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ISSN

1514-3465
 
Das
margens das ferrovias para um modelo de 
gestão
vitorioso: o Operário Ferroviário Esporte Clube
From
the Banks of Railways for a Winning Management Model: the Operario Ferroviario
Esporte Clube
De
los márgenes de los ferrocarriles a un modelo de gestión exitoso: el Operario
Ferroviario Esporte Clube
 
Thiago
Savio Ingles da Luz*
inglesthiago@hotmail.com
Miguel
Archanjo de Freitas Júnior**
mfreitasjr@uepg.br
Edilson
de Oliveira***
edilsonde.oliveira@outlook.com
 
*Graduação
em Educação Física
Universidade
Estadual de Ponta Grossa, UEPG, Ponta Grossa
Bolsista
da Fundação Araucária de Apoio
ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
**Doutorado
em História
Universidade
Federal do Paraná (UFPR)
Mestrado
em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG)
Especialização
em Pedagogia do Esporte (UEPG)
Especialização
em Licenciatura Em Educação Física (UEPG)
Graduado
em Licenciatura em Educação Física (UEPG)
***Doutor
em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG)
Mestre
em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG)
Especialização
em Educação Física Escolar (UEPG)
Graduado
em Licenciatura Educação Física (UEPG)
Bolsista
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(Brasil)
 
Recepção:
16/06/2021 - Aceitação: 27/09/2021

Revisão: 27/07/2021 - 2ª Revisão: 10/09/2021
 

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trabalho está sob uma licença Creative Commons
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Citação
sugerida: Luz, T.S.I. da, Freitas
Júnior, M.A. de, e Oliveira, E. de (2021). Das margens das ferrovias para
um modelo
de gestão vitorioso: o Operário Ferroviário Esporte Clube. Lecturas:
Educación Física y Deportes, 26(283), 31-46.
https://doi.org/10.46642/efd.v26i283.3073
 
Resumo
   
O objetivo desta pesquisa foi analisar se as medidas adotadas pela gestão
do Operário Ferroviário Esporte Clube (O.F.E.C.),
no período de 2014 a
2019, contribuíram com suas conquistas competitivas. Para tanto,
delineou-se um estudo de caso básico,
exploratório, bibliográfico e
qualitativo. Visando a criação de linhas convergentes no processo
investigativo, utilizou-se a
triangulação metodológica como método
analítico. Subsidiado pela Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu,
constatou-se que o
planejamento empresarial e o marketing foram estratégias
que levaram a aquisição de capital simbólico e econômico,
permitindo aos
gestores obter as condições necessárias para a realização de
investimentos em infraestrutura e contratação de
novos jogadores, fatores
considerados fundamentais para as conquistas dentro de campo. Como o
inédito título estadual e os
triunfos nacionais consecutivos das séries D
e C. Verificou-se ainda que fora de campo o clube quitou suas dívidas,
lançou sua
loja oficial e estruturou um sólido programa de sócios
torcedores. Fatos que nos permitem inferir que a gestão do clube
influenciou para obtenção de resultados positivos fora e dentro de campo.
   
Unitermos: Gestão. Clube empresa.
Administração. Futebol.
 
Abstract
   
The objective of this research was to analyze whether the measures adopted
by the management of Operario Ferroviario
Esporte Clube (O.F.E.C.), in the
period from 2014 to 2019, contributed to its competitive achievements.
Therefore, a basic,
exploratory, bibliographical and qualitative case study
was designed. Aiming at creating convergent lines in the investigative
process, methodological triangulation was used as an analytical method.
Subsidized by Pierre Bourdieu's Theory of Fields, it
was found that business
planning and marketing were strategies that led to the acquisition of
symbolic and economic capital,
allowing managers to obtain the necessary
conditions for making investments in infrastructure and hiring new players,
factors
considered fundamental for achievements on the field. As the
unprecedented state title and the consecutive national triumphs
of the D and
C series. It was verified that off the field, the club paid off its debts,
launched its official store and structured a
solid program of supporting
members. Facts that allow us to infer that the club's management influenced
the achievement of
positive results on and off the field.
   
