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2 – PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA.
O início do processo de consulta pública ocorreu com a publicação do Aviso n.º 05/2019, no
Boletim Municipal n.º 1305, de 21 de Fevereiro de 2019, tendo também sido publicado na mesma
data no jornal «Correio da Manhã» e nos sítios da CML e da EMEL. O processo de consulta
pública teve como objetivo auscultar os interessados acerca da proposta de zonamento da
Freguesia de Benfica em 10 ZEDL e decorreu durante 15 dias úteis, ficando concluído no dia 14
de Março de 2019, conforme o estipulado no Artigo 6.º nº 2 do RGEPVP.
3 – GLOSSÁRIO.
Para melhor leitura e compreensão deste relatório convém ter presente os termos mais
correntemente nele utilizados, assim como os respetivos significados:
Termo Sentido
Entende-se como participação o contributo de moradores, comerciantes ou
outros utilizadores do espaço público, no âmbito do processo de consulta pública.
As participações variam de acordo com a sua extensão, sendo que algumas podem
ser consideradas bastante lacónicas, com uma ou duas linhas onde o participante
se limita a manifestar em termos sucintos a sua posição em relação à proposta de
implementação de estacionamento tarifado, enquanto outras podem ser de maior
complexidade, podendo mesmo fazer referência a documentos anexados ou a
ligações para páginas da internet.
Todas as participações recebidas são objeto de confirmação da sua receção,
através de correio eletrónico.
Para efeitos de análise, as participações são divididas consoante a sua orientação
relativamente à proposta de implementação de estacionamento tarifado:
Participações de sentido favorável à implementação de estacionamento
Participação
tarifado;
Participações de sentido desfavorável à implementação de
estacionamento tarifado;
Participações de sentido inconclusivo relativamente à implementação de
estacionamento tarifado;
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situações como uma só participação (porque de facto o que é remetido é um só
email), embora se contabilize o nº total de participantes, ou seja, de subscritores
do aludido email. Por este motivo o nº de participantes pode ser superior ao nº de
participações.
Assunto ou assuntos abordados em cada participação, relacionados com
estacionamento, mobilidade ou outras matérias enquadráveis no processo de
Tema consulta pública. Note-se que enquanto algumas participações abordam apenas
um tema, outras participações abrangem uma multiplicidade de temas de teor
diferenciado.
As participações recebidas são registadas e para cada uma delas é criada uma ficha
de participação que contém o email de envio, a data da receção da participação, a
indicação, sempre que possível, se cada participante é morador ou trabalhador na
zona, a identificação genérica dos temas abordados na participação e um resumo
da mesma. As fichas de participação estão ordenadas de acordo com a data de
receção das mesmas e foram numeradas sequencialmente, ficando identificadas
Ficha de como fichas de participação n.ºs CP/Benfica/01 a CP/Benfica/132.
Participação Procurou-se classificar de forma genérica os temas abordados em cada
participação, de molde a facilitar a identificação das principais preocupações
indicadas pelos participantes.
Entende-se que em alguns casos a leitura das fichas de participação pode não ser
suficiente, sendo que a leitura da integral da participação original pode ser a forma
mais adequada para obter um esclarecimento mais alargado sobre o conjunto de
questões nela suscitado.
Nº de participações recebidas;
Temas abordados nas participações recebidas;
Nº de vezes em que cada tema foi abordado;
Origem dos participantes no processo de consulta pública;
Orientação dos participantes quanto à proposta de implementação de ZEDL na Freguesia
de Benfica;
Origem dos participantes que emitiram parecer inconclusivo relativamente à proposta de
implementação de ZEDL em Benfica;
Origem dos participantes que emitiram parecer favorável relativamente à proposta de
implementação de ZEDL em Benfica;
Origem dos participantes que emitiram parecer desfavorável relativamente à proposta de
implementação de ZEDL em Benfica .
