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O que é um MEI?

 
MEI é a sigla para Microempreendedor INDIVIDUAL. Trata-se de um modelo empresarial simplificado,

instituído pela Lei Complementar nº128, de 19 de dezembro de 2008, com o propósito de facilitar a

formalização das atividades de quem trabalha de maneira autônoma.

Ainda que seja uma opção bastante interessante para quem deseja ter o próprio negócio, para ser MEI é

preciso, primeiro, atender a uma série de exigências.

Os principais requisitos estão relacionados ao limite de faturamento anual, à quantidade de funcionários

que podem ser contratados, e a qual atividade econômica será exercida.

No que se refere ao limite de faturamento MEI, atualmente, o valor é de, no máximo, R$ 81 mil ao ano.

Com relação à quantidade de funcionários, um empreendedor MEI só pode contratar 1 (um) colaborador. A

esse deve ser pago, no mínimo, um salário mínimo nacional ou o piso determinado pela categoria.

Além desses pontos, que detalharemos ao longo deste artigo, outras exigências para que um empreendedor

possa abrir a sua empresa como MEI são:

 não ter sócios no negócio que está sendo aberto;


 não ter outra empresa aberta em seu nome;
 não participar de outro negócio, seja como sócio, seja como administrador.

Quem pode abrir MEI?


Pode ser MEI o empreendedor que exercer quaisquer das atividades econômicas que estão listadas na

tabela própria da categoria. 

A tabela de atividades permitidas no MEI traz todas as CNAEs, Classificação Nacional de Atividades

Econômicas, que podem ser registradas nesse tipo de empresa.  


Quanto um MEI pode faturar?
O MEI tem um limite de faturamento anual de R$ 81 mil, o que dá uma média de R$ 6.750 por mês. 

Esses valores se referem à receita bruta obtida pela empresa ao longo de um ano. Assim, se a empresa tiver

menos de 12 meses de atividade, o limite será proporcional — por exemplo, 6 meses de atuação, limite de

R$ 40.500,00 anual.

É bem importante que o Microempreendedor Individual tenha em mente que, uma vez ultrapassado esse

teto, ele está obrigado a migrar para outro modelo empresarial.

Dessa forma, ao identificar que ultrapassou o limite do MEI, o empreendedor deve fazer o cálculo de

quanto foi excedido.

Se for até 20% do teto, é preciso:

 continuar pagando normalmente o DAS MEI até o último mês do ano em exercício;
 no mês de janeiro do ano subsequente, emitir uma guia DAS complementar sobre o valor total
ultrapassado;
 após, recolher os tributos como uma Microempresa (ME), ainda dentro do Simples Nacional;
 solicitar o desenquadramento do MEI pelo Portal do Empreendedor;
 providenciar a mudança do tipo de empresa de MEI para ME.

Todos os detalhes de como mudar de MEI para ME você pode ver neste artigo: “Desenquadramento MEI:

aprenda a migrar de MEI para ME – passo a passo”

Caso o limite ultrapassado seja superior a 20%, o empreendedor deve:

 solicitar imediatamente o desenquadramento do MEI;


 escolher um novo tipo empresarial, que pode ser ME (Microempresa) ou EPP (Empresa de
Pequeno Porte) e fazer a migração;
 recolher os impostos excedentes via DAS, porém o cálculo é feito de forma retroativa ao início do
ano-calendário em que houve o aumento do faturamento.

Em ambos os casos é preciso comunicar a Junta Comercial do estado e atualizar os dados cadastrais da

empresa aos órgãos relacionados.

Outra opção possível quando o limite do MEI é ultrapassado é encerrar as atividades como

Microempreendedor Individual e abrir uma nova empresa em outra categoria. Nesse caso, o empreendedor

terá um novo CNPJ para o seu negócio.


Como é feita a contribuição mensal do
MEI?
A contribuição mensal do MEI é feita por meio do DAS, Documento de Arrecadação do Simples Nacional.

Nesse documento estão incluídos os valores relativos ao:

 INSS: para todos os empreendedores da categoria;


 ICMS: para quem atua no setor de comércio ou indústria;
 ISS: para quem atua com prestação de serviços;
 ICMS e ISS: para quem atua com comércio e serviços.

