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Vale ressaltar que mudei várias vezes tal título, já foi uma imitação do título do livro de

Humberto Eco, uma aproximação da abordagem de Bruno Latour (Seguindo teses na


CI, tentando trazer à tona a ideia de que se está seguindo atores em rede por meio de um
trabalho de tese).

Eis a questão: uma abordagem na interdisciplinaridade a partir da TAR pode-se pensar


na noção de simetria para descrever as relações de entidades (teorias, métodos,
pesquisadores), a noção de agência para descrever as configurações das redes de atores,
etc.
Lembramos constantemente das aulas de Zé Mauro: “sim, aquele que produziu um dos
nossos primeiros textos lidos sobre interdisciplinaridade na ciência da informação”. Eis
o texto sobre os traçados e limites da ci.

Mais uma importância de "estudos de laboratórios" para a interdisciplinaridade: estudar


os atores interdisciplinares (pessoas, objetos, conteúdos) nas salas de aula nos permite
observar a construção do conhecimento interdisciplinar por vários lados, sejam por meio
dos alunos que se agregam aos outros atores, dos professores que já estão agregados e
agregam a outros (teorias, tecnologias, outros autores), das teorias, por meio de teses e
dissertações, que se agregam aos objetos, pesquisadores alunos e pesquisadores
professores que ensinam CI e outras disciplinas como Biblio, Arquivo, isto é, várias
disciplinas alistadas, tenho que ver o fora também, em eventos; ou seja, observa-se um
movimento de dentro e de fora, simultaneamente.

Além dessa acuidade acima, observar a interdisciplinaridade no seu laboratório, nas


salas de aula, não se finda saber o que é a CI interdisciplinar nem mesmo a
interdisciplinaridade na CI, mas como é a atividade interdisciplinar em volta da CI. Pois
se eu observar na CI, estarei observando uma inter fechada (ver em Japiassu os
exemplos e interdisciplinaridade, que tem essa "fechada").

Fonte boa: TEORIA ATOR-REDE E ANÁLISE ORGANIZACIONAL:


CONTRIBUIÇÕES E POSSIBILIDADES DE PESQUISA NO BRASIL. Salvador,
v.16 - n.51, p. 647-664 - Outubro/Dezembro - 2009

A tese é somente fazer a montagem dos instrumentos utilizados para inscrições da


interdisciplinaridade na área, sem que seja somente constituída retoricamente, mas por
meio de seus atores e associações práticas.

88 - Talvez precise estudar o direito para compreender os tribunais da razão na CI; não
o direito fundamentado na sociologia da sociedade (é proposital o lógico pleonasmo),
mas o direito a partir dos fatos sociais que dão base a sociologia do conhecimento. Este
direito, diferente daquele, é discutido por Gabriel Tarde, por exemplo.

88.1 - Talvez tenha-se que voltar a ideia de 2015 quando pensei em tratar sobre o
conceito de informação para explicar um fato elementar constituído da CI, pois ele
mesmo torna-se condição para produção do conhecimento tida como
interdisciplinaridade. Tô ligando ou embaraçando? Vou começar a ver em 2020
("término da tese).

88. 3 - Tentei antes, na dissertação, não representar (itálico) termos como moderno e
contemporâneo. Não consegui, vide o texto dissertado. Principalmente, quando
representei e encaixotei (esta última palavra proposital) Descartes, Galileu e Morin, os
dois primeiros como moderno, o último como contemporâneo. Gostaria de pedí-los
desculpas. Ainda bem que coloquei uma nota naquele texto desconfiando dessas
representações que enclausuram todo um trabalho. No entanto, estou tentando agora
seguir atores relacionados a Serres (lendo, por exemplo, seu livro com a conversa com
Latour), quando o mesmo afirma que ser contemporâneo é um elo do tempo ontem-
hoje-amanhã - ver o exemplo de Lucrécio e Perrim sobre o átomo, como diz o autor.

88-4 Preciso seguir os atores envolvidos na produção do conhecimento da CI, se é


interdisciplinar ou disciplinar, isso é questão posterior, que os métodos serão
inicialmente impreciso para tal afirmação. Como? Latour (Ciência em Ação, p. 336) diz
que: "as únicas coisas que queremos saber sobre essas vias sócío-lógicas é onde elas
levam, queremos saber sobre essas vias
sócío-lógicas é onde elas levam, quantas pessoas as percorrem
com que tipo de veículo, e que facilidades oferecem para a
viagem; e nao se estáo certas ou erradas".