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Temas mais frequentemente abordados nas
participações recebidas
ESCASSEZ LUGARES DE ESTACIONAMENTO 58
ENCARGOS COM ESTACIONAMENTO TARIFADO 57
NECESSIDADE DE ESTUDOS ADICIONAIS 31
ZONAMENTO EXCESSIVO 22
ESTACIONAMENTO PARA RESIDENTES 19
DEFESA DO COMÉRCIO LOCAL 15
DESNECESSIDADE DE INTERVENÇÃO DA EMEL 14
DISCORDÂNCIA 13
PROXIMIDADE CC COLOMBO/HOSPITAL DA LUZ/ESTÁDIO… 12
REDE DE TRANSPORTES PÚBLICOS 10
PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA 9
CONSTRUÇÃO DE PARQUES GRATUITOS 9
DIFICULDADES ESTACIONAMENTO NO PERÍODO NOTURNO 8
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Favorece insegurança e criminalidade 2
Impermeabiliza o terreno, gera poluição, afasta população 2
Inibe convívio, visitas, provoca stress e doenças 2
Veículos abandonados 2
Estacionamento gratuito 1 hora diária 1
Acesso de bombeiros em situações de emergência 1
Apenas 1 Euro /mês por dístico de residente 1
Cargas e descargas 1
Cartão Azul 1
Circulação de veículos pesados para Pingo Doce 1
Correção do lancil dos passeios 1
Dimensão dos alvéolos 1
Estudo de avaliação 1
Extorsão, saco azul, empresa mercenária e mafiosa 1
Garagens residenciais alugadas 1
Horário 24h/dia e 7 dias/semana 1
Implementação com brevidade 1
Influência da freguesia S. Domingos de Benfica 1
Melhoria sinalização 1
Parques para motociclos e postos de carregamento veículos elétricos 1
Portagens na entrada de Lisboa 1
Prédios sem garagem 1
Requalificação Av. Gomes Pereira 1
Reserva de lugares por táxis 1
Sentido da circulação 1
Sinalização horizontal 1
Total de vezes em que temas foram abordados 324
Total de temas 45
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Origem dos participantes no processo de consulta publica
Trabalhador
7
2%
Não Indica
51 Residente
11% 72
16%
Residente e
Trabalhador
317
71%
Inconclusivo
18 Favorável
4% 23
5%
Desfavorável
406
91%
6
Origem dos participantes que emitiram parecer inconclusivo
relativamente à proposta de implementação de ZEDL em
Benfica
Não Indicada
1
6%
Trabalhador
1
5%
Residente
16
89%
Não Indica
3
13%
Residente
20
87%
7
Origem dos participantes que emitiram parecer desfavorável
relativamente à proposta de implementação de ZEDL em
Benfica
Trabalhador
Residente 1%
Não Indica
9%
12%
Residente e
Trabalhador
78%
Nota adicional: Foi possível constatar que durante o período de consulta foi criada uma petição
pública, disponível em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=emelembenficaNAO, que até à
data contou com a subscrição de 287 participantes, e que a seguir se junta para melhor
esclarecimento:
- enviar uma subscrição colectiva para a Consulta Pública a decorrer sobre as 10 zonas propostas pela EMEL para
Benfica, com os nomes dos subscritores presentes até 13 de Março de 2019
- enviar uma petição para a Assembleia Municipal de Lisboa assim que for recolhido um número significativo de
subscrições.
1-Retalhar a freguesia em 10 zonas revela que o real objectivo da EMEL é maximizar o seu potencial de receita e
não promover a mobilidade. Não existe qualquer fundamentação que legitime a criação desta enormidade de zonas.
É inegável o impacto negativo que terá, quer na mobilidade dentro da freguesia pelo incremento de custos para acesso
a serviços essenciais, quer no comércio tradicional
2-Nenhuma vantagem em tarifar o estacionamento, quando existe um grave problema de escassez do mesmo para os
próprios moradores, problema esse que tem vindo a ser agravado nos últimos anos pela própria CML e problema
esse que se manifesta com maior impacto ao fim da tarde com o regresso a casa dos moradores.