Os valores mensais da contribuição MEI de 2021 são:

 R$ 56,00 para comércio ou indústria, sendo R$ 55,00 do INSS e R$ 1,00 do ICMS;


 R$ 60,00 para prestação de serviços, sendo R$ 55,00 do INSS + R$ 5,00 de ISS;
 R$ 61,00 para comércio e serviços, sendo R$ 55,00 do INSS + R$ 1,00 do ICMS + R$ 5,00 de ISS.

Para emissão do boleto para pagamento é preciso acessar o Portal do Empreendedor, clicar em “Já sou

MEI”, em seguida em “Pagamento de Contribuição Mensal” e escolher entre “Pagamento On-line”, “Débito

Automático”, “Boleto de Pagamento”.

Também é possível acessar direto a página do Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual

no portal da Receita Federal.

O recolhimento do DAS MEI deve acontecer mensalmente até o dia 20 de cada mês. 

É obrigatório ao MEI emitir nota fiscal?


O MEI não é obrigado a emitir nota fiscal se a transação comercial (venda ou prestação de serviço)

acontecer para uma pessoa física.

No entanto, se for para uma pessoa jurídica, ou seja, para outra empresa, essa emissão se torna obrigatória.
Quem abre um MEI pode encerrar a
empresa a qualquer momento?
Sim! O MEI pode encerrar a sua empresa a qualquer momento. Todo o processo é realizado on-line pelo

Portal do Empreendedor na aba “Baixa de MEI”.

Após seguir as etapas indicadas nessa tela, é preciso quitar os débitos pendentes gerando o DAS MEI e

fazer a Declaração Anual do Simples Nacional Situação Especial — Extinção.

Fique atento, entretanto, que ao dar baixa no MEI, você precisa fazer a Declaração Anual do Simples

Nacional Especial de Extinção e quitar todos os DAS atrasados, se houver, claro.

É bem importante que o empreendedor tenha em mente que a baixa automática do MEI acontece apenas

quando a empresa está há mais de doze meses sem realizar quaisquer atividades de faturamento. Porém,

isso não exime o titular do pagamento dos débitos pendentes.

Parcelas de contribuição MEI não quitadas são direcionadas para o CPF do empreendedor, que passa a ter

uma dívida com a Receita Federal.

Por isso, o mais indicado é solicitar a baixa tão logo decida encerrar as atividades e fazer a quitação de

todos os valores de recolhimento que estiverem pendentes.

Comparação MEI vs outras empresas


As principais diferenças entre o MEI e os outros tipos de empresa dizem respeito ao limite de faturamento,

atividades econômicas permitidas, forma de cálculo dos impostos e número de empregados que podem ser

contratados e exigências com relação ao Capital Social mínimo exigido. Assim, se fizermos uma comparação

entre as naturezas jurídicas, temos:


Tipo de Faturamento Atividades permitidas Cálculo para pagamento de impostos Número de empregados que

empresa anual permitido podem ser contratados

De acordo com
Valores fixos mensais
MEI R$ 81 mil tabela própria da no máximo 1(um)
recolhidos em guia única 
categoria

Não há restrições, exceto se


De acordo com o regime tributário escolhido, Até 9 funcionários para
o regime tributário escolhido
ME R$ 360 mil quepode ser Simples Nacional, comércio e serviços e até 19
for Simples Nacional, será
Lucro Presumido ou Lucro Real para indústria.
preciso verificar restrições

De acordo com o regime tributário escolhido, De 10 a 49 para comércio e


entre R$ 360 mil a
EPP Sem restrições que pode serSimples Nacional, serviços, e de 20 a 99 para
R$ 4,8 milhões
Lucro Presumido ou Lucro Real indústri

ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE


O empregado do MEI
O Microempreendedor Individual tem direito a contratar um empregado. Saiba
quais os custos, documentos necessários e regras para afastamento temporário.

