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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA
CADEIRA: POLÍTICA E RELIGIÃO

Tema: Implementação da Primeira República

Discentes:
Abubacar Omar
Iliana Castro
Sara Machalela
Zarco Samuel

Docente: prof. Salvador Watata e Prof. Adriano Nuvunga

Maputo, Novembro de 2021


Índice

Maputo, Novembro de 2021............................................................................................................1


Introdução........................................................................................................................................3
Objectivos........................................................................................................................................4
Geral:............................................................................................................................................4
Específicos:..................................................................................................................................4
METODOLOGIA............................................................................................................................4
Antecedentes históricos...................................................................................................................5
problema de pesquisa.......................................................................................................................5
Hipóteses..........................................................................................................................................6
Quadro Teorico................................................................................................................................6
Quadro conceptual...........................................................................................................................7
Contributo de Acordos de Lusaka para e criação e consolidação da primeira república em
Moçambique....................................................................................................................................7
A composição da Estrutura governativa no período de transição logo após assinatura do acordo
que tinha como seguinte Composição:............................................................................................8
3˚ Congresso da FRELIMO.............................................................................................................8
O socialismo e Marxismo................................................................................................................9
Fracasso e termo do socialismo em Moçambique.........................................................................10
Conclusão......................................................................................................................................11
Referencia Bibliografica................................................................................................................13

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Introdução
Após 10 anos consecutivos de luta e derramamento de sangue em nome da liberdade,
finalmente era chegado o momento de dar fim ao longo processo de exploração e colonização
que subjugou o povo moçambicano por longos anos de sua história. Foi no decorrer do ano de
1975, sob égide de Samora Moisés Machel, que foi proclamada a independência de
Moçambique, fato que marcou uma nova etapa do ciclo de vida para a jovem nação ora
emergente. A proclamacao da independencia de Mocambique ocorreu as zero horas do dia 25 de
Junho de 1975, altura em que passou a vigorar a primeira constituicao, com a Designacao da “
Constituicao da Republica Popular de Mocambique”.

Portanto, era preciso que uma nova ordem política e uma nova estrutura social fossem criadas
para dar um novo rumo à dinâmica social para qual os moçambicanos fossem atores da sua
própria história. Mas para isso, era preciso uma nova política, que fosse forte no campo social,
sendo o socialismo a ideal entre as demais com vigência na época. Desta feita, o nosso trabalho
vamos falar de aspectos concernentes a caracteristicas da Primeira Republica, objectivos da
mesma, principios.No trabalho vamos versar as principais mundacas que ocorreram ao longo da
vigencia da Primeira Republica, que impactaram seja o sector politico, economico e social.

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Objectivos

Geral:
 Analisar e alecancar as caracteristicas da Primeira Republica.

Específicos:
 Apresentar os conceitos de Republica;
 Identificar as causas e objectivos decorrentes da implementação da primeira Republica;
 Descrever o impacto nas diferentes de esferas sociais;

METODOLOGIA
Como referência, teremos a obra de Luis de Brito que aborda de maneira clara e exaustiva a
construção do Estado Nacional, queremosos dar as bases para a compreensão da gênese da
implementação da primeira República em Moçambique, isso não limitará a utilização de outras
obras para enriquecer a base do conteúdo proposto.

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Antecedentes históricos
O golpe de Estado militar de 25 de Abril de 1974 em Portugal produziu uma alteração radical
nas condições de desenvolvimento das lutas independentistas das colónias. Uma das
consequências imediatas da queda do regime português foi o aparecimento de um movimento
generalizado de greves expressando as reivindicações dos trabalhadores, a primeira das quais era
de melhores salários e condições de trabalho,(BRITO,2019 p.79 ) .
De acordo com Brito,(2019,p.80) podem constatar-se várias iniciativas no sentido da formação
de alguns sindicatos independentes, nomeadamente entre os funcionários públicos, ou de
transformação dos antigos sindicatos controlados pelo poder colonial. Este vasto movimento
social adquiriu rapidamente um cariz político com a intervenção de activistas simpatizantes da
Frelimo: a reivindicação da independência e de negociações imediatas com a Frelimo passou
então a ser uma constante.

