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Extensão Em Mercado de

Capitais

Instrutor: Marcelo de Faro


„ Pós-graduado Em Engenharia Econômica (UERJ)
„ Bacharel Em Ciências Econômicas (UERJ)
„ Agente Autônomo de Investimentos (CVM) – Desde
1993
„ Registro 62.903-0 “ Autorizado Pela Comissão de
Valores Mobiliários Para Atuar Como Agente
Autônomo de Investimentos”
„ Operador Sênior Em Mercado De Opções (BVRJ)
„ REGISTRO 1622 LIVRO 1 “Registro de
Representantes de Sociedades Membros Autorizadas
a Operar No Mercado de Opções”
„ www.marcelofaro.com.br
Marcelo@marcelofaro.Com.Br
Programa do curso
Š ¾ Noções gerais de Economia
Š ¾ Sistema Financeiro Nacional - SFN
Š ¾ Mercado Financeiro
Š ¾ A Bovespa
Š ¾ Mercado Primário e Secundário
Š ¾ Clearing House – gestão do risco
Š ¾ Principais ativos de emissão das empresas
Š ¾ Ações – Definições e Direitos
Š ¾ Avaliação de Ativos – Análise Fundamentalista e Gráfica
Š ¾ Operações no Mercado à Vista
Š ¾ Operações no Mercado à Termo
Š ¾ Operações no Mercado de Opções
Š ¾ Operações no Mercado de Derivativos – BM&F
Š ¾ Operações no Mercado Internacional – Os ADR’S – As Arbitragens

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Ativos de emissão das empresas
Principais ativos de emissão das empresas

Ações: Não tem prazo para resgate; representam a menor fração do capital da
empresa emitente; rendem dividendos e juros sobre o capital
(benefícios varáveis que dependem do desempenho da empresa).

Notas: Notas promissórias (commercial paper); tem prazo para resgate;


representam empréstimos tomados no mercado; rendem juros. Os
detentores não possuem direitos reservados aos acionistas, apenas os
pré-estabelecidos no contrato de emissão da nota.

Debêntures: Podem ser simples e/ou conversíveis em ações; tem prazo para
resgate e/ou conversão para ações; representam empréstimos
tomados no mercado; rendem juros e atualizações monetárias.

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Ações – Definições e Direitos
Ações
Uma ação representa a menor parcela do capital social de uma
sociedade por ações.

As ações podem ser ordinárias, com direito a votos e tag-along, e


preferenciais, com direito de preferência sobre os dividendos a serem
distribuídos, sendo que após o Plano Collor, todas são nominativas e
escriturais.

O preço de uma ação em bolsa é definido por oferta e demanda, que


dadas pelas condições de mercado que reflitam as situações estruturais
e comportamentais da economia do País e específicas da empresa e do
seu setor.

Normalmente, as ações traduzem as expectativas dos agentes


econômicos em relação às perspectivas do País e, por conseqüência,
aos destinos das empresas abertas.

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Ações – Definições e Direitos
Ação é um título mobiliário que corresponde ao direito de uma fração de
uma empresa, representando uma parte do capital social dela.

Š Quem possui ações detém efetivamente uma parte da empresa, e por isso recebe
parte proporcional dos lucros. De forma genérica, podemos dizer que se uma
empresa vale 100 mil reais e tem 100 mil ações, cada ação tem um valor de um
real. Este raciocínio vale genericamente para as várias formas de medir o valor da
empresa e das ações.

Š As empresas emitem ações e vendem estes papéis para investidores para


levantar capital para investimentos e capital de giro. A empresa também poderia
tomar empréstimos no mercado, mas neste caso teria que devolver o dinheiro ao
banco ou investidores. No caso da emissão de ações, os investidores ficam sócios
do negócio, assumindo os riscos, de forma que somente vão ter um rendimento se
a empresa tiver lucros (e distribuir dividendos) e/ou se a ação tiver uma
valorização no mercado.

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Ações – Definições e Direitos
Š No Brasil, o mercado acionário está concentrado na Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa), que foi unificada com a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Por
conta da unificação, os negócios com ações foram transferidos para São Paulo. A
Bolsa do Rio de Janeiro ficou com os negócios com títulos públicos. As demais
Bolsa de Valores também fizeram acordos transferindo para a Bovespa os
negócios com ações.

Š A empresa somente pode lançar ações se seguir uma série de requisitos legais. A
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é o órgão que regula e fiscaliza os
negócios neste mercado, incluindo as Bolsas de Valores e as empresas que têm
ações e títulos mobiliários. Apenas empresas de capital aberto podem lançar
títulos mobiliários no mercado, como ações e debêntures. Uma empresa, no
entanto, pode ter capital aberto sem ter ações negociadas em Bolsa de Valores.
Estar ou não listada na Bolsa depende dos interesses da empresa, que pode ter
seu capital aberto apenas com o interesse de lançar debêntures.

