Você está na página 1de 20

DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

RELATÓRIO FINAL - IFSP

Título do Projeto: Integração de Soluções para Esgoto com Cogeração de

Energia na Cidade de Caraguatatuba

Nome do Bolsista: Vitor da Cruz Santos

Telefone: (11) 9 7279-6688

E-mail: vitor.cruz@aluno.ifsp.edu.br

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP


Avenida Bahia, 1739 - Indaiá, Caraguatatuba – SP
CEP: 11665-071
Telefone: +55 (12) 3885-2130
Nome do Orientador: Johanatan Wagner Rodriguez

Telefone: +55 (12) 3885-2130 E-mail: johnatan@ifsp.edu.br

Nome do Coorientador: Wendell de Queiróz Lamas

Telefone: (12) 99686-1383

E-mail: wendell.lamas@usp.br

RESUMO

O estudo de geração de energia sustentável se tem tornado grande pauta


atualmente para a diminuição do lançamento dos gases tóxicos à atmosfera que
agravam as mudanças climáticas vigentes. Desse modo, a produção energética
a partir do biogás tem sido utilizada como uma alternativa de aproveitar o gás
metano liberado no tratamento de efluentes. Sendo assim, o presente trabalho
objetiva analisar e coletar dados a respeito das estações de tratamento de
esgoto (ETES) da cidade de Caraguatatuba, como vazões e capacidades de
tratamento, para assim verificar uma possível viabilidade ambiental, econômica
e social na cidade mais populosa do litoral norte.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Palavras-chave: biogás, estações de tratamento de esgoto, geração de energia


sustentável.

APRESENTAÇÃO (INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS)

INTRODUÇÃO:

1.1 PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DE ESGOTOS

Esgoto, efluente ou até mesmo água servidas, são as sobras de toda a


água utilizada na indústria e nas residências, que por sua vez precisam de um
tratamento correto para a remoção de todas as suas impurezas, para assim
voltar à natureza com o menor impacto possível ao meio ambiente e à saúde
humana, permitindo sua preservação (CEMPRE, 2018).
O tratamento dos efluentes acaba por consistir na retirada de diversos
tipos de contaminantes, como a remoção de organismos patogênicos, da carga
orgânica e de sólidos suspensos. Dessa maneira, cada esgoto coletado tem uma
característica específica, fazendo com que a maneira de seu tratamento
dependa dessa característica (CEMPRE, 2018).
O esgoto passa por vários tipos de tratamento antes de sua disposição no
oceano pelos emissários submarinos, que são tubulações que lançam o esgoto
tratado à zona de ação das ondas e da corrente do mar. Muitos dos efluentes
quando não são devidamente tratados levam as águas a efeitos colaterais,
sendo um fator responsável pela eutrofização, morte de zonas dos mares, ou até
mesmo levar metais pesados, nutrientes inadequados, realizar mudanças na
granulometria da areia prejudicando comunidades bentônicas marinhas
(ABESSA et al., 2012).
Dessa forma, o tratamento é de suma importância para manutenção da
vida marinha e consequentemente a terrestre. O início do tratamento se dá em
um nível preliminar, que consiste na contenção de resíduos maiores, por meio
de grades (gradeamento) que removem os sólidos grosseiros, bloqueando o
caminho de detritos de tamanhos grandes. Nessa etapa também é feita a retirada
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

de areia por sedimentação, em um processo denominado desarenação, todos


visando a proteção de bombas, dispositivos e tubulações. A Figura 1 ilustra como
são as grades na etapa de remoção de sólidos grosseiros e a Figura 2 ilustra a
areia sedimentada deste processo, ambas as figuras retratam a ETE de Porto
Novo em Caraguatatuba.

Figura 1 - Processo de gradeamento registrado na ETE Porto Novo da Estância Balneária de


Caraguatatuba.

Figura 2 - Areia sedimentado no desarenador da ETE Porto Novo da Estância Balneária de


Caraguatatuba.