No quadro dos Acordos de Lusaka,( BRITO,2019,p.83) refere que o governo de transição foi
nomeado a 20 de Setembro de 1974. Pode-se considerar que era um governo da Frelimo91,
sendo a sua tarefa principal assegurar a gestão do país e prepará-lo para a proclamação da
independência, que se deu a 25 de Junho de 1975. Ao tomarem as rédeas do poder do Estado, os
dirigentes da Frelimo, fortes do seu prestígio
e da sua legitimidade, estavam decididos a realizar o seu projecto, que enunciavam em termos de
“construção do socialismo”.

problema de pesquisa.
A questão da implementação da primeira república não pode ser dissociada a alguns aspectos
ora referidos e acima supracitados, a luta que a Frelimo desencadeou pela libertação de homem e
a terra,trouxe medidas determinante para que o governo faiscista portugues podesse ceder a sua
independencia e abrir espao para uma transicao polica, golpe do Estado de 1974 em Portugal
produziu uma alteracao de ordem geral, visando a instauracao de um sistema politico
Democratico, o Programa do Movimento das Forcas Armadas, (MFA), acrescentava a orientacao

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dom Governo Provisorio em materia de politica Ultramarina devia respeitar os seguintes
principios: reconhecimento dos factos que solucao das guerros ultrsmares era politica e nao
militar; Criacao de de condicoes para um debate ultramarino; estabelecimento das bases de uma
politica ultramarina capaz de conduzir a paz (BRITO, 2019,p.79).
Dentro desta problematica , a pergunta que se coloca neste estudo é: Que factores endogenos e
exogeno que estao relacionados com a implementacao da primeira republica em Mocambique?

Hipóteses
Esse trabalho parte de duas hipóteses inter-relacionadas:
-Primeira a Revolucao dos cravos
-A luta de Libertacao nacional que culminou com os Acordos de Lusaka.

Quadro Teorico
No presente trsbalho optaremos pelo uso da teoria do neo-institucionalismo. O neo-
institucionalismo também designado por novo institucionalismo é uma versão reformulada do
institucionalismo que surge nos finais do século passado, subdividido em três categorias a saber:
o neo-institucionalismo histórico, o da escola racional e o sociológico, todos dando enfoque ao
papel desempenhado pelas instituições na determinação de resultados sociais e políticos (Hall e
Taylor, 1996).

Para os teóricos do neo-institucionalismo histórico, as instituições são definidas como sendo


regras, leis, procedimentos, normas, arranjos institucionais e organizacionais que implicam a
existência de constrangimento e limites ao comportamento (Limongi, 1994; Hall e Taylor, 1996),
onde em última analise, esses constrangimentos e imites acabam por explicar resultados do
comportamento (Limongi, 1994).

Para o neo-institucionalismo, “as instituições têm um papel autónomo, próprio. Não apenas
“induzem” ao equilíbrio, como também têm influência directa na determinação do resultado
político substantivo” (Limongi, 1994).
Desta feita, a teoria neo-institucionalista e vital para o nosso trabalho, pois ajuda-nos a
compreender as dinamicas instituicionais e as suas respectivas reformas que foram operadas
desde a genese da implementacao da primeira republica es as relacoes sociais que nela se

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proppuseram o instutuicionalismo da enfaze as instituicoes pelo facto daesta desempenharem
uma funcao sociaL dentro de uma sociedade

Quadro conceptual
República é um governo em que: “todos os poderes procedem direta ou indiretamente do povo e
cujos administradores não gozam senão de poder temporário cada, a árbitro do povo ou enquanto
bem se portarem” (MADISON, 2003, p. 237).

Segundo Dallari (2013, p. 226), “a república, que é a forma de governo que se opõe à
monarquia, tem um sentido muito próximo do significado de democracia, uma vez que indica a
possibilidade de participação do povo no governo”.
A Luta pela indepencia
A orientação política “nacionalista” da Frelimo foi acompanhada pela decisão, consagrada
no programa adoptado no seu primeiro congresso, de usar “todos os meios” para obter a
independência do país ( BRITO, 2019,p.51).
Segundo Brito (2019) em Julho de 1964, a liderança da Frelimo tomou a decisão de que a luta
armada seria iniciada em Setembro do mesmo ano. Pequenos grupos de combatentes partiram
para o interior
de Moçambique, com instruções para atacar apenas objectivos militares ou administrativos.

