Você está na página 1de 30

DIREITO PREVIDENCIÁRIO aos cidadãos infelizes, quer seja procurando-lhes trabalho,

Professor Carlos Mendonça quer seja assegurando os meios de existência àqueles que
são impossibilitados de trabalhar.
“Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz Alemanha (1883) – Otto von Bismarck aprova no par-
de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclu- lamento a lei do seguro doença e, posteriormente, a lei de
sive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e seguro de acidentes do trabalho (1884) e seguro contra
os serviços sociais indispensáveis, e direito a segurança em invalidez e velhice (1889), o que é considerado o marco do
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice, ou surgimento da previdência social no mundo e inaugura a
outros casos de perda dos meios de subsistência em cir- proteção social gerenciada pelo Estado, com características
cunstâncias fora de seu controle” (DECLARAÇÃO UNIVER- de obrigatoriedade e compulsoriedade.
PILASTRE

SAL DOS DIREITOS HUMANOS, art. XXV, I) Noruega (1885) – A expressão estado do bem estar
social é utilizado para justificar a proteção contra aciden-
A ORIGEM DA PROTEÇÃO SOCIAL tes do trabalho e doenças, bem como para a criação de um
auxílio funeral.
As vicissitudes da vida sempre compeliram o homem a Dinamarca (1891) – A Dinamarca cria a aposentadoria.
buscar uma forma de proteção contra os infortúnios do dia a 1891 – A encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, exter-
dia, o que fortalecia os laços de família, amizade ou de coo- nava a preocupação da igreja com a proteção social.
peração. A síntese da evolução humana demonstra que a México (1917) – A Constituição Mexicana previa o
segurança sempre norteou os desígnios históricos, sempre seguro social a cargo dos empresários em favor de traba-
se buscou uma maneira de viver no conforto e no preparo lhadores acidentados do trabalho, o que também aconteceu
para as situações adversas da complexa vida em sociedade. na Constituição de Weimar de 1919 (Alemanha) na proteção
A bem da verdade, a família sempre foi uma forma de à saúde do operário, à maternidade, à velhice, a doenças,
proteção, pois os laços de parentesco sempre serviram de bem como pela responsabilidade estatal em prover a sub-
apoio nas horas difíceis, o que pode ser indicado como a sistência do cidadão incapaz de prover o próprio sustento.
primeira forma de proteção social, posteriormente assumida
Organização Internacional do Trabalho (1921) – Criou
pelos clãs. Evidentemente que o conceito de família aqui
normas sobre previdência social acerca de acidentes do Tra-
usado era muito mais amplo, abrangendo o patriarca e toda
balho.
a sua descendência.
EUA (1935) – O Social Security Act foi a primeira cita-
Mas a criação do Estado Moderno criou situações que
ção feita à seguridade social, apesar de ser concebido como
a família já não era capaz de proteger com a mesma efici-
previdência social.
ência de antes, o que atraiu a necessidade da participação
Inglaterra (1942) – O Plano Beveridge concebe uma
de terceiros na proteção social, a exemplo da igreja e suas
rede de proteção máxima envolvendo Saúde, Assistência
ações sociais, bem como da caridade dos mais abastados
Social, Previdência Social e Acidentes do Trabalho. É a
no auxílio aos miseráveis.
expressão máxima do Estado do Bem Estar Social, a segu-
É de se destacar que o homem nem sempre foi o centro
ridade social que, inclusive, influenciou o nosso sistema de
da preocupação securitária, Destaco que, em 1344, o pri-
proteção formatado pela Constituição de 1988.
meiro contrato de seguro foi celebrado para proteção da
carga no transporte marítimo, ou seja, muito antes de qual-
A PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
quer medida oficial de proteção da pessoa humana.
A partir do momento em que a sociedade tornou-se
incapaz de atender a demanda de necessitados, o Estado A primeira referência histórica à proteção social no
avocou para si a responsabilidade de proteger as pessoas Brasil é a criação, em 1543, da Santa Casa de Misericórdia
contra as agruras da vida, principalmente após a Revolução de Santos por Brás Cubas, o que também ocorreu na Bahia,
Industrial que, além de criar um novo mecanismo de pro- Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São Paulo.
dução, gerou uma massa de desempregados nas situações Em 1795, foi criado o Plano dos Oficiais da Marinha,
de velhice, doença, invalidez, frutos ou não de acidentes de assegurando o pagamento de pensão de meio soldo às
trabalho. viúvas e às filhas do oficial falecido.
O Estado, portanto, assume o papel de proteção social Todavia, o primeiro documento legislativo a tratar sobre
como consequência do liberalismo econômico e suas con- a Proteção Social no Brasil foi a Constituição de 1824, a
sequências nefastas decorrentes da exploração do trabalho. qual dedicou o inciso XXXI de seu art. 179 aos denominados
“socorros públicos”, uma espécie de Santa Casa de Miseri-
ANTECEDENTES HISTÓRICOS córdia.
Em 1835, o Governo Imperial aprovou o Montepio
Inglaterra (1601) – Poor Relief Act (Lei de Amparo aos Geral dos Servidores do Estado, o MONGERAL, entidade
Pobres) que instituiu ajuda aos indigentes da paróquia através assemelhada à previdência Privada.
de contribuição instituída em desfavor dos usuários de terra. Em 1889, foi criada a Caixa de Pensões dos Operários
França (1793) – o artigo 21 da Declaração dos Direi- da Imprensa Nacional.
tos do Homem e do Cidadão, acrescentado pela Convenção A Constituição brasileira de 1891, no art. 75, previa a
Nacional francesa de 1793, dispôs que “os auxílios públicos aposentadoria por invalidez aos funcionários públicos que
são uma dívida sagrada. A sociedade deve a subsistência se acidentassem em serviço.

2
O sistema tripartite de financiamento da Previdência A lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo 4.682/23) é indi-
Social foi previsto inicialmente na Constituição de 1934. cada como o marco do surgimento da proteção social no
A Constituição 1937 utilizou a expressão seguro social. Brasil, inclusive, a data de sua edição é o aniversário da
O Decreto-Lei n. 288, de 23 de fevereiro de 1938, foi Previdência Social (24 de janeiro). A referida norma contem-
responsável pela criação do Instituto de Previdência e Assis- plou os ferroviários, uma das poucas classes organizadas,
tência dos Servidores do Estado. já que, naquela época, nosso país tinha uma economia basi-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A Constituição brasileira de 1946 abandonou o termo camente rural.
“seguro social”, substituindo-o pelo termo “Previdência O modelo implantado previa a criação de Caixas de
Social”. Aposentadorias e Pensões (CAPs) por empresa de ferrovia,
Em 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social (Lei n. sem a participação do governo em sua administração, cujo
3.807) unificou os dispositivos infraconstitucionais relativos papel limitava-se a autorizar a sua criação, era uma espécie
à Previdência Social que até então existiam. de Previdência Privada, com contribuições do empregado e
A maior inovação trazida pela Constituição Federal de do empregador.
1967, no que diz respeito à Previdência Social, foi a institui- Posteriormente, a Lei n. 5.109, de 20 de dezembro de
ção do seguro-desemprego. Ademais, é importante salien- 1926, estendeu o Regime da Lei Eloy Chaves aos portuários
tar também que foi neste texto constitucional que ocorreu e marítimos.
a inclusão do salário-família, que antes só havia recebido Em seguida, a Lei n. 5.485, de 30 de junho de 1928,
tratamento infraconstitucional. estendeu o regime da Lei Eloy Chaves aos trabalhadores
Ademais das referidas inovações constitucionais no dos serviços telegráficos e radiotelegráficos.
tocante à Previdência Social, ocorreram também várias ino- O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foi
vações no plano infraconstitucional, a saber: criado em 1930, tendo como uma das atribuições orientar
Em 14 de setembro de 1967, foi editada a Lei n. 5.316, e supervisionar a Previdência Social, inclusive como órgão
a qual passou a incluir na Previdência Social o seguro de de recursos das decisões das Caixas de Aposentadorias e
acidentes de trabalho.
Pensões.
Em 1º de maio de 1969, foi editado o Decreto-Lei n.
O Estado Brasileiro só assumiu o controle do sistema
564, o qual passou a comtemplar o trabalhador rural na Pre-
de previdência na década de 30, deixando de lado o modelo
vidência Social.
de previdência por empresa e passando a adotar o modelo
Em 7 de setembro de 1970, foi editada a LC n. 7. Tal
por categoria profissional. Assim, foram criadas Autarquias
lei foi a responsável pela criação do PIS (Programa de Inte-
denominadas Institutos de Aposentadorias e Pensões
gração Social). Ademais, ainda no ano de 1970, especifica-
(IAPs). Criados no Governo Vargas, os Institutos foram inspi-
mente de 3 de dezembro, foi editada a LC n. 8, que foi res-
rados no modelo fascista personificado em Benito Mussolini
ponsável pela criação do PASEP (Programa de Formação
e documentado na Carta del Lavoro.
do Patrimônio do Servidor Público).
Nesse contexto, o Decreto n. 22.872, de 29 de junho
Em 1971, a LC n. 11, datada de 25 de maio, teve o
de 1933, criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
condão de substituir o plano básico de Previdência Social
Marítimos, considerado “a primeira instituição brasileira de
Rural pelo Programa de Assistência ao Trabalhador Rural
previdência social de âmbito nacional, com base na ativi-
(PRÓ-RURAL).
Já em 1972, a Lei n. 5.859, de 11 de dezembro, foi dade genérica da empresa”.
a responsável pela inclusão, na Previdência Social, dos Na sequência, o Decreto n. 24.272, de 21 de maio
empregados domésticos. de 1934, criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Em 1º de maio de 1974, foi editada a Lei n. 6.036, a Comerciários, o Decreto n. 24.274, de 21 de maio de 1934,
qual desmembrou o Ministério do Trabalho e Previdência criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Trabalhado-
Social, dando origem ao Ministério da Previdência e Assis- res em Trapiches e Armazéns, o Decreto n. 24.275, de 21
tência Social. de maio de 1934, criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões
Em 4 de novembro de 1974, a Lei n. 6.125 teve o poder dos Operários Estivadores, o Decreto n. 24.615, de 9 de
de autorizar a criação, pelo Poder Executivo, da Empresa julho de 1934, criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões
de Processamento de Dados da Previdência Social (DATA- dos Bancários, a Lei n. 367, de 31 de dezembro de 1936,
PREV). criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Indus-
Em 24 de janeiro de 1976, foi editado o Decreto n. triários, o Decreto-Lei n. 288, de 23 de fevereiro de 1938,
77.077, o qual instituiu a Consolidação das Leis da Previ- criou o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores
dência Social. do Estado, o Decreto-Lei n. 651, de 26 de agosto de 1938,
Já no ano de 1977, especificamente no dia 1º de criou o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empre-
setembro, foi editada a lei n. 6.439, responsável pela criação gados em Transportes e Cargas, mediante a transformação
do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Trabalhadores
(SINPAS), o qual possuía o escopo de propor a política de em Trapiches e Armazéns e o Decreto n. 34.586, de 12 de
previdência e assistência médica, farmacêutica e social. novembro de 1953, criou a Caixa de Aposentadoria e Pen-
Por fim, como último documento legal editado sob sões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos,
a égide da Constituição Federal de 1967, pode-se citar o que ficou sendo a Caixa Única.
Decreto n. 89.312, o qual foi edital no dia 23 de janeiro de Marco de fundamental importância foi a Lei n. 3.807,
1984, e teve o condão de aprovar uma nova Consolidação de 26 de agosto de 1960, que criou a Lei Orgânica de Pre-
das Leis da Previdência Social. vidência Social – LOPS, unificando a legislação referente

3
aos Institutos de Aposentadorias e Pensões, até então, cada A Lei n. 8.029, de 12 de abril de 1990, criou o Insti-
Instituto possuía legislação própria, o que tornava caótica a tuto Nacional do Seguro Social – INSS, mediante a fusão do
legislação previdenciária. IAPAS com o INPS.
Como se viu, a legislação previa apenas proteção ao A Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, dispôs sobre a
trabalhador urbano, sendo que o rural somente passou a ter organização da Seguridade Social e instituiu seu novo Plano
algum tipo de proteção com a Lei n. 4.214, de 2 de março de Custeio e a Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, instituiu
de 1963, que criou o Fundo de Assistência ao Trabalhador o Plano de Benefícios da Previdência Social.
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

Rural (FUNRURAL). O Decreto n. 357, de 7 de dezembro de 1991, apro-


Somente com o Decreto-Lei n. 72, de 21 de novembro vou o Regulamento dos Benefícios da Previdência Social e
de 1966, houve a criação de um órgão que unificasse os o Decreto 356 o de custeio.
PILASTRE

Institutos de Previdência, com a criação do INPS, o que efe- O Decreto n. 611, de 21 de julho de 1992, deu nova
tivamente só ocorreu em 1967. redação ao Regulamento dos Benefícios da Previdência
Como a proteção acidentária era perpetrada pela inicia- Social e o Decreto 612 passou a regulamentar o custeio.
tiva privada, a Lei n. 5.316, de 14 de setembro de 1967, inte- Atualmente, o Decreto 3.048/99 regulamenta as leis
grou o seguro de acidentes do trabalho à Previdência Social. 8.212/91 e 8.213/91.
A Lei Complementar n. 7, de 7 de setembro de 1970, Recentemente, a legislação previdenciária sofreu várias
criou o Programa de Integração Social-PIS. alterações por intermédio das lei 13.063/14, 13.134/15,
A Lei Complementar n. 8, de 3 de dezembro de 1970, 13.135/15, 13.146/15, 13.172/15, 13.183/15, 13.202/15 e Lei
instituiu o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Complementar 150/15.
Público – PASEP.
A Lei Complementar n. 11, de 25 de maio de 1971, ins- A SEGURIDADE SOCIAL
titui o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural – PRÓ-
-RURAL, em substituição ao plano básico de Previdência CONCEITO, ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Social Rural.
O Decreto n. 69.919, de 11 de janeiro de 1972, regu-
Desde a sua origem, o homem buscou formas de se
lamentou o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural
proteger dos infortúnios da vida. É evidente que as primeiras
– PRÓ-RURAL.
ações em nada lembram o sistema atual, pois sequer existia
A Lei n. 5.859, de 11 de dezembro de 1972, incluiu os
o conceito de proteção social e todas as ações implementa-
empregados domésticos na Previdência Social.
das deviam-se ao instinto de sobrevivência e à necessidade
A Lei n. 6.036, de 1º de maio de 1974, criou o Minis-
de se guarnecer do que ainda estava por vir.
tério da Previdência e Assistência Social, desmembrado do
A Seguridade Social é o sistema atual de proteção
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
social, que envolve ações de saúde, previdência e assistên-
A Lei n. 6.125, de 4 de novembro de 1974, autorizou o
cia social. Desde a sua criação, a proteção social passou por
Poder Executivo a constituir a Empresa de Processamento
inúmeras mudanças, ampliando o seu leque de cobertura e
de Dados da Previdência Social.
os destinatários de seus benefícios. O apogeu da proteção
A Lei n. 6.179, de 11 de dezembro de 1974, instituiu o
social ocorreu com a Constituição de 1988 que, ampliando a
amparo previdenciário para os maiores de 70 anos ou inváli-
proteção social, inseriu a previdência em um sistema maior
dos, também conhecido como renda mensal vitalícia.
A Lei n. 6.195, de 19 de dezembro de 1974, estendeu a a – Seguridade Social – que, nos termos do art. 194, assim
cobertura especial dos acidentes do trabalho ao trabalhador ficou definido:
rural. “A seguridade social compreende um conjunto inte-
A Lei n. 6.226, de 14 de julho de 1975, dispôs sobre a grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
contagem recíproca, para efeito de aposentadoria, do tempo sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos
de serviço público federal e de atividade privada. à saúde, à previdência e à assistência social.”
A Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, ampliou a Nesse ínterim, a Seguridade Social forma uma rede de
cobertura previdenciária de acidente do trabalho. proteção social que envolve ações de SAÚDE, PREVIDÊN-
A Lei n. 6.435, de 15 de julho de 1977, dispõe sobre CIA e ASSISTÊNCIA SOCIAL.
previdência, privada aberta e fechada (complementar).
A Lei n. 6.439, de 1º de setembro de 1977, instituiu SAÚDE
o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social –
SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo Ministé- A Constituição disciplina a Saúde nos artigos 196 a
rio da Previdência e Assistência Social, responsável “pela 200, deixando assentado que:
proposição da política de previdência e assistência médica, “A saúde é direito de todos e dever do Estado,
farmacêutica e social, bem como pela supervisão dos órgão garantido mediante políticas sociais e econômicas que
que lhe são subordinados” e das entidades a ele vinculadas. visem à redução do risco de doença e de outros agravos
Formavam o SINPAS o INPS, IAPAS, INAMPS, DATAPREV, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
CEME, LBA e FUNABEM. para sua promoção, proteção e recuperação.” (art. 196)
O Decreto-Lei n. 2.283, de 27 de fevereiro de 1986, ins- Nessa linha de intelecção, sendo a saúde direito de
tituiu o seguro-desemprego e o Decreto-Lei n. 2.284, de 10 todos e dever do Estado, infere-se a ausência da necessi-
de março o manteve. dade de contribuição para o usufruto desse sistema.