88-5 Se estivermos seguindo bem os atores, principalmente, ao ler A Ciência em Ação


de Latour (vide caso da ilha ou península dos navegadores e chinesses) e rever a
dissertação, vejo que as teorias e métodos, instados como bases para produção do
conhecimento na área, como inscrições, são apenas intermediários para observação da
interdisciplinaridade, não objetivos finais.

88-6 É, acho que estou iniciando uma espécie de "abandono" (palavra a mim indicada
nos colégios invisíveis) a Japiassu sobre as bases (teorias e métodos) para constituição
da interdisciplinaridade. Ou não. Se tal abandono é parar de concordar, talvez, o seja. Se
não, estará ele comigo em citações. Pois pergunto-me se a interdisciplinaridade como
produção colaborativa não deve ser olhada em sua prática que constitui sua existência,
isto é, mas trocas de informações em salas de aula, colégios invisíveis, etc., ou seja,
antes da emergência das teorias abstratas como condições de sua efetividade. Vamos
pensar mais... Afinal injuncao teoria-pratica parece não existir... Olha só o que nos diz
Latour em Ciência em Ação (p. 395), "nunca separaremos as abstracóes ou as teorias
das coisas das quais abstracóes ou teorias elas sao, o que significa estar sempre viajando
pelas redes ao longo de sua maior extensão".

88-7 Ademais, Latour me faz regredir num post meu no Facebook do ano de 2016,
quando citei, ingenuinamente, que a interdisciplinaridade, mesmo podendo ser óbvio,
está em meio, ou mesmo ex ante a própria disciplinaridade; lemos: "E o mais curioso é
que o estudo de Galileu sobre a queda dos corpos também assume a forma de gráfico
(quando reproduzido hoje em dial e tinha a forma de triangulo em seu próprio caderno
de notas." A matemática pode
estar longe das famílias, dos aminoácidos e de esferas que rolam sobre planos
inclinados. Sim, mas uma vez que as famílias
os aminoácidos e os planos inclinados tenham sido levados:
através da logística acima, para uma folha de papel e induzidos a tracar formas e
números, entáo sua matemática está
muitíssimo próxima. (p. 397 de Ciência em Ação).

88-8 Estamos aqui agora? Sim, eu e o celular) em A Vida de Laboratório lendo sobre a
considerada oposição que a antropologia das ciências têm à epistemologia
bachelardiana. Ih! E minha dissertação? Sim, ela tem Bachelard, Serres, Deleuze,
Latour e outros.
Ver os configuração por trás das teorias e métodos que sustentam as produções
científicas interdisciplinares.

88-9 Torna-se impressionante a maneira que se formam redes e atores e vice-versa na


construção de teses. Eis os seguintes momentos: antes de escrever isto aqui, havia
pensado em trazer pra aquela chamada tese (um anteprojeto "pra UFPB"), este trabalho,
a abordagem da Desconstrução de Jacques Derrida, até conversei um pouco com Luiz
Eduardo (amigo de UFPB e pensamentos); aí, ao ler Vida de Laboratório de B. Latour,
ele indica a descrição dos laboratórios, das pesquisas, a partir da noção de inscrição,
segundo Derrida em Gramatologia. Então, irei ver tal noção, e já volto pra Vida de
Laboratório... Antes de ir à Desconstrução, vale frisar que ao escrever o anteprojeto
supracitado, vimos a ideia de aproximar essa abordagem derridiana devido a duas
coisas, a saber: a técnica de observação e a coleta de dados, que seria a entrevista e a
observação participante, com enfoque na fala, como uma espécie (espécie mesmo, pois
ainda não há compreensão considerada por mim) de deslocamento do logocentrismo ao
fonocentrismo - visando já a não superioridade nem em ou nem no outro; e, a própria
abordagem da Desconstrução da linguagem enquanto "método de análise", vide seu
enfoque para descontruir as amarras dicotomicas que tanto nos chamam à atenção.
Como eu sou cientista, ups!, dizem que Cientista da Informação, eu vou pesquisar
algum artigo para ter uma noção da noção de inscrição em Derrida, a qual já sabemos
não ser mais aquela noção, enfim. Como de costume, eis a ansiedade e pressa dos
cientistas. Sabe onde estou? Ah, claro! No artigo sobre a noção de inscrição, não mais,
mas vou voltar. Estou na Wikipedia Wikipedia? Ih! Quanta não-cientificidade. É, fui
rever o que é a tal da virada linguística (em inglês linguistic turn), citado pelo artigo. Eis
a realidade chamada ciberespaco. E o ciberespaco num celular moto G em pleno 2017,
tendo ele sido adquirido em 2014 pra ajudar nas "ações dissertativas". E como ajudou.
Eita, ajuda, neh, celular, desculpas.
Sim, vou lá... Sim, voltei ao artigo (Diferença, Traço e Inscrição de Carlos Alvarez
Maia. Vale dizer o óbvio, e haja parada pra ir ao dicionário. Espero que você não
necessite disso como eu.
Sim, fui buscar a noção de inscrição, acho que voltei com ela. Inclusive com algumas
outras infimas noções derridianas como traço, diferença e a própria inscrição. Mas não
se é possível somente definí-la aqui, ainda. Prefiro ir com ela daqui a pouco. Voltemos a
Vida de Laboratório.