Contributo de Acordos de Lusaka para e criação e consolidação da primeira república em


Moçambique
Os acordos de lusaka contribuiu de todas as formas para criação da primeira república, dando
uma configuração e bases para a consolidação da mesma, logo após o cessar-fogo Durante os dez
anos da luta armada de libertação nacional, que foi um combate contra a dominação colonial.
Com o golpe de Estado em Portugal, a 25 de Abril de 1974, a Frelimo consegue rapidamente
impor negociações ao novo poder português, para recorrer a formas pacíficas e promissoras para
resolução dos conflito e aquisição de uma independência total e completa, Portanto foi instituída
uma delegação pelo governo português que teria como representante Mário soares, e por parte da
frente de libertação nacional foi igualmente instituída uma delegação chefiada por jacinto Soares

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Veloso para juntos alcançarem consenso num acordo datado para o dia 7 de Setembro de
1974, em Lusaka Zâmbia.( HANLON, 1997)

Assim, com assinatura dos Acordos de Lusaka em Setembro de 1974, acordo este que sucede-se
com a formação de um governo de transição maioritariamente composto por personalidades
designadas pela Frelimo e dirigido por um primeiro-ministro também por ela nomeado, e do
governo português, cuja duração se estende até à independência nacional de Moçambique, a 25
de Junho de 1975.

No quadro dos Acordos de Lusaka, o governo de transição foi nomeado a 20 de Setembro de


1974. Pode-se considerar que era um governo da Frelimo, sendo a sua tarefa principal assegurar
a gestão do país e prepará-lo para a proclamação da independência. A Frelimo deixava então de
ser um movimento de libertação dirigindo uma guerrilha em regiões rurais distantes dos centros
urbanos, para se tornar um partido no poder, que se preparava para tomar sem partilha o controlo
de um Estado.

A composição da Estrutura governativa no período de transição logo após assinatura do


acordo que tinha como seguinte Composição:
-Um Alto-Comissário de nomeação do Presidente da República Portuguesa;
-Um Governo de Transição nomeado por acordo entre a Frente de Libertação de
Moçambique e o Estado Português;
-Uma Comissão Militar Mista nomeada por acordo entre o Estado Português e a Frente
de Libertação de Moçambique.  

E pós a independência a saída massiva dos portugueses que haviam ocupado a maior parte dos
lugares do quadro da administração e do aparelho económico, depois da proclamação da
independência nacional, teve que ser preenchido e assumido pela Frelimo. As mudanças
operadas em Moçambique pelo sistema de administração portuguesa em finais do período
colonial, não foram suficientemente abrangentes de molde a criarem uma elite negra educada.

3˚ Congresso da FRELIMO
De acordo com o departamento de informação e propaganda da Frelimo este congresso realizou-
se entre 3 a 7 de Fevereiro de 1977 e que se objectivava para determinar as prioridades , as

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estratégias e a táctica para o desenvolvimento económico e social do pais, reforçar a disciplina,
purificar as fileiras, aumentar a eficácia de rapidez de serviços, no qual se estabelece um novo
paradigma politico de uma linha que corresponde os interesses e objectivo da classe
trabalhadora, iniciou o processo de desmantelamento do aparelho de Estado colonial- capitalista
erigindo as bases de Estado operário-campones, nacionalizando as terras e prédios de
rendimentos, educação, saúde, criando uma nova justiça, tomando o controle dos principais
instrumento financeiro, e das principais industrias no qual a Frelimo se firmou como um partido
politico de vanguarda com orientação Marxista e Leninista.

De acordo com Brito(2009,p.18), apud Óscar, A Consciência socialista da FRELIMO nasce


ainda no decorrer da luta armada, ao mesmo tempo a partir de 1964 , a hegemonia de um grupo
revolucionário inspirado pelo marxismo foi se consolidando e firmando-se definitivamente no
inicio dos anos 1970 o despertar desta consciência foi se influenciando sobremaneira pelo
contacto que a FRELIMO manteve com os países do bloco socialista, deles obtendo apoio para a
sua logística militar, esses países eram contra o capitalismo e, segundo Gonçalves (2009,p.207),
Citado por Óscar, seria muito incoerência, por parte dos intelectuais da Frente de
libertação(FRELIMO) afirmarem que pretendiam construir uma sociedade igualitária
adoptando, em contra partida um projecto de carácter capitalista de governação, No entanto, O
partido a ser criado teria uma orientação uma orientação socialista e marxista e com forte apoio
de todas as forcas vivas Moçambicanas , foi nessa perspectiva que a FRELIMO como preparação
do seu III congresso publicou um conjunto de teses que sintetizavam o principio da sua opção
politica pela transformação de um partido marxista e Leninista, o seu carácter de classe e a sua
constituição em partido de vanguarda de aliança operaria-camponesa e em Fevereiro de 1977 o
partido foi concebido como o agente central da direcção do Estado( GOMEZ,1999,P.271) APUD
Óscar.

