos, execução de
atividades, verificação de prazos e custos, diálogo com o público-alvo,
superação de restrições e dificuldades, administração de conflitos,
enfim, um amplo e contínuo trabalho gerencial.
Estruturação e
Avaliação
Contratualização
Resultados
Fazer finalísticos ou
Acontecer produtos para o
público-alvo
Monitoramento Gerenciamento
12
escopo desta etapa. Seus atributos, práticas e procedimentos estão descritos no
capítulo 3.
O monitoramento compreende a coleta e interpretação sistemática de
informações sobre a execução do projeto e o progresso de sua implementação;
a comparação do realizado com o programado; a identificação e/ou antecipação
de desvios ou restrições relevantes e a efetivação de medidas corretivas ou
preventivas. A essência do escopo desta etapa é a geração de informações
capazes de provocar decisões necessárias para assegurar a implementação do
projeto. Seus atributos, práticas e procedimentos estão descritos no capítulo 4.
Finalmente, a avaliação consiste em verificar o mérito do projeto como um todo,
especialmente se os resultados finalísticos ou os produtos estão sendo (ou
serão) gerados, indicando medidas corretivas ou preventivas e propiciando
aprendizagem sistemática da organização. A efetividade do projeto é o foco
essencial da avaliação e das conseqüentes revisões do projeto. Os principais
métodos e procedimentos de avaliação estão descritos no capítulo 5.
13
Capítulo 2 – Estruturação e Contratualização de
Projetos Orientados para Resultados
A estruturação e contratualização de
um projeto orientado para resultados Avaliação
Estruturação e
é um processo de gabinete
concentrado na redação do
documento do projeto.
Recursos
Público
Alvo
Ações Produtos
Foco Responsáveis
Resultados
estratégico
Custo total e
Objetivo alavancagem
Processo de avaliação
Premissas para
dimensionamento de
resultados Análise de Consistência
Acordo de Resultados
14
O processo não é e nem deve ser tão linear como sugere a figura. No entanto,
há uma seqüência geral a ser seguida, que organiza a negociação em blocos,
como segue:
a) análise do diagnóstico e dos antecedentes para estabelecer um
primeiro delineamento do projeto;
b) identificação preliminar de parceiros visando à conjugação de
recursos e competências;
c) verificação da aderência às estratégias das instituições envolvidas no
projeto;
d) discussão dos problemas, gargalos, oportunidades, desafios de
mercado e de competitividade;
e) definição do público-alvo, do objetivo geral, do foco estratégico e dos
resultados. Esta fase deve ser realizada sempre antes de se pensar
em ações, recursos, prazos e responsáveis, e não ao contrário!
f) definição das premissas para o dimensionamento dos resultados e do
processo de avaliação;
g) definição de ações e suas metas, recursos, cronograma físico e
financeiro e responsáveis;
h) estabelecimento da estratégia de implementação, da organização
para o gerenciamento e do horizonte de planejamento; apuração do
custo total e alavancagem; e
i) análise da consistência geral do projeto e formulação do Acordo de
Resultados.
15
3. Objetivo geral: síntese da transformação ou produtos demandados
pelo público-alvo, no horizonte de tempo do projeto;
4. Resultados: produtos ou transformações resultantes da execução do
projeto, incluindo:
a. Resultados finalísticos: transformações que devem ser
produzidas no público-alvo ou junto a ele com a execução do
projeto, compreendendo a situação almejada, seu indicador,
meta, prazo de consecução, método de avaliação e respectivos
prazos de medição;
b. Resultados intermediários: efeitos decorrentes da realização de
um conjunto de ações do projeto que contribuem para o alcance
dos resultados finalísticos, compreendendo a situação almejada,
seu indicador, meta, prazo de consecução, método de avaliação e
respectivos prazos de medição; ou
c. Produtos: bens ou serviços entregues ao final da execução do
projeto, definidos em função da especificação do produto, sua
meta e prazo.
5. Premissas para dimensionamento dos resultados: hipóteses
adotadas quanto à evolução de fatores de risco externos ao
projeto e não controláveis, principalmente alterações no mercado,
que podem acarretar riscos ao alcance dos resultados almejados;
6. Ações: iniciativas específicas que devem ser executadas para, em
conjunto, produzir os resultados estabelecidos, especificando-se
metas, prazos, marcos críticos, recursos envolvidos e responsáveis
por sua viabilização financeira e execução;
7. Marcos críticos: eventos ou etapas mais significativos e essenciais
ao desenvolvimento do projeto, que expressam a dinâmica de
execução;
8. Recursos: pessoal, meios físicos, logísticos, informacionais e
financeiros necessários para a realização das ações, com suas
respectivas fontes;
9. Cronogramas físico e financeiro: prazos para a execução das
ações e seu seqüenciamento ao longo do tempo (cronograma físico),
e para a aplicação de recursos financeiros e respectivos montantes
por fonte;
10. Estratégia de implementação e organização para gerenciamento:
caminhos escolhidos para a concretização do projeto, tendo em conta
principalmente a articulação de recursos, as parcerias e os pontos
essenciais do modo de execução; desenho do esquema
organizacional geral do projeto, com ênfase na governança, na
divisão do trabalho, na atribuição de responsabilidades (pela
execução, gerenciamento, monitoramento e avaliação) e nos
mecanismos de coordenação e supervisão;
11. Plano de curto prazo: realizações (metas parciais, marcos críticos,
produtos) de ações selecionadas que deverão ser alcançadas em
16
horizonte de curto prazo, destinadas a imprimir a dinâmica necessária
à implantação do projeto;
12. Horizonte de planejamento: prazo total de execução do projeto, no
qual serão alcançados todos os resultados estabelecidos;
13. Custo total e participação das instituições parceiras e do
público-alvo: valor total do projeto, necessário à execução das ações
planejadas, e valor da participação de cada parceiro; e
14. Acordo de resultados: instrumento de pactuação de
responsabilidades e compromissos assumidos pela organização,
parceiros e o público-alvo no tocante à execução e gestão do projeto.
17
É importante notar que a estruturação de um projeto orientado para resultados é
fortemente marcada pela singularidade, caráter dinâmico e aproximações
sucessivas.
18
Etapa 2: Definição do foco estratégico
Foco Estratégico
19
Projeto Setorial Integrado de Promoção de Exportação da
Indústria Brasileira de Audiovisual
20
Exemplos de Definição de Público-Alvo
Projeto Público-alvo
21
Exemplos de Definição de Objetivo Geral
22
cada resultado finalístico ou intermediário deve corresponder um e somente um
indicador.