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No fundo, quem obter um dístico continuará exactamente com as mesmas dificuldades em estacionar, com a
agravante de passar a pagar por isso.
3-Numa freguesia bastante envelhecida é uma situação preocupante ver o apoio a idosos por parte dos seus
familiares, condicionado pelo relógio e pelas moedas no parquímetro.
4-Denunciar a ilegitimidade da cobrança de dístico, pois já pagamos para que uma entidade exerça a fiscalização do
estacionamento, não fazendo sentido esta espécie de dupla tributação. Para além disso fundamentamos que em
muitas situações, o carro não é uma alternativa, mas sim uma necessidade, face a uma rede de transportes públicos
que ainda apresenta consideráveis lacunas.
5-A EMEL virá para Benfica apenas para lucrar com o problema, não para o resolver. Não vai criar lugares de
estacionamento, virá apenas “oferecer” o que já existe. A EMEL é parte do problema e não da solução, pois foi a
introdução de estacionamento tarifado nas freguesias vizinhas que mais contribuiu para o aumento da pressão sobre
a oferta de lugares existente, particularmente nas zonas limítrofes de Benfica.
Exposição em detalhe:
Se é compreensível que o estacionamento na via pública tenha de ser taxado em zonas de elevada densidade comercial
ou de serviços, como são, por exemplo, a Baixa ou as Avenidas Novas, ou com espaço público bastante limitado
como acontece nos Bairros Históricos, já não se compreende que isso aconteça em zonas essencialmente residenciais na
periferia do Concelho lisboeta, como é o caso de Benfica. Aliás, não faz qualquer tipo de sentido a imposição da
mesma política de estacionamento para toda a cidade e no entanto isso é o que está planeado acontecer, a fazer fé nas
palavras do presidente da EMEL, Luís Natal Marques, que anunciou que iria controlar e tarifar o estacionamento
na via pública de toda a cidade até 2020.
Olhando para o zonamento proposto e que levou à abertura desta Consulta Pública, é de perguntar, mesmo sabendo
a resposta, que estudo foi feito para sustentar este esquartejamento da freguesia em 10 zonas de estacionamento
tarifado. A resposta clara é que nada sustenta esta divisão da freguesia como se num jogo da batalha naval nos
encontrássemos.
Se algo se evidencia com esta proposta da EMEL é que o seu objectivo real passa por maximizar o seu potencial de
receita, não é possível olhar para esta proposta e discernir a alegada promoção da mobilidade que vem nos estatutos
desta empresa pública.
O que aqui se está a promover é a dilaceração do tecido social e comercial que dá vida a Benficia e a marginalização
crescente dos bairros da Freguesia, particularmente os mais afastados de serviços essenciais públicos e de uma boa
oferta de serviços de comércio local.
Os moradores, seja qual for a zona da Freguesia onde morem, dispõem, no espaço onde escolheram habitar, de
serviços do Estado que garantem Direitos Fundamentais, como a Educação (escolas); a Saúde (Centros de Saúde), a
Cultura (equipamentos culturais) e a Segurança (esquadras da PSP), e a presença destes equipamentos sociais teve o
seu peso quando os cidadãos escolheram ali viver. Ora com este mapa, o que se está a dizer é que um cidadão que
não more numa ZEDL onde se situa o Centro de Saúde, ao ter que pagar para estacionar, está a pagar uma taxa
adicional por um serviço ao qual tem o mesmo direito que quem reside mais próximo desse serviço.
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Olhando para o tecido comercial, obviamente este mapa será lesivo para o comércio local, com a expectável
diminuição de fluxos de circulação dentro da própria Freguesia e deslocação de clientela cada vez mais para as
grandes superfícies. Este fenómeno já pode aliás ser observável em outras zonas periféricas da cidade onde a EMEL
já se instalou.
