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Caderno Didático do
Componente Curricular Educação Física -
Anos Finais do Ensino Fundamental
Fascículo II:
REDATOR DE CURRÍCULO:
RECIFE
2019
2
Caderno Didático do Componente Curricular Educação Física -
Anos Finais do Ensino Fundamental
Fascículo II:
Considerações iniciais:
1
Cadernos Didáticos do Componente Curricular Educação Física – Fascículo I: noções preliminares sobre
a construção do Currículo de Pernambuco.
3
1. As práticas corporais como saberes da cultura e o ensino de Educação
Física na escola: o processo de transposição didática (ou " que saberes
ensinar quando se ensina Educação Física na escola?"):
Desse modo, verifica-se que a compreensão das práticas corporais como fatos
sociais que demandam seu entendimento como saberes escolares – desse modo,
submetidos a trato didático-pedagógico em termos de seleção, organização e
sistematização – a serem ensinados e aprendidos mediante consideração de suas
respectivas especificidades e possibilidades de materialização/ manifestação históricas
e socioculturais.
4
O termo “cultura” é dos mais importantes e dos mais utilizados por
várias áreas de conhecimento das Ciências Humanas, não sendo
exclusivo de nenhuma delas. Além disso, possui múltiplas definições,
que, por vezes, podem expressar um sentido extremamente genérico
e abrangente. [...] Pode-se notar que nas definições mais
contemporâneas a cultura tem sido considerada, além de produção
material externa ao homem – como nas definições do século 19 -,
também como processo contínuo e dinâmico de orientação e
significação que os homens empreendem o tempo todo, um processo
de manipulação simbólica. [...] Na Educação Física brasileira dos
últimos anos, a partir de abordagens próprias das Ciências Humanas,
a palavra “cultura” ganhou destaque, embora não tenha ocorrido ainda
o processo de aprofundamento teórico que o conceito merece. Tem
sido frequente na última década o emprego do termo “cultura”
associado a palavras tradicionais da Educação Física. Assim, temos
“cultura corporal” (Coletivo de Autores, 1992; Betti, 1994), “cultura do
movimento” (Kunz,1994), “cultura física” (Betti, 1992), “cultura corporal
de movimento” (Bracht, 1999), além de outros autores e outras
variações. (DAOLIO In: GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER, 2005, p.106-
108, grifo nosso).
5
Entendida como processo, a transposição didática compreende a transformação,
por assim dizer, do conhecimento/ dado da cultura em saber escolar, mediante
consideração de três outros processos decorrentes do trabalho pedagógico
desenvolvido pelos professores e já citado anteriormente, quais sejam, os processos de
seleção, organização e sistematização dos conhecimentos. A viabilização do processo
de transposição didática tem em conta a consideração de aspectos disciplinares
específicos, particulares a cada componente curricular e seus respectivos objetos de
estudo, tais como a epistemologia, a interdisciplinaridade, a contextualização, as
abordagens pedagógicas, a identidade docente, as práticas avaliativas, dentre outros
que, para a Educação Física, constituem as práticas e rotinas pedagógicas de suas
aulas nas escolas (NÓVOA, 1991; RODRIGUES, 2009a, 2009b, 2015 e 2017); uma vez
que é pela adesão a valores e referências quanto aos saberes teórico-práticos aos quais
vivenciam e com os quais se identificam, que os professores constroem suas
identidades profissionais-docentes (ARROYO,2011; NÓVOA, 1991).
É desse modo, então, que práticas corporais como jogo, esportes, danças, lutas,
ginásticas e demais outras práticas corporais contextualmente relevantes emergem
como cultura, tornando-se passíveis de sistematização em ambientes/ instituições/
sistemas formais de ensino, integrando o processo de escolarização mediante
constituição de saberes escolares delas derivados e ora apontados curricularmente nas
seguintes Unidades temáticas: Brincadeiras e jogos, Esportes, Ginásticas, Danças,
Lutas e Práticas Corporais de Aventura (BRASIL, 2017). Para Souza Júnior (2011), tais
processos de atribuição de significado repercutem sobre a construção também
processual do conhecimento na medida em que incidem substancialmente em sua
transformação, materializando-se nos currículos, como saberes escolares, mediante
seleção, organização e sistematização destes como conhecimentos dimensionados em
suas idiossincrasias e também em virtude das especificidades didático-pedagógicas do
Componente Curricular Educação Física; tendo em conta que também o produto
resultante desses processos de seleção, organização e sistematização do
conhecimento, são também de natureza cultural/ contextual.