4
A principal lei que disciplina a saúde é a Lei n. com os pobres e necessitados acompanha a humanidade
8.080/1990, a qual define que o Poder Público deve atuar desde tempos imemoriais, evoluindo de ações isoladas para
diretamente ou por intermédio de terceiros. formas articuladas pela igreja e, finalmente, como uma atri-
A iniciativa privada pode atuar nessa área, segundo as buição do Estado. Nesse contexto, o art. 203 da Constitui-
diretrizes do Sistema Único de Saúde e mediante contrato ção de 1988 vaticina que:
de direito público ou convênio, tendo preferência as entida-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
des filantrópicas e as sem fins lucrativos. De qualquer forma, Art. 203. A assistência social será prestada a quem
é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios dela necessitar, independentemente de contribui-
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. ção à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à
Estabelece o § 3º do art. 199 que é vedada a participa-
adolescência e à velhice;
ção direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos III – a promoção da integração ao mercado de tra-
em lei. balho;
Além disso, o § 4º do já citado art. 199 veda qualquer IV – a habilitação e reabilitação das pessoas porta-
tipo de comercialização no que tange à remoção de órgãos, doras de deficiência e a promoção de sua integra-
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, ção à vida comunitária;
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento V – a garantia de um salário mínimo de benefício
e transfusão de sangue e seus derivados. mensal à pessoa portadora de deficiência e ao ido-
so que comprovem não possuir meios de prover à
Como a atuação na saúde envolve todos os entes da
própria manutenção ou de tê-la provida por sua fa-
Federação, suas ações devem integrar uma rede regionali-
mília, conforme dispuser a lei.
zada e hierarquizada, formando um Sistema Único, baseado
nas seguintes diretrizes (art. 198):
Pelo regramento acima exposto, resta evidente que,
assim como a saúde, a assistência social independe de con-
I – descentralização, com direção única em cada
esfera de governo;
tribuição, bastando que o interessado demonstre preencher
II – atendimento integral, com prioridade para as os requisitos para a proteção social.
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços A principal lei sobre o tema é a Lei n. 8.742/1993, deno-
assistenciais; minada LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), que
III – participação da comunidade. prevê o pagamento mensal de 1 salário mínimo ao idoso
(homem ou mulher com mais de 65 anos) ou ao deficiente
De modo a evitar as flutuações inerentes às políticas físico que comprove possuir renda per capita inferior a ¼
públicas, a própria Constituição estabelece no § 2º do art. do salário mínimo. O citado benefício assistencial não gera
198 a necessidade de se aplicar percentuais mínimos da pensão e não dá direito ao 13º salário.
arrecadação em ações de saúde. Como esses percentuais Impende esclarecer que o STF declarou inconstitucio-
dependem de legislação complementar, o assunto continua nal o parágrafo 3º do artigo 20 da Lei Orgânica da Assis-
sendo disciplinado pelo art. 77 do ADCT. tência Social (Lei 8.742/1993), afastando a renda familiar
Além de ações de saúde, compete ao SUS (art. 200): mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo
como único critério para a concessão do benefício assisten-
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
cial, por considerá-lo defasado para caracterizar a situação
substâncias de interesse para a saúde e participar
da produção de medicamentos, equipamentos, imu- de miserabilidade (Reclamação 4.374).
nobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epi- PREVIDÊNCIA SOCIAL
demiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na A Previdência Social pode ser conceituada como um
área de saúde; seguro coletivo, contributivo e compulsório que visa à cober-
IV – participar da formulação da política e da execu-
tura de riscos sociais e a manutenção do equilíbrio finan-
ção das ações de saneamento básico;
ceiro e atuarial.
V – incrementar em sua área de atuação o desen-
volvimento científico e tecnológico; A Previdência Social, no plano constitucional, insere-
VI  – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreen- -se na Seguridade Social como um de seus subsistemas,
dido o controle de seu teor nutricional, bem como ao lado da Saúde e da Assistência Social, a teor do art. 194.
bebidas e águas para consumo humano; Da mesma forma, integra o elenco de direitos sociais pre-
VII – participar do controle e fiscalização da produ- conizado no art. 6º. Nesse contexto, o art. 201 da Constitui-
ção, transporte, guarda e utilização de substâncias e ção dispõe que “a previdência social será organizada sob a
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho. obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial”.
ASSISTÊNCIA SOCIAL Com efeito, infere-se que a Constituição torna o vínculo
com a Previdência automático, sem que haja manifestação
A Assistência Social foi a primeira manifestação de de vontade do trabalhador, pois a filiação é obrigatória e se
proteção social articulada pela sociedade. A preocupação perfaz com o simples exercício de atividade remunerada.

5
Diz ainda a Carta Maior que o sistema é contributivo, de I) Universalidade da cobertura e do atendimento
modo que as prestações seriam devidas mediante o paga-
mento de contribuições, para a cobertura dos seguintes A proteção social deve atender a todas as pessoas e cobrir
eventos: doença, invalidez, morte, idade avançada, prote- todos os riscos sociais. Como a Seguridade Social se desdobra
ção à maternidade (especialmente à gestante), desemprego em três subsistemas, o princípio em comento deve ser aquila-
involuntário, salário-família e auxílio-reclusão, sendo os dois tado em suas várias vertentes. Assim sendo, é de fácil percep-
últimos para os dependentes do segurado de baixa renda. ção a sua aplicação na saúde, pois se trata de um direito de
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

Repare que o texto constitucional não contempla o todos e um dever do Estado. Na Assistência Social o princípio
tempo de contribuição como um risco a ser coberto pelo tem plena aplicação, pois é prestada a quem dela necessitar,
sistema previdenciário, razão pela qual a mencionada apo- nos termos da lei. Já na Previdência Social, somente quem
PILASTRE

sentadoria não tem natureza de benefício previdenciário, exerce atividade remunerada é que recebe a proteção social.
pois não corresponde a qualquer risco coberto pelo sistema. Todavia, quem não trabalha pode se filiar como facultativo, o
Assim sendo, a tendência é que a referida aposentadoria que torna a Previdência também um sistema universal.
seja extinta no futuro, o que já ocorreu em vários países do
mundo. Caso essa previsão seja confirmada, os trabalhado- II) Uniformidade e equivalência dos benefícios e
res só poderão se aposentar por idade, por invalidez ou de serviços às populações urbanas e rurais
forma especial, este último destinado aos trabalhadores que
exerçam atividades em condições especiais (ex.: operador Até a Constituição de 1988, havia uma evidente dife-
de raio X). renciação entre cidadãos urbanos e rurais, principalmente
Segundo o parágrafo primeiro do artigo 201 da Cons- no que tange ao valor dos benefícios e no alcance da cober-
tituição, é vedada a adoção de requisitos e critérios diferen- tura. Essa discriminação deixa de existir com a aplicação
ciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários desse princípio. Por uniformidade, deve-se concluir que os
mesmos benefícios previstos para os urbanos devem estar
do regime geral de previdência social, ressalvados os casos
previstos para os rurais. Por equivalência, que é um corolá-
de atividades exercidas sob condições especiais que preju-
rio da igualdade, deve-se buscar um tratamento que leve em
diquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de
consideração as peculiaridades dos rurais.
segurados portadores de deficiência, nos termos definidos
em lei complementar. Neste passo, somente em dois casos
III) Seletividade e distributividade na prestação dos
o RGPS poderia criar regras diferenciadas de aposentadoria:
benefícios e serviços
a) Aposentadoria especial, e
b) Aposentadoria dos portadores de deficiência.
Os recursos que mantêm a Seguridade Social são limita-
Em relação à aposentadoria especial, a Lei 8.213/91
dos, enquanto as contingências sociais a serem cobertas são ili-
prevê em seu art. 57 a jubilação após 15, 20 ou 25 anos
mitadas. Por essa razão, devem-se selecionar os riscos sociais
de exposição a um agente químico, físico ou biológico, de
protegidos, delimitando as situações da vida mais prementes, de
forma permanente, ou seja, não ocasional ou intermitente.
modo que a cobertura chegue às pessoas com maior grau de
Para o Portador de deficiência, a regra diferenciada foi
necessidade. Registre-se que o salário-família e o auxílio-reclu-
tratada na Lei complementar 142/13.
são são destinados apenas aos trabalhadores de baixa renda, ou
Ressalto que nenhum benefício que substitua o salário
seja, cujo salário de contribuição não ultrapasse R$ 971,00. Os
de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado benefícios assistenciais são destinados apenas aos necessita-
da previdência terá valor mensal inferior ao salário mínimo. dos, ou seja, idosos com mais de 65 anos de idade ou portadores
Portanto, se o benefício não substituir o salário de contribui- de deficiência cuja renda per capita familiar seja inferior a ¼ do
ção, poderá ter valor inferior ao mínimo, o que não se aplica salário mínimo. Esse princípio funciona como um contraponto ao
ao salário família e ao auxílio acidente que não objetivam princípio da universalidade da cobertura e do atendimento.
substituir o salário.
Considerando a sistemática de cálculo dos benefícios IV) Irredutibilidade do valor dos benefícios
previdenciários, todos os salários de contribuição considera-
dos para o cálculo de benefício serão devidamente atualiza- A irredutibilidade do valor dos benefícios possui duas
dos, na forma da lei. vertentes, uma nominal e outra real. Pela irredutibilidade
Ante o histórico cenário inflacionário do Brasil, a Cons- nominal não pode haver redução numérica do benefício (por
tituição assegura o reajustamento dos benefícios previden- exemplo: de R$ 1.000,00 para R$ 900,00). Por outro lado, os
ciários para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor benefícios previdenciários têm a garantia da preservação de
real, conforme critérios definidos em lei. seu valor real (art. 201, § 4º), garantindo-se o reajustamento
periódico do benefício. Assim, além de o benefício não poder
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ser reduzido nominalmente, deve receber reajuste periódico.

A Seguridade Social é regida por 8 princípios, sendo V) Equidade na forma de participação no custeio
sete extraídos do parágrafo único do art. 194 e um do inciso
primeiro do artigo 3º da CF/1988. Vale ressaltar que a Cons- Em matéria tributária, a tributação leva em conta a
tituição chama os Princípios da Seguridade Social de objeti- capacidade contributiva e a isonomia. Na Seguridade Social,
vos, sendo eles abaixo elencados: esse princípio admite uma nova vertente, em que se leva em

6
consideração outros critérios, como a atividade econômica, para o pagamento do benefício serão fornecidos pela socie-
o porte da empresa, a condição estrutural do mercado e a dade, que arcará com o custo do pagamento da pensão,
rotatividade da mão de obra (§ 9º do art. 201 da CF/1988). substituindo o segurado.
Nesse passo, o critério diferenciador na forma de contribui-
ção para a Seguridade Social leva em consideração outros Regimes de Previdência
fatores, a exemplo das instituições financeiras que contri-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
buem com um adicional (art. 22 da Lei n. 8.212/1991), em A Constituição prevê três sistemas de Previdência no
função da alta lucratividade desse setor. Brasil:
I) Regime Geral de Previdência Social;
VI) Diversidade da base de financiamento II) Regime Próprio de Previdência Social;
III) Regime Complementar.
Como a proteção social é um sistema universal, que
deve atender a todas as pessoas e todos os riscos sociais, REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
o aporte de recursos para sua manutenção deve ter uma
fonte perene de recursos, infensa aos influxos da economia O RGPS tem como órgão de atuação o INSS, autarquia
moderna. Como isso não é possível, a Constituição prevê federal que tem como principal função conceder e manter
várias fontes de financiamento. Dessa forma, caso haja benefícios previdenciários. Os destinatários das prestações
diminuição da arrecadação oriunda de uma fonte de cus- previdenciárias são os beneficiários, que se subdividem em
teio, as demais manterão o volume de arrecadação. Assim segurados e dependentes.
sendo, a Constituição prevê que a sociedade financiará a Segurados são aqueles que mantêm uma relação jurí-
Seguridade Social, de forma direta (contribuições sociais) dica direta com a Previdência Social, tanto por meio do exer-
e indireta (impostos) com contribuição do empregador inci- cício de atividade laborativa quanto pelo pagamento de con-
dente sobre a folha de pagamento, receita ou faturamento tribuições. Já o dependente mantém uma relação indireta
com a Previdência, pois, geralmente, só terá direito a algum
e lucro. Os trabalhadores também devem contribuir. Exis-
benefício na ausência do segurado.
tem, ainda, contribuições incidentes sobre a importação de
A relação jurídica entre a Previdência e o segurado tem
bens e serviços e sobre o concurso de prognósticos. Outras
início quando ele passa a exercer atividade remunerada, ou
contribuições poderão ser criadas, desde que mediante a
seja, momento em que ocorre a filiação, pelo qual o traba-
edição de lei complementar. As acima citadas podem ser
lhador passa a ser chamado de segurado. Além da filiação,
criadas por lei ordinária ou medida provisória.
o trabalhador precisa fornecer os seus dados à Previdência:
ato formal chamado de inscrição. Dessa forma, a relação
VII) Caráter democrático e descentralizado da Admi-
jurídica com a previdência se torna perfeita com a filiação
nistração, mediante gestão quadripartite
e a inscrição. Por outro lado, existem pessoas que não tra-
balham, a exemplo da dona de casa e do estudante, mas
Diante da complexidade do sistema de Seguridade
podem estar inseridos na Previdência Social. Para tanto,
Social, suas decisões devem ser compartilhadas com a
basta que o interessado faça a sua inscrição como segurado
sociedade, representada por empregadores, empregados,
facultativo e pague a sua contribuição. Nesse caso, ao for-
aposentados e o próprio governo (gestão quadripartite). necer os dados, ocorrerá a inscrição e, com o recolhimento
Outrossim, o art. 10 da Constituição prevê que “é assegu- da primeira contribuição, a filiação.
rada a participação dos trabalhadores e dos empregadores Ressalte-se que podem existir segurados inscritos,
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses porém ainda não filiados – a exemplo da dona de casa que se
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão inscreve como facultativa, mas não recolhe contribuições –, e
e deliberação”. também segurados filiados, mas ainda não inscritos – a exem-
plo do trabalhador que exerce atividade remunerada, mas não
VIII) Solidariedade fez a sua inscrição no INSS. Porém, a Constituição, em seu
art. 201, parágrafo quinto, prevê que é vedada a filiação ao
Apesar de não constar do rol do parágrafo único do regime geral de previdência social, na qualidade de segu-
art.194 da Constituição de 1988, a solidariedade é o princi- rado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
pal princípio do sistema de Seguridade Social, pois não há previdência (Servidor Público).
como imaginar um sistema de proteção social que não seja A qualidade de segurado, portanto, só se perfaz com a
embasado na solidariedade. Por outro lado, um dos objeti- conjugação desses dois requisitos: filiação e inscrição.
vos da República é construir uma sociedade livre, justa e Pelo que foi visto, o segurado pode ser obrigatório ou
solidária (art. 3º, inciso I, da CF/1988). facultativo. Como a Previdência Social é um seguro cole-
A Seguridade Social é financiada por toda a sociedade tivo, contributivo e compulsório, a filiação do trabalhador ao
e concede benefícios inclusive para os que não contribuem, sistema independe de sua vontade ou mesmo de qualquer
a exemplo da Saúde e da Assistência Social. Na Previdência ação (segurado obrigatório): basta o exercício de atividade
Social, os riscos sociais imprevisíveis são pagos mesmo por remunerada lícita para que o trabalhador forme um vínculo
aqueles que não tenham contribuído o suficiente para fazer jurídico com a Previdência (filiação). Claro que é fundamen-
a contrapartida ao seu pagamento, a exemplo da pensão por tal o fornecimento dos seus dados à Previdência, momento
morte para os dependentes do segurado que tenha contribu- em que ocorre a inscrição, o que completa o ciclo para se
ído uma única vez para o sistema. Nesse caso, os recursos tornar um segurado.

