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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
NATAL/RN
2019
Natália Silva de Farias
NATAL/RN
2019
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ao longo desses seis anos, ter me ajudado a ter calma,
paciência, inspiração, e o árduo desejo de construir uma boa formação, tendo a integridade e
honestidade como guia, sempre.
A minha família, especialmente a minha mãe, Josefa, que fez de tudo para tornar os
momentos difíceis mais brandos. Obrigada ao meu pai Idelbrando e aos meus irmãos José
Vitor e Igor, pelo carinho, preocupação e apoio.
A Barbara Layse, por ter sido essencial e nunca ter me negado apoio, carinho e incentivo.
Obrigada por aguentar as minhas crises de ansiedade e estresse.
A todos os professores que contribuíram com a minha trajetória acadêmica, em especial a
Kátia Matsui, responsável pela orientação deste trabalho. Obrigada pela orientação,
dedicação, paciência, conselhos e disponibilidade.
Aos amigos que fiz ao longo da graduação, em especial Igor Pazzini e Taís Medeiros, por
terem contribuído com a minha formação profissional de forma direta, através dos trabalhos
acadêmicos e provas; por vivenciarem comigo a rotina universitária e tornar esse caminho
mais leve, pelos conselhos e puxões de orelhas dados. A vocês minha eterna gratidão.
As minhas Amigas, Waleska e Brenda, por entenderem os momentos de ausência e nunca me
negarem palavra de apoio, conselho, cumplicidade e carinho.
A empresa Candy pop, que me concedeu a chance de fazer estágio supervisionado e assim
contribuiu com a minha formação. Obrigada pela confiança.
“Não é sobre chegar no topo do mundo e saber
que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te
fortaleceu “
(Ana Vilela)
RESUMO
A conscientização do sofrimento animal, impactos ambientais e a busca por uma alimentação
mais saudável, resultam no aumento do número de pessoas que optam por não consumir
alimentos que contenha insumos de origem animal, que englobam os vegetarianos estritos e
os veganos. Diante disso, surge uma oportunidade de mercado para as indústrias produtoras
de alimentos, sendo uma delas a oferta de produtos que apresente opções que substituam a
carne utilizando matéria-prima vegetal. No intuito de minimizar a carência nutricional que o
público vegano/vegetariano pode apresentar, a indústria precisa estar atenta aos benefícios
nutricionais dos produtos ofertados, procurando formulações com composição nutricional
similar aos produtos de origem animal. O grão de bico é uma alternativa na substituição da
carne, pois apresenta teores relevantes de proteína. A batata doce é um tubérculo bastante
consumido na atualidade, apresenta alto teor de amido e pode ser incorporado nos produtos
como agregador de textura, além de ser nutritiva. O presente trabalho consiste na elaboração
de hambúrguer de grão de bico e batata doce, destinado ao público vegano e/ou vegetariano,
contendo 62,31% e 24,92% de grão de bico e batata doce respectivamente. Além disso,
objetivou-se formular um produto com a aparência de hambúrguer, no entanto, sem
introdução de carne e material adiposo. Foi realizada a estimativa da necessidade diária de
matéria-prima, através do balanço de massa, resultando em 249,24kg e 135,59kg de grão de
bico e batata doce, respectivamente, para a produção de 5000 unidades de hambúrguer. Sendo
assim, o hambúrguer vegetal formulado com grão de bico e batata doce se mostrou um
produto em potencial, com relação à composição nutricional, visto que é composto por duas
matérias-primas nutritivas, enfatizando que se faz necessário o estudo da composição
centesimal do produto para validar o seu teor nutritivo. Além disso, a partir da análise da
viabilidade econômica estimou-se o potencial competitivo do produto no mercado.
Palavras chaves: Hambúrguer vegetal, vegano, vegetariano, grão de bico, batata doce.