Faz-se mister, assim, delimitarmos também o que vêm a ser saberes escolares
em Educação Física, uma vez que é sobre o seu ensino que a prática pedagógica de
qualquer componente curricular se refere. Em nosso caso específico, buscaremos, a
partir da delimitação em caráter conceitual do que vêm a ser saberes escolares,
delimitar também de quais saberes trata o ensino de Educação Física nas escolas.
6
escolares nas aulas e pelos professores deste componente curricular (AGUIAR, 2010;
REIS, 2002; RODRIGUES, 2009b).
Se a prática é a realidade concreta na qual atua o professor, efetuando
a transposição didática, e se é por meio dela que ele coloca seus
conhecimentos em ação, o que sabemos dessa prática? O que
sabemos desses saberes – coletivos e individuais, expressão do
habitus do professor – que são mobilizados no momento da elaboração
dos programas e currículos durante o contato com a realidade
heterogênea do alunado? [...] Dessa forma, no espaço social da escola,
os conhecimentos, bem como os valores e os significados, são
elaborados, transformados e reelaborados, ocorrem aproximações e
afastamentos; portanto, a visão estática e repetitiva de cotidiano
precisa ser rescindida. (FINCK, 2011, p.148-153).
Jogo
Esporte
Conteúdos da Cultura
(Corporal, de
Movimento ou Corporal Danças
de Movimento)
Lutas
Ginásticas
7
Brincadeiras e jogos
Esportes
Danças
Saberes escolares da
Cultura Corporal de
Movimento Lutas
Ginásticas
Unidades temáticas
estruturadas em
Objetos de
Práticas Corporais de
conhecimento
Aventura
Essa cultura lúdica deve ser por demais cultivada durante as aulas,
para que possamos oportunizar uma flexibilidade do brincar que muitos
autores denominam de momentos de futilidade ou atos sem
consequência. [...] A ludicidade deve cada vez mais ser enriquecida e
estar presente nas aulas de Educação Física nas escolas. Assim
sendo, o professor, ao problematizar os jogos tratados e sala de aula,
terá a possibilidade de ver os alunos resgatarem outros jogos, frutos
de suas realidades, de suas vidas fora da escola. Jogos que, ao
estarem presentes nas aulas, contribuem para enriquecer a ludicidade
durante as experiências vividas que, em muitos casos, são
8
semelhantes ou iguais àquelas praticadas fora da escola. Momento em
que a alegria e o prazer de participar ficam evidentes, até porque os
jogos representam uma parte de suas vidas. (TAVARES et al, 2011,
p.131).
9
De acordo com o filósofo Johan Huizinga (2001), o Jogo
Jogos Populares (ou de rua): nos quais as regras são construídas pelos próprios
participantes;
Jogos de Salão (de mesa ou de tabuleiro): caracterizados pela vivência em
tabuleiros, normalmente em referência a situações e contextos histórico-sociais
específicos;
Jogos Sensoriais: nos quais a sua manifestação se dá a partir da ênfase dada à
percepção (tátil, auditiva, visual, etc.) dos elementos constituintes das
brincadeiras e/ou jogos vivenciados;
Jogos Participativos: nos quais o alcance do objetivo envolve a participação de
todos e a inexistência de confronto de equipes;
Jogos Esportivos: nos quais as regras são construídas e fixadas por instituições
específicas e representativas de cada modalidade;
Jogos Eletrônicos: aqueles vivenciados em aparelhos eletrônicos como vídeo
games, telefones celulares, computadores, etc.;
Jogos Teatrais: aqueles nos quais são vivenciadas em caráter de cooperação,
determinadas situações temáticas delimitadas aleatoriamente, e que têm na
improvisação seu pressuposto fundante.
