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11 de Dezembro de 2016
DOMINGO DA ALEGRIA
Aproxima-se a festa da vinda do Senhor.
Por isso a celebração deste 3º Domingo do Advento é uma exultação de imensa
alegria, porque aquele que esperamos já está conosco, em nosso meio.
Ele mesmo vem para endireitar nossos caminhos e para nos conduzir à festa do
seu Natal, num grande sinal da sua manifestação no meio dos pobres, humildes
e sofredores.
A Comunidade é o lugar ideal para entrarmos em comunhão com Deus fiel.
Participando dela, vamos descobrir que há uma esperança para os pobres, os
desanimados, os cativos e os prisioneiros, pois, o Senhor está fazendo germinar
do nosso chão as sementes da vida nova.
Ao acendermos a terceira vela da Coroa do Advento, somos tocados por
alegre júbilo pela proximidade da vinda do Senhor, já na antífona de
entrada: Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo eu digo; Alegrai-vos.
“O Senhor está perto”! (Fl 4, 4-5).
João Batista, na prisão, ouve falar sobre as obras do Cristo, que não
correspondem às expectativas do Messias, que vem realizar o
julgamento de Deus com o machado e o fogo (3,10s).
A pergunta dos enviados de João refere-se à identidade de Jesus: És tu
o que devia vir ou devemos esperar outro?
A resposta de Jesus aponta para seus gestos libertadores com os mais
sofridos: Cegos recuperam a vista e coxos andam, leprosos são
purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e pobres recebem a
Boa Nova (11,5; Is 35,5-6; 61,1).
Jesus faz referência aos sinais que realizou (cf. Mt 8-9), centrados na
misericórdia que supera a expectativa de vingança (Is 35,4; 61,2).
Bem-aventurado quem não se escandaliza por causa de Jesus,
acolhendo-o como o Servo escolhido (12,18-21; Is 42,1) que cumpre a
missão messiânica no serviço desinteressado e compassivo.
João Batista é reconhecido como profeta autêntico por seu testemunho
despojado e atitude diante da injustiça dos poderosos.
O seu ministério de preparação imediata para a chegada do Messias
supera todos os que o precederam (Ex 23,20; Ml 3,1).
A participação no Reino de Deus que o Batista anunciava estar próximo
torna-se possível pela adesão a Cristo, a Boa Notícia da salvação.
Na leitura de Isaías, o profeta convida os exilados na Babilônia a abrir os olhos
e ouvidos, para perceber as necessidades dos mais fragilizados e acolher com
alegria os sinais da presença do Senhor, que guia o caminho como um novo
êxodo.
O salmista louva ao Senhor por sua misericórdia com os oprimidos à margem
da sociedade.
Na leitura de Tiago, o apelo a fortalecer os corações porque a vinda do Senhor
está próxima faz viver na constância como o lavrador, que espera o fruto da
terra com paciência.
Os crentes não podem, contudo, esquecer que “Deus aí está”: a sua intervenção faz
com que o deserto se revista de vida e que na planície árida do desespero brote a flor
da esperança. É com esta certeza da presença de Deus e com a convicção de que Ele
não nos deixará abandonados nas mãos das forças da morte que somos convidados a
caminhar pela vida e a enfrentar a história.
• O profeta é o homem que rema contra a maré… Quando todos cruzam os braços e
se afundam no desespero, o profeta é capaz de olhar para o futuro com os olhos de
Deus e ver, para lá do horizonte do sol poente, um novo amanhã. Ele vai, então,
gritar aos quatro ventos a esperança, fazer com que o desespero se transforme em
alegria e que o imobilismo se transforme em luta empenhada por um mundo melhor.
É este testemunho de esperança que procuramos dar?
Os “sinais” que Jesus realizou enquanto esteve entre nós têm de continuar a
acontecer na história; agora, são os discípulos de Jesus que têm de continuar a sua
missão e de perpetuar no mundo, em nome de Jesus, a ação libertadora de Deus.
Os que vivem amarrados ao desespero de uma doença incurável encontram em nós
um sinal vivo do Cristo libertador que lhes traz a salvação?
Os “surdos”, fechados num mundo sem comunicação e sem diálogo, encontram em
nós a Palavra viva de Deus que os desperta para a comunhão e para o amor?
Os “cegos”, encerrados nas trevas do egoísmo ou da violência, encontram em nós o
desafio que Deus lhes apresenta de abrir os olhos à luz?
Os “coxos”, impedidos de andar, encontram em nós a proximidade dos caminhos de
Deus?
Os presos, privados da liberdade, escondidos atrás das grades em que a sociedade os
encerra, encontram em nós a Boa Nova da liberdade?
Os “pobres”, marginalizados, sem voz nem dignidade, sentem em nós o amor de
Deus?