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Ações – Definições e Direitos
Š As ações dividem-se em:
Š
Š Ações "Ex" (vazias) - são ações cujo direito já foi exercido pelo titular
Š
Š Ações Escriturais - Dispensam a emissão de títulos de propriedade. Circulam e
são transferidas mediante extratos dos Bancos Depositários;
Š
Š Ações Ordinárias - Têm direito a voto.
Š
Š Ações Preferenciais - Têm preferência na distribuição de resultados.
Š
Š Bonificação - Distribuição gratuita, aos acionistas, de novas ações decorrentes de
aumento de capital por incorporação de reservas, lucros em suspenso ou
reavaliação do ativo. É um direito que não prescreve.
Š

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Ações – Definições e Direitos

Š Bônus de Subscrição - São títulos negociáveis emitidos pelas empresas, dentro


do limite de aumento do capital. Os bônus de subscrição conferirão aos seus
titulares direito de subscrever ações do capital social, nas condições constantes
do certificado, mediante apresentação do título.

Š Cautelas - São títulos de propriedade unitários ou múltiplos. Na cautela tem-se


a identificação do nome da companhia, o nome do proprietário, o tipo de ação,
a forma de emissão e os direitos já exercidos. A cautela não caracteriza a
propriedade, esta só se define após a averbação no Livro de Registro de Ações
Nominativas.
Š
Š Desdobramento (split) - Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade de
ações em circulação, sem alterar o Capital Social da Empresa, reduzindo o
valor unitário para aumentar a liquidez da ação no mercado.
Š
Š Dividendo - Distribuição de parte do lucro, proporcionalmente à quantidade de
ações possuídas pelo acionista. O dividendo mínimo é de 25% do lucro líquido
do exercício. É um direito que prescreve após 3 anos do início de seu
pagamento pela empresa.

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Ações – Definições e Direitos
Š Grupamento (inplit) - É a redução da quantidade de ações em circulação, sem
alterar o Capital Social da Empresa, elevando o valor unitário da ação.
Š
Š Juro sobre Capital Próprio - Remuneração sobre o capital investido na empresa,
paga ao acionista, substituindo total ou parcialmente o dividendo.Quanto à forma
de emissão, as ações podem ser:

Š - Quanto à forma de negociação:

Š - Sobre as ações podem ocorrer os seguintes eventos:


Š
Š Subscrição - Direito que o acionista tem de adquirir novas ações por aumento de
capital com preço e prazo predeterminados.
Š

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Ações – Definições e Direitos
Š Direito do acionista – Governança corporativa

Š Governança Corporativa pode ser definida como o esforço contínuo em alinhar os


objetivos da administração das empresas aos interesses dos acionistas. Isso
envolve as práticas e os relacionamentos entre os Acionistas/Cotistas, o
Conselho de Administração, a Diretoria, uma Auditoria Independente e até
mesmo um Conselho Fiscal.

Š A boa governança corporativa permite uma administração ainda melhor e a


monitoração da direção executiva da empresa. A empresa que opta pelas boas
práticas de governança corporativa adota como linhas mestras transparência,
prestação de contas (accountability) e eqüidade.
Š

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Ações – Definições e Direitos
Š Acionista minoritário

Š É aquele que não possui o controle da empresa. Tanto é o caso do que possui
ações ordinárias, com direito a voto, mas em quantidade insuficiente, quanto é o
caso do que detém ações preferenciais, qualquer que seja a quantidade, porque
não têm direito ao voto.

Š O acionista majoritário, por sua vez, é aquele que detém o controle da empresa.
No Brasil, os minoritários têm enfrentado muitos problemas porque a legislação
acaba favorecendo ou permitindo atitudes incorretas por parte dos controladores, a
começar por manterem um nível insatisfatório de informação ao mercado.

Š Uma das maiores brigas dos minoritários no Brasil é para exigir maior nível de
transparência e respeito dos controladores

Š Ainda existem controladores que não querem nem pagar dividendos aos
acionistas, esquecendo que o investidor quer receber lucros para continuar
confiando na empresa. É claro que isso somente acontece quando o acionista
controlador consegue rendimentos da empresa por outros caminhos que não a
distribuição de lucros.

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Ações – Definições e Direitos
Š Tag Along

Š O direito dos acionistas minoritários de vender suas ações através de oferta


pública, no caso de transferência de controle, conhecido como "tag along", vem
sendo apontado no Brasil como fator importante para melhoria dos níveis de
governança corporativa.

Š Há, contudo, efeitos perversos e contraditórios que esse instrumento pode


provocar, frustrando objetivos maiores da governança corporativa.