88-10 Voltando ao livro de Latour e Woolgar... Estava eu lendo a parte inicial do


Observador (personagem do livro que faz uma espécie de antropologia das ciências,
observa em visita como se é realizado o processo científico num laboratório). Logo saí
da tela do livro, lendo-o no celular Moto G e fui ao WhatsApp perguntar ao amigo
Camisolão da UFMG: Camisola, há muito empecilho de eu visitar um laboratório aí na
UFMG, por exemplo aquele que sua namorada pratica no doutorado de Biologia. É só
pra olhar como é feita a pesquisa e tal? Na UFMG tem algum laboratório de
Restauração que trabalhe com tratamento de obras raras, por exemplo? Pergunto isso
tendo em vista um dos enfoques da aplicabilidade profissional da Biblioteconomia, da
Documentação e Ciência da Informação.

88-11 Eis mais uma ação nessa rede, a tese - lendo Vida de Laboratório me deparo com
a explicação dos autores sobre a noção de inscritor, enquanto dispositivo de inscrição.
Aí, acontece aquilo que chamo de insights, em dois movimentos; um, em uma
indagação, se esses insights são algo próximo daquilo que Deleuze chama de imagem
do pensamento (tenho quase certeza que não, pois não terminei a leitura de O que é
filosofia, mas acho que não), o outro, que ao ler o termo dispositivo de inscrição, posso
ir ver algo na dissertação de meu amigo Derek, lembrando que estes dias (jan/2017),
indaguei-o se seu trabalho dissertativo fora uma descrição aos modos da indicação de B.
Latour... Enfim, vou lá em Deleuze bem rápido, e claro na conversa (registrada em
WhatsApp) e em sua dissertação. Aff! Vou acabar demorando... Quem sabe passo por
Foucault e Agambe rapidinho pra ver essa noção de dispositivo. Volto já!

88-12 Enquanto não volto ao “Vida de Laboratório”, preciso anotar. Ao ler sobre a
imagem do pensamento de Deleuze, respondo a mim mesmo: não, a imagem do
pensamento de Deleuze, a priori, não é um tipo de insight tendo em vista a concepção
do conceito deleuzeano para a representação, isto é, uma crítica a uma imagem do
pensamento considera imagem moral do modelo representacional. No entanto, acho que
esses insights praticados aqui podem ser codificados como uma imagem do pensamento.
Esses elementos são base de uma imagem do pensamento do ciberespaco, como
deslocamentos que se perfazem desde a escrita, traços de axiomas, noções e conceitos
inscritos e outras inscrições na Internet. Isso é um novo conceito, uma nova imagem do
pensamento a partir de Deleuze? Não. Não sei, ainda. Afinal, como diz esse filósofo
francês "criar conceitos não é só criar novos termos". Quem sabe um novo traço. Agora
sim, voltemos a Vida de Laboratório.

88-13 Paro, e pergunto-me: estou absorvendo as teorias? Ih! Não posso. Sim, posso. É
que tenho algumas publicações (artigo e capítulo) para inserir no meu lattes, mas eu
mesmo estou me perguntando aquilo que me foi indicado: "siga a cartilha da Capes".