Isso significa dizer que essas práticas corporais - como Jogos - são culturalmente
determinadas, tendo suas origens e possibilidades de vivência determinadas em um
processo histórico e contínuo de uniformização.
10
(RODRIGUES, 2017a, 2017b e 2019)
UNIDADES OBJETOS DE
OBJETOS DE CONHECIMENTO – CPE
TEMÁTICAS CONHECIMENTO - BNCC
Brincadeiras e jogos da cultura Brinquedos, brincadeiras e jogos populares
popular presentes no contexto (Brinquedos populares e Brincadeiras populares);
comunitário e regional (1º e 2º Tipos de jogos (Jogos sensoriais; Jogos populares;
anos); Jogos de salão; Jogos eletrônicos; Jogos teatrais;
Brincadeiras e jogos populares Jogos cooperativos e Jogos esportivos).
do Brasil e do mundo (3º ao 5º
Brincadeiras e
anos);
jogos
Brincadeiras e jogos de matriz
indígena e africana (3º ao 5º
anos);
Jogos eletrônicos (6º e 7º
anos);
11
tempo, a questão é bem mais complexa. O jogo não acabou para dar lugar ao esporte
e, por isso, não se trata de uma mera transformação do jogo em um outro fenômeno,
mas, da emergência de uma nova forma de ação no tempo disponível para o
divertimento, e que, mesmo assim, mantém uma relação com o jogo.” (LUCENA, 2011,
p.145-146).
Essa relação e a compreensão do Jogo e do Esporte como elementos culturais
se dá da forma expressa no esquema abaixo:
Jogo Esporte
12
aprendizagem das e o respeito às
práticas corporais, diferenças e
além de se desempenhos
envolver no individuais em
processo de função da
ampliação do sistematização dos
acervo cultural conceitos de vitória
neste campo; e derrota como
consequências e
6. Interpretar e partes do jogo.
recriar os valores,
(EF67EF02PE)
os sentidos e os
Identificar as
significados
transformações nas
atribuídos às
características dos
diferentes práticas
jogos (esportivos,
corporais, bem
cooperativos e
como aos sujeitos
teatrais),em função
que delas
dos avanços das
participem;
tecnologias, e nas
respectivas
7. Reconhecer as
exigências corporais
práticas corporais
colocadas por cada
como elementos
um desses
constitutivos da
diferentes tipos de
identidade cultural
jogos.
dos povos e
7º Ano
grupos; (EF67EF01PE)
Experimentar e fruir,
8. Usufruir das na escola e fora
práticas corporais dela, jogos (de salão
de forma e eletrônicos)
autônoma para diversos,
potencializar o valorizando e
envolvimento em respeitando os
contextos de lazer, sentidos e
ampliar as redes significados
de sociabilidade e atribuídos a eles por
a promoção da diferentes grupos
Tipos de jogos saúde; sociais e etários.
(Jogos de salão e Jogos
eletrônicos) 9. Reconhecer o
(EF67EF02PE)
acesso às práticas
Identificar as
corporais como
transformações nas
direito do cidadão,
características dos
propondo e
jogos (de salão e
produzindo
eletrônicos) em
alternativas para
função dos avanços
sua realização no
das tecnologias e
contexto
nas respectivas
comunitário;
exigências corporais
10. Experimentar,
colocadas por esses
desfrutar, apreciar
diferentes tipos de
e criar diferentes
jogos relacionando-
brincadeiras,
as, às respectivas
13
jogos, danças possibilidades de
ginásticas, experimentação/
esportes, lutas e vivência corporal na
práticas corporais escola.
8º Ano Brinquedos, brincadeiras e de aventura, (EF89EFKPE)
jogos populares valorizando o Pesquisar a
(Brincadeiras populares) trabalho coletivo e historicidade das
o protagonismo. brincadeiras e jogos
Tipos de jogos populares,
(Jogos populares, Jogos resgatando e
cooperativos, Jogos teatrais, compreendendo
Jogos de salão, Jogos suas origens e
eletrônicos, Jogos esportivos evolução ao longo
e Jogos sensoriais) do tempo, refletindo
sobre os aspectos
socioculturais que
influenciaram a
criação dos
mesmos.
