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FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ

JUAZEIRO DO NORTE -CE

Nome: Ana Maria Martins


Rafael de Melo Sousa
Direito, 3° Semestre Manhã- GT
Professor: André Dantas

TRABALHO DOMICILIAR SOBRE DOSIMETRIA, AÇÃO PENAL,


CONCURSO DE CRIMES E PRESCRIÇÃO

1)
A prescrição penal punitiva consiste em o Estado perder o direito de punir,
em relação ao poder judiciário julgar uma lide é aplicar a sanção abstrata. Essa
espécie de prescrição ocorre antes da sentença final transitar em julgado e se
regula pela pena privativa de liberdade colocada para o delito. Com essa
prescrição, extingue-se até mesmo a pretensão do Estado de obter uma decisão
sobre o fato apontado como criminoso. Ela não implica responsabilidade ou
culpabilidade do indivíduo, não marca seus antecedentes e nem gera
reincidência futuramente.
De acordo com os prazos prescricionais do art.109, C.P, a contagem do
prazo prescricional deve se dar do dia do começo, ou seja, começam a correr do
dia em que o crime se consumou, se for tentativa, do dia em que se cessou a
atividade criminosa, se for crime permanente, do dia em que cessou a
permanência e nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração do
assentamento de registro civil, da data em que o fato se tornar conhecido.
A prescrição superveniente ocorre quando a sentença em primeiro grau tiver
transitado em julgado para a acusação ou quando da rejeição do recurso
apresentado pela acusação, o prazo prescricional será aplicado com base na
pena aplicada, é chamada tem de intercorrente, pois ocorre depois da sentença
em primeiro grau e antes do trânsito em julgado do agente.
A prescrição retroativa também é uma possibilidade de prescrição com base
em pena concreta, ela ocorre quando se verifica o decurso do prazo
prescricional, tendo como base a pena concreta, entre a data do fato e a data do
recebimento da denúncia, seu prazo é contado para trás. Ela ocorre se o lapso
prescricional, calculado baseando-se na pena concreta, escoou, entre as causas
interruptivas do art.117, C.P.
A prescrição da pretensão punitiva virtual ou antecipada, é uma criação
doutrinária, em que, tendo-se conhecimento do fato e das circunstâncias que
seriam levadas em consideração quando o juiz fosse graduar a pena e chegando
a uma possível condenação, se tomará por base essa pena virtual e se
averiguará uma possível prescrição.
A prescrição de pretensão executória se dá depois de transitar em julgado a
sentença condenatória e tem como consequência a perda da executoriedade da
pena imposta, ela é regulada pela quantidade de pena imposta na sentença
condenatória e a pena principal não terá cumprimento, mas as consequências
secundárias, incluindo a reincidência, sim. Nesse caso, o prazo prescricional
começa a fluir com o transito em julgado da sentença para a acusação.

2)
Concurso de crime ocorre quando o agente, por meio de uma ou mais
condutas, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
No concurso material, previsto no art.69, C.P, o agente, através de mais de
uma conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Para concurso
material de crimes iguais, chama-se homogêneo, para concurso material de
crimes diferentes, chama-se heterogêneo. O agente deve ser punido pela soma
das penas privativas de liberdade, sendo que o juiz deve invidualizar cada pena
antes de somar e se cumular pena de reclusão e detenção, a de reclusão deverá
ser cumprida primeiro.
No concurso formal, o agente mediante uma conduta, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, se forem diferentes, aplica-se a pena que for mais
grave com aumento de 1/6 a 1/2, e se forem iguais, em apenas uma delas, aplica-
se um aumento de 1/6 a 1/2. As penas são aplicadas cumulativamente, se a
ação ou omissão, for dolosa, e os crimes concorrentes resultarem de desígnios
autônomos; em caso do agente possuir o intuito de praticar os crimes de forma
autônoma (art.70, IV), a pena sempre será somada.
No crime continuado (art.71, C.P), constitui um favor legal ao agente que
comete vários delitos, cumpridas as condições do art.71, os fatos serão
considerados crime único por razões de política criminal, de modo que apenas
será agravada a pena de um deles, se forem idênticos, ou do mais grave, se
forem diferentes, à fração de 1/6 a 2/3. É necessário a pluralidade de condutas
sucessivas que ocorrem de forma periódica e consistirem em delitos de mesma
espécie.
3)
Uma Ação Penal trata-se de um instrumento utilizado quando ocorre algum
crime ou conduta ilegal. Ela pode ser pública ou privada. Qualquer indivíduo
possui o direito de invocar o poder judiciário para que este julgue sua reclamação
de acordo com os termos definidos na legislação brasileira.
Ação Penal Pública
A iniciativa de uma ação penal pública compete ao Ministério Público
Federal, pois este deve prestar a denúncia. Segundo a constituição federal em
seu artigo 29, inciso I. Existem três espécies de ação Penal pública:
A Incondicionada onde o MPF possui deve propor a denúncia
obrigatoriamente sempre que houver fato ilícito, típico e culpável, logo que
houver transgressão a norma penal; A Condicionada, onde esse tipo de ação
está sujeito a manifestação da vítima em agir, ou de seu representante legal; e
a Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça. Neste caso, o ministro da
justiça é quem unicamente possui a competência de iniciar a ação penal.