Para facilitar a formulação dos resultados finalísticos e intermediários, sugere-se
a seguinte lógica de construção metodológica :
Construção de 49 unidades prisionais, proporcionando uma oferta de mais de 26,5 mil novas
vagas, até 2006.
23
Conteúdo dos Resultados do tipo Produto
1
Tais como as “árvores de objetivos” ou diagramas de causa-efeito.
24
Critérios para Seleção de Resultados Finalísticos e Intermediários
• Abrangência. O conjunto de resultados deve cobrir as transformações
mais relevantes, expressas no objetivo geral, e coerentes com o
público-alvo. O número de resultados deve ser o menor possível.
• Relevância. O projeto deve ter um número limitado de resultados,
suficiente para referir-se às questões mais relevantes constantes do
objetivo.
• Viabilidade. Os resultados devem possuir indicadores, cuja coleta de
dados para mensuração seja simples e com prazos e custos razoáveis.
• Singularidade. Deve-se buscar a menor superposição possível entre
todos os resultados e seus indicadores.
• Compreensão. Os resultados e seus indicadores devem ser de
interpretação inequívoca.
2
Exemplo modificado para melhorar o entendimento
25
Exemplo de Resultados Intermediários
Projeto Resultado
Projeto Produto
3
Os resultados intermediários do projeto PSI de artefatos de couros e calçados presentes não correspondem a
exemplos reais, foram criados somente para ilustrar os conceitos.
26
b) fatores ou variáveis-micros: dizem respeito a fatores do ambiente
específico em que o projeto está inserido. Ex: manutenção dos
incentivos e benefícios acordados com as esferas de governo
federais, estaduais e municipais alemães.
A definição das premissas é parte essencial da análise e do gerenciamento de
riscos do projeto, descrito no Capítulo 3 deste Manual. Trata-se de um exercício
de reflexão sobre aspectos do ambiente macro ou micro que podem afetar o
alcance das metas estabelecidas para cada resultado. Deve-se ter o cuidado de
considerar a singularidade do projeto, os fatores econômicos, sociais, políticos,
institucionais ou ambientais, não controláveis, que possam afetar o mercado, a
produção, a produtividade, a logística, o meio-ambiente, evitando a simples
repetição de premissas genéricas adotadas em outros projetos.
É, portanto, da maior relevância a identificação de riscos na fase de estruturação
do projeto, por meio do exame cuidadoso dos seus componentes e condições de
implantação, assim como de análise prospectiva do contexto em que ele se
insere, com enfoque sistêmico, considerando todo o conjunto de variáveis que
possam vir a afetar o seu desempenho. Os riscos relevantes identificados nesta
fase devem ser explicitados nas premissas para dimensionamento dos
resultados e monitorados durante todo o curso do projeto, com visão
prospectiva. Os riscos devem ser analisados e discutidos com parceiros e partes
interessadas, visando definir se devem ou não ser aceitos. Na hipótese de não
aceitação dos riscos pelos parceiros e público-alvo, o projeto deve ser
descontinuado.
A adequada definição das premissas para dimensionamento dos resultados é
essencial para a condução, avaliação e monitoramento do projeto, pois caso
alguns fatores não controlados ultrapassem os limites pré-definidos, podem
ocorrer sérias distorções em relação ao cumprimento dos resultados
pretendidos.
Deve ser evitada a indicação de premissas de ordem muito geral, como por
exemplo o crescimento econômico do país, se estas não constituírem risco
relevante para o projeto.
Também é preciso ter o cuidado de não considerar as premissas como
“justificativas” para o não alcance dos resultados. É papel do gerente do projeto
monitorar a evolução desses fatores e diligenciar para que medidas corretivas
sejam adotadas para manter o projeto em rota adequada à obtenção dos
resultados.
27
Exemplo de Premissas
Projeto Premissas
Implementação da nova lei de incentivos fiscais 2006
APL de Confecções de Crescimento econômico anual do país acima de 2% ao ano
Petrópolis - RJ Manutenção da taxa de câmbio do dólar entre R$ 2,30 e R$ 3,20
Taxa de inflação média do país de até 6% a.a.
Projeto Investidor – Manutenção das condições vigentes no comércio internacional de
Adensamento da produtos agrícolas, como por exemplo cláusulas SPS aplicadas por
Cadeia Produtiva de países compradores, políticas de cotas, subsídios, etc.
Produtos Orgânicos
Manutenção do cenário macroeconômico favorável à atração de
investimentos para o setor. Perspectiva de manutenção da tendência
de queda da taxa de juros com previsão de 16,5% aa até o final do
ano de 2006. Crescimento médio do PIB acima de 3% no ano de
2006. Manutenção da taxa de câmbio real entre 2 e 3 % em nível
competitivo.
Projeto Horizontal - Taxa cambial estável com dólar variando numa faixa de R$ 2,50 a R$
Promoção de 3,00
Exportações de Frutas
Manutenção das barreiras fitossanitárias, sobretudo relacionadas à
e Derivados: 2005
Europa e Ásia
Redução das exigências fitossanitárias para exportação aos EUA
Redução dos custos de frete marítimo
Manutenção do consumo médio de 135kg habitantes/ ano
Inexistência de paralisações do sistema federal de fiscalização
agropecuária
28
Em projetos em andamento, as ações de baixo impacto devem ser
descontinuadas ou reorientadas.