Já no nível seguinte, é feito o tratamento primário, quando os sólidos em


suspensão (matéria orgânica) são sedimentados, sofrendo o processo de
decantação, ou seja, existe a separação do líquido e do sólido, onde podem
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

acontecer processos como flotação, retirada de óleos e neutralização. Os


sedimentos deixados ao fundo do decantador tornam-se, nessa etapa, o lodo
primário bruto, que é separado por raspadores mecanizados, tubulações ou
bombas (CEMPRE, 2018). Assim sendo, nessa etapa do tratamento, o processo
é anaeróbio (sem a presença de oxigênio), por meio da fermentação, sendo que
os mais característicos empregados são o sistema de fossa séptica e o reator
anaeróbio de manta de lodo.
Na fossa séptica (ou filtro anaeróbio), os resíduos se depositam no fundo,
local de produção de lodo, em que se sucede a hidrólise enzimática anaeróbia.
A seguir, o líquido vai ao filtro anaeróbio, com 52 bactérias que se desenvolvem
a uma faixa estrutural formando a biomassa, a qual reduz a carga orgânica dos
efluentes; já em um reator anaeróbio de manta de lodo, tal biomassa se
desenvolve espalhada e não se associa ao filtro, assim, dá origem a minúsculos
grânulos, que acabam por auxiliar a formação de outras bactérias, e assim, com
o líquido anterior, produz-se gases, comumente o metano e o gás carbônico,
proveniente da fermentação anaeróbica (LAMAS, 2007).
Dessa forma, após o tratamento primário, existem as reduções de sólidos
em suspensão, a remoção de material flutuante, a equalização parcial de vazão
e a carga orgânica e redução da demanda bioquímica de oxigênio (DBO). O
último estágio representa uma medida da demanda de oxigênio (OD) consumida
por microrganismos no momento em que estão oxidando a matéria orgânica nos
efluentes domésticos, assim representa o grau de contaminação das águas,
quanto maior a DBO, maior a poluição (CEMPRE, 2018).
No nível de tratamento secundário, os microrganismos se alimentam da
matéria orgânica em suspensão não removida pelo tratamento anterior. Os tipos
de tratamento nesse nível podem ser aeróbios (com presença de oxigênio), ou
anaeróbios, e há muitos tipos desse tratamento, como lagoas de estabilização,
lodos ativados, tratamento aeróbio com biofilme, tanques Imhoff e a disposição
no solo. No município da Estância Balneária de Caraguatatuba há uma
predominância de tratamento por lodos ativados (SABESP, 2020).
O processo de tratamento de lodos ativados convencional possui um
reator, um decantador secundário e uma bomba de recirculação de lodo. Nesse
processo de tratamento, o fundamento é a movimentação do lodo do fundo do
decantador para o tanque de aeração, junto com o fluxo contínuo de matéria
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

orgânica, faz-se assim um excesso de bactérias; já no processo por batelada ou


fluxo intermitente ocorre todo o processo no interior do reator, a biomassa
permanece no tanque e não é preciso recircular o lodo. Os ciclos de sua
operação são: enchimento, reação, sedimentação, esvaziamento e repouso. Em
tanques que recebem um fluxo contínuo de matéria orgânica, como exemplo,
fluxo contínuo de esgoto doméstico em uma ETE é indispensável mais um
tanque de aeração equidistante, uma vez que um tanque se encontra no ciclo de
decantação não deve receber fluxo de esgotos e assim se faz imprescindível um
tanque distinto que apresenta-se na fase de enchimento (BDT, 2005). A Figura
3 ilustra a ETE de Porto Novo na etapa de tratamento por Lodo Ativado por
Bateladas.

Figura 3 - Processo de tratamento por Lodo Ativado por Bateladas na ETE Porto Novo da Estância
Balneária de Caraguatatuba.

Por fim, o tratamento terciário tem como objetivo a retirada de


micronutrientes e de patogênicos, para se obter um tratamento com
propriedades elevadas para seus efluentes. Há extração de nitrogênio, de
fósforo e eliminação inteira de toda a matéria orgânica mediante a um
procedimento químico. A Figura 4 a seguir elucida o tratamento terciário de
desinfecção.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Figura 4 - Processo de desinfecção química por cloração na ETE Porto Novo da Estância Balneária de
Caraguatatuba