7
Se, por exemplo, o trabalhador tem como atividade a d) aquele que presta serviço no Brasil a missão di-
venda de pipoca na pracinha do bairro, o simples exercício plomática ou a repartição consular de carreira es-
dessa atividade remunerada já o torna filiado ao sistema de trangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a mem-
bros dessas missões e repartições, excluídos o não
Previdência. Todavia, somente com o fornecimento de seus
brasileiro sem residência permanente no Brasil e o
dados ao INSS é que se tornará oficialmente um segurado. brasileiro amparado pela legislação previdenciária
Daí por diante, o segurado deverá manter em dia suas con- do país da respectiva missão diplomática ou repar-
tribuições, de modo a preencher um número adequado de tição consular;
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

recolhimentos que permitam a concessão do benefício pos- e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no
tulado (carência). exterior, em organismos oficiais brasileiros ou inter-
nacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo,
PILASTRE

ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se se-


SEGURADOS DO INSS
gurado na forma da legislação vigente do país do
domicílio;
Os segurados do INSS são divididos em duas cate- f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contra-
gorias: segurados obrigatórios e segurados facultativos, tado no Brasil para trabalhar como empregado em
previstos, respectivamente, nos arts. 12 e 14 da Lei n. empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do
8.212/1991. A idade mínima exigida para filiação ao RGPS capital votante pertença à empresa brasileira de
é de 16 anos, salvo no caso do menor aprendiz, em que o capital nacional;
vínculo é permitido aos 14 anos de idade. A idade prevista g) o servidor público ocupante de cargo em comis-
são, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias,
no art. 14 da Lei 8.212/91 foi revogada pelo inciso XXXIII do
inclusive em regime especial, e Fundações Públicas
art. 7º da Constituição, com a redação dada pela Emenda Federais; (Incluída pela Lei n. 8.647, de 13.4.1993)
20/98. Sendo assim, não obstante a Lei 8.212/91 e 8.213/91 h) o exercente de mandato eletivo federal, estadu-
prever a idade mínima de 14 anos, o cenário jurídico atual al ou municipal, desde que não vinculado a regime
só admite o trabalho a partir dos 16 anos. Confira o art. 7º, próprio de previdência social; (Incluída pela Lei n.
XXXIII da Constituição de 1988: 9.506, de 1997)
“XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou i) o empregado de organismo oficial internacional
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo
quando coberto por regime próprio de previdência
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
social; (Incluído pela Lei n. 9.876, de 1999)
a partir de quatorze anos”. j) o exercente de mandato eletivo federal, estadu-
al ou municipal, desde que não vinculado a regime
Segurados obrigatórios próprio de previdência social; (Incluído pela Lei n.
10.887, de 2004)
Os segurados obrigatórios são divididos em cinco cate-
gorias: Empregado doméstico
a) empregados;
b) empregados domésticos; Aquele que presta serviço à família ou pessoa no
c) contribuintes individuais; âmbito residencial desta, de forma contínua e sem finalidade
d) avulsos; lucrativa. A Lei Complementar 150/15 inseriu um novo ele-
e) segurados especiais. mento na definição do Empregado Doméstico:
“Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado
IMPORTANTE! aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada,
onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou
Os segurados aposentados que voltam à atividade abrangida à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois)
pelo RGPS são segurados obrigatórios, devendo efetuar dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei”.
contribuições incidentes sobre a remuneração percebida.
O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato, o Contribuinte individual
mesmo enquadramento no RGPS anterior à investidura.
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
atividade agropecuária, a qualquer título, em cará-
Empregado (artigo 11, I, da Lei n. 8.213/1991) ter permanente ou temporário, em área superior a 4
(quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade
rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua pesqueira, com auxílio de empregados ou por inter-
subordinação e mediante remuneração, inclusive médio de prepostos;
como diretor empregado; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho atividade de extração mineral – garimpo, em cará-
temporário, definida em legislação específica, pres- ter permanente ou temporário, diretamente ou por
ta serviço para atender a necessidade transitória de intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
substituição de pessoal regular e permanente ou a empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
acréscimo extraordinário de serviços de outras em- de forma não contínua;
presas; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contrata- instituto de vida consagrada, de congregação ou de
do no Brasil para trabalhar como empregado em su- ordem religiosa;
cursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) (Revogado)

8
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para IMPORTANTE!
organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contra- O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados
tado, salvo quando coberto por regime próprio de por prazo determinado, à razão de no máximo 120 (cento e vinte)
previdência social; pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o di- ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
retor não empregado e o membro de conselho de
administração de sociedade anônima, o sócio so-
lidário, o sócio de indústria, o sócio-gerente e o Segundo o artigo 11, VII da Lei 8.213/91, o segurado
sócio-cotista que recebam remuneração decorrente especial deve seguir as seguintes regras:
de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o
associado eleito para cargo de direção em coopera- “Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência
tiva, associação ou entidade de qualquer natureza Social as seguintes pessoas físicas:
ou finalidade, bem como o síndico ou administrador VII – como segurado especial: a pessoa física resi-
eleito para exercer atividade de direção condomi- dente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou
nial, desde que recebam remuneração; rural próximo a ele que, individualmente ou em re-
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, gime de economia familiar, ainda que com o auxílio
em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem eventual de terceiros, na condição de:
relação de emprego; a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possui-
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, dor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, co-
atividade econômica de natureza urbana, com fins modatário ou arrendatário rurais, que explore ati-
lucrativos ou não; vidade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos
Avulso fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça
suas atividades nos termos do inciso XII do caput do
É quem presta serviço a diversas empresas sem vínculo art. 2º da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça
efetivo e com intermediação do sindicato ou do órgão gestor dessas atividades o principal meio de vida;
de mão de obra (ex.: estivador, chapa, guindasteiro, safrista). b) pescador artesanal ou a este assemelhado que
faça da pesca profissão habitual ou principal meio
de vida; e
IMPORTANTE! c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior
A diferença do avulso para o autônomo é a intermediação do de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equipara-
do, do segurado de que tratam as alíneas a e b des-
sindicato ou do órgão gestor.
te inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o
grupo familiar respectivo.
§ 1º Entende-se como regime de economia fami-
Segurado especial liar a atividade em que o trabalho dos membros da
família é indispensável à própria subsistência e ao
É a pessoa física residente em imóvel rural ou em aglo- desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar
merado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente e é exercido em condições de mútua dependência e
ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio colaboração, sem a utilização de empregados per-
manentes.
eventual de terceiros, enquadra-se em uma das seguintes
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente,
hipóteses: produtor, seja proprietário, usufrutuário, possui-
mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regi-
dor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário me Geral de Previdência Social é obrigatoriamente
ou arrendatário rurais, que explore atividade agropecuária, filiado em relação a cada uma delas.
em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou  de serin- § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdên-
gueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades cia Social – RGPS que estiver exercendo ou que
nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei n. 9.985, voltar a exercer atividade abrangida por este Regi-
me é segurado obrigatório em relação a essa ativi-
de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal
dade, ficando sujeito às contribuições de que trata
meio de vida; pescador artesanal ou a este assemelhado, a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de
que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de custeio da Seguridade Social.
vida (embarcação de até 20 toneladas); e cônjuge ou com- § 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercí-
panheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de cio do mandato eletivo, o mesmo enquadramento
idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de
antes da investidura.
alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, traba-
§ 5º Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I
lhem com o grupo familiar respectivo. do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Es-
tado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal,
IMPORTANTE! sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que
Entende-se como regime de economia familiar a atividade em em regime especial, e fundações.
que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria § 6º Para serem considerados segurados especiais,
subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de
familiar e é exercido em condições de mútua dependência e 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados de-
verão ter participação ativa nas atividades rurais do
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.
grupo familiar.

9
§ 7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados VI – parceria ou meação outorgada na forma e con-
contratados por prazo determinado ou de trabalhador dições estabelecidas no inciso I do § 8º deste artigo;
de que trata a alínea g do inciso V do caput deste ar- VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-pri-
tigo, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 ma produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo
(cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equiva- a renda mensal obtida na atividade não exceda ao me-
lente em horas de trabalho. nor benefício de prestação continuada da Previdência
§ 7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados Social; e
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

contratados por prazo determinado ou de trabalhador VIII – atividade artística, desde que em valor mensal
de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão inferior ao menor benefício de prestação continuada da
de no máximo cento e vinte pessoas por dia no ano ci- Previdência Social.
§ 10. O segurado especial fica excluído dessa cate-
PILASTRE

vil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por


tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo goria:
computado nesse prazo o período de afastamento em I – a contar do primeiro dia do mês em que:
decorrência da percepção de auxílio-doença. a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no
§ 7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do dis-
contratados por prazo determinado ou de trabalhador posto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos
de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de limites estabelecidos no inciso I do § 8º deste artigo;
no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segu-
civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, rado obrigatório do Regime Geral de Previdência So-
por tempo equivalente em horas de trabalho, não sen- cial, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII
do computado nesse prazo o período de afastamento do § 9º e no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15;
em decorrência da percepção de auxílio-doença. c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime pre-
§ 8º Não descaracteriza a condição de segurado es- videnciário; e
pecial: d) participar de sociedade empresária, de sociedade
simples, como empresário individual ou como titular de
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parce-
empresa individual de responsabilidade limitada em
ria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por
desacordo com as limitações impostas pelo § 12;
cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior
II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao
a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e
da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence
outorgado continuem a exercer a respectiva atividade,
exceder o limite de:
individualmente ou em regime de economia familiar;
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a
II – a exploração da atividade turística da propriedade
que se refere o § 7º deste artigo;
rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inci-
(cento e vinte) dias ao ano;
so III do § 9º deste artigo; e
III – a participação em plano de previdência comple-
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do §
mentar instituído por entidade classista a que seja as-
8º deste artigo.
sociado em razão da condição de trabalhador rural ou
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do ca-
de produtor rural em regime de economia familiar; e put deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produ-
IV  – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar tor que participe da atividade rural por este explorada.
que tem algum componente que seja beneficiário de § 12. A participação do segurado especial em socieda-
programa assistencial oficial de governo; de empresária, em sociedade simples, como empresá-
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na explo- rio individual ou como titular de empresa individual de
ração da atividade, de processo de beneficiamento ou responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola,
industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 agroindustrial ou agroturístico, considerada microem-
da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e presa nos termos da Lei Complementar n. 123, de 14
VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria
crédito rural; e previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua
VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industria- atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1º,
lizados – IPI sobre o produto das atividades desenvol- a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados
vidas nos termos do § 12. de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou
§ 9º Não é segurado especial o membro de grupo fa- em Município limítrofe àquele em que eles desenvol-
miliar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se vam suas atividades”.
decorrente de:
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou
Segurados facultativos
auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor be-
nefício de prestação continuada da Previdência Social;
II – benefício previdenciário pela participação em plano São aqueles que, em regra, não trabalham, mas dese-
de previdência complementar instituído nos termos do jam a proteção previdenciária. A idade mínima para a filiação
inciso IV do § 8º deste artigo; é de 16 anos.
III – exercício de atividade remunerada em período não Exemplos: dona de casa, estudante, aquele que deixou
superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou interca- de ser segurado obrigatório da Previdência Social, o síndico
lados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. não remunerado de condomínio.
12 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991; Impende destacar que o síndico isento do pagamento
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical
da taxa condominial é considerado remunerado, portanto,
de organização da categoria de trabalhadores rurais;
enquadra-se como contribuinte individual.
V – exercício de mandato de vereador do Município
em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente É vedada a filiação ao regime geral de previdência social,
de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante
segurados especiais, observado o disposto no § 13 do de regime próprio de previdência (CF/88, art. 201, § 5º).Perda
art. 12 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991; da Qualidade dO Segurado