Formação de Agentes de
Agentes formados 15 agentes formados
Desenvolvimento Rural
Capacitação de mão-de-obra no
Trabalhadores
cultivo e manejo de flores e 200 trabalhadores capacitados
capacitados
folhagens tropicais
Sensibilização e apresentação do
Empresas participantes 45 empresas participantes
projeto
Certificação e adequação de
Produtos certificados 5 produtos certificados
produtos
3 pesquisas do mercado
Pesquisa de mercado Pesquisas realizadas
africano
29
capacitação tecnológica em instrumentos médico-hospitalares,
melhoria do processo produtivo, plano de logística, etc);
b) descrição - a descrição da ação deve transmitir com clareza a sua
finalidade, conteúdo e forma de implementação (o que vai ser feito,
porque vai ser feito e como vai ser feito);
c) coordenador da ação - pessoa física responsável pela realização da
ação (somente um coordenador por ação);
d) entidade responsável pela execução – entidade à qual pertence o
coordenador da ação;
e) entidade responsável pela viabilização financeira;
f) datas de início e término da execução da ação. As datas de início e
término da ação devem ser estabelecidas considerando: o tempo
necessário à sua execução, o período de maturação para gerar o
impacto desejado sobre os resultados e a vinculação com outras
ações que a devam preceder ou suceder;
g) valor orçado - valor ou custo total da ação;
h) meta – quantificação do produto resultante da execução da ação. A
cada ação deve corresponder um único produto;
i) marcos críticos - eventos ou etapas mais significativas e essenciais
ao desenvolvimento da ação/ projeto, que expressam a dinâmica de
execução. Este elemento será mais bem detalhado no item 8.2, a
seguir;
j) realização financeira – especificação dos recursos financeiros
necessários para a execução, assim como os responsáveis pela
viabilização financeira (identificando o valor a ser alocado por cada
um); e
k) resultados relacionados - conjunto de resultados que a ação
influencia significativamente.
30
Os marcos críticos permitem que a equipe gerencial concentre sua atenção nos
eventos mais importantes da implementação do projeto.
A definição dos marcos críticos não isenta o responsável pela execução de cada
ação de proceder ao seu detalhamento, de modo a gerar, à parte, um
cronograma físico e financeiro que contemple todas as suas etapas e atividades,
para efeito de gerenciamento operacional.
Os percentuais associados a cada marco crítico expressam a intensidade do
esforço necessário à superação deste em relação ao esforço total relativo ao
conjunto dos eventos críticos em cada ação, segundo a percepção do
coordenador da ação e do gerente do projeto. Os percentuais não devem ser
interpretados como medida da execução física do projeto como um todo, e sim
da superação dos eventos ou etapas mais importantes e difíceis do projeto.
O último marco crítico de cada ação deverá corresponder obrigatoriamente ao
encerramento da ação, podendo ser descrito e dimensionado de forma
padronizada (ação encerrada - 1%), ou corresponder ao evento que caracteriza
o encerramento da ação (exemplo: relatório entregue – 10%).
A escolha dos marcos críticos é uma tarefa que deve ser liderada pelo
coordenador da ação e realizada em conjunto com o gerente do projeto. Ao final,
o gerente terá construído uma visão completa dos pontos críticos do projeto e,
do mesmo modo, cada responsável por execução de ação.
Os marcos críticos devem ser escritos na forma de ações realizadas. Descrever
um marco crítico como “infra-estrutura da feira contratada” é mais eficaz do que
“contratação da infra-estrutura da feira”, pois representa uma conquista e mostra
que o projeto avançou.
31
Exemplo de Ação
Projeto: PSI de Promoção de Exportação de Artefatos de Couros e
Calçados4
Marcos Críticos
4
Este exemplo trata de uma ação existente no projeto, porém o seu detalhamento foi modificado
conceitualmente para melhorar a compreensão.
32
Metas
Realização Financeira
Resultados Relacionados
Resultados
• Reduzir os custos de fabricação e distribuição dos artefatos de Couros e
Calçados em 15%, até maio de 2006.
• Ampliar de 30 para 40 o número de mercados-alvo do projeto, até
dezembro de 2006.
• Aumentar o volume de exportações das empresas beneficiadas pelo
projeto para US$ 51,4 milhões, até dezembro de 2005.
33
Etapa 10: Definição do horizonte de planejamento
Por outro lado, o horizonte não deve ser excessivamente longo, uma vez que a
realidade do público-alvo muda ao longo do tempo, surgindo novos problemas,
gargalos e oportunidades que podem ser tratados em novos projetos.
34
Etapa 12: Construção da visão de conjunto - árvore de
configuração do projeto
35
Para a realização da análise, sugere-se uma série de perguntas:
36
finalísticos? Há relações de causalidades entre ações e os
resultados?
• Premissas para dimensionamento dos resultados: referem-
se a fatores externos não controláveis que podem acarretar
riscos ao alcance dos resultados almejados? As variáveis
estabelecidas são coerentes com a realidade, local, regional e
nacional?
• Foco estratégico: reflete os principais problemas, gargalos e
oportunidades identificados? Indica as opções prioritárias para
a concretização dos resultados do projeto?
• Ações: são necessárias e suficientes para se alcançar, em
conjunto, os resultados almejados? Estão coerentes com o
foco estratégico? As metas (produtos) estão definidas de
modo a se correlacionar com os resultados? Há recursos
suficientes? Há coerência entre metas físicas, metas
financeiras e prazos? Estão definidas as responsabilidades
pela execução das ações? Estão definidas as fontes de
recursos financeiros? Os marcos críticos são realmente
representativos dos eventos ou etapas mais importantes de
cada ação? Seus prazos de execução são coerentes com as
datas de início e término da ação e vice-versa? São
adequados para o gerenciamento e monitoramento do projeto?
• Cronograma físico e financeiro: estão estabelecidos prazos
para a execução das ações e seu seqüenciamento ao longo
do tempo (cronograma físico)? E para liberação de recursos
financeiros e respectivos montantes por fonte (cronograma
financeiro)?
• Estratégia de Implementação e organização para o
gerenciamento: estão indicadas as linhas mestras do modo
de execução do projeto? As articulações institucionais e as
parcerias necessárias para o equacionamento das questões
mais relevantes do foco estratégico? A interlocução com a
governança do projeto está bem equacionada? Estão definidas
as responsabilidades pela execução? Os mecanismos de
integração, coordenação e supervisão? O papel da
organização? A estrutura de gerenciamento?
• Vinculação à estratégia da instituição: o projeto tem
aderência clara a pelo menos uma prioridade estratégica da
organização?
• Acordos de Resultados: a minuta do Acordo entre os
parceiros reflete os compromissos relativos a resultados,
responsabilidades pela execução e gerenciamento das ações
e os respectivos aportes dos recursos necessários?
37
Bloco III – Análise da Coerência Externa
a) As premissas para dimensionamento dos resultados referem-se a
fatores relevantes que realmente estão fora de controle do projeto?
b) As premissas para dimensionamento dos resultados estão
suficientemente detalhadas e quantificadas, de forma a permitir uma
avaliação de sua evolução?
c) A implementação do projeto é viável face à evolução esperada dos
fatores não controláveis?
d) Se a evolução dos fatores não controláveis não for a esperada,
consegue-se administrar o risco de implantação do projeto?
38
b) Análise dos especialistas para garantir a qualidade de todo o
processo de avaliação.