ABSTRACT
Awareness of animal suffering, environmental impacts and the search for healthier food
results in an increase in the number of people who choose not to consume foods containing
animal inputs, which encompasses strict vegetarians and vegans. Given this, a business
opportunity arises for the food producing industries, one of them being the offer of products
that present options that substitute the meat using vegetable raw material. For this, the
industry needs to be attentive to the nutritional benefits of the products offered, seeking to
minimize the nutritional deficiency that the vegan / vegetarian public can possibly present
with the intention of offering products with nutritional composition like the meat. Chickpea is
an alternative in meat substitution, since it has relevant protein contents. Sweet potato is a
very consumed tuber today, presents high content of starch and can be incorporated into the
products as a texture aggregator, in addition to being nutritious. The present work consists in
the elaboration of chickpea and sweet potato hamburger, intended for the vegan and / or
vegetarian public, containing 62.31% and 24.92% of chickpeas and sweet potatoes,
respectively. In addition, it was aimed to formulate a product with the appearance of
hamburger, however, without introducing meat and adipose material. The daily raw material
requirement was estimated by mass balance, resulting in 249.24 kg and 135.59 kg of
chickpeas and sweet potatoes, respectively, to produce 5000 hamburger units. Thus, the
vegetable hamburger formulated with chickpeas and sweet potatoes proved to be a potential
product with regard to nutritional composition, since it is composed of two nutritive raw
materials, emphasizing that it is necessary to study the product's centesimal composition to
validate its nutritive content. In addition, based on the economic viability analysis, the
competitive potential of the product in the market.
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gados, aumenta-se a necessidade de espaço para o cultivo de grãos destinados à
alimentação animal, alcançados através do desmatamento.
Diante desse cenário surgem pessoas que optam por retirar ou reduzir produtos de
origem animal de suas dietas, influenciadas pelo impacto ambiental gerado por esse setor,
além da busca por alimentos mais saudáveis e em defesa da preservação da vida dos
animais. O grupo que restringe sua alimentação a grãos, sementes, vegetais, cereais e
frutas, com ou sem o uso de laticínios e ovos são denominados de vegetarianos. Além
deste, têm-se os veganos, grupo que exclui a carne e todo derivado de origem animal
incluindo couro, seda, produtos testados em animais e espetáculos que se utilizam da
exploração animal (TAFARELL, 2012).
Nessas circunstâncias existe um mercado de alimentação vegana/vegetariana a ser
explorado. No Brasil, o mercado de produtos veganos e vegetarianos é crescente, segundo
o IBOPE inteligência (2018), o interesse por produtos livres de qualquer ingrediente de
origem animal foi apontado por 55% dos entrevistados; 60% declararam que consumiriam
esses produtos se estivesse na mesma faixa de preço dos produtos que estão acostumados a
consumir.
O grão de bico é uma alternativa na formulação de produtos destinados a esse
público, por ser uma leguminosa rica em proteína com digestibilidade maior que a do
feijão e ervilha, segundo Domene (1990). Além do grão de bico, a inserção da batata doce
na formulação torna o produto mais nutritivo, visto que a mesma é um tubérculo com alto
teor de carboidrato de baixo índice glicêmico (IBEROQUIMICA, 2015).
O presente trabalho visa a elaboração de um hambúrguer vegetal à base de grão de
bico e batata doce, com a descrição de todo o processo de fabricação industrial, realização
dos balanços de massa e energia nas etapas mais relevantes, abordagem dos custos e
sugestões para os tratamentos dos resíduos gerados ao longo do processo.
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2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
Ovolactovegetarianismo
Lactovegetarianismo
Ovovegetarianismo
Vegetarianismo estrito
Além do vegetarianismo, tem-se o veganismo que trata de uma postura filosófica que
extrapola a escolha alimentar. LIMA (2018) afirma ser um novo modelo de vida baseado em
um respeito profundo aos animais, logo, pessoas adeptas a essa filosofia não consomem
produtos que contenham insumos de origem animal e/ou oriundo do sofrimento do mesmo
incluindo roupas, sapatos, comida, cosméticos, medicamentos, assim como, o uso em testes
realizados em laboratórios (in vivo), entre outros (SVB,2018).
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nutricionalmente equilibrada e saudável, isso, pois a mesma supre as exigências de nutrientes
de maior destaque dentro desse regime alimentar, como proteínas, carboidratos, ferro, iodo,
vitamina A e fibras alimentares. SIQUEIRA et al (2016) ressaltam que a dieta vegana
apresenta baixa biodisponibilidade de elementos oriundos exclusivamente de fontes vegetais,
como o cálcio, a vitamina B12 e a vitamina D, não atendendo as recomendações diárias
exigidas desses nutrientes.
Pode-se afirmar que a ingestão diária de cálcio em dietas veganas encontra-se na faixa
de 500 a 700 mg/dia (AQUINO e PHILIPPI, 2015). Esses valores não atendem a
recomendação diária para adultos, estipulada na Resolução n° 269/2005 da ANVISA de 1000
mg/dia (AQUINO e PHILIPPI, 2015).