10
PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO Repare que durante o decurso do período de graça,
o segurado conserva todos os seus direitos perante a
A proteção previdenciária deixa de existir quando o Previdência Social.
segurado cessa as suas contribuições ou deixa de exercer Decorrido o período de graça, a perda da qualidade
atividade remunerada que o vincule ao RGPS. Todavia, de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do
a perda da qualidade do segurado não é automática: prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
para recolhimento da contribuição referente ao mês
ocorre somente após o decurso do período de graça.
imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados
Assim, entende-se por Período de Graça (art. 15 da Lei
neste artigo e em seus parágrafos. Em outras palavras,
n. 8.213/1991) o período em que o segurado, mesmo decorrido o período de graça, a perda da qualidade de
sem trabalhar ou contribuir, continua como segurado do segurado somente ocorrerá, no mínimo, após 45 dias,
INSS. Evidentemente que, durante esse período, não há ou seja, 30 dias da competência seguinte mais 15 dias,
contagem de tempo de serviço ou de contribuição. Caso o já que a contribuição deveria ser recolhida no dia 15 do
segurado deseje que o período em que não tiver trabalhado mês seguinte.
conte como tempo de contribuição deverá recolher Segundo a Lei n. 10.666/2003, a perda da qualidade
contribuições na qualidade de segurado facultativo. de segurado não tem qualquer reflexo na concessão das
Assim, ocorrendo algum risco social durante o aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e
período de graça, o segurado fará jus ao benefício, especial.
desde que preencha os demais requisitos para a sua
concessão. É uma extensão da proteção previdenciária. Exemplo de aplicação do período de graça
O art. 15 da Lei n. 8.213/1991 elenca vários períodos
Segurado trabalhou durante 15 anos:
de graça:
Prazo legal: 12 meses (período de graça – se
sofrer um infortúnio terá o benefício previdenciário). Este
“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, indepen-
período de graça não conta como tempo de serviço.
dentemente de contribuições:
Se tiver mais de 120 contribuições, o prazo legal é
I – sem limite de prazo, quem está em gozo de be-
nefício;
prorrogado por mais de 12 meses.
II – até 12 (doze) meses após a cessação das contri- Se o desemprego for involuntário (registro no
buições, o segurado que deixar de exercer atividade Ministério do Trabalho), o segurado será contemplado
remunerada abrangida pela Previdência Social ou com um período adicional de 12 meses.
estiver suspenso ou licenciado sem remuneração 1; Ressalto que o registro do desemprego involuntário
III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, no Ministério do Trabalho, hoje trabalho e previdência,
o segurado acometido de doença de segregação pode ser substituído por outros meios de prova, conforme
compulsória; reconheceu a Turma Nacional de Uniformização de
IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segu- Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais:
rado retido ou recluso;
V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segu- “Súmula 27: A ausência de registro em órgão do Ministério do Tra-
rado incorporado às Forças Armadas para prestar balho não impede a comprovação do desemprego por outros meios
serviço militar; admitidos em Direito.”
VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contri-
buições, o segurado facultativo. CARÊNCIA
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24
(vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago A carência é o número mínimo de contribuições
mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais mensais que o segurado precisa recolher para ter direito
sem interrupção que acarrete a perda da qualidade
a determinados benefícios (art. 24 da Lei n. 8.213/1991).
de segurado.
Impende ressaltar que a Previdência Social é um
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acres-
sistema contributivo, ou seja, os benefícios são devidos
cidos de 12 (doze) meses para o segurado desem-
em função de contribuições vertidas para o sistema.
pregado, desde que comprovada essa situação
pelo registro no órgão próprio do Ministério do Tra-
O art. 24 da Lei n. 8.213/1991 elenca os benefícios
balho e da Previdência Social 2”. que requerem carência:
a) Auxílio-doença – regra: 12 contribuições.
Exceção: a) acidente de qualquer natureza (carência
1
A Medida Provisória n. 1.709-4, de 27/11/1998, reeditada até a de n. zero); b) doença elencada no art. 151 da Lei n. 8.213/1991
2.164-41, de 24/08/2001, em função do disposto no art. 2º da Emenda (carência zero).
Constitucional n. 32, de 11/09/2001, assegura a qualidade de segurado b) Aposentadoria por invalidez – 12 contribuições.
aos empregados ali mencionados, nos seguintes termos: Exceção: a) acidente de qualquer natureza (carência
"Art. 11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos termos zero); b) doença elencada no art. 151 da Lei n. 8.213/1991
do disposto no Art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT (carência zero), até que seja editada a lista de doenças pelo
aplica-se o disposto no Art. 15, inciso II, da Lei n. 8.213, de 24 de julho Ministério da Saúde e pelo Ministério da Previdência Social.
de 1991.” c) Aposentadoria por idade – 180 contribuições.
d) Aposentadoria por tempo de contribuição – 180 con-
2
Atual Ministério do Trabalho e Emprego. Denominação instituída pela tribuições.
Medida Provisória n. 1.795, de 1º/01/1999, reeditada até a de n. 2.216- e) Aposentadoria Especial – 180 contribuições (15
37, de 31/08/2001, posteriormente transformada na Medida Provisória
anos).
n. 103, de 1º/01/2003, convertida na Lei n. 10.683, de 28/05/2003.

11
f) Salário-maternidade – 10 contribuições para as segu- e) Reabilitação profissional e serviço social;
radas: contribuinte individual, facultativas e especiais. As f) Salário-maternidade (para as seguradas emprega-
demais seguradas não têm carência (empregadas, domés- das, domésticas e avulsas).
ticas e avulsas). No caso dos segurados especiais que requeiram
Em caso de parto antecipado, a carência do salário benefícios nessa condição, dispõe o artigo 39 da Lei n.
maternidade é antecipada no mesmo número de meses. 8.213/91 que:
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

“Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no


IMPORTANTE!
inciso VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a con-
O artigo 39, parágrafo único da Lei n. 8.213/91 estabelece que, cessão:
PILASTRE

para a segurada especial, fica garantida a concessão do salário- I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de
maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão,
no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-
comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma
-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que
descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao comprove o exercício de atividade rural, ainda que
do início do benefício. (apesar da referência a 12 meses, o prazo de forma descontínua, no período, imediatamen-
correto é de 10 meses). te anterior ao requerimento do benefício, igual ao
número de meses correspondentes à carência do
benefício requerido; ou
Cômputo do período de carência II – dos benefícios especificados nesta Lei, obser-
vados os critérios e a forma de cálculo estabeleci-
I) Empregado/ Empregado Doméstico/Avulso: para dos, desde que contribuam facultativamente para a
esses segurados, a carência é contada a partir da filiação, Previdência Social, na forma estipulada no Plano de
Custeio da Seguridade Social.
ou seja, só precisam comprovar tempo de serviço, e não
Parágrafo único. Para a segurada especial fica ga-
tempo de contribuição. rantida a concessão do salário-maternidade no va-
II) Contribuinte Individual/ Contribuinte Facultativo e lor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove
Segurado Especial (art. 27 da Lei n. 8.213/1991): para esses o exercício de atividade rural, ainda que de forma
segurados, a carência é contada a partir do recolhimento descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente
da primeira contribuição sem atraso, não sendo computadas anteriores ao do início do benefício”.
para esse fim as contribuições recolhidas em atraso (ex.:
recolher de uma só vez as 15 contribuições, sem qualquer Benefícios do Regime Geral de Previdência Social
contribuição em dia).
Segundo o artigo 18 da Lei n. 8.213/1991, estão previs-
Essa sistemática existe para viabilizar (obrigar) o tos os seguintes benefícios para o Regime Geral de Previ-
pagamento e para que ocorra a inscrição. dência Social:
I) Para os segurados:
IMPORTANTE! a) Aposentadoria por idade;
b) Aposentadoria por invalidez;
A perda da qualidade de segurado não tem qualquer reflexo nas c) Aposentadoria especial (ex.: mineiros; operadores de
aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especiais raio X; agentes químicos, agentes físicos);
(Lei n.10.666/2003 regulou esta situação). d) Aposentadoria por tempo de contribuição;
e) Auxílio-doença;
Havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuições
f) Salário-maternidade;
anteriores somente serão computadas na nova filiação, quando
g) Salário-família.
o segurado contar, nessa nova filiação, com um terço das
contribuições do benefício a ser requerido.
II) Para os dependentes:
a) Pensão por morte;
15 anos de trabalho 12m + 12m + 12m + 45 dias b) Auxílio-reclusão.

*_____________*_____*____*_____*___* perdeu a III) Para os segurados / dependentes:


qualidade de segurado *_____ (trabalhou 4 meses e ficou a) Reabilitação profissional;
doente, então, terá direito ao auxílio-doença, pois cumpriu b) Serviço social.
1/3 da carência do auxílio. Caso tivesse ficado doente
no terceiro mês, não poderia computar as contribuições IMPORTANTE!
anteriores, pois não teria cumprido a regra do 1/3.
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS
Benefícios sem carência que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele
retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social
a) Pensão por morte; em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-
b) Auxílio-reclusão; família e à reabilitação profissional, quando empregado. Por
c) Auxílio-acidente; força da Constituição, o salário maternidade também deverá ser
d) Salário-família; pago ao aposentado\aposentada que retornar à atividade.

12
ACIDENTE DO TRABALHO c) ato de imprudência, de negligência ou de imperí-
cia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
Segundo o art. 19 da Lei 8.213/1991: d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros ca-
“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo sos fortuitos ou decorrentes de força maior;
exercício do trabalho a serviço de empresa ou de III – a doença proveniente de contaminação aciden-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
empregador doméstico ou pelo exercício do traba- tal do empregado no exercício de sua atividade;
lho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora
desta Lei, provocando lesão corporal ou perturba- do local e horário de trabalho:
ção funcional que cause a morte ou a perda ou re- a) na execução de ordem ou na realização de servi-
dução, permanente ou temporária, da capacidade ço sob a autoridade da empresa;
para o trabalho. (Redação dada pela Lei Comple- b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
mentar n. 150, de 2015) empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso proveito;
das medidas coletivas e individuais de proteção e c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para
segurança da saúde do trabalhador. estudo quando financiada por esta dentro de seus
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com mul- planos para melhor capacitação da mão de obra, in-
ta, deixar a empresa de cumprir as normas de segu- dependentemente do meio de locomoção utilizado,
rança e higiene do trabalho. inclusive veículo de propriedade do segurado;
§ 3º É dever da empresa prestar informações por- d) no percurso da residência para o local de traba-
menorizadas sobre os riscos da operação a execu- lho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio
tar e do produto a manipular. de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência So- segurado.
cial fiscalizará e os sindicatos e entidades represen- § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descan-
tativas de classe acompanharão o fiel cumprimento so, ou por ocasião da satisfação de outras necessi-
do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
dispuser o Regulamento. este, o empregado é considerado no exercício do
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos trabalho.
termos do artigo anterior, as seguintes entidades § 2º Não é considerada agravação ou complicação
mórbidas: de acidente do trabalho a lesão que, resultante de
I  – doença profissional, assim entendida a produ- acidente de outra origem, se associe ou se superpo-
zida ou desencadeada pelo exercício do trabalho nha às consequências do anterior.
peculiar a determinada atividade e constante da Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Tra- Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a
balho e da Previdência Social; natureza acidentária da incapacidade quando cons-
II – doença do trabalho, assim entendida a adquiri- tatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
da ou desencadeada em função de condições es- entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação
peciais em que o trabalho é realizado e com ele se entre a atividade da empresa ou do empregado do-
relacione diretamente, constante da relação men- méstico e a entidade mórbida motivadora da inca-
cionada no inciso I. pacidade elencada na Classificação Internacional
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: de Doenças (CID), em conformidade com o que
a) a doença degenerativa; dispuser o regulamento.
b) a inerente a grupo etário; § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar
c) a que não produza incapacidade laborativa; o disposto neste artigo quando demonstrada a ine-
d) a doença endêmica adquirida por segurado ha- xistência do nexo de que trata o caput deste artigo.
bitante de região em que ela se desenvolva, salvo § 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do
comprovação de que é resultante de exposição ou nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão cabe-
contato direto determinado pela natureza do trabalho. rá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência
doença não incluída na relação prevista nos incisos Social.
I e II deste artigo resultou das condições especiais § 2º A empresa ou o empregador doméstico pode-
em que o trabalho é executado e com ele se relacio- rão requerer a não aplicação do nexo técnico epi-
na diretamente, a Previdência Social deve conside- demiológico, de cuja decisão caberá recurso, com
rá-la acidente do trabalho. efeito suspensivo, da empresa, do empregador do-
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do tra- méstico ou do segurado ao Conselho de Recursos
balho, para efeitos desta Lei: da Previdência Social.
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico
tenha sido a causa única, haja contribuído direta- deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre-
mente para a morte do segurado, para redução ou vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao
perda da sua capacidade para o trabalho, ou pro- da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
duzido lesão que exija atenção médica para a sua autoridade competente, sob pena de multa variável
recuperação; entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no contribuição, sucessivamente aumentada nas reinci-
horário do trabalho, em consequência de: dências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo prati- § 1º Da comunicação a que se refere este artigo
cado por terceiro ou companheiro de trabalho; receberão cópia fiel o acidentado ou seus depen-
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por dentes, bem como o sindicato a que corresponda a
motivo de disputa relacionada ao trabalho; sua categoria.

13
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empre- II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horá-
sa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus rio do trabalho, em consequência de:
dependentes, a entidade sindical competente, o a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado
médico que o assistiu ou qualquer autoridade públi-
por terceiro ou companheiro de trabalho;
ca, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto
neste artigo. b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exi- motivo de disputa relacionada ao trabalho;
me a empresa de responsabilidade pela falta do c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

cumprimento do disposto neste artigo. de terceiro ou de companheiro de trabalho;


§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de d) ato de pessoa privada do uso da razão;
classe poderão acompanhar a cobrança, pela Pre- e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos
PILASTRE

vidência Social, das multas previstas neste artigo.


fortuitos ou decorrentes de força maior;
§ 5º A multa de que trata este artigo não se aplica na
hipótese do caput do art. 21-A. III – a doença proveniente de contaminação acidental
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no do empregado no exercício de sua atividade;
caso de doença profissional ou do trabalho, a data IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do
do início da incapacidade laborativa para o exer- local e horário de trabalho:
cício da atividade habitual, ou o dia da segrega- a) na execução de ordem ou na realização de serviço
ção compulsória, ou o dia em que for realizado o sob a autoridade da empresa;
diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
primeiro”.
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para
Assim, acidente do trabalho é a lesão corporal ou per-
estudo quando financiada por esta dentro de seus planos
turbação funcional que cause a morte, a perda ou redução,
para melhor capacitação da mão de obra, independente-
temporária ou permanente, da capacidade do trabalho,
mente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
sofridas pelo segurado empregado, doméstico, trabalhador
propriedade do segurado;
avulso e segurado especial, no exercício de suas atividades.
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
Doenças ocupacionais
inclusive veículo de propriedade do segurado.
Consideram-se acidente do trabalho, também, as
seguintes entidades mórbidas: IMPORTANTE!
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determi- da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local
nada atividade e constante da respectiva relação elaborada do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
pelo Ministério da Previdência Social; exercício do trabalho.
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do
desencadeada em função de condições especiais em que
trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se
o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
associe ou se superponha às consequências do anterior.
constante da relação mencionada no inciso I.

IMPORTANTE! Vantagens do acidente do trabalho


Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída
Estabilidade – 12 meses (art. 118 da Lei n. 8.213/1991).
na relação prevista nos mencionados itens I e II resultou das
Depósito do FGTS: o empregador continua fazendo os
condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
depósitos enquanto o empregado recebe o auxílio-doença
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidentário (art. 15 da Lei 8.036/90).
acidente do trabalho.
Competência Jurisdicional (art. 109 da CF/1988).
Em matéria acidentária, caso o segurado promova
Vale registrar que não são consideradas como doença uma ação contra o INSS, a competência é da Justiça Esta-
do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo dual, com recurso para o Tribunal de Justiça. Por outro lado,
etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença quando o segurado processa o empregador (acidente de tra-
endêmica adquirida por segurados habitantes de região balho), a competência passa a ser da Justiça do Trabalho.
onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou
de exposição ou contato direto determinado pela natureza CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS - SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB)
do trabalho.
A maioria dos benefícios previdenciários é calculada a
Situações equiparadas a acidente do trabalho partir do salário de benefício, que pode ser definido como a
base de cálculo dos benefícios e corresponde à média arit-
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não mética dos maiores salários de contribuição relativos a 80%
tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para (oitenta por cento) do período contributivo, considerados a
a morte do segurado, para redução ou perda da sua capaci- partir de julho de 1994 (implantação do Plano Real). No caso
dade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção da aposentadoria por tempo de contribuição, há incidência do
médica para a sua recuperação; fator previdenciário, de acordo com o art. 29 da Lei n. 8.213/91.