Esta etapa pode gerar informações que justifiquem o ajuste dos resultados
definidos anteriormente.
Um elemento importante do processo de avaliação é a disponibilidade de um
cadastro atualizado do público-alvo do projeto para a definição das amostras e a
rastreabilidade das informações relativas às ações realizadas.
O processo de avaliação compreende a mensuração dos indicadores no
momento imediatamente anterior à implantação do projeto, denominado To,
medição inicial, mensurações intermediárias e mensuração final, na conclusão
do projeto.
39
b) Ações, indicando os compromissos (de execução, parceria e
financiamento) assumidos por cada instituição participante do Acordo,
relativamente ao conjunto de ações do projeto; e
c) Gerenciamento, indicando os esquemas e as responsabilidades de
coordenação e gestão do projeto, tanto no conjunto, quanto no nível
interno das instituições.
40
d) representantes das áreas-meio da organização responsáveis pela
execução, apoio técnico ou alocação de recursos a ações do projeto,
e
e) partes interessadas (autoridades, formadores de opinião,
representantes de agências públicas ou de organizações da
sociedade civil, etc.) que possam influenciar o alcance dos resultados
e assumam o compromisso de apoiar o projeto.
41
Capítulo 3 – Gerenciamento
Estruturação e
Avaliação
Contratualização
Monitoramento Gerenciamento
1. Integração
6. Pessoas
2. Escopo
7. Comunicação
3. Tempo
8. Riscos
4. Custos
9. Contratos
5. Qualidade
As primeiras perguntas que o gerente precisa responder são: meu projeto está
integrado? Estou conseguindo ter a participação efetiva e integrada de todas as
42
entidades e equipes executantes das ações do projeto? Tenho uma visão de
conjunto do projeto, suas ações, seus executantes?
43
Comunicação. O gerente tem que comunicar bem seu projeto, em todas as
suas fases. A comunicação envolve a geração e disseminação de informações
de forma adequada e no tempo certo. Cabe ao gerente se perguntar se os
diversos parceiros (envolvidos direta ou indiretamente) estão entendendo o
projeto e passar-lhes entusiasmo e otimismo. A comunicação é tarefa da qual
todos os membros da equipe gerencial devem participar, como adiante se
destaca.
Riscos. Um risco pode ser um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer,
tem um efeito negativo no projeto, em termos da qualidade dos resultados, no
cronograma de execução ou em seus custos. O gerenciamento de riscos é
abordado no item 3.3 a seguir.
44
parte interessada qualquer pessoa ou instituição que tenha algo a ganhar ou
perder com a execução do projeto e possa influenciar o seu desempenho e
resultados.
Os interesses dos “stakeholders” nem sempre são convergentes, muito pelo
contrário, é comum serem divergentes ou até mesmo antagônicos. De qualquer
modo, um projeto somente será bem-sucedido se alcançar os resultados
propostos, atendendo ou superando, ao mesmo tempo, as expectativas das
partes interessadas.
Um requisito fundamental do gerenciamento do projeto é conhecer as partes
interessadas, entender suas necessidades, expectativas, os relacionamentos e
interações entre eles e o poder de cada um de influenciar o projeto. Entrevistas
com os stakeholders conhecidos inicialmente podem levar ao conhecimento das
redes de pessoas que têm interesse relevante no projeto. Novos stakeholders
serão conhecidos à medida que forem sendo definidos os componentes do
projeto. É importante que o gerente do projeto conheça o papel e a importância
de cada parte interessada no processo de estruturação, implantação e no
alcance dos resultados.
Durante a estruturação do projeto e ao longo de sua implantação, a
comunicação com os stakeholders é tarefa prioritária do seu gerente. Gerenciar
conflitos, promover o entendimento, buscar o consenso e, fundamentalmente,
construir compromissos em torno de resultados de interesse comum é o papel
do gerente. O anexo D oferece uma ferramenta simples para registrar e
monitorar o papel, o interesse e as expectativas das partes interessadas.
5
Considera-se risco como a relação entre o impacto que um determinado acontecimento pode gerar na
execução do projeto e a sua probabilidade de ocorrência.
45
os ambientes macro e microeconômico (câmbio, taxas de juros, tributos,
evolução do PIB), políticas governamentais (legislação, regulação, incentivos
fiscais), fenômenos climáticos (seca, inundações), etc.
O risco pode ser previsível e, neste caso, deve ser considerado na fase de
estruturação do projeto, como uma premissa para a formulação dos seus
componentes e quantificação dos resultados, assim como para a adoção de
medidas preventivas. A expectativa de valorização do real frente ao dólar, por
exemplo, em um projeto que envolva produto destinado à exportação, pode
indicar a necessidade de ações que resultem em maior produtividade e em
redução de custos, de forma a manter a competitividade do produto no mercado
externo.
46
3.6 Encerramento do Projeto
Um projeto pode ser encerrado por mais de uma razão. Pode ter sido concluído
com êxito, cancelado antes do término por diversos motivos, ou pode, ainda,
transformar-se em uma atividade continuada. Qualquer que seja a razão do
encerramento, algumas providências devem ser adotadas, com vistas a:
a) obter a aceitação dos resultados ou a concordância quanto ao
encerramento, por parte do público-alvo e dos parceiros envolvidos no
Acordo de Resultados;
b) documentar lições aprendidas;
c) preservar os registros da estruturação e contratualização,
gerenciamento, monitoramento e avaliação do projeto; e
d) liberar recursos humanos, materiais e financeiros alocados ao projeto.
Se o projeto tiver sido concluído ou se sua implantação tiver alcançado dinâmica
suficiente para impactar resultados, o encerramento deve ser precedido da
mensuração final, avaliação e divulgação de resultados. Concluída essa tarefa, o
gerente do projeto deve observar os procedimentos a seguir:
a) realizar reunião com representantes de público-alvo e parceiros
signatários do Acordo de Resultados, para obter a aceitação dos
resultados e confirmar o encerramento do projeto; e
b) elaborar relatório sucinto de encerramento do projeto, destacando os
resultados alcançados e as principais lições aprendidas nos processos
de estruturação e contratualização, gerenciamento, monitoramento e
avaliação.