Keywords: Management. Company club.
Administration. Soccer.
 
Resumen
   
El objetivo de esta investigación fue analizar si las medidas adoptadas por
la conducción del Operario Ferroviario Esporte
Clube (O.F.E.C.), en el
período de 2014 a 2019, contribuyeron a sus logros competitivos. Por lo
tanto, se diseñó un estudio de
caso básico, exploratorio, bibliográfico
y cualitativo. Con el objetivo de crear líneas convergentes en el proceso
de investigación,
se utilizó la triangulación metodológica como método
analítico. Apoyada por la Teoría de Campos de Pierre Bourdieu, se
encontró que la planificación y el marketing de negocios eran estrategias
que conducían a la adquisición de capital simbólico y
económico,
permitiendo a los gerentes obtener las condiciones necesarias para realizar
inversiones en infraestructura y
contratar nuevos jugadores, factores
considerados fundamentales para lograr triunfos dentro de la cancha. Como la
obtención
de un título estatal sin precedentes y los consecutivos triunfos
nacionales de las series D y C. Se comprobó que fuera de la
cancha, el club
saldó sus deudas, creó su tienda oficial y estructuró un sólido programa
de socios hinchas. Hechos que
permiten inferir que la gestión del club
influyó en la consecución de resultados positivos dentro y fuera del campo
de juego.
   
Palabras clave: Gestión. Club
empresa. Administración. Fútbol.
 
Lecturas:
Educación Física y Deportes,
Vol. 26, Núm. 283, Dic. (2021)

 
Introdução 
 
   
A narrativa predominante no ambiente acadêmico acerca da introdução e
disseminação do futebol brasileiro presente em estudos como Santos
(2002),
Massarini, e Abrucio (2004), Duarte (2005) apresentam a versão de que Charles
Miller foi o precursor deste esporte no Brasil. Porém,
existem estudos como
Buchmann (2002) e Guterman (2009) que complementam a história tradicional, mas
destacam que a disseminação do
futebol no Brasil não foi exclusividade dos
clubes ligados a elite, mas ocorreu concomitantemente em diferentes espaços
sociais.
 
   
As margens das estradas de ferro foi um destes espaços pelo qual o futebol se
difundiu a partir do final do século XIX e início do século XX,
quando a
Inglaterra, país em que o futebol já estava instaurado, despontava como
potência econômica mundial e intercambiava profissionais
atuantes em diversas
áreas (Ferreira, 2005), dentre elas engenheiros e outros profissionais ligados
a construção das ferrovias.
 
   
Naquele contexto, os ingleses praticavam o futebol como forma de manutenção da
cultura e de entretenimento. Em seu tempo livre os
operários brasileiros
integraram as práticas (Buchmann, 2002). Observando o passatempo dos
funcionários, alguns gestores das ferrovias
organizaram práticas sistemáticas
que originaram vários times ferroviários, que contribuíram substancialmente
com a expansão do futebol no
país. Buchmann (2002, p. 189) enuncia que “nem
um outro segmento da sociedade brasileira criou tantos clubes, em tantos
lugares.... Mais que
os ferroviários, não houve”. O autor ainda ressalta que
no Brasil a classe ferroviária deu origem a mais de cem clubes, em vinte e um
estados.
 
   
Os ferroviários também exerceram papel importante em outros países da
América Latina, fato enfatizado por Stédile (2013) ao citar a criação
de
clubes tradicionais do continente, decorrentes da influência das estradas de
ferro: na Argentina,o Central Argentine Railway Club (1889),
atualmente Rosário
Central e no Uruguai, o Central Uruguay Railways Cricket Club (1891), atualmente
Peñarol.
 