14
Por exemplo, o segurado que comprovar 420 contribui- tadoria dos servidores públicos, principalmente no que tange
ções (35 anos), terá excluído do cálculo 20% dos menores ao seu cálculo e reajustamento. Mas a mudança mais visí-
salários de contribuição, ou seja, 84 contribuições. Exclu- vel foi a necessidade de o servidor implementar uma idade
ídas essas 84 contribuições, as demais serão corrigidas mínima para a obtenção da aposentadoria por tempo de
monetariamente (INPC) até a data do requerimento da apo- contribuição. Como a idade mínima não foi aprovada para
sentadoria por tempo de contribuição. Essa média aritmética os segurados do INSS, a Lei n. 9.876/1999 criou o fator pre-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
é multiplicada pelo fator previdenciário. Este é o salário de videnciário como componente do cálculo da aposentadoria
benefício da mencionada aposentadoria. por tempo de contribuição, de modo que o segurado que se
A sistemática acima foi introduzida pela Lei n. aposentasse cedo tivesse um deságio no valor da sua apo-
9.876/1999. Antes, o salário de benefício era apurado pela sentadoria, que iria sendo reduzida conforme o segurado
média aritmética simples das 36 últimas contribuições, o fosse protelando o seu ingresso na inatividade. A fórmula do
que não retratava a realidade remuneratória do segurado Fator Previdenciário é a seguinte:
ao longo da sua vida laborativa, pois o segurado que con-
tribuísse a maior parte do tempo sobre um salário de con- FP = Tc x a . [1+ (Tc x a + Id)]
tribuição baixo poderia ter o benefício no teto ou perto dele Es [100]
caso contribuísse, nos três anos anteriores ao pedido do
benefício, sobre o valor máximo do salário de contribuição. Tc: Tempo de contribuição
Atualmente, o valor máximo do salário de contribuição é de a: Alíquota atuarial = 0,31(valor fixo)
R$ 5.189,80, mesmo valor do teto do salário de benefício. Es: Expectativa de sobrevida
Assim, o segurado que tenha o salário de R$ 7.000,00, con- Id: Idade no momento do pedido de aposentadoria
tribuirá para a Previdência apenas sobre R$ 5.189,80, pois
esse é o valor máximo do salário de contribuição. Por con- Percebe-se, portanto, que a fórmula do fator previdenci-
sequência, seu benefício será calculado com base no salário ário leva em consideração o tempo de contribuição, a idade,
de contribuição de R$ 5.189,80. Assim sendo, para que não a expectativa de sobrevida e uma alíquota atuarial. Assim,
haja redução em sua renda, deverá contratar um plano de quanto mais cedo o segurado se aposenta, maior é a sua
expectativa de sobrevida e menor é a sua idade, o que acar-
Previdência Complementar a fim de que a sua aposentado-
reta em fator previdenciário baixo, provavelmente menor
ria, acrescida da complementação, reflita a renda que tinha
que um. Por outro lado, quanto mais tarde pedir a sua apo-
quando estava em atividade.
sentadoria, maior será o seu tempo de contribuição, maior
Apenas dois benefícios não são calculados a partir
a sua idade e menor será a sua expectativa de sobrevida, o
do salário de benefício: salário-família e salário-materni-
que atrai um fator previdenciário maior, provavelmente maior
dade, conforme dispõe o artigo 28 da Lei n. 8.213/91:
que um. O fato é que FP <1 representa um benefício menor,
“Art. 28. O valor do benefício de prestação conti- enquanto que FP >1 representa um benefício maior.
nuada, inclusive o regido por norma especial e o Ainda nesse contexto, deve-se ressaltar que homens
decorrente de acidente do trabalho, exceto o salá- e mulheres têm expectativas de sobrevida diferentes, o que
rio-família e o salário-maternidade, será calculado poderia trazer uma distorção na aplicação do fator previden-
com base no salário de benefício”. ciário. Para evitar esse problema, algumas regras devem ser
respeitadas na aplicação desse fator. Assim, por uma fixa-
O salário-família tem valor fixo para cada dependente ção legal, a expectativa de sobrevida é considerada idêntica
do segurado de baixa renda. Já o salário-maternidade para homens e mulheres, ou seja, para efeitos previdenci-
segue uma sistemática distinta, dependendo do tipo de ários, homens e mulheres têm a mesma expectativa, defi-
segurada(o). Com efeito, se o salário-maternidade fosse nida em uma tábua de mortalidade especificamente criada
calculado pelo salário de benefício, não haveria concessão pelo IBGE. Ademais, alguns acertos deverão ser perpetra-
acima do teto, o que poderia acarretar prejuízo salarial à tra- dos, tendo em vista os diferentes tempos de contribuição
balhadora empregada e avulsa, em verdadeira afronta ao previstos para homens, mulheres e professores. Nessa linha
artigo 7º, XVIII do texto constitucional: de intelecção, na aplicação do FP, deverão ser somados ao
tempo de contribuição os anos a seguir indicados:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e a) Se for mulher: Soma-se 05 anos.
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
b) Se for professor: Soma-se 05 anos.
condição social:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego
c) Se for professora: Soma-se 10 anos.
e do salário, com a duração de cento e vinte dias”. Feitos os ajustes acima indicados, a aplicação do fator
previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição
No capítulo sobre o salário maternidade, a metodologia será equânime para homens, mulheres ou professores.
de cálculo para cada segurada(o) será melhor desenvolvida. É importante destacar que o FP só é aplicado na apo-
Ressalto, outrossim, que o cálculo da pensão e do auxílio- sentadoria por idade se aumentar o seu valor, conforme
-reclusão também possui peculiaridades que serão oportu- dispõe o art. 7º da Lei 9.876/99: “Art. 7º É garantido ao segu-
namente expostas. rado com direito a aposentadoria por idade a opção pela não
aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29
FATOR PREVIDENCIÁRIO da Lei n. 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”.
Na aposentadoria por tempo de contribuição, o FP é
Implementada a Primeira Reforma da Previdência, obrigatoriamente aplicado, salvo se o segurado optar pela
várias mudanças foram introduzidas no sistema de aposen- regra 85/95.

15
REGRA DO 85/95 BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE

A Lei n. 13.183/15 introduziu a possibilidade de afastar Aposentadoria por invalidez – Art. 42 da Lei n.
a incidência do Fator Previdenciário. Para tanto, basta que a 8.213/91
soma do tempo de contribuição do homem (35 anos) com a
sua idade alcance 95 e, no caso da mulher, a soma do seu O exercício de atividade laborativa transforma o tra-
tempo de contribuição (30 anos) com a sua idade alcance balhador em segurado do Regime Geral de Previdência
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

85. Repare que a soma só pode ser feita após o segurado(a) Social, status que confere proteção previdenciária em
completar o tempo de contribuição para a aposentadoria por caso de invalidez. Assim, em caso de incapacidade total
tempo de contribuição. para qualquer atividade com insusceptibilidade de recupe-
PILASTRE

A referida lei prevê, ainda, que a fórmula 85/95 sofrerá ração, o segurado será aposentado por invalidez, estando
um acréscimo de 1 ponto a partir de 2018. Assim, as somas ou não em gozo de auxílio-doença. Todavia, a regra é a
de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em concessão e manutenção do auxílio-doença enquanto o
um ponto em: segurado se recupera da incapacidade. Após a consolida-
I – 31 de dezembro de 2018. ção da lesão é que a perícia vai aquilatar se a aposenta-
II – 31 de dezembro de 2020. doria por invalidez é a adequada.
III – 31 de dezembro de 2022. Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez será
IV – 31 de dezembro de 2024. devida ao empregado a partir do 16º dia da incapacidade,
V – 31 de dezembro de 2026. se requerida dentro de 30 dias do início da incapacidade.
Contudo, para efeito de aplicação da fórmula 85/95, Se requerida após esse prazo, será devida a partir da
serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o data do requerimento, sendo certo que os primeiros 15
tempo de contribuição do professor e da professora que dias devem ser pagos pelo empregador.
comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício Para os demais segurados, o benefício será devido
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental a partir do início da incapacidade, se requerido em até 30
e médio. dias do início da incapacidade. Após esse prazo, o benefí-
Por derradeiro, na aplicação da fórmula 85/95, as fra- cio será devido a partir da data do requerimento.
ções serão consideradas. Assim, o segurado que tiver 35,5 Cabe à perícia do INSS avaliar o grau de incapaci-
anos de contribuição, ao completar 59,5 anos de idade, dade do segurado, sendo certo que o segurado poderá
poderá se aposentar sem aplicação do fator previdenciário, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. Se for
pois terá alçado 95 (35,5 + 59,5 = 95). considerado inválido, o segurado deverá se afastar de
toda e qualquer atividade. Todavia, a doença ou lesão de
Cálculo dos benefícios – Renda Mensal Inicial que o segurado já era portador ao se filiar ao Regime Pre-
videnciário não lhe conferirá direito a qualquer prestação,
a) Pensão por morte e auxílio-reclusão = 100% do SB. salvo no caso de progressão ou piora da doença ou lesão.
b) Aposentadoria por invalidez = 100% do SB. O decreto n. 8.691/16 viabilizou a perícia feita por
c) Aposentadoria especial = 100% do SB. médicos do SUS em seu art. 75, § 2º: quando a inca-
d) Aposentadoria por tempo de contribuição = 100% do pacidade ultrapassar quinze dias consecutivos, o segu-
SB x Fator Previdenciário. rado será encaminhado à perícia médica do INSS, que
e) Auxílio-doença = 91% do SB. o submeterá à avaliação pericial por profissional médico
f) Auxílio-acidente = 50% do SB. integrante de seus quadros ou, na hipótese do art. 75-B,
g) Aposentadoria por idade = 70% do SB + 1% por cada de órgãos e entidades públicos que integrem o Sistema
grupo de 12 contribuições (vai de 85% a 100%, a depender Único de Saúde – SUS, ressalvados os casos em que for
do tempo de contribuição). admitido o reconhecimento da incapacidade pela recep-
h) Salário-família: Valor fixado anualmente. ção da documentação médica do segurado, conforme pre-
i) Valor do salário-maternidade: visto no art. 75-A.
Por sua vez, o referido dispositivo esclarece as hipó-
–– Empregada e avulsa – remuneração integral teses em que a perícia poderá ser feita por médico estra-
(última). nho aos quadros da previdência:
–– Empregada doméstica – salário registrado em
carteira. “Art. 75-A. O reconhecimento da incapacidade
–– Contribuinte individual/facultativa – 1/12 da para concessão ou prorrogação do auxílio-doença
média aritmética das doze últimas contribuições decorre da realização de avaliação pericial ou da
apuradas em período de até quinze meses ou recepção da documentação médica do segurado,
dos salários de contribuição existentes (ex: se hipótese em que o benefício será concedido com
tiver 10 salários, a soma será dividida por 12). base no período de recuperação indicado pelo mé-
dico assistente.
§ 1º O reconhecimento da incapacidade pela re-
*Artigo 248 da CF/1988 – Teto do STF.
cepção da documentação médica do segurado
Exemplo: Se a empregada recebe R$ 50.000,00, o INSS poderá ser admitido, conforme disposto em ato
paga até o teto do STF e o empregador complementa. do INSS:

16
I – nos pedidos de prorrogação do benefício do se- Se o aposentado por invalidez necessitar do auxílio-
gurado empregado; ou -permanente de outra pessoa, o benefício será acrescido de
II – nas hipóteses de concessão inicial do benefí- 25%, conforme previsão do art. 45 da Lei n. 8.213/91:
cio quando o segurado, independentemente de ser
obrigatório ou facultativo, estiver internado em uni- “Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do
dade de saúde. segurado que necessitar da assistência permanen-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
§ 2º Observado o disposto no § 1º, o INSS definirá: te de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e
I – o procedimento pelo qual irá receber, registrar e cinco por cento).
reconhecer a documentação médica do segurado, Parágrafo único. O acréscimo de que trata este
por meio físico ou eletrônico, para fins de reconhe- artigo:
cimento da incapacidade laboral; e a) será devido ainda que o valor da aposentadoria
II – as condições para o reconhecimento do período atinja o limite máximo legal;
de recuperação indicado pelo médico assistente, b) será recalculado quando o benefício que lhe deu
com base em critérios estabelecidos pela área téc- origem for reajustado;
nica do INSS. c) cessará com a morte do aposentado, não sendo
§ 3º Para monitoramento e controle do registro e do incorporável ao valor da pensão”.
processamento da documentação médica recebida
do segurado, o INSS deverá aplicar critérios inter-
As hipóteses que dão ensejo ao referido acréscimo
nos de segurança operacional sobre os parâmetros
constam do anexo 1 do Decreto n. 3.048/1999.
utilizados na concessão inicial e na prorrogação dos
benefícios. O segurado em gozo de aposentadoria por invalidez
§ 4º O disposto neste artigo não afasta a possibi- poderá requerer a conversão dessa aposentadoria em apo-
lidade de o INSS convocar o segurado, em qual- sentadoria por tempo de contribuição, desde que tenha pre-
quer hipótese e a qualquer tempo, para avaliação enchido os requisitos para a conversão.
pericial.”
Aposentadoria por idade – Art. 48 da Lei n. 8.213/91
Uma vez aposentado por invalidez, o segurado, caso
empregado, terá seu contrato de trabalho suspenso, o que A aposentadoria por idade, conhecida anteriormente à
impede a sua demissão enquanto estiver nessa situação EC 20/1998 como aposentadoria por velhice, visa à cober-
(CLT, art. 475). tura do risco social na idade avançada. Tem como destina-
O aposentado por invalidez deverá comparecer à perí- tários aqueles que não conseguiram a aposentadoria por
cia do INSS para que seja avaliada a persistência da invali- tempo de contribuição, mas reuniram a carência necessá-
dez, conforme dispõe o art. 101 da Lei n. 8.213/91. Confira ria ao atingir a idade prevista em lei. O trabalhador do sexo
o dispositivo: masculino, ao atingir a idade de 65 anos, e a trabalhadora,
ao atingir a idade de 60 anos, adquirem o direito ao bene-
“Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, fício. No caso de trabalhador rural, pescador artesanal e
aposentadoria por invalidez e o pensionista invá- garimpeiro, o direito ao benefício em comento surge ao
lido estão obrigados, sob pena de suspensão do atingirem respectivamente 60 e 55 anos de idade 3. Con-
benefício, a submeter-se a exame médico a cargo tudo, no caso do garimpeiro, a redução só pode ser uti-
da Previdência Social, processo de reabilitação pro-
lizada se os requisitos forem preenchidos até janeiro de
fissional por ela prescrito e custeado, e tratamento
92, pois, a partir daí, o referido segurado deixou de ser
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos. segurado especial e passou a ser enquadrado como con-
§ 1º O aposentado por invalidez e o pensionista in- tribuinte individual.
válido estarão isentos do exame de que trata o caput É mister rememorar que a carência para a concessão
após completarem 60 (sessenta) anos de idade”. desse benefício é de 180 contribuições, sendo que, para
os segurados especiais, em regime de economia familiar, a
Se vier a recuperar a capacidade laborativa, deverá carência é substituída pela prova do exercício da atividade
retornar à atividade segundo as seguintes regras: rural no período equivalente ao da carência, mesmo que de
forma descontínua. Regra semelhante é dirigida aos tra-
Se a recuperação ocorrer antes de 5 anos e o apo- balhadores rurais no art. 143 da lei de benefícios. Todavia,
sentado tiver direito de retornar à atividade, o benefício essa benesse deveria ser concedida por 15 anos, contados
será imediatamente suspenso. Se não tiver direito de da publicação da Lei n. 8.213/1991, e que foi estendida até
retornar á atividade, o benefício será mantido por tantos 2020 pela MP 410/07, posteriormente convertida na Lei n.
meses quantos forem os meses em que esteve em gozo 11.718/08.
de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. O art. 106 da Lei n. 8.213/1991 enumera os documen-
Se a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco tos que comprovam o exercício da atividade rural:
anos, o benefício será mantido na sua integralidade por seis
meses, com redução de 50% nos próximos 6 meses e com I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Tra-
balho e Previdência Social;
redução de 75% nos últimos 6 meses.
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato
Se o segurado retornar espontaneamente à ati- rural;
vidade, seu benefício será cassado desde a data do
retorno. 3
Art. 201, § 8º.

