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A ARTE DE SE “FAZER” ARQUITETURA.

Aline de Paula Alves

RESUMO

O artigo em questão aborda uma análise realizada sobre os principais


argumentos apresentados ao longo da história para discutir a relação entre a arte e
a arquitetura. Desde os tempos primórdios, as tendências artísticas influenciam todo
o tipo de arte, desde literatura até mesmo a moda. A história da arquitetura está
extremamente relacionada com a história da arte, já que uma dependeu da outra
para se desenvolver.

PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura; Arte; História; Influência.

1. O SURGIMENTO DO CONHECIMENTO E A NECESSIDADE DA CRIAÇÃO.

Pode-se considerar como arte pré-histórica todas as manifestações que se


desenvolveram antes do surgimento das civilizações antigas. Porém essa variedade
de produção foi elaborada em diferentes locais e por diferentes povos com culturas
distintas, mas com algumas características comuns: as artes produzidas
apresentam a função de ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações
específicas, como à caça. Neste período destacaram principalmente a arquitetura, a
escultura e a pintura como formas de arte.
Já as manifestações arquitetônicas surgiram a partir do momento que o
homem passou a desenvolver uma agricultura dentro do sistema de plantação e
colheita, surgiu então, a necessidade de se fixar nestas localidades por um tempo
até então indeterminado.

2. A FUNÇÃO DA ARTE E DA ARQUITETURA

É possível dizer que as primeiras histórias e a primeira literatura, foram


escritas na pedra, nos muros e nas colunas. Desde os tempos primórdios os muros
das construções foram os primeiros meios de informação, onde foram registradas as
primeiras páginas da história; o local onde foi utilizado para escrever histórias e
mensagens para o futuro. E hoje, deixar registrado a história e memórias de um
povo ou lugar, cabe esse papel ao arquiteto. Pois a ideia de uma arquitetura
puramente “racional” está cada vez mais se esgotando e nos levando a reconhecer
de que o método de criação da arquitetura não está restrito a aspectos lógicos,
muito menos a fatores técnicos e construtivos, pois o criar arquitetura é uma técnica
essencialmente artística.
A arte de se “fazer arquitetura” é vista como um bem ou como um signo. E
cada usuário e/ou observador tem uma percepção diferenciada do mesmo objeto e
ela deve ser tratada não somente como algo de contemplação estética, mas como
inspiração, envolvimento e afeto. Pois o homem, diferentemente dos demais
animais é capaz, através do raciocínio, manipular e transformar coisas para atingir
expectativas e atender às suas necessidades.

O grande papel do arquiteto e do artista é conceber a beleza como um


recurso, mas não como solução estética funcional. Muitas vezes é preferível
abandonar a aparência em beneficio da funcionalidade.
Segundo o site www.vitruvius.com.br, Rino Levi, pioneiro da arquitetura
moderna brasileira, sintetizou a questão dizendo o seguinte:
"Arquitetura é arte e ciência – se com tal expressão se quer significar
que a arquitetura, como fenômeno artístico, está sujeita a uma
classificação à parte, comete-se um grave erro. A arte é uma só. Ela
se manifesta de várias maneiras, quer pela pintura, pela escultura,
pela música ou pela literatura, como também pela arquitetura. Tais
manifestações constituem fenômenos afins, sem diferenças
substanciais na parte que realmente caracteriza a arte como
manifestação do espírito."

A Arquitetura é um objeto material, e o autor desse objeto, o Arquiteto, dá a


ele caráter artístico. Por esse motivo, construir, por si só, não é fazer Arquitetura.
Todas as manifestações artísticas fazem parte da ação humana, desde pequenos
gestos até grandes construções, sendo ele o principal autor. A arte vem para
sustentar necessidades humanas.

Célio Pimenta em seu texto Arquitetura e Arte, disponível em


www.belasartes.br, afirma que “Questões como Técnica, Funções de Uso,
Economia e assemelhadas não fazem parte da Arquitetura, mas sim da Obra
(material) que a contém”. Assim, a Arquitetura tem como função qualificar a coisa
artística e então o que pode ter função de uso pode ser considerado arquitetura.

3. CONCLUSÃO

Com este estudo foi possível perceber que a arquitetura e a arte estão
extremamente interligadas, que uma conduziu a criação da outra. Devemos assumir
que não se consegue criar uma boa arquitetura unicamente por uma via lógica ou
racional, nem levando em conta somente fatores técnicos, funcionais ou
econômicos. Mas necessidades humanas, e não apenas de necessidades de
natureza prática. É visível perceber que a capacidade de concretizar significados
culturalmente relevantes é a função essencial da Arquitetura e a capacidade de
concretizar o "espírito de uma época" é a especifica missão do arquiteto e do artista.

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE ANDRADE, Paulo Raposo. Arquiteto e Urbanista e Professor do Departamento de Arquitetura e


Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco. Artigo: A Arquitetura Enquanto Arte em
Joaquim Cardozo.

BITTENCOURT, Sandra. Disponível em: belasartes.br/chocolatedigital/artigos/arquitetura-e-arte.


Data de acesso: 15/09/2015.

ECO, Umberto. A definição da arte. Lisboa. Edições 70, 1972.

FERREIRA, G. e COTRIM, Cecília. Escritos de artista, anos 60\70. RJ: Jorge Zahar, 2006.

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