   
A partir da obra de Buchmann (2002) foi possível identificar os clubes
brasileiros que possuem gênese relacionada diretamente ou
indiretamente aos
ferroviários. A partir disto optou-se em criar uma tabela apresentando as
equipes que ainda permanecem ativas
profissionalmente dentro do futebol
brasileiro.
 

Tabela
1. Clubes ferroviários brasileiros em
atividade profissional 
disputando
seus respectivos campeonatos estaduais no ano de 2020

Nome UF Fundação

Sport
Clube Rio Grande RS 1900

Sport
Clube São Paulo RS 1908

Paulista
Futebol Clube SP 1909

Esporte
Clube Noroeste SP 1910

Riograndense
Futebol Clube RS 1912

Operário
Ferroviário Esporte Clube PR 1912

Botafogo
Futebol Clube SP 1918

Nacional
Atlético Clube SP 1919

Ferroviário
Atlético Clube CE 1933

Valeriodoce MG 1942

América
Futebol Clube SP 1946

Ituano
Futebol Clube SP 1947

Associação
Ferroviária de Esportes SP 1950

Associação
Sportiva Arapiraquense AL 1952

Ferroviário
Esporte Clube PE 1961

Paraná
Esporte Clube PR 1989

Fonte:
Os autores

 
   
Entre os clubes oriundos da classe ferroviária que ainda atuam
profissionalmente destaca-se o Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC), uma

instituição de 109 anos, fundada em 1° maio de 1912 na cidade paranaense de


Ponta Grossa.1
 
   
Analisando sua história nos aspectos competitivos e gerenciais sumarizada em
Freitas (2000), constata-se que por diferentes motivos o clube
conviveu com
momentos de sucessos e fracassos muito próximos, acarretando dois períodos
licenciado das atividades profissionais, em 1978 e
1994. Nesse cenário,
observa-se que apesar da longevidade da equipe,o seu lapso mais vitorioso
ocorreu após o ano de 2014. Neste tempo
destacado como de sucesso, a
instituição obteve os seguintes resultados.
 

Tabela
2. Retrospecto competitivo do OFEC. Ano:
2015-2019

Ano Competição Resultado

2015 Campeonato
estadual 1ª divisão Campeão
inédito

2015 Quarta
divisão nacional Eliminado
na terceira fase

2016 Campeonato
estadual 1ª divisão Rebaixado

2016 Copa
do Brasil Eliminado
na segunda fase

2016 Taça
estadual (sub-23) Campeão
(vaga na série D)

2017 Campeonato
estadual 2ª divisão Eliminado
na segunda fase

2017 Quarta
divisão nacional Campeão

2018 Campeonato
estadual 2ª divisão Campeão

2018 Terceira
divisão nacional Campeão

2019 Campeonato
estadual 1ª divisão Permanência

2019 Segunda
divisão nacional Permanência

Fonte:
Os autores

 
   
Entre títulos e acessos evidencia-se a ascensão estadual e nacional do clube
no período estudado. Nesse cenário, entende-se que o objetivo
dos clubes de
futebol, bem como do OFEC, é de fato o sucesso competitivo, mas paralelo a isso
almejam a continuidade operacional e, portanto,
necessitam de um equilíbrio
financeiro que os permitam manter-se em atividade interrupta.
 
   
Nessa conexão entre desempenho financeiro e esportivo, a gestão assume um
papel relevante frente aos objetivos e as conquistas dos clubes
de futebol.
Portanto, definiu-se a seguinte questão problema para esta pesquisa: “A
gestão do OFEC contribuiu para as principais conquistas do
time?”.
 