1.2 PRODUÇÃO ENERGÉTICA PELO GÁS METANO

Segundo Godoy Junior (2010), o biogás é um potencial energético


proveniente do gás metano originado do esgoto que não é insalubre e pode ser
empregado na cocção de alimentos, na iluminação, na refrigeração e até mesmo
na produção de energia. Tal potencial pode ser aproveitado no tratamento do
esgoto, o qual seu processo biológico depende da respiração bacteriana, que
pode agir de três formas: aeróbica, anóxia e anaeróbica. Sobre o processo
aeróbico, com oxigênio para alimentar os micro-organismos, pode-se inferir que
o Brasil utiliza em grande escala por meio do processo de tratamento por lodos
ativados, o qual consome alta energia elétrica para a aeração; já na ausência de
oxigênio, com um processo anaeróbico, é utilizado apenas 10% da energia
necessária no processo aeróbio, o que consequentemente gera menor produção
de lodo, ressalta-se que este processo resulta também um biofertilizante, o lodo,
que pode ser usado como adubo, cerca de 25%, além da produção do biogás
que se usado com um biodigestor, que possui potencial energético. Isto é, a
utilização de biodigestores anaeróbio de fluxo ascendentes são compactos,
possuem baixa demanda de área, baixo custo de implantação, baixo consumo
de energia elétrica, alto desempenho na retirada da DBO e outros benefícios.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

JUSTIFICATIVA:

Levando em conta toda a conjuntura global, os países de todo o mundo


enfrentam uma adversidade em sua produção energética, uma vez que grande
parte de sua produção libera gases tóxicos ao meio ambiente que agravam os
problemas relacionados às mudanças climáticas. Dessa forma, se faz
necessário uma eficiência energética que mitigue essas agressões com uma
produção sustentável.
Desse modo, com a pauta de sustentabilidade presente no cotidiano, se
faz preciso estudos de outras formas de energia, como sua geração por meio
dos gases provenientes de efluentes, feita com a busca de informações de sua
praticabilidade em estações de tratamento de esgoto, buscando um retorno à
sociedade tanto na esfera econômica, como na ambiental e na social, se torna
assim de extrema importância na atualidade.

OBJETIVO:

Gerar subsídios que apontem a viabilidade da geração de energia a partir dos


efluentes domésticos do município de Caraguatatuba, por meio das etapas de
tratamento do esgoto que geram biogás.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Definido o objetivo geral do trabalho, propõem-se dois objetivos


específicos e complementares:
a) Coletar informações, dados e documentos que identifiquem o sistema e
componentes do tratamento de esgoto do município de Caraguatatuba;
b) Coletar informações, dados e documentos do sistema identificado que
aponte a viabilidade econômica, social e ambiental para a produção
energética na rede de saneamento básico de Caraguatatuba.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

DESENVOLVIMENTO

Os métodos utilizados para o desenvolvimento do projeto de pesquisa


foram a coleta de dados junto à SABESP, por meio de um ofício que integrava a
comunicação entre o IFSP e a SABESP. Esse documento solicitava informações
a cerca das vazões e da capacidade de tratamento de esgoto das ETES da
cidade de Caraguatatuba e requerimento a respeito dos futuros e atuais
empreendimentos de infraestrutura no setor de esgoto do município. Dessa
forma, com os dados obtidos, foi possível elaborar gráficos, tabelas e
comparações para examinar a possibilidade de geração de energia nas ETES.
O sistema de coleta e tratamento do munícipio de Caraguatatuba é
dividido em subsistemas, quais sejam: Porto Novo, Indaiá, Martin de Sá e
Massaguaçú. A cidade possui 52,7 % de atendimento ao seu esgoto sanitário,
sendo que 42 % é atribuído à SABESP (2020) o tratamento, que o realiza com
100 % de eficácia.

3.1 ETE PORTO NOVO

Bairros atendidos: Porto Novo; Jardim do Sindicato; Morro do Algodão;


Golfinho; Barranco Alto; Palmeiras Alto; Palmeiras Baixo; Travessão; Perequê
Mirim Baixo; Pegolli; Perequê Mirim. O Gráfico 1 abaixo explana as vazões da
ETE Porto Novo
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Gráfico 1 - Capacidade e Tratamento da Estação de Tratamento de esgoto Porto Novo.

A partir do Gráfico 1, se pode observar uma diferença entre o volume de


capacidade de tratamento e o volume de tratamento da ETE Porto Novo. Nota-
se que a capacidade máxima de tratamento é com uma vazão de 240 L/s,
enquanto a vazão de tratamento, em 2018, era de 151,7 L/s e 191,5 L/s, em
2019. Dessa forma, houve um aumento de 26,23 % de um ano para o outro, no
entanto, ainda não atingiu sua capacidade máxima (SABESP, 2020). A Tabela 1
abaixo descreve a composição dos componentes e do sistema da ETE Porto
Novo.