Š A Lei 6.404/76 instituiu o "tag along" devido à reduzida liquidez das ações
ordinárias em circulação no mercado. Em 1997, a Lei 9.457 revogou o artigo
254 da Lei 6.404, extinguindo o mecanismo a fim de facilitar a venda de
companhias sob controle estatal.

Š Entre 1997 e março de 2002, quando entra em vigor a Lei 10.303, que
reinstituiu o "tag along" (desta vez, entretanto, por 80% do preço pago aos
controladores), os alienantes de controle acionário apropriaram-se da
totalidade dos prêmios pagos pelas transferências de controle ocorridas nesse
período. As entidades estatais foram as maiores beneficiárias da interrupção
da vigência do mecanismo, considerando que as privatizações geraram
prêmios significativos.

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Ações – Definições e Direitos
Š A iniciativa da Bovespa de criar o Novo Mercado e o índice de governança
corporativa, níveis 1 e 2, foi um passo decisivo na direção deste objetivo. É
importante, entretanto, estar atento a certas circunstâncias para que não se criem
distorções que venham a anular o objetivo maior de estabelecer relações mais
eqüitativas.

Š Para ingressar no Novo Mercado, é exigido que a companhia tenha


exclusivamente ações ordinárias e conceda a todos os acionistas a opção de
vender suas ações nas mesmas condições obtidas pelos controladores.

Š Já para ingressar no nível 2 da governança corporativa, a companhia precisa


atribuir idêntica opção aos detentores de ações ordinárias e também aos
detentores de ações preferenciais, só que, neste caso, por preço equivalente a
70% do preço pago aos controladores.

Š Por forçosamente aumentar o custo de aquisição do controle e reduzir o valor


obtido pelo controlador na transferência, o "tag along" torna mais difícil a
rotatividade desse controle, reduzindo as oportunidades de mudança da
administração e diretrizes das companhias, o que se constitui, na maioria dos
casos, na solução mais eficaz para revitalizar empresas que não produzem os
resultados desejados.

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Ações – Definições e Direitos
Š Tem ainda o "tag along" o efeito perverso de reduzir a liquidez das ações da
companhia que passa por tal processo a níveis inaceitáveis, em decorrência da
quase eliminação do "free float", não deixando na prática aos acionistas outra
alternativa que não vender suas ações por ocasião da oferta pública,
acarretando assim a saída da companhia do mercado.

Š A alternativa de o adquirente oferecer apenas a parcela do prêmio para que o


minoritário permaneça como acionista não é realista, pois não se coaduna com
as práticas do mercado.

Š O "tag along" acaba ainda induzindo enormes distorções no mercado, pois


qualquer perspectiva de mudança de controle gera um imediato movimento
especulativo, em face da possibilidade de um ganho extraordinário totalmente
desproporcional ao investimento.

Š Isso provoca valorizações absurdas a curto prazo, em função de um fator


totalmente artificial. Essas valorizações podem ser frustradas se a alienação
não se concretiza, causando então substanciais prejuízos a investidores.

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Ações – Definições e Direitos
Š Para os investidores institucionais, surgem conflitos incalculáveis no processo
decisório de gerenciamento das carteiras, potencializando efeitos que
comprometem o comportamento profissional dos gestores.

Š As companhias que passaram do controle estatal para o privado através de


leilões em que os adquirentes do controle pagaram prêmios substanciais,
encontram grande obstáculo para ampliar o "tag along" a todas as ações, pois
tal mudança na prática implicaria obrigar os atuais controladores, numa
eventual transferência de controle, a dividir com os demais acionistas a mera
recuperação do valor pago na aquisição.

Š Para esses adquirentes dificilmente haveria qualquer prêmio, por terem pago
pelas ações valor bem superior às cotações de mercado.

Š Ademais, não há eqüidade em estender o "tag along" às atuais ações


preferenciais, compradas por cotações de mercado que não refletiam qualquer
perspectiva futura de exercício de voto ou participação no valor do controle da
companhia. Essa extensão do "tag along" constitui, na verdade, um
enriquecimento sem causa para os detentores dessas ações.

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Ações – Definições e Direitos
Š As ações preferenciais, por apresentarem maior "float", geralmente contam com
melhores índices de liquidez.

Š Dentro deste cenário, os ditames da governança corporativa seriam melhor


atendidos se as exigências para o ingresso no nível 2 fossem reformuladas,
exigindo apenas a extensão do "tag along" em relação a novos lançamentos
primários de ações sem direito de voto.

Š Esta reformulação poderia incluir compromissos de aumentar o "float" das


atuais preferenciais através de distribuições secundárias das ações que
estejam sob a titularidade de controladores.