Para o encerramento de projeto que tiver sido interrompido por razões de força
maior – riscos, inviabilidade técnica, insuficiência de recursos, desinteresse do
público-alvo ou de parceiros relevantes, entre outros – sem que tenha produzido
efeitos significativos sobre os resultados almejados, o gerente do projeto deve
adotar os seguintes procedimentos:
a) realizar reunião com representantes de público-alvo e de parceiros
signatários do Acordo de Resultados, para confirmação do
encerramento do projeto; e
b) elaborar relatório sucinto de encerramento do projeto, destacando as
principais lições aprendidas nos processos de estruturação e
contratualização, gerenciamento, monitoramento e avaliação;
47
O gerente de projeto atua em um contexto de grande complexidade, no qual
deve contar com a colaboração dos integrantes da linha gerencial na
organização (nos níveis estratégico, tático e operacional). Não se trata aqui de
um gerente tradicional, que conduz seu projeto a partir de recursos
organizacionais, humanos e financeiros sob seu completo controle. Trata-se de
articular operacionalmente e fazer funcionar uma rede de pessoas e instituições
sobre as quais não exerce autoridade formal, e sim sua capacidade e
habilidades gerenciais. Tais fatos evidenciam a importância do desenvolvimento
e da valorização organizacional dos gerentes de projeto.
48
a) elaboração e operação de uma agenda de trabalho, que indique e
priorize as suas ações e as decisões a serem tomadas e
implementadas; e
b) construção e operação de uma rede de relações, pela qual obtém
informações e faz fluir decisões.
Atividades de gerenciamento
a) definir, com cada executante de ação, o fluxo de informações físicas e
financeiras e os procedimentos de monitoramento do projeto
(reuniões e modo de registro e cobrança de compromissos);
b) alimentar as informações num sistema de informações gerenciais,
quando for o caso;
c) manter e atualizar o cadastro do público-alvo do projeto;
d) realizar reunião inicial de coordenação da equipe do projeto (equipe
própria e coordenadores de ações);
e) realizar reuniões periódicas de coordenação, integração e motivação
da equipe do projeto com um desenho adequado às características,
organização e fase do projeto;
f) contribuir para o estabelecimento da agenda e participar das reuniões
das instâncias de integração e supervisão do projeto;
g) manter os parceiros e outras partes interessadas, quando for o caso,
informados da evolução do projeto, e identificar eventuais problemas,
potenciais ou existentes, que possam afetar a sua integração;
h) realizar a comunicação do projeto com foco no público-alvo, sua
equipe, parceiros e outras partes interessadas; e
i) participar das atividades de formulação e revisão do orçamento anual
do projeto, quando for o caso.
49
Atividades de monitoramento
a) realizar sistematicamente, na periodicidade que cada caso requer,
reuniões de monitoramento com os responsáveis pela execução das
ações do projeto. Essas reuniões devem gerar compromissos de
providência-responsável-prazo de cada questão tratada, que
comporão a pauta das reuniões seguintes;
b) avaliar continuamente a situação geral do projeto, relatar essa
situação aos integrantes da linha gerencial do projeto e registrar as
informações pertinentes num sistema de informações gerenciais,
quando for o caso;
c) identificar antecipadamente as prováveis restrições à evolução do
projeto;
d) identificar restrições à implantação do projeto, em cooperação com os
responsáveis pela execução e os integrantes da sua linha gerencial, e
propor as medidas preventivas e corretivas; e
e) tomar iniciativa e liderar as providências de correção das ações que
apresentarem evolução aquém do planejado.
Atividades de avaliação
a) participar do planejamento das pesquisas de campo (To e Tn) visando
à mensuração dos resultados do projeto;
b) apoiar as atividades de mensuração dos resultados dos projetos e
registrar os resultados num sistema de informações gerenciais,
quando for o caso;
c) apresentar os resultados da avaliação às instâncias de integração e
supervisão do projeto;
d) coordenar o processo de avaliação dos resultados do projeto, a partir
das mensurações realizadas nas pesquisas, com a participação da
equipe do projeto, dos integrantes da sua linha gerencial e de
representantes do público-alvo e dos parceiros, para identificar as
mudanças necessárias e a conseqüente revisão do projeto;
e) coordenar, em articulação com integrantes da linha gerencial do
projeto, o processo de revisão de escopo e recontratualização do
projeto, se for o caso;
f) promover, em articulação com os integrantes da linha gerencial do
projeto, a revisão de contratos e convênios com entidades parceiras;
e
g) avaliar o grau de satisfação do público-alvo do projeto, empregando
estratégias, modos e métodos que sejam adequados em cada caso e
situação.
50
3.9 O Gerente de Projeto
Requisito Descrição
Capacidade e predisposição para situar fatos e problemas em um
contexto mais amplo, detectando implicações com outros sistemas e
fatores mais abrangentes, dentro e fora do projeto. Capacidade de
Visão Estratégica articular soluções para problemas de mercado.
Capacidade para antecipar, captar e selecionar eventos e tendências
futuras de interesse para o projeto, analisando suas conseqüências e
formulando as estratégicas mais adequadas.
Competência para (1) identificar agentes politicamente relevantes para o
fortalecimento do projeto, (2) compreender as relações das forças em
Capacidade de
jogo, (3) negociar e construir alianças e parcerias, visando o
Negociação
desenvolvimento do projeto e o fortalecimento de sua legitimidade,
credibilidade e reputação.
Capacidade para identificar, promover e viabilizar ações e apoios
Postura necessários ao desenvolvimento do projeto, correndo os riscos inerentes,
Empreendedora administrando as resistências, tomando decisões pertinentes e alocando
os recursos necessários à implantação das medidas requeridas.
Capacidade para (1) fixar e desdobrar objetivos, indicadores e metas para
Capacidade de
o projeto, (2) identificar e programar as ações e recursos necessários à
Programação e
sua realização, (3) avaliar risco e identificar e resolver restrições, (4)
Controle
controlar e avaliar sua execução e resultados.
Capacidade para (1) inspirar confiança, influenciar comportamentos,
animar, orientar e mobilizar o pessoal alocado no projeto, (2) facilitar e
Liderança
estimular sua participação, direta e indireta, nas decisões operacionais,
(3) acompanhar e avaliar seu desempenho.
Capacidade para (1) transferir decisões e responsabilidades para o
Habilidade de pessoal alocado ao projeto, assegurando-lhes as condições operacionais
Delegação e requeridas, (2) avaliar seus desempenhos e o cumprimento de objetivos e
Cobrança prazos, (3) cobrar resultados e aplicar medidas de incentivo e de
correção.