Composição da ETE Porto Novo


Observações
(Equipamentos)
3 grades mecanizadas 1 inclinada de reserva
1 caixa divisória de vazões
4 caixas de retenção de areia de
fluxo horizontal Com remoção mecanizada
4 módulos implantado e mais 2 módulos
3 conjuntos de reatores biológicos de 4 em previsão
1 tanque de contato Desinfecção final por cloro (gás)
Com remoção mecanizada de lodos
3 adensores por gravidade adensados
1 centrifuga
Tabela 1 - Composição da ETE Porto Novo.

Além das vazões de capacidade e de tratamento, é identificado o


funcionamento do sistema da ETE Porto Novo, que possui um processo de
tratamento por lodo ativo por batelada e oxigenação por ar difuso. Na Tabela 1
é possível observar os equipamentos utilizados para tratamento de esgoto da
ETE Porto Novo (CARAGUATATUBA, 2014).
De acordo com informações fornecidas pela SABESP (2020), a ETE Porto
Novo possui 15 anos de vida útil, com 22.000 ligações de água e conta com 24
elevatórias, as quais possuem 2 ou 3 bombas. Seu tratamento é feito com
hipoclorito, que retira a carga biológica, um processo biológico por aeração, ou
seja, proporciona oxigênio que serve de alimento para as bactérias aeróbicas
(bactérias que se alimentam de oxigênio).
Fato importante ressaltado pela SABESP (2020) foi que as ETEs da
cidade de Caraguatatuba servem como drenagem para água da chuva da
cidade. Para mais, também foi salientado que a ETE começa com o tratamento
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

preliminar, que retira o material gradeado e a areia. Tais resíduos são retirados
e levados para as cidades de Cachoeira Paulista, de Tremembé e de São José
dos Campos. A próxima etapa é o desarenador, processo que não possui
oxigenação, no qual o material sedimentado é deslocado para a extremidade do
tanque. Em seguida, o volume é transferido ao tanque de aeração, que conta
com microbolhas de ar atmosférico, que, ao trabalharem com o lodo ativado,
degradam a matéria orgânica, com um tempo médio entre quatro e cinco horas,
variando de acordo com a vazão; já o lodo dirige-se ao fundo por cerca de uma
hora e meia. Por último, o processo tem finalização pela desinfecção.

3.2 ETE MASSAGUAÇU

Bairros atendidos: Cocanha, Verde Mar, Massaguaçú, Gardemar, Sertão,


Tourinhos, Jardim do Sol, Mariela, Patrimônio, Morada do Mar, Tabatinga,
Getuba, Fazendinha e Capricórnio. O Gráfico 2 abaixo explana as vazões da
ETE Massaguaçu.

Gráfico 2 - Capacidade e Tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto Massaguaçu.

Infere-se pelo Gráfico 2 que a capacidade de tratamento de esgoto é de


110 L\s, sendo que o tratamento nos últimos dois anos houve um aumento de
10,54 % (SABESP, 2020). A Tabela 2 abaixo descreve a composição dos
componentes e do sistema da ETE Massaguaçu.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Composição da ETE
Observações
Massaguaçu (Equipamentos)
1 canal com grade fina mecanizada e 1
2 canais paralelos com grades canal com grade manual
2 caixas de remoção
mecanizadas De areia de 5m de diâmetro
2 tanques de 28mx3,8m na primeira etapa e
5 tanques de decantação 3 tanques na segunda
1 tanque de 290 m³ Para cloração
2 tanques de adensamento de
lodos
2 centrífugas
Tabela 2 - Composição da ETE Massaguaçu

O sistema utilizado é de lodos ativados por batelada e na Tabela 2 é


possível observar os equipamentos utilizados para tratamento de esgoto da ETE
Porto Novo (CARAGUATATUBA, 2014).