Custo de contratação: O valor referente ao custo de contratação de um


empregado pelo Microempreendedor Individual é de 11% sobre o salário mínimo
ou piso da categoria.
O salário contratual do empregado deve ser o mínimo permitido em lei, ou seja,
o salário mínimo previsto em Lei Federal ou o piso salarial da categoria definido
por convenção coletiva, que pode ser consultada no portal do Ministério do
Trabalho e Emprego.

Os valores podem alterar caso o piso salarial da categoria profissional seja


superior ao salário mínimo. Como exemplo, para salário igual ao valor do salário
mínimo vigente em 2019, que é de R$998,00, o custo previdenciário, recolhido
em GPS - Guia da Previdência Social, é de R$ 109,78 (correspondentes a 11% do
salário mínimo vigente), sendo R$ 29,94 (3% do salário mínimo) de
responsabilidade do empregador e R$ 79,84 (8% ou conforme tabela de
contribuição mensal ao INSS descontado do empregado). A alíquota de 3% a
cargo do empregador não se altera.
Além do encargo previdenciário de 3% de responsabilidade do empregador, o
MEI também deve depositar o FGTS, calculado à alíquota de 8% sobre o salário
do empregado, sendo de R$ 79,84, como exemplo se usar o salário mínimo
vigente de 2019, que é de R$998,00. Sendo assim, o custo total da contratação
de um empregado pelo MEI é de 11% sobre o valor total da folha de salários (3%
de INSS mais 8% de FGTS).

A tabela de contribuição mensal pode ser consultada no site da Previdência. O


INSS pagará diretamente o salário-maternidade à funcionária do MEI. A
empregada do MEI segue a mesma regra da empregada doméstica e da
trabalhadora avulsa.

Documentos necessários para a MEI contratar um funcionário

A contratação de um empregado pode ser feita sem o auxílio de um contador. Se


preferir, o MEI pode utilizar auxílio de um profissional da contabilidade para
obter mais detalhes e orientação para a contratação de um empregado. Esse
serviço poderá ser cobrado pelo contador.

Ao admitir um empregado, o MEI deverá solicitar a entrega dos seguintes


documentos:

 Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS: deverá ser solicitada ao


empregado para realização das anotações devidas e devolvida no prazo
de 48 horas, contra-recibo (recomenda-se a emissão de protocolo de
entrega, quando o funcionário fornece a CTPS ao empregador, assim
como na ocasião em que o empregador devolve o documento ao
trabalhador);
 Certificado Militar: prova de quitação com o serviço militar (para os
maiores de 18 anos);
 Certidão de Casamento e de Nascimento, que servirão para a verificação
de dados, concessão do salário-família e abatimento dos dependentes
para efeito do Imposto de Renda;
 Declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda na fonte;
 Atestado Médico Admissional;
 Declaração de rejeição ou de requisição do vale-transporte;
 Outros documentos: cédula de identidade, CPF, cartão PIS (Programa de
Integração Social).
Após recebida a documentação acima citada, o MEI deverá:

 Anotar na CTPS a data de admissão, a remuneração e as condições


especiais, se houver;
 Devolver ao empregado a sua CTPS em 48 horas;
 Preencher a ficha de salário-família;
 Incluir a admissão no CAGED - Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados.
 Até o dia 15 de cada mês, o MEI deverá postar o formulário que pode ser
adquirido nos próprios Correios, no qual há a informação sobre o
movimento de pessoal ocorrido do mês anterior;
 Efetuar o cadastro no PIS, caso o empregado não possua a sua matrícula;
 Recolher mensalmente o INSS sobre o valor do salário pago, no total de
11%, sendo 8% a ser descontado do funcionário, e 3% de
responsabilidade do empregador, através da GPS código 2100 - CNPJ –
Simples Nacional;
 Recolher mensalmente o INSS. Como exemplo: para salário igual ao valor
do salário-mínimo, o custo previdenciário, recolhido em GPS - Guia da
Previdência Social, é de R$ 109,78 (correspondentes a 11% do salário
mínimo vigente), sendo, R$ 29,94 (3% do salário mínimo) de
responsabilidade do empregador e R$ 79,84 (8%) descontado do
empregado. A alíquota de 3% a cargo do empregador não se altera, O
recolhimento deverá ser feito através da GPS com código 2100 - CNPJ –
Simples Nacional;
 Recolher mensalmente o FGTS, a alíquota de 8% sobre o valor do salário
pago;
 Apresentar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP/FGTS;
 Apresentar a anualmente a Relação Anual de Empregados – RAIS, ao
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE;
 Arquivar os documentos comprobatórios de cumprimento das obrigações
trabalhistas e previdenciárias, pelo período de até 30 anos.
Em caso de qualquer dúvida, procure uma unidade da Delegacia Regional do
Trabalho, um contador ou uma unidade do Sebrae em sua cidade ou região.