   
Diante disso, este estudo objetivou analisar se as medidas adotadas pela gestão
do OFEC (2014-2019) contribuíram para as recentes
conquistas competitivas e de
que forma isso pode ter ocorrido, levando em consideração que a gestão possui
papel contribuinte no sucesso das
equipes de futebol, mesmo ponderando que o
futebol é composto por tarefas motoras abertas, portanto, marcado pela
imprevisibilidade.
(Gallahue, 2002)
 
   
Como justificativa para realização desta pesquisa destaca-se a intenção de
contribuir com a literatura acadêmica acerca da produção científica
sobre a
conexão entre aspectos administrativos e desempenho esportivo, já que
pesquisas como Dantas, Machado, e Macedo (2015) e Ferri,
Macchioni, Maffei, e
Zampella (2017) convergem para essa conexão, enquanto Gollu (2012) e Benin
(2017) afirmam não ser possível estabelecer
relação. Portanto, essa falta de
consenso aponta para a necessidade de mais estudos acerca da temática.
 
   
Não obstante, busca-se demonstrar que a pesquisa social pode contribuir com o
desenvolvimento do esporte profissional, sobretudo o futebol,
produzindo estudos
acerca de aspectos administrativos considerando também a realidade dos clubes
externos ao eixo Rio – São Paulo, ainda
hoje considerados os principais
centros futebolísticos do país.
 
Métodos 
 
   
A baliza temporal de 2014 a 2019 foi assim estabelecida pois corresponde ao
período em que o OFEC, administrado por um grupo gestor,
obteve as maiores
conquistas competitivas da sua história.
 
   
Seguindo os preceitos de Gil (2008) esta pesquisa define-se exploratória e
bibliográfica, pois esclarece e modifica conceitos utilizando
materiais já
publicados acerca do assunto. Classifica-se como básica, pois visa aumentar o
domínio científico acerca do assunto e de abordagem
qualitativa, que de acordo
com o autor é a principal estratégia utilizada para abordagem do problema em
estudos de casos.
 
   
Destarte, optou-se pelo desenvolvimento de um estudo de caso, que é uma
investigação empírica qual visa averiguar um fenômeno existente
na
contemporaneidade dentro de um contexto real (Yin, 2005). Nesse cenário,
buscamos analisar o fenômeno gerencial do futebol em um clube
específico,
durante um período considerado vitorioso quando comparado ao passado
histórico.
 
   
Como ferramenta auxiliar ao estudo de caso utilizou-se a triangulação
metodológica entre métodos descrita por Flick (2009), que é uma
estratégia
de combinação de informações presentes em variadas fontes de pesquisa. Yin
(2005) defende esta estratégia a fim de criar linhas
convergentes no processo
investigativo, contribuindo com a fidedignidade do estudo. Tais informações e
fontes confrontadas foram as localizadas
na literatura acadêmica, ou seja, nas
pesquisas já publicadas sobre o tema.
 
Resultados
e discussão 
 
   
O OFEC passou por momentos intrincados em alguns períodos históricos, marcados
por instabilidades competitivas e administrativas aliadas ao
enfraquecimento da
Rede Ferroviária, migração de pessoas que já possuíam suas crenças
esportivas para cidade de Ponta Grossa e os constantes
problemas administrativos
por conta de transações pouco transparentes. (Freitas, 2000). Tais fatos
levaram o clube a se licenciar das atividades
profissionais em dois períodos,
em 1978 e 1994. (Freitas et al., 2020).
 
   
Após retornar à primeira divisão profissional do seu estado no ano de 2009,
não obteve resultados competitivos relevantes até o ano de 2014,
ano em que
quase acabou rebaixado para a divisão de acesso do campeonato. Destarte,
Freitas et al. (2020), com base nos relatos dos gestores
do OFEC, sumarizam
dados sobre a trajetória da gestão do clube. Nesta fonte, constata-se que em
2014, visando uma temporada competitiva
em 2015, alterou-se a gestão
responsável pelo departamento de futebol profissional do clube. Foi neste
momento, que o grupo gestor chamado
“Amigos do Operário”, presidido por
José Álvaro Góes Filho, incumbiu-se das responsabilidades desta atividade
junto ao clube.
 