Poderemos pensar que haverá alternativas através dos Transportes Públicos. Errado. Lamentavelmente, é
reconhecida a deficiente cobertura de transportes públicos na Cidade de Lisboa, seja pela falta de coordenação entre a
Carris/Metro/CP ou seja pelos horários praticados pelas operadoras, o que obriga milhares de Cidadãos lisboetas a
usarem a sua própria viatura para as deslocações diárias, mesmo intra freguesia. Benfica não é excepção, é até uma
freguesia com uma cobertura geográfica e horária dos transportes públicos bastante deficitária.
Vamos agora esquecer a questão da divisão da freguesia em 10 zonas e recentrar esta exposição simplesmente na
introdução de estacionamento tarifado em Benfica.
Não é possível vislumbrar qualquer vantagem que advenha desta tarifação. As poucas zonas da freguesia que não
tinham problemas de estacionamento continuarão a não os ter, com a diferença que os moradores passarão a pagar
entre 12€ e 120€ (ou mais, dado que o anexo VII do Regulamento Geral do Estacionamento na Via Pública de
Lisboa prevê que o valor do 3º dístico possa ir até 300€, dependendo o valor “do número de lugares de
estacionamento disponíveis e da oferta de transportes públicos para a zona da cidade onde o fogo se localize”) e os
comerciantes 312€ por ano. A grande maioria, para além deste pagamento, continuará a ter exactamente os mesmos
problemas de estacionamento, uma vez que os lugares são manifestamente insuficientes para os moradores, sendo
aliás com o seu regresso a casa ao fim do dia que mais se sente a dificuldade de estacionar, observando-se frequente
viaturas ilegalmente estacionadas. Dada a impossibilidade de levarem a viatura para casa e já após largos períodos
de tempo à procura de espaço, em algum lugar a têm que deixar, mesmo que em situação de incumprimento e muitas
vezes a uma considerável distância de casa.
Como já referido, Benfica é uma zona essencialmente residencial, onde grande parte dos seus moradores dependem da
via pública para estacionar, como resultado de um mau planeamento urbanístico dos anos 70 e seguintes que
permitiu a construção de prédios com sete e mais andares e com vários fogos por piso, sem que considerasse a
construção de garagens. Para este resultado também não podemos esquecer o contributo da CML, que foi cúmplice de
vários atropelos à legalidade, permitindo que se ultrapassassem regulamentos já existentes à data que sustentavam a
obrigatoriedade de construção de garagens em prédios com aquela volumetria.
Adicionalmente, também por responsabilidade da CML, desde 2014 têm vindo a ser conduzidas na Freguesia
obras promotoras da acessibilidade pedonal e de (re)ordenamento do estacionamento, que resultaram numa
diminuição substancial da área útil para parqueamento, já de si escassa.
A estas obras vão-se somando outro tipo de intervenções no espaço público, com a consequente diminuição de lugares,
sendo o exemplo mais recente a instalação das denominadas “ilhas ecológicas”, cuja localização poderia ter sido
pensada em muitos casos de modo a ocupar áreas de passeio bastante generosas, ao invés de eliminar mais uns
quantos lugares de estacionamento. Não é também possível omitir a obra feita no âmbito do programa “Uma Praça
em cada Bairro” na Alameda Ricardo Espírito Santo, em frente ao Fonte Nova, da qual resultou uma destruição
significativa da área útil de estacionamento, agravando ainda mais a pressão da procura sobre a oferta disponível.
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Este cenário de gritante escassez de estacionamento, deixa claro que a existência de dísticos não irá resolver qualquer
problema, e que os seus detentores pagarão por um suposto serviço sem qualquer garantia de usufruto. Em suma, vão
pagar para ter exactamente as mesmas dificuldades em estacionar.