17
III – declaração fundamentada de sindicato que Aposentadoria por tempo de contribuição – (Art.
represente o trabalhador rural ou, quando for o 52 e Art. 53 da Lei 8.213/91 estão revogados)
caso, de sindicato ou colônia de pescadores, des-
de que homologada pelo Instituto Nacional do Se- Antes da EC 20/1998, ela era conhecida como apo-
guro Social – INSS; sentadoria por tempo de serviço e foi a que sofreu as
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacio- maiores alterações com a reforma da Previdência, princi-
nal de Colonização e Reforma Agrária – INCRA,
palmente no que concerne à contagem do tempo de con-
CARLOS

no caso de produtores em regime de economia


BRUNOMENDONÇA

tribuição, sofrendo sérias restrições.


familiar;
O que era considerado tempo de serviço passa a ser
V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de
considerado tempo de contribuição, salvo em relação ao
PILASTRE

que trata o § 7º do art. 30 da Lei n. 8.212, de tempo fictício, o qual foi vedado.
24 de julho de 1991, emitidas pela empresa ad- Nesse sentido, o homem tem direito a esta aposen-
quirente da produção, com indicação do nome do tadoria ao atingir 35 anos de contribuição e a mulher, 30
segurado como vendedor; anos. No caso dos professores do ensino básico, há redu-
VII  – documentos fiscais relativos a entrega de ção de 5 anos como condição à concessão dessa apo-
produção rural à cooperativa agrícola, entreposto sentadoria, de modo que o professor se aposenta aos 30
de pescado ou outros, com indicação do segura- anos de efetivo exercício do magistério e a professora aos
do como vendedor ou consignante; 25. A Lei n. 11.301/2006 estendeu esse direito aos pro-
VIII – comprovantes de recolhimento de contribui- fessores que exerçam atividade de diretor ou assistente
ção à Previdência Social decorrentes da comer- pedagógico.
cialização da produção;
Ao contrário do serviço público, não há idade mínima
IX – cópia da declaração de imposto de renda,
para essa aposentadoria no RGPS.
com indicação de renda proveniente da comercia-
A aposentadoria por tempo de contribuição propor-
lização de produção rural; ou
X – licença de ocupação ou permissão outorgada cional foi abolida pela EC 20/98, mas os trabalhadores
pelo Incra. que já estavam inscritos na Previdência em 16 de dezem-
bro de 1998 podem optar pela regra de transição prevista
Oportuno ressaltar que a carência para os traba- no art. 9º da citada emenda.
A carência para a aposentadoria em tela é de 180
lhadores que estavam inscritos em 24 de julho de 1991
contribuições e o benefício é concedido no percentual de
deve seguir a tabela de transição do art. 142 da Lei n.
100% do salário de benefício multiplicado pelo FP ou sem
8.213/1991.
aplicação do fator se forem reunidos os requisitos da fór-
Até o advento da Lei n. 10.666/2003, os requisitos
mula 85/95.
de idade e carência deveriam ser preenchidos simultane-
Quanto à contagem do tempo de contribuição, o art.
amente. Contudo, a citada lei afastou a necessidade da 55 da Lei n. 8.213/1991 explicita que o tempo de serviço
manutenção da qualidade de segurado, de modo que o será comprovado na forma estabelecida no regulamento,
trabalhador que tenha iniciado sua vida laborativa aos 40 compreendendo também, além do correspondente às ati-
anos, ao completar 55 anos de idade, mesmo que deixe vidades de qualquer das categorias de segurados de que
de trabalhar, poderá pleitear a aposentadoria por idade trata o art. 11 desta lei, mesmo que anterior à perda da
aos 65 anos, se homem, ou aos 60, se mulher. qualidade de segurado:
O cálculo da aposentadoria por idade varia de acordo
com o tempo de contribuição, sendo calculado da seguinte I – o tempo de serviço militar, inclusive o volun-
forma: 70% do salário de contribuição + 1% por grupo de tário, e o previsto no § 1º do art. 143 da Cons-
tituição Federal, ainda que anterior à filiação ao
12 contribuições, limitado a 100%.
Regime Geral de Previdência Social, desde que
Para o INSS, não há limite de idade para se apo- não tenha sido contado para inatividade remune-
sentar e não há limite máximo para se filiar. Já no serviço rada nas Forças Armadas ou aposentadoria no
público, a aposentadoria compulsória é dada quando serviço público;
o servidor completa 75 anos, conforme regulamentação II – o tempo intercalado em que esteve em gozo
implementada pela LC 152/15. de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
III – o tempo de contribuição efetuado como se-
O art. 51 da lei de benefícios prevê a hipótese da
gurado facultativo, desde que antes da vigência
aposentadoria involuntária, ou seja, o empregador que desta lei;
tiver um empregado com 70 anos, ou empregada com 65 IV – o tempo de contribuição efetuada como se-
anos de idade, poderá requerer a aposentadoria do seu gurado facultativo;
empregado, sendo compulsória. Esta aposentadoria é a V – o tempo de serviço referente ao exercício de
única que rescinde o contrato de trabalho. Neste caso, as mandato eletivo federal, estadual ou municipal,
desde que não tenha sido contado para a inati-
verbas rescisórias devem ser adimplidas.
vidade remunerada nas Forças Armadas ou apo-
Impõe-se esclarecer, todavia, que o segurado apo- sentadoria no serviço público;
sentado nos termos do mencionado artigo 51 da Lei 8.213 VI – o tempo de serviço referente ao exercício de
pode voltar a trabalhar, pois a compulsoriedade da apo- mandato eletivo federal, estadual ou municipal,
sentação atinge, apenas, o vínculo com a empresa que desde que não tenha sido contado para efeito de
aposentadoria por outro regime de previdência
pediu a aposentadoria.
social;

18
VII – o tempo de contribuição efetuado por segura- Este benefício requer carência de 180 contribuições e
do depois de ter deixado de exercer atividade re- tem valor de 100% do salário de benefício.
munerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei; Somente empregados, avulsos e contribuintes indi-
VIII – o tempo de contribuição efetuado com base
viduais membros de cooperativa tem direito a esse bene-
nos arts. 8º e 9º da Lei n. 8.162, de 8 de janeiro de
fício.
1991, pelo segurado definido no artigo 11, inciso I,
A aposentadoria especial por categoria profissional

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
alínea g, desta lei, sendo tais contribuições com-
putadas para efeito de carência. foi extinta em 1995. A partir daí, qualquer trabalhador tem
§ 1º A averbação de tempo de serviço durante direito à aposentadoria, desde que comprove a exposição
o qual o exercício da atividade não determinava a um agente agressivo.
filiação obrigatória ao anterior Regime de Previ-
dência Social Urbana só será admitida mediante o Conversão do tempo de serviço
recolhimento das contribuições correspondentes,
conforme dispuser o Regulamento, observado o
O tempo de serviço especial, após a sua conversão,
disposto no § 2º.
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador pode ser somado ao tempo comum.
rural, anterior à data de início de vigência desta
lei, será computado independentemente do reco- TABELA DE CONVERSÃO
lhimento das contribuições a ele correspondentes,
exceto para efeito de carência, conforme dispuser
Idade Fator de conversão
o Regulamento.
§ 3º A comprovação do tempo de serviço, inclusi- De 15 para 35 2.33
ve mediante justificação administrativa ou judicial,
conforme o disposto no art. 108, só produzirá efei- De 25 para 35 1.4 (para homem)
to quando baseada em início de prova material, De 25 para 30 1.2 (para mulher)
não sendo admitida prova exclusivamente teste-
munhal, salvo na ocorrência de motivo de força
maior ou caso fortuito, conforme disposto no Re- Exemplo: O trabalhado que exercer, durante 10
gulamento. anos, atividade que permita aposentadoria aos 15 anos
Não será computado como tempo de contribuição, de tempo de contribuição, caso passe a trabalhar em ati-
para efeito de concessão do benefício de que trata vidade comum, poderá converter o tempo de serviço da
esta subseção, o período em que o segurado con- seguinte forma: 10 x 2.33 = 23.3 anos.
tribuinte individual ou facultativo tiver contribuído
na forma do § 2º do art. 21 da Lei n. 8.212, de 24
Assim, 10 anos em atividade especial, corresponde a
de julho de 1991, salvo se tiver complementado as
23,3 anos de atividade comum.
contribuições na forma do § 3º do mesmo artigo.

Interessante registrar que é vedada a percepção de IMPORTANTE!


mais de uma aposentadoria paga pelo INSS. É vedada a conversão de tempo de serviço comum para
O segurado aposentado que retorna à atividade só especial.
tem direito a três benefícios:

1º) Salário-maternidade; Em 2014, o STF decidiu no Agravo em Recurso Extra-


2º) Salário-família; ordinário 664335 que: “o direito à aposentadoria espe-
3º) Reabilitação profissional. cial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a
agente nocivo a sua saúde, de modo que se o Equipa-
Contagem recíproca de tempo de serviço mento de Proteção Individual (EPI) for realmente capaz
de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à
O tempo de serviço público municipal, estadual e concessão constitucional de aposentadoria especial”.
federal, e o da iniciativa privada serão reciprocamente No mesmo julgamento foi fixada a tese de que: “na hipó-
considerados, salvo: tese de exposição do trabalhador a ruído acima dos
se forem concomitantes; limites legais de tolerância, a declaração do emprega-
se já tiverem sido utilizados em outra aposentadoria; e dor no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário
se forem tempo fictício. (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de Pro-
teção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de
Aposentadoria especial – Art. 57 da Lei n. 8.213/91 serviço especial para a aposentadoria”.
A exemplo do que ocorre com o aposentado por inva-
Esta aposentadoria tem como fato gerador a exposi- lidez, o segurado aposentado de forma especial não pode
ção permanente, não ocasional e não intermitente, durante voltar a exercer atividade sujeita a agentes agressivos,
15, 20 ou 25 anos, a agentes prejudiciais à saúde (quími- sob pena de suspensão do benefício. Se voltar a trabalhar
cos, físicos ou biológicos), comprovados mediante apre- em atividade comum, o exercício da nova atividade não
sentação do PPP (perfil profissiográfico previdenciário) impede a continuidade do pagamento da aposentadoria
confeccionado com base em laudo técnico. especial.

19
Auxílio-doença – Art. 59 da Lei n. 8.213/1991 O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do
trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a
O auxílio-doença será concedido quando o segurado 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício. Caso
ficar mais de 15 dias incapacitado para o trabalho. Ao con- o segurado exerça mais de uma atividade, o auxílio-doença
trário da aposentadoria por invalidez, esse benefício des- poderá ser concedido de ambas as atividades, calculado
tina-se a uma incapacidade temporária, onde há grande pro- nos termos do art. 32 da Lei n. 8.213/1991.
babilidade de recuperação.
CARLOS

Desde a Lei n. 13.135/2015, o auxílio-doença passou a


BRUNOMENDONÇA

O auxílio-doença, no caso do empregado, é conce-


ter um teto específico. Confira a redação do art. 29, § 10 da
dido a partir do 16º dia, sendo empregador responsável pelo
Lei n. 8.213/1991:
pagamento dos primeiros 15 dias, desde que requerido em
PILASTRE

até 30 dias. Se requerido após 30 dias, o benefício é devido


§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a mé-
a partir do requerimento.
dia aritmética simples dos últimos 12 (doze) salá-
Os demais segurados têm direito ao benefício, a partir rios de contribuição, inclusive em caso de remune-
do início da incapacidade, desde que seja superior a 15 ração variável, ou, se não alcançado o número de
dias, e o benefício seja requerido em até 30 dias. Assim, se 12 (doze), a média aritmética simples dos salários
uma empregada doméstica ficar incapacitada por 20 dias, de contribuição existentes.
o benefício será integralmente pago pelo INSS. Por outro
lado, se fosse empregado, o INSS pagaria a partir do 16º A concessão de novo auxílio-doença antes de decor-
ao 20º dia, ficando a cargo do empregador os primeiros 15
ridos 60 dias da cessação do anterior é considerado res-
dias. Quando requerido por segurado afastado da atividade
tabelecimento do anterior, sendo certo que a empresa fica
por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a
desobrigada a pagar os primeiros 15 dias, desde que seja
contar da data da entrada do requerimento.
originário da mesma doença.
O segurado empregado ou empregado doméstico em
gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa ou O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível
pelo empregador doméstico como licenciado. de recuperação para sua atividade habitual, deverá subme-
O citado benefício requer a carência de 12 contribui- ter-se a processo de reabilitação profissional para o exercí-
ções, salvo acidente de qualquer natureza ou se o segurado cio de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja
for acometido de uma das doenças do art. 151 da Lei n. dado como habilitado para o desempenho de nova atividade
8.213/1991. Vale ressaltar que a nova redação do artigo 26 que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não
da Lei n. 8.213/1991 prevê que: recuperável, for aposentado por invalidez.
A empresa que garantir ao segurado licença remu-
Art. 26. Independe de carência a concessão das se- nerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de
guintes prestações:
auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a
II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
nos casos de acidente de qualquer natureza ou importância garantida pela licença.
causa e de doença profissional ou do trabalho, bem
como nos casos de segurado que, após filiar-se Consolidada a lesão, três hipóteses podem ocorrer:
ao RGPS, for acometido de alguma das doenças
e afecções especificadas em lista elaborada pe-
Ficou inválido: é aposentado por invalidez;
los Ministérios da Saúde e da Previdência Social,
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os Ficou bom: volta para o trabalho – recebe “alta”;
critérios de estigma, deformação, mutilação, defici- Redução da Capacidade Laborativa – será submetido a
ência ou outro fator que lhe confira especificidade e tratamento e reabilitação profissional para voltar ao mercado
gravidade que mereçam tratamento particularizado. de trabalho – o INSS tem um benefício específico quando
Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doen-
ocorre a mudança de função, ou seja, auxílio-acidente: é
ças mencionada no inciso II do art. 26, independe
de carência a concessão de auxílio-doença e de
verba indenizatória = 50% SB, pago mensalmente, mais o
aposentadoria por invalidez ao segurado que, após salário (exemplo do motorista que vira cobrador) – recebe a
filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes do- verba indenizatória até a véspera da aposentadoria, incorpo-
enças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação rando-se ao valor desta.
mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, ne-
oplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkin- IMPORTANTE!
son, espondiloartrose anquilosante, nefropatia gra-
ve, estado avançado da doença de Paget (osteíte
A ordem social tem como base o primado do trabalho. A
deformante), síndrome da deficiência imunológica CF/1988 privilegia o trabalho em detrimento do ócio.
adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com
base em conclusão da medicina especializada.
O exercício de trabalho durante a percepção do auxí-
Não será devido auxílio-doença ao segurado que se lio-doença passou a ser possível com o advento da Lei n.
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da 13.135/15 que, modificando os parágrafos 6º e 7º do art. 59
doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, da Lei n. 8.213/1991, permitiu ao INSS verificar se a nova
salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de pro- atividade não é alcançada pela incapacidade para a outra
gressão ou agravamento dessa doença ou lesão. atividade.