Š Tal procedimento seria mais adequado à realidade do mercado e plenamente


eqüitativo, atendendo melhor aos interesses dos próprios titulares de ações
preferenciais, por propiciar maiores níveis de adesão ao novo modelo.

Š O "tag along" pode ser útil para remediar a baixa liquidez de ações ordinárias
em circulação face ao reduzido "float" que decorre da usual concentração de
mais da metade das ações votantes em poder dos controladores, mas sua
extensão a todas as ações das companhias não presta nenhum serviço à
melhoria da governança corporativa, podendo, ao contrário, gerar maiores
distorções e abusos.

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Ações – Definições e Direitos

Š A generalização do "tag along" a todas as ações


para permitir o ingresso no Novo Mercado e no nível
2 da governança corporativa pode ser obstáculo à
adesão de companhias importantes à expansão do
novo modelo criado pela Bovespa na busca de uma
melhor relação de eqüidade entre controladores e
minoritários, que eleve o nível de confiabilidade nas
companhias que têm suas ações negociadas no
mercado.
Š

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Ações – Definições e Direitos
Š Dividendo

Š Dividendos são pagamentos em dinheiro recebidos pelos acionistas e pagos pela


empresa emissora das ações, como forma de distribuição de lucros. É a forma de
remuneração do acionista pelo capital investido na empresa.

Š Os critérios de distribuição de dividendos devem constar do estatuto da empresa.


Regra geral, no Brasil, os dividendos mínimos são de 25% dos lucros. Mas é
possível que o estatuto defina dividendos fixos, independentemente do lucro, ou
dividendos diferenciados.

Š Durante muitos anos o pagamento dos dividendos no Brasil não foi relevante
como atrativo do investimento porque não havia correção monetária deste direito,
de forma que a inflação transformava os valores em pó. Com a estabilização
econômica, os dividendos ganharam importância no portifólio do investidor.

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Ações – Definições e Direitos
Š Juros sobre capital próprio

Š Outra forma de pagamento de proventos em dinheiro é através dos juros sobre o


capital próprio (JCP). Para o acionista, a grande diferença é que ele tem que
pagar 15% de imposto de renda na fonte, de forma que sempre é preciso ficar
atento se o valor anunciado é o bruto (sem impostos) ou líquido (já descontando
os impostos).

Š Para a empresa, muitas vezes o uso de JCP é vantajoso do ponto de vista fiscal.
Desde sua criação, o pagamento de JCP permite que a empresa remunere seus
acionistas até o valor da TJLP, com o valor sendo considerado como despesa
financeira. Com isso, ele reduz o lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago pela
empresa.

Š A grande vantagem é que a empresa pagaria impostos maiores sobre o lucro, na


faixa de 25%, do que os acionistas, que pagam 15% sobre os JCP.
Š Assim, ela pode oferecer JCP, que mesmo após o pagamento de IR, podem ser
maiores do que seriam na forma de dividendos, em função da diferença nas
alíquotas de tributação.

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Ações – Definições e Direitos
Š Bonificação & subscrição

Š Bonificação:
Š Distribuição de resultados da companhia mediante emissão de ações, quando de
incorporação de reservas ao capital social. As ações bonificadas são entregues
gratuitamente aos acionistas, na proporção da quantidade de ações possuídas.
Š
Š Subscrição:
Š A Subscrição é um aumento de capital deliberado por uma Empresa, com o
lançamento de novas ações, para obtenção de recursos. Os acionistas da empresa
têm preferência na compra dessas novas ações emitidas pela companhia, na
proporção que lhe couber, pelo preço e no prazo preestabelecidos pela empresa.
Essa preferência detida pelos acionistas é chamada de Direito de Subscrição. O
Direito de Subscrição é um ativo negociado no pregão da BOVESPA, no decorrer do
prazo preestabelecido para o exercício do Direito de Subscrição. Transcorrido o
prazo, o ativo deixa de existir. A subscrição pode surgir como um benefício aos
acionistas caso o preço de subscrição seja inferior ao preço de mercado, de forma
que está sendo dada uma espécie de "desconto" para os acionistas.
Š Caso o preço seja equivalente ou superior ao de mercado, isso muitas vezes não
representa uma vantagem, já que não existe condição diferenciada em relação a
quem ainda não possui ações da empresa.

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Avaliação de ações
Š Avaliação de ações

Š Diversos fatores influenciam na escolha de uma ação. Seu potencial de


valorização, o dividendo que é pago, o horizonte de investimento, a necessidade
de ter maior ou menor liquidez do papel, o risco que o papel traz em termos
absolutos e para toda a carteira.

Š O investidor deve comprar em função das expectativas para a ação e não por
conta do desempenho passado da empresa. Há investidores que agem na
contramão desta recomendação: compram ações quando elas já subiram muito e
suas chances de repetir ganhos extraordinários são menores.