A vitamina D está presente em poucos alimentos, sendo eles: óleo de fígado de peixe,
alguns peixes (sardinha, salmão, atum, entre outros) e ovo de galinha, todos de origem animal
(PETERS e MARTINI, 2014). Essa escassez de fontes naturais e a necessidade de exposição
a raios ultravioletas B (UVB) para que ocorra a síntese da vitamina, tornam os vegetarianos
igualmente propensos à deficiência de vitamina D que os onívoros. Diante do exposto,
Aquino e Philippi (2015) relataram que é recomendada a inserção de alimentos fortificados
com vitamina D (em dietas vegetarianas), atrelada a exposição periódica a luz solar.
O grão de bico (Cicer arientinum L.) é uma leguminosa nativa do sudeste da Turquia,
amplamente utilizada no oriente médio. O cultivo é realizado em climas secos ou amenos,
abrangendo regiões de climas tropicais e temperados (SHARMA,1984; NASCIMENTOS;
PESSOAL; GIORDANOS, 1998). O solo ideal para desenvolvimento desse grão é
caracterizado por apresentar um pH entre 5,5 e 6,5, além de textura leve e alto teor de matéria
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orgânica (NASCIMENTOS; PESSOAL; GIORDANOS, 1998).
Umidade 12,3
Gordura 5,4
Proteína 21,2
Carboidrato 57,9
Diante dessas limitações, um estudo realizado por Domene (1990), comprovou que a
digestibilidade verdadeira da proteína do grão de bico é 82%, maior que a do feijão comum e
ervilha que apresentaram valores de 74% e 81%, respectivamente e portanto pode ser
considerada na dieta como fonte de proteína, desde que complementado com produtos fontes
de aminoácidos sulfurados como o arroz.
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Tabela 4- Produtividade das cultivares ‘BRC aleppo’ e ‘BRC cícero’ ao longo de
quatro anos
Produtividade (kg/há)
Essa oportunidade tem relação direta com o alto consumo dessa leguminosa no
oriente, onde o continente asiático é o maior consumidor, detentor de 73,5% da produção no
ano de 2017, como descrito na Figura 2.
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Figura 2 - Produção de grão de bico por continente no ano de 2017
73,5%
Diante disso, de acordo com Donato- Pestana (2011) a batata doce, quando comparada
com outras leguminosas, denota maior ritmo de crescimento e adaptabilidade em condições
adversas de cultivo. Além disso, detém curto ciclo de produção, alto valor nutricional e
diversificação em termos de cor, sabor e textura (DONATO- PESTANA, 2011).
Umidade 69,5
Gordura 0,1
Proteína 1,3
Carboidrato 28,2
Segundo a tabela TACO (2011), além dos carboidratos a batata-doce também contém
minerais, como potássio, cálcio, magnésio, fósforo e ferro. Em consonante com a resolução n°
54/2012 da ANVISA, que determina os critérios necessários para a declaração de informação
nutricional complementar, a batata doce é rica em magnésio, fósforo e ferro, de acordo com
os teores declarados pela TACO (2011). Ademais, a batata doce pode apresentar compostos
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bioativos como os carotenoides, que são encontrados em quantidades relativas de acordo com
a coloração da batata, em geral, as que apresentam polpas mais escuras mostram teores
maiores desses compostos (CAMPOS et al, 2006). Essas variações de cores têm relação direta
com a cultivar.
Existe no Brasil, inúmeras cultivares de batata doce com grande discrepância genética
entre elas, localizada em diferentes regiões do país. Algumas das cultivares existentes são:
Balão, Três Quinas, Jambo, Gonçalves, Variedade 14, Arroba, Peçanha Branca, Americana,
Rama Roxa, Monalisa, Napoleão, Jacareí, Rosinha do Verdan; Ourinho, Batata-Salsa, Rainha,
Japonesa, Brazlândia Rosada e Coquinho (EMBRAPA, 1995). É possível distinguir as
cultivares através das adaptações aos climas e solos, resistências a pragas, forma, cor da
polpa, cor da casca e produtividade.
No Brasil são comercializados nos centros urbanos batatas de polpa branca, creme,
laranja ou roxa e película externa branca, laranja e roxa (Figura 4). Todavia, no Rio Grande
do Norte, a batata doce mais acessível é a que se caracteriza por apresentar polpa branca e
película roxa, sendo possível encontrar em feiras e supermercados.