(EF89EFWPE)
Resgatar, recriar e
vivenciar as
brincadeiras e jogos
populares presentes
na infância, como
forma de
apropriação desse
conhecimento e
construir um acervo
local, acerca desta
prática, partindo do
resgate destes,
adaptando-os para
os dias atuais.
(EF89EFXPE)
Vivenciar, com
ênfase no caráter
inclusivo, diferentes
brincadeiras e jogos
da cultura popular
presentes no
contexto comunitário
e regional,
reconhecendo,
respeitando e
valorizando as
diferenças
individuais.
(EF89EFYPE)
Colaborar na
proposição e na
produção de
alternativas para a
14
vivência em caráter
inclusivo de
diferentes
brincadeiras e jogos
na escola e fora
dela, e demais
práticas corporais
tematizadas na
escola, produzindo
textos (orais,
escritos,
audiovisuais) para
divulgá-las na escola
e na comunidade.
9º Ano (EF89EFKPE)
Vivenciar de forma
lúdica os jogos
esportivos possíveis
de serem realizados
na escola e fora
dela, adaptando as
regras e número de
participantes, às
práticas esportivas
oficiais, respeitando
e valorizando o
outro.
(EF89EFWPE)
Vivenciar os
fundamentos dos
esportes coletivos,
Tipos de jogos
assim como suas
(Jogos esportivos)
regras e sistemas
táticos através de
atividades lúdicas,
refletindo e
discutindo os seus
significados e
funcionalidade em
regime de jogo.
(EF89EFXPE)
Ampliar as
atividades pré-
esportivas que
trabalhem
coordenação
motora, equilíbrio,
ritmo, lateralidade e
habilidades
manipulativas.
15
2.2.: Esportes:
Partindo da relação existente entre Jogo e Esporte e tendo como base sua
compreensão como fenômeno sociocultural, a organização da Unidade temática
Esportes teve em conta o processo de Esportivização - em articulação aos processos
de industrialização, de urbanização e de escolarização – e suas respectivas implicações
com relação às práticas corporais, e, assim, sobre a Cultura Corporal de Movimento
como um todo.
Esportivização Inaugural
16
(RODRIGUES, 2017b e 2019)
17
perspectivas interdisciplinares2. Sendo comumente associado à dimensão competitiva
das práticas corporais como manifestações culturais (modalidades esportivas), estando
historicamente atrelado às noções de lazer, educação, saúde e treinamento à medida
Esportes de marca (1º e 2º anos e 6º e Saberes sobre o Esporte (A história dos esportes; A relação
7º anos) entre Jogo e Esporte e As dimensões sociais do esporte);
2
Temática a ser abordada no Fascículo III destes Cadernos Didáticos.
18
Componente Educação Física
Curricular
Unidade Esportes
temática
Caracterização Objeto de conhecimento Competências Habilidades
específicas do
Componente
Curricular
Educação
Física
6º Ano Esportes individuais 1.Compreender (EF67EF03PE)
(de marca, técnico-combinatórios e a origem da Vivenciar esportes
de precisão) cultura corporal técnico-
de movimento e combinatórios
Esportes coletivos seus vínculos individuais,
(de invasão) com a identificando suas
organização da características,
vida coletiva e criando a partir da
individual; vivência de seus
fundamentos
2.Planejar e técnicos,
empregar estratégias
estratégias individuais e
para resolver coletivas para sua
desafios e realização,
aumentar as prezando pelo
possibilidades trabalho coletivo e
de protagonismo.
aprendizagem (EF67EF04PE)
das práticas Vivenciar esportes
corporais, além coletivos de
de se envolver marca, precisão,
no processo de invasão e técnico-
ampliação do combinatórios
acervo cultural analisando e
neste campo; aplicando seus
fundamentos
6. Interpretar e técnico-táticos
recriar os básicos,
valores, os considerando
sentidos e os suas principais
significados regras.
atribuídos às (EF67EF05PE)
diferentes Sistematizar suas
práticas experiências e
corporais, bem conhecimentos
como aos acerca dos
sujeitos que esportes
delas individuais e
participem; coletivos de
marca, precisão,
7. Reconhecer invasão e técnico-
as práticas combinatórios,
corporais como adotando
elementos estratégias para
19
constitutivos da solucionar
identidade desafios técnicos
cultural dos e táticos
povos e grupos; propostos
especificamente
8. Usufruir das em função das
práticas modalidades
corporais de esportivas a
forma serem
autônoma para vivenciadas.
