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Ditadura militar
(2ª parte)
Leonardo Leonidas de Brito
Vera Lúcia Bogéa Borges
História do Brasil III
Meta da aula
Objetivos
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INTRODUÇÃO
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Figura 12.2: Os três ministros militares que formaram a Junta Militar em 1969.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Juntagovernativa1969.png
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Atende ao Objetivo 1
“Sinto-me feliz, todas as noites, quando ligo a televisão para assistir ao jornal. Enquanto as
notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos em várias partes do mundo,
o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranquilizante
após um dia de trabalho.”
Resposta Comentada
O presidente Médici era militar e, ao se referir ao país que governava, utilizou a ideia da
marcha, que comumente está associada ao avançar, por exemplo, das tropas do Exército. Pela
perspectiva presidencial o país estava em paz, uma vez que a oposição sofrera duro golpe
desde o estabelecimento do AI-5 e praticamente não era possível ouvir as vozes combativas
(greves, agitações, atentados, conflitos). Os índices econômicos que demonstravam o crescimento
espetacular, o milagre econômico, eram valorizados por indicarem o desenvolvimento da
economia em detrimento da democracia social no Brasil. Desta forma, o ditador militar transparece
a sensação de dever cumprido por ser um dos protagonistas deste período.
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Vanguarda
como contexto o período da conquista da Copa do Mundo de
Popular
futebol em 1970. Enquanto o país torcia pela vitória brasilei- Revolucionária
ra, nos porões do regime milhares de brasileiros eram tortura- (VPR)
Organização política
dos e muitos morreram.
e militar criada em
1968, sendo composta
por estudantes e ex-
militares oriundos da
dissidência da Política
Operária (Polop) e,
também, ex-integrantes
do Movimento
Nacionalista
Revolucionário (MNR),
que conduziu a
Guerrilha de Caparaó.
O principal líder
era Carlos Lamarca,
que protagonizou
uma das ações mais
espetaculares da
organização, isto é,
Fonte: http://www.ctav.gov.br/wp-content/uploads/2009/08/pra-frente-brasil.jpg a retirada de mais de
sessenta fuzis FAL, dez
metralhadoras Ina e
munição do quartel
do 4º Regimento de
A experiência bem-sucedida de sequestro do embaixador
Infantaria em Quitaúna
norte-americano inspirou outras ações em relação a diplomatas com (SP) ocorrida em
objetivo de libertar presos políticos brasileiros de esquerda. Assim, janeiro de 1969.
Na ação, Lamarca
em março de 1970, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)
foi acompanhado
sequestrou o cônsul japonês, Nobuo Okushi, em São Paulo. Já em por três militares que
junho do mesmo ano, a VPR e a ALN sequestraram o embaixador se filiaram à VPR.
da Alemanha Ocidental no Brasil, Ehrenfried Von Holleben, desta Segundo Alzira Alves
de Abreu, a VPR
vez no Rio de Janeiro. Mais uma vez as autoridades brasileiras
sofreu crises internas
atenderam às reivindicações e o diplomata foi trocado por quarenta determinadas pela
presos políticos. Mas a luta armada não ficou restrita apenas às discordância quanto
à orientação dada
ações urbanas: no início de 1970, Carlos Lamarca, ex-capitão do
pelo setor militar da
Exército, montou um campo de treinamento no vale da Ribeira, organização, que
juntamente com outros companheiros, perto da serra do Mar, no priorizava as ações
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armadas. Já a ala estado de São Paulo. Esta investida da luta armada de esquerda
intelectual da VPR
acabou sendo desmantelada por uma operação militar e, no ano
defendia a realização
de um trabalho lento
seguinte, Lamarca foi morto.
e gradual junto às
massas. Em 1969, as
divergências internas
determinaram a Lamarca
fusão da VPR com Militar e líder guerrilheiro, nasceu em 1937.
o Comando de
Estudou na Escola Preparatória de Cadetes,
Libertação Nacional
(Colina), quando o em Porto Alegre, e na Academia Militar das
movimento passou Agulhas Negras em Resende, no Rio de Janeiro.
a ser chamado de
Em dezembro de 1964, Lamarca facilitou a fuga do
Vanguarda Armada
Revolucionária-
capitão-aviador Alfredo Ribeiro Daudt, preso sob a
Palmares (Var- acusação de atividade subversiva, e respondeu a
Palmares). inquérito administrativo que acabou sendo arquiva-
do. Afirmou-se como excelente atirador, chegando a
ser campeão de tiro do II Exército no 4º Regimento
de Infantaria em Quitaúna (SP). Em agosto de 1967,
Lamarca foi promovido a capitão. Desde a década
de 1950, ele era leitor de autores marxistas, sendo
responsável pela distribuição clandestina de panfletos
políticos nos quartéis que servia. Já em 1968, passou
a ter contato direto com as facções de esquerda que
defendiam a luta armada. Posteriormente, Lamarca foi
desligado do Exército pelo presidente Costa e Silva,
com base no AI-5, por ter cometido atos de natureza
desonrosa à dignidade militar ao abandonar o quartel
e fugido com armas. Em 1969, Lamarca conheceu
Iara Iavelberg, integrante da VPR, que se transformou
em sua companheira. Neste ano, ele participou de
vários assaltos a bancos com objetivo de conseguir
recursos para o financiamento da luta armada no
Brasil. Já como líder de ações armadas de grupos
clandestinos, instalou-se no vale da Ribeira, em São
Paulo, um campo de treinamento para a guerrilha,
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Fonte: http://www.cinemaxvideo.com/cinemax/config/imagens_conteudo/produtos/
imagensGRD/GRD_lamarca.jpg
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CONCLUSÃO
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Atende ao Objetivo 2
Os militares tomaram o poder pela violência em 1964 e foram eles mesmos que abriram o
caminho à subversão. Não se podem queixar nem ficar assombrados de que os patriotas
trabalhem para desalojá-los dos postos de mando que usurparam descaradamente.
Não existe liberdade no País. A censura é exercida para coibir a atividade intelectual.
A perseguição religiosa cresce dia a dia, os sacerdotes são presos e expulsos do País,
os bispos agredidos e ameaçados. A inflação segue desenfreada. Há demasiado
dinheiro em poder dos grandes capitalistas, enquanto é cada dia mais escasso nas
mãos dos trabalhadores. Nunca pagamos tão caro os aluguéis e os artigos de primeira
necessidade. Com os salários tão baixos e cada vez mais reduzidos.
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Carlos Marighella
Resposta Comentada
O manifesto era direcionado para o povo brasileiro e especificamente para os operários,
agricultores pobres, estudantes, professores, jornalistas, padres, bispos, jovens e para as mulheres
brasileiras. Marighella defendia a ideia de que a luta armada apenas reagiu à ação violenta
imposta pelos militares desde 1964. Nesta luta ensandecida, pessoas inocentes morriam.
Além do fechamento político do país, o autor denunciava a difícil situação econômica que a
população vivia diante da contenção dos salários e da carestia. Por fim, Marighella ressaltou
o ideário de luta revolucionário com a tomada de poder pelo povo.
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RESUMO
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