20
Art. 59 [...] A documentação que dá direito ao benefício é a certi-
§ 6º O segurado que durante o gozo do auxílio-do- dão de nascimento do filho ou a documentação relativa ao
ença vier a exercer atividade que lhe garanta sub- equiparado ou inválido, conjugada à apresentação anual de
sistência poderá ter o benefício cancelado a partir
atestado de vacinação obrigatória, de até seis anos de
do retorno à atividade. (Incluído pela Lei n. 13.135,
de 2015) idade, e à comprovação semestral de frequência à escola
do filho ou equiparado, a partir dos 7 anos de idade. No

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
§ 7º Na hipótese do § 6º, caso o segurado, durante
o gozo do auxílio-doença, venha a exercer ativida- caso da doméstica, basta a apresentação da certidão de
de diversa daquela que gerou o benefício, deverá nascimento.
ser verificada a incapacidade para cada uma das A empresa deve antecipar o pagamento do benefício
atividades exercidas. (Incluído pela Lei n. 13.135, para posterior compensação com a contribuição previdenci-
de 2015)
ária. No caso dos aposentados, o benefício será pago dire-
tamente pelo INSS.
Salário-família – Art. 65 da Lei n. 8.213/1991
Se pai e mãe forem de baixa renda, ambos poderão
receber o salário-família, desde que se enquadrem na cate-
O salário-família não tem por função substituir a remu-
goria de segurados que têm direito ao benefício.
neração do segurado. Seu valor, portanto, pode ser inferior
ao salário mínimo e não integra o salário de contribuição
para fins de concessão de benefício, inclusive pensão. Sua IMPORTANTE!
função é cobrir os encargos familiares decorrentes da exis- Os avulsos recebem o salário-família do INSS, que o paga
tência de filhos menores de 14 anos. diretamente ao segurado ou, mediante convênio, ao sindicato
É pago mensalmente, na proporção do respectivo ou órgão gestor de mão de obra.
número de filhos ou equiparados menores de 14 anos ou
inválidos, aos segurados empregado, inclusive domés-
tico, trabalhador avulso e ao aposentado pelo INSS, con- IMPORTANTE!
forme dicção do art. 65 da Lei de Benefícios:
A empresa deve guardar a documentação referente ao salário-
Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, família por dez anos, para eventual fiscalização.
ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e
ao segurado trabalhador avulso, na proporção do
respectivo número de filhos ou equiparados nos Salário-maternidade – Art. 71 da Lei n. 8.213/1991
termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o
disposto no art. 66. (Redação dada pela Lei Com- O salário-maternidade, nos termos do art. 71 da Lei
plementar n. 150, de 2015)
n. 8.213/1991, é devido à segurada da Previdência Social,
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por
idade e os demais aposentados com 65 (sessenta
durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre
e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo mascu- 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência
lino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do femini- deste, observadas as situações e condições previstas na
no, terão direito ao salário-família, pago juntamente legislação no que concerne à proteção à maternidade. À
com a aposentadoria. segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins
de adoção de criança (até 12 anos) também é devido o
Apesar de ser um benefício destinado aos segurados, salário-maternidade.
a Constituição da República prevê em seu art. 201, IV que O referido benefício dispensa a carência para as segu-
é um benefício destinado ao dependente do segurado de radas empregada, avulsa e doméstica. Para as seguradas
baixa renda: facultativas, especiais e contribuintes individuais, a carência
é de 10 contribuições, mas a segurada especial não pre-
Art. 201. A previdência social será organizada sob
cisa comprovar o recolhimento das contribuições, bastando
a forma de regime geral, de caráter contributivo e
de filiação obrigatória, observados critérios que pre-
comprovar o exercício de atividade rural pelo período equi-
servem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, valente.
nos termos da lei, a: Em caso de parto antecipado, o período de carência
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os de- é reduzido em número de contribuições equivalente ao
pendentes dos segurados de baixa renda. número de meses em que o parto foi antecipado.
Nos casos em que a gravidez não é contemplada com o
O aposentado que retorna ao trabalho na condição de nascimento com vida, a legislação só considera parto o que
empregado, ou nele permanece, tem direito ao salário-famí- ocorre após a 23ª semana de gestação, inclusive no caso de
lia, assim como o aposentado que contar com 65 anos de natimorto. Antes disso, há aborto natural. Assim, a mulher
idade ou mais, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, que perder o bebê após a 23ª semana de gestação tem
se do feminino, sendo certo que, em caso de aposentadoria direito ao salário-maternidade de 120 dias. Se perder
por idade do trabalhador rural, o limite é reduzido em cinco antes, o benefício será de apenas duas semanas.
anos. A legislação previdenciária prevê que o salário-mater-
O salário-família não exige carência para sua conces- nidade pode ser acrescido, por indicação médica, em duas
são, sendo pago a partir do primeiro salário. semanas, antes ou depois do prazo de 120 dias.

21
Conforme preconiza o texto constitucional, a trabalha- partir do desaparecimento, e ingressar com ação na Justiça
dora empregada não pode sofrer prejuízo salarial durante a Federal para que o juiz declare por sentença a morte presu-
licença-maternidade (art. 7º, XVIII), razão pela qual o refe- mida do segurado.
rido benefício pode ultrapassar o teto do INSS. De qualquer
forma, o INSS paga o benefício até o teto do STF (art. 248 IMPORTANTE!
da CF/1988), cabendo ao empregador complementar even-
tual valor. Em caso de acidente ou desastre, o dependente não precisa
CARLOS

aguardar seis meses nem da decisão judicial, bastando o


BRUNOMENDONÇA

Para as demais seguradas, incide a seguinte regra:


dependente demonstrar que o segurado foi vítima do infortúnio.
a) Empregado e avulso – última remuneração;
PILASTRE

b) Empregado doméstico – última remuneração; A pensão por morte é concedida no percentual de


c) Contribuinte individual/facultativa/desempregada – 100% do salário de benefício. Todavia, o cálculo deve seguir
1/12 da média aritmética das doze últimas contribuições apu- as seguintes regras:
rados em período de até quinze meses ou das contribuições a) Segurado (falecido) estava aposentado: valor da
existentes. pensão = valor da aposentadoria;
Em regra, o salário-maternidade será pago diretamente b) Segurado (falecido) na ativa: calcula-se a aposen-
pelo INSS. Todavia, no caso de segurada empregada, será tadoria por invalidez que ele teria direito no dia do óbito e
pago diretamente pela empresa, efetivando-se a compensa- posteriormente converte em pensão;
ção quando do recolhimento das contribuições previdenci-
árias. Contudo, no caso de empregada de Micro Empreen- A pensão por morte dispensa a carência.
dedor Individual, o benefício é pago diretamente pelo INSS.
Da mesma forma que ocorre com o salário-família, a Segundo dispõe o art. 74 da Lei n. 8.213/1991
empresa deverá conservar durante 10 anos os comprovan- o referido benefício será devido ao conjunto dos
tes dos pagamentos e os atestados correspondentes para dependentes do segurado que falecer, aposentado ou
exame da fiscalização. não, a contar da data.
Desde a Lei n. 12.873/2013, o pai segurado passou a
ter direito ao salário-maternidade, desde que ocorra o óbito I – do óbito, quando requerida até noventa dias de-
da mãe e a carência seja cumprida, conforme preconiza o pois deste;
art. 71-B: II – do requerimento, quando requerida após o pra-
zo previsto no inciso anterior;
Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou III – da decisão judicial, no caso de morte presumida.
segurado que fizer jus ao recebimento do salário-ma-
ternidade, o benefício será pago, por todo o período Dependentes (art. 16, Lei n. 8213/1991)
ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge Os dependentes serão divididos em classes que indi-
ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade cam a ordem de preferência:
de segurado, exceto no caso do falecimento do filho 1º) cônjuge/companheiro/filho não emancipado, de
ou de seu abandono, observadas as normas aplicá-
qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou que
veis ao salário-maternidade.
tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 1º O pagamento do benefício de que trata o ca-
put deverá ser requerido até o último dia do prazo 2º) pais;
previsto para o término do salário-maternidade 3º) irmão não emancipado, de qualquer condição menor
originário. de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave.
Destaco, outrossim, a impossibilidade de pagamento
do salário-maternidade a mais de uma pessoa, salvo no Regras:
caso de mãe biológica e mãe/pai adotivo, conforme preco- A dependência econômica da 1ª classe é presumida
niza o parágrafo 2º do art. 71 da Lei n. 8.213/1991. e das demais deve ser comprovada.
A existência de um dependente da classe anterior
§ 2º Ressalvado o pagamento do salário-materni- exclui os das classes posteriores (definitivamente).
dade à mãe biológica e o disposto no art. 71-B, não A existência de mais de um dependente da mesma
poderá ser concedido o benefício a mais de um se- classe acarreta a divisão da pensão em partes
gurado, decorrente do mesmo processo de adoção iguais.
ou guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros
estejam submetidos a Regime Próprio de Previdên-
cia Social. IMPORTANTE!
Companheira/o de segurado/a casado/a (na constância do
Pensão por morte – Art. 74 da Lei n. 8.213/1991 casamento) não tem direito à pensão (decisão do STF).

A pensão por morte tem como fato gerador a morte real


(certidão de óbito) ou a morte presumida (ação declaratória A perda da qualidade de dependente acarreta a extin-
da Justiça Federal). No caso da morte presumida, o depen- ção da pensão (se for o único dependente) ou a reversão de
dente deve aguardar o prazo de seis meses, contados a sua cota para os dependentes remanescentes;

22
Enteados e tutelados podem ser equiparados a filhos, hipótese em que serão aplicados, conforme o caso, a regra
desde que haja uma declaração do segurado e seja demons- da percepção enquanto durar a invalidez ou os prazos pre-
trada a dependência econômica. vistos na alínea “c” acima alinhada.
Perda da qualidade de dependente O INSS pode fomentar a recuperação do inválido (inclu-
Filhos: sive do pensionista), por meio de tratamento médico ou rea-
com a morte; daptação profissional. Todavia, o inválido não é obrigado a

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
ao atingir 21 anos; se submeter à transfusão de sangue ou intervenção cirúr-
emancipação, salvo colação de grau em nível superior gica, a teor do art. 101 da Lei n. 8.213/1991:
e casamento para o dependente inválido;
cessação da invalidez; Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença,
Levantamento da interdição. aposentadoria por invalidez e o pensionista invá-
Cônjuge/companheira(o): lido estão obrigados, sob pena de suspensão do
a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da benefício, a submeter-se a exame médico a cargo
invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os da Previdência Social, processo de reabilitação pro-
períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” fissional por ela prescrito e custeado, e tratamento
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
e “c”;
transfusão de sangue, que são facultativos. (Reda-
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o
ção dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais § 1º O aposentado por invalidez e o pensionista in-
ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados válido estarão isentos do exame de que trata o ca-
em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado; put após completarem 60 (sessenta) anos de idade.
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos (Incluído pela Lei n. 13.063, de 2014)
de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do § 2º A isenção de que trata o § 1º não se aplica
segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) quando o exame tem as seguintes finalidades: (In-
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o cluído pela Lei n. 13.063, de 2014)
início do casamento ou da união estável: I  – verificar a necessidade de assistência perma-
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos nente de outra pessoa para a concessão do acrés-
cimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor
de idade;
do benefício, conforme dispõe o art. 45; (Incluído
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
pela Lei n. 13.063, de 2014)
anos de idade; II – verificar a recuperação da capacidade de traba-
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e lho, mediante solicitação do aposentado ou pensio-
nove) anos de idade; nista que se julgar apto; (Incluído pela Lei n. 13.063,
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) de 2014)
anos de idade; III – subsidiar autoridade judiciária na concessão de
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua- curatela, conforme dispõe o art. 110.
renta e três) anos de idade;
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos Se ocorrer a recuperação, o inválido receberá um certi-
de idade. ficado de reabilitação profissional que lhe garante reserva de
Destaco que a morte, bem como a separação de fato mercado, nos termos do art. 93 da Lei n. 8.213/1991.
ou judicial sem direito a pensão alimentícia também retiram
a qualidade de dependente do cônjuge e do companheiro, Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empre-
ressalvada a hipótese prevista na Súmula 336 do STJ – gados está obrigada a preencher de 2% (dois por
aquela(e) que renunciou aos alimentos poderá postular a cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com
pensão se comprovar piora de situação financeira. beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de
deficiência, habilitadas.
Entre as alterações promovidas em 2015, impõe-se
destacar:
a) Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito Auxílio-reclusão – Art. 80 da Lei n. 8.213/1991
em julgado, o condenado pela prática de crime de que tenha
dolosamente resultado a morte do segurado. O auxílio-reclusão segue as regras da pensão por
b) Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o morte, sendo que o fato gerador para a sua concessão é a
companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer prisão criminal do segurado de baixa renda (prisão pena;
tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união está- prisão preventiva; prisão provisória; prisão temporária
vel, ou a formalização desses com o fim exclusivo de consti- e prisão em flagrante).
tuir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial O art. 201, inciso IV da Constituição, garante o auxí-
no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla lio-reclusão apenas para os dependentes do segurado de
defesa. baixa renda, ou seja, para quem recebe até R$ 1.212,80 –
No caso de o óbito do segurado decorrer de acidente de valor que será corrigido pelos mesmos índices aplicados
qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, aos benefícios do INSS (INPC). Portanto, o benefício será
a pensão será concedida independentemente do recolhi- pago aos dependentes do segurado de baixa renda. Repare
mento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da compro- que o segurado deve ser de baixa renda, mas o benefício
vação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável, será pago ao dependente.

23
IMPORTANTE! Carência: NÃO TEM.
Integra o salário de contribuição para efeito de cálculo
O auxílio-reclusão será pago aos dependentes do segurado de
da aposentadoria.
baixa renda recolhido à prisão que não receba remuneração
Exemplo: um segurado motorista de ônibus que sofre
da empresa nem esteja em gozo de auxílio-doença ou de
um acidente e perde a mão será afastado da atividade e
aposentadoria.
receberá um auxílio-doença até que ocorra a consolidação
da lesão. Cessado o auxílio-doença, o segurado passará
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

Assim como a pensão por morte, o auxílio-reclusão dis- a receber o auxílio-acidente e retornará ao trabalho, onde
pensa carência, bastando apenas a comprovação da quali- receberá o salário do empregador e o auxílio-acidente do
dade de segurado de baixa renda na data do efetivo reco- INSS.
PILASTRE

lhimento à prisão. A perda da audição (disacusia), em qualquer grau,


O benefício é devido durante o período em que o segu- somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente,
rado estiver efetivamente recolhido à prisão sob regime quando, além do reconhecimento de causalidade entre o tra-
fechado ou semiaberto. balho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução
ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.
IMPORTANTE!
O segurado preso que exercer atividade remunerada só pode Serviço Social – Art. 88 da Lei n. 8.213/1991
se filiar à Previdência como segurado FACULTATIVO. O fato
de trabalhar não afasta o direito dos dependentes ao auxílio- Cabe ao Serviço Social esclarecer junto aos benefici-
reclusão. ários seus direitos sociais e os meios de exercê-los, bem
como estabelecer conjuntamente com eles o processo de
solução dos problemas que emergirem da sua relação com
IMPORTANTE! a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição
Considerando que o auxílio-reclusão segue as mesmas regras da como na dinâmica da sociedade, priorizando os segurados
pensão por morte, o benefício será calculado da seguinte forma: em benefício por incapacidade temporária e atenção espe-
calcula-se a aposentadoria por invalidez que o segurado teria cial aos aposentados e pensionistas.
direito na data da prisão e converte-se em auxílio-reclusão. O Serviço Social terá como diretriz a participação do
beneficiário na implementação e no fortalecimento da polí-
tica previdenciária, em articulação com as associações e
O pedido de auxílio-reclusão deverá ser instruído com a entidades de classe. Para assegurar o efetivo atendimento
certidão de recolhimento à prisão, que deve ser reapresen- dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, assistên-
tada de três em três meses. cia de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais,
Falecendo o segurado preso, o auxílio-reclusão pago intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive
aos seus dependentes é automaticamente convertido em mediante celebração de convênios, acordos ou contratos.
pensão por morte. Em caso de fuga, o benefício será sus- O Serviço Social, considerando a universalização da
penso, sendo restabelecido se for recapturado dentro do Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos
período de manutenção da qualidade de segurado (art. 15 Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas
da Lei n. 8.213/1991). propostas de trabalho.