Ação Penal Privada


Caracteriza-se como ação penal privada quando o próprio ofendido,
pessoa física ou jurídica, prestar a denúncia. Neste caso, não é o Estado quem
inicia o processo, mas sim o particular seu representante legal.
O estado não rejeita seu direito de agir, sendo possível sua
representatividade na situação de substituição processual, através do Ministério
Público Federal ou de outro legalmente habilitado.
A ação penal privada também possui três espécies, podendo ser
exclusiva, que ocorre quando a própria vítima ou seu representante legal inicia
a ação; personalíssima, quando somente a vítima pode propor a ação; e
subsidiaria da Pública, que ocorre quando a vítima apresenta queixa contra o
Ministério Público por se manter inerte quanto a ação anterior de sua
competência.
4)
a)
Como Paulo não teve a intensão de matar a vítima (João), objetivando
somente ir contra sua integridade física, o mesmo deve ser condenado pelo
crime de Lesão Corporal seguido de morte, de acordo com o art. 129, §3º CP,
que tem como pena abstrata a reclusão, de 4 a 12 anos.
b)
1° Fase (Fixação da pena base, art. 59, C.P)
Na primeira fase, ao se analisar as circunstâncias judiciais elencadas no art. 59,
CP, e aplicando a cada circunstância o aumento de 1 ano (intervalo de 8 anos),
CP, aferiu-se o seguinte:
Das circunstâncias concretas, há a incidência da Culpabilidade, visto que
há uma maior reprovabilidade da sua conduta, por ser a vítima o seu próprio
primo (+1 ano).
Incide também as circunstâncias do crime, onde será observado o modus
operandi do agente, ou seja, a forma como o crime foi praticado. Neste caso, se
aplica tal circunstância do crime pelo fato da lesão corporal ter sido feita por arma
de fogo, que é visivelmente objeto inadequado para a simples lesão, pondo em
risco até mesmo as pessoas ao redor. (+1 ano)
As Consequências do Crime também são visíveis, por a vítima ter deixado
esposa e filhos sem qualquer amparo financeiro com a sua morte. (+1 ano)
Identificada as 3 circunstâncias negativas das 8 existentes no art. 59, CP,
e tomando como partida a pena mínima abstrata de 4 anos, aumentou-se em 3
anos tal pena, fixando-se a pena base em 7 anos de reclusão.
2° Fase: (Agravantes e Atenuantes genéricas)
Não há a incidência de nenhuma agravante genérica presente nos arts.
61 e 62 do Código Penal.
Já em relação as atenuantes genéricas, se tem: A ocorrência da
atenuante da menoridade relativa, visto que o autor tinha menos de 21 anos no
momento da ação do crime. (Art. 65, inciso I) (- 1 ano)
Atenua também a pena pelo o mesmo ter confessado espontaneamente,
perante a autoridade, a autoria do crime. (Art. 65, inciso III, “d”) (- 1 ano)
Com tais atenuantes, fixou-se a pena intermediária em 5 anos.
3° Fase (Minorantes e Majorantes)
Na terceira fase é analisada as causas de aumentos ou diminuição da
pena (Majorantes e Minorantes)
Há a incidência da minorante da qual o crime foi cometido sob o Domínio
de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima (Art. 129, § 4°), visto
que o João acabou provocando o Paulo ao chamá-lo de “Chifrudo”
repetidamente e este fato foi presenciado por várias pessoas. Tendo isso por
base, há a diminuição da pena em 1/5, instituindo-se assim a pena definitiva
para esse caso de 4 anos de reclusão em regime aberto.
c)
Nesse caso, não há como fazer a substituição da pena por outra de
espécie distinta, visto que só é possível fazer tal substituição caso as lesões não
forem graves ou se forem recíprocas, o que não se verifica nessa situação.

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