Š Nesta discussão de forma de avaliar potencial de ações, há duas escolas


bastante distintas: a da análise fundamentalista e a da grafista.
Š

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Avaliação de ações
Š Avaliação de ações

Š Fundamentalistas
Š Os fundamentalistas se preocupam com os dados reais da empresa, como
produtividade, modernidade da planta, mercado de seus produtos, inserção na
economia internacional, nível de endividamento, capacidade de crescimento
dadas as expectativas macroeconômicas do país etc. Estas avaliações todas
devem ser quantificadas, ou seja, avaliadas em números, que devem refletir
crescimento esperado e comportamento das receitas e despesas.

Š Com base então em dados concretos, avaliados de forma subjetiva, porém


metodológica, o analista pode estimar quanto a ação deverá estar valendo num
período qualquer. E a partir daí indicar sua compra ou não, dados os
investimentos disponíveis no mercado.

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Avaliação de ações
Š Fundamentalistas - Indicadores de desempenho

Š Existem vários indicadores que ajudam o analista a verificar a qualidade de uma


ação, considerando seu desempenho passado ou as projeções de resultado no
futuro. Sobre estes índices, que são abordados abaixo, é preciso fazer algumas
observações:

Š O que realmente interessa de uma empresa é saber seu futuro. O passado é


um indicador que permite identificar tendências, mas a decisão de
investimento deve se basear principalmente nas expectativas de resultados
futuros.

Š Um indicador isolado diz pouco ou pode induzir a erro. Não existem números
mágicos, salvo os extremos, que nos dão qualquer informação se não forem
bem analisados e comparados com outras alternativas de investimento
semelhantes.
Š Então, para avaliar se o retorno esperado de uma ação é bom, precisamos
comparar com outras ações de seu setor, ou com a média de mercado, ou
com outros ativos que tenham nível de risco semelhante. Nas análises, veja
sempre qual o termo de comparação que o analista está usando.

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Avaliação de ações
Š Risco é a palavra chave para medir rendimento. Falar de rendimento (retorno)
esperado sem abordar risco pode induzir a erros. Por isso modernamente os
analistas preferem indicadores mais sofisticados de análise, como o desconto de
fluxo de caixa, que ponderam o risco do ativo na sua avaliação.

Š Os indicadores são números muito úteis, mas insuficientes. Um bom analista


deve conhecer a vida da empresa, sua gestão, o setor no qual se insere, seus
planos e estratégias de investimento e crescimento. Uma empresa pode estar,
por exemplo, na contramão de seu setor, por ser pioneira ou por ter uma
avaliação equivocada do mercado. Cabe ao analista de investimentos avaliar
isso, através de critérios subjetivos, mas calcados em adequado grau de
informação, para avaliar a estratégia da empresa.

Š Qualquer que seja a análise, leia com cuidado. Na hora de decidir onde vai o seu
dinheiro, não economize tempo. Leia os textos dos analistas, os relatórios da
companhia, avalie se concorda com o raciocínio, se conhece o negócio da
companhia, compare com o que tem visto de outros analistas e nos meios de
comunicação. Em resumo, aja com prudência em seu investimento.

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Avaliação de ações
Š Indicadores Fundamentalistas

Š Os indicadores de avaliação de alternativas de investimento, para decidir pela


compra ou não de ações, também são chamados de múltiplos pelos analistas.
Seguem abaixo os principais indicadores. Lembramos que o mais conveniente é
usar vários indicadores, que é uma forma de melhorar a capacidade

Š Entre os indicadores mais modernos temos:

Š Valor econômico dos ativos da empresa/Lajida


Š Valor presente

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Avaliação de ações
Š Valor econômico dos ativos da empresa/Lajida

Š Este indicador é a relação entre duas informações contábeis. O valor econômico


dos ativos da empresa corresponde à soma do valor do capital da companhia, a
preços de mercado (preço das ações nas Bolsas de Valores), mais seu
endividamento líquido. O Lajida é uma sigla que significa lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização. Corresponde a uma espécie de lucro
operacional, antes das despesas financeiras. É uma estimativa da capacidade
de geração de caixa da companhia.

Š Nos textos com siglas em inglês encontramos este mesmo indicador valor
econômico/Lajida como EV/Ebitda. É uma forma de relacionar o capital total que
precisa ser remunerado, próprio (dos acionistas) e de terceiros (valor da dívida),
com a capacidade de geração de caixa da empresa (fluxo de caixa).

Š Este múltiplo pode ser calculado com base nos resultados passados, assim
como pode ser gerado a partir de projeções de resultados, desde que o analista
tenha condições efetivas de estimar o fluxo de caixa futuro. Não deve ser usado
isoladamente, mas em termos comparativos, como os demais múltiplos.