eSocial
Já está disponível o acesso ao módulo simplificado do Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Nessa
primeira etapa, facultativa, somente estarão disponíveis os formulários para
cadastramento dos dados do MEI e do empregado.
A partir de julho, ainda de forma facultativa, os empreendedores poderão
cadastrar também informações das folhas de pagamento. O cadastro de
informações somente passará a ser obrigatório para o MEI em outubro de 2019.

O MEI que tiver empregado deve gerar a Guia do FGTS e Informação à


Previdência (GFIP), por meio do sistema chamado Conectividade Social da Caixa.
Esses cálculos são feitos automaticamente pelo sistema GFIP, que deve ser
baixado no site da Receita Federal.

Afastamento
Como proceder em caso de afastamento do empregado

Existem situações previstas na legislação trabalhista que configuram o


afastamento legal do único empregado do Microempreendedor Individual. Os
afastamentos podem ser de curto ou longo prazo e neste período o MEI pode
contratar outro trabalhador.

Os afastamentos estão previstos na legislação trabalhista. Constituem


interrupção (quando há pagamento de salários e encargos) ou suspensão
(quando não há pagamento de salários e encargos, ou somente encargos
expressamente previstos em lei) do contrato de trabalho e estão previstos em
diversos dispositivos legais.

O afastamento pode durar dias, meses e até anos, dependendo de seu tipo.

Exemplos de afastamentos de curto prazo:

 Repouso semanal remunerado;


 Licença paternidade;
 Licença médica por acidente de trabalho de até quinze dias;
 Licença médica para tratamento de saúde de até quinze dias;
 Faltas previstas na legislação em vigor (art. 473 da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, art. 430 do Código de Processo Penal, trabalho em
eleições – art. 98 da Lei nº 9.504, de 1997, e outros);
 Obrigações militares previstas em lei;
 Comparecimento como testemunha em processo trabalhista;
 Ausências justificadas pelo empregador.
Exemplos de afastamento de longo prazo:

Afastamentos que podem ser de longo prazo ou não e que, em tese, implicariam
a necessidade de contratação de outro empregado para desenvolvimento dos
trabalhos:

 Aposentadoria por invalidez;


 Férias;
 Licença-maternidade;
 Licença médica por acidente de trabalho por mais de quinze dias;
 Licença médica para tratamento de saúde por mais de quinze dias;
 Afastamento por motivo de segurança nacional;
 Participação em reunião oficial de organismo internacional do qual o
Brasil seja membro;
 Licença não remunerada;
 Suspensão disciplinar;
 Serviço militar obrigatório;
 Exercício de cargo público não obrigatório (cargo de confiança);
 Participação em greve com ou sem salários;
 Desempenho de mandato sindical com afastamento (art. 543 da CLT);
 Participação em curso ou programa de qualificação profissional
promovido pelo empregador.
Como o MEI deve proceder para caracterizar o afastamento?

O afastamento não é caracterizado pelo empregador, e sim a partir de sua


previsão na legislação trabalhista. A partir do atendimento da condição legal do
afastamento, o empregador Microempreendedor Individual pode contratar outro
empregado, e o contrato deste perdurará durante o tempo em que o contrato do
outro empregado estiver interrompido ou suspenso. (Exemplo: caracteriza-se a
licença-maternidade a partir do momento em que o empregador é notificado
pela empregada mediante a entrega do atestado médico ou da certidão de
nascimento do filho).

Estão incluídos direitos do trabalhador, a exemplo de horas extras, adicional de


trabalho noturno, insalubridade e periculosidade.

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