O estado de guerra vigorou até junho de 1937, quando foram soltos vários presos políticos
sem processo formado e aumentou a pressão para que fossem libertados os presos restantes. Ao
mesmo tempo, no entanto, crescia a reação anticomunista, intensificada em fins de setembro pela
“descoberta” do Plano Cohen. O documento, na verdade forjado, revelava um plano dos
comunistas para derrubar o governo e tomar o poder.
A divulgação do Plano Cohen serviu de pretexto para que o Executivo tomasse uma série
de medidas enérgicas, tornando a decretar o estado de guerra no dia 2 de outubro. Cinco dias
depois, foi criada a Comissão Executora do Estado de Guerra, com poderes para deter qualquer
propagador da ideologia comunista e para organizar colônias agrícolas e campos de concentração
não-militares destinados à reeducação moral e cívica dos indivíduos comunistas e de seus filhos.
Por outro lado, nos últimos dias de outubro e primeiros dias de novembro, o deputado
Francisco Negrão de Lima, em missão secreta, iniciou contatos com os governadores do Norte e do
Nordeste do país para discutir seu apoio a um golpe de Estado de Vargas. Com exceção da Bahia e
de Pernambuco, os demais estados foram unânimes em apoiar a idéia do golpe.
Nesse momento, o governo federal intensificou seu controle sobre a Bahia e Pernambuco,
nomeando para o comando da 6ª Região Militar (Bahia) o coronel Antônio Fernando Dantas e para
o comando da 7ª Região Militar (Pernambuco) o coronel Amaro de Azambuja Vilanova. Os
governadores Juraci Magalhães e Carlos de Lima Cavalcanti, embora desprestigiados, foram
mantidos em seus cargos.
No dia 8 de novembro, corriam rumores de que não haveria eleições e de que o golpe
estava pronto. Dois dias depois, foi de fato deflagrado o golpe do Estado Novo.
Em carta a Eurico Dutra datada de 2 de dezembro de 1937, o general Newton Cavalcanti
reconheceu que os planos e as decisões tomadas pela Comissão Executora do Estado de Guerra no
tocante à repressão ao comunismo haviam permanecido muito aquém do necessário à defesa do
país. No mesmo documento era declarado que, com a eclosão do golpe, cessavam as atribuições e
a própria existência legal da comissão.
Mônica Kornis
O estado de guerra vigorou até junho de 1937, quando foram soltos vários presos políticos
sem processo formado e aumentou a pressão para que fossem libertados os presos restantes. Ao
mesmo tempo, no entanto, crescia a reação anticomunista, intensificada em fins de setembro pela
“descoberta” do Plano Cohen. O documento, na verdade forjado, revelava um plano dos
comunistas para derrubar o governo e tomar o poder.
A divulgação do Plano Cohen serviu de pretexto para que o Executivo tomasse uma série
de medidas enérgicas, tornando a decretar o estado de guerra no dia 2 de outubro. Cinco dias
depois, foi criada a Comissão Executora do Estado de Guerra, com poderes para deter qualquer
propagador da ideologia comunista e para organizar colônias agrícolas e campos de concentração
não-militares destinados à reeducação moral e cívica dos indivíduos comunistas e de seus filhos.
A situação especial dos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul deveu-se ao fato de
seus governadores — respectivamente José Joaquim Cardoso de Melo Neto e José Antônio Flores
da Cunha — apoiarem a candidatura de Armando de Sales Oliveira às eleições para a presidência
da República, previstas para janeiro de 1938. O candidato oficial, apoiado por Getúlio Vargas, era
José Américo de Almeida. Ainda assim, no dia 9 de outubro, a Comissão Executora do Estado de
Guerra declarou que seria livre a propaganda eleitoral.
Por outro lado, nos últimos dias de outubro e primeiros dias de novembro, o deputado
Francisco Negrão de Lima, em missão secreta, iniciou contatos com os governadores do Norte e do
Nordeste do país para discutir seu apoio a um golpe de Estado de Vargas. Com exceção da Bahia e
de Pernambuco, os demais estados foram unânimes em apoiar a idéia do golpe.
Nesse momento, o governo federal intensificou seu controle sobre a Bahia e Pernambuco,
nomeando para o comando da 6ª Região Militar (Bahia) o coronel Antônio Fernando Dantas e para
o comando da 7ª Região Militar (Pernambuco) o coronel Amaro de Azambuja Vilanova. Os
governadores Juraci Magalhães e Carlos de Lima Cavalcanti, embora desprestigiados, foram
mantidos em seus cargos.
No dia 8 de novembro, corriam rumores de que não haveria eleições e de que o golpe
estava pronto. Dois dias depois, foi de fato deflagrado o golpe do Estado Novo.
Mônica Kornis