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3. ELABORAÇÃO DE PRODUTO TIPO HAMBÚRGUER VEGETAL
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Fonte: Autor (2019)
3.1.1.1. Recepção
O grão de bico da variedade kabuli, cultivar aleppo, deve ser recepcionado em sacos
de 25 kg e pesados para melhor controle da produção. É indispensável a inspeção para
garantir o controle de qualidade no recebimento do insumo. Nesse sentido, na recepção da
matéria-prima, devem ser verificados os seguintes pontos: lacres intactos das embalagens;
matéria-prima correspondente com o solicitado pela empresa; verificação das quantidades
recebidas e solicitadas; lote e validade.
3.1.1.2. Seleção
Esta etapa tem como objetivo, remover produtos que se apresentem fora do padrão de
qualidade, que poderiam interferir no processo e no produto final, como exemplificado na
Figura 6. Desse modo, após a recepção, os grãos devem ser dispostos em mesas de aço inox,
para que os colaboradores façam a inspeção visual e a retirada de eventuais elementos fora do
padrão.
Figura 6- Defeitos que podem ser encontrados no processo de seleção (a) Grãos
com descoloração e pedras (b) Grãos escuros e descoloridos (c) Galhos e pedras (d)
Grãos selecionados e prontos para o processamento
3.1.1.3. Lavagem
Realizada em tanques de lavagem com inserção do grão de bico em água corrente e
posterior retirada. Após essa etapa a matéria-prima passa por tratamento térmico ao longo do
processamento, não sendo, portanto, uma etapa crítica.
3.1.1.4. Maceração
A etapa de maceração, consiste em fornecer umidade necessária para a semente, esse
processo de hidratação é importante para se obter uma maior otimização da etapa de cocção,
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visto que gera sementes macias e possibilita a gelatinização do amido (WOOD e HARDEN,
2006; MORESCO;MUNHOS;PICCINI, 2012).
Portanto, nessa etapa o grão é submetido à imersão em tanque de aço inox, utilizando a
proporção água/grão de 2:1 (v/m) com duração de processo entre 8 à 12h em temperatura de
até 20°C. Ao final do processo ocorre aumento no rendimento dos grãos, devido à
incorporação da água (DOMENE, 2011; CARNEIRO et al, 2017 ).
3.1.1.5. Cocção
De acordo com Domene (2011) a etapa de cocção no processamento do grão de bico é
relevante tanto para obter o grão macio, como para realizar a inativação dos fatores
antinutricionais, que prejudicam o desempenho da absorção dos nutrientes. Dessa forma, essa
etapa, corrobora com a desnaturação de proteínas inibidoras de proteases, amilases e lectinas-
hemaglutininas.
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3.2. PROCESSAMENTO DA BATATA DOCE
O processamento da batata doce para a obtenção da pasta foi elaborado com base no
estudo de Makino et al (2017) e segue as etapas do processo descritos no fluxograma
apresentado na Figura 9.
3.2.1.1. Recepção
A batata doce de polpa branca e película roxa deve ser transportada até a empresa em
caixas de 25 kg, dentro de caminhões cobertos com lonas para proteção contra o sol e vento e
pesadas na recepção. Em seguida, é realizada uma inspeção visual a fim de verificar a
qualidade do produto, garantindo assim, que a empresa não adquira uma carga com alto teor
de defeitos graves como: batatas podres, brotamento e injúrias, conforme demonstrados na
Figura 10. Além disso, é analisado se o fornecedor atendeu as exigências estabelecidas
(matéria-prima pré-lavada e sem sujidades grosseiras como areia e pedra).
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Figura 10 - Defeitos graves que podem ser encontrados na batata doce segundo
programa brasileiro para a modernização de agricultura. (a) Podridão (b)
Brotamento (c) Dano por praga (d) Injúria (e) Defeito de formação (f) Dano
mecânico
3.2.1.2. Lavagem
As batatas doces são colocadas em uma lavadora (Figura 11) com escovas, para que
ocorra a retirada das impurezas macroscópicas oriundas do campo. As escovas utilizadas são
do tipo macias para evitar o descascamento das batatas ao longo do processo.
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Figura 11 - Lavadora com escovas para limpeza de tubérculos
3.2.1.3. Seleção
Logo após a lavagem, as batatas passam por processo de seleção em mesas de aço
inox, para a retirada de tubérculos ou partes danificadas. Esse processo é realizado por
manipuladores, devidamente treinados em boas práticas de fabricação de alimentos, utilizando
utensílios higienizados adequadamente. As batatas com boa qualidade seguem para a etapa
posterior.