3.3 ETE INDAIÁ

Bairros atendidos: Indaiá, Poiares, Rio do Ouro, Jaguarazinho, Ponte


Seca, Jardim Jaqueira, Tinga, Centro, Ipiranga, Sumaré, Jardim Gaivotas e
grande parte do Jardim Aruan. O Gráfico 3 abaixo explana as vazões da ETE
Indaiá.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Gráfico 3 - Capacidade e Tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto Indaiá

Do Gráfico 3 observa-se uma capacidade de 154 L\s, sendo que entre


2018 e 2019 o tratamento de esgoto sofreu um aumento de 13,74 % (SABESP,
2020). A Tabela 3 abaixo descreve a composição dos componentes e do sistema
da ETE Indaiá.

Composição da ETE Indaiá


Observações
(Equipamentos)
Local que esgotos são
Grades nas elevatórias que transporta o recalcados diretamente para a
efluente até a ETE ETE
Com remoção mecanizada de
2 canais horizontais areia
4 de 35,1 x 4,7 m na primeira
4 tanques de aeração etapa e 4 na segunda
1 tanque de 600m³ para desinfecção
2 tanques de adensamento
Tabela 3 - Composição da ETE Indaiá

O sistema utilizado é de lodos ativados por batelada sendo diferenciadas


pelo sistema de aeração, que é superficial, e na Tabela 3 é possível observar os
equipamentos utilizados para tratamento de esgoto da ETE Indaiá.

3.4 ETE MARTIN DE SÁ

Bairros atendidos: Capricórnio II e III, Santa Rosa, Olaria, Querosene,


Casa Branca, Martim de Sá, Prainha, Canta galo e Cidade Jardim. O Gráfico 4
abaixo explana as vazões da ETE Martin de Sá.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Gráfico 4 - Capacidade e Tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto Martin de Sá

Pelo Gráfico 4 é possível inferir que a capacidade de tratamento é de 118


L\s, segundo a vazão de projeto e que houve um acréscimo de 21,5 %, do ano
de 2019 em relação ao ano de 2018 (SABESP, 2020). A Tabela 4 abaixo
descreve a composição dos componentes e do sistema da ETE Martin de Sá.

Composição da ETE
Martin de Sá Observações
(Equipamentos)
Grades em dois canais 1 dotado de grade fina mecanizada e 1 para reserva
paralelos (Previsão)
2 canais horizontais Com remoção de areia
8 tanques de 4 na primeira etapa de 31,8 x 10,6 m e 3,9 m de
aeração/decantação, altura útil e 4 unidades na segunda etapa
1 tanque de contato de Cloração para a desinfecção final
290 m3
2 tanques de
adensamento de lodos
2 centrífugas Para desidratação final
Tabela 4 - Composição da ETE Martin de Sá

O sistema utilizado é lodo ativado por batelada sendo diferenciadas pelo


sistema de aeração, que é superficial, e na Tabela 4 é possível observar os
equipamentos utilizados para tratamento de esgoto da ETE Martin de Sá.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

3.5 COMPARAÇÕES

O Gráfico 5 a seguir compara as capacidades de tratamento, vazões de


2018 e 2019 das quatro ETES do município de Caraguatatuba.

Gráfico 5 - Comparação entre vazões das ETEs do município de Caraguatatuba

Pode-se concluir que todas as estações de tratamento de esgoto do


município de Caraguatatuba aumentaram seu tratamento e que a estação de
Porto Novo é o setor que possui maior demanda e assim, consequentemente,
maior aumento entre os anos de 2018 e 2019. A Tabela 5 clarifica o
funcionamento, ou seja, o sistema utilizado de cada ETE em Caraguatatuba.

ETES Funcionamento (Sistema Utilizado)


Porto Novo Lodo Ativado por Batelada e oxigenação por ar difuso
Indaiá Lodo Ativado por Batelada Diferenciado pelo sistema Aeração, que
é superficial
Martin de Sá Lodo Ativado por Batelada
Massaguaçu Lodo Ativado por Batelada
Tabela 5 - Sistemas utilizados nas ETES do município de Caraguatatuba

De acordo com a Tabela 5, há predominância no sistema utilizado das


ETES no município de Caraguatatuba, todas as ETES são de lodo ativado por
bateladas, ou seja, é um processo de recirculação de lodo do decantador para o
taque de aeração, isto é, com presença de oxigênio para as bactérias aeróbicas
efetuarem a decomposição da matéria orgânica.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

3.6 PROJEÇÕES FUTURAS

O Gráfico 6 realiza uma projeção futura a cerca das novas vazões em


cada ETE da cidade de Caraguatatuba, de 2010 ao ano de 2040.

