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Síntese do artigo: Ministério da Defesa: A Experiência Brasileira

Autor do artigo: Sued Castro Lima

Bolsista: Alex Willian de Araújo Lima

O artigo tem como objetivo analisar o papel político do ministério da defesa no


país, que na época em que esse artigo era escrito completava 16 anos (2015), e busca
através de um olhar crítico discorrer sobre a promoção da defesa nacional e a construção
de nossa soberania.

Em sua introdução o autor deixa claro que não tem a pretensão de elaborar um
texto com rigor acadêmico e que sua elaboração parte de suas experiências nos 35 anos
que passou integrando diversos tipos de organizações militares, inclusive os dezesseis
anos de história da criação do ministério da defesa, ele relata que começou junto com
alguns amigos professores a participar de encontros e discussões que o levou a ser
convidado a compor um grupo para assessorar a Comissão Nacional da Verdade (CNV),
que buscava tecer análises críticas sobre as histórias relacionadas a repressão aos
militares a partir do golpe de 1964.

Ainda em sua introdução, menciona que o desejo de escrever o artigo partiu de


um episódio que ocorreu quando no ano de 2014 foi convidado a integrar uma mesa
redonda no VIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa
(ABED), a mesa contava com professores brasileiros e estrangeiros e o debate era
coordenado pelo professor Manuel Domingos Neto, tinha como tema “Para Que Servem
os Ministérios de Defesa?”, e foi discutido entre vários assuntos a crise política que
cercava a época sobre o acidente que vitimou o então candidato a presidência Eduardo
Campos, é quando a discussão chega na dificuldade de militares aceitarem o trabalho
investigativo da CNV que três senhores que assistiam o debate da plateia levantam-se e
um deles vocifera palavras contra a corrupção que assola o país, saindo em seguida e
batendo a porta rispidamente, é de conhecimento do autor que o senhor em questão era
almirante de esquadra reformado com presença acadêmica na UFRJ, após o incidente o
debate seguiu sem interferências, mas não antes do Professor Manuel Domingos Neto
que coordenava a mesa, lembrar que mesmo sendo um debate acadêmico livre de
pensamentos, não existia espaço para a intolerância.
O capítulo seguinte é usado para nos dar o histórico do Ministério de Defesa, sua
criação e como foi recebida pelos militares que a viam como revanchista que tinha
como objetivo afastar os militares do poder, desconsiderando o fato do país ser um dos
poucos a não ter uma organização do tipo.

O terceiro capítulo é usado para analisar o desempenho do ministério, é aqui que


que o autor vai discorrer sobre a gestão de todos os ministros que estiveram a frente da
pasta, ele analisa cada um dos ministros expondo suas opiniões e mostrando os erros
cometidos por eles, de falta de conhecimento técnicos até a denúncias de corrupção,
Sued conclui que até aquele período o governo não foi feliz com nenhuma escolha de
seus ministros para ocupar a cadeira do ministério.

O desempenho administrativo é criticado no capítulo 4, onde ele mostra que


algumas atividades são desnecessárias, que muitos dos estabelecimentos de estudo
poderiam ser administrados por apenas uma instituição e não dividida o que gera mais
gastos para a pasta, além da ocupação de prédios caros e de um grande número de
funcionários que poderiam facilmente serem substituídos por um pequeno grupo.

No capítulo 5 ele discorre sobre o desempenho operacional, fala que as forças


armadas brasileiras atuaram poucas vezes juntas e que na última vez que fizeram isso
(na segunda guerra mundial) elas mal se comunicavam, que por experiência própria nas
pouquíssimas vezes em que teve que fazer alguma missão com o exército ocorriam
erros vergonhosos, o que mostrava como em um combate real tudo seria um caos.

Sued conclui o artigo deixando claro que o governo tem dificuldades em tornar o
ministério organizado e capacitado que possa fazer o seu trabalho de forma coerente e
cumpridor de suas tarefas, que o governo sente dificuldade e evita tocar nesses assuntos
para evitar o desgaste na manutenção da autonomia que os comandos militares querem
tanto preservar.

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