   
De acordo com Freitas et al. (2020) inicialmente a estratégia traçada pela
gestão com a intenção de profissionalizá-la foi de administrar como
empresa,
no sentido de equilibrar as contas do clube, pois acreditavam que livres de
dívidas, ações trabalhistas e impostos atrasados,
proporcionariam um ambiente
plácido para alçar bons objetivos competitivos. Em seguida, buscou-se angariar
recursos financeiros com o apoio
dos empresários da cidade de Ponta Grossa (PR)
que integravam o grupo que geria o futebol profissional do OFEC. Nesse sentido,
cada
empresário contribuía com dois mil reais ao mês para contribuir com as
custas do clube durante a temporada. Diante disso, infere-se que o papel
do
empresariado era apenas contribuinte, não financiador ou patrocinador. (Freitas
et al., 2020)
 
   
Nesse sentido, identificamos na literatura acadêmica estudos que demonstram a
importância da utilização de princípios empresariais na gestão
do futebol,
com destaque para Nazi, e Drews (2017) que desenvolveram um estudo comparativo
por meio de entrevista semiestruturada com os
gerentes de futebol de Brasil e
Pelotas, clubes residentes da cidade de Pelotas do estado brasileiro do Rio
Grande do Sul, em que ambos
reconheceram que a qualificação da gestão influi
no sucesso competitivo, mesmo que não possua uma relação de causa e efeito
devido as
imprevisibilidades do esporte. Os autores mostram que o Brasil teve um
planejamento sólido e contínuo que contribuiu com a ascensão da
equipe
nacionalmente, já o Pelotas sofreu com problemas políticos, gerenciais e
posteriormente descensos estaduais e nacionais. Portanto infere-
se positivamente
acera da estratégia de profissionalização traçada pelo grupo gestor do OFEC,
no sentido de anexar princípios empresariais a ela.
 
   
Nesse sentido, Suzuki, em 1999, escreveu para o Caderno de Esportes da Folha de
São Paulo informações relevantes à época e ao mesmo
tempo relacionada as
discussões contemporâneas sobre a temática. Na ocasião, o autor escreveu que
quando se refere aos clubes quanto
empresa, não necessariamente se diz respeito
a modalidades de patrocínios ou até mesmo sociedade com capital aberto na
bolsa de valores. Na
verdade, é importante uma gestão profissional e moderna
que insira o futebol na indústria do entretenimento, visando captar recursos e
financiar
as atividades do clube.
 
   
A partir desses estudos identificamos demonstrações de variáveis importantes
para uma gestão madura. Entende-se que as administrações
dos clubes de
futebol devem almejar uma incessante busca pelo capital financeiro, para que
assim possa estabelecer um planejamento de médio
a longo prazo. Para tanto,
devem apoderar-se de estratégias e possibilidades que garantam a viabilidade
financeira da instituição. Dessa forma
vale destacar que a busca pelo capital
é possível se o futebol for compreendido e gerido como um agente da indústria
do entretenimento,
cultivando e zelando os seus clientes que neste contexto
correspondem aos seus torcedores.
 
   
Acerca da comercialização do futebol, Fleury, Alejandro, e Feldmann (2014)
enfatizam que o esporte profissional transcende o jogo ou apenas
a atividade
física, é, realmente, um entretenimento e por isso considerado um negócio,
que possui o espetáculo esportivo como principal produto
a ser ofertado. Barros
(2016) destaca que o esporte se distingue de outras modalidades de entretém
pois na maioria dos casos o público procura
uma ação, como por exemplo a
alegria ao assistir um filme de comédia ou num filme de terror a experiência
assustadora, porém, no caso do
passatempo esportivo, o que atrai o público é
a incerteza. Portanto, entende-se que o esporte possui peculiaridades
intrínsecas e por isso
diferencia-se de outros segmentos dessa indústria.
 