3.2.1.4. Cocção
O processo ocorre de acordo com o sugerido por Domene (2011), por imersão das
batatas doces em água com proporção água/batata doce de 2:1 (v/m) em um caldeirão
industrial (Figura 7) sob pressão.
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3.3. PROCESSAMENTO DO “HAMBÚRGUER” VEGETAL
3.3.2.1. Mistura
Nesta etapa, ocorre a mistura das matérias-primas principais (pasta de grão de bico e
batata doce) previamente processadas. Os insumos secos passam por um processo prévio de
pesagem e mistura antes de serem incorporados nessa etapa do processo. A homogeneização
ocorre na misturadora de descarregamento frontal, como mostrado na Figura 13. Segundo
Martins (2018), esse processo ocorre num período entre 10 e 15 min, até que se obtenha uma
massa homogênea e adequada para a etapa posterior. Martins (2018) ainda destaca a
importância de se acondicionar a massa em caixas plásticas com tampas sob refrigeração
(4°C) por 12h.
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Figura 13 - Misturadora frontal
3.3.2.2. Modelagem
A etapa da modelagem é a que dá forma e padroniza o produto final. Esse processo é
realizado em uma modeladora que recebe a massa estabilizada da etapa anterior e modela de
acordo com as especificações do produto. O produto final deve apresentar medidas
aproximadas como diâmetro de 10 cm e espessura de 1 cm.
3.3.2.3. Ultracongelamento
A etapa do ultracongelamento é extremamente importante para que o produto
mantenha a forma adquirida na etapa anterior. Esse processo será realizado de acordo com o
proposto por Martins (2018) em câmera de ultracongelamento com circulação de ar forçado
com temperatura de -35°C a -40°C. Os hambúrgueres são dispostos em bandejas que
comportam até 30 unidades. Essas bandejas são empilhadas em um suporte com rodas,
denominado de carrinhos com capacidade para 18 bandejas que devem atingir a temperatura
negativa de -5°C.
3.3.2.4. Embalagem
Após a finalização da etapa anterior, os hambúrgueres congelados são dispostos em
uma máquina flow pack, onde recebem a embalagem primária. Em seguida, são alocados na
embalagem secundária e destinados à venda.
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3.3.2.5. Armazenamento
O hambúrguer é armazenado em câmara fria com convecção de ar forçado utilizando
temperaturas abaixo de -5°C (OETTERER; REGITANO D’ARCE; SPOTO 2006). Essa etapa
é de extrema importância para a conservação, segurança e distribuição do produto visto que o
mesmo se manter congelado até o consumo.
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4. LAYOUT
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5. BALANÇO DE MASSA E ENERGIA
A Lei da conservação das massas, é expressa da seguinte forma por Antoine Laurent
Lavoisier: “na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (BADINO,2011).
Dessa forma, o princípio da conservação de massa nos processos industriais, é dado pela
definição de que, a matéria é sempre conservada durante as operações unitárias (TADINI,
2016). Para o balanço de massa da produção de hambúrguer trabalha-se em regime
permanente sem geração e acúmulo, conforme descrito no esquema apresentado na Figura 15.
+ =
Logo:
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• Determinação da quantidade necessária de pasta de batata doce na etapa de
mistura:
A quantidade de batata doce representa 24,92% da massa de mistura, em consoante
com o esquema da Figura 17, assim sendo, temos:
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5.1.2.1. Etapa de prensagem
Segundo os dados experimentais obtidos, o produto prensado (Mpg) que sai dessa etapa
constitui apenas 58,55% do grão de bico macerado (G m). Os demais 41,75% são constituídos
por 41,12% de resíduo orgânico (Rorgânico) e 0,33% em perdas oriundas do processo. Diante do
exposto, foi realizado o balanço de massa, com a finalidade de determinar a quantidade
necessária de grão de bico macerado nessa etapa e consequentemente a geração de resíduo
orgânico. Os cálculos foram elaborados considerando o esquema da Figura 18.
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5.1.2.2. Etapa de maceração
Essa etapa exige uma demanda considerável de água, visto que o grão de bico passa
por um processo de hidratação. Em escala laboratorial a etapa ocorreu em 8 horas, resultando
em um aumento de 202,7% do peso inicial do grão de bico (Gb) e obtenção de apenas 43,67%
da água de entrada (Ae) ao final do processo. Esquematizado na Figura 19.