88-14. Mais um momento anormal (entendamos anormal como ilógico), aquilo que
algumas pessoas como eu, por vezes, falam: com licença, só um parêntese. Ups!
Lembremos... Isso (só um parêntese) não deveria ser assim chamado comumente, uma
vez que o parêntese é um símbolo gráfico que, de acordo com as regras da língua
portuguesa brasileira em pleno 2017, deve ser usado para uma inserção (palavra/frase,
etc.) dentro de uma explicação sintática daquilo que é escrito ou falado; e em muitos
casos se falam só pra interromper uma fala sem nenhuma lógica dentro daquilo que se
estar falando. Sim, vamos ao ponto. Ainda não li a obra completa Reagregando O
Social: uma introdução à Teoria Ator-Rede, mas eis um possível exemplo dessa
abordagem. Estou eu lendo "De Magistro" de Santo Agostinho, e me deparo com
discussões sobre o que é conhecimento. Ciente que faço Ciência da Informação, esta já
indicada a ser Ciência do Conhecimento, por Chaim Zins; na parte da tarde tinha
publicado um vídeo sobre definições de informação e conhecimento de Sérgio Cortella.
Exponho aqui o extrato do livro de Agostinho:
"O caráter distintivo desses objetos é a instabilidade;
aparecem e desaparecem, estão aí e já não estão mais, sem que seja possível apreendê-
los
de uma vez por todas. Com isso ficam inteiramente excluídos de qualquer conhecimento
verdadeiro, pois este exige necessariamente estabilidade e permanência. O
conhecimento
não seria, portanto, apreensão de objetos exteriores ao sujeito, tal como são dados à
percepção. Seria, antes, a descoberta de regras imutáveis, tais como "2+2=4", ou então o
princípio ético segundo o qual é necessário fazer o bem e evitar o mal. Tanto num caso
como no outro refere-se a realidades não-sensíveis, cujo caráter fundamental seria a
necessidade, pois são o que são e não poderiam ser diferentes. Da necessidade do
conhecimento decorreria sua imutabilidade e, desta, a sua eternidade" (pag. 20 no pdf).
Eis as tramas e associações: lembrei que havia conversado rapidamente com um amigo,
Hugo, sobre a questão da exatidão das ciências hards (ups, um parêntese, nesse caso
correto: fui contravertido, normal, em sala de aula em 2014 por falar ciências moles e
não softs como diferente daquelas, e depois li num livro renomado tal termo. Talvez um
simples modismo de língua). O amigo me mostrara que 2+2 é igual a 4, mas pode,
matematicamente, ser 0. Além disso, percebo, embora suavemente, uma relação entre as
noções latourianas, agustiniana e cortella de conhecimento e informações, partindo da
força dos elementos como imutabilidade, mutabilidade, permanência, acumulação,
razão, sensação, etc. Enfim, exemplifico toda essa confusão (88-14) aqui para dizer que,
talvez, esse ponto não seja uma prática da ator-rede, mas um início das tramas que
podem se efetivarem em associações entre sujeitos e objetos (pensamentos, autores,
palavras, frases, celular, livros, textos, whatsapp, conversa com amigos, memória). E se
caso a qualquer momento haver tal existência, tal ator-rede, eis uma explicação prática
do que é informação e conhecimento.

88-15. Vale lembrar que se realmente quisermos focar COMO ESCREVER UMA Tese,
é necessária a exposição da mesma aqui. Então, para tanto, preciso expor realmente a
construção da tese em si, não somente os movimentos de leituras ex-ante.

88-16 Lendo Vida de Laboratório, de Latour (quando me deparei com sua descrição
"podem construir histórias nas quais uma coisa e o "sinal" da outra...", pag. 103, lendo o
termo "jogos da imitação" como indicação metodológica por H. Collins, e, além de
pensar em As Leis da Imitação de G. Tarde), lembrei que devo continuar a escavação,
usando termo Foucaultiano, a abertura de Edivanio (meu orientador do mestrado), desde
que seja uma escavação antropológica, por exemplo, não somente nos discursos,
continuando, assim, uma crítica aos sinais (indícios) da Interdisciplinaridade na Ciência
da Informação, tentando, portanto, investigar um laboratório para não somente observar
tais indícios, mas, sobretudo, abrir essa caixa-preta da área, ou somente, descrever a
construção dos fatos socialmente em um laboratório (podendo ser nas salas de aula do
PPGGOC/UFMG).
88-17 É interessante lembrar que ao ler "Vida de Laboratório, quando tratado sobre os
diferentes contextos de um fato, me fez lembrar de resultados obtidos na dissertação,
especificamente o quantitativo de artigos, modalidade de citação e especialidades dos
autores, como fatores que diferenciam as redes, segundo Latour. E isso realmente nos
fez perceber, no caso da Interdisciplinaridade, objeto de nosso estudo, que há uma
pluralidade desses fatores, tornando mais ainda diversidade contextual desse objeto na
CI.