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Avaliação de ações
Š Valor presente

Š Neste modelo, o analista estima qual o atual valor econômico de uma empresa a
partir de seu fluxo de caixa esperado, para um determinado período de tempo.
Este fluxo de caixa — quanto a empresa deve gerar de resultados no futuro — é
avaliado por um número significativo de anos. Este é um processo usado por
analistas de ações, obrigatório no caso de processos de compra e venda de
empresas.

Š Este tipo de estudo exige que o analista tenha na mão uma série de parâmetros.
Para citar os principais, é preciso que o analista conheça ou consiga estimar:
vendas, preços, participação no mercado, atuação da concorrência,
comportamento dos custos, necessidades de capital de giro, investimentos em
ativo fixo, nível de crescimento. Estes e outros fatores vão permitir chegar ao fluxo
de caixa da empresa, o que se espera gerar com o investimento em determinado
período.
Š

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Avaliação de ações
Š A partir daí é preciso trazer estes valores, que estão distribuídos ao longo de anos,
a valor presente. Na linguagem dos analistas, trata-se de trazer a valor presente a
partir de uma taxa de desconto. Esta taxa é um referencial especial de juros. Por
trás deste raciocínio está a questão do valor do dinheiro no tempo. Ou seja: o fluxo
vai ocorrer no futuro, mas quanto o investidor está disposto a pagar hoje para
receber este rendimento no futuro? Como envolve tempo e dinheiro, é preciso
definir uma taxa de juros que possam representar corretamente este valor do
dinheiro no tempo. E para definir esta taxa de juros, o analista vai calcular o risco
da empresa específica.

Š Como a rentabilidade exigida de qualquer investimento depende de seu nível de


risco, é preciso calcular o nível de taxa de desconto (rendimento exigido) para o
nível de risco da empresa. Esta taxa é obtida pela observação da taxa sem risco
do mercado, mais uma taxa de risco da empresa, considerando seu
comportamento em relação à média de mercado.

Š importante é entender que este valor presente considera todas as entradas e


saídas que a empresa vai ter, trazendo estes valores a preços de hoje, através do
desconto de uma taxa de juro que é proporcional ao risco que a empresa traz para
o investidor. Quanto maior o risco, maior esta taxa de desconto.

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Avaliação de ações
Š Indicadores Tradicionais

Š Entre os indicadores mais tradicionais temos:

Š P/L (preço/lucro): estabelece a relação entre preço e lucro, e serve de


termômetro como os demais múltiplos. Numa versão simplificada, alguns
analistas associam este múltiplo ao conceito de números de anos que seriam
necessários para recuperar o investimento inicial, mas este conceito mais
provoca distorções do que ajuda. O investidor não deve imaginar que compra
um ativo com P/L = 3 e vai ter seu investimento de volta em três anos.

Š P/VPA: preço da ação em relação ao valor patrimonial da ação. É uma medida


simples, que pondera o preço de mercado do papel em relação ao seu valor
patrimonial, um dado contábil. Teoricamente, papéis que tenham P/VPA maior
do que um são menos atraentes, porque estão vendendo uma unidade de
patrimônio por menos do que uma unidade de moeda. Na prática, um papel
com este indicador acima de 1 pode ser resultado de uma expectativa boa
quanto aos dividendos que serão pagos ou à valorização da ação, que envolve
expectativas sobre o futuro e não o histórico de balanços. Da mesma forma,
um papel pode ter um P/VPA baixo e não estar barata, mas sinalizando
expectativas negativas para o futuro.

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Avaliação de ações
Š Retorno do dividendo (dividend yield em inglês): corresponde ao dividendo
pago por ação (valor anual), dividido pelo último preço de mercado da ação.
Na teoria é um indicador importante para o investidor que valoriza mais
renda do que ganhos de capital. Regra geral, um papel com elevado
dividendo, em relação ao preço de sua ação, tem menor potencial de
valorização no mercado (ganho de capital). Na prática, pode haver
distorções de mercado, se o preço do papel estiver mais barato.

„ Dívida/PL: relação entre dívidas com terceiros (empréstimos ou


fornecedores) e o patrimônio líquido (capital próprio). Mostra a estrutura de
capital da companhia, do ponto de vista de nível de endividamento. Em
atividades estáveis pode haver maior nível de endividamento, porque há
capacidade de prever o fluxo de geração de recursos. Nas instáveis, há
maior risco de inadimplência e falência, porque os resultados são menos
previsíveis.