7º Ano potencializar o (EF67EF06PE)
envolvimento Conhecer e
em contextos contextualizar as
de lazer, transformações
ampliar as na organização e
redes de utilização dos
sociabilidade e esportes
a promoção da individuais e
saúde; coletivos, em suas
Saberes sobre o Esporte diferentes
(A história dos esportes e As 9. Reconhecer manifestações
dimensões sociais do Esporte) o acesso às (educacional,
práticas profissional e
Esportes individuais (de precisão) corporais como comunitário/lazer).
direito do (EF67EF07PE)
Esportes coletivos (de marca, de cidadão, Investigar e propor
invasão e técnico-combinatórios) propondo e alternativas para a
produzindo experimentação
alternativas dos esportes não
para sua disponíveis e/ou
realização no acessíveis na
contexto comunidade e das
comunitário; demais práticas
corporais
10. tematizadas na
Experimentar, escola.
8º Ano Esportes individuais desfrutar, (EF89EF01PE)
(de combate) apreciar e criar Vivenciar
diferentes diferentes papéis
Esportes coletivos brincadeiras, da organização
(de rede/parede, de campo e taco, e jogos, danças dos esportes
de invasão) ginásticas, individuais e
esportes, lutas coletivos de rede/
e práticas parede, campo e
corporais de taco, invasão e
aventura, combate (atleta,
valorizando o árbitro e técnico),
trabalho analisando e
coletivo e o aplicando seus
protagonismo. fundamentos
técnico-táticos
básicos,
considerando
suas principais
regras, através da
20
valorização do
trabalho coletivo e
protagonismo.
(EF89EF02PE)
Vivenciar esportes
de combate,
identificando suas
características,
criando a partir da
experimentação
de seus
fundamentos
técnicos,
estratégias
individuais e
coletivas para sua
realização,
prezando pelo
trabalho coletivo e
protagonismo.
(EF89EF03PE)
Sistematizar suas
experiências e
conhecimentos
acerca dos
esportes de rede/
parede, campo e
taco, invasão e
combate,
adotando
estratégias para
solucionar
desafios técnicos
e táticos
propostos
especificamente
em função das
modalidades
esportivas a
serem
vivenciadas.
9º Ano (EF89EF04PE)
Aprofundar suas
experiências e
Saberes sobre o Esporte
conhecimentos
(A história dos esportes e As
acerca dos
dimensões sociais do Esporte)
esportes
individuais e
Esportes individuais (de combate)
coletivos de
rede/parede,
Esportes coletivos (de rede/parede,
campo e taco,
de campo e taco, e de invasão)
invasão e
combate.
(EF89EF05PE)
Investigar e
21
contextualizar as
transformações
históricas do
fenômeno social
esporte, em suas
dimensões sociais
de materialização
(educacional,
profissional e
comunitária/lazer),
refletindo sobre
problemas
contemporâneos
(doping,
corrupção,
violência, etc.),
analisando suas
influências
mercadológico-
midiáticas.
(EF89EF06PE)
Explorar locais
disponíveis na
comunidade para
a vivência de
esportes
individuais e
coletivos, bem
como das demais
práticas corporais
tematizadas na
escola, propondo
e produzindo
alternativas para
utilizá-los no
tempo livre.
2.3.: Ginásticas:
22
histórico,] tem evoluído para formas esportivas claramente influenciadas pelas
diferentes culturas.” (SOARES et al., 1992, p.76).