Capacidade para (1) administrar e resolver conflitos e disputas prejudiciais
Capacidade de
ao desenvolvimento do projeto, (2) lidar com diferenças individuais e de
Administração de
grupos e (3) compatibilizar pressões conflitantes surgidas na execução do
Conflitos
projeto.
51
Papéis Papéis
Descrição
básicos específicos
Cumprimento de atos de representação
• facilitando os contatos externos
Representante
• tornando-se um interlocutor visível e autorizado
Interpessoais
perante atores externos
Responsável pelo desenvolvimento dos trabalhos e pela
Líder
motivação de sua equipe
Mais uma vez, a descrição dos papéis básicos deve ser tomada como elemento
de orientação para desenvolvimento profissional. Antes de examinarmos o perfil
do gerente de projetos, é útil observar as características de um projeto, que em
grande parte determinam o modo de atuação dos gerentes e os atributos
pessoais requeridos.
52
3.10 O Ambiente do Projeto
Singularidade Repetição
Mudança Estabilidade
O maior desafio organizacional neste século é gerenciar recursos cada vez mais
escassos num meio ambiente altamente competitivo e em rápida mutação. As
estruturas funcionais, hierarquicamente organizadas, tendem a encontrar
dificuldades crescentes para se adaptar às exigências de três forças emergentes
no mercado: o poder crescente dos clientes, a competição cada vez mais
acirrada e especializada em nichos muito específicos do mercado e a inovação
crescente em processos, produtos e formas de distribuição.
53
A chave para vencer esse desafio é adotar formas flexíveis de organização. Uma
das mais apropriadas formas de estrutura organizacional disponível hoje é a
matricial, que permite somar as vantagens das organizações funcionais
tradicionais e ao mesmo tempo agregar a flexibilidade das organizações por
projeto. A organização matricial torna viável realocar recursos financeiros e
humanos rapidamente para alcançar uma dinâmica de adaptação constante à
competição do mercado, aos avanços tecnológicos, às mudanças nos marcos
regulatórios e às demandas do cliente.
A organização matricial é um modelo em que a organização vertical, hierárquica
e funcional, é combinada ou sobreposta por um tipo de autoridade, comunicação
ou influência lateral, que viabiliza o enfrentamento dos desafios emergentes, a
resposta rápida e o alcance de resultados junto ao cliente e a sociedade.
Os diagramas a seguir mostram as diferentes formas de adaptação de modelos
de estrutura organizacional ao gerenciamento de projetos:
F1 F2 F3
Gerente de Projeto
54
Organização por Projeto
G1 G2 G3
Organização Matricial
G F1 F3
Gerente de Projeto
Gerente de Projeto
Todavia, a organização matricial não pode ser “implantada por decreto”, como os
dois outros modelos. Não é implantada e sim desenvolvida progressivamente,
pois envolve a mudança de padrões comportamentais. Pode apresentar
diferentes níveis de distribuição da capacidade de decisão entre projetos e
funções. É uma organização mais difícil de operar, porque gera conflitos entre
funções e projetos. Requer, em conseqüência, mecanismos de integração para
55
direcionar os recursos disponíveis, um processo permanente de comunicação
entre equipes de projetos e grupos funcionais e a prática de gestão de partes
interessadas. O Acordo de Resultados é um instrumento que foi desenvolvido
para facilitar a atuação dos gerentes e demais integrantes da linha gerencial de
projetos em ambientes matriciais.
56
Capítulo 4 – Monitoramento
O monitoramento é a atividade
sistemática que visa provocar decisões Fazer
Resultados
finalísticos ou
sintéticas, interpretadas e
tempestivas;
• avaliação situacional e análise dos riscos;
• identificação e proposição das medidas preventivas e corretivas; e
• acionamento da cadeia decisória.
57
cadeia decisória do projeto dentro da organização, contando com a
participação dos demais integrantes da linha gerencial do projeto.
58
• fornecer informações às organizações parceiras que permitam avaliar
a evolução do projeto e de seus resultados, de modo a decidir sobre
eventuais revisões e recontratualização.
59
4.4 Reuniões de Monitoramento
60
Exemplo de Situação do Projeto
Projeto: APL - Desenvolvimento do Setor de Móveis em Mirassol
Situação do Projeto - Atualizada em 20/05/05
Restrição: Não existe no SEBRAE/PE uma metodologia adequada para atender a ação
com foco no setor.
Ação Corretiva/Preventiva: Foi solicitada à Unidade de Apoio a Soluções Integradas e
Gestão do Conhecimento (UASIGC) uma estruturação e adequação. Por se tratar de
uma nova metodologia foi solicitado pela UASIGC autorização da Diretoria SEBRAE/PE
A UASIGC após a aprovação, agendou o repasse da metodologia para o período de
29/05 a 03/06/05. Desta forma a sensibilização e realização do treinamento só serão
iniciadas na segunda quinzena de junho. A sensibilização e realização do treinamento
serão iniciadas na segunda quinzena de junho.
Data: 29/04/05
61
diretamente pelo gerente do projeto, enquanto outras demandam o acionamento
da linha gerencial do projeto, conforme esquema a seguir.
Gestão de Restrições
Integrante da
Linha Gerencial do
Acionamento
Projeto na
Organização
Problemas
Existentes
Problemas
Potenciais
Identificação e Análise
Proposição da Solução Solução
do Problema
Gerente do Projeto
62
Capítulo 5 – Avaliação
Estruturação e
A avaliação de resultados é o processo
Avaliação
Contratualização
de análise e interpretação sistemática e
objetiva do grau de obtenção dos
resultados previstos no projeto, suas Resultados
razões e conseqüências. A finalidade Fazer
Acontecer
finalísticos ou
produtos para o
principal da avaliação é o público-alvo
Monitoramento Gerenciamento
5.1 Conceituação
63
deste tipo de avaliação é o uso correto dos meios. Olha para a
eficiência das ações: se foram implementadas no prazo estabelecido,
se o custo correspondeu ao que estava programado, se a qualidade
alcançada corresponde às especificações, etc.
b) Avaliação de satisfação. Tem como objetivo conhecer o grau de
satisfação (ou de concordância) dos clientes com os serviços e/ou
produtos oferecidos por uma determinada instituição. Seu eixo reside
nos sentimentos dos clientes em relação à organização e aos serviços
e produtos que oferece.
c) Avaliação de impactos. Busca identificar os prováveis efeitos,
previamente conhecidos ou não, de um projeto sobre o seu público-
alvo e seu contexto. A preocupação central deste tipo de avaliação é
mensurar e valorar os diversos efeitos provocados pelo projeto, de
múltiplas dimensões (econômica, financeira, social, cultural, política,
ambiental etc.), sejam eles previsíveis ou não, desejados ou não.
d) Avaliação de resultados6. Tem como finalidade aferir o grau de
consecução dos resultados previstos no projeto e proporcionar o
conhecimento necessário ao seu aperfeiçoamento. Seu escopo é bem
delimitado, pois busca mensurar o grau de obtenção ou alcance dos
resultados previstos, explicitados e contratualizados no projeto, com
vistas a permitir o seu aperfeiçoamento.