   
Porém, vale a ressalva que o esporte sofre a concorrência de diversas formas
de entretém, como parques, shoppings e cinema. Por isso,
Cardoso, e Silveira
(2014) consideram que os clubes devem se preocupar em tornar-se uma marca forte,
atrativa e capaz de fidelizar os seus
clientes/torcedores. Corroborando com esta
crença, Cunha et al. (2015) diz que as receitas dos clubes podem ser
potencializadas ampliando suas
ações em relação aos seus consumidores, que
neste caso, são os torcedores. Segundo os autores, esta relação é favorecida
por meio da
fidelidade já existente com a marca.
Para
tanto, as administrações dos clubes de futebol, como do OFEC, se apoderam de
princípios que envolvem o marketing esportivo. Diante
disso, ressalta-se que o
objetivo geral do marketing é:

   
Centrar-se no compromisso com o cliente, consumidor e público-alvo no sentido
de oferecer benefícios e atributos que
superem expectativas. A
responsabilidade que a organização tem em traçar e mensurar necessidades,
desejos e interesses do
público-alvo/consumidor e em conquistar a
satisfação efetiva e eficiente buscando o bem-estar não somente do
consumidor,
mas como da sociedade, faz com que o marketing transforme-se de um
simples conceito a um elemento de suma importância
no processo estratégico
das organizações. (Malagrino, 2011, p. 29)

   
Cunha et al. (2015) destaca que o marketing esportivo é a empregabilidade do
marketing tradicional no segmento esportivo. Além disso,
enfatiza que deve ser
usado em prol do consumidor do esporte, pois este frequenta jogos, gasta
diretamente no clube e/ou em empresas
parceiras. Entretanto a relação não
pode ser estabelecida de forma franca, uma vez que deve se considerar a relativa
autonomia dos campos e o
cuidado com o que Bourdieu (2001) chama de “falácia
escolástica”, ou seja, tomar a teoria como verdade efetiva. O que se criam
são
perspectivas a partir de uma particularidade desse campo, que é
comercialização a partir dos sentimentos, identidade e pertencimento, por
exemplo.
 
   
Nesse sentido, as estratégias elaboradas pelas administrações dos clubes de
futebol, em boa parte dos casos, obtêm eficiência. Isso pode ser
justificado a
partir do estudo de Malagrino (2011) que coloca o futebol em uma posição
privilegiada, com relação a marca, em comparação aos
demais segmentos de
mercado, pois parte do seu público-alvo já possui significativa fidelidade. O
autor faz uma analogia as empresas, que
durante anos investem milhões para
tentar fidelizar seus clientes, mas não possuem a mesma eficiência dos clubes
de futebol. Novamente,
ressalta-se que o campo esportivo possui suas
peculiaridades intrínsecas, sobretudo o sentimento e as emoções.
 
   
Diante disso, a literatura aponta para conceitos centrais que podem ser
identificados quando analisamos a gestão do OFEC. Isso se
materializa, ao
observarmos Martins, e Casas (2017), onde os autores destacam que apesar do
torcedor já possuir vínculo afetivo, necessita de
mais fatores que garantam
sua fidelidade, citando o programa de sócios torcedores como estratégia
eficiente.
 
   
Freitas et al. (2020) relatam que o OFEC passou a explorar esta possibilidade no
ano de 2014, visando a temporada 2015, que segundo seus
gestores representava
uma modernização do futebol da instituição no sentido da diversificação de
fontes de receitas, já que na época o clube
possuía apenas o campeonato
estadual para disputar e o seu período de realização era a única geração
de renda na temporada (ingressos,
patrocínios e cotas de transmissão), o que
não permitia um planejamento consolidado visando uma ou mais temporadas
completas.
 
