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Jornal carioca diário e matutino lançado em 28 de maio de 1935 por José Soares Maciel
Filho. Deixou de circular em 14 de fevereiro de 1942. Com o mesmo título, existiu nas décadas de
1910 e 1920 um periódico dirigido por José Eduardo de Macedo Soares.
Criação
O Imparcial surgiu como sucessor de A Nação, jornal que em janeiro de 1935 foi
transferido para novos proprietários e teve alteradas suas características básicas, imprimidas por
Maciel Filho. Com exceção do secretário de redação Azevedo Amaral, grande parte dos redatores e
colaboradores do antigo A Nação foi aproveitada na nova folha.
Atuação
Segundo Francisco de Assis Barbosa, O Imparcial não obteve o mesmo êxito de seu
antecessor. O jornal não dispunha dos mesmos recursos financeiros de A Nação e isso se refletia
em sua própria composição gráfica: era uma folha pobre, de apenas 12 páginas, com pouca
propaganda. Havia uma seção cultural e literária nos fins de semana e em geral o noticiário
internacional vinha misturado ao nacional. Publicavam-se três colunas diárias, “Ontem”, “Ontem
na Prefeitura” e “Ontem pelo telégrafo”, todas compostas de pequenas notas.
Durante o ano de 1937, essa linha que o próprio jornal definia como liberal alterou-se
substancialmente. Com a instalação de um clima de temor ante uma suposta ameaça comunista ao
país, Maciel Filho, através dos editoriais de O Imparcial, deu início a uma campanha de alerta
contra o perigo comunista. Essa campanha se intensificou a partir de setembro, quando foi
divulgado o Plano Cohen, pretenso plano de ação comunista apreendido pelo Exército, que
posteriormente teria sua falsidade comprovada. Nesse contexto, O Imparcial reivindicou a
reinstalação do estado de guerra, decretado em março de 1936 e suspenso em julho de 1937,
considerando a medida como salvadora do país.
Com essa nova postura, no início de novembro de 1937 o jornal passou a dar grande apoio
a Vargas, afirmando que este, “nos sete anos de governo, [fora] um admirável denominador
comum, alcançando de todas as energias nacionais heterogêneas e dispersas a grande força para a
realização de uma transformação vital do povo brasileiro”.
Helena Gasparian
FONTES: ENTREV. AMARAL PEIXOTO, A.; ENTREV. BARBOSA, F.; Imparcial (1935-42).