Projeções de Vazão de Esgoto


900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
2010 2014 2018 2020 2025 2030 2035 2040

Caraguatauba Porto Novo Indaiá Martim de Sá Massaguaçu

Gráfico 6 - Projeções Futuras do Município de Caraguatatuba

No Gráfico 6, verifica-se um aumento na projeção de vazão de esgoto em


todas as ETES da cidade de Caraguatatuba, nota-se que em 2010 a vazão da
cidade é de 342,8 L/s e que a projeção para 2040 é de 784,4 L/s, um aumento
de 128,8 % em relação ao ano de 2010, indicando um aumento de população e,
consequentemente, de toda a rede de esgoto da cidade. Dessa forma, de acordo
com tais projeções futuras, é demonstrado que o esgotamento sanitário do
município de Caraguatatuba possui sustentabilidade financeira própria para
alavancar parcial ou totalmente os investimentos essenciais para o
desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento dos recursos de abastecimento de
esgotamento sanitário.
Além disso, há uma demanda de rede coletora de esgoto na cidade por
núcleos habitacionais isolados que muitas das vezes são irregulares, com uma
localização distante do sistema público de abastecimento de esgoto, que
carecem de um sistema de afastamento, tratamento e disposição final. Sendo,
assim, segundo a SABESP (2020), há três alternativas consideradas:
 Fossa séptica, com um caminhão limpa fossa;
 Rede coletora e fossa filtro comunitário;
 Rede coletora com ETE compacta.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

3.7 VIABILIDADE

Segundo pesquisas e projetos realizados pela CETESB (2006), junto à


Secretaria do Meio Ambiente, há um projeto piloto na ETE de Barueri, na grande
São Paulo, em que se analisou o potencial de geração de energia a partir do
biogás, utilizando uma microturbina própria. Ainda nesse estudo é aludido que o
processo anaeróbico favorece ao tratamento se comparado com o aeróbico, uma
vez que a produção de lodo é menor, o que diminui gastos de tratamento, tal
pesquisa também proponha avaliar o uso dessas mesmas microturbinas para
gerar energia em municípios de pequeno porte, como o caso da cidade de
Caraguatatuba. O Gráfico 7 ilustras as vazões da ETE Barueri na Grande São
Paulo.

Barueri - Grande São Paulo


9500

7000

Vazão de Projeto (l\s) Vazão (l\s)

Gráfico 7 - Capacidade e Tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto de Barueri da Grande São


Paulo

De acordo com a SABESP, dados de 2001, o sistema de funcionamento


da ETE é por lodo ativado por batelada com oxigenação por ar difuso. Pelo
Gráfico 7, nota-se uma quantidade de tratamento alta de 7.000 L\s. Utilizando
essas informações, uma pesquisa realizada pela CETESB (2006), mostrou que
utilizando microturbinas era possível presumir alternativas de aplicação para
produção de energias em municípios de diversos portes. O estudo mostra que
para uma microturbina de 30 kW de potência tem capacidade de gerar 720
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

kW/dia, sendo necessário uma quantidade de 77.800 habitantes na cidade para


produzir o biogás necessário de 473 m³/dia.
De acordo com o SEADE (2020), Caraguatatuba possui 116.106
habitantes e pelas análises aqui apresentadas suas ETES possuem um
processo de funcionamento semelhante à ETE de Barueri. Com isso, baseando-
se no perfil de Barueri, constata-se a viabilidade de uma possível geração de
energia, que poderia reduzir o metano liberado no tratamento, além de haver a
possibilidade de diminuição do custo de tratamento por conta de energia gerada.
No entanto, para uma afirmativa mais aprofundada ainda é necessário realizar
verificações em outros fatores que influenciam a produção de biogás como:
impermeabilidade do ar, natureza do substrato, composição dos resíduos,
temperatura, potencial hidrogeniônico, materiais tóxicos e outros (SILVA, 2015).

PARÂMETRO ECONÔMICO

Com as ideias apresentadas pode-se inferir que a cidade de


Caraguatatuba possui um superávit em números de habitantes em relação ao
município de Barueri, expondo um possível potencial que o município de
Caraguatatuba possua de produção energética pelas ETES, a qual poderia
reduzir o custo de energia pela concessionária em longo prazo, podendo reduzir
serviços municipais, tais como a iluminação pública, bombeamento de água e
edifícios públicos ou até mesmo ocorrer à venda de parte dessa energia.