   
A partir desse cenário, levando em consideração que o programa de sócios se
consolidou atingindo nove mil associados em 2019, a nova
forma de captação de
recursos alterou os planejamentos nas temporadas subsequentes. Como a
associação dos torcedores é realizada por meio
de um contrato anual, sua
consolidação proporcionou uma certa previsibilidade financeira que permitia a
instituição planejar suas ações visando
uma maior baliza temporal, reduzindo
margem para erros.
 
   
Outra estratégia que ganhou destaque na gestão estudada, foi a criação da
loja oficial de produtos do clube. De acordo com o site oficial do
OFEC: “A
Loja do Fantasma foi inaugurada em março de 2017 para melhor atender os
torcedores operarianos”, a qual oferece um leque de
opções de produtos aos
torcedores. Neste mesmo sentido, o estudo de Newell, e Swan (1995) destacam a
importância dos clubes buscarem a
potencialização do público nos dias de
jogos, estratégia que reside em transcender a receita somente com a venda de
ingressos, mas,
diversificando a ofertada e desta forma potencializando as
receitas por meio da comercialização de produtos oficiais dentro do estádio.
Este fato
pode ser considerado primordial para buscar e explorar o sentimento de
pertencimento dos seus torcedores, a identificação com produtos do
clube e
comodidade dos associados, estimulando adesões e assim fortalecendo esta
estratégia de busca incessante pelo capital.
 

Imagem
1. Loja do Fantasma (O.F.E.C.)

Fonte:
https://www.operarioferroviario.com.br/loja-do-fantasma

 
   
Ressalta-se que o clube prosseguiu com suas fontes de receitas tradicionais,
tais como ingressos, cotas de TV e patrocínios, somente buscou a
diversificação dos ganhos por meio de outras estratégias. Destarte, podemos
refletir acerca das receitas tradicionais que podem ser
quantitativamente melhor
exploradas por meio de estratégias inovadoras, como modernização dos
estádios. Meneses Neto, e Martins (2020)
expõe o caso do Palmeiras que
potencializou seus ganhos através do programa de sócios torcedores e ingressos
após a construção do seu
próprio estádio: o Allianz Parque Arena. Seguindo
esta linha de raciocínio, observamos esta estratégia na gestão analisada,
quando em 2019 a
diretoria anunciou a construção de camarotes no Estádio
Germano Kruger, oferecendo vantagens, como privacidade e gastronomia, visando
receber um público de maior patamar financeiro, com potencial de gasto com a
marca. (Freitas et al., 2020)
 

Imagem
2. Estádio Germano Kruger
Fonte:
https://www.operarioferroviario.com.br/sede

 
   
Ainda, compreende-se que outro fator capaz de atrair o público é a
comercialização do espetáculo esportivo, isto é, também, os jogos
decisivos, capazes de alterar a homeostase emocional do torcedor. Diante disso,
destaca-se que durante a baliza temporal estudada o OFEC

disputou cinco finais2


no Estádio Germano Kruger, além dos jogos eliminatórios, recebendo públicos
próximos a lotação máxima.
 
   
Ferreira, Marques, e Macedo (2018) apresentam o que chamam, com conotação
positiva, de círculo vicioso: 1) resultado financeiro, 2) investir
em jogadores
de qualidade formando um elenco competitivo, 3) obtenção de bons resultados
competitivos, reiniciando o processo. Nessa
perspectiva, infere-se que quanto
mais a instituição potencializar seus ganhos, potencializará também as suas
perspectivas para o sucesso
competitivo.
 
   
A partir disso, identificam-se princípios próximos na trajetória analisada do
OFEC. A gestão buscou elevar suas receitas por meio do seu
programa de sócios
torcedores e da loja oficial do clube, investindo na formação de elencos
competitivos que desencadearam nos títulos e
ascensão estadual e nacional. Por
conseguinte, atingindo um patamar financeiro superior, o processo reinicia.
 