6
Por vezes denominada de avaliação somativa. Ver Michael Scriven. The methodology of evaluation In Stake,
R.E. Perspectives of curriculum evaluation. Chicago, Rand McNally, 1967.
64
d. identificar a necessidade de inclusão de novas ações para adensar e
dar consistência ao projeto, de adequar ações existentes ou
descontinuar aquelas que não mostrem contribuição significativa para
os resultados;
e. ampliar o conhecimento dos gerentes, dos integrantes da linha
gerencial do projeto, dos parceiros e do público-alvo; e
f. analisar a relação entre os gastos realizados e os benefícios
auferidos pelo público-alvo.
65
realização de ajustes no projeto, particularmente quanto à definição
precisa dos resultados;
b) periodicamente, durante toda a fase de execução do projeto,
realizam-se pesquisas (T1, T2 ...) e avaliações intermediárias, para
medir a evolução dos resultados, verificar se as ações planejadas e
executadas estão sendo eficazes, avaliar o projeto como um todo e
promover o seu adensamento para assegurar o alcance dos
resultados, e
c) na conclusão do projeto, a avaliação permite saber em que medida
obteve-se sucesso (alcance dos resultados) ou não, e identificar as
causas do bom ou mau desempenho, gerando conhecimento útil para
o aperfeiçoamento das carteiras de projetos.
5.1.5 Público-alvo
66
A melhor amostra em um processo de mensuração é a estatística ou
probabilística. Quando se constrói uma amostra probabilística, conhecimentos
específicos de estatística e probabilidade são um pré-requisito, de modo que se
recomenda a contratação de serviços especializados. A título de exemplo: ao se
construir uma amostra, devem ser definidos diversos aspectos, tais como o seu
tamanho, a margem de erro, o nível de confiança, a unidade de mensuração, o
método de seleção (aleatório simples, por conglomerados, sistemático), bem
como a necessidade do uso de estratos.
Com a amostra probabilística haverá segurança de que seus resultados
representam o que se passa efetivamente no público-alvo, dentro da margem de
erro amostral conhecida. Ela permite generalizar os resultados, tomando em
consideração a margem de erro conhecida, o que não ocorre com uma amostra
intencional. Porém, a amostra estatística demanda algumas condições, entre
elas, a existência de um cadastro ou outro tipo de informação que permita o
ingresso de cada uma das unidades do universo na amostra a ser mensurada
em igualdade de condições. Quando não se tem essa condição, é preferível
realizar a amostra intencional.
Uma amostra intencional bem construída também espelhará o que se passa no
público-alvo, mas não se pode saber com que margem de erro. O importante é
que seja robusta, e contemple as diversas características do universo que se
pretende mensurar.
Em qualquer dos casos, evidentemente, o que se tem são aproximações de
razoável confiabilidade sobre o andamento do projeto em relação aos seus
resultados. Identificam-se indícios que orientam a equipe gerencial na decisão
sobre a condução do seu projeto no rumo correto.
Quando se quer, por exemplo, mensurar resultados que se aplicam a um grupo
pequeno de empresas ou de pessoas, o ideal é obter as informações junto à sua
totalidade. Em alguns casos, como na apuração do volume de exportações, por
exemplo, as informações podem ser confirmadas junto aos órgãos públicos
competentes.
67
O primeiro tipo de resultado é aquele que pode ser mensurado por meio de
questionários ou entrevistas junto ao público-alvo do projeto. São resultados que
traduzem situações ou informações conhecidas pelo público-alvo. Por exemplo,
em um projeto de fomento junto a um grupo de empresas, provavelmente estas
terão informações como mão-de-obra ocupada, faturamento, etc. Neste caso,
recomenda-se a pesquisa tipo painel, ou também as técnicas de survey e de
grupo de controle.
O segundo tipo de resultado refere-se a processos sobre os quais o público-alvo
não tem informações precisas, como por exemplo um programa de educação
oferecido por uma entidade pública. A forma de mensuração, neste caso, será o
exame ou verificação técnica, que permite mensurar resultados na prestação de
serviços ao mesmo tempo em que investiga os procedimentos (causas)
responsáveis por tais resultados.
O terceiro tipo de resultados é aquele em que as informações residem em
entidades outras que não compõem o público-alvo do projeto. Tome-se como
exemplo a quantidade de empresas formais criadas ou a quantidade de licenças
ambientais obtidas em um determinado período. Informações sobre empresas
criadas ou formalizadas são obtidas, com mais confiabilidade, em Juntas
Comerciais ou similares; informações sobre licenças ambientais obtêm-se junto
aos órgãos responsáveis pelas licenças (Secretarias Estaduais de Meio
Ambiente, IBAMA etc.). Nesses casos, utiliza-se o levantamento de dados junto
a entidades externas.
O quarto tipo diz respeito a informações que nem o público-alvo nem os órgãos
específicos detêm, e que nenhuma das pesquisas anteriores será capaz de
mensurar, exigindo, portanto, uma pesquisa distinta. É o caso, por exemplo, da
melhoria de imagem de um APL, distrito industrial, marca, estado ou município.
Neste caso, utiliza-se a pesquisa de imagem.
7
Também denominada de “tipicidade”. Ver Marconi e Lakatos (1990) e Ackoff (1972).
68
uma parte representativa (amostra), junto ao qual serão mensurados os
resultados ao longo do ciclo de vida do projeto. Utilizam-se, assim, os mesmos
sujeitos para recolher dados em dois ou mais momentos diferentes.
Uma condição importante na montagem do painel é o conhecimento e a
concordância, por parte de seus integrantes, de estarem participando, dispondo-
se a prestar as informações necessárias às mensurações.