Importa também salientar que Benfica, à semelhança de outras freguesias de Lisboa, é uma freguesia bastante
envelhecida. Quem visite os moradores de Benfica, terá que pagar estacionamento, quer venha para almoçar, quer
venha em auxílio de um morador idoso ou doente. Falamos de uma zona residencial da cidade que, como tal, está
cheia de VIDA! Muitas pessoas de idade precisam de apoio dos seus familiares, quanto mais não seja uma simples
visita. Com a chegada da EMEL, estas visitas terão um custo limitadas pelo relógio e pelas moedas no
parquímetro.
Entre outros pontos, para sustentar esta afirmação, recordo que os nossos impostos já financiam uma entidade
competente para fiscalizar o estacionamento e que não faz sentido ou não é legítima uma cobrança adicional para esse
efeito. O que nos devemos questionar é o porquê de a Polícia Municipal não cumprir esse papel. Claro que a
fiscalização passa a fiscalizar também quem não paga, mas isso é uma necessidade criada pelo sistema e como tal o
seu custo não deve ser imputado ao cidadão.
Diz ainda o art. 65º ponto 2 da CRP, que incumbe ao Estado “Programar e executar uma política de habitação
inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a
existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social”. Ora como já atrás referido, não foi criada
uma rede de transportes que permita ao cidadão que vive na Cidade de Lisboa deslocar-se de forma rápida e eficaz
para qualquer ponto da Área Metropolitana lisboeta, havendo zonas onde os transportes, para além de tudo o mais,
ainda são escassos. Alguém que necessite de ir diariamente do Mercado de Benfica para a Penha de França necessita
de fazer 3 transbordos podendo o percurso levar sem problemas mais do que uma hora. Mesmo em hora de ponta, a
mesma deslocação de carro poderá levar menos de metade do tempo. Neste sentido torna-se claro que em muitas
circunstâncias, o uso do carro não é uma alternativa mas antes uma necessidade, e como tal, não é aceitável exigir
mais uma taxa em função da ausência de uma alternativa viável à viatura pessoal.
Ainda no que ao valor dos dísticos diz respeito é de assinalar que não há qualquer garantia que o seu valor não seja
revisto, e que essa revisão não possa atingir valores de crescimento exponencial.
De um ponto de vista ético, levantam-se ainda mais motivos para rejeitar a criação de uma única ZEDL que seja
em Benfica.
A estratégia da CML/EMEL tem sido aumentar a pressão do estacionamento em Benfica, por via da redução do
espaço disponível para esse efeito (como já foi mencionado) e pela introdução de tarifação junto a zonas não tarifadas.
Luis Natal Marques explicou em entrevista que “ é natural que a empresa vá criando condições para que chegue a
todo o município” e que“ quando resolvemos o problema de uma freguesia, tarifando o estacionamento, quem não
quer pagar acaba por ir para a freguesia ao lado”. O que tem estado a ser feito a Benfica é assumidamente um cerco.
É impossível aceitar como solução para a falta de estacionamento uma empresa que é um dos grandes fomentos desse
problema, pois tem sido a sua presença nas freguesias vizinhas a causar uma forte pressão adicional sobre o espaço
disponível, particularmente nas zonas limítrofes com as freguesias de Carnide e São Domingos de Benfica. Ora
naturalmente esta chantagem não pode ser aceite.
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Tal como não é aceitável que uma empresa venha apenas explorar espaço de estacionamento na via pública já
existente, sem sequer necessitar de fazer riscos no chão dado que a Junta de Freguesia de Benfica já fez esse
trabalho.
No fundo, a EMEL vem “oferecer” o que já existe, capitalizando o problema da escassez de área útil de
estacionamento na freguesia ao invés de o resolver.
Tem sido incutida uma espécie de lógica segregacionista/separatista da cidade/freguesia, em relação às outras
cidades/freguesias, tratando quem está de visita ao nosso lugar como um invasor que vem ocupar o “nosso” espaço.