Auxílio-acidente – art. 86 da Lei n. 8.213/1991 Habilitação e reabilitação profissional – Art. 89 da


Lei n. 8.213/1991
O auxílio-acidente tem como fato gerador a redução da
capacidade laborativa dos segurados empregados, domésti- A habilitação e a reabilitação profissional deverão pro-
cos, avulsos e especiais e tem natureza indenizatória, sendo porcionar ao beneficiário incapacitado, parcial ou totalmente,
pago a partir da cessação do auxílio-doença e até a véspera para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os
da concessão de qualquer aposentadoria. meios para a (re)educação e (re)adaptação profissional e
social para participarem do mercado de trabalho e do con-
IMPORTANTE! texto em que vive.
Nesse contexto, a reabilitação/habilitação profissional
É relacionado a qualquer acidente, não necessariamente do
compreende:
trabalho.
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e
instrumentos de auxílio para locomoção quando a
IMPORTANTE! perda ou redução da capacidade funcional puder ser
atenuada por seu uso e dos equipamentos necessá-
É vedada a acumulação de auxílio-acidente com aposentadoria.
rios à habilitação e reabilitação social e profissional;
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos
Valor: 50% do salário de benefício (pode ser inferior mencionados no inciso anterior, desgastados pelo
ao salário mínimo, pois não substitui o salário, mas é pago uso normal ou por ocorrência estranha à vontade
como indenização pela redução da capacidade laborativa). do beneficiário;

24
c) o transporte do acidentado do trabalho, quando REAJUSTAMENTO DOS BENEFÍCIOS
necessário.
A prestação em comento é devida em caráter obriga- Segundo o artigo 41-A da Lei n. 8.213/1991, os benefí-
tório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida cios previdenciários serão reajustados pelo INSS na mesma
das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus época em que o salário mínimo sofrer reajuste, conside-
dependentes. rando a data de concessão, pelo INPC.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
IMPORTANTE! FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação Conforme preconiza o art. 195 da CF/1988, a Seguri-
profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio dade Social será financiada por toda a sociedade, de forma
do beneficiário, conforme dispuser o Regulamento.
direta e indireta. A forma indireta decorre dos recursos
orçamentários que suprem eventuais deficiências na arre-
Concluído o processo de habilitação ou reabilitação cadação, de modo que o pagamento de impostos também
social e profissional, a Previdência Social emitirá certificado representa uma forma indireta de financiamento do sistema.
individual, indicando as atividades que poderão ser exerci- Por outro lado, a sociedade financia a Seguridade de forma
das pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra direta por meio das seguintes contribuições sociais:
atividade para a qual se capacitar.
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empre-
a) a folha de salários e demais rendimentos do
gados está obrigada a preencher de 2% (dois por
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de
vínculo empregatício;
deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
I – até 200 empregados.......................................2%;
II – do trabalhador e dos demais segurados da pre-
II – de 201 a 500....................................................3%;
vidência social, não incidindo contribuição sobre
III – de 501 a 1.000................................................4%;
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime
IV – de 1.001 em diante.........................................5%.
geral de previdência social de que trata o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IMPORTANTE! IV – do importador de bens ou serviços do exterior,
ou de quem a lei a ele equiparar.
“A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente
habilitado ao final de contrato por prazo determinado de
mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por IMPORTANTE!
prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de As contribuições sociais acima podem ser instituídas por medida
substituto de condição semelhante.” (§ 1º, art. 93, da Lei n. provisória ou lei ordinária. Todavia, as novas contribuições
8.213/1991) para a seguridade social só podem ser instituídas por lei
complementar.
As contribuições sociais acima só podem ser exigidas após o
ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS
prazo de noventa dias da publicação da lei que as instituiu ou
aumentou – Princípio da Noventena.
Segundo o art. 124 da Lei n. 8.213/1991, são vedadas
A Pessoa Jurídica em débito com a Seguridade Social não pode
as seguintes acumulações de benefícios:
contratar com o poder público ou dele receber empréstimos ou
• Mais de uma aposentadoria dentro do INSS;
financiamentos.
• Aposentadoria com auxílio-acidente;
• Mais de um auxílio-acidente;
• Salário-maternidade e auxílio-doença; As contribuições sociais acima indicadas são as princi-
• Mais de uma pensão de cônjuge ou companheiro pais fontes de recursos para a Saúde, Assistência e Previ-
(dentro do mesmo regime). dência Social, sendo que, por expressa previsão constitucio-
nal (art. 167, inciso XI), as contribuições sobre a folha e as
 Obs.: Não é possível receber pensão de dois homens dos trabalhadores são exclusivas para pagamento de bene-
sendo companheiros, mas é possível receber fícios previdenciários – razão pela qual se encontra revo-
uma do companheiro e outra do filho. Já o seguro- gado o art. 18 da Lei n. 8.212/1991.
-desemprego com benefício previdenciário, salvo O art. 195 da Constituição ainda contempla as seguin-
pensão morte/auxílio-reclusão e auxílio-acidente. tes regras:

IMPORTANTE! § 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios destinadas à seguridade social
O seguro-desemprego pode ser acumulado com pensão por constarão dos respectivos orçamentos, não inte-
morte (auxílio-reclusão) ou com auxílio-acidente. grando o orçamento da União.

25
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social O art. 195 da Constituição contempla, ainda, as seguin-
será elaborada de forma integrada pelos órgãos tes regras para a Seguridade Social:
responsáveis pela saúde, previdência social e as-
sistência social, tendo em vista as metas e priori- § 7º São isentas de contribuição para a seguridade
dades estabelecidas na lei de diretrizes orçamen- social as entidades beneficentes de assistência so-
tárias, assegurada a cada área a gestão de seus cial que atendam às exigências estabelecidas em lei.
recursos. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrenda-
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
CARLOS

tário rurais e o pescador artesanal, bem como os


BRUNOMENDONÇA

seguridade social, como estabelecido em lei, não respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
poderá contratar com o Poder Público nem dele re- em regime de economia familiar, sem empregados
ceber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. permanentes, contribuirão para a seguridade social
PILASTRE

mediante a aplicação de uma alíquota sobre o re-


A regra estampada no parágrafo terceiro acima trans- sultado da comercialização da produção e farão jus
crito prestigia a Seguridade Social, evitando que o Poder aos benefícios nos termos da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I
Público (União, Estados, DF e Municípios) contrate ou con-
do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou ba-
ceda benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios a pes- ses de cálculo diferenciadas, em razão da atividade
soas jurídicas em débito com o referido sistema. Vale regis- econômica, da utilização intensiva de mão de obra,
trar que a Constituição se refere apenas ao débito com a do porte da empresa ou da condição estrutural do
Seguridade Social, não fazendo qualquer referência a outra mercado de trabalho.
espécie tributária. Todavia, a Lei n. 8.666/1993, nos procedi- §10. A lei definirá os critérios de transferência de
mentos licitatórios, exige a Certidão Negativa de Débito dos recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Dis-
demais tributos administrados pela receita fazendária.
trito Federal e os Municípios, e dos Estados para
Registro, outrossim, que outras contribuições poderão
os Municípios, observada a respectiva contrapartida
ser criadas para o custeio da seguridade social, desde que de recursos.
sejam veiculadas por lei complementar, a teor do parágrafo §11. É vedada a concessão de remissão ou anistia
quarto do art. 195: das contribuições sociais de que tratam os incisos I,
a, e II deste artigo, para débitos em montante supe-
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a rior ao fixado em lei complementar.
garantir a manutenção ou expansão da seguridade §12. A lei definirá os setores de atividade econô-
social, obedecido o disposto no art. 154, I. mica para os quais as contribuições incidentes na
forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não
cumulativas.
Assim, as contribuições sociais previstas no art. 195 da
§13. Aplica-se o disposto no §12 inclusive na hi-
CF/1988 podem ser criadas ou majoradas por lei ordinária
pótese de substituição gradual, total ou parcial, da
ou medida provisória. Caso haja a necessidade de criação contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela
de uma nova contribuição social, o instrumento normativo incidente sobre a receita ou o faturamento.
a ser utilizado é a lei complementar, em obediência ao art.
154, I do Texto Magno. Orçamento da Seguridade Social

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade so- O orçamento da Seguridade Social, segundo o art. 11
cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
da Lei n. 8.212/1991, é composto das receitas:
correspondente fonte de custeio total.

a) da União;
Trata-se do Princípio da pré-existência de custeio,
b) das contribuições sociais;
introduzido no Brasil em 1965, pelo qual é exigida a indica-
c) de outras fontes: 40% dos leilões da Receita Federal;
ção da fonte de custeio que fará face à criação, majoração
50% do DPVAT; doações; multas; juros e correção monetária.
ou extensão de qualquer benefício ou serviço da seguridade
social. Isso evita a utilização política do sistema de proteção
De acordo com o artigo 27 da Lei 8.212/91, a seguri-
social, evitando medidas irresponsáveis que aumentem a
dade social possui como outras receitas:
despesa sem se preocupar com a origem da receita.
“Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo Social:
só poderão ser exigidas após decorridos noventa I – as multas, a atualização monetária e os juros
dias da data da publicação da lei que as houver ins- moratórios;
tituído ou modificado, não se lhes aplicando o dis- II – a remuneração recebida por serviços de arre-
posto no art. 150, III, b. cadação, fiscalização e cobrança prestados a ter-
ceiros; (sem efeito, pois cabe à Receita Federal a
A norma acima contempla o princípio da noventena ou arrecadação)
da anterioridade mitigada, pois permite que a contribuição III – as receitas provenientes de prestação de ou-
social para a seguridade social seja exigida no mesmo ano tros serviços e de fornecimento ou arrendamento
de bens;
da sua criação ou majoração, desde que respeitado o prazo
IV – as demais receitas patrimoniais, industriais e
de 90 dias. No caso de redução da contribuição ou alteração
financeiras;
da data de recolhimento, o princípio da noventena é inapli- V – as doações, legados, subvenções e outras re-
cável. ceitas eventuais;

26
VI – 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos § 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos
e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 segurados empregados e trabalhadores avulsos que pres-
da Constituição Federal; tem serviços a microempresas”.
VII – 40% (quarenta por cento) do resultado dos lei-
lões dos bens apreendidos pelo Departamento da
Salário de contribuição
Receita Federal;
VIII – outras receitas previstas em legislação espe-

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
cífica. O salário de contribuição é a base cálculo da contribui-
Parágrafo único. As companhias seguradoras que ção para a seguridade social, sendo certo que existem par-
mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais celas que integram e parcelas que não integram o salário de
causados por veículos automotores de vias terres- contribuição, tudo de acordo com art. 28 da Lei n. 8.213/1991:
tres, de que trata a Lei n. 6.194, de dezembro de
1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% “Art. 28. Entende-se por salário de contribuição:
(cinquenta por cento) do valor total do prêmio reco- I – para o empregado e trabalhador avulso: a remu-
lhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS, neração auferida em uma ou mais empresas, assim
para custeio da assistência médico-hospitalar dos entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devi-
segurados vitimados em acidentes de trânsito”. dos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais
IMPORTANTE! sob a forma de utilidades e os adiantamentos decor-
A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências rentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efe-
tivamente prestados, quer pelo tempo à disposição
financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do
do empregador ou tomador de serviços nos termos
pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
Social, na forma da Lei Orçamentária Anual (§ único do art.16 acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
da Lei n. 8.212/91. II – para o empregado doméstico: a remuneração
registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, observadas as normas a serem estabeleci-
Contribuições em espécie (Lei n. 8.212/1993) das em regulamento para comprovação do víncu-
lo empregatício e do valor da remuneração; (a lei
Contribuição do trabalhador empregado, avulso, Complementar 150/15 ampliou o conceito de salário
empregado doméstico de contribuição para remuneração da doméstica)
III – para o contribuinte individual: a remuneração au-
A contribuição incide sobre o salário de contribuição, que
ferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício
não pode ter valor inferior ao mínimo nem superior ao teto
de sua atividade por conta própria, durante o mês,
do INSS. No caso dos empregados, o salário de contribuição observado o limite máximo a que se refere o § 5º;
pode ser inferior ao mínimo no mês de admissão e dispensa. IV – para o segurado facultativo: o valor por ele decla-
A alíquota incidente sobre o salário de contribuição rado, observado o limite máximo a que se refere o § 5º.
varia de acordo com a faixa salarial do trabalhador no per- § 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento
centual de 8%, 9% ou 11%. ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o
salário de contribuição será proporcional ao número
de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida
IMPORTANTE! em regulamento.
A contribuição do empregador doméstico é de 8,8%. Todavia, § 2º O salário-maternidade é considerado salário de
contribuição.
o empregador recolhe sua parte (8,8%) junto com a parte do
§ 3º O limite mínimo do salário de contribuição
doméstico (8%, 9% ou 11%). corresponde ao piso salarial, legal ou normativo,
da categoria ou, inexistindo este, ao salário míni-
mo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário,
A contribuição dos segurados empregado, empregado conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo
doméstico e avulso é tratado no artigo 20 da Lei n. 8.212/91 durante o mês.
da seguinte forma: § 4º O limite mínimo do salário de contribuição do
“Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o menor aprendiz corresponde à sua remuneração
doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a mínima definida em lei”.
aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário de
contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado o IMPORTANTE!
disposto no art. 28, de acordo com a seguinte tabela:
Considera-se salário de contribuição, para o segurado empregado
e trabalhador avulso, na condição prevista no § 5º do art. 12,
Salário de contribuição Alíquota em %
a remuneração efetivamente auferida na entidade sindical ou
até 1.556,94 8,00
empresa de origem (§ 10, Art. 28 da Lei n. 8.212/91)
de 1.556,95 até 2.594,92 9,00
de 2.594,93 até 5.189,82 11,00
A lei de custeio disciplina as parcelas que devem inte-
§ 1º Os valores do salário de contribuição serão rea- grar o salário de contribuição, valendo ressaltar que a par-
justados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na cela que não integra o salário de contribuição não será con-
mesma época e com os mesmos índices que os do reajus- siderada para efeito de contribuição da empresa sobre a
tamento dos benefícios de prestação continuada da Previ- folha. O quadro abaixo esclarece as parcelas que incidem e
dência Social. não incidem contribuição:

27
Parcelas que integram Parcelas que não integram

O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o Os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salá-
salário de contribuição, exceto para o cálculo de benefí- rio-maternidade.
cio, na forma estabelecida em regulamento.

Do total das diárias pagas, quando excedente a cin- As ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos
quenta por cento da remuneração mensal. termos da Lei n. 5.929, de 30 de outubro de 1973.
CARLOS
BRUNOMENDONÇA

O salário maternidade. A parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação


aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos
PILASTRE

da Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976.

As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicio-


nal constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração
de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT.

e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias;
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro
de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei n. 5.889, de
8 de junho de 1973;
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente des-
vinculados do salário;
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei n. 7.238, de
29 de outubro de 1984.

A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria.

A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência


de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT.

As diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por
cento) da remuneração mensal.

A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de


estagiário, quando paga nos termos da Lei n. 6.494, de 7 de dezembro de
1977.

A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou credi-


tada de acordo com lei específica.

O abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistên-


cia ao Servidor Público-PASEP.

Os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação forneci-


dos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade
distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.

A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do


auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empre-
gados da empresa.

As parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria cana-


vieira, de que trata o art. 36 da Lei n. 4.870, de 1º de dezembro de 1965.

O valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a


programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que dis-
ponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que
couber, os arts. 9º e 468 da CLT.

28
O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico,
próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despe-
sas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-
-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade
dos empregados e dirigentes da empresa.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios for-
necidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos
respectivos serviços.

O ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reem-


bolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado
o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas
as despesas realizadas.

O valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à edu-


cação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada
às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecno-
lógica de empregados, nos termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, e: (Redação dada pela Lei n. 12.513, de 2011)
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial. (Incluído pela Lei n.
12.513, de 2011)
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado indi-
vidualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do segu-
rado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do
limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior.

A importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao ado-


lescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990;

Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais.

O valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT.

O valor correspondente ao vale-cultura.

IMPORTANTE!
O 13º não é considerado no cálculo do benefício.

29

Você também pode gostar