40
5.1.3. Balanço de massa no processamento da batata doce
No processamento da batata doce, a perda de massa se destaca na etapa de prensagem,
em decorrência da conversão de parte do insumo em resíduo orgânico ao final do processo.
Portanto, nas demais etapas do processo da batata doce as variações foram consideradas
desprezíveis.
Segundo os dados experimentais obtidos, o produto prensado (Mpb) que sai dessa
etapa constitui 79,37 % da batata doce cozida (Bd). Os demais 20,63% são constituídos de
19,84% de resíduo orgânico (Rorgânico) e 0,79% em perdas oriundas do processo. Diante do
exposto, realiza-se o balanço de massa, com a finalidade de determinar a demanda de batata
doce cozida nessa etapa e consequentemente a geração de resíduo orgânico. Os cálculos
foram elaborados considerando o esquema da Figura 20.
41
Segundo o balanço realizado na etapa de mistura, a demanda pela pasta de batata doce
é de 99,68 kg/ dia, diante disso temos:
O congelamento é a operação unitária que realiza remoção de calor dos produtos. Essa
operação é bastante utilizada pelas indústrias produtoras de alimentos como método de
conservação para prolongar a vida útil do produto. Durante esse processo ocorre redução de
temperatura abaixo do ponto de congelamento. É utilizado como método de conservação,
visto que durante o processo a água contida no produto se torna indisponível para os
microrganismos, através da formação dos cristais de gelo. (PEREIRA, 2005)
A energia para a remoção de calor é fornecida como energia elétrica, que atua na
compressão de gases refrigerantes, quando se utiliza equipamentos de congelamento
mecânico, ou na compressão e resfriamento de fluidos criogênicos (FELLOWS, 2006).
42
Tabela 7-Método para determinação das propriedades termofísicas dos alimentos a
partir da composição
43
Para a análise da transferência de calor iniciou-se os cálculos verificando se o sistema
se comportava como aglomerado, ou seja, mudança de temperatura em função do tempo
(regime transiente) com temperatura interior se mantendo uniforme.
(6.1)
(6.2)
(6.3)
44
O número de , assim, o valor calculado foi maior que o permitido,
logo não é possível aplicar o sistema aglomerado. Diante disso é utilizado o sistema
aproximado através da Equação 6.4, sendo a temperatura do hambúrguer ao final da etapa
de ultracongelamento (-5°C), a temperatura do ar (-40°C) e a temperatura inicial do
hambúrguer (5°C). e são constantes tabeladas. Para o Biot encontrados os valores são
de 1,2071 e 1,2558 respectivamente (ÇENGEL E GHAJAR, 2012). é o número de Fourier
que é caracterizado pela condução de calor e pode ser determinado pela Equação 6.5
(6.4)
(6.5)
(6.5)
(6.6)
Dessa forma o tempo estimado para uma unidade de hambúrguer atingir -5°C é de: t=
53,45 s. Para determinar a transferência de calor, se faz necessário calcular inicialmente o
máximo de calor que pode ser transferido a partir do cilindro, sendo esse a energia sensível do
cilindro em relação ao ambiente. O máximo calor é determinado pela Equação 4.7
(6.7)
45
Em seguida, para determinar a transferência de calor, aplica-se o valor de na
equação 6.8.
(6.8)
Sabendo que uma unidade de hambúrguer tem 0,08kg, Cp é dado pela Tabela 8 com a
unidade de temperatura dada em Kelvin, diante disso as temperaturas são expressas em
Kelvin ficando e dessa forma calcula-se:
(6.9)
(6.10)
O valor obtido de calor retirado para que uma unidade de hambúrguer tenha o
abaixamento da temperatura de 5 para -5°C é de Q=1,28kJ, sabendo que esse processo ocorre
em 53,45s temos que Q= 0,02kW. Portanto para uma produção de 5000 unidades de
hambúrguer é estimado uma perda total de 117kW de calor.
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Diante do exposto, para o balanço de energia nessa etapa, foram realizados cálculos
para estimar a carga térmica do armazenamento do hambúrguer, em uma câmara de
congelamento, com dimensões de 2 x 2 x 2,3 m, em estado estacionário com temperatura
constante de -5°C. A estima da carga térmica simplificada é dada como a soma da carga
térmica por condução, taxa de perda de calor em razão da abertura da porta, taxa de perda de
calor pela presença de lâmpadas e taxa de perda de calor pela circulação de pessoas.