23
Desse modo, a Ginástica integra a cultura da humanidade desde à Antiguidade
Clássica. Tendo sua prática iniciada na Grécia, e, em virtude das inúmeras guerras que
caracterizaram esse período específico de nossa história, foi difundida pelo mundo
através dos tempos.
Então, para os gregos, a Ginástica compreendia bem mais do que o que hoje se
associa à sua prática. Corridas, saltos, arremessos, levantamento de peso, pentatlo,
remo, natação, lutas, pugilato, pancrácio, desportos hípicos... tudo era Ginástica. Com
o decorrer da história, a cultura humana sofre novas mudanças. A partir da Revolução
Francesa ocorrida em 1789, reformulou-se o sistema educacional europeu, culminando,
assim, no fomento às bases teórico-metodológicas da Educação Física, que, na época,
desenvolveu seus conteúdos a partir do Movimento Ginástico Europeu,
principalmente na Alemanha, na Suécia, na Dinamarca e, é claro, na França
(BREGOLATO, 2002).
24
CURRÍCULO DE PERNAMBUCO – COMPONENTE CURRICULAR EDUCAÇÃO FÍSICA
UNIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO – CURRÍCULO
OBJETOS DE CONHECIMENTO - BNCC
TEMÁTICAS DE PERNAMBUCO
25
os sentidos e os coletivamente,
significados normas de
atribuídos às convívio, que
diferentes práticas viabilizem a
corporais, bem participação de
como aos sujeitos todos, na
que delas vivência das
participem; ginásticas,
resgatando o
7. Reconhecer as conhecimento
práticas corporais histórico sobre
como elementos as mesmas
constitutivos da enquanto
identidade cultural processo de
dos povos e grupos; evolução
8. Usufruir das humana.
7º Ano Saberes da ginástica práticas corporais (EF67EF10PE)
(A história da Ginástica) de forma autônoma Diferenciar
para potencializar o exercício físico
Ginástica e desenvolvimento envolvimento em de atividade
humano contextos de lazer, física, apontando
(Atividade física, saúde, lazer e ampliar as redes de e
qualidade de vida) sociabilidade e a experimentando
promoção da saúde; alternativas para
Modalidades de ginástica a prática das
(Ginásticas de academia e 9. Reconhecer o ginásticas dentro
Ginástica esportivizada ou de acesso às práticas e fora do
competição) corporais como ambiente
direito do cidadão, escolar,
propondo e considerando os
produzindo aspectos
alternativas para relacionados à
sua realização no sua historicidade
contexto e/ com relação à
comunitário; aptidão física.
(EF67EF10XPE)
10. Experimentar, Identificar as
desfrutar, apreciar e diferenças e
criar diferentes semelhanças
brincadeiras, jogos, entre as
danças ginásticas, diferentes
esportes, lutas e modalidades de
práticas corporais ginástica,
de aventura, discutindo como
valorizando o a prática de
trabalho coletivo e o cada uma
protagonismo. dessas
manifestações
constituiu-se
historicamente
como prática
social em suas
possibilidades e
perspectivas de
melhoria das
26
condições de
vida, saúde,
bem-estar,
prática
esportivizada e
cuidados
consigo mesmo.
8º Ano Ginástica e desenvolvimento (EF89EF07PE)
humano Vivenciar e
(Atividade física, saúde, lazer e diferenciar um
qualidade de vida) ou mais
programas de
Saberes da ginástica ginástica,
(a História da ginástica) identificando as
exigências
Modalidades de ginástica corporais
(Ginásticas de academia e desses,
Ginástica de conscientização considerando a
corporal) importância de
uma prática
individualizada e
coletiva,
adequada às
características e
necessidades de
cada estudante
ou grupo.
(EF89EF08PE)
Discutir e
contextualizar as
transformações
históricas dos
padrões de
desempenho,
saúde e estética,
reconhecendo e
analisando
criticamente a
relação
estabelecida
entre a
sociedade e as
questões de
gênero,
preconceito e/ou
discriminação ao
considerar a
forma como são
apresentados
nos diferentes
meios (científico,
midiático e
sociocultural).