O painel, entretanto, tem um tempo determinado de existência, fixado
antecipadamente, que pode corresponder ao prazo do projeto ou a parte dele. O
tempo de existência do painel não deve ser muito longo, pois isso significa perda
de integrantes (fechamento de empresas, recusa em responder, mudança de
endereço, etc). Dependendo das perdas, o painel pode ficar comprometido.
69
bem definido, porém pequeno e que permite a comparação com outro grupo que
não é objeto do projeto.
Na constituição dos dois grupos deve-se cuidar para que o conjunto das ações
do projeto, dirigido a um dos grupos, seja a única variável distinta capaz de
afetar o alcance de resultados. Deve-se atentar, ainda, para a ocorrência
eventual de fatores alheios ao público-alvo que possam vir também a afetar os
resultados.
70
O sucesso da aplicação deste tipo de pesquisa depende da sua correta
adequação ao resultado que se persegue: os órgãos consultados detêm as
informações desejadas, é possível acessá-las? O formulário elaborado para
preenchimento pelos pesquisadores junto às entidades externas abrange as
informações necessárias? A análise e a interpretação dos dados resultam em
contribuições efetivas para o projeto?
8
Algumas empresas e instituições realizam a pesquisa de imagem apenas com esta primeira etapa.
71
5.2 Quem realiza as mensurações
A realização das mensurações pode ser feita tanto pela organização responsável
pelo projeto quanto por uma entidade externa ao projeto e às instituições dele
participantes (mensuração de terceira parte). Tal decisão é tomada em função
da realidade da organização responsável e da natureza do projeto e dos
resultados que precisam ser mensurados.
A vantagem da mensuração de terceira parte é que essa atividade é realizada
por uma entidade neutra e especializada no trabalho de pesquisa, implicando em
uma independência da mensuração e, conseqüentemente, maior credibilidade
para a avaliação dos resultados do projeto.
Todavia, podem ser utilizadas combinações entre as duas formas de
mensuração, como por exemplo: mensuração inicial e final por terceira parte e
mensurações intermediárias por parte da entidade responsável pelo projeto, ou,
ainda, mensurações inicial e anuais por terceira parte e mensurações semestrais
por parte da entidade responsável pelo projeto. As mensurações podem também
ser realizadas em intervalos de tempo maiores, com vistas a evitar custos não
suportáveis pelo projeto.
O importante é ter mensurações consistentes e em tempo hábil. Os resultados
têm que ser mensurados no tempo que permita ao gerente utilizá-los na
avaliação.
Os custos da mensuração, em qualquer caso, devem estar previstos no
orçamento do projeto e serem condizentes com o seu valor.
72
5.4 Avaliação do projeto
73
5.5 Divulgação de resultados
74
Nesses casos, o gerente do projeto, em articulação com os integrantes da linha
gerencial, fará uma análise dos impactos das mudanças ocorridas ou previstas
(em termos de intensidade e urgência) e proporá medidas corretivas ou
preventivas.
Se esses procedimentos apontarem a necessidade de ajustar ações ou outros
componentes, o projeto poderá ser revisado seguindo, de forma expedita, os
procedimentos da etapa de estruturação e contratualização, descritos na Parte I
do Manual.
Feita a negociação com o público-alvo e parceiros, os ajustes acordados serão
imediatamente formalizados em nova versão do projeto e em termo aditivo ao
Acordo de Resultado. As mudanças formalizadas deverão ser prontamente
inseridas nos registros do sistema de informações gerenciais, preservados os
registros referentes às versões anteriores do projeto e dos acordos de
resultados.
Mudanças de menor magnitude nas ações, que não alterem o custo total do
projeto, podem ser implementadas de imediato, observadas as normas da
organização responsável pelo projeto ou dos parceiros, e devidamente
registradas para sua incorporação à revisão seguinte do projeto.
75
Anexos
76
Anexo A - Árvore de Configuração do Projeto
PSI de Promoção de Exportação da Indústria Brasileira de Audiovisual
Público
Produtores independentes e distribuidores de produtos do audiovisual brasileiro, para TV, de pequeno e médio porte, Foco Estratégico
Alvo
Ampliar a participação da produção independente do setor audiovisual brasileiro no mercado internacional de TV •Fomento e criação de mecanismos
de estímulo à co-produção
internacional.
•Fortalecimento da produção regional
Gerar 2000 novos empregos no setor até Atingir 120 horas de co-produção (descentralização do eixo Rio - São
1 Exportar US$ 6 milhões de maio de 2 3
maio de 2006 nas empresas beneficiadas para exportação, com preço médio Paulo).
Resultados
77
Macroplan ®
RF1 Aumentar o volume de exportações das empresas beneficiadas pelo projeto para US$
51,4 milhões, até dezembro de 2005.
RF2 Gerar 2000 novos postos de trabalho nas empresas beneficiadas pelo projeto, até de
dezembro de 2005.
RF3 Ampliar o número de empresas exportadoras de 250 para 290, até dez de 2006
RI1 Reduzir os custos de fabricação e distribuição dos artefatos de Couros e Calçados em
15%, até maio de 2006.
RI2 Ampliar de 30 para 40 o número de mercados-alvo do projeto, até dezembro de 2006.
RI3 Aumentar o número de empresas beneficiadas pelo projeto de 287 para 350, até dez de
2006.
78
Macroplan ®
Logotipo do
parceiro 1
Logotipo do
parceiro 2
Acordo de Resultados
Logotipo do
parceiro 3
Nome do Projeto
Data
Acordo de Resultados
79
Macroplan ®
9
Nota: os campos em negrito, itálico, sublinhados na cor laranja deverão ser substituídos pelos dados de cada
projeto.
80
Macroplan ®
Assinaturas:
Anexos:
82
Macroplan ®
Necessidades e Estratégias
Parte Interessada Participação Influência para influenciar
Expectativas positivamente
Aumento de Acelerar ações
faturamento e que viabilizem
Público Alvo +++ +++ melhoria da resultados
produtividade no curto mobilizadores do
prazo público-alvo
Envolver a equipe
Afirmação como parte
Equipe do projeto +++ +++ nas decisões
do projeto
sobre o projeto
Diretoria do Sebrae
Prefeito Municipal
Associação Comercial
Escala da avaliação
++ MÉDIA MÉDIA
+ BAIXA BAIXA
83
Macroplan ®
Anexo E - Glossário
84
Macroplan ®
86
Macroplan ®
87
Macroplan ®
88
Macroplan ®
89
Macroplan ®
México, 1985.
90
Macroplan ®
91