Longe de embarcar nestas lógicas, não nos devemos esquecer de quem vem de fora, seja para trabalhar, seja para
lazer seja para prestar auxílio a familiares. Os fluxos de viaturas que entram em Benfica vindos de fora de Lisboa
são um problema que se resolve com incentivos pela positiva, com uma rede de transportes que se possa constituir
como alternativa ao automóvel e parques de estacionamento gratuitos nas periferias da cidade e nos concelhos
vizinhos, próximos desses mesmos transportes. Tarifar e punir não é resolver o problema, é mais uma vez lucrar com
ele. Não se pode olhar para esta questão com uma visão restringida aos limites da cidade de Lisboa, e muito menos
aos de Benfica ou da nossa rua. Tal pressupõe uma política de mobilidade e transportes integrada que terá que
passar por muito mais do que uma mera redução do valor mensal dos passes, implica sim uma efectiva melhoria dos
transportes de e para fora da cidade.
Sobre este processo de consulta pública devem ainda ser tecidos alguns comentários.
Em primeiro lugar não se consegue entender porque é que esta consulta é gerida por uma parte interessada. Quem
pode garantir a idoneidade do processo sem que o mesmo seja conduzido por uma entidade desinteressada e
independente?
Antes sequer de se iniciar esta discussão era imperativo que se fizesse um estudo sobre os problemas e necessidades
reais de estacionamento na freguesia e que se encontrassem soluções para a criação efectiva de lugares para estacionar.
Se é assumido que a decisão de tarifar uma freguesia afecta directamente outra freguesia, como é que é possível que se
possam tomar decisões unilaterais e não em conjunto? Com este último ponto terminamos afirmando que não só a
presença da EMEL não faz sentido em Benfica como deve ser questionada a sua presença noutras freguesias
periféricas.
TEMA COMENTÁRIO
O sistema de estacionamento tarifado que se pretende implementar visa promover a boa utilização do
espaço público de estacionamento existente, sem que tal signifique que seja possível assegurar
estacionamento para todos.
Escassez lugares A intervenção visa o ordenamento dos espaços de estacionamento existentes na freguesia de Benfica, e a
de estacionamento atuação da fiscalização em caso de abuso das regras de boa utilização da via pública.
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com as regras de estacionamento.
Os dísticos são atribuídos por referência a um fogo mas apenas para viaturas pertencentes aos
moradores e não a terceiros
O Regulamento Municipal prevê a possibilidade de optar por uma outra zona contígua à da residência,
entendendo-se que seria contraditório com os princípios de boa gestão do estacionamento público
alargar esta possibilidade a mais zonas.
A possibilidade de criação de zonas de estacionamento reservadas para residentes encontra-se em
estudo, não sendo possível de momento indicar os arruamentos em concreto em que tais zonas podem
ser implementadas.
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Entende-se que o sistema de estacionamento tarifado e de duração limitada, ao promover rotatividade
Defesa do na utilização dos lugares de estacionamento, poderá ter consequências favoráveis para os comerciantes,
comércio local dado facilitar o estacionamento de curta duração junto aos seus estabelecimentos e oferecer aos clientes
maior oportunidades para estacionar na proximidade dos estabelecimentos existentes.
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A Câmara Municipal de Lisboa solicitou à Junta de Freguesia de Benfica que se pronunciasse sobre
a proposta de implementação das ZEDL nº 09A, 09B, 09C, 09D, 09E, 09F, 09G, 09H, 09I e 09J.
No dia 28 de fevereiro de 2019 a Junta de Freguesia de Benfica emitiu um parecer referindo que
“Benfica é uma freguesia onde, nos últimos anos, se tem verificado um agravamento na pressão de estacionamento.