„ Dívida/valor econômico: relação entre a dívida da empresa e seu valor


econômico (valor das ações no mercado, mais endividamento líquido). A
vantagem deste indicador sobre o anterior é que não considera um dado
contábil (caso do patrimônio líquido), mas a avaliação atual da empresa no
mercado. É um bom indicador de avaliação de nível de endividamento

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Avaliação de ações
Š Medidas de liquidez: comparam os direitos (ativos) e obrigações (passivos) da
empresa considerando o fator tempo, ou seja, se as entradas e saídas são
compatíveis entre si. Se a empresa vai receber $ 200 em seis meses, mas não tem
dinheiro para pagar uma dívida de $ 100 hoje, naturalmente isso é problema,
porque não está havendo compatibilidade adequada entre entradas e saídas de
dinheiro. Neste grupo, a liquidez corrente justamente mede a relação entre ativo
circulante e passivo circulante, um indicador das necessidades de caixa no curto
prazo (regra geral, direitos e obrigações com prazo de até um ano).

Š Grau de imobilização: quanto do patrimônio líquido está imobilizado (ativos fixos


como equipamentos, imóveis). Quanto maior o grau de imobilização, maior a
dependência de capital de terceiros para girar o negócio, o que pode engessar a
empresa numa necessidade maior de crédito para investimentos.

Š Cobertura de despesas financeiras: relação entre o serviço da dívida (despesas


financeiras e pagamento do principal) e o lucro antes das despesas financeiras.
Este indicador mostra o fôlego da empresa para pagar suas dívidas. Quanto maior
o número, mais confortável está a empresa para pagar seus compromissos.

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Avaliação de ações
Š A análise Gráfica não está preocupada em analisar os fundamentos da
empresa, tal como desempenho financeiro, endividamento ou expectativa de
lucros, mas seu foco está centrado no comportamento dos preços das ações. Seu
princípio básico é o de que a cotação de uma ação segue padrões e tendências
que se repetem, ou seja a cotação atual de uma ação é influenciada pela média
histórica de cotações, sempre observando de perto o indicador de volume.

Š A maioria dos indicadores técnicos utiliza uma combinação de médias para seu
cálculo, normalmente uma média de curto prazo e uma média de longo prazo.

Š A análise técnica é o estudo da dinâmica do mercado através dos sinais que o


próprio mercado emite. O analista técnico acredita que todos os fatores que
podem influir no preço de um determinado produto são descontados pelo
mercado no processo contínuo de negociação que determina este preço. O
analista técnico diz que mesmo que alguém tenha conhecimento de todos os
fatores fundamentais que afetam o preço de uma mercadoria tais como clima,
greves, decisões políticas, fatores de demanda, etc..., ele ainda assim não terá
todos os dados necessários para compreender a formação dos preços, porque
não são estes dados em si que os afetam, mas sim a maneira pela qual os
participantes do mercado a ele reagem.

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Š Segundo a análise técnica, o único local em que todos os fatores, tanto os de
oferta quanto os de demanda, somado à psicologia das massas com seus medos
e esperanças - assim como as suas estimativas e “palpites” - estão reunidos, é no
próprio mercado, e que este, portanto, é que deve ser estudado. Análise técnica é
o estudo de como os preços se movimentam, não se preocupando do porque
estes se movimentam.

Š Ela parte de três princípios:


Š 1 - A ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste;
Š 2 - os preços se movimentam em tendências;
Š 3 - o futuro repete o passado.

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Avaliação de ações
Š Avaliam o que se deve esperar de uma ação a partir de seu desempenho
passado, e a partir de uma suposta repetição de padrão de comportamento que
ocorre com qualquer ativo financeiro.

Š Estes analistas tomam suas decisões de compra e venda de ativos apenas


olhando o comportamento dos gráficos, e, acredite, até mesmo dizem não se
importar em saber qual é a ação ou qual o ativo financeiro que está sendo
analisado!

Š Apenas o gráfico interessa, dizem estes profissionais. É algo mais impalpável de


entender para a maioria do mortais. E muitas vezes passa a imagem da:

Š profecia auto-realizável: se todos acreditam que um tipo de gráfico


indica a queda de uma ação, o papel acaba caindo mesmo.

Š Alguns analistas tentam compor as duas posições. Neste caso, usam a análise
fundamentalista para escolher as ações que estarão na carteira no longo prazo. E
usam os gráficos para tomar decisões de negócios no curto prazo. Este grupo
pensa que os gráficos são ótimos para previsões de curto prazo, mas somente a
análise fundamentada deve balizar decisões de longo prazo.

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Š Tendência de Baixa

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Diversas formações em uma tendência.

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Grafistas – principais indicadores.