88-18 Permitam-me explicitar uma percepção (sei que isto é contrário a nossa ideia de
buscar a construção dos fatos, não continuar com essas percepções...): parece que as
ilustrações do caso do TRF(H) no livro Vida de Laboratório de B. Latour,
especificamente, as críticas sobre a não continuação das pesquisas e, então, somente
execução de artefatos, serve de analogia para a considerada inerencia da
Interdisciplinaridade na CI, e aquele discurso: ela já está aí, não precisa ser procurada.
Ih! Parece serem não persistente; será que consigo ser? Vamos ver...

88 - 19 - Desde 13 de fevereiro de 2017 não escrevia nada aqui. Estávamos ajustando


minha vinda a essa cidade, falo de Belo Horizonte, melhor, da Nova Suissa, casa do
amigo Cuzido. Sim. Hoje (15, de março, 2017), ao ler Interdisciplinaridade: para além
da filosofia do sujeito, especificamente os capítulos 5 e 7, me pego pensando: justifico
minha loucura (aproximar Interdisciplinaridade, Ciência da Informação, Teoria Ator-
Rede) por perceber a importância dos vários elementos-ve

88-20. V

Por trás dos artigos tem teorias e métodos, e por trás destes? Buscar os outros fatos que
fazem emergir tais teorias e métodos. Então, não se pode afirmar que são as teorias, são
os pesquisadores, os programas, os métodos, mas as práticas que constituem os fatos
interdisciplinares, estes, por sua vez, se compõe por todos aqueles elementos e suas
medições técnicas. Ou seja, o pesquisador X, de Biblio, utiliza o computador em um
específico programa de pós em CI, pra falar de Ciência da Informação e
Biblioteconomia, bem como outro pesquisador, agora uma pesquisadora Y, de
matemática, produz em um programa de CI...

A TAR permitirá observar algumas dessas associações que se estabilizam e se tornam


dominantes em relação às outras, estas, por sua vez, falham ou não são bem sucedidas.
Talvez, as associações de Casal estejam nesse sentido. Será se os atores não-humanos
como os livros, os arquivos e os documentos são mais estáveis que os computadores e
os sistemas de recuperação da informação, a linguagem numérica, as partículas físicas,