(6.12)
A área de troca térmica (A) é de 29,7 m² e corresponde a área das 4 paredes e o teto da
câmara. O isolante da câmara tem espessura de 0,15m (dX) e é composto por poliestireno que
apresenta condutividade térmica (k) segundo Çengel e Ghajar (2012) de 0,04 W/mK. O
gradiente de temperatura (dT) corresponde a diferença de temperatura da área interna e área
externa sendo respectivamente -5°C (28,15 K) e 30°C (303,15 K). Substituindo os valores na
Equação 6.13 temos:
(6.13)
(6.14)
A câmara tem dimensão de 1,8 (H) de altura e 0,8 (w) largura substituindo os valores
na Equação 6.14 temos:
47
(6.15)
(6.16)
(6.17)
Portanto a perda de calor pela abertura de porta é de 461160kW.s, por hora temos
(6.18)
Supõe-se que a câmara é composta por 5 lâmpadas de 100w, elas são acionadas
através da abertura da porta da câmara e permanece acesa até o fechamento, diante disso
calcula-se
(6.19)
O valor de . Equivalente 0,5kW. Por hora cada lâmpada fica acesa por
540s, dessa forma no espaço de 1h a taxa de perda pelas 5 lâmpadas é dada pela Equação 20.
(6.20)
48
5.2.2.4. Determinação taxa de perda de calor por circulação de pessoas
Apenas uma pessoa é responsável por abastecer e expedir os produtos da câmara de
congelamento. O cálculo para a determinação da taxa de perda de calor por circulação de
pessoas é dado pela equação 6.21
Portanto a perda de calor é de 158kW.s, dessa forma o calor tirado por hora de
produção é de 0,044kW.
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6. VIABILIDADE ECONÔMICA
O custo de acordo com Trierweiller et al (2013) é todo gasto aplicado ao produto que
será entregue ao consumidor final. O mesmo pode ser classificado de duas formas:
Diante do exposto, sabendo que a empresa opera 20 dias por mês tem-se um custo
diário de R$ 2.739,51 conforme expresso na Tabela 9. Com uma produção de 5000 unidades
de hambúrguer por dia o custo de matéria-prima por unidade de hambúrguer é de RS 0,55.
50
Tabela 9- Levantamento da folha de pagamento dos funcionários
Custo Por
N° de Custo
Cargo Salário Base ¹ Encargos Dia De
Funcionários Mensal
Produção ²
Auxiliar de produção 4 R$ 998,00 R$ 456,49 R$ 1.454,49 R$ 72,72
Auxiliar de almoxarifado 1 R$ 1.021,75 R$ 698,88 R$ 1.720,63 R$ 86,03
Auxiliar de câmara fria 1 R$ 1.366,00 R$ 934,34 R$ 2.300,34 R$ 115,02
Operador de máquina 1 R$ 1.298,68 R$ 888,30 R$ 2.186,98 R$ 109,35
Analista de PCP 1 R$ 2.587,70 R$ 1.769,99 R$ 4.357,69 R$ 217,88
Supervisor da qualidade 1 R$ 2.403,87 R$ 1.644,25 R$ 4.048,12 R$ 202,41
Gerente de compras 1 R$ 4.895,02 R$ 3.348,19 R$ 8.243,21 R$ 412,16
Gerente comercial 1 R$ 4.828,94 R$ 3.302,99 R$ 8.131,93 R$ 406,60
Gerente industrial 1 R$ 5.611,84 R$ 3.838,50 R$ 9.450,34 R$ 472,52
Analista de recursos
humanos 1 R$ 1.963,82 R$ 1.343,25 R$ 3.307,07 R$ 165,35
Administrador 1 R$ 3.134,99 R$ 2.144,33 R$ 5.279,32 R$ 263,97
Auxiliar de serviços gerais 2 R$ 998,00 R$ 682,63 R$ 1.680,63 R$ 84,03
Motorista 1 R$ 1.561,45 R$ 1.068,03 R$ 2.629,48 R$ 131,47
TOTAL 16 R$ 27.775,04 R$ 18.771,98 R$ 46.547,02 R$ 2.327,35
Fonte: Autor (2019)
Isto posto, foi estabelecido o preço dos equipamentos através de pesquisas com
fornecedores e buscas em sites de vendas, com a finalidade de realizar a estimativa de
depreciação, conforme definido na Tabela 10. Dessa forma, a estimativa de custo de
depreciação por dia de produção é de R$ 64,51, sendo, portanto, estipulado R$ 0,01 de custo
com depreciação por unidade de hambúrguer.