• Média móvel
• IFR
• MACD
• Stochastic
• Momentum
• ADX
• Rate of change
• Bollinger Bands
• Figuras de Candlestick
• Fibonacci

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Grafistas - Cruzamento das médias móveis

Comprar: Quando a média móvel simples curta cruza de baixo para cima a média longa

Sair da Compra: Quando a média móvel simples curta cruza de cima para baixo a média longa

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Grafistas – O IFR
Compra - sai da área de sobrevenda (abaixo de 30).
Sai da Compra - entra na área de sobrecompra (acima de 70).
Venda - sai da área de sobrecompra (acima de 70).
Sai da Venda - entra em área de sobrevenda (abaixo de 30).

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Š Grafistas – O MACD
Compra / Sai da Venda - a linha do MACD cruza de baixo para cima a linha de
sinal.
Venda / Sai da Compra - a linha do MACD cruza de cima para baixo a linha de
sinal.

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Grafistas – O Estocástico
Compra - em área de sobrevenda (abaixo de 20), a linha %K cruza de baixo para cima a linha %D
Sai da compra - %D entrar em área de sobrecompra / Sai da venda - %D entrar em área de
sobrevenda
Venda - em área de sobrecompra (acima de 80), a linha %K cruza de cima para baixo a linha %D.

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Š Grafistas – Candlestick

A técnica de análise gráfica denominada Candelabro Japonês surgiu no início do


século XVIII, criada por Munehisa Homma, filho de uma próspera família de
comerciantes de arroz, na cidade portuária de Sakata. Ao falecer em 1803,
deixou dois livros sobre sua técnica operacional: Sakata Senho e Soba Sani No
Dem, que se converteram na base da teoria. O candelabro é uma forma válida de
análise técnica e deve ser tratado como tal. Muito parecida com a barra da
análise gráfica convencional, a barra do Candelabro, de agora em diante
denominada vela, contém as mesmas informações da barra clássica. Também
incorpora um preço de abertura, um preço de fechamento, a máxima e a mínima.
Entretanto sua construção é diferente. Aqui toda ênfase é dada aos preços de
abertura e fechamento, à batalha entre os leigos que fazem a abertura e aos
profissionais que fazem o fechamento.

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Avaliação de ações
Š Transparência de informações

O investidor deve dar preferência pela compra de ações de companhias que têm
bom nível de transparência na divulgação de suas informações ao mercado
(disclosure). Algumas empresas respeitam apenas os limites legais de
informação. Mas isso não é suficiente. Observe, por exemplo, se a empresa tem
uma política adequada de relacionamento com o investidor. O diretor de relações
com o mercado deve atender analistas e investidores, ou então pessoa que tenha
o mesmo nível de informação. A empresa deve esclarecer como obteve lucros.
Não basta dar o resultado final sem detalhar como foi o operacional e o
financeiro.

Š Duas outras informações importantes que o investidor deve saber: política de


pagamento de dividendos e estratégia para o futuro. Sobre a estratégia, a
empresa deve abordar o que espera de cenário do setor, do país, as ameaças e
oportunidades enfrentadas. É preciso que o investidor (ou analista) entenda a
estratégia da empresa para decidir se mantém o dinheiro em seus papéis.

Š O mercado também quer receber os resultados de formas mais sofisticadas. É o


caso, por exemplo, do fluxo de caixa, que não é obrigatório, mas constitui um dos
registros mais importantes e detalhados para os analistas. No Brasil, há o
Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), que mostra de
forma menos detalhada as fontes e aplicações do dinheiro.
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Š Transparência de informações

Também o demonstrativo de valor adicionado não é comum, mas grandes


empresas já adotaram este documento e a CVM estuda torná-lo obrigatório. Este
demonstrativo, como o nome diz, permite ver quanto a empresa efetivamente
gerou de riqueza e como este valor foi distribuído entre governo (impostos),
empregados, remuneração de capital de terceiros e lucro para o acionista.
Š Outra exigência dos analistas é o balanço social, que mostra as atividades sociais
da empresa, como contribuições, impostos pagos, convênios, pagamento de
salários e benefícios. Também é relevante ver como a empresa está gerando
recursos humanos — seus projetos educacionais — para enfrentar o mercado e
motivar o pessoal. No caso de empresas que possam causar danos ao meio
ambiente, é conveniente que a companhia demonstre o que tem feito para prevenir
o problema. Companhias que correm riscos e não têm uma política clara nesta
área podem estar encobrindo passivos ambientais e comprometer a rentabilidade
do investimento. O passivo ambiental é o quanto a empresa pode ter de perdas se
causar prejuízos ao meio ambiente, incluindo aí os esforços para reverter os danos
e as multas.

Š Como documentação obrigatória, as empresas não-financeiras com ações em


Bolsas devem publicar um balanço anual, disponibilizar balanço resumido a cada
trimestre (ITR) e mandar informações anuais (IAN) para a CVM e as Bolsas de
Valores.

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