O socialismo e Marxismo
De acordo com (BOBIO; MATTEUCI; PASQUINO, 1998), apud Óscar , Muitas vezes o
conceito de socialismo e Marxismo costuma coincidir num ponto: de criar contradição para um
bem estar das massas, nesta vertente este autores advogam que o socialismo e um ordenamento
jurídico-económico fundado numa organização social na qual o direito das propriedades são

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formalmente limitados. os principais recursos económicos estão sobre o controle da classe
trabalhadora, a sua gestão tem por fim promover as igualdades sociais.

Fracasso e termo do socialismo em Moçambique.


Em semelhança do socialismo utópico, o socialismo Moçambicano entrou em colapso por razoes
similares. Encontrava-se ladeado por amantes do capitalismo, quer no nível interno quer externo,
ao nível interno estava uma minoria que, opunha-se da acumulação colectiva, pretendia se
assenhorar dos meios de produção, alienar a forca de trabalho e por conseguinte acumular
riquezas.

Ao nível externo estava uma colisão de ideologias, em que, por um lado encostávamos os
representantes do capitalismo e por outro lado o socialismo ambos a disputarem entre si a
hegemonia pelo controle e expansão das suas ideologias no mundo, (GOMEZ,1999).

Reformas económicas: de acordo com Gomez Do III Congresso datado de Fevereiro de 1977,
Definiu um novo quadro de estruturação económica, com tendência centralizadora do Estado,
estabeleceu-se a planificação económica do Estado de modo a introduzir as metas de produção as
empresas, estes directrizes atribuíram ao Estado a autonomia de criar estratégias de um
crescimento económico acelerado a altura dos objectivos plasmado para fazer a economia de
Moçambique mais forte e robusta, capaz de competir e servir de referencia na região, na qual a
comissão panificadora encarregava-se a identificar as áreas de prioridade e estratégicas, foi neste
âmbito que no inicio da década 80 foi concebido o plano prospectivo e indicativo(PPI), definido
conforme os modelos dos países socialistas do leste Europeu, este plano congregava acções a
serem aplicadas em diferentes sectores da sociedade com maior enfoque para a economia, o
plano pretendia alcançar um desenvolvimento equilibrado num período de 10 anos,
(GOMEZ,1999,P.301) Citado por Óscar.

Reformas ao nível social o sistema de enquadramento da população, esboçado desde a criação


dos «Grupos Dinamizadores», foi-se reforçando gradualmente. Nos bairros residenciais, a função
de controlo social dos «Grupos Dinamizadores» alargou-se com a nomeação de responsáveis

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para cada quarteirão ou prédio, cuja missão era garantir que os habitantes respeitassem a «linha
política» do partido, elaborar um registo contendo informações sobre sua situação familiar,
emprego, etc., «mobilizá-los» para o «trabalho voluntário», ou para as manifestações
organizadas pelo partido.
Reformas a nivel Religioso, segundo Brito A Igreja Católica foi particularmente atacada por
causa das suas ligações com as autoridades coloniais, e naquela época muitos padres católicos
foram expulsos do país. Milhares de membros da seita Testemunhas de Jeová foram acusados de
actividades subversivas e enviados para os «campos de reeducação». O Artigo 19, da
Constituição de 1975, declara que o Estado novo liderada pela FRELIMO adptou o estatuto de
Laicidade do estado, que defende a separação entre o Estado e Religião.

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Conclusão
consagrada pelo 3º Congresso da Frelimo. Este novo período, caracterizado pelo
desenvolvimento
intensivo do sector estatal, corresponde à crescente infuência dos novos quadros e dos
cooperantes provenientes dos países de leste no aparelho de Estado (BRITO,2019, p.125). Com
isto, podemos concluir que este periodo a implementação da Primeira República, que deu-se
juntamente com a Independência em 1975, foi impulsionada pela revolução dos Cravos e a Luta
de Libertação Nacional que culminou com os acordos de Lusaka.
Durante o vigorar da Primeira República, fora levadas a cabo muitas Reformas, Segundo Brito a
Frelimo optou pela perspectiva Socialista-marxista e Lenenista, onde fizeram se reformas a nível
Económico, social, Administrativo que foi fortemente influênciado pelo Terceiro Congresso da
Frelimo.

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Referencia Bibliografica
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 32. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
DE BRITO, Luis, A FRELIMO, O MARXISMO E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL,
1962-1983, maputo, 2019, IESE, p.59-83.
Bragança, A. 1986. “Independência sem Descolonização: a Transferência do Poder em
Moçambique”. Estudos Moçambicanos, n.º 5/6, pp. 7-28.

Revista sapiência: sociedade, saberes e praticas Educacionais-UEG/campus Ipora, Goias, v5 ,2016.

Coleccao; palavras de ordem, departamento de informacao e propaganda da Frelimo,Maputo.

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