27
9º Ano Ginástica e desenvolvimento (EF89EF09PE)
humano Discutir e refletir
(Atividade física, saúde, lazer e sobre a prática
qualidade de vida) excessiva de
exercícios físicos
Saberes da ginástica e o uso de
(História da ginástica e anabolizantes,
conhecimentos sobre o corpo) para a
potencialização
Modalidades de ginástica do rendimento e
(Ginásticas esportivizadas ou de das
competição e Ginástica de transformações
conscientização corporal) corporais,
reconhecendo
suas implicações
com relação à
segurança e
riscos de lesões
e/ou à saúde e à
vida.
(EF89EF10PE)
Aprofundar os
conhecimentos
sobre as
ginásticas,
identificando
suas exigências
corporais,
relacionando-as
às bases (apoios
e eixos:
longitudinal,
transversal e
sagital).
(EF89EF11PE)
Identificar as
diferenças e
semelhanças
entre as
diferentes
modalidades de
ginástica,
discutindo suas
respectivas
práticas como
manifestações
que podem
contribuir para a
melhoria das
condições de
vida, saúde,
bem-estar e
cuidado consigo
mesmo e com o
outro.
28
- Exemplo de organização do conhecimento Ginásticas no Ensino Fundamental
3. Considerações ulteriores:
29
Referências:
CARVALHO, Yara Maria de; RUBIO, Katia. (Orgs.). Educação física e ciências
humanas. São Paulo: Editora HUCITEC, 2001.
DARIDO, Suraya Cristina. Educação física na escola: questões e reflexões. 2 ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
30
FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO: telecurso 2000: educação para o esporte – curso
complementar. s.d., p.06.
GOODSON, Ivor. Currículo: teoria e história. 9 ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2010.
GRIFI, Giampiero. História da educação física e do esporte. Trad. Ana Maria Bianchi.
Porto Alegre: D.C. Luzzato, 1989, p.37.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo:
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_____ O jogo e o esporte: qual o problema? In: Educação Física Escolar: teoria e
política curricular, saberes escolares e proposta pedagógica. Marcílio Souza Junior
(Org.). 2 ed. Recife: EDUPE, 2011, pp.145-157.
NEIRA, Marcos Garcia; NUNES, Mário Luiz Ferrari. Educação física, currículo e
cultura. São Paulo: Phorte, 2009).
31
_____ Contribuição ao debate do currículo em educação física: uma proposta para
a escola pública. Micheli Ortega Escobar (coord.). Recife, 1989.
RAMOS, Jayr Jordão. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo
aos nossos dias. São Paulo: IBRASA, 1982.
_____ A relação teoria-empiria (ou teoria x empiria?) nas aulas de educação física.
Texto didático elaborado para sistematizar as discussões e reflexões travadas nas aulas
da disciplina Estágio Supervisionado em Educação Física III da Faculdade Salesiana do
Nordeste. Recife, novembro de 2016.
_____ Programa novo mais educação: sugestões para a organização pedagógica das
vivências de práticas corporais nas escolas da rede pública estadual de Pernambuco.
Texto didático elaborado para sistematizar algumas possibilidades teórico-
metodológicas de ensino das práticas corporais nas vivências promovidas nas escolas
da Rede Pública Estadual de Pernambuco pelo Programa Novo Mais Educação. Recife,
novembro de 2017.
32
_____ Texto introdutório: área de linguagens. Texto elaborado para fundamentação e
articulação da prática profissional-pedagógica em Educação Física a partir de sua
presença na Área de Linguagens. Recife: Gerência de Políticas Educacionais dos Anos
Finais do Ensino Fundamental, 2018.
SILVA, Ana Márcia. Corpo, conhecimento e educação física escolar. In: Educação
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SOARES, Carmem Lúcia; CASTYELLANI FILHO, Lino; BRACHT, Valter; TAFFAREL,
Celi Nelza Zülke; VARJAL, Elizabeth; ESCOLBAR, Micheli Ortega . Metodologia do
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SOUZA JUNIOR, Marcílio. (org.). Educação física escolar: teoria e política curricular,
saberes escolares e proposta pedagógica. Recife: EDUPE, 2011.
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TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez
Editora, 1992.
33
34