PARÂMETRO SOCIAL

Com a geração de energia e consequentemente sua utilização nos pontos


públicos da cidade seria possível reverter em um benefício social como a
diminuição de impostos prediais das casas, ou até mesmo de levar essa
eletricidade a comunidades remotas e de promover desenvolvimento dessas
comunidades.

PARÂMETRO AMBIENTAL
A principal vantagem seria zerar a emissão de carbono produzia nas
ETES no processo de tratamento de esgoto, corroborando para diminuição de
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

liberação de gases tóxicos a atmosfera, poluentes que contribuem para as


mudanças climáticas. Além de diminuir o risco de contaminação dos resíduos
orgânicos em uma exposição inadequada que possa até mesmo contaminar o
lençol freático e também o desenvolvimento de biofertilizantes.

CONCLUSÃO

Com essa pesquisa foi possível coletar dados a respeito de todas as


ETES do município de Caraguatatuba, podendo assim caracterizar o sistema e
componentes de cada uma das quatro ETES, além disso, foi possível obter a
capacidade de tratamento delas para verificar alguns dos índices que
influenciam a produção energética e que poderiam apontar uma possível
viabilidade.
Com isso, foram realizadas comparações e projeções futuras acerca da
capacidade de tratamento para verificar como seriam as vazões futuras da
cidade. Também foi feita uma comparação com uma ETE na grande São Paulo
com geração de energia que aponta semelhanças com as ETES do município,
assim, observando isso e com todas as análises feitas, pode-se concluir em uma
possível geração de energia que apontaria para uma viabilidade ambiental,
econômica e social, mesmo sendo ainda necessário analisar outros índices.
De modo geral, a ETE de Porto Novo é a que possui maior vazão e se
adequada melhor ao propósito do estudo, dessa forma, ela poderia ser levada
como exemplo de eficiência energética para as outras ETES do município. Ainda,
a metodologia utilizada se mostrou eficiente, mas a ressalva para uma próxima
oportunidade de impulsionar e aumentar os dados do estudo para coletar
informações de outros fatores que influencia a produção energética.
No caso da pesquisa seguir adiante, tanto pela academia ou pelo poder
público, as ETES só tende a dispor de perspectivas para maiores
aperfeiçoamentos em relação à geração de energia renovável que podem
proporcionar um retorno à sociedade, seguindo exemplos como de cidades do
próprio país como Barueri.
DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BDT. Módulo Saneamento Ambiental. 2005. Disponível em <


http://www.fec.unicamp.br/~bdta/esgoto/lodosativados.html> (acesso em:
24/02/2020)

RECICLAGEM, CEMPRE-Compromisso Empresarial Para. Lixo municipal:


manual de gerenciamento integrado. São Paulo, 2010. Disponível em: <
http://cempre.org.br/upload/Lixo_Municipal_2018.pdf > (acesso em:
21/05/2020).

COMPANHIA, DE TECNOLOGIA E. SANEAMENTO AMBIENTAL. Biogás:


pesquisas e projetos no Brasil. Governo de São Paulo, Secretaria de Meio
Ambiente e CETESB. Organização de Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer.
Responsável técnico: João Wagner Silva Alves. São Paulo, 2006.

GODOY JUNIOR, Ederaldo. Desenvolvimento e avaliação de uma miniestação


ecoeficiente de tratamento de esgoto e reuso de águas, com sistemas registrador
queimador, para baixa vazões de biogás e cogeração de energia. 2010.

LAMAS, Wendell de Queiróz. Análise termoeconômica de uma mini-estação de


tratamento de esgoto com auto-suficiência energética. 2007.

DE SOUZA ABESSA, Denis Moledo et al. Efeitos ambientais da disposição


oceânica de esgotos por meio de emissários submarinos: uma revisão. Mundo
da saúde, p. 643-661, 2012.Disponível em: <http://www.saocamilo-
sp.br/pdf/mundo_saude/97/14.pdf>. (Acesso em: 10/11/2019)

SABESP. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.


Caraguatatuba: 2020.

SABESP. Plano municipal integrado de saneamento básico Caraguatatuba.


DocuSign Envelope ID: 98148714-67BE-4C54-8AAA-83CD30344C68

Você também pode gostar