51
Tabela 10- Levantamento de custos com depreciação dos equipamentos
Depreciação Depreciação Depreciação
Equipamentos Quantidade Preço unitário
anual mensal diária
Balança Digital Plataforma 50
kg 3 R$ 990,00 R$ 297,00 R$ 24,75 R$ 1,24
Balança de bancada 2 R$ 655,55 R$ 131,11 R$ 10,93 R$ 0,55
Lavadora batata 1 R$ 5.122,78 R$ 512,28 R$ 42,69 R$ 2,13
Amassador industrial 1 R$ 5.000,00 R$ 500,00 R$ 41,67 R$ 2,08
Câmara de resfriamento
2400kg 1 R$ 12.076,80 R$ 1.207,68 R$ 100,64 R$ 5,03
Misturadora capacidade de 90
kg 1 R$ 12.707,21 R$ 1.270,72 R$ 105,89 R$ 5,29
Formador para Hambúrguer
Automático CE 653 1 R$ 18.000,00 R$ 1.800,00 R$ 150,00 R$ 7,50
Rotuladeira 1 R$ 13.000,00 R$ 1.300,00 R$ 108,33 R$ 5,42
Ultra congelador 800 kg 1 R$ 60.000,00 R$ 6.000,00 R$ 500,00 R$ 25,00
Câmara de congelamento
(5800kg) 1 R$ 24.644,99 R$ 2.464,50 R$ 205,37 R$ 10,27
TOTAL - - - R$ 1.290,27 R$ 64,51
Fonte: Autor (2019)
52
Tabela 11-Gasto energético dos principais equipamentos utilizados na produção do
hambúrguer
Custo/dia
Dias de Potência Custo
Quantida Potência Uso de
Equipamento uso mensal Mensal
de (kW/h) (h/dia) produção
(mês) (kW) (R$)
(R$)
Balança Digital
3 0,015 9 20 2,7 R$ 2 R$ 0
Plataforma
Balança de bancada 2 0,002 9 20 0,36 R$ 0 R$ 0
Lavadora batata 1 1,5 1 20 30 R$ 20 R$ 1
Amassador industrial 1 1,5 2 20 60 R$ 39 R$ 2
Câmara de resfriamento 1 3,3 24 30 2376 R$ 1.545 R$ 77
Misturadora 1 1,88 1 20 37,6 R$ 24 R$ 1
Formador para
1 0,55 5 20 55 R$ 36 R$ 2
Hambúrguer Automático
Rotuladeira 1 3 4 20 240 R$ 156 R$ 8
Ultra congelador 1 59,2 8 20 9472 R$ 6.158 R$ 308
Câmara de congelamento 1 5,4 24 30 3888 R$ 2.528 R$ 126
TOTAL - - - - 16161,66 R$ 10.507 R$ 525
Fonte: Autor (2019)
53
Considerando uma estimativa de lucro de 300% em cima do valor estimado do custo tem-se
que o preço de venda é de RS 17,40.
Classificação Custo
54
7. TRATAMENTO DE RESÍDUOS
A adesão de estratégias sustentáveis, objetivando atenuar ou prevenir os impactos
ambientais gerados pela indústria, é vista como onerosa por grande parte das empresas.
Porém, existem vantagens que demonstram que os eventuais custos precisam ser vistos como
investimento a longo prazo, são elas: redução do consumo da matéria-prima, redução de
custos com multas, captação de novos clientes, melhoria da imagem organizacional, aumento
de produtividade e redução de acidentes de trabalhos e inúmeras riscos ambientais (SANTOS
el al, 2012).
55
Figura 21 - Mapeamento da geração de resíduos sólidos ao longo da produção do
hambúrguer vegetal
56
Já os resíduos inorgânicos, gerados ao longo do processo, são separados
adequadamente na empresa e destinados à reciclagem, por meio de empresas especializadas.
58
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
59
9. REFERÊNCIAS
60
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012.
Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. Diário Oficial da
União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 ago. 2006.
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contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento
tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações
introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Instrução Normativa n° 1700, de
14/03/2017. Publicado(a) no DOU de 16/03/2017, seção 1, página 23.
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