   
Nesse cenário gerencial, considerando o planejamento empresarial e o marketing,
infere-se que foram estratégias que levaram a aquisição de
capital simbólico
e econômico (Bourdieu, 1983, 1996, 2002), condicionando os gestores a decidirem
acerca da realização de investimentos em
infraestrutura e contratação de
novos jogadores.
 
Conclusões 
 
   
As decisões perante investimentos em estrutura e atletas foram consideradas
fundamentais para as conquistas do clube entre 2015 e 2019. Tal
premissa se
constitui com as conquistas dentro de campo, como o inédito campeonato estadual
e os triunfos nacionais consecutivos das séries D
e C, bem como em fatores
externos ao campo de jogo, visto que o clube quitou e evitou dívidas, lançou
sua loja oficial e o programa de sócios
torcedores.
 
   
No período estudado a gestão denominada “Amigos do Operário”, presidida
por José Álvaro Góes Filho, partiu de um planejamento base em
que 45
empresários contribuíam com uma quantia mensal a fim de conservar a saúde
financeira do clube, isto é, arcar com todos os custos e
evitar dívidas.
 
   
A partir disso, visando mais investimentos no departamento de futebol
profissional, lançou estratégias duas principais estratégias de
marketing: o
programa de sócios torcedores e a loja oficial de produtos do clube. As
conquistas de títulos potencializaram estas estratégias de
marketing e
consequentemente as receitas do OFEC.
 
   
Não obstante, investimentos em infraestrutura, principalmente na construção
de novos camarotes, miraram a atração e obtenção de um
público de maior
patamar financeiro, fato que além de aumentar, acaba diversificando as fontes
de receitas. Acumulando capital e investindo em
jogadores o OFEC disputou
diversos jogos decisivos, eliminatórios e finais, estaduais e nacionais de 2015
a 2019, como supra exposto na Tabela
2 desta pesquisa. Desta forma,
comercializou os jogos como espetáculo, potencializando esta fonte de receita
tradicional.
 
   
De maneira geral acaba constatado que as estratégias exploradas pelo OFEC
convergem num fator comum: o dinheiro. Na prática, a busca
pelo capital
financeiro é a tentativa de garantia de renda em médio a longo prazo que
permita um planejamento eficiente e coerente, capaz de
garantir a viabilidade de
investimentos contínuos no departamento do futebol profissional.
 
   
Diante disso, é importante ressaltar que os fatores supracitados, estudados e
discutidos que foram apropriados pela administração do OFEC
possuem papel
colaborativo com o sucesso competitivo, uma vez que devemos considerar as
imprevisibilidades que circundam o esporte,
sobretudo uma modalidade de
habilidades abertas como o futebol e, portanto, não estabelecer relações de
causa e efeito entre administração e
sucesso competitivo.
 
   
Ressalta-se a necessidade de mais estudos sobre gestão, administração e
marketing no futebol, refletindo acerca dos caminhos que as
instituições do
futebol podem traçar para que criem perspectivas capazes de se aproximarem dos
bons resultados financeiros e competitivos. Não
obstante, surgem possibilidades
de estudos acerca dos demais clubes ferroviários latinos. Dos que não mais
estão ativos, entender o que pode
ter influenciado para o fim das atividades
profissionais. Em relação aos clubes que ainda sobrevivem, compreender seus
modelos de gestão,
estratégias e meios explorados para permanecer em
operação.
 
Notas 

1. Ponta
Grossa é uma das maiores cidades do Paraná com mais de 300.000 habitantes
e está localizada há cerca de trezentos quilômetros
da capital Curitiba.
Ainda, é considerada o berço do futebol do estado, pois em 1909 nela
realizou-se o primeiro jogo oficial da história

do Paraná, numa partida


entre conterrâneos de Ponta Grossa e curitibanos. (Defino, 2012)
2. Campeonato
Estadual (2015), Taça Estadual (2016), Série D do Campeonato Brasileiro
(2017), Campeonato Estadual 2ª divisão (2018),
Série C do Campeonato
Brasileiro (2018).

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