Quão difícil de ser fazer uma tese! Latour (Ciencia em Ação, p. 342) e seus escritos nos
remetem à dificuldade de desconstruir os conteúdos de interpretação que buscam
"aumentar o controle e diminuir a margem de negociação". Isto é, estou aumentando
meus erros devido à falta de modelos e aumento de atores da rede de conhecimento que
resultará na construção dessa tese, no entanto, ao meu favor se perfazem tais leituras e
escritas como faço aqui, e, principalmente, as discussões no cotidiano procurando
praticar os conhecimentos obtidos em leituras, sendo chamado como Latour de
relativista, como disse Jucelio e Gleicinho no dia 25/12/2017: ah, você, Zayr, relativisa
tudo, aí fica difícil conversar. Acréscimo a isso, cito o Didica, amigo-irmão, que falou
em mídia social, diferente dos supramencionados : "Você tá relativista só (sic) extremo,
negão! Tem alguma coisa que, hoje, você não discorde?". Sim, meus amigos, sendo
atores também dessa tese, estavam, de certo modo, correto. Pois enquanto eu não souber
construir fatos em Ação, como indica Latour, portanto, não serei capaz de fechar meus
argumentos, muito menos essa tese como caixa-preta. Embora, sabia eu que tal
construção, podendo ser entendida muito compreensívelmene como "falta de
argumentação lógica", era condição prática para o conhecimento, isto é, elementos de
acumulação em estabilidade e o , como cita Latour em Laboratório em Ação.
Devo dizer que, INFELIZMENTE, dei uma parada (entre fevereiro e março) nessa
escrita. Motivo? Não sei ao certo. Talvez devido à incerteza de conseguir tal objetivo.
Qual objetivo: a própria escrita. Ou talvez a necessidade de praticar a tese ao invés de
escrevê-la em movimento. Afinal, várias disciplinas, apresentação de textos, artigo e
livro em decurso, além da conversa com orientadora e a angústia de saber se aquilo que
pensava eu, poderia ser continuado. Continuei. Obrigado, profa. Marlene.
Nota 88-20
Retomo agora aqui em 03 de abril de 2017 na casa do meu amigo Cuzido, da minha mãe
Tia Nely (mãe dele), que considerava assim. Sim, vamos lá. Sentando na cama, estando
desenvolvendo uma “representação” em slide para disciplina Representação Temática
sobre uma parte do texto Teoria do Conceito de I. Dahlberg, ligo para minha esposa
pedindo que pegue um bloco de notas, o qual se encontrava em Maceió. Fui lá fora, pois
aqui no quarto não pega rede da Tim. Eu? (In)felizmente realizando um sonho em
Minas Gerais. Lembrava eu que nesse bloquinho consta um pensamento, posto em
dúvida no ENANCIB 2015 e indagado ao prof. Gustavo Saldanha, o então palestrante,
sobre a relação linguagem-ciência da informação-epistemologia. Queria lembrar tal
pensamento, pois ainda está em construção sobre a noção de linguagem. Enfim, vou à
prática: ler um pouco da noção de representação de Michel Foucault, para saber se é útil
nessa empreitada de apresentação do texto supracitado, para discussão em sala de aula
e, principalmente, continuar a construir uma noção de linguagem. Lembro: escutando
música estou eu, infelizmente paro para dar atenção aos escritos dessa arte. Mas volto a
isso e a prática do estudo e da tese. Volto em seguida.
88-21 Eis o processo de tese: lendo Foucault, As palavras e as coisas, como antecipado,
vejo a seguinte frase: as escritas e as coisas não se assemelham mais (p. 65). E logo me
indago: é será que acontece isso no fato “interdisciplinaridade” na Ciência da
Informação? Dei uma rápida atenção ao Sorriso Maroto. Fui também rapidamente ao
livro de Edivanio Duarte de Souza, A Ciência da Informação: fundamentos epistêmico-
discursivos do campo científico e do objeto de estudo, ler um pouco sobre esse
pensamento, consequentemente, sobre esse fato. Enfim, parei. Volto à Foucault.
88-22 Hoje percebi que a interdisciplinaridade no campo agonístico ainda se encontra
em construção. Relato o caso: houve uma apresentação sobre Teoria do Conceito. Uma
pesquisadora levantou a ideia para turma e professoras do que achavam das diferenças
de abordagens e noções conceituais em torno de elementos condicionantes para
construção e representação de conceitos, como o contexto, seja por meio da visão
positivista ou mais relativista. Houveram várias controvérsias aqui não registradas por
não ser foco ainda da pesquisa, mas somente uma breve observação etnográfica desse
processo interdisciplinar na área. Mesmo assim pôde-se observar que cada um fica com
sua abordagem e que não há necessidade de integração, uma vez que cada uma depende
de um contexto de abordagem, de seus trabalhos de pesquisa, de orientadores e
orientandos, de visão da coisa. Portanto, vamos continuar seguindo os atores-redes
envolvidos no objeto de interdisciplinaridade e na área da Ciência da Informação.
Voltar-me-ei a ler A Gramatologia...
88-23. Dia 19 de abril, às 23h36min, estou eu aqui na casa do amigo Vinicius, lendo
para aula de amanhã, Organização da Informação da profa. Gercina, sobre OK, risos,
Organization Knowlegde (organização do conhecimento). Intervalando minha leitura,
como de costume, (in)felizmente, percebi que estava analisando minha ainda não
definida metodologia da tese. Além disso, aproximando com a aula de hoje pela tarde,
onde observei a dita natureza interdisciplinar, no caso, sobre Terminologia, a aula da
tarde, e aproximação e deslocamento (podendo ser aproximação) dos colegas com a
Teoria do Conceito. De modo que nossos colegas não conseguiam entender tantos
elementos próximos, a saber: conceitos, predicados, termos, características, etc. Eis a
natureza interdisciplinar? Ou não? Afinal, houve integração de conceitos? Creio que sim
por parte da aula... (quem sabe porque parei, kkkk).
88-24. Estou eu lendo um texto sobre Representação para aula de Estudos Avançados
em Informação e Conhecimento. Não saberia eu, que teria devaneio que me levaria do
texto, a ideia de aproximar a Sociologia do Conhecimento (noção teórica a ser usada na
tese) e Representação, depois a Escritura de Derrida, volto a inserir uma noção teórica
na metodologia, que antes tinha usado inscrição para fundamentar práticas de
informação, mas agora decidi usar a escritura por ser um meio metodológico de
observar a natureza de um fato, além da representação enunciativa e do discurso. Sim!
Ao ler textos em revistas da CI sobre Representação do Conhecimento, assistir aula,
conversar, pensar, depois ler Derrida, um dos resultados lembrar de um passado
contemporâneo quando indaguei ao colega Saldanha num ENANCIB, se para ele, a
linguagem é uma importante base epistemológica para a área. Acrescento que - no
momento da leitura de Derrida - lembrei quando ingenuamente tentei responder o que é
cultura. Ah, professor, pode ser uma representação... Ups! Com licença, Zayr, disse José
Mauro e ali começou a desconstruir minha noção de representação que iria aproximar
daquela cultura.