Este agravamento justifica-se em parte pelo aumento de viaturas de residentes na Freguesia, mas sobretudo pelo facto
de existirem na Freguesia grandes centros de serviços que movimentam diariamente milhares de trabalhadores e
clientes (Hospital da Luz e Centro Comercial Colombo). Acresce ainda o facto de Benfica estar servido de uma boa
rede de transportes públicos (Metro, Carris e CP) que, sendo uma entrada na cidade de Lisboa, torna esta freguesia
num grande parque de estacionamento dissuasor gratuito, agravando as dificuldades já sentidas pelos moradores,
dado que as freguesias vizinhas (São Domingos de Benfica e Carnide) têm estacionamento tarifado”.
Neste parecer a Junta de Freguesia menciona que “Importa referir que Benfica tem problemas de
estacionamento distintos de zona para zona e de bairro para bairro, aos quais é necessário dar respostas diferente.
Dada a dificuldade de estacionamento já sentida em algumas zonas da Freguesia, consideramos relevante a entrada
da EMEL, como elemento dissuasor de estacionamento, mas acima de tudo da entrada de mais carros na cidade de
Lisboa”, identificando “os seguintes pontos passíveis de alteração:
1) A Zona 09F (delimitada a Oeste pela Rua das Garridas e Estrada das Garridas, a Este pela Avenida
Gomes Pereira, a Norte pela Estrada de Benfica e a Sul pela linha do comboio) é uma Zona com reduzida
oferta de estacionamento por incluir poucos arruamentos na sua área, comprometendo assim a qualidade de
vida de quem viver do lado Este da Av. Gomes Pereira (Zona 09G) que ficará com limitadas opções de
estacionamento dada a reduzidíssima dimensão prática da Zona 09F.
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Por outro lado, a Zona 09G adjacente, por estar ocupada em cerca de 46% da sua área por equipamentos
educativos, também não consegue garantir uma oferta de estacionamento adequada.
De modo a equilibrar a oferta de estacionamento entre as duas Zonas propõe-se a Junção da Zona
09F com a Zona 09G, conforme a Figura 2.
2) A parcela da Zona 09F entre a linha do comboio e a Rua da Venezuela, ao ficar incluída nesta Zona, ou
conforme a proposta do ponto anterior, na junção da Zona 09F com a Zona 09G, iria apresentar uma
quase inexistência de oferta de estacionamento viável na sua própria Zona, tendo de depender unicamente
numa Zona confinante para estacionamento.
Neste sentido propõe-se a inclusão desta parcela na Zona 09E, conforme Figura 2.
O parecer da Junta de Freguesia de Benfica conclui da seguinte forma: “No que concerne ao projeto de
implementação das Zonas de Estacionamento de Duração Limitada na Freguesia de Benfica, verificamos que o
zonamento proposto pela Câmara Municipal de Lisboa é, na sua generalidade adequado, devendo, porém, ser
acauteladas as sugestões apresentadas pela Junta de Freguesia que, consideramos, otimizarão o binómio
procura/oferta de estacionamento, defendendo os interesses dos moradores”.
Tendo em consideração:
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a) A quantidade de participações recebidas em que foi manifestada preocupação relativamente
à quantidade de zonas de estacionamento em que a freguesia de Benfica será dividida, e ao
impacto daí decorrente, em termos de mobilidade, para os moradores e comerciantes;
c) Que não se pode deixar de ter em consideração a vontade manifestada pela população e
pela Junta de Freguesia de Benfica, cujo impacto deve ser ponderado para que o processo
de implementação do sistema de estacionamento de duração limitada reflita as
preocupações sentidas pelos moradores e pelos seus representantes;
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Planta n.º 1 – Proposta de zonamento em consulta pública
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8 – AGRADECIMENTOS
Agradece-se todas as participações apresentadas, sublinhando que foram cumpridos todos os
procedimentos atinentes à consulta pública, de acordo com o previsto no RGEPVP e que se
alcançou o objetivo pretendido com a consulta pública, isto é, o envolvimento alargado dos
utilizadores do sistema de estacionamento de duração limitada que se pretende implementar e a
recolha de contributos que possam enriquecer e melhorar a solução preconizada.
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