88-25 Vamos ler, pensar e continuar representando por infinitos significantes.


Em meio a dúvidas – se continuaria escrevendo, digitando, expondo, inscrevendo os
acontecimentos, decidi voltar agora (dia 22 de junho de 2017) após uma conversa com o
orientador do Trabalho de Conclusão de Curso da graduação, Ronaldo Araújo, e uma
parada na leitura de um texto sobre o artigo científico como artefato de Sueli P.
Mostafa. Ela é demais! Sim, o que importa nesse caso é: estive conversando com o
professor sobre minha tese, agora amigo, sim, a ciência tem disso, afinal ela é atividade
como outra, ou você chega chamando o chefe de amigo, em vez de isso ser uma
transformação no mundo? Após a conversa com Ronaldo o qual achou interessante eu
buscar olhar abaixo da mesa da interdisciplinaridade, digo: observar não o produto
(artigos, teses e dissertações) sobre a interdisciplinaridade, que o diga como fiz na
dissertação, mas a construção desse produto – o processo interdisciplinar, e, então,
seguir os atores interdisciplinares, ou seja, aproximar a interdisciplinaridade da
sociologia da ciência e consequentemente de Merton, Collins, Steven Woolgar, de
Bruno Latour, dentre outros (Rever a escrita. Pois não está como um discurso
científico, cheio de pontos, vírgulas etc., mas com isso tudo junto, gramaticalmente
errado. Talvez um relato não precise de tantos erros, né Zayr.), quando fui ler o
artigo de Mostafa, que dizia: “mesmo quando se fala ao telefone, discutem-se
documentos” (LATOUR ; WOOLGAR, 1997, p. 47), pensei: é tenho que expor os
acontecimentos, isso é ciência, isso está sendo minha tese. Uma merda, né?! Vou lá
voltar ao artigo sobre artigo (risos). Voltei para acrescentar. Sim, eu falei sobre vários
documentos com Ronaldo, sobre o universo da pesquisa, sobre editais e programas
governamentais que indicam e fomentam a interdisciplinaridade na pós-graduação,
sobre minha volta a Maceió, etc.
88-26 Hoje mais uma vez refiz aquilo que se estar iniciado, iniciante, em pleno início,
uma tese. Após uma conversa via telefônica, pensamentos expostos, alusão, exemplos
para observação de opinião, parece que estou iniciando bem. Agora, vamos tentar não
investigar a natureza interdisciplinar, mas a naturalização das relações disciplinas na
área. Parecia tão próximo, mas equidistante. Enfim, chegou. Será? O que importa é o
caminho. Vou lá escrever algo próximo a uma cientometria para histiografar os mitos
das relações e alguma espécie de análise das escrituras, desde os textos às falas
coletadas por entrevistas semiestruturadas.

O trabalho de pesquisa deve ser sempre acompanhado pelo registro


não só daquilo que é pesquisado quanto do processo mesmo do
pesquisar. E para quê registrar o processo? O que fazer com este
registro? A quem endereçá-lo? O registro do processo da pesquisa
interessa porque inclui tanto os pesquisadores quanto os pesquisados.
Nesse sentido, tal registro se complementa no ato de sua restituição. O
texto a ser restituído aos diferentes intervenientes permite a ampliação
e publicização da análise das implicações que se cruzam no trabalho
da pesquisa (BARROS, PASSOS, p. 172).

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